Aqui Caetano voltando a falar: (14/08/2008)
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Sim. “Outros viram“, essa peça rara de Gil com Mautner (Gil com Mautner parece o nome de um coquetel), Gil liqüefazendo a pedra de crença de Mautner na grandeza do Brasil. Veja só. Eu, que vivo por isso e para isso, estranho. Acho que eu sou estranho.
Em Istambul um jornalista me perguntou qual a manifestação cultural brasileira recente que mais me interessa. Respondi: “os textos do filósofo Antonio Cicero. Seus livros O Mundo Desde o Fim e Finalidades Sem Fim e seus artigos na Folha de São Paulo”. De fato, O Mundo Desde o Fim é um osso duro de roer no ambiente metade frankfurtiano metade pós-estruturalista da produção acadêmica brasileira. Sendo que o aspecto mais Heidegger de Adorno e de Derrida dominam até (ou sobretudo) nos que mais se sentem à esquerda. Gosto mais de O Mundo Desde o Fim até do que de Roberta Sá, Maria Rita, Mariana Aydar, Vanessa da Mata, Marisa Monte e Adriana Calcanhotto. E do que de Dois Filhos de Francisco ou mesmo de Saneamento Básico. Mais do que dos 3 discos do +2. Mais do que Bendito Fruto.
O Mundo Desde o Fim não foi enfrentado. Justamente não vale dizer que é uma regressão para antes da filosofia modernista (uso modernista aqui no sentido do modernismo artístico e literário) do século 20: Heidegger e Wittgenstein (sem falar nos marxismos com a adesão confusa apesar de obstinada de Sartre). É um golpe luminosamente lógico nesse suposto avanço. Mas sou de temperamento rebelde e revolucionário (embora descreia de quase todas as revoluções) e procuro no mundo os sinais das profecias de Gil/Mautner, das propostas (também proféticas) de Mangabeira e das possibilidades sombrias que as notícias trazem. Agora mesmo defenderia o fundamento ultracartesiano de Cicero contra os desconfiados da razão, do indivíduo, do sujeito, dos direitos universais e do absoluto. Mas estaria sempre em guarda com o risco de acharmos que já chegamos e que não vale buscar alternativas. Em suma, sou muito de esquerda. Estão me achando ultrapresunçoso, dizendo esses nomes assustadores e fingindo intimidade com a complicação do que pensam os portadores desses nomes? Ótimo. Desobedeço Hermano que me pediu para ser menos difícil.
Isso tem graça porque sinto certa tristeza por ter abandonado o tom e as palavras poucas e fortes, claras e diretas do Cê (o que me deu um trabalho imenso para atingir) e ter voltado em parte às idéias gerais, “grandes”, barrocas e às referências ao Brasil de composições pré-Cê. Diferentemente de um que escreveu aí, sou louco por Cê. E tenho a pretensão de ser capaz de seguir no mesmo caminho, se decidir fazê-lo. Mas acontece que não decido. Entrei nesse transe de samba e nessa nova transa de rock com samba que me apaixonou. O incrível é que a Banda Cê se mostra igualmente rápida na percepção desse lance quanto no das músicas de poucas palavras. O Ben Ratliff, crítico do New York Times, numa crítica do Cê, escreveu que ali estavam minhas melhores letras em décadas. Conversando com ele num boteco no Lower East Side, perguntei que onda era essa, desde quando ele entendia português para afirmar algo assim. Mas a verdade é que concordo com ele. Não sei julgar as letras novas (fiz tudo a partir da música, sobretudo das levadas de bateria), mas sei que são mais palavrosas, mais caetânicas num certo menos bom sentido, do que as do Cê. Mas há coisas que só apareceriam depois do Cê. Na verdade, tudo só apareceria como aparece por causa de termos feito o Cê antes. O modo como vêm os nomes de Lula e FH, sem comentários mas com grande riqueza de significado, na música Lapa (que vou apresentar no Casa Grande, junto com Lobão tem Razão e as outras nova todas - que com Diferentemente já são dez) só me surgiria com essa liberdade porque há Odeio e Homem e Rocks. Não me arrependo.
