1978 - Maria Bethânia e Caetano Veloso Ao Vivo - Caetano Veloso e Maria Bethânia


Maria Bethânia e Caetano Veloso Ao Vivo (1978) reúne os filhos de Dona Canô e Seu Zeca num espetáculo gravado ao vivo no Teatro Santo Antônio em Salvador. O espetáculo que surgiu para levantar fundos para a igreja de Santo Amaro da Purificação tomou maiores proporções, sendo levado para longas temporadas em Salvador e Rio de Janeiro, além de outras capitais. Caetano compôs Tudo de Novo e fez questão de cantar Maria Bethânia, de Capiba, música que o inspirou para dar à sua irmã o nome. No show, antes de apresentar sua versão magnífica de Carcará, Caetano explicou os detalhes da vinda dele e de Maria Bethânia ao Rio em 1965, concluindo assim: é engraçado a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer. 

Caetano: "Outra ideia de Bethânia. Adoro a canção Número Um e adoro eu cantando Número Um." (Caetano Veloso para o Jornal do Brasil, 1991).

"Tinha que acontecer, não é? Mais cedo ou mais tarde este encontro iria tornar-se possível. Mesmo porque a gente sempre perseguiu este momento, desde os tempos de Santo Amaro da Purificação. Sempre quisemos mostrar nossos trabalhos. E agora surgiu a oportunidade." (Caetano Veloso para a Revista O Cruzeiro, 1978).

"Eu e a Bethânia, embora ligados afetivamente, nunca estivemos muito juntos profissionalmente. É claro que ela canta minhas músicas; eu faço músicas para ela, mas só estivemos juntos num palco, anteriormente, com os Doces Bárbaros, que tinha também, a Gal e o Gil. Trabalho específico nosso só esse, de agora." (Caetano Veloso para a Folha de São Paulo, 1978).

"Maria Bethânia é muito diferente de mim. É mais explosiva, mas também, mais emocional. É uma pessoa brilhante em que a atenção e a afetividade fazem parte de sua personalidade que, por sinal, é muito atraente desde pequenina. [...] Aconteceu algo interessante. Achava esse show muito natural; como alguma coisa que mais cedo ou mais tarde teria que acontecer. Mas, em Salvador, quando fizemos o primeiro ensaio geral, fui atingido por um lance emocional muito grande, pois fiquei surpreso com a força do espetáculo. A partir daí, ele tomou a dimensão que merece, dentro de mim. Foi coisa profunda, que me fez relembrar o dia em que pela primeira vez dirigi Bethânia, no seu primeiro show, no Teatro Vila Velha, na Bahia. Também uma canção que ela canta, "Adeus Meu Santo Amaro", que fiz em 1960 - quando a gente se mudou de Santo Amaro para Salvador -, deixou-me comovido pois revive toda uma fase da nossa vida." (Caetano Veloso para a Revista Amiga, 1978). 

Bethânia: "Há anos que eu queria isso. Caetano me conhece bem e tem algo de ator, que me estimula. Para mim, é difícil dividir o palco com alguém. Em todos os espetáculos que fiz com outros artistas, sempre me reprimi. Fico pensando, 'calma, o show não é só seu' e acabo não me soltando. Com Caetano é diferente. Temos um jeito parecido. No palco, como eu, ele se transforma, há um vigor em cena nesse espetáculo, que me empolga. Fiquei completamente apaixonada pela temporada que fizemos em Salvador" (Maria Bethânia para a Folha de São Paulo, 1978).

"Tem duplo significado. Primeiro por estar ao lado do irmão querido e, segundo, porque, pela primeira vez, nada deixou de passar pelas minhas mãos. Além da direção, tomei parte no roteiro, luz, desenho dos figurinos e as poucas marcações. Fora isso, também me sinto feliz porque canto apenas as músicas que gosto, que acho bonitas." (Maria Bethânia para a Revista Amiga, 1978). 

"A ideia inicial do encontro, conta Bethânia, era de um simples show, que seria apresentado apenas na Bahia, com renda destinada à Igreja de Santo Amaro da Purificação. Mas, logo nos primeiros entendimentos do espetáculo, o projeto cresceu tanto a ponto de assustá-los. Um susto que os obrigou a planejar um encontro mais ambicioso e acabado, artisticamente." (Revista O Cruzeiro, 1978). 




