1987 - Caetano - Caetano Veloso
Caetano (1987) é o retorno do artista aos estúdios após o disco Totalmente Demais, gravado ao vivo dois anos antes. Aqui, manteve-se a formação principal da Banda Nova com a inclusão de Carlinhos Brown na percussão, após Marçal seguir com outros trabalhos. Antes do lançamento do álbum, Caetano não quis aparecer nos jornais: "estou chateadíssimo de dar entrevista. Não quero; não vou falar. Eu estou decidido". Na capa, em primeiro plano, um Caetano pela primeira vez de óculos, com ar intelectual posando na praia de Grumari, no Rio e, ao fundo, um homem negro de olhar paralelo levando o nome do artista nas costas. Na contracapa, a fita do disco Greed, do Ambitious Lovers, grupo do Arto Lindsay, que faria a produção do disco se não tivesse tudo já acertado com Guto Graça Mello. José, motivada pela leitura de Thomas Mann, fala da figura bíblica e quase foi o título do disco. Eu Sou Neguinha? responde Eu Sou Negão (Gerônimo) e foi inspirada a partir de uma foto que mostrava o cantor Prince, andrógino, no encarte do disco Sign "O" the Times (1987) que veio com a pergunta escrita por Arto Lindsay. Caetano faz as pazes com o Rio de Janeiro ao gravar Valsa de Uma Cidade, de Ismael Netto e Antônio Maria. Vamo Comer com a participação especial de Luiz Melodia traz aos olhos o pensamento torto da sociedade nos moldes de Podres Poderes. A beleza triste de O Ciúme navega pelo nordeste brasileiro sobre uma guitarra portuguesa enquanto Noite de Hotel fala da água poluída do sangue do poeta entre Jagger e Drummond. Canto do Bola de Neve remete ao cantor cubano Bola de Nieve e foi feita para a trilha sonora de "Alta Vigilância", peça de Jean Gene, a convite de Hélio Eichbauer, o diretor. Giulietta Masina, composta sobre a atriz italiana, esposa de Fellini, foi vetada das rádios por conter o verso "puta de uma outra esquina" e cita outras duas canções de Caetano: Lua Lua Lua e Cajuína. Ia Omin Bum homenageia Mãe Menininha do Gantois com a participação de sua neta, a percussionista Mônica Millet. Fecham a lista Fera Ferida, de Roberto e Erasmo, e o afoxé Depois Que O Ilê Passar.
Caetano: "É um dos meus favoritos. Adoro Eu Sou Neguinha. Por que não toca na rádio? O início de José é um deslumbramento. Nessa época eu não dava entrevistas. Queria descansar de tanta entrevista. Não vendo tanto disco assim para ser o darling da mídia. O Tárik de Souza considerou o LP uma retomada de Cinema Transcendental. Os dois tinham uma foto de praia na capa. Se ele disse que é, é porque é mesmo. É parecido. É deprimido como o de Londres, mas eu gosto. Queria que Eu Sou Neguinha tocasse no rádio. Resolveram tocar Fera Ferida, no meio de um monte de música romântica. Parece que só pode tocar o que já é. O Ciúme é lindo." (Caetano Veloso para o Jornal do Brasil, 1991).
Músicos
Caetano Veloso - Violão e voz
Toni Costa - Violão e guitarra
Tavinho Fialho - Baixo
Carlinhos Brown - Percussão
Marcelo Costa - Percussão
Ricardo Cristaldi - Teclados
Zé Luiz - Sax e flauta
Solange Rosa, Nina Pancevski e Marisa Fossa - Vocais
Caetano no show em 1987.
Matérias sobre 'Caetano' e a crítica do show
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O show "Caetano"
Informações do show "Caetano".
Repertório do show "Caetano".
Lista de Músicas
Lado 1
1 - José
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso: violão e voz / Guto Graça Mello: emulator II + / Toni Costa: violão de aço e guitarra Microton / Tavinho Fialho: baixo Fretless / Carlinhos Brown: percussão / Marcelo Costa: vaso de cerâmica.
2 - Eu Sou Neguinha - Para Arto Lindsay
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso: voz / Ricardo Cristaldi: teclados / Toni Costa: guitarras / Tavinho Fialho: baixo Fretless / Carlinhos Brown: percussão / Marcelo Costa: SP 12 (programação), contratempo e pratos / Vocais: Solange Rosa, Nina Pancevski e Marisa Fossa.
