Bahia (17/08/2008)


BAHIA
17/08/2008 1:43 am
Caymmi completou sua vida luminosa. Saí do ensaio das músicas de Jobim com Roberto Carlos e fui à Câmara Municipal ver a cara dele pela última vez. Beijei Nana. Rimos. Não pode haver um jingle turístico mais perfeito do que “Você já foi à Bahia?”. E nenhum seria assim puro de toda ansiedade comercial. É que não é para “turistas”. Não tem desprezo nem raiva dos turistas, mas é para quem quer que seja uma “nêga” que mereça ser chamada assim (claro que isso pode ser mulher ou homem: estou falando de algo essencial numa alma humana). Caymmi trouxe a coloquialidade mais natural para os versos e as notas das canções. A melodia inicial de “Você já foi à Bahia?” tem as interrogações no lugar certo, a vírgula no lugar certo, o ponto final no lugar certo. “Você já foi à Bahia, nêga, não? - então vá.” vem em frase melódica que canta a nossa fala natural. E segue assim, na entonação de “Quem vai ao Bonfim, minha nêga”, onde a vírgula entre “Bonfim” e “minha nêga” cai certinho, e esse “minha nêga” vem em notas mais baixas (e ainda descendentes), exatamente como quando alguém (sobretudo um baiano) fala. E a gradação virgulada de “muita sorte teve, muita sorte tem, muita sorte terá”, seguida da volta da pergunta inicial, agora com o ponto final mais definitivo, incidindo sobre a fundamental! E - depois do refrão “então vá” repetir-se ritmicamente seguindo a série “lá tem caruru”, “vatapá”, “mungunzá” - abre-se aquele largo das “sacadas dos sobrados da velha São Salvador…” que eu repeti quase todo (menos o último verso) em “Terra”. Há aí bandeira de que se trata de obra de extração popular, quase iletrada, nas inadeqüações prosódicas de “velha” (que, por força da melodia torna-se - ou tornar-se-ia - “velhá”) e de “tempo” (que vira “tempu” - ou, se você for gaúcho ou paranaense, “tempô”)? Há. É feio? Não. Fica pior quando se tenta “corrigir”? Nem assim. Não fica menos rica essa canção por alguém mudar um pouco a melodia para forçar uma adeqüação prosódica. Nem por alguém entregar-se à deformação popular dos paroxítonos em oxítonos. “Você já foi à Bahia?” é uma jóia perfeita. E, além de ser uma banalidade, é um retrato passadista da cidade. Mas será? Na verdade é um retrato atemporal, um retrato essencial, o retrato de algo que dura mais do que as mudanças que surgem e morrem em pouco tempo. Esse mundo (de aparência passadista mas referido a durações mais profundas - e de extrema naturalidade de dicção) reencontra-se nos sambas todos que Caymmi fez e cantou: “Lá vem a baiana”, “Requebre que eu dou um doce”, “A vizinha do lado”, “Vatapá”, “Vestido de bolero”, “Rosa morena”, tantos. Em todos - e muito claramente na parte repetitiva de “Você já foi à Bahia?” - a exposião consciente do parentesco entre o Brasil e Cuba, a Bahia e Cuba. Jorge Luis Borges, num texto em que lista a contribuição dos negros às culturas americanas - fato que ele credita ao padre Bartolomé de las Casas, por este ter sugerido, por pena dos índios, a importação de escravos africanos - , deplora a existência da “insuportável rumba ‘El Manicero‘”. Nesse texto, típica mas chocantemente, Borges nem sequer alude ao Brasil (imagine alguém escrever um texto sobre a contribuição dos negros na construção das nações americanas e nem citar o Brasil, o maior e mais miscigenado de todos os países da América, o que abriga a maior população negra fora do continente africano!). E justamente o samba que fez Caymmi famoso no Brasil - e o Brasil famoso no mundo, através de Carmen Miranda - é, em larga medida, uma variação sobre “El Manicero”: “O que é que a baiana tem?”. Eu credito à força da língua espanhola a visão desproporcionada de Borges. E Carmen adaptou-se a muitas submissões da música brasileira aos estilos cubanos, mais conhecidos dos norte-americanos (aliás, Exequiela, são poucos no Brasil que, poucas vezes, usam o termo “estadunidense”, e eu entendo: é feia essa palavra: o sumiço do plural de “estados” me causa desconforto, para só dizer o mínimo; e na verdade “americano” quer, no mais das vezes, dizer “relativo aos Estados Unidos da América”, que, indo mais longe do que no caso da África do Sul, é o único país cujos colonizadores não sentiram necessidade de nomear, tomando o nome do continente para si, como se dissessem: “América é onde chegamos, o resto é nada” - e é a partir disso que se comporta a língua ao redor desse conceito; acho natural e saudável que tentemos reagir a isso, mas “estadunidense” não é uma boa solução - nem “estados unidos” é propriamente um nome: o nome é América, “estados unidos” equivale a “república federativa” ou a qualquer outra designação genérica - e, de fato, o México é Estados Unidos do México e o Brasil foi, até pouco tempo, Estados Unidos do Brasil; quando aceitamos o equívoco termo “americano” como significando “dos Estados Unidos”, ou mesmo “norte-americano” (já que este se aplicaria igualmente ao México e ao Canadá), estamos apenas usando uma palavra pelo que ela mais freqüentemente significa: resistirmos a isso não mostra mais nossas forças do que nossas fraquezas). Mas “O que é que a baiana tem?” não ecoa submissão nem humilhação diante da América hispânica: transpira sabedoria no generoso reconhecimento de parentesco. Caymmi surge aqui muito mais alto do que Borges. Mas essa minha volta rebuscada e petulante não deve nos afastar de considerações menos discutíveis. Por exemplo: a combinação reveladora de sutilezas impressionistas com rudeza, tal como se ouve nas “canções praieiras”. A previsão da bossa nova no casamento do coloquialismo natural com a sofisticação composicional, como perceptível nos sambas-canções dos anos 40 e 50. A mescla de canto operístico com intimidade. A contribuição para a criação do autor-cantor (que em língua espanhola e italiana se chama de “cantautor”): Caymmi é o único que conheço que foi, ao mesmo tempo, o Gershwin e o Bing Crosby (ou Al Johlson), uma prefiguração do que seríamos os autores-cantores dos anos 60 em diante, Gilberto Gil, Bob Dylan, João Bosco… Há o caso dos bluesmen, como Robert Johnson, ou dos trovadores franceses, como George Brassens. Mas, sem entrar no mérito da qualidade artística intrínseca de nenhum deles, Caymmi foi algo que eles não foram: um autor como Cole Porter ou Ary Barroso, abrangente, variegado. E foi o que nem Barroso nem Porter puderam ser: o melhor intérprete de suas próprias canções, sobretudo quando sozinho com seu violão. E aquela voz de Caymmi, aquela voz de caverna (que seus três filhos herdaram), voz de caverna marítima, como aquela que, ecoando o ronco das ondas, soa como um rugido de leão, na costa da ilha de Fernando de Noronha, Gruta Azul. A voz de Caymmi é uma Gruta Azul com cantos napolitanos de barqueiros dentro, barqueiros que pensam que enganam os turistas. Caymmi era uma rocha e um anjo. Demasiado material, demasiado espiritual. Caymmi é um núcleo do Brasil. Caymmi será o Mundo. Quem disse melhor sobre suas canções foi Arnaldo Antunes: Não parece coisa feita por gente.

