Carnaval (21/02/2009)

CARNAVAL
21/02/2009 5:00 am

Um dia escrevi aqui: “Os linguistas contribuem com sugestões utilizáveis quando se fizer um bom projeto de educação básica no Brasil. Mas no momento esses militantes fazem também um pouco de demagogia nociva, provavelmente sem o saber.” Heloisa comentou desta maneira: “Caetano, gostei da forma cuidadosa e moderada desse comentário. Isso me basta, por enquanto”. Lembro que em outro lugar ela pediu paciência a Luedy, que ele esperasse eu ler Bagno diretamente. Algo assim. Pois bem. Li “A norma oculta” e não mudei um milímetro. Ali ainda pesavam mais os vícios da esquerda autocongratulatória.

Encontrei Luedy pessoalmente. Ele veio com uma professora de linguística irresistível. Ela falava bem e era paciente quando eu a interrompia. Luedy quase não falava. Paquito, o amigo músico que nos apresentou, às vezes puxava o assunto para longe do tema central. Quase nunca concordávamos mas todos gostávamos de ouvir uns aos outros. Eu tinha apenas olhado as primeiras páginas de “Preconceito linguístico“. Depois que Luedy, Paquito e Tânia (esse é o nome da moça) foram embora, fui lê-lo. Heloísa tinha sido profética. A leitura realmente mudou minha disposição em relação ao combativo professor da UnB.

Não sei se o texto que Bagno publicou na Caros Amigos em resposta a minhas opiniões é mais ou menos agressivo do que o que ele mandou aqui para o blog (e depois pediu a Hermano para não publicar: Hermano, que, sendo antropólogo, está mais pros Bagnos do que pros Cipros, tinha me mandado o irado comment, perguntando se não seria o caso de evitarmos publicação de texto tão aguerrido e vulnerável - e eu tinha respondido optando pela publicação: não queria me proteger nem facilitar a vida de Bagno). Seja como for, o texto que li era violento o suficiente para aumentar minha má vontade. Não foi sem má vontade que li “A norma oculta”; não foi sem má vontade que comecei a leitura de “Preconceito linguístico”. Não foi sem alegria que vi minha disposição mudar. Viva Heloisa.

“A norma oculta” me deixou com as mesmas más impressões da entrevista à Caros Amigos: demagogia, ar de quem descobriu a pólvora, malevolência em relação aos consultores de gramática dos meios de comunicação, sobretudo um argumento central que não me balança: a tese do nascimento da gramática normativa há cerca de 2.000 anos como um mal do qual só o heróicos sociolingüistas do século 20 nos salvariam. Mas em “Preconceito linguístico” encontrei o que já nem buscava: razão, alguns argumentos sólidos, apreciações justas. Será que nada disso havia no outro livro – nem na entrevista? Será que nada havia no eco da campanha dos lingüistas? Claro que há coerência entre essas fontes e “Preconceito lingüístico.” Mas ao ler este fui posto em condição de ver o que há de bom mesmo onde eu não tinha visto antes.

Seria preciso contar a história da minha vida. Não posso fazê-lo aqui. Mas o fato é que sempre me excitaram observações como a do Padre Antenor, diretor do Colégio Estadual Teodoro Sampaio, de Santo Amaro, que dizia não podermos considerar errado o “entonce” do matuto do recôncavo, que é português correto mas antigo e não atual e errado. Comentários como esse me prometiam mais do que as nomenclaturas das análises lexicais e sintáticas. É verdade que tive mais sorte do que Luedy: me ensinaram as “categorias gramaticais” no curso primário; a análise sintática só começou no ginásio – e começou devagar: primeiro as orações simples, só mais tarde estudamos períodos compostos. Primeiro os “por coordenação” e depois os “por subordinação”. Se havia quem achasse chato, esses não eram em maior número do que os que não agüentavam história ou geografia – sem falar em matemática. Mas a mera insinuação da etimologia feita pelo padre me acenava com um mundo maravilhoso. Eu queria entender mais o que era a língua que falávamos, como se formara, como continuaria em sua trajetória. Em suma, eu tenderia mais para um linguista do que para um gramático. Embora as sutilezas das regras de concordância me apaixonassem. E até hoje eu ame o entendimento da crase e sofra com o mito de que ela é difícil, um fenômeno inescrutável, um capricho desarrazoado dos professores e da própria língua portuguesa.