3 - Noite de Hotel
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso: violão e voz / Zé Luiz: sax / Toni Costa: guitarra / Tavinho Fialho: baixo Fretless / Carlinhos Brown: percussão / Marcelo Costa: SP 12, contratempo e pratos.
4 - Depois Que o Ilê Passar
(Miltão)
Caetano Veloso: voz / Carlinhos Brown: arranjo, pandeiro, congas, tamborim, surdo e cowbells / Marcelo Costa: bateria e tamborim.
5 - Valsa de Uma Cidade
(Ismael Netto, Antônio Maria)
Caetano Veloso: voz e violão / Toni Costa: violão / Guto Graça Mello: violão.
Lado 2
1 - "Vamo" Comer - Participação Especial: Luiz Melodia
(Caetano Veloso, Tony Costa)
Caetano Veloso: voz / Guto Graça Mello: emulator II + / Ricardo Cristaldi: teclados / Toni Costa: guitarras / Tavinho Fialho: baixo / Carlinhos Brown: percussão / Marcelo Costa: SP 12, pratos e contratempo / Vocais: Solange Rosa, Nina Pancevski e Marisa Fossa.
2 - Canto do Bola de Neve
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso: voz.
3 - Giulietta Masina - Para Tuzé de Abreu
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso: violão e voz / Zé Luiz: sax-soprano e flauta / Guto Graça Mello: teclados / Toni Costa: guitarra e guitarra Microton / Tavinho Fialho: baixo Fretless / Carlinhos Brown: percussão / Marcelo Costa: SP 12, contratempo e pratos / Vocais: Solange Rosa, Nina Pancevski e Marisa Fossa.
4 - O Ciúme
(Caetano Veloso)
Caetano Veloso: violão e voz / Toni Costa: guitarra portuguesa / Tavinho Fialho: baixo Fretless / Ricardo Cristaldi: teclados / Vocais: Solange Rosa, Nina Pancevski e Marisa Fossa.
5 - Fera Ferida
(Roberto Carlos, Erasmo Carlos)
Caetano Veloso: voz / Guto Graça Mello: violão / Lincoln Olivetti: piano e cordas / Toni Costa: guitarra / Tavinho Fialho: baixo.
6 - Ia Omim Bum - Para Paula Lavigne
(Domínio Público)
Caetano Veloso: voz / Monica Millet: voz e atabaques / Carlinhos Brown: atabaques.
Vamos às Letras.
1 - José (Caetano Veloso)
Estou no fundo do poço
Meu grito
Lixa o céu seco
O tempo espicha mas ouço
O eco
Qual será o EGITO que responde
E se esconde no futuro
O poço é escuro
Mas o EGITO resplandece
No meu umbigo
E o sinal que vejo é esse
De fado certo
Enquanto espero
Só comigo e mal comigo
No umbigo do deserto
Comentário do autor: "O disco que fiz agora ia se chamar José. Depois, lembrei do poema de Drummond. E resolvi não botar o nome. O "José" do disco era por outras razões - completamente diferentes. Tinha a ver com o José bíblico - que é citado explicitamente numa das canções que fiz, a que abre o disco. Chama-se José. Não tem nada a ver com o poema. Depois que Drummond ficou doente e morreu, resolvi não botar o título de José. Botei Caetano." (Caetano Veloso. Depoimento sobre Carlos Drummond de Andrade para o Jornal do Brasil, 1987).
2 - Eu Sou Neguinha (Caetano Veloso)
Eu tava encostad'ali, minha guitarra
No quadrado branco vídeo papelão
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais
Que coisa à toa, boa boa boa boa boa
Eu tava com graça...
Tava por acaso ali, não era nada
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na Bahia
No Beaubourg no Bronx, no Brás
E eu e eu e eu e eu
A me perguntar:
Eu sou neguinha?
Era uma mensagem lia uma mensagem
Parece bobagem mas não era não
Eu não decifrava, eu não conseguia
Mas aquilo ia e eu ia e eu ia e eu ia e eu ia e eu
Ia
Eu me perguntava:
Era um gesto hippie, um desenho
Estranho
Homens trabalhando, pare, contramão
E era uma alegria, era uma esperança
E era dança e dança ou não ou não ou
Não
Tava perguntando:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu tava rezando ali completamente
Um crente, uma lente, era uma visão
Totalmente terceiro sexo
Totalmente terceiro mundo
Terceiro milênio
Carne nua nua nua nua
Era tão gozado
Era um trio elétrico, era fantasia
Escola de samba na televisão
Cruz no fim do túnel, becos sem saída
E eu era a saída, melodia, meio-dia dia
Dia dia
Era o que dizia:
Eu sou neguinha?
