Carnaval (21/02/2009)
CARNAVAL |
21/02/2009 5:00 am |
Um dia escrevi aqui: “Os linguistas contribuem com sugestões utilizáveis quando se fizer um bom projeto de educação básica no Brasil. Mas no momento esses militantes fazem também um pouco de demagogia nociva, provavelmente sem o saber.” Heloisa comentou desta maneira: “Caetano, gostei da forma cuidadosa e moderada desse comentário. Isso me basta, por enquanto”. Lembro que em outro lugar ela pediu paciência a Luedy, que ele esperasse eu ler Bagno diretamente. Algo assim. Pois bem. Li “A norma oculta” e não mudei um milímetro. Ali ainda pesavam mais os vícios da esquerda autocongratulatória. Encontrei Luedy pessoalmente. Ele veio com uma professora de linguística irresistível. Ela falava bem e era paciente quando eu a interrompia. Luedy quase não falava. Paquito, o amigo músico que nos apresentou, às vezes puxava o assunto para longe do tema central. Quase nunca concordávamos mas todos gostávamos de ouvir uns aos outros. Eu tinha apenas olhado as primeiras páginas de “Preconceito linguístico“. Depois que Luedy, Paquito e Tânia (esse é o nome da moça) foram embora, fui lê-lo. Heloísa tinha sido profética. A leitura realmente mudou minha disposição em relação ao combativo professor da UnB. Não sei se o texto que Bagno publicou na Caros Amigos em resposta a minhas opiniões é mais ou menos agressivo do que o que ele mandou aqui para o blog (e depois pediu a Hermano para não publicar: Hermano, que, sendo antropólogo, está mais pros Bagnos do que pros Cipros, tinha me mandado o irado comment, perguntando se não seria o caso de evitarmos publicação de texto tão aguerrido e vulnerável - e eu tinha respondido optando pela publicação: não queria me proteger nem facilitar a vida de Bagno). Seja como for, o texto que li era violento o suficiente para aumentar minha má vontade. Não foi sem má vontade que li “A norma oculta”; não foi sem má vontade que comecei a leitura de “Preconceito linguístico”. Não foi sem alegria que vi minha disposição mudar. Viva Heloisa. “A norma oculta” me deixou com as mesmas más impressões da entrevista à Caros Amigos: demagogia, ar de quem descobriu a pólvora, malevolência em relação aos consultores de gramática dos meios de comunicação, sobretudo um argumento central que não me balança: a tese do nascimento da gramática normativa há cerca de 2.000 anos como um mal do qual só o heróicos sociolingüistas do século 20 nos salvariam. Mas em “Preconceito linguístico” encontrei o que já nem buscava: razão, alguns argumentos sólidos, apreciações justas. Será que nada disso havia no outro livro – nem na entrevista? Será que nada havia no eco da campanha dos lingüistas? Claro que há coerência entre essas fontes e “Preconceito lingüístico.” Mas ao ler este fui posto em condição de ver o que há de bom mesmo onde eu não tinha visto antes. Seria preciso contar a história da minha vida. Não posso fazê-lo aqui. Mas o fato é que sempre me excitaram observações como a do Padre Antenor, diretor do Colégio Estadual Teodoro Sampaio, de Santo Amaro, que dizia não podermos considerar errado o “entonce” do matuto do recôncavo, que é português correto mas antigo e não atual e errado. Comentários como esse me prometiam mais do que as nomenclaturas das análises lexicais e sintáticas. É verdade que tive mais sorte do que Luedy: me ensinaram as “categorias gramaticais” no curso primário; a análise sintática só começou no ginásio – e começou devagar: primeiro as orações simples, só mais tarde estudamos períodos compostos. Primeiro os “por coordenação” e depois os “por subordinação”. Se havia quem achasse chato, esses não eram em maior número do que os que não agüentavam história ou geografia – sem falar em matemática. Mas a mera insinuação da etimologia feita pelo padre me acenava com um mundo maravilhoso. Eu queria entender mais o que era a língua que falávamos, como se formara, como continuaria em sua trajetória. Em suma, eu tenderia mais para um linguista do que para um gramático. Embora as sutilezas das regras de concordância me apaixonassem. E até hoje eu ame o entendimento da crase e sofra com o mito de que ela é difícil, um fenômeno inescrutável, um capricho desarrazoado dos professores e da própria língua portuguesa. Entre a faculdade de filosofia e a música popular, minha admiração por Godard, pelos Beatles, pelos pintores pop e pelos poetas concretos me aproximou de Saussure e Jakobson, dos estruturalistas e pós, não dos gramáticos e filólogos. Entre 67 e 68 eu, além de já estar careca de saber que a língua muda, li “Tristes Trópicos”, Saussure, Jakobson, “As palavras e as coisas”, McLuhan, Oswald de Andrade (“a contribuição milionária de todos os erros”) – e nada de Napoelão Mendes de Almeida. De Antonio Houaiss, só a tradução do Ulisses de Joyce. O artigo de Antonio Cicero na Ilustrada de 8/2/2009 expõe claramente a natureza de minha atitude contra a euforia dos lingüistas ao “desmascararem” o desejo de manter privilégios escondido por trás de toda paixão pela gramática. Leiam-no em http://antoniocicero.blogspot.com/. Chama-se Os Estudos Literários e o Cânone. Cicero diz, basicamente, que o cânone não é, como quer Eagleton, uma suspeita seleção feita a partir de interesses particulares, mas, ao contrario, algo que foi construído na luta das idéias e cuja força reside em não parar de ser qüestionado. A reação de certa esquerda ao cânone é semelhante à reação dos sociolingüistas à norma culta. Não que eles sejam a mesma coisa. Apenas, naquilo que têm em comum, suscitam reações parecidas nos meios que sonham com a revolução. Em ambos os casos essas reações me parecem tolas. A criação de um “paideuma”, de um recorte do cânone que nos obriga a revê-lo, é, explícita ou implicitamente, necessária à criação de algo relevante na história de uma arte e mesmo na construção de um estilo individual. Agusto de Campos pode dizer que John Donne e Sá de Miranda estão acima de Shakespeare e Camões. Ezra Pound detestava Gertrud Stein. John Cage queria livrar-se de Beethoven. Bergman detestava Orson Welles e Godard. Marcelo Nova pode desprezar João Gilberto. João ostentou gostar tão pouco de Noel que isso era uma espécie de escândalo silencioso. Mas tudo isso é diferente de querer-se desautorizar todo cânone. Muitas vezes em nome de reinvidicações de raça, gênero, classe e “orientação sexual”. Os panfletos de Bagno sempre me pareceram mais aparentados a essa tendência do que à decisão de contribuir para a vitalização da educação no Brasil. Além disso, me causa repugnância a facilidade com que se quer descartar mesmo a mais remota possibilidade de haver algo aproveitável na particularidade da história brasileira. Bagno vocifera contra a baixa estima que resulta de dizer-se que os brasileiros não falam certo ou que não sabem português. Mas faz coro com Marilena Chaui contra a celebração do descobrimento e não vê senão vergonha no fato de a nossa independência ter sido proclamada pelo príncipe da metrópole. Claro, ninguém “não sabe” a língua que ouve desde que começou a viver. E nenhuma língua é incapaz de resolver os problemas de comunicação que seus falantes enfrentam. Mas, se esse aspecto da questão é evidente, o mesmo não se pode dizer da confusão que causa afirmar ao mesmo tempo esse grau de independência do fenômeno lingüístico e denunciar como mitológica a língua “ideal” dos gramáticos. De novo, sei que não se trata da mesma instância, mas se temos de definir como projetaremos o ensino da língua no Brasil precisamos ser claros justamente quanto ao que transcende (gostou, Heloisa?) a matéria bruta da fala diária e o corpo dos textos escritos existentes. Se seguimos a Marilena do panfletinho contra a celebração do descobrimento, como podemos clamar pela elevação da autoestima de uma nação tão monstruosamente formada – e apenas através da ligüística? Vê-se que há uma lacuna no pensamento. E vê-se que ela é aterrada com o entulho das variedades mais ingênuas das crenças em vanguardas revolucionárias. O que, então, é bom em “Preconceito lingüístico”? Em primeiro lugar, aqui Bagno freqüentemente mira os alvos certos. O livro de Josué Machado não precisa ser lido por inteiro: as citações escolhidas por Bagno justificam a crítica que este lhe faz. O verbete do “Dicionário Sacconi da língua portuguesa” é tão grosseiro quanto as explicações dadas por Bagno sobre rotacismo e vocalização do “lh” são claras e bem articuladas. Os erros que este aponta nos livros daqueles merecem ser destacados. E a vulgaridade agressiva do estilo deles deve ser combatida. O projeto de lei de Aldo Rebelo é ridículo. Sou amigo de Pasquale Cipro Neto (e admirador confesso do trabalho que ele faz), mas das palavras depreciativas que ele usou contra os lingüistas apenas “deslumbrados” é de fato adequada. Além disso, Bagno aqui dá um esboço de programa que já é contribuição efetiva para um plano inteligente de educação de massa no Brasil. Ele não está sendo simplesmente o militante de um comando antigramatical. Na verdade, as propostas concretas que ele apresenta soam muito menos demagógicas do que os “Parâmetros curriculares nacionais”. Esse documento oficial (surgido, não se sabe como, no supostamente horrendo governo Fernando Henrique) parece mais um brado de protesto contra humilhações sofridas por falantes pobres, enquanto o próprio Bagno propõe “acionar nosso senso crítico toda vez que nos depararmos com um comando paragramatical e saber filtrar as informações realmente úteis, deixando de lado (e denunciando, de preferência) as afirmações preconceituosas, autoritárias e intolerantes”. Aí ele está elevando o nível de exigência em relação aos que desejam ensinar a norma a tanta gente que tem sede de ter acesso a uma. E o mesmo texto em que ele diz essas coisas é o exemplo da língua culta padrão, da norma – que não está no texto dos grandes ficcionistas nem dos poetas, muito menos na fala coloquial: é o português que Bagno usa (e as regras de que se vale para criticar o conhecimento de gramática de jornalistas e professores, com maior ou menor razão), o português das argumentações teóricas, do texto oficial, da produção acadêmica, e não o dos poetas e ficcionistas, que está mais perto dessa entidade que não pode ser reduzida à materialidade da língua móvel dos usuários: a língua ideal. O fato de Bagno usar pronomes no caso reto em função de objeto direto é mais do uma exceção que confirma a regra: é a exemplificação de uma proposta de regra nova que ele já põe, a sério, em prática (ele não usaria “menas”, “nós vai”, “três pastel” etc.: haveria o risco do texto ficar menos inteligível – e (o que é crucial) menos respeitável. Nenhum padrão é idêntico à pluralidade de entes reais que ele representa. Por que a língua teria de se resumir às falas concretas dos falantes? Mas é o Bagno que sabe disso que diz que ensinar português é ensinar a ler e escrever - numa norma padrão. A distinção entre ensinar a língua e ensinar sobre a língua procede. Mas isso não pode ir além de meramente enfatizar o treino do uso em vez da análise do funcionamento. As comparações com a diferença entre dirigir automóvel e entender a mecânica do motor é simplista demais. Ainda bem que ele reconhece que numa certa altura tem-se que aprender algo sobre a mecânica da língua: afinal, de onde sairiam os gramáticos, os lingüistas, os técnicos? Há um continuum entre o aluno e o professor, não há uma linha igual à que separa o motorista amador do mecânico de oficina. Claro que Possenti está certo, no trecho citado por Bagno, quando diz que “saber usar as regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra”. Mas há grande alegria em ver revelado o processo que se dá dentro da gente quando efetivamos o uso da regra. Essa alegria não é igual à alegria do motorista que descobre o que é que faz o carro andar. Justamente por no caso da língua revelar-se algo que está dentro de nós. Não é tudo (acredito que há pensamento sem palavras) mas é muito, é mesmo quase tudo o que somos. É essa alegria genuína que levou Pasquale a reverenciar Napoleão quando este morreu, não o pedantismo que fazia dele uma figura cômica. Porque uma coisa é certa: se há uma esfumaçada miragem de norma culta, português correto, reverência à maneira lusitana de falar e escrever – essa miragem é pisoteada alegremente pelos brasileiros de todas as classes – e bem possivelmente pelas classes mais remediadas e urbanas. Os jornalistas riem dos gramáticos e da Academia, toda a gente ri de Portugal. A defesa quixotesca da língua culta é um cachorro morto nas ruas do Brasil. Temo que os sociolingüistas o chutem com demasiado prazer. O ódio aos Pasquales se deve a eles representarem um surpreendente sinal de vida no cadáver desse cão. Suspeito que Luedy adivinha que Bagno e Possenti não gostariam do Psirico porque o que correspondente ao Márcio Victor não é o “menas” mas o Pasquale: os “comandos paragramaticais” é que são brega. Se há um país onde regras de gramática são tradicionalmente (e mesmo saudavelmente) desprezadas é o Brasil. Comparemos o que se passa entre nós e o que se passa na França, na Espanha. Os argentinos têm o “vos” e resquícios de uma conjugação referente a esse pronome. Mas quem for filho de alguém que saiba ao menos ler, saberá todas as regras de uso de pronomes que há no castelhano. A rigidez normativa da língua francesa não tem igual. Já disse que sou contra o projeto de lei de Aldo Rebelo. Mas na França, onde a Academia realmente dita a moda (com a contribuição de ninguém menos que Lévy-Strauss, que foi de quem primeiro ouvi que não há línguas mais capazes que outras, que não há línguas primitivas, que não há hierarquia possível entre línguas), as ações de defesa da língua têm muito mais peso do que aqui. Vivi na Inglaterra: na cidade de Londres, as diferenças de pronúncia, vocabulário, sintaxe e tom entre as classes sociais (e a importância que é institivamente dada a elas por todos os ingleses) é maior do que entre as regiões do Brasil, por mais distantes que sejam umas das outras, por maior que seja a disparidade de poder aquisitivo. Dizia-se em Londres que o inglês da BBC era a melhor tentativa de padrão. O mito da homogeneidade do português brasileiro não é meramente um mito: é também a realidade de uma língua transplantada, língua de colônia, em que grupos diferentes de pessoas tiveram de passar a falar uma língua só. Os lingüistas deveriam ficar felizes pela oportunidade. Na verdade acho que estão felizes. Não apenas o livro do Bagno está na 50a edição: a própria ciência lingüística encontra terreno tão fértil aqui quanto a psicanálise na Argentina. Bagno prefere repetir Marilena na cantilena da formação que não pode ser festejada, mas a colônia em que o príncipe da metrópole declarou a independência é tão original que, mesmo tendo ficado séculos atrasada em relação às outras colônias ibéricas quanto à instituição de universidades – e que exibe ainda a cicatriz desses descompassos e esquisitices nos resultados dos exames de aprendizado dos seus estudantes – produziu o maior romancista latinoamericano do século 19 (Machado) e o maior romancista latinoamericano no século 20 (Rosa) – pelo menos no dizer de Rodrigues Monegal, o grande teórico hispanoamericano de literatura. Uma empreitada de familiarização da maioria dos brasileiros com as letras já agradece a contribuição que lingüistas como Bagno e Possenti vêm dando. Eu teria preferido me manter como o espírito de porco que, mesmo sem ser estudioso formal da matéria, toma a defesa dos comandos paragramaticais e escarnece dos esquerdismos triunfantes. Mas a leitura de “Preconceito lingüístico” mudou meu mood. Agora prefiro festejar o sucesso desse grupo tão intolerante quanto generoso. Acompanhar o aproveitamento das contribuições que ele traz. Claro que eles podem, como Tom Zé, recusar minha aprovação. Não faz mal. Seguem podendo ser bons para o que interessa. Minha adesão aos lingüistas tem preço. É preciso que eles ouçam este leigo com a mesma isenção que ele os ouviu e pensem ao menos nas questões seguintes. 1) O cientificismo é, em muitos meios, considerado um preconceito. 2) As regras são sim filhas do uso real da língua pelos falantes e, tal como os próprios lingüistas detectam agora, sempre vieram de “baixo” para “cima”. 3) O fato de a gramática normativa poder datar de cerca de 2.000 anos atrás não diz nem que gramáticos tenham imposto os caminhos seguidos pelas línguas nem que eles não entrem na história da formação destas. 4) Os resultados de uma bem sucedida ação de letramento da massa brasileira poderão supreender esses seus proponentes: “tendências” poderão mudar porque 5) A escrita influencia a fala. Continuo gostando do sucesso de Bagno, Pasquale, Maria de Lourdes, Possenti e Psirico. |
Um dia espero encontrar Caetano para discutir os aspectos de linguagens que estão impondo de forma passiva a nós.