Hermano me chamou a atenção para o fato de que ninguém fez até agora o que estamos fazendo: exibindo um repertório novo em shows e na internet, antes de gravá-lo no estúdio, em riqueza de detalhes do seu desenvolvimento. Uma das forças do Cê foi o segredo sobre o que viria. Agora é o compartilhar com ouvintes obscenamente as intimidades da feitura. Quando o disco estiver pronto (espero que até outubro) os interessados já terão versões ao vivo, em etapas diferentes, das canções. E ainda essa minha falação indiscreta. Sou leonino falador.
Por que não falo da poesia de Cicero? Talvez porque ela seja mais forte do que a sua filosofia e eu não me sinta nunca à vontade para falar de poesia. Acabo de ler um romance da escritora portuguesa Inês Pedrosa em que o poema Guardar e citado na íntegra. E é mesmo fantástico. Cicero tem a luz dos clássicos mas jamais a dicção dos neo-clássicos: um poema “menor” de Drummond (sobre surfistas na praia, algo assim), relido por ele, mostra-se nada “menor” - e é exemplo magnífico de sensibilidade clássica (quer dizer grega, romana, pagã). Mas Cicero é um anti-Ricardo Reis. O poema O Não, de Eucanaã Ferraz, me fez chorar quando li pela primeira vez - e me fez chorar quando li pelas vezes seguintes (foram várias primeiras vezes). Eucanaã - com tudo que guarda de atenção ao rigor de Cabral - tem uma dimensão romântica, uma descendência romântica, que Cicero não tem. Não entendo nada de poesia: só falo desses dois porque são meus amigos e seus poemas chegam a minhas mãos com facilidade.
Caetano Veloso. |
“Diferentemente” é bem bacana!
É tipo música para abrir o disco.
rs
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O que respondeu Ben Ratllif quando você perguntou desde quando ele entendia português para poder afirmar aquilo? Muitas vezes acho os críticos tão cara-de-pau que fiquei curiosa.
“com Cê”, te acho mais você. vivo. em beleza, e feliz. como essência, referência, ou lembrança apenas. falando pouco ou quase tudo. vale a pena menos que Cê?
Na onda da bunda e do Lower East Side, o processo exposto eh Big Brother, eh o hoje, e decidir quando se estah em transe eh realmente muito dificil.
Joana tá certo o “Cê” é vivo, belo, feliz…mas o Cê representa aquele momento. Desculpe a pretenção, a aparente arrogância e a tentativa de defender quem não a necessita: mas acredito, que o erro seria justamente a realização de um outro “Cê” e nada menos Caetano seria a realização de um novo trabalho com cara de volume 2. A graça e a beleza está na possibilidade do risco. Somente assim, esse novo trabalho valera a pena.
Ainda bem que vc não seguiu o conselho de Hermano. o seu jeito de dificultar nos leva a sair de labirintos crados pela “facilidade”. e com isso, fica provado que não só é possível filosofar em alemão.
Sempre me questiono sobre o título de Antonio Cícero “o mundo desde o fim” tentando associá-lo a canção “outros românticos” do longplayng “o estrangeiro”, devido ao verso de mesmo nome; gosto da complicação temporal de “uma outra idade média situada no futuro, mãos no passado” e da “religião simulada pelos tais irredutíveis ateus”; evidentemente não entendo esta canção de modo objetivo (que pretensão), mas creio que estes outros românticos, este ceticismo pós-moderno (não mais fascinante)contraposto ao marxismo frankfurtiano deve estar presente no livro de Cícero (não li), esta coisa toda de racionalismo x irracionalismo, a decadência da razão e coisa e tal; mas o que eu ficaria felicíssimo em saber, voltando ao meu questionamento, é se esta canção pode ser dita como uma espécie de resenha do livro de Cícero, e ao mesmo tempo o contraponto ao “ultracartesianismo” da razão, que, provavelmente, muito provavelmente, estaria em Jorge Mautner (lembra a frase dele tirada do Nietzsche? “somente quem tiver o “Kaos” dentro de si, poderá dar luz à grande estrela bailarina”?) Falando em pós-estruturalistas (Derrida), que vontade de saber o que o Caetano pensa de Foucault (que não é nem pré e nem pós estruturalista, penso eu).
gilmautner, nome de um novo coquetel?!sensacional!
lichia,amora,gim,vinho do porto,e o que mais?
antonio cicero,filosofia e poesia,curiosamente assisti um programa da bia correa do lago entrevistando o poeta e achei antonio cicero pop muito pop…kkkkkk….by the way… ele recitou guardar e é bacana pacas….