Entre a faculdade de filosofia e a música popular, minha admiração por Godard, pelos Beatles, pelos pintores pop e pelos poetas concretos me aproximou de Saussure e Jakobson, dos estruturalistas e pós, não dos gramáticos e filólogos. Entre 67 e 68 eu, além de já estar careca de saber que a língua muda, li “Tristes Trópicos”, Saussure, Jakobson, “As palavras e as coisas”, McLuhan, Oswald de Andrade (“a contribuição milionária de todos os erros”) – e nada de Napoelão Mendes de Almeida. De Antonio Houaiss, só a tradução do Ulisses de Joyce.

O artigo de Antonio Cicero na Ilustrada de 8/2/2009 expõe claramente a natureza de minha atitude contra a euforia dos lingüistas ao “desmascararem” o desejo de manter privilégios escondido por trás de toda paixão pela gramática. Leiam-no em http://antoniocicero.blogspot.com/. Chama-se Os Estudos Literários e o Cânone. Cicero diz, basicamente, que o cânone não é, como quer Eagleton, uma suspeita seleção feita a partir de interesses particulares, mas, ao contrario, algo que foi construído na luta das idéias e cuja força reside em não parar de ser qüestionado. A reação de certa esquerda ao cânone é semelhante à reação dos sociolingüistas à norma culta. Não que eles sejam a mesma coisa. Apenas, naquilo que têm em comum, suscitam reações parecidas nos meios que sonham com a revolução. Em ambos os casos essas reações me parecem tolas. A criação de um “paideuma”, de um recorte do cânone que nos obriga a revê-lo, é, explícita ou implicitamente, necessária à criação de algo relevante na história de uma arte e mesmo na construção de um estilo individual. Agusto de Campos pode dizer que John Donne e Sá de Miranda estão acima de Shakespeare e Camões. Ezra Pound detestava Gertrud Stein. John Cage queria livrar-se de Beethoven. Bergman detestava Orson Welles e Godard. Marcelo Nova pode desprezar João Gilberto. João ostentou gostar tão pouco de Noel que isso era uma espécie de escândalo silencioso. Mas tudo isso é diferente de querer-se desautorizar todo cânone. Muitas vezes em nome de reinvidicações de raça, gênero, classe e “orientação sexual”. Os panfletos de Bagno sempre me pareceram mais aparentados a essa tendência do que à decisão de contribuir para a vitalização da educação no Brasil. Além disso, me causa repugnância a facilidade com que se quer descartar mesmo a mais remota possibilidade de haver algo aproveitável na particularidade da história brasileira. Bagno vocifera contra a baixa estima que resulta de dizer-se que os brasileiros não falam certo ou que não sabem português. Mas faz coro com Marilena Chaui contra a celebração do descobrimento e não vê senão vergonha no fato de a nossa independência ter sido proclamada pelo príncipe da metrópole.

Claro, ninguém “não sabe” a língua que ouve desde que começou a viver. E nenhuma língua é incapaz de resolver os problemas de comunicação que seus falantes enfrentam. Mas, se esse aspecto da questão é evidente, o mesmo não se pode dizer da confusão que causa afirmar ao mesmo tempo esse grau de independência do fenômeno lingüístico e denunciar como mitológica a língua “ideal” dos gramáticos. De novo, sei que não se trata da mesma instância, mas se temos de definir como projetaremos o ensino da língua no Brasil precisamos ser claros justamente quanto ao que transcende (gostou, Heloisa?) a matéria bruta da fala diária e o corpo dos textos escritos existentes. Se seguimos a Marilena do panfletinho contra a celebração do descobrimento, como podemos clamar pela elevação da autoestima de uma nação tão monstruosamente formada – e apenas através da ligüística? Vê-se que há uma lacuna no pensamento. E vê-se que ela é aterrada com o entulho das variedades mais ingênuas das crenças em vanguardas revolucionárias.

O que, então, é bom em “Preconceito lingüístico”? Em primeiro lugar, aqui Bagno freqüentemente mira os alvos certos. O livro de Josué Machado não precisa ser lido por inteiro: as citações escolhidas por Bagno justificam a crítica que este lhe faz. O verbete do “Dicionário Sacconi da língua portuguesa” é tão grosseiro quanto as explicações dadas por Bagno sobre rotacismo e vocalização do “lh” são claras e bem articuladas. Os erros que este aponta nos livros daqueles merecem ser destacados. E a vulgaridade agressiva do estilo deles deve ser combatida. O projeto de lei de Aldo Rebelo é ridículo. Sou amigo de Pasquale Cipro Neto (e admirador confesso do trabalho que ele faz), mas das palavras depreciativas que ele usou contra os lingüistas apenas “deslumbrados” é de fato adequada.