Eu ~já não sei mais conceitos sobre as novas regras e nem o que é correto e não.
A mim bastario que o mundoaderisse a uma espécie de linguage, que não fizesse estrondo a nenhum país, devíamos começar do zero e fazer uma linguagem universal com a idealização de todos, e sem distinção de origens ou raças.
Raça acho uma palavra forte, prefereria usar etnia ou coisa do gênero.
Bom hoje vi o show de Armandinho aqui em Penha reencontrei amigos de tempos e ficamosaté pouco relembrando e revivendo o p´ssado.
Por momento é isso.
Saudações,
Luiz Carias.
É carnaval! que baile, Caetano!
CAEnaval!!! hahahaha
Caetano, um post assim como este de “Carnaval”,somente lendo com calma. Agora é só Galo da Madrugada. Naná já apareceu na TV dizendo que ontem, a noite de abertura do Carnaval do Recife foi maravilhosa.Mas como eu prometi escrever para algumas pessoas, aqui vai a minha visão da festa.
Numa aparição rápida e deslumbrante, como sempre, ele se despidiu e a gente ficou com a aquele gostinho de quero mais, mesmo sabendo que a programação seria aquela mesma.
Agora não é que o batuque do maracatu não combine com a música do Caetano, tudo pode combinar, evidentemente, mas talvez a forma como foi colocada. O toque tradicional dos tambores com a melodia. Não sei explicar.
Na saída, conversei com uma amiga jornalista, perguntei. Você acha que combinou o maracatu daquela forma com o Caetano? Ela disse. ” é assim mesmo, nunca combina. Ano passado foi Marisa Monte, Lia de Itamaracá e Elza Soares, não combinou. Ano retrasado foi Maria Bethânia, também não combinou. Naná VAsconcelos é maravilhoso, faz tudo com muito cuidado. Naná, queremos você novamente, mas será preciso melhorar isso aí.
Domo arigato gusai ma shi tta! ( se é que ainda lembro das minhas aulinhas de kendo).
Olá amigos, em tempos de post sobre liguistica.
queria corrigir duas coisinhas: a palavra “despediu”, com “e” e frase: /’mas que não fazia com que arredássemos o pé dali”
Alalaô, Caetano!
Também me apaixono pelas sutilezas das regras de concordância, até hoje eu também amo o entendimento da crase e sofro (cada vez menos, pela fatiga) com o mito de que ela é difícil.
E adorei o preço da sua adesão, esse seu post vale mais pra mim agora que estar ali no fim daquele show no Canecão, quando vc revelou o que eram os caracóis e de quem eram os cabelos que o Roberto cantou. E olha que naquela noite, show de mais 2h30 de duração, Jokerman e tal, ficamos ali, eu e alguns amigos, parados, sem acreditar que tinha terminado!
Interpenetração de mundos, isso é o universo das idéias ao qual as palavras servem, e como. Parabéns pelo seu renovo.
Cacilds! Caetano!
Sem comentários. Isso não é um post. É uma aula.
na testa
salem
Toda fala é melodia. Assim deveria ser a escrita.
Acho que um compositor - Caetano - ao digitar seus próprios textos sinta-se como dedilhando, no instrumento, uma nova obra … em progresso.
Ouço marchas-rancho na trilha sonora deste este post Carnaval: ‘Os Rouxinóis’, ‘Bandeira Branca’, O Rancho da Goiabada’ …
Caetano, nesta época de carnaval estou escolhendo músicas para tocar com os amigos no violão e tocando “Pé do meu Samba” fiquei pensando que seria uma música linda ( que você ainda não gravou em disco de carreira) pra colar no seu novo disco.
É uma sugestão. Mas como carioca essa musica toca fundo em mim.
Abraços
MINHA PÁTRIA MINHA LINGUA
Luiz,
Mas como dizia, a língua é o principal identificador cultural das sociedades, por mais que a intenção seja boa de querer dizer que todos são iguais, negros, brancos, amarelos e vermelhos, as sociedades são muitas e diversas, independente da raça.
No Brasil temos uma profusão de miscigenações, essa é a cara da nossa sociedade, e temos nossa língua que é tão marcante ou até mesmo decorrente dessa mistura.
O planificar os idiomas, criar uma língua única é perder a identidade – a UNESCO já reconheceu que a língua é um patrimônio, que deve ser tutelado por cada Estado, no Brasil inclusive existe lei de tombamento lingüístico, para impedir certos “estrangeirismos”.
Por fim raça é raça e etnia é etnia são conceitos que também não se confundem, e não dá pra ter preferencia por um ou por outro, dependendo do momento você terá que usar um ou outro.
Enfim, o buraco é mais em baixo. Mas não como disse todas idéias são válidas, não sou o dono da verdade.
Mando Bjs e bom carnaval! =]
[Hermano, por que os negros que vieram para o Brasil se desenvolveram mais para o ritmo/percussão enquanto os que foram para os Estados Unidos se desenvolveram mais para o canto? Ou isto não procede? Há algum estudo a respeito?]
*
Meu tracklist do carnaval:
Caro Caetano,
Melhor do que a “adesão” ao grupo é perceber a sua disposição em dicutir a matéria.
Bjs,
garçom, dois lamartines e um intérprete!
HERMAN, ESSE VALE QUANTO PESA
Reli o Post de Caetano e sei que tenho que relê-lo mais algumas vezes pra metabolizar a profusão de argumentos, idéias, conexões, concordâncias e discordâncias.
Mas uma coisa ficou batendo na minha cabeça. Gramática X Linguística. Cientificismo X Abordagem social.
A Linguística me interessou quando li Saussure ainda adolescente e vislumbrei a possibilidade de entender a anatomia da palavra. Significante e significado. Mais tarde fui ter aulas particulares de Semiótica com Luiz Tatit. Isso porque me interessava de forma obsessiva pela percepção da entoação como um parâmetro (quase científico) para entender o discurso cantado.
Quanto mais rompia o tecido da palavra e entrava na sua musculatura, mais me afastava de uma abordagem social. Confesso que fiquei avesso à politização da discussão da língua, das linguagens e da norma. Peguei bode mesmo. Já disse isso aqui. E não por causa do Tatit, que nem tocava no assunto. Pelos efeitos colaterais terríveis que o discurso social (típicos do meu colegial, efito no Equipe) me causavam. Fiquei preconceituoso? Talvez. Acho que sim.
Exalto aqui a paciência e a cultura de Caetano, que mesmo não identificado com a abordagem sócio-linguística, foi procurar entendê-la além da superfície (eu mal cheguei à superfície, tal a minha resistência).
Parece mesmo que as coisas estão mais claras e alcançaram um patamar mais profundo depois desse post. Mérito que também deve ser crditado à insistência de Luedy, com quem debati com frequência. E que aprendi a discordar com admiração e respeito.
Caetano teceu minuciosamente uma rede de múltiplos pensamentos interconectados. Será que depois desse post ainda haverá quem pense que ele escreve “confuso”? O texto é genial!
Gostei muito desse texto como produção de uma síntese entre visões aparentemente antagônicas. Mas confesso: a abordagem social ainda me incomoda. Não no seu aspecto de constatação inequívoca do preconceito. Mas como um rumo verdadeiramente propositivo para a abordagem da língua, aspecto que me parece menos eficiente e convincente.
No que diz respeito à luta por uma educação mais inclusiva, os méritos dessa abordagem são inquestionáveis. Mas no que tange à análise, à compreensão profunda da língua e ao dissecamento dos corpos das palavras e de seus nervos interligantes, não me excito.
Basicamente e (superficialmente) sinto que a abordagem sócio-linguítica parece contribuitiva na discussão do desgaste do ensino da língua escrita e falada nas escolas do Brasil. Aí, ela é propositiva e coloca o dedo na ferida.
No entanto, do ponto de vista da ciência da palavra, da sua concretude, da sua dinâmica sistêmica, do seu embate interno, das suas tensões de significado e da sua transformação evolutiva, a sócio-linguística parece não ir muito além do que já se descobriu. E até ofusca a beleza do percurso genético e simbiótico da construção da língua e da norma.
Às vezes tenho até medo do gigantesco poder argumentativo e coalizante dos textos do Caetano. Ele tem a força de compor forças aparentemente antagônicas. Coisas de bom compositor.
Com escreve, esse cara!
beijo na palavra
salem
“transfoi-se-me”
Ola caro amigo Aurélio,
COncordo em parte do que tu disse sobre etnia, linguagem, identificação cultural, etc.
Porém digo e defendo sermos universais a tal ponto de esquecermos tudo e revelarmo-nos um nova nação, sem diferenças, sem contra-cultura, sem nad aque marca ou denomina ou determina um nação ou até mesmo um povo.
Somos todos iguais porém diferentes.
Ontém um amigo me disse uma frase politicamente incorreta mais bonita á beça. Discutiamos sobre a apologia que alguns músicos fazem sobre o uso dam aconha, ou de como usar, fumar, etc…me refiro ao show do Armandinho, onde algumas músicas fazem referência e tudo mais, para um público literalmente de adolescentes e jovens. Meu amigo soltou uma frase a nossa discussão:A canção é o jeito correto sendo incorreto.
Fiquei fascinado ao imaginar uma frase nesse sentido tomando uma proporção exatamente do que foi o show…
Que previlégio ser o primeiro a postar aqui…
Saudações blogueiros de plantão,
Luiz Carias.
heloísa??
Caetano, em relação ao W Allen, acho que cê vai ter uma desilusão com V-C-Barcelona. Acontece exactamente o contrário do que você disse num comentário atrás.
Gil, volto a fazer a pergunta: onde está você? quero dizer local terreno…Deu-me a impressão de você estar (vivendo?) em Portugal…
Boa TArde blogueiros de plantão,
Olha só o que achei por aí…
http://carnaval.uol.com.br/2009/album/abertura_carnaval_album.jhtm?abrefot=9
Olha só fotos da abertura do Carnaval de Recife, e nosso Caetano apresentando e fazendo a abertura do Carnaval, divino.
Caetano,seus textos sempre me deixam em muita confusao e paz.Muitos e bons carnavais pra vc.
em tempo, o povo inglês é maravilhoso e muito parecido com a gente: adoram música e futebol. A Suíça, que Suíça? a francesa, a italiana ou a alemã? A Suíça é uma beleza e não é verdade que vivam do dinheiro sujo dos outros…e esse tal sentimento de achamento dos brasileiros é ignorância, é antes da neurose. O fato de estarmos geograficamente no continente americano e diretamente ligados economicamente com os EUA tem implicações políticas e culturais que nos fundamentam. Mas tem um fato, lá de cima até lá embaixo todo mundo fala português no Brasil, mais cantado ou menos cantado, a língua no Brasil inteiro é o português nos jornais de todas as cidades e que qualquer um pode ler e entender. E o povo inteiro se entende pela língua antes de tudo…isso é legado e riqueza. Mas a língua saiu de Portugal na boca dos portugueses, não veio escritinha, não veio com dicionário nem com as leis dos magistrados, veio na boca e foi sendo falada e adotada e é assim por todo lado do ambiente lusófono, e por isso os acordos ortográficos, para ajuste do ambiente, porque língua é Poder…olha o Felipão aí…
Caetano Veloso,
Apesar de considerar producente a sua recente opinião sobre a reforma ortográfica, gostaria de dizer-lhe que seu cuidado anterior relativo aos “movimentos” (de onde surgem e para quê servem) das reformas normativas, estão ainda no seu último depoimento. E assim deve ser, penso eu. Lembrou-me (ressoou-me?) de “Ensaio sobre a origem das línguas”, um belo estudo do iluminista Rousseau e que tanto encantou Derrida (Gramatologia). O ensaio tem passagens que de alguma maneira são evocadas por você: “não foram nem a fome nem a sede, mas sim o amor, o ódio, a piedade ou a cólera que pela primeira vez soltaram a fala dos homens…” (p. 48). Por mais que nunca se consiga ouvir a voz das fontes (Heidegger), não se pode reduzir a relação, sutil, que a poesia mantém desde sempre, desde a origem com as línguas: “de início só se falou por poesia; só muito tempo depois é que se procurou raciocinar” (p. 49), também de Rousseau, citado aqui a partir da tradução portuguesa.
Abraços,
Ricardo Corona
Caetano, por ver/perceber, você a se dedicar a todos os assuntos que perpassam por você, incita maior reflexão/ciclicação na minha condição de ser pulsante, do que pela temática em sí que abordas. Do teu fazer/labor puro extraio a preciosidade possível.
Carnaval só não é melhor do que o Maracanã.
Se bem que, depois de hoje, tá foda. Vou lançar o bloco “Porra, Mengão!!!”….
Maracanã, carnaval, reveillon…todas experiências religiosas. Estar em um lugar onde todo mundo, todo mundo, quer ser feliz. Isso é fé.
Quais os seus sentimentos em relação ao, maravilhoso, futebol, Caetano?
O novo post encheu-me de alegria e preguiça.
Alegro-me por saber, que a discussão em torno da abordagem – inédita pra mim – dos lingüistas sôbre a norma culta,continua em alta no blog.
A preguiça fica por conta do tamanho do texto.
Comprido post que não acaba mais…
Castello.
Quanto à afirmação de Caetano que “ninguém “não sabe” a língua que ouve desde que começou a viver. E nenhuma língua é incapaz de resolver os problemas de comunicação que seus falantes enfrentam”, acredito absolutamente no contrário; há um artigo de Ferenczi chamado “Confusão de línguas entre adultos e criança” cuja tese é de que a origem do traumático se encontra na alteridade que não fala a mesma língua: através da linguagem, os adultos submetem, dominam e apassivam a criança; o trauma advém da suposição de entedimento, pois a criança é submetida ao contato com a linguagem através de uma docilidade e por uma antecipação (do simbólico) cujos efeitos sobre ela não deixam de ser violentos, portanto o traumático advém desse desconhecimento.
Caro Caetano,
Primeira vez que comento, apesar de acompanhar o blog há algum tempo.
Texto grande! Um carnaval e tanto. Li ano passado “Preconceito Linguístico”. Bagno escreve bem, gostei e apoiei. Porém discuti com poucas pessoas sobre o assunto. A maioria achava ridícula a propostas desses linguístas. “Mas que coisa! é claro que existe o certo e o errado, devemos que seguir a gramática” diziam. Então o assunto se esfriou em mim durante um intervalo relativamente grande e volto a econtrá-lo aqui (com um título supreendente.
Divido muitas opiniões com você. Concordo que a questão não veio a tona agora e que Bagno e afins não são herois salvadores, como muitos pensam. Também concordo qua a atitude deles em ralação aos Pasquales é bruta e sem razão, já que os mesmos nunca criticaram o trabalho dos linguistas. Esquerdismo enfadonho? Pode ser.