certa vez o encontrei no elevador saindo da biblioteca da puc e perguntei:
ele disse que justamente por isso(pelo fato d ser um poeta) precisa de uma biblioteca………assim entendi sua resposta……..salvo melhor engano…
caetano apenas sinta e faça o que venha a te deixar apaixonado….talvez o misterio do samba tenha pego vc…..parafraseando zeca pagodinho…
deixa o samba te levar……….samba leva vc
deixa o samba te levar………..samba leva vc
a pergunta seria valer a pena qualquer coisa que tenha o ce como start e que va alem…. alem do samba…..como misterio da infusaõ da alma do samba no rock….
sinceramente não há nada mais lindo agora fazendo juizo de valor de minha parte do que gema cantado por tereza e caetano……….é de uma beleza estonteante…..
ce me parece embrionário e um start desta ideia de transamba……é simplesmnete delicioso cais….esse sim um transamba genuino….
agora lobão nunca tem razão…….lobão é mainstream………fhc e lula merecem menção em letra de musica?
gosto mais de roberta sá e vanessa da mata do que todos os discos +2 ………….
gosto mais de saneamanto basico do que dois filhos de francisco……..
qualquer coisa que se sonhara….rock e samba o que dara?
aogra te pergunto caetano
caetano,
1]”Gil com Mautner parece o nome de um coquetel”, “caetanêsca”…hahahahaha, adorei os toques de humor nesse seu artigo sensacional.
2]daqui uns 30 anos, neguinho vai dizer “pô, o banda larga cordel do gil eh genial!”
3]ironicamente ou não [esse "ou nao" me remete imediatamente ao walter franco], vc e o lobao fazem as melhores letras “roqueiras” hj no brasil. as mais corajosamente confessionais.
4]quanto ao q vc se referiu como “area nobre” do pop mundial, o indie/pop/rock, duas palavras: ben folds.
5] espero q nao seja tarde para desejar-lhe um feliz aniversario.
O dado novo é a Internet, mas o próprio Caetano já havia feito algo parecido com o que está fazendo agora em “Velô”. Naquela época (1984), ele apresentou suas músicas novas (”Podres Poderes”, “O Quereres”, “Língua”) nos shows e só depois lançou o disco. Lembro que li as letras num jornal (A Folha, talvez) e fiquei curiosíssimo para ouvir as canções. Quando vi o show, no Recife, o disco já estava lançado, mas ainda não chegara às lojas de João Pessoa, onde moro. Se não estou enganado, o próprio Caetano, quando lançou “Cê”, fez alguma associação entre o grupo que hoje o acompanha e a banda de “Transa”. A associação que fiz foi outra: desde o início, “Cê” me remeteu a “Velô”. Afinal, são as duas experiências mais marcantes de Caetano com a sonoridade do rock.
Sílvio Osias
Pena mesmo, Caetano, é a Obra em Progresso ainda não ter decidido por sua total amplitude. Mas acho que, com o tempo, a coisa toda fica contida. Já tentei me fazer notar aqui, sem sucesso. O moderador sempre barra minha tentativa de mostrar-lhe meu trabalho como quando você surgia, novo, antes de tudo, com um classificador sob o braço, cheio de estrelas cuneiformes no papel… E quem diria que aquele viria a ser conhecido em todo o mundo como o genial Caetano Veloso?… O Mundo desde o fim, certamente não foi enfrentado. E ainda bem! Já pensou? Risos… Bom, acho mesmo que a música popular brasileira, a música do Brasil, barroca ou trans, é forte, imensa e bela. Eu queria mesmo deixar aqui um site meu onde se pode ouvir minhas canções, sambas, etc. Mas serei vetado, então acho que comentar seu post é seguro para me fazer lido. Essa idéia de apresentar canções primeiro na net é o máximo. Prova de atualização. Tudo passa pela net, como tudo antigamente, pela baía de todos os santos… O fato é que gosto. Caetano se sonhar ainda é possível, tenho um sonho: ainda canto contigo. Verdadeiramente. Grande abraço!
“Diferentemente” è l’unica tua canzone che non mi piace.
Caetano: eu disse para você não ser difícil? eu que gosto de tudo dificílimo?