Além disso, Bagno aqui dá um esboço de programa que já é contribuição efetiva para um plano inteligente de educação de massa no Brasil. Ele não está sendo simplesmente o militante de um comando antigramatical. Na verdade, as propostas concretas que ele apresenta soam muito menos demagógicas do que os “Parâmetros curriculares nacionais”. Esse documento oficial (surgido, não se sabe como, no supostamente horrendo governo Fernando Henrique) parece mais um brado de protesto contra humilhações sofridas por falantes pobres, enquanto o próprio Bagno propõe “acionar nosso senso crítico toda vez que nos depararmos com um comando paragramatical e saber filtrar as informações realmente úteis, deixando de lado (e denunciando, de preferência) as afirmações preconceituosas, autoritárias e intolerantes”. Aí ele está elevando o nível de exigência em relação aos que desejam ensinar a norma a tanta gente que tem sede de ter acesso a uma. E o mesmo texto em que ele diz essas coisas é o exemplo da língua culta padrão, da norma – que não está no texto dos grandes ficcionistas nem dos poetas, muito menos na fala coloquial: é o português que Bagno usa (e as regras de que se vale para criticar o conhecimento de gramática de jornalistas e professores, com maior ou menor razão), o português das argumentações teóricas, do texto oficial, da produção acadêmica, e não o dos poetas e ficcionistas, que está mais perto dessa entidade que não pode ser reduzida à materialidade da língua móvel dos usuários: a língua ideal. O fato de Bagno usar pronomes no caso reto em função de objeto direto é mais do uma exceção que confirma a regra: é a exemplificação de uma proposta de regra nova que ele já põe, a sério, em prática (ele não usaria “menas”, “nós vai”, “três pastel” etc.: haveria o risco do texto ficar menos inteligível – e (o que é crucial) menos respeitável. Nenhum padrão é idêntico à pluralidade de entes reais que ele representa. Por que a língua teria de se resumir às falas concretas dos falantes? Mas é o Bagno que sabe disso que diz que ensinar português é ensinar a ler e escrever - numa norma padrão.

A distinção entre ensinar a língua e ensinar sobre a língua procede. Mas isso não pode ir além de meramente enfatizar o treino do uso em vez da análise do funcionamento. As comparações com a diferença entre dirigir automóvel e entender a mecânica do motor é simplista demais. Ainda bem que ele reconhece que numa certa altura tem-se que aprender algo sobre a mecânica da língua: afinal, de onde sairiam os gramáticos, os lingüistas, os técnicos? Há um continuum entre o aluno e o professor, não há uma linha igual à que separa o motorista amador do mecânico de oficina. Claro que Possenti está certo, no trecho citado por Bagno, quando diz que “saber usar as regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra”. Mas há grande alegria em ver revelado o processo que se dá dentro da gente quando efetivamos o uso da regra. Essa alegria não é igual à alegria do motorista que descobre o que é que faz o carro andar. Justamente por no caso da língua revelar-se algo que está dentro de nós. Não é tudo (acredito que há pensamento sem palavras) mas é muito, é mesmo quase tudo o que somos.