Mas discordo em um ponto. Penso eu que a popularidade dos gramáticos não está na necessidade do povo. O povo os procura para curar seu complexo de inferioridade coletiva. A mesma coisa acontece quando vemos alguém utilizar uma expressão da língua inglesa e se achar “superior”, culto, por isso. “O que é importado é bom, o nacional é ruim, é ralé” é o que muitos pensam. Assim, tentam aprender gramática e palavras difíceis para se distinguir da massa. Muito comum, aqui em Brasília cidade onde moro, os pseudo-estudantes de concursos públicos se sentirem o máximo com a gramática debaixo do braço. Bobagem extrema. E Bagno faz a coisa certa em defender os “dialetos” populares e regionais.
O motivo da luta dos linguistas é justo. O modo com que a fazem é que é errôneo.
Há muito que se debater ainda. Espero…
Oi Alexandre
Cê disse, ói:
“Penso eu que a popularidade dos gramáticos não está na necessidade do povo. O povo os procura para curar seu complexo de inferioridade coletiva.”
De que povo cê tá falando? Não citei a sua frase pra pegar no seu pé, não. Mas nela há exatamente a revelação do que tanto me incomoda na sócio-linguítica. Uma espécie de procuração pra falar em nome de um povo sem se incluir nele. Vendo de cima. O que é uma visão anti-preconceito, pode ser esconder um certo preconceito.
Esse é o ponto: não há povo. Há povos, civilizações, culturas, cultivos, diferenças. E nós fazemos parte disso. Não há como se colocar de fora. A palavra “povo” aparece bem à moda dos políticos. Uma casta que estaria crdenciada para salvaguardar os desejos de uma entidade chamada “povo”.
Eu consigo ler e ouvir belezas na língua escrita e falada em várias instâncias regionais e sociais da população brasileira. Há pobres falando bonito e feio (ufa! não usei o “certo e errado”), há também acadêmicos falando e escrevendo bonito e feio. Há gente que tem vocabulário extenso e não consegue elaborar uma dissertação eficiente.
É nesse contexto, aí sim, que um ensino democrático e menos normativo da língua, pode avançar mesmo e até contribuir para reconstrução da norma.
Mas essa divisão entre povo e uma suposta minoria abalizada, reproduz o preconceito que a sócio-linguística propões desconstruir.
É aí, que a sócio-linguística “parece” pedante e pretenciosa.
Essa é uma herança viciada do pensamento da esquerda. Em nome do povo, mas fora dele. Acima dele.
Não me parece que Bagno pense assim. Mas a mistificação da sua tese, talvez involuntariamente, crie essa confusão.
O problema talvez não esteja na tese em si. Mas na sua defesa quase militante.
Isso pode ser conferido nesse blog em depoimentos diversos. Não acho mais que o que esteja em jogo seja apenas o pensamento de Bagno. O que se discute são os desdobramentos reais e propositivos do que ele veicula. Ou seja: as teses de Bagno serão colocadas à prova não por ele, mas pelos que o leram.
Espero que os alunos e leitores de Bagno se tornem grandes mestres. Não militantes.
beijo na testa
salem
Eu adoro matemática. Desde moleque. No meio do meu Ensino Fundamental, as “humanas” magnetizavam a nossa atenção. Era o período da ditadura e nada poderia ser visto ou analisado sem um debate ideológico. Isso excitou a minha geração. Nas aulas de português, história ou naquela tal de OSPB, estávamos todos prontos pra ver, nas entrelinhas, de que lado o cara tava.
A metamática me aliviava e ma fascinava. Pra mim aquilo era poesia desprovida da ideologia binária. A matemática me lançava pra fora do mundo cognitivo e provocava a minha abstração. Não havia militares, nem derramaento de sangue, nem texto e sub-texto, nem invasões de terra e penínsulas. Nada disso. Havia um convite a abstrair. Claro que cansativo, mas pra mim era um ácido que batia. Pra outros, abatia.
Virei músico meio sem querer e depois de um tempão, vi que a matemática tinha a ver com minha atração por quadraturas, divisões e compassos.
A vida não é tão exata.
in test
salem
Gil entendeu tudo!
Língua e Felipão! Língua e poder. Como eu concordo com esse negócio de falar que o “suiço” é assim ou assado, ou os “franceses” são isso ou aquilo, na maioria das vezes é chutão de bico.
Morei 3 anos na França e não consigo dizer nada assim no singular, tipo “o francês é um sujeito arrogante”. Depois que voltei ao Brasil ficava enervado com ao escutar tanta gente falando coisas do tipo “o francês não gosta de tomar banho”.
in test in gil
salem
em comentário deste link
http://www.overmundo.com.br/overblog/o-avesso-do-avesso-carnaval-baile-funk-e-metal
(que fala do trans-metal-pancadão de Volta Redonda)
dou transnotícias imperdíveis do início do meu carnaval carioca
Algumas coisas me chamaram a atenção, embora meio off topic:
Segundo Antônio Cícero, “queira-se ou não, o cânone literário é uma grande tradição. Deve-se dizer, porém, que ela está longe de ser inquestionada ou inquestionável. Ao contrário, essa tradição se construiu e se mantém hoje, entre outras coisas, através do questionamento e por causa dele”.
Eu queria saber se o mesmo raciocínio pode ser aplicado à música popular. Porque foi exatamente isto o que fiquei tentando dizer quando fiz a precária comparação entre Reginaldo Rossi e Bob Dylan.
Uma outra coisa me chamou a atenção: a terrível dificuldade que podemos ter ao expor a defesa de um argumento. Entendi mal ou Luedy foi prejudicado por esta dificuldade - em que pese o brilhantismo da sua defesa. Mas o toque da Heloísa equivale ao seguinte: Luedy poderia não estar conseguindo passar o que seria necessário para que Caetano tirasse suas próprias conclusões (o que o catatau acima confirma). Longe de ver nisso uma crítica, de antemão me solidarizo com Luedy, porque imediatamente tomo como minha uma dificuldade idêntica: em quase nada do que tenho defendido aqui me senti à altura da minha própria defesa: Caetano tem o domínio da palavra, coisa que me parece uma miragem, de tão perfeita. Acho que se fosse ele a defender o que eu defendi, os argumentos seriam ao menos mais claros. Embora até para Caetano deva ser difícil sintetizar (um) livro(s).
Pior que tudo é ainda gerar antipatia pelos temas defendidos, por pura incompetência.
Outra coisa:
“Se havia quem achasse chato, esses não eram em maior número do que os que não agüentavam história ou geografia – sem falar em matemática(…) e sofra com o mito de que ela é difícil, um fenômeno inescrutável, um capricho desarrazoado dos professores(…)”.
Tive um professor de matemática e desafiaria qualquer aluno dele a considerar matemática algo inescrutável, difícil ou mesmo chato. A paixão de Psica (professor sergipano radicado em Salvador) pelo ensino e pela matemática, transformando o difícil em fácil para assombro e fascínio dos seus alunos, eliminando mistérios e tornando a compreensão quase que automática, me assegura que o problema não é com matemática, é com os professores de matemática e com uma cultura atoleimada de “bicho papão”. Claro que existem tendências e vocações para áreas específicas (exatas, humanas etc), mas a dificuldade é muito mais relativa do que se pensa: após um curso com ele fiz vestibular com uma única fórmula decorada (volume da esfera), porque ele não poderia demonstrá-la - seria necessário conhecimento de terceiro grau. Tirando esta, TODAS as outras fórmulas ele nos ensinou como demonstrá-las, ou seja, ensinou como e porquê se chegava a uma fórmula (ele costumava dizer: “vocês não têm vergonha de sempre saberem uma fórmula sem nunca saberem como chegaram a ela?”).
Gente, vcs que gostam de linguística, não percam no TCA em Salvador esta palestra da ‘Fronteiras Braskem do pensamento’…24/03/2009
Steven Pinker is Harvard College Professor and Johnstone Family Professor in the Department of Psychology at Harvard University. Until 2003, he taught in the Department of Brain and Cognitive Sciences at MIT. He conducts research on language and cognition, writes for publications such as the New York Times, Time, and The New Republic, and is the author of seven books, including The Language Instinct, How the Mind Works, Words and Rules, The Blank Slate, and most recently, The Stuff of Thought: Language as a Window into Human Nature.
Ainda sobre Pinker…
FRONTEIRAS BRASKEM – STEVEN PINKER
Salem,
Você é tosco e sensibilíssimo. Eu também. Às vezes te escrevo de forma tosca, você responde sensível - e vice-versa. Ajustes são sempre necessários para que a Paz possa ser amorosa e legitimamente conquistada, nunca imposta.
Somos tão íntimos que até brigamos.
Sorria, meu bem, sorria.
O chinelo foi justamente para subverter os limites, carái.
Arthur é lindo como o mais belo gol de falta do Zico.
Desculpas sinceras e um grande abraço.
Caro Caetano:
De alguma maneira essa confusao foi até boa pra mim. Me sinto mais baiano em Sao Paulo e agora me sinto baianinho com muito orgulho ao ouvir a musica baiana, onde quer que eu vá. Embora em alguns casos, como foi o meu, o preconceito apenas reforçe ou confunda minhas raizes. Em outros este genero de preconceito pode criar uma verdadeira barreira ao conhecimento de nossa propria historia, portanto da nossa lingua, nossa cultura.
O que quero dizer é: louvavel a sua abertura ao dialogar através deste blog, você mais do que qualquer linguista abre e abriu portas. Mas infelizmente no Brasil, assim como as açoes publicas voltadas para o ensino nao acompanham o ritmo das artes, tao pouco se pode esperar das “cientificas”. Acredito que embora você possa repudiar essa minha tese, os linguistas bagnos estao muito mais ligados a você e a uma tradiçao de canones lusos do que os pasquales da vida. Como em toda relaçao, amor e odio muitas vezes se confundem.
Mas acredito mesmo que a melhor das propostas dos academicos letrudos é sem duvida a proposta levantada por José Miguel Wisnik, Nestroviski e Tatit. A de se expandir o conhecimento da nossa lingua através da cançao. Uma re estruturaçao do curso de letras no Brasil (como proclamava Glauber no Abertura) e porque nao do Ensino como um todo? Qual a sua opiniao? O que você acredita que seja fundamental para “um bom projeto de educação básica no Brasil”?
Abraços cordiais
Se só agora que leu umas páginas desse tal de Bagno, Caetano está autorizado a falar do assunto, só posso me calar.
Sobre o Carnaval a melhor coisa que rolou até agora foi Daniela com Margareth e Mariene e a potência do menino do Fantasmão. As poderosas não fizeram mais do que o mesmo…
http://terratv.terra.com.br/templates/channelContents.aspx?channel=3149&contentid=223958
Caetano
Por que fui encontrar cê cantando “Amante Amado” do Jorge Benjor? É demais!
abraços
veloso,
parente
do boca de matos guerra
( é bom de língua )
seu texto
nos remete
ao fragmento galático
do haroldo:
” o povo é o inventalínguas na malícia
da mestria no matreiro da maravilha ”
um abraço transbarroco
seu mano
paulo kauim
Márcio Vitor, Big Neusa, Gil e Caetano juntos agora a pouco mereceia um livro de antropologia de Hermano. Só o que eu posso dizer é:
“Psirico descendo é madeira é viola, então cole na corda”
o nosso rei momo, gerônimo, e banda mont serrat, despedem-se agora do campo grande, tocando villa-lobos e seu megahit “é d’oxum”. sofisticação total. há 500 metros de casa. luxo só.
http://accel21.mettre-put-idata.over-blog.com/0/00/35/40/portraits2/groucho-marx.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3m3By4rVbgd3bBeyRIblgQexzLttUedecxjAOk4rMHuUVob0Km0ni8RUy9JxRyrTGWEAbQBAbFQ3J8iVy8WKXjNLexn2yp4piJ2qYEGMsZtu7F4aHIMdcVL2VHHm_w-umSJ2OXLHmIB4/s320/patricia2.jpeg
glauberovsky, direto dos barris, num esforço de reportagem virtual!
Nas escolas de samba do Rio,acontece algo parecido com o que ocorre entre jogadores de futebol,que trocam de camisa em intervalos cada vez mais curtos.
Virou fato corriqueiro,o fulano da Mocidade puxar o samba da Imperatriz,o beltrano do Estácio na ilha,o cicrano da Ilha no Salgueiro etc.
Dois expoentes máximos da maravilhosa arte de cantar sambas de enredo,resistiram à esse profissionalismo :
Sorriso que virou lágrimas,semana passada,quando a nata do samba lhe prestou solidariedade,pelo momento delicado que ele está vivendo.
Doença cruel,que no ano passado nos levou o grande Luiz Carlos da Vila.
Castello.
Paulo
Sorry. Você não disse mesmo “o suiço é isso”.
Queria mesmo é elogiar o viés de Gil, quando perguntou de que Suiça estava se falando. A francesa, alemã ou italiana?
Há realmente muita generalização quando as pessoas querem definir um país olhando de longe. Não é o seu caso, mas Gil sempre faz estardalhaços na direção correta. Há exagero demais na construção da imagem de um país (politica e culturalmente) quando olhamos apenas pra um aspecto da sua anatomia. Os alemães por exemplo (que foram responsáveis por uma das maiores matanças da história) hoje se posicionam de forma elevadíssima e auto-crítica em relação a própria história.
De longe, o Brasil pode ser o país do turismo sexual. Ou o País do Carnaval. Ou o País do Futebol… Esse monte de generalizações, sacou?
A história dos países é dinâmica. A Suiça hoje nem é apenas um paraíso fiscal, nem uma fábrica de chocolates, relógios e canivetes.
Mas o mais bacana do nosso papo saudável foi o surgimento de uma expressão cheia de bossa e som:
O SUIÇO É ISSO!
Adorei esse negócio. Parece marchinha de carnaval.
Nando
beijo no Artur. Bandeira branca! Sandália branca! Paz!
eu sou do seu bloco
in test
salem
Glaubito, maibrodis!
Groucho, Karl e Patrícia.
Tese, antítese e síntese.
Lembrar de Groucho no Carnaval é a sua cara! E foi de mais-valia pra quem quer entender melhor como funciona o seu telescópio ligado num overdrive. Com ele você enxerga o mundo feito um cyber-punk-voyeur!
Tua cerveja tem o mais bonito colarinho!
beijo nos Marx
salem
glauber, acho que entre os marx fico com a patrícia.
vellame, opinei mais sobre linguística antes do que depois de ler bagno. aliás, escrevi tanto agora (em pleno carnaval do recife) porque não fora nada humilde quando era ainda mais ignorante (mais sobre isto depois).
patrícia (marx?), gostei de entrevista que li de pinker. foi nela que vi bom argumento sobre pensarmos sem palavras. institivamente já sabia disso.
cheguei da rua. rodei com o psirico. espetacular.
“Manifesto de Luiz Caldas contra Márcio Meirelles:
Senhores dirigentes, foliões baianos e de outras localidades.
Estou sendo perseguido pelo senhor Márcio Meirelles, secretário de Cultura do Estado, que de todas as formas tentou impedir a minha participação no Carnaval de Salvador.
Será que o motivo foi o de eu não querer participar de um trio temático dos anos 80, algo que não acrescenta em nada a minha rica trajetória musical?
Saiba senhor Márcio Meirelles que eu sou dos anos 80, orgulhosamente, e também sou da modernidade, sou do século XXI e estou lançando 130 canções inéditas de uma só vez. Isso já é notícia em todo o Brasil. É cultura, como o Carnaval é cultura, como é a Axé Music que inventei. Não posso viver preso ao passado.
O nosso governador Jaques Wagner e a primeira-dama Fátima Mendonça queriam a minha participação na festa, mas o senhor Márcio Meirelles, da anti-cultura, tem uma borracha maior do que a caneta do governador, e, por ser “todo poderoso”, apagou o meu projeto que era para tocar três dias no Carnaval de Salvador e para o folião pipoca. Vejam quem ele contratou, esquecendo propositalmente o projeto de um dos integrantes diretos desta festa.
