Orlando Tapajós

Orlando Tapajós falou diretamente ao meu espírito quando voltei do exílio. Falou pelo Brasil. Meu país amado tinha se tornado meu inimigo, governado por homens truculentos que me puseram na cadeia. No carnaval de 1972 o Trio Elétrico Tapajós estampava na proa de seu caminhão/foguete a palavra CAETANAVE, ao tempo em que seus músicos tocavam minha "Chuva, suor e cerveja" e eu dançava em meio ao meu povo sob a chuva que começou a cair. O Trio Tapajós foi o mais importante da minha adolescência: Dodô e Osmar tinham parado de sair, só voltando depois do sucesso de "Atrás do trio elétrico". No domingo, os trios baianos homenagearam Orlando na Praça Castro Alves. Grande Grande Grande Orlando. Uma das mais sérias razões para se amar a Bahia. Impulsionador do carnaval brasileiro, salvador do Brasil.

Caetano Veloso, 18/06/2018. 

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