Setlist do show


1. Tudo de Novo (Caetano Veloso)
Maria Bethânia e Caetano Veloso

2. Texto (Caetano Veloso)

3. Boa Palavra (Caetano Veloso)
Maria Bethânia

4. Texto (Caetano Veloso)

5. Carcará (João do Vale/José Cándido)
Caetano Veloso

6. Alegria Alegria (Caetano Veloso)
Maria Bethânia

7. João e Maria (Chico Buarque/Sivuca)
Maria Bethânia e Caetano Veloso

8. Tempo de Estio (Caetano Veloso)
Caetano Veloso

9. Muito (Caetano Veloso)
Caetano Veloso

10. Muito Romântico (Caetano Veloso)
Caetano Veloso

11. Número Um (Mário Lago/Benedito Lacerda)
Caetano Veloso

12. Maria Bethânia (Caetano Veloso)
Caetano Veloso

13. Maria Bethânia (Capiba)
Caetano Veloso

14. Mãos de Afeto (Ivan Lins/Vitor Martins)
Maria Bethânia

15. Falando Sério (Maurício Duboc/Carlos Colla)
Maria Bethânia

16. O Leãozinho (Caetano Veloso)
Maria Bethânia

17. Iansã (Caetano Veloso/Gilberto Gil)
Maria Bethânia

18. De Manhã (caetano Veloso)
Maria Bethânia

19. Loucura (lupicínio Rodrigues)
Maria Bethânia

20. Dora (Dorival Caymmi)
Maria Bethânia

21. O Que Tinha de Ser (Antonio Carlos Jobim/Vinícius de Moraes)
Maria Bethânia

22. Meu Primeiro Amor (Herminio Gimenez – Versão: J. Fortuna/Pinheirinho Jr.)
Maria Bethânia e Caetano Veloso

23. Reino Antigo (Rosinha de Valença/Maria Bethânia)
Caetano Veloso

24. Adeus Meu Santo Amaro (Caetano Veloso)
Maria Bethânia e Caetano Veloso

25. Maninha (Chico Buarque)
Maria Bethânia e Caetano Veloso

26. Trabalhadores do Brasil (Thomaz Improta)
Conjunto

27. Triste Bahia (Caetano Veloso/ Gregorio de Mattos)
Caetano Veloso e Maria Bethânia

28. Fé Cega, Faca Amolada (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos)
Caetano Veloso e Maria Bethânia

29. Doce Mistério da Vida (Versão de Alberto Ribeiro)
Maria Bethânia e Caetano Veloso



Músicos que participaram desta gravação:

Piano: Tomaz  Improta
Violão: Rosinha de Valença
Guitarra: Perinho Albuquerque
Baixo: Jamil Joanes
Sopros: Juarez Araujo
Bateria: Paulinho Braga
Percussão: Monica Millet

Matéria do Jornal O Globo

Para ler: clique na imagem.


Lista de Músicas

Lado 1

1 -  Tudo de Novo - Bethânia e Caetano
(Caetano Veloso)

2 - Carcará - Caetano
(João Vale, José Cândido)

3 - João e Maria - Bethânia e Caetano
(Chico Buarque, Sivuca)

4 - Número Um - Caetano
(Mario Lago, Benedito Lacerda)

5 - Maria Bethânia - Caetano
(Capiba)

6 - O Que Tinha de Ser - Bethânia
(Tom Jobim, Vinicius de Moraes)

Lado 2

1 - O Leãozinho - Bethânia
(Caetano Veloso)

2 - Meu Primeiro Amor (Lejania) - Bethânia e Caetano
(H. Gimenez, versão: J. Fortuna, Pinheirinho Jr.)