O prefeito de Salvador cometeu um crime ao substituir a calçada portuguesa do Porto da Barra por cimento e granito polido. Aliás, está cometendo. Obra em preogresso. Estamos em posição de apanhá-lo em flagrante e impedir o assassinato. O estilo cafona deve ser semelhante ao do que foi feito na Praça da Sé pelo governo municipal anterior. E o prefeito então era Imabssahy, que é, até segunda ordem, meu candidato para as eleições que vêm aí. Mas a Praça da Sé era, havia muito, um lugar destruído. Talvez tivesse sido desmoralizada quando se derrubou a Sé para facilitar o trânsito dos bondes, bem antes de eu nascer. O que ficou tinha se transformado num terminal de linhas de ônibus muito feio. A arrumação luzidia que Imbassahy admitiu que lhe dessem é vulgar e perua, mas sobressai a impressão de que alguém limpou a sala. Foi uma madame tola e inculta, mas cuidou. No Porto da Barra, pode ser que qualquer trato dê a impressão de ser melhor do que nada a algum comerciante austríaco que tenha um barzinho lá. Mas o Porto da Barra é um ponto nobre do urbanismo de Salvador. Precisa ser cuidado. Jamais desfigurado. A calçada portuguesa é tesouro nosso, de povos que falam português: são parte de nossa estrutura anímica. Em São Luís se mostrou que a recuperação de calçamentos com pedras portuguesas (que não precisam ser portuguesas, como o desvisado prefeito chegou a julgar) pode ser feito com firmeza e precisão. No Rossio, em Lisboa, também. Sei que em Copacabana (não na praia, claro, porque aí até a Dysney ia protestar) mas na Nossa Senhora) fez-se algo parecido. Resolveram atribuir ao tipo de calçamento os desconfortos que advêm de descuido e maus tratos. Rua com chão que parece shopping center também esburaca se não há cuidado. O Porto da Barra é uma enseada pequena e parece um anfiteatro perfeito para se ver o pôr do sol, ladeada pelos fortes de Santa Maria e de São Diogo. A balaustrada e as pedras portuguesas (ensombradas por árvores) complementam o equlíbrio estético de um lugar que é a praia do povo da Bahia. Um luxo cool e popular. Pois o prefeito está retirando as pedras portuguesas e já derrubou oito árvores! No dia em que morreu Dorival Caymmi, protesto (e conclamo baianos natos e opcionais a protestarem) contra essa ação estúpida. Vamos repor as pedras portuguesas.

Caetano Veloso.

34 Comentários sobre o Post “BAHIA”

  1. Gabriel Leirbag disse:
    Agosto 17th, 2008 at 2:05 am

    Que me perdoem nossos conterrâneos, mas faz menos sentido sentir saudades da Bahia. Ninguém sentia tanta saudades quanto esse velho pescador.

  2. Gabriel Leirbag disse:
    Agosto 17th, 2008 at 2:15 am

    E ah, realmente, essa “reforma” na orla do Porto é uma enganação ridícula de um prefeito próximo as eleições que tenta uma re-eleição. Não é apenas a orla, Caetano, mas ele também troca o asfalto de avenidas que não precisam de novo asfalto, em horários de pico no trânsito, escrachadamente para mostrar que “está trabalhando”. Tô quase indo na casa dele pra reformar o seu banheiro.

  3. Igor Lucas Adorno Santos disse:
    Agosto 17th, 2008 at 2:46 am

    O marinheiro bonito sereia do mar levou.

  4. Marcio Campos disse:
    Agosto 17th, 2008 at 7:03 am

    E muito bom ter o seu reforco na luta contra a descaracterizacao do Porto da Barra.

  5. Marcelo disse:
    Agosto 17th, 2008 at 7:50 am

    O protesto contra a substituição da calçada do Porto da Barra deve ser tão enfático quanto o apelo para que se vote em Gabeira nas próximas eleições cariocas, penso eu.
    Atentados contra Salvador e Rio de Janeiro são realizados insistentemente há bastante tempo, e podem ser um dos inúmeros símbolos e razões da decadência que atinge essas duas cidades (e atingindo essas cidades atinge em cheio o Brasil).
    No que se referem a Salvador esses crimes não são novidade, não tiveram início com a posse do prefeito atual. Precisamos nos lembrar das alterações urbanísticas realizadas na orla no começo dos anos 80 e que muito contribuíram para que a beleza das praias da cidade fosse seriamente afetada. Essas alterações estão lá até hoje. Quem quiser pode conferir sua feiúra. Mais feia ainda é a sede da prefeitura municipal, o Palácio Tomé de Souza. Indescritível. Uma construção que era para ser provisória mas que, claro, foi ficando…
    E o que dizer do que fizeram com a lagoa do Abaeté? Vcs perceberam como ela simplesmente perdeu prestígio e agora é meio que ausente do roteiro turístico obrigatório depois da intervenção dos nossos “ilustrados” administradores públicos? Até mesmo nós, baianos, perdemos um pouco do nosso interesse por ela e já não a reconhecemos como dona dos encantos de antes.
    A Praça do Campo Grande também ficou muito feia, com imagens espalhadas por todos os lados e o chão de granito…, as mesmas imagens e o mesmo granito que substituíram uma possível e desejável ação bem planejada na Praça da Sé e que terminaram dando a fisionomia daquilo que está lá. A Praça da Sé, sendo caminho usual para quem quer ir ao Pelourinho (onde - discussões de menor importância deixadas de lado - uma intervenção exitosa se deu), virou uma espécie de purgatório, onde nós, baianos, pagamos pela nossa negligência cidadã.
    Mas antes de se fazer o que estão fazendo com as calçadas do Porto da Barra tentaram destruir sua balaustrada e avançar o espaço para pedestres alguns metros na direção do mar! Teria sido o fim.
    Não se discute a necessidade de serem feitas intervenções, discute-se a qualidade que elas devem apresentar. Aliás não só a qualidade, e sim também o sentido, que em cidades como Salvador e Rio de Janeiro muitas vezes deve ser de restauração, e não de destruição/substituição. Ao contrário do que pensam alguns, e temo que esses alguns sejam muitos, a substituição de restaurações por inovações (tipo granito) não raro faz com que as cidades pareçam mais provincianas e humildes, além de revelar serem tais cidades habitadas e dirigidas por pessoas de horizonte cultural um tanto modesto, digamos assim. Se do ponto de vista estético pode-se muito generosamente conceder que se trate de uma opção questionável, do ponto de vista urbanístico cultural parece-me um verdadeiro crime.
    Ou tratamos Salvador e Rio de Janeiro como dois dos nossos principais tesouros, como duas fontes profundamente inspiradoras daquilo que Brasil um dia pode vir a ser, ou vamos todos ter a cara cafona de granito polido.
    Qual o próximo passo? Asfaltar o Pelourinho?
    Caymmi nos abençoe.