Não gosto de me envolver em política de Estado, mas peço publicamente ao governador Jaques Wagner para analisar a conduta deste senhor Meirelles. Será que vale a pena deixar um mandatário cultural boicotar artistas que têm poder simbólico e que fazem parte desta festa carnavalesca para os foliões pipoca? É algo para se avaliar.
É isso foliões. Fiquei sem tocar dois dias em Salvador por conta do jogo sujo que está acontecendo na Cultura baiana.
É hora de dar um basta nisso e respeitar quem tem história e ainda faz história. A pasta da Cultura merece alguém melhor, ao menos alguém que respeite os artistas locais.
Luiz Caldas, criador da Axé Music”
não acho que há perseguição. percebo que faltou foi sensibilidade para perceber que luiz caldas foi um pioneiro do que hoje é a axé music e merece sim, um tratamento à altura. e olha que venho do rock, minha história é outra e consigo ver isso claramente.
meirelles falou em entrevista para a tve que “luiz não aceitou o cachê por considerar baixo”, numa tentativa de reduzir a questão. ora, isso é ridículo. neguinho diz “olha, tem esse trio anos 80 aqui com mais uma moçada e uns caraminguás…é pegar ou largar”. o cara nega [não pela grana, mas pela falta de respeito, reconhecimento e reverência. e por rejeitar a idéia de ficar congelado no frigorífico do passado] e está errado, só porque outros aceitaram??
luiz acaba de lançar 130 canções em 10 cds com 10 estilos musicais diferentes. ele está certo em não aceitar esmolas. agora, se esta questão não cabe a meirelles, aí são outros 500…
ele não pode se restringir a um trio/homenagem saudosista. não é legal para a continuidade de sua carreira. e nem para o carnaval, para o espetáculo. além de seu próprio talento, carlinhos brown veio de lá…
se o assunto for discutido amplamente, márcio terá que rever suas posições a respeito.
não sou advogado de luiz caldas, mas a entrevista de meirelles me causou certa indignação, pelo tom blasée.
Será que a moderação bebe com moderação?
Nossa, quantos erros no meu comment. Grafei encharcados com ‘x’. Acho que foi por que tinha escrito ainda encharcada, no bom sentido, por ter visto o Caetano, todo maravilhoso, vestido de amarelo e branco, as cores da padroeira do Recife, Nossa Senhora do Carmo.Será que ele sabia disso?
Participar deste blog, para mim, é muito importante, porque eu estudo. Vou ler Preconceito Ligüístico para ver se entendo melhor essa discussão. Depois, quando terminar Verdade Tropical.
Vamos a isso Osório, mas eu antes deixa eu te contar: minha imaginação sempre foi excitada com a idéia do paraíso desde o colégio de padres e na minha formação cristã. Pois no dia em que cheguei a Suíça eu me disse: esse é o paraíso na Terra, como é linda a Suíça…a seguir alguns comentários:
Bom dia blogueiros de plantão…
Todos vocês tem razão, quando se referem de modo carinhoso uns aos outros.
Achei a entrevista de Luis CAlas, muito pobre, querend mídia para aparecer, ofuscando um lançamento de 10 cd´s de inédita, estranho isso.
Criador do Axé?? Nunca soube que Luis Caldas tivesse sido o criador do axe, achei mmuito pretensioso da parte dele.
CAetano têm toda razão sobre os textos de BAgno, e também curti Psirico no Carnaval.
CAetano estava lindo cantando o samba da minha terra, muito show.
Bom por momento é isso,
Abraços,
Luiz Carias.
“glauber, acho que entre os marx fico com a patrícia”
hahahahahaahahahahahaha
a patrícia marx não é nada mal, caetanovsky…
http://www.fotolog.com/retrofoguetes/35186613
fui-me!
http://www.fotolog.com/drcascadura
Só sei que nada sei?
Palmas pro Gil!
Meu saudoso pai trabalhou mais de 40 anos como químico da Sandoz (em seguida Novartis) na área têxtil, empresa suiça. Sempre foi tratado com padrões trabalhistas muuuito acima da média.
Nos anos 80, a Suiça atentou com rigor para os problemas ambientais causados pela Sandoz, muito antes do oba-oba ecológico.
Eu morei 3 meses em Geneve, onde tocava em uma casa chamada Roi Ubu. Uma casa de violão e voz que recebia desde artistas folk do Quebec, até brasucas da bossa-nova e roqueiros. Não há no Brasil nada similar. Uma pequena arena pra 100 pessoas com um belíssimo mezzanino, onde não se bebe nem se come durante o show.
Um dia perdi minha tira do vilão no trenzinho. Desencanei, até saber 2 semanas depois que a cidade tinha um “achados e perdidos”. Minha tira estava lá.
Fiz poucas amizades nesses 3 meses, mas foram espetaculares. Um sujeito que era salva-vidas da piscina pública onde nadava, descobriu a data do meu aniversário. Eu ‘tava no palco e ele interrompeu a minha apresentação com um bolo na mão cantando parabéns. Inesquecível e pouco suiço (para os arquétipos esteriotipados).
Não tinha os preciosos dados que você apresentou ao Paulo Osório, mas intuia que sua fúria, pra variar, tinha razões que as nossas razões desconheciam
É por essas e outras que sou fã do teu discurso verdadeiramente progressista.
É nessas horas (meu relógio não é suiço) que esse blog arrasa.
Não confundir founde com fodi.
in testis
salem
A Patrícia Marx estava no coro do Tom Zé no lançamento do seu último CD. Quando foram ao Jô, Tom Zé apresentou um a um, cada integrante da sua banda e se esqueceu dela. Ela ficou vermelhinha, tímida e encolhida. Até que Jô percebeu a gafe e avisou o Tom Zé.
Ela estava bonita. Mas as músicas (muito mal ensaiadas) cantadas à capella a deixavam visivelmente constrangida. Patrícia canta bem e não se acomodava ao desleixo geral na abertura de vozes.
Isso não é uma crítica ao Tom Zé. É um elogio à Patrícia.
Existem muitos carnavais. Mas podemos dividi-los em 2 grandes grupos: no mundo e na TV.
A TV é cruel com o carnaval de rua. Na Bahia, aquelas paradas para o pessoal do CQC fazer semgracisses é patético. Algumas jams e encontros que parecem emocionantes pra quem está lá se tornam outra coisa na TV. Gritos, desafinos, distorções, a voz cansada caguetada por uma mixagem tosca na TV. Tudo torna a TV uma inimiga de grandes artistas.
Pessoalmente, eu sofro por todos, embora saiba que eles talvez nem estejam sofrendo.
Gil, Caetano, Margareth e Daniela cantando O Samba da Minha Terra é algo em si maravilhoso. Mas na TV… Me desculpem os meus ídolos (em especial o Caetano que sabe o quanto o adoro), mas é fodíssima! Tudo com o merchan (talvez involuntário) do portal TERRA. Gil se esforçando pra cantar que o “samba da minha terra deixa a gente mole”, com um logo atrás dele escrito Terra.
Tudo de repente para pra que os apresentadores (a Lorena é muito amiga minha) façam perguntas pro pessoal do trio, tipo… “e aí, muita emoção?” E o público na rua deixando o sangue bixar pro link ir ao ar.
A Band não se contenta em transmitir, quer transformar em evento televisivo. É muito deprê ver a festa assim.
Desliguei a TV definitivamente.
Castello. Esse trança trança de escola pra escola que você associou às mudanças de camisa dos boleiros, também me incomoda. Mas talvez não seja tão sério assim.
Na Bahia e no Recige é bacana ver que os artistas pulam com vários blocos diferentes. É assim há anos. Isso tira o tom de campeonato e de competição. Pode ser melhor pro Rio que haja esse trânsito. O problema é a grana que rola por trás disso. Aí, cê tem toda razão.
test
salem
outro comentário transcarnavalesco meu em:
http://www.overmundo.com.br/overblog/o-avesso-do-avesso-carnaval-baile-funk-e-metal
mas para quem tiver preguiça de clicar no link acima, reproduzo aqui o essencial (adorei ver o pessoal fantasiado - tinha até gente de baiana - cantando “boca roxa de botox”):
continuando o relato do meu transcarnaval 2009: a estréia do bloco cru foi maravilhosa: a combinação rock, pop e marchinhas deu totalmente certo - a banda ficava em cima de um trio, a bateria na frente - o som do trio não era dos melhores, mas gostei: dava mais potência à distorção da guitarra (o sax, eu não ouvi nada) - o povo “indie e simpatizantes” (prepare-se: no ano que vem vai ser uma explosão de gente - se fosse empresário cultural eu colaria nesse bloco) pulava enlouquecidamente - mas também a seleção musical só tinha filé, começando com o hino do bloco já cantado por todos (pelo que deu para entender fala de Quebec, Canadá!) mas passando por Nirvana, Lobão, Radiohead, Jumpin’ Jack Flash, I Want to Break Free do Queen, Mutantes (todo mundo gritando Sabotagem!), Grooves in The Heart, Sociedade Alternativa (Viva!), Rocks do Cê do Caetano e - entre muitas outras pérolas do cancioneiro mundial - talvez minha preferida: uma versão de Can’t Take My Eyes Off You que ficou excelente como marchinha - a banda ainda tem muito que aprender com o Chiclete com Banana, principalmente os truques para emendar uma música na outra, pois intervalos esfriam a folia - mas não tem erro: o negócio é bom mesmo e tudo vai se ajeitar rapidinho
momento Caras: celebridades da música pós-popular brasileira que encontrei por lá: Lois Lancaster, do Zumbi do Mato (a mais sensacional banda do Brasil? tem disco novo - Toma, Figurão - para ser baixado aqui); Fábio Bola, agora com os Reciclóides, novamente o pessoal do Solange Tô Aberta etc. etc.
tive que sair mais cedo para garantir meu lugar no tradicional bolão do Oscar na Cavideo - muito boa a invasão de Bollywood em Hollywood, via Inglaterra (ano que vem teremos Nollywood?) - mas essa é também outra história de outros carnavais…
Será que Caetano conserva a tradição pessoal de tomar um pouco de cerveja na terça de carnaval? Sempre achei o máximo: “não gosto de beber, mas tomo cerveja na terça-feira de carnaval”.
Não falta, Gauss, sobra: ego cofcofcofeinteressesescusoscofcofcofcof
Maria, Naná me pediu para cantar 4 músicas. Terminei canatndo 8. Parece que tanto a imprensa recifense quanto você foram embora antes de eu cantar com Vítor Araújo, com o coral e com a orquestra do maestro Forró. Pena. Perderam também o melhor da festa: o Marco Zero lotado cantando e dançando mil frevos inocentes e animados. Nando, era totalmente Waldorf. Comparado com o carnaval da Bahia, que é muito “tóxico”. Fiquei maravilhado.
Nando, divido com você a dificuldade em defender pontos de vista aqui, por pura incapacidade ou falta de argumentos válidos, embora não creia que esse tenha sido o caso de Luedy. Ao contrário de mim, ele se desdobrou e até pediu minha ajuda, enquanto eu só observava e pedia paciência. Ele disse o que precisava ser dito, mas Caetano não queria ouvir. Tive esperança (nunca certeza) de que a leitura despertasse algo que eu acreditava latente em quem cantou a ciência da abeia. Funcionou, e o mérito é todo de Luedy.
Caetano, obrigada. Você gosta de neblina porque ela dura o tempo que você define. Para dissipá-la, nada mais simples: você serve de farol.
Mudança do Garcia melhor que tudo e Márcio Vitor colando na corda no chão melhor ainda!
Luedy, só achei arrogante e chegando perto da falácia do “argumento de autoridade”.
Hermano, adorei bloco cru e todos os seus relatos. Além disso, finalmente ouvi Zumbi do Mato, de que Domingos Guimaraens e Mariano Marovato tanto me falavam mas de que só me davam DCs mudos: eles queimavam cópias pra mim e sempre necas de som.
Glauber, sobre a questão Caldas/Meirelles acho que o que faltou mesmo foi conversa. Me parece que com carinho, respeito e conversa isso se resolvia sem dúvida e teríamos Luis no carnaval.
Não ví de perto (relativizando de novo…) para saber de qual lado fatou mais tolerância, contudo nesses casos tudo sempre tem pelo menos 3 lados…
Eu fecho com Karl Marx.
Ele ajudou ( aos que tem olhos pra ver )a enxergar as bases da exploração no sistema capitalista.
A Mais-Valia,apresentada por Marx,é um tributo perene à inteligencia humana.
_____x_____
Coisa de brasileiro.
Castello.
Cumé que a cabeça e o corpo do Caetano conseguem estar em tantos lugares ao mesmo tempo? Do Marco Zero ao Marcos Bagno. Isso é que é Carnaval!
E eu achando que nesse período o OeP iria esfriar. Mas Caetano botou o blog na rua!
É ferro na boneca semiótica!
beijo na testa do Veloso
salem
HERMANO, desculpe, vale esse último com o link.
Salém, sobre seu comentário do carnaval na TV:
Estou enfrentando um carnaval na TV pois estou gripadão. Estou gostando da transmissão, não estou vendo só na Band e tb na TVE da Bahia (equivalente da Cultura em SP) e TV Aratu (SBT-BA). Somando essas 3 (zappiando) a transmissão fica muito boa e a intervenção de chão na mudança do Garcia foi ótima, ao vivo sem perder o ritmo. A transmissão está sendo comandada por Liliane Reis que era do movimento estudantil de esquerda e fala muito bem.
http://www.youtube.com/watch?v=WZL_9_aWQJ4
Sobre a família Marx
Karl Marx casou-se em 1843 com Jenny von Westphalen, filha de um barão da Prússia. Teve 3 filhos: Chico, Harpo e Groucho. Groucho pôs as barbas de molho e do pai, só ficou com o bigodão. Gostava de fumar charutos cubanos pra homenagear as teorias revolucinárias do pai aplicadas em Cuba. Harpo se recusava a falar com o pai, emudeceu. E Chico se casou com Marieta. Tiveram Patrícia (neta de Karl e sobrinha de Groucho) que fugiu de casa no Trem da Alegria ao lado de Juninho Bill cantando Piuí Abacaxi. Casou-se com He Man e teve muitos filhos, os Thundercats.
HERMAN MONSTRO SAGRADO DA ATROPO-BEAT. ESSE VALE
Vellameza
Certeza que cê tem razão. Mas querer que faça “uma conversão mental do que vc está vendo para o que está sendo sentido naquele momento” é pedir demais pra minha capacidade mediúnica. Adoraria estar colado na corda, mas nem Alan Kardec faria eu me imaginar ali só com a TV ligada.
Viu, Nando, como a Waldorf se transformou numa piada interna super sadia? Caetano é mestre-sala-quarto e cozinha!
in test
salem
Caetano, não entendi o seu post como uma adesão aos linguistas.E,no final, você impôs condições que ,claro,não serão aceitas, o que leva a situação (quase) para o começo.Em alguns comentários percebi uma certa euforia como resposta a uma suposta capitulação de sua parte.O seu texto não me convenceu disso.
Othon
Luedy, achei meio arrogante essa coisa de dizer que o debate valeu a pena, pois agora Caetano leu Bagno (esse nome é horrível de falar, entorta a boca, me dá agonia). Na boa, só achei, pode não ser.
Com disse antes, não chegou a rolar “argumentum ad verecundiam”, que é um dos estratagemas do texto sobre dialética erística de Schopenhauer (dentro do Parerga e Paralipomena, editado no Brasil com o tosco nome de “a arte de ter razão”). Se trata de um “kit de detecção de mentira” na argumentação alheia, muito utilizado em ciência, difundido por Carl Sagan. Recomendado por um amigo de minha mãe, estou lendo John Stuart Mill que, quando criança (tipo 8 anos), analisava textos procurando falácias, por isso estou nesse clima.