(Spinoza: é a última frase da Ética - ela é quase uma reza para mim: “Mas tudo que é belo, é tão difícil quanto raro.”)
coloquei um monte de links no seu texto, para facilitar a leitura - rsrsrsrsrs
se as pessoas forem clicar num só link, peço que seja no de Outros Viram (coloco aqui novamente: http://www.youtube.com/watch?v=hsk0I73RcsY ) - tem que ver o vídeo até o fim
neste outro link http://www.bandalargacordel.com.br/sobre_banda.php é possível ver comentários em vídeo de Gil sobre cada uma das faixas de Banda Larga Cordel
Cleithsania
Caetano é a propria poesia transsantoamarense. é genial. quanto a “outubro chegar”, por um lado vai ser muito bom; por outro, o site vai deixar bastante saudades.
Hermano,
obrigado pelos os links, despertam conhecimentos.
Por isso, com Cê ou comigo, ‘guardar’ tal progresso é ler/ouvir continuações no mesmo fôlego, associações, transvios e provocações. Guardar oCê é fotografar tal obra em construção sem capacete ou filtro. É navegar daqui pra lá, equilibrista, de lá pra cá, no ritmo particular. Mesmo assim, achar que você, às vezes, exagera e transborda. Aprendo a guardar também a idéia do vôo de um leão.
o toque do hermano é bem bom de conferir o link do gil comentando o samba novo dele. li o comentario do caetano e fui ouvir a canção. primeira coisa que me veio a cabeça foi o gil e o mautner se uniram pra fazer um samba exaltação, e samba exaltação ja lembra aquele negocio meio fascista do getulio e estado novo e coisa e tal, mas depois fiquei pensando (não tanto nas coisas de crença no Brasil que o gil fala no video, mas também nisso) na questão racial que o gil foi umas das primeiras pessoas a abordar e no quanto o movimento negro, os cantores de rap e toda um certa litaratura e certa sociologia (que seriam os seguidores de gil em abordar essa questão, mas seguidores nos entido de quem vem depois não necessariamnete de quem segue os passos de outrem) rejeitam essa visão da mestiçagem, vista como coisa do velho ( e supostamente patriarcal, ultrapassado) gilberto freyre. è bonito o gil afirmar , nesse momento especifico, a fé no brasil, a fé na possibilidade do que a mesticagem trouxe para o brasil. forte tb a veemencia emocionada dele.
citando O MUNDO DESDE O FIM, lembra a musica “Os Outros Românticos”, lançada em 1989….
canção que Caetano não faz ao vivo desde a turne ESTRANGEIRO.
quem sabe não entra na turne do disco novo… hehe
tymedeiros@gmail.com
Me parece que “el problema” (si es que lo hay) es que en las canciones nuevas Caetano se parece a Caetano y eso es algo a lo que no nos tiene acostumbrados. Por eso alguien dijo aquí que este disco parece un volumen 2. Te exigimos mucho eh!- Sí, las letras de CE son más intensas y carnales… quizás porque pertenecen a un período más sufrido y con “mixed emotions”. Leí que muchos ven a un Caetano feliz en CE… Yo no lo viví así (a mí la mayoría de esas letras me transmitían angustia) pero cada uno interpreta lo que interpreta. Y yo tampoco sé mucho portugués pero me parece que lo esencial lo entiendo (ojala!). Para mí las letras nuevas son un tanto “numb”. Ese mito de que para componer grandes canciones hay que sufrir será cierto? Espero que no.
Igualmente me parece súper válido tu camino Caetano. Cuando se está en la búsqueda de una transformación y se busca un nuevo sonido y se encuentra un camino hay que insistir. Lo que le falta al nuevo material es un poco de evolución… pero se supone que sólo estamos oyendo el ensayo. Me encantaría ver alguno de los videos de las nuevas con Jacques Morelenbaum y oír cómo queda el cello en Tarado u Deusa Urbana. (El tango no lo pido porque ya lo hice y nada).