  6. marcia disse:
    Agosto 17th, 2008 at 9:57 am

    por Ana Livia Lopes
    A cidade da Bahia já avançava para completar seus 400 anos quando Dorival Caymmi fundou o baiano mítico. Esse ser malemolente, moleque e festivo que adormece à beira praia vendo as ondas do mar quebrar… quebrar.

    Com o “estouro” de “O que é que a baiana tem?”, gravada por Carmen Miranda, em 1938, Caymmi incutiu no baiano o mesmo sentimento que a vitória da Copa do Mundo de Futebol de 1958 trouxe para o brasileiro: um sentimento de pertencimento, a experimentação da nação coletiva. A referência impregnou tanto a nós baianos, que às vezes nos dificulta ver além do baiano folclórico.

    Mas o que sempre me impressionou em Dorival Caymmi é o caráter absurdamente visual da sua música. É muito fácil imaginar João Valentão tirar onda e depois deitar na praia, buscando o aconchego da morena, ver Dora dançando ou Pedro saindo para pescar. Tem ainda aquilo de mudar o andamento da música, o que, sem dúvida, deve ter influenciado a famosa batida de João Gilberto.

    Tive a oportunidade de entrevistar Dorival logo quando comecei a trabalhar em jornal. Tinha que fazer uma “matéria charmosa” sobre com pessoas famosas fizeram seus investimentos financeiros ao longo daquele ano. E alguém deu a idéia inusitada de falar com Caymmi.Caymmi????

    Liguei três vezes, porque por duas vezes quando o telefone atendeu, não tive coragem de falar. Mas, quando a covardia baixou, ficamos quase uma hora conversando. Foi a conversa mais doce e prosaica, e todos sabem que não é meu forte, que já mantive na minha vida.

    Fico triste por saber que a Bahia de hoje cada vez tem menos para nos deixar saudade. Mas fico feliz por sentir que a Bahia afetiva de Caymmi sempre vai nos resgatar. Como bons bairristas, sabemos que não há sonho mais lindo do que nossa terra, não há.

    By Ana Livia Lopes

  7. Marcelo disse:
    Agosto 17th, 2008 at 10:44 am

    Triste Bahia ! E tristes de nós, que vemos as sandices deste prefeito.

  8. nora borges disse:
    Agosto 17th, 2008 at 12:02 pm

    Coisa mais linda encontrar um blog seu…
    Vou ler muito mais.

    Hoje vim aqui por Caymmi, porque sei quanto ele é seu pai de alma e coraçao.
    Beijo pra ti, neguinho.

  9. Socorro disse:
    Agosto 17th, 2008 at 12:22 pm

    É por essas e muitas outras que esse cabra não vai se reeleger, apesar da campanha milionária. Vamos combinar que Salvador merece um grande prefeito. Alguém que trate a cidade com a doçura que ela merece. Eu sei que sou uma sonhadora, mas ainda acredito que isso um dia vai acontecer. Tomara que até lá ainda sobre alguma pedra portuguesa…
    Mas Caymmi foi embora num dia em que se fazia festa em São Lázaro, festa pra São Roque, festa pra Obaluaê.Festa da Bahia negra. Ontem encontrei muita gente de branco, muita pipoca no chão e imaginei que ele deveria está percorrendo um caminho assim, guiado por seus orixás…
    É, uma incelença está entrando no paraiso…
    Adeus

  10. Cleithsania tiburcio disse:
    Agosto 17th, 2008 at 12:46 pm

    As músicas de caymmi pareciam simples, trazem uma simplicidade impossível ao alcance de outros compositores,mais se engana quem as acha simples. tais músicas são a essência do homem .trazem um amor pela vida e pelo seu povo.
    Como disse Caetano num verso de “NICINHA”
    (Se algum dia eu conseguir
    cantar bonito
    Muito terá sido
    Por causa de você….
    A vida tem uma dívida com a música perdida.)

  11. nelson disse:
    Agosto 17th, 2008 at 1:55 pm

    o mar de algodão serenou….
    a sereia do mar levou e ele canta é doce morrer no mar……

    copacabana chora…..
    o mar chora…….
    eu choro………
    a bahia canta………
    dorival vai
    que iemanjá te chama….

  12. nelson disse:
    Agosto 17th, 2008 at 2:20 pm

    O POETA MINEIRO SENTADO EM COPACABANA PRECISA CONVERSAR COM O MAIS ILUSTRE CARIOCA BAIANO CANTADOR DO MAR, DA MULHER E DO SONHO DE UM MUNDO MAIS LEVE MAIS BRASILEIRO MAIS DOCE

  13. nelson disse:
    Agosto 17th, 2008 at 2:28 pm

    o minimo que o rio pode fazer por dorival não é nome de rua não ….pois rua é pra passar e dorival é pra ficar…….ele precisa estar ao lado do poeta drummond ……pra gente lembrar que o mar quando quebra na praia é bonito é bonito….
    e que será eternamente mais bonito com o semblante de dorival a nos acarinhar e lembrar de um rio mais carioca mais belo mais sereno…..

    alias o que os dois lado a lado conversariam?