É essa alegria genuína que levou Pasquale a reverenciar Napoleão quando este morreu, não o pedantismo que fazia dele uma figura cômica. Porque uma coisa é certa: se há uma esfumaçada miragem de norma culta, português correto, reverência à maneira lusitana de falar e escrever – essa miragem é pisoteada alegremente pelos brasileiros de todas as classes – e bem possivelmente pelas classes mais remediadas e urbanas. Os jornalistas riem dos gramáticos e da Academia, toda a gente ri de Portugal. A defesa quixotesca da língua culta é um cachorro morto nas ruas do Brasil. Temo que os sociolingüistas o chutem com demasiado prazer. O ódio aos Pasquales se deve a eles representarem um surpreendente sinal de vida no cadáver desse cão. Suspeito que Luedy adivinha que Bagno e Possenti não gostariam do Psirico porque o que correspondente ao Márcio Victor não é o “menas” mas o Pasquale: os “comandos paragramaticais” é que são brega. Se há um país onde regras de gramática são tradicionalmente (e mesmo saudavelmente) desprezadas é o Brasil. Comparemos o que se passa entre nós e o que se passa na França, na Espanha. Os argentinos têm o “vos” e resquícios de uma conjugação referente a esse pronome. Mas quem for filho de alguém que saiba ao menos ler, saberá todas as regras de uso de pronomes que há no castelhano. A rigidez normativa da língua francesa não tem igual. Já disse que sou contra o projeto de lei de Aldo Rebelo. Mas na França, onde a Academia realmente dita a moda (com a contribuição de ninguém menos que Lévy-Strauss, que foi de quem primeiro ouvi que não há línguas mais capazes que outras, que não há línguas primitivas, que não há hierarquia possível entre línguas), as ações de defesa da língua têm muito mais peso do que aqui. Vivi na Inglaterra: na cidade de Londres, as diferenças de pronúncia, vocabulário, sintaxe e tom entre as classes sociais (e a importância que é institivamente dada a elas por todos os ingleses) é maior do que entre as regiões do Brasil, por mais distantes que sejam umas das outras, por maior que seja a disparidade de poder aquisitivo. Dizia-se em Londres que o inglês da BBC era a melhor tentativa de padrão. O mito da homogeneidade do português brasileiro não é meramente um mito: é também a realidade de uma língua transplantada, língua de colônia, em que grupos diferentes de pessoas tiveram de passar a falar uma língua só.

Os lingüistas deveriam ficar felizes pela oportunidade. Na verdade acho que estão felizes. Não apenas o livro do Bagno está na 50a edição: a própria ciência lingüística encontra terreno tão fértil aqui quanto a psicanálise na Argentina. Bagno prefere repetir Marilena na cantilena da formação que não pode ser festejada, mas a colônia em que o príncipe da metrópole declarou a independência é tão original que, mesmo tendo ficado séculos atrasada em relação às outras colônias ibéricas quanto à instituição de universidades – e que exibe ainda a cicatriz desses descompassos e esquisitices nos resultados dos exames de aprendizado dos seus estudantes – produziu o maior romancista latinoamericano do século 19 (Machado) e o maior romancista latinoamericano no século 20 (Rosa) – pelo menos no dizer de Rodrigues Monegal, o grande teórico hispanoamericano de literatura.

Uma empreitada de familiarização da maioria dos brasileiros com as letras já agradece a contribuição que lingüistas como Bagno e Possenti vêm dando. Eu teria preferido me manter como o espírito de porco que, mesmo sem ser estudioso formal da matéria, toma a defesa dos comandos paragramaticais e escarnece dos esquerdismos triunfantes. Mas a leitura de “Preconceito lingüístico” mudou meu mood. Agora prefiro festejar o sucesso desse grupo tão intolerante quanto generoso. Acompanhar o aproveitamento das contribuições que ele traz. Claro que eles podem, como Tom Zé, recusar minha aprovação. Não faz mal. Seguem podendo ser bons para o que interessa.

Minha adesão aos lingüistas tem preço. É preciso que eles ouçam este leigo com a mesma isenção que ele os ouviu e pensem ao menos nas questões seguintes. 1) O cientificismo é, em muitos meios, considerado um preconceito. 2) As regras são sim filhas do uso real da língua pelos falantes e, tal como os próprios lingüistas detectam agora, sempre vieram de “baixo” para “cima”. 3) O fato de a gramática normativa poder datar de cerca de 2.000 anos atrás não diz nem que gramáticos tenham imposto os caminhos seguidos pelas línguas nem que eles não entrem na história da formação destas. 4) Os resultados de uma bem sucedida ação de letramento da massa brasileira poderão supreender esses seus proponentes: “tendências” poderão mudar porque 5) A escrita influencia a fala.

Continuo gostando do sucesso de Bagno, Pasquale, Maria de Lourdes, Possenti e Psirico.



189 Comentários sobre o Post “CARNAVAL”

  1. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 5:57 am

    Boa madrugada blogueiros de plantão….
    Poxa que maravilha este texto e que maravilha lê-lo, enendê-lo e saber que o Luedy eterno critico a linguagem existe.

    Um dia espero encontrar Caetano para discutir os aspectos de linguagens que estão impondo de forma passiva a nós.

    Eu ~já não sei mais conceitos sobre as novas regras e nem o que é correto e não.