Salém, sobre a família Marx, me acabei de rir!! como estou gripado meu corpo doeu todo!!
Heloísa: procede, totalmente.
Caetano: que lindo e que bom que você esteve por lá. Amo Olinda, amo o Recife.
Luedy: por que a música POP VIGOROSA (destaque meu) de Salvador é sem aspas e a de Recife ressalta sempre a qualidade “multicultural”, as “raízes”, a “tradição” das manifestações musicais populares de lá, tudo entre aspas? Isto considerando que você disse não estar julgando.
Quanto à relação Waldorf=tradição, não procede; mas não estou certo de que tenha sido essa a intenção do Caetano, a princípio não li assim.
Salem, tô atento e amei a citação do Caetano. Mas não entendi, quando li, que ele estivesse relacionando Waldorf com tradição. Será? Tomara que não, é uma relação fadada à inércia e ao fracasso.
Luedy,
“uma porção de trios tocando uma música pop vigorosa, as tvs que mostram o carnaval de recife ressaltam sempre a qualidade “multicultural”, as “raízes”, a “tradição” das manifestações musicais populares de lá.
Vejam bem, não estou julgando”.
Vejo bem. Mas por que a música POP VIGOROSA (destaque meu) de Salvador é sem aspas e tudo do Recife é entre aspas?
Me amarrei no Zumbi do Mato.
Senti um certo clima,mamonas assassinas,(que eu amava)nos caras.
A turma do Dinho deixou uma lacuna nesse lado irreverente da música popular,que tem tradição no Brasil.Lamartine,Rita Lee,Juca Chaves…
Beleza os caras liberarem o disco pra download.
Valeu cara !
Castello.
caets
“escrevi tanto agora (em pleno carnaval do recife) porque não fora nada humilde quando era ainda mais ignorante (mais sobre isto depois).”
venha tomar um chá da próxima vez que um show passar no sul. conversemos sobre linguagens, humildade e clareza.
zapeando vi o psirico, e Caetano e Pedro, querido. bj pra Pedrinho. sim , parece ter sido espetacular.
Carnaval da minha vida, graça a CAETANO O ÙNICO. Seu texto é como sempre transformador, mas quero relatar que transformador foi para mim a sexta dia 20/02/09,Recife antigo onde pude dizer que te amo e o melhor ser tocada e tocar você. Uma besteira se você fosse um simples mortal, mas não é. E confesso que a sensação de lhe tocar foi é única, queria um dia poder conversar com você e lhe falar do bem enorme que você me faz, nos faz. È brega, pode ser, mas EU TE AMO como homem, cantor, letrista, escritor, ser humano com todas as suas virtudes e defeitos.
Maria, pelo visto você também perdeu o “Cê”, no ano passado, no Centro de Concenções. Só no Recife o show teve pouco público. O show, no entanto, foi dos melhores que fizemos.
As mulheres só passaram a votar na Suíça nos anos 70!
Salem tem das transmissões do carnaval baiano na TV a mesma que eu sempre tive. Ontem Pedro Sá (que foi comigo, maravilhado, por todo o percurso do Psirico) me disse que melhorou muito, que agora ele vê e até gosta. Devo também confessar a Salem que detesto cantar em trio elétrico. Gosto de brincar o carnaval, olhar, ficar excitado, ficar cansado. Não quero entrar no tom nem lembrar a letra. Adoro quem faz bem (tantos!) mas eu nunca estou nem um terço ali.
Sobre o carnaval waldorf do Recife, há uma obra-prima do Quanta Ladeira, chamada “Invocação”, que termina com a frase - em dorido dó menor - “Ai que saudade do cordão de isolamento”. É uma sátira ao Recifolia, uma popização meio abaianada do carná pernambucano que teve vigência até, sei lá, o final dos 80, algo assim. A riqueza de ironia que há nessa letra e os pensamentos que ela me fez vir à cabeça serão tema de post em breve. Deixa eu sair que tem coisa pra eu ver.
Glauber, não vi o trio dos roqueiros! Não dá pra ver tudo. Não dá pra ver quase nada. Quanto a Luís, ele é grandíssimo. Não posso dizer mais. Pra mim o axé nasceu no dia em que Morais Moreira transformou o trio em banda pop de acompnhamento de cantor e levou os ritmos dos afoxés pra cima do caminhão: até ali trio só tocava frevo - e ninguém cantava. Tudo veio disso. E Morais já teve queixas mais amargas do que essa de Luís agora. As autoridades eram do outro time. Luís é um gigante histórico, como Morais. Não tenho conhecimento suficiente de como se dão esses problemas.
Carnaval recifense é waldorf! Essa foi ótima, porque eu sempre tive uma impressão sememlhante, pelo menos vendo o carnaval de lá pela tv - bem entendido, somente pela tv! Mas ao ler o comment de Caetano acerca do contraste entre a toxidade do carnaval soteropolitano e o gosto pelo tradicional do de recife, não pude deixar de notar que minhas impressões parcialíssimas de certo modo procediam.
Tenho mil broncas com o carnaval de rua de Salvador: os camarotes opressores e nababescos (em contraste com a multidão que não tem acesso àquele luxo all-inclusive, totalmente all-exclusive) e as cordas dos blocos (que privatizam o espaço público, ainda que de modo ambulante) me aborrecem muito. Mas não posso deixar de destacar a força da música de carnaval daqui. É impressionante.
Quando vejo o carnaval de Recife (pela tv, pela tv…) me chama a atenção justamente este aspecto. Enquanto a transmissão das tvs locais de Salvador mostra uma porção de trios tocando uma música pop vigorosa, as tvs que mostram o carnaval de recife ressaltam sempre a qualidade “multicultural”, as “raízes”, a “tradição” das manifestações musicais populares de lá.
Vejam bem, não estou julgando, apenas constatando algo que me parece coincidir com as impressões de Caetano.
Por outro lado, se em Salvador há uma concentração da folia nos bairros mais centrais (ou mais nobres), lá em Recife há uma descentralização da festa, com inúmeros palcos montados em diversas partes da cidade, com shows diversos. O que me parece bem mais interessante. Só não me atrai muito é esse gosto pela manutenção das “tradições”, das tais “raízes”. Aí eu sou mais a tendência mais pop do carnaval daqui.
vellame, “arrogante”? Quem? E por que o “argumento de autoridade” é uma falácia? Se eu cito Foucault, ou Derrida, ou Marx, ou qualquer pensador importante, estou me valendo de argumentos de autoridade - que obviamente podem ser desconstruídos, criticados, revistos. Não entendi bem o que vc quis dizer.
Heloisa: ainda acho que discordo de alguns dos pressupostos do Dr. Veloso, mas achei massa a atenççao que ele tem dispensado ao debate. Como disse antes, só o fato de ter aproximado Possenti e Bagno de Caetano já me deixou feliz.
Salem, cê não precisa pedir desculpa. Eu não quero é ser mal interpretado.Aliás, eu e você, que já estivemos (e vivemos!) em vários outros paises temos maior facilidade em compreender esta situação. E e eu tenho 5 relógios suiços…
Gil, já vi que você é um cara que sabe: Aplausos para a sua “Apologia da Suiça”. Vou só fazer alguns comentários, e tentar ser o mais sucinto possivel, até porque o tema do post é outro bem diferente…
1.Acho dificil a Suiça ser o 15º país que mais exporta em “termos absolutos”. Se fosse em “termos relativos” aí sim. Em termos absolutos acho dificil…para não dizer impossível. Qual é a sua fonte para dizer isso? Será que a Suiça pertence ao G20 e eu não sei?!!!…
2. “…produzem utensilios como máquinas de precisão ou aparelhos electrónicos cujas marcas não são muito conhecidas, mas exportadas para indústrias de produção em todo o mundo…” Devem ser mesmo pouco conhecidas. Eu desconhecia esta magnitude…
4. Você sabe bem que processos criminais e investigações policiais são uma gota no oceano de todas as “operações ilegais” que acontecem por lá…
5. Não queira comparar a magnitude, nem que seja moral, de crimes como esses e downloads ilegais de músicas…Eu também sou contra isso. Nunca fiz download pirata…
6. Já que vocês (Gil/Salem) acham a Suiça um Paraíso, e já que Gil nos ensinou acerca da riquesa industrial desse país, será que isso não é um argumento a mais a favor de se acabar com toda essa porcaria que se passa por lá???? Pois se há paraísos fiscais que o são porque, por motivos económicos, necessitam mesmo de o ser, pelos vistos a Suiça não precisa…!!!!
Nando,
Coloquei entre aspas as adjetivações que os apresentadores e repóerteres (sim, até os repórteres não escondem o encantamento que sentem com o carnaval de Recife) utilizam para exaltar a folia de lá. Claro que eu nao vejo (pela tv, bem entendido) o mesmo vigor musical que vejo (também pela tv) do carnaval daqui. Claro também que, sendo morador de Salvador e já tendo participado, ainda que de meu jeito, da festa daqui, toda esta minha apreciação comparativa tenda para a festa de Salvador. [Aliás, é preciso dizer que muitos amigos que foram passar carnaval em Recife me contaram maravilhas de lá]
Em todo caso, pode ser que a tv de lá não tenha conseguido fazer uma transmissão que dê conta de mostrar a mesma força e diversidade que as tvs de Salvador conseguem com a música de carnaval daqui.
Vi ontem pela tv show do Mundo Livre, lá em Recife. Juro que não vi a mesma empolgação - nem da multidão que lotava o local, nem dos apresentadores, que se esforçavam para demonstrarem-se animadíssimos. Mudava de canal e via o Psirico, Fantasmão, Ivete, Daniela, Novos Baianos, Margareth Menezes com Daniela Mercury, Cláudia Leite, etc etc etc. A diferença era absurda (em termos de empolgação e de “vigor”).
Se vc me perguntar se um carnaval com shows do Mundo Livre, Nação Zumbi, Chico Cesar e Lenine não é um privilégio, eu direi que, sim, acho que é sim, mas, comprativamente, não vejo na festa carnavalesca comandada por estes artistas o mesmo vigor e empolgação que vejo por aqui com aqueles que eu listei antes.
ps. quanto a bagno, Vellame, eu sinto que sua antipatia por ele não lhe faz aceitar a idéia de que Caetano tenha sido, de algum modo, afetado positivamente pela leitura atenta que ele fez de um dos seus livros. E olhe que há ainda muita discordância dele (Caetano) em relação a Bagno. Imagine se ele tivesse ‘mudado de lado”.
Osório, sei de nada…apologia? estou apenas procurando ajudá-lo a desfazer uma opinião preconceituosa sobre a Suíça, e incorreta, só isso. Não sou suíço mas achei linda a Suíça, pode? O fato de vc desconhecer a magnitude é relativo, muita gente desconhece tanta coisa…eu não quero te convencer de nada, veja os dados da CIA e tire suas conclusões. Esse seu sabemos muito bem é por sua conta, não sabemos muito bem nada, vc acabou de dizer que desconhecia. Esse papo de gota no oceano é papo furado, te venderam, vc comprou e saiu por aí, mas pode ser falso o que vc comprou. Agora, download ilegal eu sei bem do que se trata e podemos discutir, não vem que não tem cumpadre, a menos que vc queira agora criar o conceito de ladrão por magnitude, isso é inédito. E porcaria se passa em tdo lugar Osório, pára com isso…eu e meu amigo Salém vamos juntos passear na Suíça, no jardim que é a Suíça e se vc quiser pode vir com a gente que será benvindo…deixa os suíços em paz que eles tem muito o que fazer nessa crise…a Suíça é paraíso, e não tem essa de fiscal não, a Suíça é só paraíso mesmo e tem o festival de jazz de Montreaux que é o máximo…relaxa Osório, já comi meu bacalhau hoje e tomei um Reguengos Reserva…e água de pedras é claro…viva a Lusitânea!
Oi, Caetano e pessoal.
Fico feliz em ver esse post: o que Bagno cobrou no artigo da Caros Amigos foi que Caetano estudasse melhor as propostas dele, pois sentiu-se sofrendo “redução grotesca”. O artigo do Bagno tá no meu blog. Agora Caetano mesmo assumiu que não tinha lido o suficiente. Que bom! Sabia que, quando o Caetano lesse, concordaria com algumas coisas, independente de resistir a outras. Mas eu acho mesmo um barato é o fato do Pasquale resistir ao novo acordo: será que ele, que sempre corrige a todos, será corrigido, agora, pelos editorialistas da Folha e outros jornais? Creio que para ele será uma experiência existencial rara e, quem sabe, profundamente transcendental.
Caetano, esse debate do cânone ocidental contra os estudos culturais leva ao Harold Bloom e aí realmente, é outro lance. Bloom julga, por exemplo, que o cânone da língua portuguesa é Pessoa e Pessoa é Whitman renascido, daí a universalidade do cânone anglo-saxônico: Shakespeare, Milton, Whitman e por aí vai.
Caetano,
informação nova a respeito dos Cubanos deportados. Tirei do blog do Juca Kfouri. Pelo jeito, mentiram pra você. Abraço.
Os pugilistas cubanos que foram deportados pelo governo brasileiro durante o Pan-2007 voltaram a fugir de seu país.
Um, Erislandy Laranha, já tinha fugido antes e dito, em Hamburgo, na Alemanha, que ao contrário do que disseram as autoridades brasileiras, ele em nenhum momento manifestou a vontade de voltar para Cuba.
O outro, Guillermo Rigoundeaux, fugiu agora e está em Miami.
O que apenas demonstra o óbvio: ambos foram postos num avião de volta para Havana à força.
Leia mais em http://esporte.uol.com.br/boxe/ultimas/2009/02/23/ult4358u316.jhtm
Gente!,
Hoy estoy de plafón bajo, (días en que a uno le pinchan el globo) por lo consiguiente severa en el semblante, contrapuesta a mí jocosidad. Así es pues, que me dirijo a expresarme en mi “lengua materna”.
Caetano,
Me gusta “verte huracán” y sentir que el “carnaval” te inspira!…yá lo sé…es siempre poder mantenerse “eufórico”, sea éste el terreno fértil, dentro del estado de “alegría o tristeza”. Pucha!. No vayas a pensar ni siquiera un poco en el significado de lo efímero, por favor!. Bueno, únicamente sólo para todo lo que sientas que te pueda parecer “negativo” y por su própio peso muyyyy “chato”.
¡Qué complicado es hablar y escribir bien!
Hay que evitar:
1) Expresiones desgastadas y comunes.
2) Profusión de adjetivos.
3) Términos vagos o de amplio significado.
4) Palabras que se ponen de moda.
5) Palabras extranjeras.
6) Muletillas.
7) Construcciones verbales que pueden decirse con una sola palabra.
Repetición de palabras.
9) Expresiones despectivas, que tienen como base la religión, la raza.
El español y los otros idiomas….
¿Qué actitud tiene la autoridad lingüística, la Real Academia Española?, (en mi caso), o Brasileira? (ABL).
¡Es obvio!
Transcribo, a continuación, fragmentos de una serie de avisos, publicados en diario “El País”. Todos ellos piden empleados. Es interesante poner atención en lo se exige para conseguir el puesto:
Por supuesto, son unos pocos ejemplos. No nos detenemos a observar cómo están redactados, ya que habría mucho para corregir.
Caridad bien entendida, empieza por sí mismo.
¿Por qué se habla tan mal?
¿Por qué hablamos tan mal?.