  14. nelson disse:
    Agosto 17th, 2008 at 3:25 pm

    é impressionante o descompasso entre a poesia de dorival e a realidade “reinante”……mas gosto da ideia de refugio presente na arte de sua musica como forma de transcender a aspereza da descaracterização “reinante”….é realmente não há sonho mais lindo do que nossa terra não há….
    mas que da vontade de chorar pelas intervenções criminosas em nossas cidades isso da….

    engraçado como o que gil disse no you tube me parece tão distante em sua possibilidade…..digo possibilidade…..não efetividade….me parece um discurso vazio………a poesia e a musica transcendem este pseudo dialogo de uma quase construção de um quase pais que patina que patina que platina que planalto quase alto que pia que é eterna esperança de uma espera perdida

  15. Maurício disse:
    Agosto 17th, 2008 at 4:03 pm

    … Caymmi, Caymmi… Caymmi inventou a Bahia, uma Bahia, essa Bahia, outra Bahia? Então tá. O Caymmi que eu gosto e que não é só meu - “Nunca Mais”, “Você não sabe Amar”, “Nem eu”, “Só louco”, “Você diz que Amar é Crime”, “Sábado em Copacabana”, “Sodade Matadeira”, “Não tem Solução”, “Horas’… Menos é mais, definitivamente MAIS.

  16. Airthon disse:
    Agosto 17th, 2008 at 4:54 pm

    Caetano, quem primeiro levou a público a idéia de modificar o piso da calçada do Porto da Barra foi a administração municipal de Imbassay. Na ocasião, como alguém já disse nos comentários, mais do que trocar as pedras portuguesas por granito e derrubar árvores, o projeto previa tb a troca da charmosa balaustrada (que é a cara do Porto) e o avanço da calçada, flutuando por cima da areia da praia, absurdo que já vem sendo feito no Pituba e ao qual vc se referiu na carta que li no jornal A Tarde.

  17. Bruno Melo disse:
    Agosto 17th, 2008 at 5:40 pm

    Pois eu não sabia de nada disso. Pois sou baiano. Mas como moro aqui, em Lisboa, fiquei feliz por rever após bom tempo o Caetano falar da Bahia, nem que seja para protestar e alertar aos que não sabiam, como eu. Nasci mesmo em Salvador, a cidade da Bahia e acho um crime isso. Então o prefeito João Henrique anda descaracterizando a Bahia? Sim, porque aquelas pedras portuguesas são parte do que se tem pela visão poética da Bahia. Como não? Então o que mais combina com a Barra? Com o Arrancar as calçadas portuguesas foi como arrancar um pouco de tudo o que já se cantou da Bahia.

  18. César Rasec disse:
    Agosto 17th, 2008 at 6:44 pm

    Dorival Caymmi: Obá do Brasil

    A dor CA(y) Ym MI(m)!
    DOR que o nome Dorival carrega em si
    Dor dissimulada de um Obá
    Dor de quem só deu alegria

    A Bahia e o Brasil não têm a dimensão da perda, ainda. Caymmi, com sua voz pura, espelha o próprio povo brasileiro. Diante dele, com todo respeito, inclinaram-se os demais, que também são gênios.
    A grandeza de sua obra nasce do simples, daí a complexidade. Está no mar, está na Lagoa do Abaeté, está no Dois de Fevereiro, está em morrer docemente no mar. Eu, como baiano da capital, fico rindo à toa ao ouvir a Oração de Mãe Menininha. Que deleite!
    Jorge Amado e Dorival Caymmi, meu Deus, quanta coisa bonita deixada para a alma!
    Um grande ensinamento de Dorival foi o saber se recolher, como faz o mar na vazante. Ele, recolhido, estava sempre presente. É a própria maré cheia da eternidade quebrando nas pedras, lambendo-as com amor.
    O texto postado por Caetano é uma bela homenagem. Imagino que ele tenha ficado achando que foi pouco. Claro que foi. Tudo que for dito será pouco, pois Caymmi é infinito e não se pode dizer tudo sobre o infinito. O não poder dizer tudo é o que chamo de filosofia da racionalidade poética! A incompletude é como a vida!
    Sem mais, deixo um enorme abraço para você, Hermano Vianna, e o seu gesto nobre, de grandeza, quando mandou mensagem para mim. Você ganhou, agora, um admirador mais terno, mais próximo, e, quem sabe, sempre tem a primeira vez, como mesmo disse, um parceiro de um samba!
    Axé! Caymmi vive! Obá! rasec1963@gmail.com

  19. tyrone de medeiros disse:
    Agosto 17th, 2008 at 7:18 pm

    Pessoal,

    no homevideo Circuladô Vivo [ que ainda nao existe em DVD ], caetano comenta sobre o DORIVAL, dizendo que ele tem a obra de menor tamanho de canções, mas é o que ele mais gosta…

    De fato não são muitas as cançoes de Dorival, mas a maioria são realmente muito conhecidas, e é a cara da nossa essencia.

    Provavelmente Caetano fará 1 dessas lindezas no OBRA EM PROGRESSO, de terça ou quarta.

    A Gal tem um disco lindo com canções de D.C., gravado na época mais ou menos do show d’Os Bárbaros. O show do disco na época teve participação do mestre.

    No filme O CINEMA FALADO, do Caetano, tem uma mini participaçao de Dorival.

    No mais, nao posso deixar de comentar a OBRA de Caymmi pai que é de uma delicadeza! E de quebra, a VOZ de NANA, interpretando o pai - que fica sendo um absurdo!

    Caetano gravou “Coqueiro de Itapoã” no disco CORES, NOMES - de 82.

    Fico por aqui.

    tyrone
    tymedeiros@gmail.com

  20. tyrone de medeiros disse:

    Amigos,

    no site do JORNAL DO BRASIL - RJ,

    tem um texto do CAETANO - feito neste domingo, 17 de agosto.

    http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/08/17/e170829564.html

    abração.
    tymedeiros@gmail.com

  21. regina disse:
    Agosto 17th, 2008 at 10:40 pm

    Foi muito bom você entrar nesta batalha pela preservação da memória e da beleza de nossa cidade.´Toda a orla está desfigurada, o riacho dos seixos, vivo, está sendo enterrado, e nossa cidade continua padecendo de falta de PLANEJAMENTO.Não dá para assistirmos apáticos à realização de obras de última hora sem critérios de qualidade e respeito ambiental que toda cidade merece. Vamos salvar Salvador!

  22. Exequiela.. que tercamente se bifurca en otro... disse:
    Agosto 18th, 2008 at 11:19 am

    Caetano,
    Qué feo contradecir a otra leonina…. qué feo! Pero… ahora usaste “norte-americano” (muy bien, nos vamos acercando). Algunas cosas:
    - Cuando alguien dice o escribe “Estados Unidos” pienso en USA y no en México o Brasil. Me parece que a la mayoría de las personas les pasa lo mismo. Pueden compartir parte del nombre pero afortunadamente USA es más conocida como Estados Unidos que como América. El mayor problema está en el gentilicio. No sé en Brasil pero en los país que hablamos en español el uso de “americano” es molesto y de hecho la Real Academia Española desaconseja el uso abusivo de ese término. En Argentina usamos “yanqui”, en México me parece que “gringos”…. son despectivos esos usos igualmente. En Brasil probablemente no moleste tanto el uso de “americano” porque Brasil es como un continente (o isla) dentro de América? En EEUU incluso están empezando a usar “US American”.
    -“América é onde chegamos, o resto é nada” Yo pienso que dijeron “América es donde llegamos, ya iremos por el resto”
    - “resistirmos a isso não mostra mais nossas forças do que nossas fraquezas” UFF… qué terminante!! Yo las fuerzas y flaquezas las mido por otras cosas.