Igual jugate más con las letras Cae. JUGATE y seguí jugando. Como dice Calamaro en “Paloma” …”porque vivir es jugar y yo quiero seguir jugando”
Caetano, primeiro escrevo meu texto e depois dou uma lida nos outros comentários e percebo que de uma forma ou outra todos acabaram escrevendo sobre a sua reflexão. Vou começar pelo fim do texto. Ironia achar que não entende de poesia. Compreende a poesia e faz, e vive nas letras, nas músicas, no próprio falar sobre a poesia. A compreensão transcende o absoluto. Você compreende. Penso em Gadamer. Sobre o livro do Cicero, não estou com o exemplar aqui, mas creio que é lá por 1996, o ano que li. Gosto muito deste livro “O mundo desde o fim”. Não tenho a mesma crítica do Cícero, não vejo como ele vê, mas creio que o livro é um referencial para alguns pensamentos que ando tendo ultimamente. Aliás, sempre. Esses dias quando li você fazer a defesa da democracia representativa lembrei do livro do Cícero. Isso é muito bom, e acho que através dessas reflexões o esgotamento do pensar parece não estar chegando no seu fim. Sempre pensarei sobre o fim da modernidade. Mais do que nunca o pensamento contemporâneo está contemplado por paradoxos. E viva o paradoxo!
Dúvida! Será que o Antonio Cícero “deletou” o Lyotard?, ou complicou a tese do nosso Sérgio Rouanet?
A Exequiela Goldini lembrou uma coisa interessantíssima, num dos shows do Obra no Vivo, rolou o Jacques em Deusa Urbana… Quem viu e ouviu constatou, ficou linda! Hermano, tem como publicar?
Abraço.
Caetano,
Não sei se gosto do conjunto de canções desse novo disco. Quando comecei a ouvir algumas delas, fiquei pensando nas possíveis associações com o “Ce”. Então, imaginava que o disco estaria ” de cara alegre cruel, feliz e mal como um pau-duro”.Mas não foi isso que aconteceu. Longe das letras concisas e das imagens poéticas fortemente condesadas de “Ce”, este disco parece ser uma explosão verborrágica que, ás vezes, incomoda um pouco. E o que é mais curioso é que ele se distancia da trama conceitual construída por Caetano para “explicá-lo”. Parece que a proposta “estética” não se realiza nas canções,e isso é sério. É como se houvesse uma distãncia muito grande entre canção e conceitos. E parece que este é um drama vivido pelo Caetano em toda a sua brilhante carreira de compositor, e pensador da cultura brasileira.
Esse negócio de sujeito culto dizendo que não entende nada de poesia já passou da hora de ser brincadeira e virou falsa modéstia falsa.
Saravá.
no link acima, voce encontrará em PROMOÇÃO, um lance para ganhar convite para o show do Caetano na semana que vem no LEBLON.
A pessoa terá de se cadastrar no site, e fazer um FRASE, relacionada ao CAETANO.
As melhores frases ganharão convite pra gravação do DVD de Caetano, nos dias 18 ou 19 de agosto.
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A ‘brincadeira’ vale até a meia-noite de DOMINGO, 17 de agosto.
Marcos Aurelio,
eu gosto muito do Noites do Norte. Por outro lado, concordei com o jornalista PEDRO ALEXANDRE SANCHES na época desse disco: o Caetano parece querer confirmar o disco anterior no disco posterior [talvez referindo-se ao FINA ESTAMPA, TIETA, LIVRO, NOITES DO NORTE].
Foi um momento importante para carreira do Caetano ter o Jaques ao seu lado.
O disco Livro talvez, na época, tenha sido mal recebido. Eu adoro ouvir “Alexandre” e “Manhatã”.
O Noites do Norte cresceu mais ainda quando foi levado aos palcos, embora até hoje acho que a não inclusão da ótima “Cantiga de boi” no show, uma coisa ruim.
O disco novo tem tudo para entrar no time de Circulado, Estrangeiro, Caetano 87…
Vamos aguardar.
Hoje de manhã só lembrava do nosso campeão olímpico das piscinas que botou todo mundo chorando com ele numa manifestação que desconcertou todo mundo no mundo todo. Antes disso ele foi herói e disse que ganharia a prova que estava por disputar, ao vencer entupiu quem via ali arrogância, mas mais que isso, afinal o que tem isso a ver com simone dizendo que venderia mais de um milhão de discos ( e caetano que não era sabão em pó). Vendo um especial do coldplay na bbc tomei um susto: nós somos a maior banda do mundo, 3 minutos depois eu aceitava, quem o desdiria? Durante o show enquanto cantavam com a platéia exuberantes, ele saudou dizendo: nós ingleses cantamos muito bem…o campeão jamaicano dos 100 metros livres ao cruzar a linha de chegada batia no peito feito Bethânia…o que tem isso tudo a ver com o homem cordial e modesto, humilde que aprendemos a admirar. Que mundo é esse? Enquanto celebramos o cinquentenário da Bossa Nova fomos atropelados pelo cinquentenário de Madonna na midia…fora do Brasil ninguém lembrou da Bossa Nova, ou quase nada…nosso ministro especulava como legitimar a música grátis, Madonna deve comemorar, o mercado fica pra ela. A Bossa Nova caminhou entorpecida pelo subsídio estatal e ficou de fora do mercado, velha e envelhecida, com ingressos quase de graça, nossa música de qualidade sem valor entre nós, e isso não é por acaso, é a contra política. Agora temos que redescobrir o caminho, reencontrar o samba e pavimentar nossa expressão para o mundo, daqui e de lá fora. Melhor assim, perdemos o tempo necessário. Que música vai querer a nova classe média do Brasil, que se expande…se a baixada é funk, o que será na não baixada, que expressão vai nos fazer bater no peito? Nós queremos ganhar medalhas.
