2006 - Cinema Olympia - Caetano raro & inédito (67-74)
Cinema Olympia (2006) é o primeiro dos quatro discos de raridades que estão no box "40 anos Caetanos" da Universal Music. Supervisionado por Caetano Veloso, o projeto relançou toda a discografia de Caetano como parte das comemorações pelas quatro décadas do cantor na mesma gravadora (que já se chamou Philips e PolyGram).
Texto do encarte (Tárik de Souza)
O CD Cinema Olympia rapta o camaleão Caetano do bucolismo de Cavaleiro e do ativismo político de Samba em Paz ("o samba vai vencer / quando o povo perceber / que é o dono da jogada") ambos de 1965, para um trajeto polimorfo onde ele vai testar extremos. Dos descompromissos carnavalescos de Torno a Repetir (1969), Barão Beleza (Tuzé de Abreu), Pula Pula (Salto de Sapato) (Macalé/ Capinam, ambos de 1971), É coisa do Destino (Moacyr de Albuquerque / Tuzé de Abreu, 1972) e Frevo do Trio Elétrico (Dodô e Osmar, 1973) ao explosivo confronto político com a platéia hostil de É Proibido Proibir, da etapa paulista do Festival Internacional da Canção de 1968. Inicialmente, ouve-se a música com todos os detalhes na gravação limpa de estúdio, e em seguida a versão ruidosa, ao vivo, literalmente desafinada, já que Caetano não conseguia ouvir o acompanhamento, tamanha a vaia. Ele para de cantar e discursa irado contra a platéia: "É a mesma juventude que sempre vai matar amanhã o velhote que morreu ontem". E antecipa a expressão patrulha ideológica: "Vocês estão querendo policiar a música brasileira".
Na antologia de gravações lançadas em compactos há dois fonogramas inéditos garimpados pelo produtor da caixa, Charles Gavin. Uma gravação de Cinema Olympia de 1969, feita para mostrar a música à Gal Costa, em 1969 e outra, animada em marcha-frevo, do Hino do Esporte Clube Bahia, com a participação especial de Gilberto Gil ao violão. Duas pérolas de 1968, raramente citadas entre as mais significativas do Tropicalismo, entram ainda na seleção: Ai de Mim, Copacabana (parceria com Torquato Neto) e Yes, Nós Temos Banana, prenunciadora ideológica do movimento, de Alberto Ribeiro e João de Barro, o Braguinha, gravada originalmente por Almirante, em 1938, exatos 30 anos antes. Outros destaques históricos da seleção estão no compacto duplo do mesmo ano, gravado ao vivo com Os Mutantes. Inclui uma releitura de Baby, da versão rock Marcianita (J.I. Marcone / G. Alderete), sucesso de Sérgio Murilo de 1960, e o lançamento dos manifestos Saudosismo e A Voz do Morto. Neste é citado Paulinho da Viola, de que Caetano relê ao vivo Tudo se Transformou, no palco do Phono 73. Do ano anterior é Cada Macaco no Seu Galho (Riachão) com Gil nos vocais, escudo de Caetano às cobranças em sua volta do exílio.
Por fim, um encontro letal, em 1969, com o autor Jorge Ben (ainda sem o Jor), que alicerça no violão e em falsete Charles, Anjo 45, crônica premonitória da guerra civil social do país.
Box "40 anos Caetanos"
Discos Extras:
1 - Cinema Olympia (67-74)
2 - Pipoca Moderna (75-82)
3 - Certeza da Beleza (83-94)
4 - Que De-Lindo (95-07)
Box "40 anos Caetanos".
Lista de Músicas
1 - Samba em Paz
(Caetano Veloso)
2 - Cavaleiro
(Caetano Veloso)
3 - Yes, Nós Temos Banana
(João de Barro, Alberto Ribeiro)
4 - Ai de Mim, Copacabana
(Caetano Veloso, Torquato Neto)
5 - É Proibido Proibir - Estúdio e Ambiente de Festival com Os Mutantes
(Caetano Veloso)
6 - A Voz do Morto - Ao Vivo com Os Mutantes
(Caetano Veloso)
7 - Baby - Ao Vivo com Os Mutantes
(Caetano Veloso)
8 - Saudosismo - Ao Vivo com Os Mutantes
(Caetano Veloso)
9 - Marcianita - Ao Vivo com Os Mutantes
(José I. Marcone, Galvarino V. Alderete, Vers. Fernando César)
10 - Torno a Repetir
(Caetano Veloso)
11 - Cinema Olympia
(Caetano Veloso)
12 - Hino do Esporte Clube Bahia
(Adroaldo Ribeiro da Costa)
13 - Charles, Anjo 45 - Com Jorge Ben
(Jorge Ben)
14 - Barão Beleza
(Tuzé de Abreu)
15 - Pula Pula (Salto de Sapato)
(Capinam, Jards Macalé)
16 - Cada Macaco No Seu Galho - Com Gilberto Gil
(Riachão)
17 - É Coisa do Destino
(Moacyr de Albuquerque, Tuzé de Abreu)
18 - Frevo do Trio Elétrico
(Osmar, Dodô)
19 - Tudo Se Transformou - Ao Vivo
(Paulinho da Viola)
Vamos às Letras.