    Borges: cuál es texto? Igualmente, los genios no siempre dicen y hacen cosas geniales no?

    1 beijo!

    PD: Cuando decís num “texto em que lista a contribuição dos negros às culturas americanas “ te referís a cultura estadounidense o americana? (jeje)

  23. Ana Carolina disse:
    Agosto 18th, 2008 at 12:30 pm

    Passei só pra elogiar o texto… Lindo…Gostoso de ler como é gostoso de ouvir Caymmi. Sempre.

  24. Ananda disse:
    Agosto 18th, 2008 at 3:07 pm

    Caetano, é a primeira vez que respondo um texto seu, apesar de já ter lidos alguns pela vida afora (mas nunca na net). Que bonita homenagem, mesmo!! Apesar de discordar de pontos como o gentílico “americano” que, como vc bem definiu, é natural discordarmos, mas não significa que tenhamos que continuar a empregá-lo… enquanto “ninguém chega com uma idéia nova” (desculpe, eu não tenho nenhuma…!), prefiro mesmo o “estadounidense”…

    É incrível como certas pessoas, objetos ou eventos marcam e simbolizam alguma coisa outra. Para mim, baiana de sangue e coração, Caymmi é um destes símbolos fortíssimos da Bahia, assim como vc. Tempos diferentes, obras diferentes. Eu fico triste mesmo de pensar que ele não vai “trazer” mais nada (mas o que ficou é mesmo incrível) e espero que a geração da qual faço parte, e outras, possam e saibam continuar fazendo de Salvador um lugar único nas artes, cultura e miscelânea negra, branca, índia, parda…
    Um beijo no seu coração :)

  25. josé disse:
    Agosto 19th, 2008 at 1:22 am

    caetano, fui ao concerto de joão, depois de um lance de sorte que me concedeu o direito de comprar um ingresso por míseros quinze reais. no auditório de niemeyer, este gênio maior da cultura brasileira. (aliás nunca ouvi um comentário seu sobre ele - a tradução mais ousada, original e concreta da potencialidade moderna brasileira?) não consegui comprar ingressos para o seu show com roberto carlos sobre jobim, vocês que são o desdobramento possível da arte de oscar e joão, agora no palco daquele, abençoados por este. abençoados, não sei… abensonhados talvez como mia couto.
    vocês são uma bonita possibilidade artística (técnica e espiritual) no mundo. mas.
    mas tudo isso escrevi como prelúdio para expressar a minha tristeza diante do que representa a morte de caymmi. ele é poesia pura, muito além do que possam imaginar os puristas. ou concretistas. redução singela, grave, o olhar que encanta quando cantado. o olhar doce e fresco como brisa boa que sopra a vida que é na verdade muito esquisita (ao ponto de eu escrever uma mensagem ao blog de caetano veloso, seja lá o que isso significa) o caymmi não floreia na palavras; prescinde absolutamente dos apontamentos da crítica.
    em mim o caymmi preenche o meu desejo fundamental de me liqüefazer.

  26. Laura disse:
    Agosto 19th, 2008 at 4:38 pm

    Caetano, vc se lembra de uma noite na rua Nascimento Silva em que vc cantou horas:
    “Ai, ai que saudades eu tenho da Bahia…”
    Eu lembro, jamais esquecerei.
    Quem eu sou?
    Uma vizinha de Bethânia, morava ali tb.
    Conto aqui:
    http://lauravive.blogspot.com/2008/08/adeus-caymmi.html
    Já havia contado antes. É noite para ser lembrada e dar alegria. Vc tinha voltado do exílio. Lembra?
    Um bj, Laura
    PS: Postei vc lá hj, por isso resolvi comentar aqui.

  27. Amelir disse:
    Agosto 21st, 2008 at 10:10 pm

    Fiquei felicissíma quando encontrei este blog através da comunidade de Caymmi no orkut. Gostararia de parabenizá-lo pela homenagem e pela discussão que lançou a respeito das equívocadas mudanças na cidade que nasci e tanto amo.Mas que, infelizmente, pelo descaso e especulação imobiliária está a transformando em um caos. Não é só o Porto da Barra, que é desconfigurado( a retirada daquelas amendoeiras foi um crime terrível, ainda não tive coragem de ir a Barra, porque sei que toda aquela paisagem paradisíaca, bucólica se foi). A Av.Paralela, uma das últimas áreas verdes de SSA, é invadida por uma onda de empreendimentos para a classe A e B que desrespeitam as leis ambientais. Além do problema ambiental, tem a questão do trânsito que já está insurportável na região; a violência nos bairros marginais à Avenida ,como Bairro da Paz, mussurunga, palco de recentes chacinas. E o que falar de Itapoã…já não é mais bom passar as tardes em Itapoã. As areias do abaeté, não são tão brancas, estã marcadas por lágrimas e sangue.Resultado do abandono que se encontrar o famoso bairro, que encantou Caymmi, Vinicius,Calazans Neto e tantos outros artistas. O bairro que possue praias tão bonitas para olhos sensíveis e saudosos. a orla está toda abandonada, aquelas barracas que não erguidas, nem derrubadas, tapando a vista do belo mar do Bahia, causa uma triste sensação. Obras ineterrupadas inacabadas de alagarmanto da calçada, que avança pela praia… Coqueiros, Ah..Coqueiros,são tão poucos e os que restam estão cabisbaixos, sem vida. É assim em Itapoã, a pedra não mais ronca. Ela só Chora e agoniza.
    Saindo da orla e indo a Centro, chegamos ao Centro histórico. Que vergonha!é triste demais ver o Pelourinho tão vazio, tão sem gente, sem vida.
    Acho que se Caymmi e Jorge Amado, principais expoentes da Baianidade, vissem a Salvador de hj, eles cantariam:
    “Ai, que saudade tenho da Bahia…”

  28. Claudio Araujo disse:
    Agosto 29th, 2008 at 1:14 am

    “Ai, que saudade tenho da Bahia… ”Espero encontrar na minha proxima ida a Salvador ainda alguma pedra portuguesa…—
    Belém-PA