Abrazo apretado. Vero, con el plafón exagerado?.
e ninguém disse uma palavra sobre o Oscar…tenho visto os filmes, fiquei espantado com o Complexo de Badem Meinhof, achei-o pró terrorista assim como um outro desenho pró palestinos. Milk e o Casamento de Rachel são ótimos. Winsley eu sonho com ela desde que a vi e com Di Caprio eu gosto, filme pesadão do marido pesadão Mendes, não vi o premiado. Rourke apareceu deslumbrante no ano do dragão, parecia um novo Brando, tudo isso…renasce depois sabe-se lá do que, foi linda a referência de Sean Penn a êle quando recebeu o prêmio…e que Oscar bem feito, e salve salve: os musicais estão de volta! Espero que entre nós isso seja um grito de libertação da Broadway…Grammy, Brits, Oscar…o que está acontecendo? O paradoxo da debacle? E nós? MInha nossa o que é aquilo na TV, aqui via Record, aquele amontoado de gente derretendo…e feliz…é anti urbano fala sério…nos anos 60 até que fazia sentido, pouca gente, poucos carros…hoje em dia? No leblon é um inferno: calor, esporro, sujeira e turista? é demais…deus me livre…ehehe…eu quero ir pra Suíça!
HERMANICATS ESSE VALE
Nando
O comentário de Caetano foi carinhosíssimo. Não tinha nada a ver com tradição. Tinha a ver com a pureza do carnaval do Recife em comparação ao veneno (tóxico) do carnaval da Bahia. Isso (eu acho) porque eu comecei contando aquele historinha do meu filho visitando a Waldorf e a gente estranhando os adolescentes sem espinhas com cara de bebê.
Num outro comentário (sei lá quando/esse negócio de blog tem um timing maluco) ele falou disso, enquanto a gente debatia fervorosamente sobre valores, precocidade sexual e axé.
Caetano está visivelmente alegre e leve. Seu post e seus últimos comentários são afagos e gestos de aproximação.
Nessa onda, concordo com Vellame, quando ele acha “meio arrogante essa coisa de dizer que o debate valeu a pena, pois agora Caetano leu Bagno.” Há um pouco de inocência nisso. Parece que a opinião conciliadora e bem fundamentada do Caetano sacramentou o assunto.
Já tinha sentido a mesma coisa que você e formulei num comentário lá em cima com o meu jeitão medroso (não queria melindrar ninguém):
“Às vezes tenho até medo do gigantesco poder argumentativo e coalizante dos textos do Caetano. Ele tem a força de compor forças aparentemente antagônicas. Coisas de bom compositor.”
Quando li o Post, adorei. Quando reli, gostei mais. Mas temia uma reação do tipo “num falei? o cara leu e agora concordou”. “Caetano falou, agora tá tudo certo”.
Pelamordideus! Ninguém se ofenda com essa minha sensação! Em especial Luedy, a quem reitero os méritos pelo avanço dessa discussão.
Mas meu carnaval agora é outro. Eu quero a Suiça do Gil! Quero que chova canivete suiço! Quero bezuntar a mulherada com foundeu de chocolate! Quero escutar MPS. Música Popular Suiça. Quero avançar na conta do Maluf e torrar a grana toda por lá.
Quero ser Suiço! Só isso!
in tests
salem
Enfim, acho que temos muito o que aprender com o carnaval de Recife. Agora, acho que teríamos muito a ensinar também: nossa tendência pop, afinal de contas, já renovou até mesmo o frevo de lá.
O carnaval do Recife humilha os outros (plasticamente só o do Rio se equipara, mas a uniformidade estética dos sambas cariocas perde feio para a diversidade pernambucana). Claro que Salvador ainda tem seus trunfos, como o tapete branco do Gandhi e a genialidade sempre surpreendente de Brown. Mas em todos os sentidos (estético, musical; diversidade etc) é um banho pernambucano. Creio que estejam muito mais íntimos do que seja a essência do Carnaval.
Bonita a homenagem que o Psirico fez, com os integrantes do trio usando roupas estampadas com capas de discos do Caetano.
Eu continuo intrigado com esse lance de poder pensar sem palavras e, quem sabe, sem imagens. Bjs!!!
Acho que já está na hora de, a bem de um real letramento das massas, que é tudo o que o Brasil precisa, reconhecermos a independência da Língua Brasileira. Os alunos já chegam na escola perseguidos por um trauma coletivo com relação ao ensino do português. E, a partir desse ano, com a introdução do Acordo Gramatical, pode ser que o trauma aumente. Talvez se assumíssemos amplamente o termo Língua Brasileira, e não o restrito uso técnico de português-brasileiro, as coisas seriam diferentes. Mas não só a assunção do termo basta: é preciso reconhecer profundamente nossa identidade, aquela coisa etérea que une falantes desde gaúchos até amazonenses. Como se faz isso? Não sei. Mas é preciso tentar, sempre. Com a ajuda de todos. Linguistas, poetas, jornalistas, publicitários, atores, regentes, falantes: uni-vos!
que nossa originalidade vai compensar a técnica e a repetição que nos faltaM…será?
transcarnaval para quem estiver em BH:
http://www.overmundo.com.br/agenda/escola-autonoma-de-feriado-carnaval
aproveitem - hoje é o último dia!
Nando calling… no inocente almoço familiar, todos a postos com suas tarefas para a quaresma; um dispensará chocolates, outro café; um deixará de lado a cerveja, outro os cigarros; eu, pensando numa das coisas que mais gosto, tasquei: 40 dias sem internet! Acho que exagerei na dose…
Pois é, promessa é dívida, são várias as testemunhas, lasquei-me. A partir de amanhã, zero de interação aqui na OeP, morrerei de saudades!
Luedy,
Realmente você precisa ver de perto o carnaval de Recife e Olinda até para confirmar o que seua amigos te disseram e a sua visão de que podemos aprender mutuamente, concordo no que diz respeito a tedência pop do carnaval coisa que eu penso que seria muito mais fácil do carnaval de Recife se apropriar do que o carnaval de Salvador se apropriar da tendencia democrática de Recife.
abs!!
Amigos, deixo um último comentário para vosso desfrute, preparado com muito carinho.
Um abraço afetuoso e sincero. Best wishes, see ya!!!
A Pedagogia Waldorf não equivale a tradição. Equivaleria talvez à Tradição, no sentido esotérico que o termo encerra.
Para falar em Pedagogia Waldorf é preciso falar do seu criador, Rudolf Steiner (pesquisem quem foi, pesquisem!).
Steiner, considerado austríaco, nascido numa província do império austro-húngaro, aos oito anos travou contato com a própria sensibilidade clarividente, sofrendo então uma dificuldade oposta à que a maioria de nós enfrenta: para ele, o real era o que para muitos de nós sequer existe. A fonte de suas pesquisas é o que ele descreve em “A Crônica do Akasha”. Desde então dedicou-se, não sem sofrimento, não sem ataques violentos e ameaças que culminaram no incêndio de uma obra querida: o seu Goethianum, centro de estudos e monumento em madeira construído com muito trabalho e dedicação. Forças adversas sempre a postos.
Deixou estudos referentes a cosmologia, cosmogênese, filosofia, Cristologia, Goethianismo, educação, medicina, filosofia social, economia, eurritmia (arte gestual criada por ele), arte da fala, psicologia, artes plásticas, dramaturgia, dicção, música, arquitetura, mitologia, agricultura biodinâmica - cansei só de escrever.
O nome “Waldorf” deriva da escola montada na fábrica de cigarros Waldorf-Astoria, para a qual foi convidado a ministrar aulas para os funcionários.
O cerne da pedagogia reside na aceitaçao de suas pesquisas referentes aos setênios (períodos de sete anos nos quais mudanças significativas são vivenciadas; a queda dos dentes de leite por volta dos sete anos seria um exemplo “concreto”). A concepção de Steiner menciona que além do corpo físico (cuja hereditariedade teoricamente deveria ser superada ao final do sétimo ano de vida e que dividiríamos com os minerais), outros três corpos fazem parte da constituição quadrimembrada dos seres humanos: o corpo etérico ou vital (responsável por “emprestar” vitalidade ao organismo, sendo o exemplomais nítido da sua atuação a cicatrização de ferimentos; que acaba de ser formado ao final do sétimo ano; que dividiríamos com os vegetais); o corpo astral (responsável pelas emoções, sentimentos, desejos e paixões; que acaba de ser formado ao final do décimo quarto ano; que dividiríamos com os animais); e o corpo espiritual ou Eu, residência última da espiritualidade de cada indivíduo (que a partir do vigésimo primeiro ano ganha autonomia para em sua plenitude ser responsável pelos seus caminhos ou pelo cumprimento da sua missão).
Somando quase quatro centenas de livros publicados, em sua imensa maioria extraídos de suas palestras (que foram em torno de seis mil), deixou títulos como “A Filosofia da Liberdade”, “A Ciência Oculta” e “O Conhecimento dos Mundos Superiores”, neste último disseminando o que para ele deveria ser acessível a todos (novas críticas: conhecimento “especial” não é para todo mundo, só para os privilegiados!).
Suas “interpretações” dos Evangelhos são no mínimo surpreendentes e “De Jesus a Cristo” traz revelações intrigantes e para muitos incômodas sobre o nome maior do cristianismo.
Todas as áreas abordadas guardam absoluta coerência entre si, nas mínimas particularidades.
Responsável pela educação de uma criança hidrocéfala, conseguiu que os estudos avançassem, tendo a criança se formado em medicina.
Fonte(s): Nandopédia. Não revisei, perdoem qualquer imprecisão ou qualquer coisa por aí.
Eu sou a filha da chiquita bacana. Entrei pro children’s liberation front!
Silvio Mansani…bacana seu par de anéis , lembrei do chico buarque, e sua voz também é muito bonita…e tem ainda os pugilistas cubanos? vejam só…vou ouvir de novo sua música,,,Salém, passa ali…cadê nosso mosqueteiro? já sei…tá aproveitando…Castelão, passa ali pra ouvir o Silvio…Caetano sabe o que faz, deixa êle…Heloísa….Heloísa, onde anda vc..???…Exequiela meu amor, saudades…aí moçada! vamos ouvir o Silvio lá de santa catarina?
Aguardo você novamente no Recife para o lançamento do próximo disco.
PS>: não cheguei pertinho de você como a Tânia que falou aqui, mas, de longe,achei lindo seus cabelos grisalhos. Você, prá mim,é um artista que respeito muito e tenho muito carinho.
um abraço.
beijos a todos , Maria
Boa Noite Blogueiros de plantão!!!
Não quero polemizar nem discutir, mais carnaval só é carnaval na Bahia e no Rio.
Em outros lugares não existe Carnaval, existe sim um público animado e seleto que curte shows, mais não CARNAVAL!!!
O Hermano postou aqui um CXArnaval diferente, estranho,, em Recife se me recordo, que é o Carnaval no interior com participação de vedetes, não sei expressar o que elas são, talvez moças da vida.
Sei lá, de todo Carnaval que já vivenciei, Bahia e Rio são os melhores, o resto é o resto.
Não concordo com a nova gramática e as novas leis de palavras e acentuações, acho contra cultura promover algo desse jeito.
Estamos vivendo uma verdadeira doideca na nossa literatura, em nossa língua.
Lula conseguiu bagunçar até isso.
Caetano, iorubá é melhor que Obama?
Queria entender o que significa two naira fifty a kobo.
Também como Maria não pude ver o show do Cê, mais os anteriores eu vi, e gostei muito de Prenda Minha, Noites do Norte e A Foreign Sound.
Bom espero ver o próximo que possivelmente seja todo de transsamba.
Falando em novo, Psirico vai estourar em 2009, e para quem curte uma música brega engraçada, escutem Velhas Virgens, ou o Carnavelhas, é show de bola.
Bom por momento é isso,
Boa Noite, e espero que esta não seja apagada nem censurada…cansei de digitar e não ter os posts publicados.
Atenciosamente, do revoltado,
Luiz Carias.
Poxa Carias,
como você diz que não quer polemizar e na mesma frase diz que “carnaval só é carnaval na Bahia e no Rio”?
Você fala do que não conhece. Em Recife não há público seleto que “curte shows”, há uma cidade em festa, por todos os bairros. Em Bezerros, no interior do Pernambuco, há o Papangu, que move toda a cidade numa mistura de Veneza, sertão e Zona da Mata de encher os olhos.
Que afirmação terrível essa tua…sei não.
Inté!
o sonho de carnaval acabou. meu coração escorpião trepidou pelos olhos da morena gueixa de Campinas pelas ruas históricas, ornadas com velhos, lindos e coloridos casarões de São Luiz do Paraitinga. espero que o coração dela trepide por mim além, mas muito além da quarta-feira de cinzas.
taí uma coisa que não invejo nem um pouco Buenos Aires. lá não tem carnaval como aqui. perdão linda Exequiela. eu eu gosto de carnaval, é o renascimento do povo para Dionísio, para Baco.
em São Luiz do Paraitinga tem o Bloco Baco do Balacobaco. a marcha-rancho do poeta-compositor Marco Rio Branco é diz assim:
pintou aqui um certo clima de indagação sobre qual seria o melhor carnaval de rua do Brasil. Salvador ou Recife? se é que há uma disputa entre as duas cidades eu acho isso tremendamente inútil. viva todas as cores do carnaval brasileiro.
Nando,estou achando que exagerou na dose.Ainda dá tempo de fazer outra.Esta envolve seus companheiros daqui e não acho justo.Será que não dá pará desfaze-la?Algo como uma boa ação. Por exemplo participar mais ativamente desta obra em progresso.Deus ajuda quem quer progredir!
Beijos ternos em todos os progressistas
Réa Silvia
Viva a banda da da,de Ipanema da da da da.
Pensando bem…com aquela barba,e vestido de vermelho,dá pra confundir…hehe.
Castello.
Amo Portugal e não deixarei de amar, mas é imperativo que se proceda uma reflexão sobre uma língua que deixe de ser o portugues do Brasil.
Quantas palavras mortas e quantas outras nascidas, numa permanente renovação, já nos distancia tanto da linguagem imperial lusitana?
Aldo Rebelo luta contra o processo de aculturação mas radicaliza demais. Aculturados estamos pelos EEUU e podemos verificar isso em quase tudo, até em nomes dados a edificios de apartamentos. Teremos sempre esta vocação de ficarmos sempre “à reboque” ?
O carnaval aqui no Brasil acontece em
qualquer canto. O cara que vende
cerveja, pega a latinha vazia e começa a
batucada. Outro começa a puxar um samba ou uma marcha e geral se reúne para dançar e fazer o coro no refrão. Sem essa de que o carnaval daqui ou acolá é o melhor, são muitos carnavais. Quero um dia poder pular todos. Mas é fogo! Vou te contar!!! Quando a gente se apaixona por um bloco fica difícil desapegar - no ano seguinte quer brincar nele de novo.
Aqui no Rio tem uma característica muito forte de desfiles em carroa alegóricoa, reflexo dos antigos desfiles de rancho? Digo e pergunto sem saber muito a respeito. Temos também os bailes, muitos bailes pelas ruas e clubes.
Não havia ninguém da imprensa para registrar… Uma pena! A vedete vestida de vedete. Ela apareceu no palco com as pernas de fora, trajando um maiô cheio de brilhantes, plumas nas cores do brasil e um lindo esplendor na cabeça. Inesquecível! Brincou com coisas maravilhosas sobre sexo, “hoje eu não posso abrir e fechar tanto as pernas”. Há 4 semanas fez uma cirurgia, colocou quatro ou cinco parafusos. Pernas maravilhosas!!! Cantou, cantou e durante a cantoria fazia algum comentário sobre a canção. Lamentou o fato de não poder sambar como antigamente e contrariando o médico deu uma sambadinha. O público fez o coro: “gostosa! gostosa!”. Ela mandou: “Eu era”.
Tudo isso me encheu de ideias.
Antes de ir para a Cinelândia pulei no Rancho Flor do Sereno. Meu terceiro ano. Ali na Almirante Gonçalves, em Copacabana, acontece um carnaval gostoso de cantar e dançar; de arrepiar o braço esquerdo. Uma orquestra perfeita.