1 - Samba em Paz (Caetano Veloso)
O samba vai crescer
Quando o povo perceber
Que é o dono da jogada
O samba vai vencer
Pelas ruas vai correr
Uma grande batucada
Samba não vai chorar mais
Toda gente vai cantar
O mundo vai mudar
E o povo vai cantar
Um grande samba em paz
2 - Cavaleiro (Caetano Veloso)
Quem vem lá sou eu,
Quem vem lá sou eu
Cavaleiro sou eu,
Longa estrada do breu
Cavaleiro sou eu
Quem vem lá sou eu,
Quem vem lá sou eu
A tarde escureceu
No caminho de Deus
Cavaleiro sou eu
Sou eu
Sete léguas de estrada,
Sete noites acordada,
Sete braços de mar
Sou eu,
Sete sambas de roda,
Sete palmos pra morte,
Sete mortes no olhar
Sou eu,
Sete vidas perdidas
Sete zangas sem brigas,
Nesse canavial
Sou eu,
Vim chamar o meu povo
Trago tudo de novo,
Vamos tudo acabar
Quem vem lá sou eu,
Quem vem lá sou eu
A cancela bateu,
Madrugada rompeu
Cavaleiro sou eu
3 - Yes, Nós Temos Banana (João de Barro, Alberto Ribeiro)
Yes, nós temos banana
Banana pra dar e vender
Banana menina tem vitamina
Banana engorda e faz crescer
Vai para a França o café, pois é
Para o Japão o algodão, pois não
Somos da crise, se ela vier
Banana para quem quiser
Yes, nós temos bananas
Bananas pra dar e vender
Banana menina tem vitamina
Banana engorda e faz crescer
Mate para o Paraguai, não vai
Ouro do bolso da gente não sai
Velho ou menino, homem ou mulher
Banana para quem quiser
Yes, nós temos banana
Banana pra dar e vender
Banana menina tem vitamina
Banana engorda e faz crescer
Banana engorda e faz crescer
Banana engorda e faz crescer
4 - Ai de Mim, Copacabana (Caetano Veloso, Torquato Neto)
Um dia depois do outro
Numa casa abandonada
Numa avenida
Pelas três da madrugada
Num barco sem vela aberta
Nesse mar
Nesse mar sem rumo certo
Longe de ti
Ou bem perto
É indiferente, meu bem
Um ano depois do outro
Ao teu lado ou sem ninguém
No mês que vem
Nesse país que me engana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim
Quero voar no concorde
Tomar o vento de assalto
Numa viagem num salto
Você olha em meus olhos
E não vê nada
Assim mesmo é
Que eu quero ser olhado
Um dia depois do outro
Talvez no ano passado
É indiferente
Minha vida, tua vida
Meu sonho desesperado
Nossos filhos, nosso fusca
Nossa butique na Augusta
O ford galaxie, o medo
De não ter um ford galaxie
O táxi, o bonde, a lua
Meu amor, é indiferente
Minha mãe, teu pai, a rua
Nesse país que me engana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim
Você olha em meus olhos
E não vê nada
É assim mesmo
Que eu quero ser olhado
Um ano depois do outro
Ao teu lado ou sem ninguém
No mês que vem
Nesse país que me engana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim, Copacabana
Ai de mim, Copacabana
5 - É Proibido Proibir (Caetano Veloso) - Estúdio e Ambiente de Festival com Os Mutantes
A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
Estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta ao porteiro
Sim
E eu digo não
E eu digo não ao não
E eu digo
É proibido proibir...
Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças, livros
Sim
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo
É proibido proibir...
