Natal

Muito bom o jantar de Natal ontem, sem árvore de Natal (que eu detesto) e com meus irmãos Mabel, Rodrigo, Bob, Maria Bethânia, Irene, meus sobrinhos Maria e Jota, e meu sobrinho-neto Caio. Eles trouxeram cônjuges e amigos. Apesar de não haver presépio (que eu adoro), foi a noite de Natal mais linda dos últimos anos. Hoje, 25, faz 7 anos que minha mãe morreu. Termos estados juntos ontem trouxe a alegria que ela espalhou e sentiu de volta, matizando a saudade sem fim que temos dela, de meu pai, de Nicinha e, talvez principalmente, de Clara. Acho que podemos usar a expressão clichê: Feliz Natal.

Caetano Veloso, 25/12/2019. 

O dia de Natal passou a ser também o dia em que minha mãe morreu. Era uma grande alegria tê-la viva. Claro que alegra também saber que ela viveu bonito por tanto tempo e morreu bonito num 25 de dezembro. Infelizmente não sei rezar como ela chegou a saber. Talvez tenha aprendido (principalmente com ela) que reconhecer a beleza da vida é uma maneira de rezar. Hoje, no dia de Natal, sinto como é difícil reencontrar a beleza. Não temos, no entanto - e muito menos eu que sou filho dela - o direito de abandonar a festa. A festa de tudo o que há, que é o que significa o jeito como ela habitou este mundo. Ela pôde dizer que a ideia de um Natal feliz resiste a toda tristeza. O mais justo com sua memória é acertar a ser feliz.

Caetano Veloso, 25/12/2023.

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