Para mim é o melhor do carnaval do Rio.
Cheguei agora (02:46) do Cacique de Ramos, pela primeira vez vi o Carnaval da Av. Rio Branco. Loucura total!!! Que força! Aquelas fantasias, uma mistura de indio brasileiro com americano. As canções que parecem mantras. Muitos dizem que a força do carnaval do Rio está ali; e foi o que senti.
Fazendo buscas na internet encontrei uma marcha que tem tudo a ver com o tópico:
Para a quarta-feira de cinzas:
david fincher mandou muito bem. perfeito. “a troca” verei depois [eu também quero ser john malkovich, hahaha]
ah, ví seu comentário sobre “o leitor” nos comments do outro post. david kross ainda fará muita coisa boa por aí, acho eu. inté!
Caetano,não acreditei quando você dedicou atenção ao meu comentário.Veja que maravilha a tecnologia da informação me proporcionou!Um contato com meu ídolo maior.Isso é real?Continuo me perguntando!
Um abraço.
Othon
Do folião Carias:
“Em outros lugares não existe Carnaval, existe sim um público animado e seleto que curte shows, mais não CARNAVAL!!!”
Vá a São Luiz do Paraitinga ver o público seleto e animado curtindo o show que eles chamam de Carnaval e avise a moçada que aquilo não é carnaval.
Ora, fazfavoire…
in test
salem (Gongado 2 vezes pela moderação por ter feito humor durante o carnaval. Inspirado no meu mestre-sala Glauber, escrevi a continuação do meu enredo A Saga da Família Marx. Foi a forma que encontrei de pular meu carnaval por aqui. Mas pelo visto só enredos tipo “O Paraíso Fiscal Suiço” e a “A Luta de Bagno contra o Império da Gramática” é que entram na avenida virtual)
mais sobre o transcarnaval 2009 e o futuro do transamba: a escola Tradição Guamaense, de Belém do Pará, desfilou este ano com o enredo “Tecno-samba: a união das galeras”, uma homenagem às aparelhagens do tecno-brega paraenses - encontrei esta descrição na Agência Pará de Notícias:
O samba-enredo “Tecno-Samba - a união das galeras”, referência a um dos maiores fenômenos atuais do Brasil, o tecnobrega, agitou a plateia, que foi contagiada pelo ritmo e se levantou nas arquibancadas para dançar e fazer o “T”, de Tradição Guamaense. Para Fábio Moreno, intérprete da escola de samba, a mistura entre o samba e o tecnobrega deu certo. “A prova maior de que essa mistura dá certo está aqui; afinal, é a união do samba, que é um genero tradicionalmente brasileiro, com um ritmo tipicamente paraense”, explicou.
Pena que não encontrei ainda nenhum vídeo ou MP3 para ver o desfile ou ouvir a música - mas consegui a letra:
Mudou com led, skywalker e robocop (E o Carlos aí)
Vetron, Ciborg, Brasilândia e Super Pop (Olhaí o Ademar)
Minha galera é tipo assim, maior astral e tá legal
Toda APASEPA, com seu balde, é carnaval
O povo canta com emoção
Faz o T, faz o T, faz o T, que é Tradição
O Guamá faz um S pra mim
Príncipe Negro hoje brilha como a pedra do Rubi
Incrível, dá uma tese (patrocinadores, tecnologia etc.: tudo entendido como tradição e cultura popular) - tem alguém por aqui do Pará para nos informar mais sobre o desfile?
e já que estamos falando de tradições: ontem, atravessando o carnaval de Ipanema, dei de cara com um bloco que tinha um batuque diferente: era o desfile dos Mariocas, que toca no Rio o ritmos dos blocos tradicionais do carnaval maranhense - esta é uma das variações do samba que mais gosto: um groove pesadão, mais lento, totalmente sedutor - deveria ser mais conhecido Brasil afora
e o joao xavi faz comentário transcarnavalesco no Overmundo:
http://www.overmundo.com.br/overblog/o-avesso-do-avesso-carnaval-baile-funk-e-metal
transcrevo aqui também:
estive ontem na av. rio branco, em uma rápida olhada nos blocos que desfilam por lá foi fácil constatar que, se ainda não derrubaram de vez, ao menos abriram uns bons buracos na barreira entre o funk e o samba/carnaval.
a “dança do verão”, como já havia previsto há alguns meses, é o passinho do jacaré. o passinho foi executado antes, durante e depois de cada bloco que desfilava pelo centrão, com direito a diversos pequenos dance contest que atraiam pequenas multidões de olho na habilidade dos dançarinos. o passinho do jacaré, uma releitura carioca-suburbana do frevo?, ainda carrega o mérito de ter trazido de volta o direito dos funkeiros (homens héteros) rebolarem sem pudor.
o hit do carnaval é o buffalo bill, com sampler de sons do MSN messenger e referência ao tal rinoceronte comentado aqui pelo hermano.
ah, pra fechar a série, pelo menos por enquanto, a rainha da bateria da porto da pedra é valesca, vocalista da gaiola das popozudas.
vale a pena ver o vídeo do buffalo bill linkado acima - tem mais 1 milhão e 700 mil views no YouTube - e o debate nas centenas de comentários (lá no YouTube também) tem a ver com coisas que foram ditas aqui no Obra em Progresso sobre o pagode baiano…
Hermano o Bloco Tradicional dos Mariocas é tudo de bom!!!
Aqueles tambores enormes.
É o segundo ano que eles desfilam. São dois irmãos que movimentam o grupo, Rômulo e Ramon (são gêmeos). Ensaiam no Recordatório, um espaço que precisa ser reconhecido.
Tem de tudo nas ruas do Rio: bailes, desfiles de blocos com carros de som, fanfarras, carros tocando funks, ranchos e por aí vai.
Caetano, estou adorando Verdade Tropical, me deliciando. Delícia não é só pintar com o pincel de bambu, é também ler parágrafos como: ” Do fundo escuro do coração solar do hemisfério sul, de dentro da mistura de raças que não assegura nem degradação nem utopia genética, das entranhas imundas (e, no entanto, saneadoras) da internacionalizante indústria do entretenimento, da ilha Brasil pairando eternamente a meio milímetro do chão real da América, do centro do nevoeiro da língua portuguesa…”
Estava lembrando agora que o o show Circuladô não foi o último que assisti. Lembro de outro por volta de 1998, quando ainda trabalhava na redação de um jornal.
Glauber, seja bem vindo ao Carnaval de Recife e Olinda. Os cocos-de-roda são coisas interessantes que têm acontecido ultimamente por aqui..
Carias, você está mesmo por fora do Carnaval de Recife e Olinda. Agora eu adoraria sair atrás do Ilê Ayê na Bahia. Um dia ainda faço isso. Quando estive em a Salvador ( adoro a Bahia, a minha mãe é baiana) no início do ano e no final das minhas férias, fiquei na divisa da Ondina com o Jardim Apipema, perto do Othon. Lá já estavam, me parece, armando as arquibancadas. E eu ficava imaginando como seria aquilo repleto de pessoas.
Aviso aos navegantes.
A gongada pode vir “a posteriori”
outra coisa: pelas minhas contas aqui, um puxador de samba-enredo canta o samba aproximadamente de 40 a 50 vezes durante o desfile. existe algum dado a respeito? que cês acham?
Teteco Telecoteco
Quando eu era moleque ia sempre à São Luiz do Paraitinga pra Festa do Divinos. Ficava no sítio do meu amigo Cao Hamburger. A gente ouvia falar que São Luiz era uma das poucas cidades do Brasil com população decrescente. Um mistério.
Fui ao site do IBGE agora e vi que segundo o censo de 2000, São Luiz do Paraitinga tem uma população de 10.250 habitantes com uma previsão de 10.872 para 2009. Não é impressionante?
A cidade tem muitas festas além do maravilhoso Carnava e a Semana Santal:
Toda população se envolve. Fora isso, a cidade está em um lugar estrategicamente bonito. No alto da Serra do Mar há menos de 20 quilômetros das praias de Ubatuba. Friozinho no inverno e calorão no verão.
É bom saber que uma cidade tão procurada pela moçada nos períodos de festa se mantenha do mesmo tamanho. Um fenômeno demográfico nos dias de hoje.
A melhor mesa de sinuca que já joguei foi lá, num botequim. Não sei ainda está, plana, verdinha e cuidada. Acho que sim. Onde o espaço físico se preserva, a alma se transforma.
Acho que Carias fala do Carnaval da TV. Em São Luiz não há câmeras, nem camarote. A pinga é excelente, a pipoca tem cubos de provolone, as meninas usam saias brejeiras coloridas, as marchinhas são lindas e a festa não acaba com uma apuração.
Mesmo assim o melhor carnaval ainda é o de dentro da gente.
beijo na testa
salem
Adorei o novo post, principalmente o título. Carnaval e língua são indissociáveis rsrsrs! Achei muito bom Caetano ter enumerado as suas questões no último parágrafo. Se é para pensar, que se pense dos dois lados. Ah, Tânia e Paquito foram meus colegas e amigos dos tempos de escola. Luedy, mande um beijo para eles por favor.
Bjs
pois então, seu caetano, o livro do bagno é bacana, não é?!? que bom que você mudou de opinião e que bom que fez esse texto pois, através dele, pode eu também rever algumas de minhas opiniões.
Oi caetano.
Ontem postei o seguinte no meu blog e estou enviando para você. bjs.Ps: Moro em Jerusalém.
“Eu, você, depois quarta-feira de cinzas no país”
O caso dos pugilistas cubanos deve mesmo consternar muito a porção direita que é estratofericamente superior a esquerda aqui no Brasil.Nos esportes do mundo o futebol e a luta são os que dão muita grana para mundo e para o sub-mundo.O estímulo e o apelo instintivo que decorre do assistir as atuações num combate é tão poderoso e faz por ex.que o futebol no Brasil seja uma instituição privado-ditatorial recheada de elementos mafiosos bem aceita pela esquerda ou pela direita.Uma frase bem verdadeira que escutei recentemente foi do Carlos Langoni:-”O brasileiro é um capitalista nato”.Cuba também quer muito seus pugilistas.Dois homens se violentando barbaramente,até mesmo com “regras”,é valiosíssimo.Dois homens se amando…Toda vez que Caetano se antipatiza com a esquerda creio que é porque ela lhe é mais estimulante.Caetano é ateu como Marx.Tem essa afinidade elementar.Antes que falem sobre a “ditabranda” é bom lembrar que pimenta nos ôiu dus otro é refresco e que cê é bonzin té que pisem no teu calo.
pega o senhor de engenho, bota na senzala. pega o escravo fujão, bota na casa grande. resolvido!
resolvido nada…o buraco é sempre mais embaixo. no carnaval, essa inversão funciona porque é fantasia, é simbologia, enfim. no resto do ano, esse fator nos cega. no mínimo, nos deixa míopes. canso de ouvir “o artista fulano é genial, ele ajuda sua comunidade”. ora, ao se discutir estética, isso tem que ficar de fora, senão não dá. a conversa já começa contaminada [dead from the start]. além disso, repito: pode-se salvar uma comunidade ou outra, mas será que não são sentidos efeitos colaterais em toda a população?
não sou contra nenhuma manifestação cultural, o que me incomoda é que se toque sempre a mesma tecla [same old song and dance].
se alguém se incomodar com uma ou outra expressão em inglês aqui, por favor, ignore e perdoe-me o vício.
Concordo com Salém e Rafael, o Carnaval explode em todos os cantos deste país, com seus trejeitos próprios e suas variadas formas de expressão. Por isso, discordo plenamente do Carias.
Salém diz lindamente ao Carias: “Vá a São Luiz do Paraitinga ver o público seleto e animado curtindo o show que eles acham que é carnaval e avise a moçada que aquilo não é carnaval”.
Quem pode melhor defender a mistura de tudo e de todos no originalíssimo carnaval de São Luiz do Paraitinga é a cantora e produtora paulistana Suzana Salles, ela está inserida totalmente no assunto. Mas eu também sei dar aqui minha pitadas.
Mais de 500 mil pessoas, segundo a imprensa ( a grande imprensa..Globo, Folha etc) passaram por S. L. Paraitinga nesse carnaval. E olha que a cidade é um recanto histórico bucólico e caipira encravado na serra do Mar entre o Vale do Paraíba e Ubatuba, litoral norte de Sampa, com apenas 9 mil habitantes. Lá nasceram Oswaldo Cruz e o compositor Elpídio dos Santos…”fiz uma casinha branbca lá no pé da serra pra nós dois morá..”.
Nada seleto não meu nêgo…é todo mundo balançando o chão da praça ao som das marchinhas dos compositores locais, com os grupos Paranga, Quar de Mata, Kabereca, Estrambelhados e a banda Confrete puxando blocos como o Juca Teles, Maricota, Bloco do Barbosa, Bicho de pé de Catuçaba, Bico do Corvo, Balacobaco, entre outros.
Nascidos para Dionísio em quatro dias..é isso aí.
bjs.
* Aqui no Rio o carnaval só vai “acabar” no domingo. Fui.
Luiz (Seu nome é com Z mesmo? gosto de escrever com Z, não sei porquê…Brazil…Bezugo, Boznia…é pancada mesmo…) transcrevo para você o que Caetano escreveu sobre essa música:
“Naira é o nome da moeda nigeriana. Kobo é a fracção.Two naira fifty kobo é o preço que o motorista do ônibus que servia à delegação brasileira no FESTAC (Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, que decorreu em 1977 em Lagos, Nigéria)atribuía a tudo que se lhe encomendava e terminou virando seu apelido.Ele punha ju-ju music para tocar no toca-fitas do ônibus, que ficava estacionado em frente ao prédio tipo “Fundação da Casa Popular” que nos abrigava ( e que inspirou o termo “refavela” a G.Gil), e dançava horas seguidas, sobre o asfalto da rua deserta. Ele era feio e magro, usava sempre aquelas roupas estampadas e dançava com os olhos fechados.Parecia um pierrô bêbado dos Carnavais baianos dos anos 60. Sua dança,no entanto,tinha essa graciosidade africana e transmitia doçura e melancolia.”
Glauber, o meu ponto de vista é igual ao seu…
Abraxas
Oi, Caetano e pessoal.
Relendo o post e comentários, vejo que retomamos questões já visitadas por mim e o Luedy. Não vejo como o letramento de massa vá reverter as tais tendências, adequando-as ao padrão. Existe gente muito letrada e que cuja fala usa retroflexo, etc. Heloísa já esclareceu isso. O livro de Bagno deveria ter respondido essas perguntas: se não as respondeu, é que a explicação científica dada é mito que Caetano não aceita. Não vejo como dar maiores explicações, portanto, pois são tratadas sempre como construtos mentais, falsas representações sem fundamento no real, idéias doutrinárias de grupos — nunca ciência. Os a priori de Caetano são incompatíveis com a linguística. Melhor transar a onda da gramática.
noutra vez impliquei com o “obra em progresso”, só agora atinei, estar em obra, em grego, é enérgeia, de ergo, trabalho, bonito isso! Caetano é tomista?
Hermano, fiquei morrendo de curiosidade para conhecer o tecno-brega do Pará, logo quando as minhas irmãs chegaram do Fórum Mundial,falando do ritmo. Deve ser massa. Pena mesmo não ter encontrado nada para a gente ouvir.
Boa Noite blogueirs de plantão…
Agradeço a explicação de Paulo Osório sobre a canção Two Naira Fiffty a Kobo, show.
Maria, Salém, e aos que discordam do que digo sobre o carnaval, respeito a opinião e visão de vocês. Mais CArnaval igual ao Ria e a Bahia não há.
Gosto das festividades televisivas e amo um trio elétrico.