  29. Izabel Delmondes disse:
    Agosto 29th, 2008 at 1:31 pm

    Caetano,

    Não posso concordar com vc quando diz que a Praça da Sé, em Salvador, que tem projeto do arquiteto Assis Reis, é vulgar e perua. Você pode não gostar do estilo, direito seu, mas chamar o trabalho de Assis de vulgar…

  30. La Dama De Té disse:
    Agosto 29th, 2008 at 2:16 pm

    Caymmi foi a poesia mais concreta que a Bahia já produziu.Que me desculpem os outros tantos ensaios poéticos e líricos feitos por esta Menina de quadris largos e rebolado gostoso- que é a Bahia. Soube da partida do nosso Mulato faceiro a noite, após uma cansativa aula na Faculdade.Não, não fiquei triste.Sorri,e liguei aquela vitrola de 30 anos de uso-herança deixada pelo avô e pela avó.Coloquei o disco do Caymmi,da Nana e aquele da Elis-No Fino da Bossa ao vivo,onde conversa com nosso mulato sobre sua passagem musical nos Estados Unidos.Cantarolei e dancei ao som das ondas do mar; das redes dos pescadores, das morenas,mulatas e negras faceiras-tanto nas areias da Bahia como das de Copacabana.É, Caetano-vai dar tanta saudade das musicas pra Yemanjá…

  31. Rosemberg Pinheiro disse:
    Agosto 29th, 2008 at 2:18 pm

    Caetano gostei do teu comentario sobre o mestre Caymmi , sou um suburbano meu filho é o melhor jogador de futebol da Pavuna e ja fez um gol em tua homengem chamado de alegria ,alegria. Porque vc não faz uma apresentação do teu show na lona Terra de Guadalupe.Vc é uma referencia pra nós me identifico politicamente com vc adorei ler o teu livro . tu é gente boa…………….

    Abraços do Rosemberg

  32. Fred. disse:
    Agosto 29th, 2008 at 2:39 pm

    Nascido e criado no Porto da Barra, fico muito triste em saber que a autoridade escolhida para zelar e cuidar de toda a nossa história vai cometer, ou melhor está cometendo esse crime. Hoje moro na cidade cinza, cinza de expressão, cinza de calor, cinza de totalidade. “Ai que saudade que eu tenho da Bahia “

  33. Paulo Abreu disse:
    Agosto 30th, 2008 at 7:10 am

    Caymmi tem razão, quando passei um ano viajando (Rio, São Paulo e Minas), sentia tanta saudade da Bahia, a Bahia para nós (Baianos) representa uma liberdade de sedução em todos os sentidos, gosto de me sentir seduzido pelos seus encantos, mas devo admitir que estão destruindo o nosso patrimonio artistico e cultural, é preciso repensar (O carnaval, pelourinho, Porto da Barra etc), as vezes eu fico achando que não vou ter o que mostrar para os meus filhos, João Caetano (O nome dele foi escolhido por sua causa e a do João Gilberto), e a menina ficou Maria Elizabete, que depois achamos engraçado porque ficou parecido com Maria Bethania, mas isso não vem ao caso, tenho saudade de algumas coisas, como por exemplo no nosso aeroporto, para mim ele continua sendo 02 de julho, mas estou pronto para defender a Barra que tanto amo desde a minha adolecencia. Quando o sol se ponhe, vem o farol iluminar as aguas da Bahia…

  34. Sérgio saraiva disse:
    Agosto 30th, 2008 at 1:39 pm

    Transformem as imagens das pedras portuguesas do Porto da Barra e textura e ícones com urgência. Fotografem, microfotografem, referenciem… Joguem, na web, pra todos os lados. Vai virar até estampa de tecido. E não há prefeito que derrube.Mas tem de ser rápido.


1.     Giovanni Maia disse:

Agosto 31st, 2008 at 7:46 pm

 

‘Gente foi feita para brilhar e não pra morrer de fome’

Esta frase resume o que deveria ser a vida de todos nós. Você deveria cantar mais esta música. Abraços!

 

2.     Bela Santana disse:

Setembro 2nd, 2008 at 6:24 pm

 

Um dia Caetano disse “Triste Bahia”, que anda cada vez mais triste e abandonada sujeita a pirotecnia de seus governantes, a orla uma tristeza, Pelourinho só abandono e nós baianos e os que amam a Bahia só lamentamos. Ainda bem que temos uma voz que é ouvida e consegue fazer eco. Obrigado Caê.

 

3.     Marlon Marcos disse: Setembro 4th, 2008 at 2:46 pm

 

Aqui: meu ídolo falando sobre nosso patriarca Caymmi e Salvador que continua sangrando…Saudades de vc!

 

4.     SEBASTIÃO MACIEL disse: Setembro 9th, 2008 at 11:49 pm

 

CAYMMI PASSOU OS ÚLTIMOS ANOS DE SUA VIDA EM UMA LINDA CIDADE CHAMADA PEQUERI (MINAS GERAIS). UMA VILA DOCE COM UM MAR DE MONTANHAS QUE CERTAMENTE FEZ O COMPOSITOR BAIANO LEMBRAR DO MAR DA BAHIA.

QUE SUA MÚSICA SEJA LEMBRADA NA MEMÓRIA DOS BRASILEIROS QUE AINDA VIRÃO POIS EM NOSSA MEMÓRIA ELA JÁ FAZ PARTE DO INCONSCIENTE COLETIVO.

 

5.     Ana disse:

Setembro 11th, 2008 at 10:10 pm

 

E aqui no Rio tem uns malucos querendo tirar as pedras portuguesas, vão destruir a cidade.Aquela tal de Cristiane Brasil só fala nisso.

 

6.     Tiago Alonso disse:

Setembro 13th, 2008 at 8:04 pm


50 Anos de Bossa ou 50 Vinícius ? Tinha meus 11 anos quando “poupava” alguma grana para comprar discos(LP´s) do Caetano,logo depois CD´s maravilhosos, como sempre descobrindo o Cê Caetano. Hoje, 31 anos, nasci em Itabuna, e vi pela primeira vez sua apresentação em Porto Seguro, cidade onde moro. Marco do saqueamento a Bahia,ao Brasil.Historicamente é claro. Não compreendo os 50 anos de Bossa Nova sem um grande documentário apresentado por você, tecendo comentários sobre o Vinícius de Moraes, convertendo uma geração pobrinha de informação sobre a verdadeira Obra do Brasil chamada Bossa Nova ou “Bossa Sempre Nova”.