Mas via outras coisas: via o moço forte
E a mulher macia den'da escuridão
Via o que é visível, via o que não via
O que a poesia e a profecia não vêem
Mas vêem, vêem, vêem, vêem
É o que parecia
Que as coisas conversam coisas
Surpreendentes
Fatalmente erram, acham solução
E que o mesmo signo que eu tenho ler e
Ser
É apenas um possível ou impossível
Em mil em mil em mil em mil em mil
E a pergunta vinha:
Eu sou neguinha?
3 - Noite de Hotel (Caetano Veloso)
Noite de hotel
A antena parabólica só capta
Videoclips
Diluição em água poluída
(E a poluição é química e não
Orgânica)
Do sangue do poeta
Cantilena diabólica, mímica pateta
Noite de hotel
E a presença satânica é a de um
Diabo morto
Em que não reconheço o anjo torto
De Carlos nem o outro
Só fúria e alegria
Pra quem titia Jagger pedia simpatia
Noite de hotel
Ódio a Graham Bell e à telefonia
Chamada transatlântica
Não sei o que dizer a essa mulher
Potente e iluminada
Que sabe explicar perfeitamente
E não me entende
E não me entende nada
Noite de hotel
Estou a zero, sempre o grande otário
E nunca o ato mero
De compor uma canção
Pra mim foi tão desesperadamente
Necessário
Comentário do autor: "Fiz em Lisboa, num hotel. Estava muito mal, deprimido e irritado ao mesmo tempo. Falo mal dos videoclipes da MTV que estavam passando, digo que são uma mera diluição do "sangue do poeta", numa referência ao filme de Cocteau [Le sang d'un poète, 1930], do qual todos os videoclipes de rock-and-roll são uma contrafação de décima quinta categoria. Eu já achava, mas na hora sentia aquilo com muita raiva." (Caetano Veloso. Sobre as Letras. Companhia das Letras, 2003).
"No meu disco novo, canto uma canção que fiz em Lisboa e gravei quando voltei. Depois que eu já tinha gravado, Drummond morreu. A canção se refere diretamente a ele. Chama-se Noite de Hotel. Fiquei em Lisboa um tempo, para fazer espetáculos pela Europa. O hotel tinha uma antena parabólica - e a TV só passava videoclip. Eu estava super mal, com raiva de ver aquilo toda noite na TV. Eu não tinha outro programa para fazer. Aquilo, então, foi me dando uma raiva de videoclip, uma coisa que sempre adorei. Naquela altura, videoclip me deu raiva. Digo, na música, que o que eu via ali era a presença de "um diabo morto / em que não reconheço o anjo torto de Carlos / nem outro / só fúria e alegria / para quem titia Jagger / pedia simpatia". É uma citação nominal e direta a Carlos Drummond." (Caetano Veloso. Depoimento sobre Carlos Drummond de Andrade para o Jornal do Brasil, 1987). Nota: O diabo morto para quem "titia Jagger" pedia simpatia é uma citação da célebre canção "Sympathy For The Devil", composta por Mick Jagger nos anos 60.
4 - Depois Que o Ilê Passar (Miltão)
Rebentou
Ilê aiê curuzu
Toque de Angola ijexá
Vamos pra cama meu bem
Me pegue agora
Me dê um beijo gostoso
Pode até me amassar
Mas me solte quando o Ilê passar
Quero ver você, Ilê aiê
Passar por aqui
Não me pegue, não me toque
Por favor não me provoque
Eu só quero ver o Ilê passar
Quero ver você, Ilê Aiê
Passar por aqui
Foto: Cristiana Isidoro.
5 - Valsa de Uma Cidade (Ismael Netto, Antônio Maria)
Vento do mar no meu rosto
E o Sol a queimar, queimar
Calçada cheia de gente
A passar e a me ver passar
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, desse mar
Dessa gente feliz
Bem que eu quis escrever
Um poema de amor e o amor
Estava em tudo que eu quis
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis
Foto: Cássio Vasconcellos.