(Caí no areal na hora adversa que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhos
Que são Deus
Que importa o areal, a morte, a desventura
Se com Deus me guardei
É o que me sonhei, que eterno dura
É esse que regressarei)
[Trecho do poema "D. Sebastião" de Fernando Pessoa]
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros
Sim
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê‑la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu! Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém. Vocês são iguais sabem a quem? São iguais sabem a quem? Tem som no microfone? Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores! Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada. E por falar nisso, viva Cacilda Becker! Viva Cacilda Becker! Eu tinha me comprometido a dar esse viva aqui, não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte: vocês estão querendo policiar a música brasileira. O Maranhão apresentou, este ano, uma música com arranjo de Charleston. Sabem o que foi? Foi a Gabriela do ano passado, que ele não teve coragem de, no ano passado, apresentar por ser americana. Mas eu e Gil já abrimos o caminho. O que é que vocês querem? Eu vim aqui para acabar com isso! Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil. Gilberto Gil está comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Acabar com tudo isso de uma vez. Nós só entramos no festival pra isso. Não é Gil? Não fingimos. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim. Entendeu? Eu só queria dizer isso, baby. Sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem… se vocês, em política, forem como são em estética, estamos feitos! Me desclassifiquem junto com o Gil! Junto com ele, tá entendendo? E quanto a vocês… O júri é muito simpático, mas é incompetente. Deus está solto!
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros
Sim
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
Fora do tom, sem melodia. Como é júri? Não acertaram? Qualificaram a melodia de Gilberto Gil? Ficaram por fora. Gil fundiu a cuca de vocês, hein? É assim que eu quero ver. Chega!
6 - A Voz do Morto (Caetano Veloso) - Ao Vivo com Os Mutantes
Estamos aqui no tablado
Feito de ouro e prata
De filó de nylon
Eles querem salvar as glórias nacionais
As glórias nacionais, coitados
Ninguém me salva
Ninguém me engana
Eu sou alegre
Eu sou contente
Eu sou cigana
Eu sou terrível
Eu sou o samba
A voz do morto
Os pés do torto
O cais do porto
A vez do louco
A paz do mundo
Na Glória!
Eu canto com o mundo que roda
Eu e o Paulinho da Viola
Viva o Paulinho da Viola!
Eu canto com o mundo que roda
Mesmo do lado de fora
Mesmo que eu não cante agora
Ninguém me atende
Ninguém me chama
Mas ninguém me prende
Ninguém me engana
Eu sou valente
Eu sou o samba
A voz do morto
Atrás do muro
A vez de tudo
A paz do mundo
Na Glória!
7 - Baby (Caetano Veloso) - Ao Vivo com Os Mutantes
Você precisa
Saber da piscina
Da margarina
Da Carolina
Da gasolina
Você precisa
Saber de mim
Baby, baby
Eu sei
Que é assim
Baby, baby
Eu sei
Que é assim
Você precisa
Tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção
Do Roberto
Baby, baby
Há quanto tempo
Baby, baby
Há quanto tempo
Você precisa
Aprender inglês
Precisa aprender
O que eu sei
E o que eu
Não sei mais
E o que eu
Não sei mais
Não sei
Comigo
Vai tudo azul
Contigo
Vai tudo em paz
Vivemos
Na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
Você precisa
Você precisa
Não sei
Leia
Na minha camisa
Baby, baby
I love you
Baby, baby
I love you
8 - Saudosismo (Caetano Veloso) - Ao Vivo com Os Mutantes
Eu, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado
Aquela flor
E outras mumunhas mais
Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E o mundo dissonante que nós dois
Tentamos inventar
Tentamos inventar
Tentamos inventar
Tentamos
A felicidade
Eu, você, depois
Quarta-feira de cinzas no país
E as notas dissonantes se integraram
Ao som dos imbecis
Sim, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
A bossa, a fossa, a nossa grande dor
Como dois quadradões
Lobo, lobo bobo
Lobo, lobo bobo
Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E eu fico comovido de lembrar
O tempo e o som
Ah! Como era bom
Mas chega de saudade
A realidade é que
Aprendemos com João
Pra sempre
A ser desafinados
Ser desafinados
Ser desafinados
Ser
Chega de saudade
9 - Marcianita (José I. Marcone, Galvarino V. Alderete, Vers. Fernando César)
- Ao Vivo com Os Mutantes
Esperada Marcianita
Asseguram os homens de ciência
Que em dois anos mais tu e eu
Estaremos bem juntinhos
E nos cantos escuros do céu falaremos de amor
Tenho tanto te esperado
Mas serei o primeiro varão
A chegar até onde estás
Pois na terra sou logrado
E em matéria de amor
Eu sou sempre passado pra trás
Sou logrado
E em matéria de amor
Eu sou sempre passado pra trás
Eu quero uma mina de Marte que seja sincera
Que não se pinte, nem fume
Nem saiba sequer o que é
Marcianita, branca ou negra
Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante
Serás, meu amor
A distância nos separa
Mas no ano 70 felizes seremos os dois
10 - Torno a Repetir (Caetano Veloso)
Torno a repetir meu amor
Ai ai ai...