Alguns dizem que você comenta de tudo, ou quase tudo, mas esquecem que o Brasil é antes e depois do Tropicalismo e do Cinema Novo. Hoje, somos saqueados, organizações bem estruturadas furtam o povo a todo momento e não surge um movimento sólido para explicar a riqueza ainda existente no país. Apenas surgem partidos, partindo ainda mais o pão alimento. Sinto o patriotismo ao saber da música brasileira. Dos filhos deste mundo criadores da Arte Baiana e Brasileira. Caetano, sempre serás a manifestação do Brasil nos recantos deste universo. É preciso mais uma vez teus ensinamentos para lembrar que este movimento precisou do Poeta Camarada. Milhões de Beijos

 

7.     Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira disse: Setembro 20th, 2008 at 6:32 pm

 

Venho registrar aqui o meu apreço por Caetano. Outro dia estava assistindo um video que tenho aqui, em minha casa. Uma interpretação de “A volta da asa branca”, feita por caetano faz bastante tempo. ! Diferente de algumas performaces recentes, mas, “eu agradeço ao povo brasileiro, norte, centro, sul inteiro, onde reinou o baião”. Ah!, quem me dera ser Amado feito Jorge, baianado e de bigode, e escrevesse, vê se pode? Anotaria numa tirinha de ceda, um pedido de alphorria meu senhor, oh! Alteza. O tempo passa e vamos andando. O mundo globalizando e a tropa disertando! Lembro-me que a apresentação de “A volta da asa branca tinha charme e irreverência!

 

8.     Lucio Filho disse:

Setembro 27th, 2008 at 3:32 am

 

Eu sabia que não estava ficando doido (pelo menos não totalmente). Faz 03 anos que estou morando fora de Salvador (apesar de sempre estar indo passar pelo menos 1 semana de meses em meses) e sempre achei que a cidade estava lentamente mudando para pior. Percebi mudanças na cidade. Mudanças que me desagradaram muito.

 

O trânsito é caótico. Um verdadeiro caos. Como se já não bastassem as ruas e avenidas estreitas da cidade. Na minha infância havia o sossego das ruas fechadas da Pituba. Agora todas tiveram que ser abertas. Eu faço de tudo para não ter que enfrentar o trânsito nas horas de pico. Sério! Eu rezo por isso pois são momentos de stress absoluto, nem o rádio salva! Tudo bem, todos irão dizer que isso é um problema de todas as grandes cidades,etc. Mas o que custa planejar? Pra que serve a SET? Este órgão burro e incompetente.

 

A parte estética da cidade tá horrível. Aquele prédio da prefeitura de Salvador já é um monstrengo que destoa completamente do restante da arquitetura. Pra completar fizeram aquilo com a Praça da Sé. E agora essa das calçadas da Barra?? Pelamor de Deus! Sem falar nas barracas de praia inacabadas e nos pobres coqueiros que restaram (todos sem vida!). Tem muito mais coisas esteticamente ruins a falar mas paro por aqui.

 

Tô muito triste e insatisfeito com os rumos que têm tomado a minha cidade. Chega dá um aperto no peito. Isso não pode continuar! Prefeito incompetente tem que sair! Fora!!!

 

Por favor, votemos com consciência. E não votemos numa gestão que já mostrou pra que veio. Afinal, como dizem, errar é humano mas insistir no erro é burrice.

 

Salve Salvador!

 

 

9.     Jeff Ares disse:


Outubro 5th, 2008 at 9:35 pm

 

Pedras portuguesas, por amor a Deus…

Meu caro, venho depois de muito lhe pedir para que me leia aqui:http://rgvogue.ig.com.br/festa/2008/08/26/caetano_e_roberto_1597698.html  É Sampa te louvando, porque não somos assim - nem todos - tão provincianos. Com respeito e carinho,

j (jeff@cartaeditorial.com.br)

 

10.  Lina Lins disse:

Outubro 12th, 2008 at 8:58 pm

 

Caetano, você é sempre muito sensível e não tem medo de se expôr… Acho muito justa a sua indignação sobre as coisas da cidade da Bahia… Eu, com 24 anos já desisti… Compareci em muitos “2 de Julho” indignada com a mudança do nome do nosso aeroporto, ainda hoje, não me conformo com esse absurdo de trocar a NOSSA DATA MÁXIMA pelo nome de um deputado… Votei em Wagner muito pq ele abraçava essa proposta de retorno ao nome 2 de Julho e depois de eleito, esqueceu-se completamente… O PT não se compromete verdadeiramente com essas causas, só na época de eleições… Nada contra festa, nada contra alegria, mas o PT baiano gosta de ficar só no carnaval… Carnaval é maravilhoso e atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu como vc mesmo imortalizou lindamente naquela música, mas com a advento das micaretas, aqui é carnaval o ano todo… Sendo assim, não dá prá pensar em outras coisas!

 

11.  Tomiello disse:

Outubro 16th, 2008 at 3:22 am

 

Em relação ao assunto e sobre sermos ou não sermos tão provincianos, (SP) o fato não é somente a origem e sim a história, é preservação da história de um povo, o que independente do advento da tecnologia, ela é uma linha paralela ao advento da moral do Homem que é sempre Imoral, pois ao esbarrar-se nas volúpias da hipocrisia que submerge as suas falácias, essas esbarram na plenitude do materialismo que transforma os sonhos de muitos em resquícios e sobras do que um dia foi algo ou alguma coisa. Quando estive em Salvador, e na minha ignorância, ao defrontar-me quase de surpresa com o Farol da Barra, sofrí um choque profundo e uma forte sensação.. que bom.. sou brasileiro.

Tomiello

 

 

12.  Laura - da Argentina disse: Outubro 19th, 2008 at 9:33 pm

 

Não acredito!

 

Soube por acaso que estavam cometendo esse crime no Porto…

 

Concordo com Marcelo… resta pavimentar o Pelourinho… (tudo é possível)…

 

Ainda me lembro de quando achei em falta as cores e símbolos dos orixás no palco do Farol da Barra (na virada do ano 2005 e 2006)… disseram-me que também tinha sido idéia do prefeito… peguei raiba.

 

Mesmo não sendo do candomblé, respeito e amo a cultura toda do povo baiano. Sua literatura, sua música e culinária… seus costumes.

 

Pena…

Há alguns anos que não vou lá. Tomara que daqui a dois anos possa voltar como antigamente. Gostaria de encontrar tudo como estava. E as árvores? diz que também tiraram muitas!!!


Incrível… Triste.

 

Tem tanta coisa que precisa mudar na Bahia. Esgotos. Estradas além da vista dos turistas… Sanear cursos d’água…

 

Senhor prefeito, imagino que não vai tocar pra frente no projeto da praça do Mercado Modelo, vai? é que vai piorar… que tal proibir o por-do-sol?