    A mim bastario que o mundoaderisse a uma espécie de linguage, que não fizesse estrondo a nenhum país, devíamos começar do zero e fazer uma linguagem universal com a idealização de todos, e sem distinção de origens ou raças.

    Raça acho uma palavra forte, prefereria usar etnia ou coisa do gênero.

    Bom hoje vi o show de Armandinho aqui em Penha reencontrei amigos de tempos e ficamosaté pouco relembrando e revivendo o p´ssado.

    Por momento é isso.

    Saudações,

    Luiz Carias.

  2. Edison disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 9:30 am

    É carnaval! que baile, Caetano!

  3. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 10:35 am

    CAEnaval!!! hahahaha

  4. Sírio Possenti disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 11:31 am

    O relevante nesse post do Caetano nem é se ele muda de opinião ou não, depois de ler textos do Bagno. O relevante é que ele leu. Se continuasse discordando totalmente, mesmo assim tudo seria bem diferente. Porque o chato não é a discordância: o chato é a redução grotesca.
    Chamo atenção para uma questão crucial, porque Caetano a destacou: que nenhum linguista é contra (o ensino de) a língua culta. Isso seria de um ridículo atroz! Mas esta é a “acusação” mais repetida.

  5. Maria disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 12:18 pm

    Caetano, um post assim como este de “Carnaval”,somente lendo com calma. Agora é só Galo da Madrugada. Naná já apareceu na TV dizendo que ontem, a noite de abertura do Carnaval do Recife foi maravilhosa.Mas como eu prometi escrever para algumas pessoas, aqui vai a minha visão da festa.

    Um jornal local e uma apresentadora de TV falaram que a apresentação do Caetano foi muitó rápida. Realmente, ao ver o Caetano a gente sempre quer mais, mas o fato é que tudo já estava previsto. Ele se programou para cantar quatro músicas e cumpriu.
    Depois de uma chuva que nos deixou enxarcados, mas não fazíamos arredar o pé dali, em pé, na praça do Marco Zero, Caetano entrou no palco, às 21h30, sob uma chuva de papel picados.
    Lá já estávam o anfitrião, Naná Vasconcelos, o regente Forró ( o nome dele é esse mesmo), da Orquestra de Frevo da Bomba do Hemetério, o incrível e jovem pianista Vítor Araújo, o balé afro ´magê molê, as baianas do maracatu e abaixo do palco, na frente, os 600 batuqueiros.
    Caetano começou cantando Alegria Alegria. Saldou as nações de maracatus presentes, o homenageado do Carnaval do REcife (um deles), Carlos Fernando e o REcife. Os batuques do maracatu não combinava muito com a música, o som não estava muito bom, mas ele mandava ver.Ele é muito profissional e tem um coração enorme.. Prosseguiu com Lua de São Jorge, depois, Tieta e terminou com Asa Branca.

    Numa aparição rápida e deslumbrante, como sempre, ele se despidiu e a gente ficou com a aquele gostinho de quero mais, mesmo sabendo que a programação seria aquela mesma.

    Agora não é que o batuque do maracatu não combine com a música do Caetano, tudo pode combinar, evidentemente, mas talvez a forma como foi colocada. O toque tradicional dos tambores com a melodia. Não sei explicar.

    Na saída, conversei com uma amiga jornalista, perguntei. Você acha que combinou o maracatu daquela forma com o Caetano? Ela disse. ” é assim mesmo, nunca combina. Ano passado foi Marisa Monte, Lia de Itamaracá e Elza Soares, não combinou. Ano retrasado foi Maria Bethânia, também não combinou. Naná VAsconcelos é maravilhoso, faz tudo com muito cuidado. Naná, queremos você novamente, mas será preciso melhorar isso aí.

    Falei também com o professor de sociologia da comunicação da UFPE, Paulo Marcondes, e ele disse que talvez tivesse sido melhor juntar o Caetano com a Orquestra de Frevo da Bomba do Hemetério.
    O regente Forró, é fenomenal.
    Houve um momento em que ele e o pianista Vitor Araújo no momento em que tocavam com os maracatus, enloqueceram e os dois subiram no piano de calda. Que loucura.
    Voltei completamente molhada de chuva para casa, mas amei tudo. à noite sonhei com o Caetano que encenava num filme japonês.
    Caetano, você é mesmo o máximo.