oi gil lopes: você disse “nosso ministro especulava como legitimar a música grátis” - acho que gilberto gil estava propondo um outro tipo de debate (nada a ver com sair dando músicas grátis por ai…) - escrevi sobre isso aqui: http://www.overmundo.com.br/overblog/o-contrario-do-liberou-geral - mas acho que o Obra em Progresso não é o melhor lugar para conversar sobre este assunto - podemos continuar a conversa, se você quiser, lá no link acima do Overmundo - abraços
Tyrone de medeiros,
Gostei dos seus comentários. E concordo contigo em relação ao lugar do “transrock” dentro da produção musical de Caetano. Sinceramente, não gosto do Pedro Alexandre Sanches, nunca gostei dos textos que ele escrevia na folha de São Paulo, sobre música popular brasileira. Achava-os muito mal escritos e tendenciosos. o livro dele é bem ruim, mas a pesquisa que ele faz é boa e importante, o problema são as ( péssimas) interpretações…Tenho discutido muito com meus amigos sobre a obra de Caetano, porque gosto de dizer que prefiro os discos da fase “madura”, quer dizer, “Velô”, “Caetano ( disco lançado em 86)”, ” Totalmente demais”, Caetano 87″, “Estrangeiro”, Circuladô”, Tropicália 2″, Fina Estampa, Livros, Omaggio a Frederico e Giulieta, noites do norte,o disco com Mautner, e este surpreendente Cê. Não gosto daqueles que dizer que Caetano só era bom na época da tropicália, ou até o disco transa e araça azul. As canções que você listou de “Livros” são belíssimas, adoro manhatã, alexandre, livros, os passistas e doideca. Do noites do norte, acho ótima a “Cantiga de boi”, além de zera a reza, tempestades solares, IA, e outras
Agora… Não ter “Ia”, “Comeu”, “Garfiti” ou “Tá combinado” no Cê ao vivo me fez bem mais falta.
salve hermano! e viva gilberto gil! interessante sua mediação…eu só venho aqui porque quem fez minha cabeça foi caetano e se ele tem blog eu quero mais é engrossar o caldo. Desafinei? pode ser, não há nesse mundo quem queira mais bem a gilberto gil que eu e isso é importante pra mim por isso bato no peito. mas eu entendo, a gente quer organizar a zona e estabelecer os foruns de debates, mas ai…os blogs…um minuto de silêncio, estamos todos sob o impacto da presença musical de João e da ausência santa de Caymmi…amém
Jorge Freitas disse:
Novembro 6th, 2008 at 4:09 pm
06/11/2008 - 09h04
Após vitória de Obama, Ku Klux Klan diz que presidente eleito é “só metade negro” Publicidade
DIÓGENES MUNIZ
editor de Informática da Folha Online
O pastor protestante e diretor da Ku Klux Klan, Thomas Robb, declarou após a vitória democrata na corrida à Casa Branca que o presidente eleito dos EUA é “só metade negro”. A KKK é a associação racista mais famosa do planeta, identificada historicamente por seus capuzes brancos, cruzes incandescentes e crimes raciais.
Em um texto publicado no site do grupo supremacista branco, Robb afirma que “Barack Obama se tornou o primeiro presidente mulato dos Estados Unidos”, e não negro, já que “ele não foi criado em um ambiente negro”. “Ele foi criado por sua mãe [branca]“, argumenta, na nota entitulada “América, nossa nação está sob julgamento de Deus