Minha senhora
Onde é que você mora
Minha senhora
Onde é que você mora
Vou fazer minha morada
Por cima do morro, é lá
É lá, é‚ lá
Minha morada é lá
Torno a repetir meu amor
Ai ai ai...
11 - Cinema Olympia (Caetano Veloso)
Não quero mais
Essas tardes mornais, normais
Não quero mais
Video-tape, mormaço, março, abril
Eu quero pulgas mil na geral
Eu quero a geral
Eu quero ouvir gargalhada geral
Quero um lugar para mim, pra você
Na matiné do Cinema Olympia
Tom Mix, Buck Jones
Tela e palco
Sorvetes e vedetes
Socos e coladas
Espartilhos
Pernas e gatilhos
Atilhos e gargalhada geral
Do meio-dia até o anoitecer
Na matiné do Cinema Olympia
12 - Hino do Esporte Clube Bahia (Adroaldo Ribeiro da Costa)
Um, dois, três
Somos a turma tricolor
Somos a voz do campeão
Somos do povo o clamor
Ninguém nos vence em vibração
Vamos avante esquadrão
Vamos, serás o vencedor
Vamos conquistar mais um tento
Bahia, Bahia, Bahia
Ouve esta voz que é teu alento
Bahia, Bahia, Bahia
Mais um, mais um Bahia
Mais um, mais um título de glória
Mais um, mais um Bahia
É assim que se resume a sua história
Somos a turma tricolor
Somos a voz do campeão
Somos do povo o clamor
Ninguém nos vence em vibração
Vamos avante esquadrão
Vamos, serás o vencedor
Vamos conquistar mais um tento
Bahia, Bahia, Bahia
Ouve esta voz que é teu alento
Bahia, Bahia, Bahia
Mais um, mais um Bahia
Mais um, mais um título de glória
Mais um, mais um Bahia
É assim que se resume a sua história
Somos a turma tricolor
Somos a voz do campeão
Somos do povo, o clamor
Ninguém nos vence em vibração
Vamos avante esquadrão
Vamos, serás o vencedor
Vamos conquistar mais um tento
Bahia, Bahia, Bahia
Ouve esta voz que é teu alento
Bahia, Bahia, Bahia
Vamos conquistar mais um tento
Bahia, Bahia, Bahia
Ouve esta voz que é teu alento
Bahia, Bahia, Bahia
Um, dois, três, o Vitória é freguês
Um, dois, três...
13 - Charles, Anjo 45 (Jorge Ben) - Com Jorge Ben
Ôba, ôba, ôba Charles
Como é que é
My friend Charles
Como vão as coisas Charles?
Charles, Anjo 45
Protetor dos fracos
E dos oprimidos
Robin Hood dos morros
Rei da malandragem
Um homem de verdade
Com muita coragem
Só porque um dia
Charles marcou bobeira
E foi tirar sem querer férias
Numa colônia penal
Então os malandros otários
Deitaram na sopa
E uma tremenda bagunça o nosso morro virou
Pois o morro que era o céu
Sem o nosso Charles um inferno virou
Mas Deus é justo e verdadeiro
Antes de acabar as férias
Nosso Charles vai voltar
Paz e alegria geral
Todo o morro vai sambar
Antecipando o carnaval
Vai ter batucada
Uma missa em ação de graças
Vai ter feijoada
Whisky com cerveja
E outras milongas mais
Muitas queimas de fogos
E saraivadas de balas pra o ar
Pra quando o nosso Charles voltar
E o morro inteiro feliz assim vai cantar
Ôba, ôba, ôba Charles
Como é que é
My friend Charles
Como vão as coisas Charles?
Ôba, ôba, ôba Charles
Como é que é
My friend Charles?
Como vão as coisas Charles?
