Tônia Carrero

Tônia foi uma das belezas femininas mais admiradas do Brasil. É figura forte na vida das pessoas da minha geração. Dando entrevistas, era genial. Fiz uma música a partir de uma resposta dela a um entrevistador de TV. A canção chama-se "Rai das cores". Perguntaram a ela qual sua cor preferida e ela respondeu: "Depende de pra quê. Pra umas coisas prefiro certas cores, para outras, outras". Antes (num momento que Antonio Cicero e eu sempre comentamos com encantamento) ela tinha enfrentado a pergunta-bordão que sempre abria o programa: "Você promete dizer a verdade, toda a verdade, nada mais que a verdade?" de modo desarmante. Ela disse: "Só se eu estivesse louca, Sargentelli", entregando o nome do apresentador, que não aparecia, era apenas uma voz que assombrava a entrevistada no centro da sala vazia. Tônia Carrero foi beldade apaixonante mas também figura de grande importância na história do teatro brasileiro. Quem a conhece apenas como figura da TV precisa saber que, junto com Adolfo Celli (ator e diretor italiano que viveu muitos anos no Brasil e, mais tarde, veio a ser figura conhecida como vilão de blockbusters cinematográficos) e Paulo Autran, ela formou a companhia Tonia-Celli-Autran, que veio do Teatro Brasileiro de Comédia e montava grandes clássicos do teatro mundial.

Caetano Veloso, 04/03/2018. 

Postagens mais visitadas deste blog

O Leãozinho (Caetano Veloso)

Os Argonautas (Caetano Veloso)

Nicinha (Caetano Veloso)