 

Laura Benitez

 

 

13.  Rafael Mendoza disse: Outubro 20th, 2008 at 2:14 am

 

Caymi fica, sempre, no canto profundo do mar. Ele vem dizer eternamente que “… a Bahia viva ainda lá”

 

14.  irene brancatisano disse: Outubro 25th, 2008 at 10:41 pm

 

Caro Cetano,

ho visto ieri sera tuo documentario coracao vagabundo viaggio fra Usa e Giappone. Poi ti ho sentito cantare nella mia città Roma, Italia.

Muito obrigada Cetano. Ho sentito grande emozione nel mio cuore . io capisco il portoghese ma non so scrivere ancora è difficile. La canzone che amo di più è La tristeza e senora …

marvelous deep somg , thank you so much caetano for last night I was there with my daddy and we sang together that song in portugues in particular:; cantando yo mando a tristeza en bora” kisses Irene

 

15.  Jacqueline Salgueiro disse: Novembro 24th, 2008 at 4:51 pm

 

Caetano

Eu fui conhecer Salvador por sua causa e muito antes da Daniela Mercury convidar a todos no carnaval, era 1987/88/89…na verdade quando cheguei na praça Castro Alves(eu que estava acostumada a carnaval de clube de cidade do interior cantando bandeira branca amor…)e vi aquelas músicas, com aquelas pessoas dançando como se tivessem ensaiado, aquele ritmo,os blocos afro,cada negão mais lindo..E de repente alguém falou:Tá vindo o Olodum,ainda era um caminhão com toda aquela percussão que fazia o coração da gente disparar e dava vontade de chorar,o trio do Dodô e Osmar cantando..Imagina só, que loucura essa mistura…São as melhores lembranças que tenho na minha vida e foi porque eu ainda muito menina ouvia seus discos(muitos carnavais) no quarto de meu irmão mais velho e amava cada vez mais suas músicas e prestava atenção em tudo que era da Bahia.Fui tratada como uma rainha, que gente…que mar…que por do sol…Cheguei a ir em Santo Amaro, num show que você fez com o Gil, ficava muitas vezes na praia dos artistas e te olhava tanto, cada vez mais admirada, apaixonada e agradecida por estar naquele lugar.

Um beijo! Jacqueline

 

16.  Eduardo Adauto disse:

Novembro 28th, 2008 at 10:55 am

 

Ôi Caetano,

 

Achei engraçado você se referir ao tom petulante e arrogante do seu texto sobre a América(olha eu usando América como USA). Talvez porque eu seja leonino também, entenda essa sua arrogância e petulância.Bem, quem não gostar de Caymmi deve ser “ruim da cabeça ou doente do pé” para início de conversa.Apesar do Caymmi ter vivido no Rio a maior parte da sua longa vida, ninguém


é,foi ou será mais baiano que ele.Aliás, Nana, Dori e Danilo não se cansam de dizer que não são baianos(rrssss!), todos nasceram no Rio.Mas como Rio e Salvador tem muita coisa em comum, ambas foram capital, têm na população negra e mestiça a marca

forte das suas culturas, têm as praias mais bonitas e muitos outros pontos de felizes parecenças, penso que Caymmi fez a escolha certa.Em tempo: os baianos em geral sabem valorizar a sua cultura muito mais e melhor do que nós cariocas. Quanto à São Paulo(que eu adoro) você já disse “a força da grana que ergue e destrói coisas belas”.Coitada da Sé e outros bichos! Está bom esse seu “Obra em progresso”, igualmente arrogante e petulante (rrsss!)

Parabéns, Eduardo

 

 

17.  Tiago Gomes Leal disse: Novembro 30th, 2008 at 2:10 am

 

Meu caro ídolo Caetano(minha bênção),Caymmi foi,é e sempre será a marca da qualidade da música baiana,com seus versos maravilhosos em que cantava a Bahia,como se canta um Deus menino;Claro que não cheguei a escutá-lo diretamente através de meus típanos,mas indiretamente na voz do nosso mestre João Gilberto e de seus filhos que fazem soar rochas em sombras com suas vozes,me fez sempre pensar que sem ele não existiria música baiana de tal qualidade como ele deixou para todos nós.Sem mais meu mestre,gostaria de vê-lo aqui em Recife-PE já que tenho o sonho árduo de lhe ver cantar pessoalmente…

 

18.  Cristiano Loureiro disse: Dezembro 10th, 2008 at 8:10 pm

 

Caro Caetano.

 

Venho através do seu Blog comunicar que mantenho uma Tradição Cultural, no bairro de Itapuã, Salvador-BA. A Chegança da Baleia Rosa de Itapuã, criada a 21 anos por Wally Salomão e João Loureiro e que na época da criação reuniu artistasd como: CGilberto Gil; Riachão, cantando “Baleia da Sé”, Luis Caldas, Malê de Balê, Olodum e outros.

 

Peço a vc, um artista renomado e que viveu no bairro de Itapuã por algum tempo, inclusive na companhia do Wally, Rogério Duarte, João Loureiro e outros, pois quando criança lembro do Moreno que tem a minha idade bricando comigo e a Dedé com a minha mãe aqui em Itapuã, que nos ajude a manter esta tradição que tem o projeto aprovado no Fazcultura, Lei de Incentivo do Governo do Estado da Bahia.

Aguardo retorno. Muito obrigado.

 

Cristiano Loureiro.

 

71 9198 1636 / 9902 1241 / 8751 0046

 

 

19.     Pery disse:

Dezembro 16th, 2008 at 11:18 pm

 

Me parece artificial e pura mistificação Arnaldo antunes comentando sobre Caymmi. Tudo que o baiano não acreditava e não queria para o Brasil me parece está na agressividade paulistana da obra do Arnaldo que é muito inteligente mas não entende nada da Bahia e de Caymmi. Caymmi é o afoxé, o samba de roda, os capoeiras do tempo de mestre Pastinha. Muito do seu estilo que parece não ter sido feito por gente foram inspirados por mestiços que nunca foram tratados como gente, gente anonima que vive dentro de sua obra.

 

20.  Carlos Alberto disse:

Dezembro 18th, 2008 at 2:30 pm


Ouvir Caymmi é o que importa, quem ouve gosta. Ele permanece em sua obra.

 

 

21.  Sergio Stelmach disse: Janeiro 8th, 2009 at 5:34 pm

 

E o que dizer do que fizeram do Largo da Amaralina, onde retiraram o quiosque tradicional das baianas e colocaram 4 barracas de lona. Não foi um assassinato, e sim um estupro seguido de morte !!! Esse prefeito é realmente uma das figuras mais tacanhas de que tenho notícia !



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