Ôba, ôba, ôba
Charles, Charles, Charles, Charles, Charles
14 - Barão Beleza (Tuzé de Abreu)
Barão, barão, barão
Num carnaval setentão
Barão, barão, barão
Mais uma vez campeão
Tamos aqui outra vez
Mais um carnaval
E o nosso bloco tá na rua
Tá na sua
Tamos aqui outra vez
Mais um carnaval
E o nosso bloco tá na rua
Tá na sua
Que hoje é dia de amor
Samba e alegria
Que hoje é dia de amor
Samba e alegria
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e dois
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e dois
Tamos aqui outra vez
Mais um carnaval
E o nosso bloco tá na rua
Tá na sua
Tamos aqui outra vez
Mais um carnaval
E o nosso bloco tá na rua
Tá na sua
Hoje é dia de amor
Samba e alegria
Hoje é dia de amor
Samba e alegria
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e dois
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e dois
Tamos aqui outra vez
Mais um carnaval
E o nosso bloco tá na rua
Tá na sua
Tamos aqui outra vez
Mais um carnaval
E o nosso bloco tá na rua
Tá na sua
Que hoje é dia de amor
Samba e alegria
Que hoje é dia de amor
Samba e alegria
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e um
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e dois
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e três
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e quatro
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e cinco
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e seis
Barão, barão, barão
Mil novecentos e setenta e sete
Barão, barão, barão
Mil novecentos e 2001
Barão, barão, barão
15 - Pula Pula (Salto de Sapato) (Capinam, Jards Macalé)
Foi no asfalto
Lá no alto
Que perdi o meu amor
No salto
No salto do sapato
Foi no asfalto
Lá no alto
Que perdi o meu amor
No salto
No salto do sapato
Pula, pula
Vê se não cai da ladeira
Vê se não pinta sujeira
Não deixa a coisa parar
Pula, pula, pula no asfalto
Vê se não marca bobeira
Vê se não cai da ladeira
Não deixa o salto no ar
16 - Cada Macaco No Seu Galho (Riachão) - Com Gilberto Gil
Cada macaco no seu galho
Xô xuá
Eu não me canso de falar
Xô xuá
O meu galho é na Bahia
Xô xuá
O seu é em outro lugar
Xô xuá
Não se aborreça moço da cabeça grande
Você vem não sei de onde
Fica aqui não vai pra lá
Esse negócio da mãe preta ser leiteira
Já encheu sua mamadeira
Vá mamar noutro lugar
Xô xuá
Cada macaco no seu galho
Xô xuá
Eu não me canso de falar
Xô xuá
O meu galho é na Bahia
Xô xuá
O seu é em outro lugar
Xô xuá
Eu não me canso de falar
Xô xuá
O meu galho é na Bahia
Xô xuá
O seu é em outro lugar
17 - É Coisa do Destino (Moacyr de Albuquerque, Tuzé de Abreu)
Tudo
Caminhando direitinho
Coisa decidida
Mas veio o destino
E resolveu
Agora se meter
Na nossa vida
Cheguei da rua
Entrei no apartamento
Foi grande
O meu sofrimento
Quando vi tudo vazio
Mas você não tem culpa
Você também
Não queria destruir
Mas destruiu
É coisa do destino
Tudo
Caminhando direitinho
Coisa decidida
Mas veio o destino
E resolveu
Agora se meter
Na nossa vida
18 - Frevo do Trio Elétrico (Osmar, Dodô)
Abra alas minha gente
Que o frevo vai passar
É o famoso trio de Dodô e Osmar
Quando à rua sai, alegria é geral
É quem mais anima nosso carnaval
Pula gente bem
Pula pau de arara
Pula até criança
E velho babaquara
O frevo da Bahia
Alegria nos dá
Com o trio elétrico de Dodô e Osmar
19 - Tudo Se Transformou (Paulinho da Viola) - Ao Vivo
Vai, meu samba
Tudo se transformou
Nem as cordas do meu pinho
Podem mais amenizar
A dor
A razão desta tristeza
É saber que o nosso amor passou
Violão, até um dia
Quando houver mais alegria
Eu procuro por você
Cansei de derramar
Inutilmente em suas cordas
As desilusões desse meu viver
Ela declarou recentemente
Que ao meu lado não tem mais prazer
Ficha Técnica
Um projeto Universal Music dirigido por Charles Gavin, supervisionado por Caetano Veloso e coordenado por Ricardo Moreira.
As faixas inéditas Hino do Esporte Clube Bahia (1968) e Cinema Olympia (1969) foram originalmente gravadas em 4 canais e mixadas por Damian Seth no Júpiter 2 - Rio de Janeiro em outubro de 2006.
Arquivo de tapes: William Tardelli
Masterizado por Ricardo Garcia no estúdio Magic Master (RJ)
Consultoria e colaboração: Rodolfo Martin
Assistentes do projeto: Beth Araújo, Alice Soares e Maysa Chebabi
Direção de arte: Gê Alves Pinto
Design e ilustrações: Flavia Oliveira
Foto Caetano: Paulo Salomão/Editora Abril
Coordenação gráfica: Geysa Adnet
Agradecimentos: Antoine Midani, Sidney Pereira da Costa e Evangelina Maffei.