Acho linda as manifestações de um povo, ao parar a cidade, ao se envolver com o evento, mais felizmente esses eventos são benéficos a todos.
Em referência a discussão sobre a Suiça, ou países Europeus desenvlvidos, creio que um áís semi desenvolvido não há de criticar os países “superiores” e melhor governado que eles.
Temos que ver, trabalhar e aprender para nos tornarmos uma potência de mundo.
Por momento é isso,
Abraços a todos,
Luiz Carias.
Salém,
É um mistério mesmo o que ocorre com São Luiz..o senso populacional já foi mesmo decrescente, hoje é estagnado. Na época em que meu pai era menino a cidade tinha cerca de 20 mil habitantes e agora tem mais ou menos 10 mil. Foi o declínio do café no Vale do Paraiba e o crescimento vertiginoso da indústria em cidades vizinhas, como Taubaté e São José dos Campos, que, juntas, atingem um aglomerado urbano com cerca de 1 milhão de habitantes. Enquanto isso São Luiz ficou lá, esplendida e bela no meio do mato, bucólica e histórica, a margem da invasão industrial que o Vale sofreu nos últimos cem anos. Monteiro Lobato se refere à ela em “Cidades Mortas”. Mas ele não viveu o bastante pra ver o carnaval original que de lá brotaria para o Brasil, demonstrando que de morta a cidade não tem nada. Além das festas que você, Salém, citou, tem também a “cavalhada, folias de reis, festa do saci”, entre lendas do “boitatá”, “curupira”, “mula sem cabeça”, “lobisomem”.
São Luiz já foi considerada pelo governo paulista como a “mais caipira” das cidades do estado.
Tem mais músico e compositor em São Luiz do Paraitinga que qualquer outro tipo de ser-humano. E eu me orgulho de ser um pouco de lá também. bjs!!!
já estive numa festa de São Benedito em São Luís do Paraitinga - é bem bonita - as folias de Reis e do Divino que há na região também são bacanas - o jongo que meio que desapareceu, ou não?
Porque são muitos carnavais, Carias. Às vezes fico pensando se você faz determinados comentários só para criar polêmica, ou se realmente pensa dessa forma enviesada a respeito de quase tudo.
Gil, tenho um amigo suíço que mora aqui há muitos anos. Sabe o que ele diz? Que não gosta de sua terra porque lá, além dos negócios escusos, é tudo muito arrumadinho, bonitinho e tremendamente…BORING! (Pode me xingar. Como o Glauber, adoro misturar línguas.) Mas que é bonito andar por Lucerna, isso é. Sehr schön!
Caetano, acabei de escrever ‘há muitos anos’ e me lembrei de comentar. Veja como é simples: se você substituir o ‘há’ por ‘tem’, a lógica fica muito clara. Você pode dizer ‘Isso aconteceu tem muitos anos’, mas nunca dirá ‘Isso aconteceu tem muitos anos atrás’. Com ‘atrás’, a expressão já não chama a atenção para o tempo que passou, e sim para um ponto no tempo: ‘Isso aconteceu (a) muitos anos atrás’, com a preposição facultativa. Pelo menos é assim que entendo essa pedrinha no sapato da gramática. Beijinhos. Você estava muito bonito cantando ‘Chuva, suor e cerveja’ com o Psirico.
E viva o Salgueiro! O Tambor mereceu, mas acho que a Caetanave deu sorte.
Caetano,
Did you happen to see the article on CNN.com about some scientific research on men’s reactions to scantily clad women? I was amused to see that the photo that accompanied the article portrayed a woman “de biquini amarelo.”
http://www.cnn.com/2009/HEALTH/02/19/women.bikinis.objects/index.html
It seems, according to the article, that the part of a man’s brain that is activated when he sees a woman in a bikini is the same part of the brain that uses tools to achieve goals. Men use a different part of the brain when viewing fully clothed women, apparently.
At the end of the article, they suggested areas for further study. I think they missed an interesting one. Since women are quite often more attracted to what they hear than what they see, perhaps they could find what part of a woman’s brain is activated when she hears a man with a beautiful voice. What part of the brain wakes up??
I guess you are all resting now after Carnaval. Don’t activate any part of the brain. Get some sleep!
Barbara
Desculpe Hermano, vale esse.
Eu digo mais Vianna Vana Caravana, todo mundo é intrínsicamente de direita e o super-ego é de esquerda!
Engraçado que achava que Caetano era meio centro-direita antes de ler verdade tropical, talvez influenciado por uma informação ou outra superficial da imprensa.
Depois de ler tive certeza de que ele é MUITO de esquerda. Apesar de, possivelmente, não ser muito chegado a uma parte de nossa esquerda, que em sua maioria é mesmo chata pra caramba.
HERMANELEZA. ESSE VALE!
Eita! Teteco!
Que beleza saber que você tem São Luiz do Paraitinga no seu mapa genético!
O sítio que falei é dos pais do Cao e ainda está lá. Quando era moleque íamos muito. Uma vez Eu, o Cao e o Fromer levamos as bicicletas pra descer a serra. As pastilhas dos meus freios gastaram em 4 km. Tive que descer segurando a magrela. Lembro do Paulo Boca por lá com os filhotes. Banhos de cachoeira. Uma cobra coral falsa dentro da minha bota. Cheiro de bosta de vaca na brisa úmida do final do dia depois da chuva. O céu abrindo. Doce de leite e aquela bala que gruda nos dentes. Bombril na antena da Baby Empire. Paralelepípedos. Bandeirolas coloridas. Uma garota fumando um baseadinho sozinha, sentada no meio-fio. O velho que toca o violão de 2 cordas afinado em uníssono. E finalmente, o Carnaval mais bonito e romântico que vivi.
Carias. Entre a Band Folia e a mulata globeleza, fico com Campeonato Espanhol. E não é porque a Espanha seja um país “superior”, não. É porque os brasileiros estão fazendo um carnaval por lá.
in test
salem
Apesar da minha implicância com o Carnaval na tela, há momentos que me levam às lágrimas.
Caetano canta Nelson Ferreira no Marco Zero:
http://www.youtube.com/watch?v=6vJpbDSTiMw
duca!
salem
Oi, Caetano e Hermano:
Publiquei em meu blog um texto a respeito de uma nota muito curiosa de Ao Vencedor as Batatas de Roberto Schwarz sobre Caetano Veloso cantando em inglês com “sotaque nortista”. Não está muito dentro do assunto do post, portanto não cabe publicar o artigo aqui. Vcs vão ter que ver lá. O blog está saindo como uma vírgula errada aí no obra, o endereço correto é http://www.penetralia-penetralia.blogspot.com
Barbara, now I’m curious about scientific research on the subject you’ve mentioned. What brain part would that be? It can’t be the same one that lights up when we listen to some beautiful instrumental music, or even to a great female voice. Do you think the parts would vary depending on the woman and the man’s voice? I certainly do. Scientists should really investigate that, as I’m quite sure the outcomes would surprise us all.
Salém, você e o Cao, mais o saudoso Marcelo Fromer foram loucos na empreitada de descer de bicicleta a serra entre São Luiz e Ubatuba. Aquela serra é punk, não há freio de bicicleta que não sofra nos seus sete quilometros de curvas super-íngremes. Eu já desci de moto, várias vezes. O padre Anchieta a desceu num burrinho, muito antes, para conciliar tribos indígenas em conflito, fato histórico conhecido como “A Paz de Iperoig”..e ele deu de cara com Hans Staden, um ruivo europeu náufrago no meio dos Tamoios, Tupis e Tupinambás. Todas tribos antropofágicas, mas Staden estava vivo, pois ruivo como era foi poupado pelo índios, acharam que ele era de outro planeta ( e era né) ou era um bruxo do mal.
Pros lados da Barra,invadida por turistas,o pessoal se animava com a passagem do trio elétrico.
No centro da cidade,onde foi armado o coreto,abríamos o baile com as marchinhas tradicionais,depois rolava de tudo - samba-enredo,axé,Tim Maia,Lulu,Jovem guarda,os hits da hora – depois fechávamos com as marchinhas.
Carias, não vou discordar de você, o meu Carnaval este ano também foi pela televisão. Só saí para ver o Caetano. Mas espero um dia, sair na Banda de Ipanema e nos blocos Ilê Ayê e Filhos de Gandhi. Será que vou poder?
Salem, obrigadíssima pelo youtube do Caetano cantando Nelson Ferreira. Vou deixar para ver mais tarde, com calma, quando voltar do trabalho.
Meu comentário não tem nada a ver com argumento de autoridade (que seria alguma coisa como “Fulano disse, portanto está certo”). Tanto que disse que o importante não era a posição ser uma ou outra, haver ou não concordância, depois de ler os tais slivros. Que o importante era tomar conhecimento dos argumentos do “adversário”. Meu comentário era contra atitudes do tipo “não li e/mas não gostei”.
Na segunda o bloco Exalta Rei desfilou pelas ruas da Urca e qual não foi a surpresa quando o Roberto Carlos apareceu na sacada e acenou para a turma… o povo o saudou com sorrisos e flores. Foi a primeira vez que esse bloco brincou, vai pegar!
No próximo domingo (01/03) Caetano estará na Cidade de Deus comemorando o aniversário do Rio.
bjs.
É isso Vellame,isso aí!E Caetano pra mim sempre mirou a esquerda e de uma forma responsável por ele ser o que é.A esquerda não esta dando conta de se reinventar num momento em que o nosso mundo fixo numa órbita de direita fracassou e clama por novas idéias,modelos e porque não “regras”.Que força é esta que poderia estar guiando e cumprindo um papel decisivo mas quer perpetuar numa condição de antagonismo hipócrita com um agora decadente momento e ainda por cima obstrui e ocupa certos ninchos que poderiam estar ocupados alguma insurgência de fato concreta e reveladora.A esquerda é antipática nessa sua tangência grudenta ao óbvio declinante.Esse óbvio que daqui pouco acaba por se mostrar mais interessante aos olhos humanos carentes e prestes a se iludir com algum novo artifício de matéria.Pela liberdade?
“Raio de sol sobre o povo de Montezuma”
—-
Sírio Possenti, eu diria que vc está se utilizando da “falácia do espantalho” considerando que eu não disse que, disse quase.
tranSpoesia pelo Sim do NÃO
Jomard Muniz de Britto
Quando se possibilita um passe pSicanalítico pela internet, a solidão deixa de ser uma pantera ou quimera. A escuta se torna escrita e tudo se institui em DEMO LIÇÃO , separando sílabas em interSignos.
O processo paulofreiriano de alfabetização crítico-criadora reassume a práXis dos letramentos sociohistóricos. Outros abismos pedagógicos.
Marias (Rita Kehl e Noemi Araujo) ouviram os fogos do carnaval rouge na travessia dos SEM terra nem traços? Pela internet. Pela intersemiótica.
FILMEFOBIA & BBB aproximando pelo X a criticidade de Jean Claude Bernardet e a elegância recorrente de Pedro Bial.
Nomes lealmente impróprios da crueldade?
Danuza e Gullar escrevem sobre antigos carnavais nos alertando à longevidade enquanto arma quente e retórica requentada. Semanalmente.
Comparar Sarkozy com Napoleão e Chávez com Maquiavel pode ser um despropósito grotesco em nossa tragicomédia nominalista.
INFERNOLENTO desabando no marco zerado?
Uma psicanálise desautorizada entrelugares dos Robertos, o Motta e o Machado, nos terraços do Country Club dos Aflitos, indaga sobre Zizek e todos desvelam fisionomia de paisagem deleuzeana.
Cada um em seu território de conceitos & concepções.
Todos sublimados. Entre vazios transcendentes. Penetráveis de Hélio Oitcica enquanto máquinas desejantes de quase TU DO.
Mas implodimos quando Claudio Brasil convida Caetano para cantar na Toca da Joana. Docemente perversos, indóceis bárbaros em louvor do Paimãe da liberação de caras e bocas transpirando alhos e bugalhos. Pelo riso interminável do carnaval, toda análise pela internet será infinita enquanto inaugure o tempo virtual-analógico.
Brasiliricamente satírico.
Pelos abismos da Pernambucália.
Ainda invocando o trio elétrico do RSI: real/simbólico/imaginário.
Tudo pelo BLOCO do NADA com seus Saraus Filosóficos.
Frevereiro/2009.
A Patrícia me falou também que depois do show vocês ( parece que ela não foi) foram ver um grupo que imita você no tempo da Tropicália. Fiquei super curiosa para conhecer. Parece que eles se exibem num bar em Casa Forte.
Thank you Hermano.
Tetequinho dos Anjos, nossa! você me ignorou completamente. Todo mundo ouviu as tuas músicas menos eu. O jeito vai ser pedir a Heloísa pelo orkut o site das tuas músicas.
abraços a todos, Maria
Oi, Othon.
Li o texto que vc indicou, “Quem come quem”, do Olavo. Achei um caso flagrante de “redução grotesca” dos argumentos do Marcos Bagno. Mas o Olavo faz tudo conscientemente, é distorçao deliberada, ideológica. Em momento nenhum o Bagno propõe deixar todo mundo “escrever como fala”.
Para ele, criticar a tal norma culta e português padrão da forma como são ensinados hoje em dia, por si só, é capaz de fazer com que falemos em inglês no futuro. Ele inverte as coisas. Ele ele é que vai aos USA no Manhattan Connection falar da ameaça que a China representa porque é comunista (!). E o Bagno é que o “agente”…
M.
Heloisa,
Just going on what I see at Caetano’s concerts, I’m wondering if it’s the part of the brain that processes the sight of a mouse in the house … causes lots of jumping up and down and screaming… I’m kidding, of course!
I was wondering about this myself. I can see the evolutionary usefulness of men processing nude women as objects toward the goal of reproduction. I can see the evolutionary usefulness of women responding (like cats to catnip) to men who are rich, powerful, famous — it guarantees the survival of the next generation. But what could be the evolutionary usefulness of women being attracted by the sound of a man’s voice? I know it’s so, so true. I just can’t see why.
Anyway, it’s nice to have a chance to chat with you again, Heloisa!
Barbara
o papo ‘e esse:
- You said the music interest has increased?
- Over the past few years, there has been an expectation that music industry revenues would rise. The industry has a certain reliance on the younger demographic. The younger demographic have gotten used to taking their music for free from illegal sites, and many legal legitimate sites have struggled to compete with free. It’s a very simple proposition: it’s impossible to compete with free.
- People claim file sharing is promoting sales in general?
- That’s a very old fashioned concept with people don’t need to entertain anymore. In 2001, only one survey seems to support this, and since, about five have contradicted, and I don’t really seriously arguing that anymore. And in any event, the artist should have the right to determine how their product is used.
- Through file sharing, the interest in concerts has improved?
- Again, that was an idea that people discussed relatively recently, but not more recently. If you look at the most successful artists from live performances, every single one of them has needed a successful recording career to launch a successful live career. If you have published 21 albums, you can sell concert tickets, but if your first release has gone into #75 instead of, say, #20, you have not been able to build a platform.
- There are also those that claim that TPB don’t differ from search engines like Google?
- I don’t believe that bears for examination. We go to Google and they try to help us stop piracy. Our teams are working on a daily basis with Google to prevent privacy. If you go to Google and type in ColdPlay, you will get 40 million results. These will show you press releases, legal ColdPlay music, reviews, appraisals of their concepts, and a multitude of different things. If you go into Pirate Bay, you will get less than a thousand results, all of which will give you access to illegal music, illegal video or artwork. Unfortunately, The Pirate Bay does what is said in its description: its main aim is to make available unauthorized music. It filters straight material, identifies illegal material, and they do not deny it.
extra’ido do julgamento do The Pirate Bay que est’a ocorrendo em Estocolmo.
Prezado Othon,
Outro grande abraço.
Me perdoem à pressa, pois sem ela eu erraria menos!