6 - "Vamo" Comer (Caetano Veloso, Tony Costa)
Vamo comer
Vamo comer feijão
Vamo comer
Vamo comer farinha
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô
Vamo comer
Vamo comer faisão
Vamo comer
Vamo comer tempura
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô
Eu não sou deputado baiano
E, como dizia o outro, não sou de
Reclamar
Mas se estamos nesse cano
Não consigo me calar
É um papo de pelicano romântico
Aberto pro bico de quem alcançar
Quem quiser ver
Quem quiser ouvir
Quem quiser falar
Vamo comer
Vamo comer, João
Vamo comer
Vamo comer, Maria
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô
Vamo comer
Vamo comer canção
Vamo comer
Vamo comer poesia
Se tiver
Se não tiver então
Ô, ô, ô, ô
O padre na televisão
Diz que é contra a legalização do aborto
E a favor da pena de morte
Eu disse: "Não! Que pensamento torto!"
E a pretexto de aids, aids
Nunca se falou de sexo com tanta
Franqueza e confiança
Mas é bom saber o que dizer
E o que não dizer na frente das crianças
Merci beaucoup
Merci beaucoup, Bahia
Arigatô
Arigatô, Jamaica
E Trinidad
E Trinidad-Tobago
Ô, ô, ô, ô
'Brigado Cuba
Thank you, Martinica
E Surinan
Belém do Grão-Pará
Y gracias, Puerto
Gracias Puerto Rico
Ô, ô, ô, ô
Baiano burro nasce, cresce
E nunca pára no sinal
E quem pára e espera o verde
É que é chamado de boçal
Quando é que em vez de rico
Ou polícia ou mendigo ou pivete
Serei cidadão
E quem vai equacionar as pressões
Do PT, da UDR
E fazer dessa vergonha
Uma nação
Vamo comer
Vamo comer
Foto: Íris Produções.
7 - Canto do Bola de Neve (Caetano Veloso)
Voz
8 - Giulietta Masina (Caetano Veloso)
Pálpebras de neblina, pele d'alma
Lágrima negra tinta
Lua, Lua, Lua
Giuletta Masina
Ah, puta de uma outra esquina
Ah, minha vida sozinha
Ah, tela de luz puríssima
(Existirmos a que será que se destina)
Ah, Giuletta Masina
Ah, vídeo de uma outra luz
Pálpebras de neblina, pele d'alma
Giuletta Masina
Aquela cara é o coração
De Jesus
Comentário do autor: "Quando compus Giulietta Masina, procurei - com muito esforço - evitar qualquer parecença com a música de [Nino] Rota. Fui para o Nordeste, citei minha própria Cajuína, porque eu queria dizer que eu, brasileiro, esta pessoa do interior da Bahia, este músico popular que fez músicas desse jeito que faço, eu é que queria falar de Giulietta. E dela. Não do cinema de Fellini ou da música que Rota fez para ele." (Caetano Veloso para a Revista BRAVO!, 2002).
9 - O Ciúme (Caetano Veloso)
Dorme o Sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme Ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério
Se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só eu só eu só eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, tenebrosa, a sombra do ciúme
10 - Fera Ferida (Roberto Carlos, Erasmo Carlos)
Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido
Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você
Eu sei
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei
O coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração
Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços
Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo
Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer
Eu sei
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci
Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração
Foto: Cristiana Isidoro.
11 - Ia Omim Bum (Domínio Público)
Iá omin bum
Omirô Dorixá Olelê
Show Caetano. Fotos: Marco Antônio.
Ficha Técnica
Produzido por Guto Graça Mello
Engenheiro de Mixagem: Márcio Gama
Direção de Mixagem: Guto Graça Mello
Engenheiro de Gravação: Marcio Gama
Jackson Paulino (GGM Estúdios)
Sergio Ricardo (GGM Estúdios)
Márcio Gama (Polygram)
Assistente de Gravação:
Celso Lessa (GGM Estúdios)
Barroso (Polygram)
Assistente de Produção: Lia Sampaio
Montagem Digital: Américo
Corte Digital: José Antônio e Américo
Supervisão Processo Digital: Luigi Hoffer e Jorge Freitas
Comida mineira: Maria
Concepção da Capa: Luiz Zerbini
Foto: Flávio Colker
Produção da Foto: Bineco
Diagramação: J. Barrão
Coordenação Gráfica: Arthur Fróes