3 - Falando Sério - Bethânia
(Mauricio Duboc, Carlos Colla)

4 - Reino Antigo - Caetano
(Rosinha de Valença, Maria Bethânia)
+
Adeus Meu Santo Amaro - Bethânia e Caetano
 (Caetano Veloso)

5 - Maninha - Bethânia e Caetano
(Chico Buarque)

6 - Doce Mistério da Vida (Ah! Sweet Mystery of Life) - Bethânia e Caetano
(V. Herbert, versão: Alberto Ribeiro)

Vamos às Letras. 

1 - Tudo de Novo (Caetano Veloso)

Minha mãe, meu pai, meu povo
Eis aqui tudo de novo
A mesma grande saudade
A mesma grande vontade
Minha mãe, meu pai, meu povo

Minha mãe me deu ao mundo
De maneira singular
Me dizendo a sentença
Pra eu sempre pedir licença
Mas nunca deixar de entrar

Meu pai me mandou pra vida
Num momento de amor
E o bem daquele segundo
Grande como a dor do mundo
Me acompanha onde eu vou

Meu povo, sofremos tanto
Mas sabemos o que é bom
Vamos fazer uma festa
Noites assim, como essa
Podem nos levar pra o tom

Comentário do autor: "Fiz para cantar com a Bethânia. É uma celebração." (Caetano Veloso. Livro: Sobre as Letras. Companhia das Letras, 2003).


2 - Carcará (João Vale, José Cândido)

Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
O sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa o umbigo inté matá
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará


3 - João e Maria (Chico Buarque, Sivuca)

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?


4 - Número Um (Mario Lago, Benedito Lacerda)

Passaste hoje ao meu lado
Vaidosa, de braço dado
Com outro que te encontrou
E eu relembrei comovido
O velho amor esquecido
Que o meu destino arruinou
Chegaste na minha vida
Cansada, desiludida
Triste, mendiga de amor
E eu, pobre, com sacrifício
Fiz um céu do teu suplício
Pus risos na tua dor
Mostrei-te um novo caminho
Onde com muito carinho
Levei-te numa ilusão
Tudo porém foi inútil
Eras no fundo uma fútil
E foste de mão em mão
Satisfaz tua vaidade
Muda de dono à vontade
Isso em mulher é comum
Não guardo frios rancores
Pois entre os teus mil amores
Eu sou o número um


5 - Maria Bethânia (Capiba)

Maria Bethânia
Tu és para mim,
A Senhora de Engenho
Em sonhos te vejo
Maria Bethânia
És tudo que tenho,
Quanta tristeza, sinto no peito,
Só em pensar,
Que o meu sonho está desfeito.

Maria Bethânia,
Te lembras ainda daquele São João ?
As tuas palavras,
Caíam bem dentro do meu coração,
Tu me olhavas, com emoção,
E sem querer,
Pus minha mão em tua mão.

Maria Bethânia,
Tu sentes saudades de tudo, bem sei,
Porém, também sinto,
Saudade do beijo que nunca te dei
Vejo que vives com esplendor,
Nos lábios meus
Para aumentar a minha dor.

Maria Bethânia,
Eu nunca pensei acabar tudo assim,
Maria Bethânia,
Por Deus eu te peço,
Tem pena de mim,
Hoje confesso, com dissabor,
Que não sabia, nem conhecia o amor


6 - O Que Tinha de Ser (Tom Jobim, Vinicius de Moraes)

Porque foste na vida
A última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu
Sem eu saber sequer
Porque és o meu homem
E eu tua mulher
Porque tu me chegaste
Sem me dizer que vinhas
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh'alma
Como um amanhecer
Porque foste o que tinha de ser


7 - O Leãozinho (Caetano Veloso)

Gosto muito de te ver, leãozinho
Caminhando sob o Sol
Gosto muito de você, leãozinho

Para desentristecer, leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão, raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o Sol, pai de toda cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu

Eu gosto de te ver ao Sol, leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao Sol, leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar NUMA


8 - Meu Primeiro Amor (Lejania) (H. Gimenez, versão: J. Fortuna, Pinheirinho Jr.)

