Muhammad Ali
Cassius Marcellus Clay, como está na canção de Jorge Ben, virou Mohamed Ali, ou Muhammad Ali, assim como Ben virou Benjor. Esse homem extraordinário nasceu no mesmo ano que eu e Gil e Milton e Paulinho da Viola. Assim, o nome Cassius Clay pôde ser tão grande em minha mente quanto o nome muçulmano que ele escolheu depois de adulto e campeão. Eu o admirava mesmo sem me interessar por box. Assim como admirava Airton Senna mesmo tendo quase repulsa por corridas de automóveis. Mohamed Ali está na minha canção sobre a ressurreição do Índio. Uma profecia louca do passo que a humanidade dará. É o primeiro da série de nomes de heróis que, na letra da canção, são metonímia desse salto, sendo seguido de Peri, Bruce Lee e todo o Afoxé Filhos de Gandhi. Jorge Benjor, autor de "Cassius Marcellus Clay", também já surgiu, em outros contextos, nessa minha lista. E ele louvou o grande Narciso Negro.
Caetano Veloso, 04/06/2016.