Meu primeiro amor
Tão cedo acabou, só a dor deixou
Nesse peito meu
Meu primeiro amor
Foi como uma flor que desabrochou
E logo morreu
Nessa solidão sem ter alegria
O que me alivia são meus tristes ais
São prantos de dor que dos olhos caem
É por que bem sei quem eu tanto amei
Não verei jamais

Saudade palavra triste quando se perde um grande amor
Na estrada longa da vida eu vou chorando a minha dor
Igual uma borboleta que vai vagando de flor em flor
Teu nome sempre em meus lábios irei chamando por onde for
Você nem sequer se lembra de ouvir a voz desse sofredor
Que implora por teu carinho, só um pouquinho de seu amor


9 - Falando Sério (Mauricio Duboc, Carlos Colla)

Falando sério
É bem melhor você parar com essas coisas
De olhar pra mim com olhos de promessa
Depois sorrir como quem nada quer
Você não sabe
Mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez
E tenho medo de fazer planos
De tentar e sofrer outra vez
Falando sério
Eu não queria ter você por um programa
E apenas ser mais uma em sua cama
Por uma noite apenas e nada mais
Falando sério
Entre nós dois tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira pra me arrepender


10 - Reino Antigo (Rosinha de Valença, Maria Bethânia)

Meu doce reino antigo
Onde araçás de mel
Me enchiam de prazer
No alto de galhos verdes
Perto de folhas tenras

Olhava o tempo e o mundo
Sentindo a vida passar suave
Tocando de leve 
Como brisa a minha pele
Meu doce reino encantado

Onde sonhos canções gargalhadas
Brincavam dentro de mim
Te lembro sempre assim
As sobras serenas em tardes quentes e lentas
Com leve cheiro de jasmim

Meu doce reino dourado
Te guardo só pra mim
Teus tesouros segredados
Teus mistérios encantados
Doce reino já passado

Onde certamente fui rainha
E naturalmente fui rei


11 - Adeus Meu Santo Amaro (Caetano Veloso)

Adeus, meu Santo Amaro
Eu dessa terra vou me ausentar
Eu vou para Bahia
Eu vou viver, eu vou morar
Eu vou viver, eu vou morar
Adeus meu tempo de chorar
E não saber porque chorar
Adeus, minha cidade
Adeus, felicidade
Adeus, tristeza de ter paz
Adeus, não volto nunca mais
Adeus, eu vou me embora
Adeus e canto agora
O que eu cantava sem chorar

Adeus, meu Santo Amaro
Eu dessa terra vou me ausentar
Eu vou para Bahia
Eu vou viver, eu vou morar
Eu vou viver, eu vou morar


12 - Maninha (Chico Buarque)

Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal, feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha falava de amor
Pois nunca mais cantei, ó maninha
Depois que ele chegou
Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
Dos sonhos que você contou pra mim
Os passos no porão, lembra da assombração
E das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, oh maninha
Coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
No chão que ele pisou
Se lembra do futuro
Que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim, tão sozinha
A me torturar
Que um dia ele vai embora, maninha
Pra nunca mais voltar

Foto: Thereza Eugênia.

13 - Doce Mistério da Vida (Ah! Sweet Mystery of Life) (V. Herbert, versão: Alberto Ribeiro)

Minha vida que parece muito calma
Tem segredos que eu não posso revelar
Escondidos bem no fundo de minh'alma
Não transparecem nem sequer em um olhar
Vive sempre conversando à sós comigo
Uma voz eu escuto com fervor
Escolheu meu coração pra seu abrigo
E dele fez um roseiral em flor
A ninguém revelarei o meu segredo
E nem direi quem é o meu amor



Ficha Técnica

Produção e Direção Musical: Perinho  Albuquerque
Técnicos de Gravação: Ary Carvalhaes - Luigi Hoffer
Assistente de Gravação: Barrozo
Assistente de Produção: Lenia Grillo
Técnico de Manutenção: Jorge Freitas
Mixagem: Ary Carvalhaes 
Corte: Ivan  Lisnik 
Capa: Aldo Luiz
Arte Final: Arthur Fróes
Fotos: Marisa Alves Lima

Ficha Técnica do Show

Direção Geral: Maria Bethânia
Direção Musical: Perinho Albuquerque
Cenários: Luiz Carlos Ripper
Administração: Léa Millon
Produtor Executivo: José Alberto Muchachi

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