    Domo arigato gusai ma shi tta! ( se é que ainda lembro das minhas aulinhas de kendo).

    beijinhos a todos.
    Maria
    Fazia tanto tempo que não via o Caetano que acabei sonhando com ele.

  6. Maria disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 12:23 pm

    Olá amigos, em tempos de post sobre liguistica.

    queria corrigir duas coisinhas: a palavra “despediu”, com “e” e frase: /’mas que não fazia com que arredássemos o pé dali”

    desculpem-me.
    beijinhos
    Maria

  7. Celso de Carvalho disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 1:08 pm

    Alalaô, Caetano!

    Fantástica essa Kaytanuv 2009!
    Embora a Caetanave da década de 70 e seu furor tenham transcendido tudo até hoje, a de hoje transacende também de forma brilhante (a chuva, o suór e a cerveja ficam por conta de cada obremprogressante).

    Que Carnaval, hein?
    Pense, dance, ha, ha, ha!

    Também me apaixono pelas sutilezas das regras de concordância, até hoje eu também amo o entendimento da crase e sofro (cada vez menos, pela fatiga) com o mito de que ela é difícil.

    E adorei o preço da sua adesão, esse seu post vale mais pra mim agora que estar ali no fim daquele show no Canecão, quando vc revelou o que eram os caracóis e de quem eram os cabelos que o Roberto cantou. E olha que naquela noite, show de mais 2h30 de duração, Jokerman e tal, ficamos ali, eu e alguns amigos, parados, sem acreditar que tinha terminado!

    Interpenetração de mundos, isso é o universo das idéias ao qual as palavras servem, e como. Parabéns pelo seu renovo.

  8. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 1:45 pm

    Cacilds! Caetano!

    Sem comentários. Isso não é um post. É uma aula.

    na testa

    salem

  9. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 2:09 pm

    Viva! Puxa, que texto bacana, Caetano! Vou ler com mais calma e preparar os meus comments, ok?
    Mas só de saber que vc leu com atenção os textos do Bagno já me deixa imensamente feliz.
    Retorno depois.
    abs
    luedy
    ps. falei pouco porque sempre fico tímido quando estou perto de meus ídolos : - )

  10. adam disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 3:27 pm

    Toda fala é melodia. Assim deveria ser a escrita.

    Acho que um compositor - Caetano - ao digitar seus próprios textos sinta-se como dedilhando, no instrumento, uma nova obra … em progresso.

    Ouço marchas-rancho na trilha sonora deste este post Carnaval: ‘Os Rouxinóis’, ‘Bandeira Branca’, O Rancho da Goiabada’ …

  11. Aurélio disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 3:35 pm

    Caetano, nesta época de carnaval estou escolhendo músicas para tocar com os amigos no violão e tocando “Pé do meu Samba” fiquei pensando que seria uma música linda ( que você ainda não gravou em disco de carreira) pra colar no seu novo disco.

    É uma sugestão. Mas como carioca essa musica toca fundo em mim.

    Abraços

  12. Aurélio disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 3:51 pm

    MINHA PÁTRIA MINHA LINGUA

    Luiz,

    Sua sugestão é interessante, não vou
    Desmerecê-la, mas não concordo. É justamente da diferenças e da diversidade que nasce a riqueza da “raça” humana - evidentemente o certo é dizer espécie humana, pois somos da espécie homo sapiens , mas quis fazer uma citação à musica do Gil que empregou a palavra dessa forma pra eliminar qualquer forma de segregação racial, conceito que ficou muito impregnado depois da segunda guerra mundial.

    Mas como dizia, a língua é o principal identificador cultural das sociedades, por mais que a intenção seja boa de querer dizer que todos são iguais, negros, brancos, amarelos e vermelhos, as sociedades são muitas e diversas, independente da raça.

    No Brasil temos uma profusão de miscigenações, essa é a cara da nossa sociedade, e temos nossa língua que é tão marcante ou até mesmo decorrente dessa mistura.

    O planificar os idiomas, criar uma língua única é perder a identidade – a UNESCO já reconheceu que a língua é um patrimônio, que deve ser tutelado por cada Estado, no Brasil inclusive existe lei de tombamento lingüístico, para impedir certos “estrangeirismos”.

    Por fim raça é raça e etnia é etnia são conceitos que também não se confundem, e não dá pra ter preferencia por um ou por outro, dependendo do momento você terá que usar um ou outro.

    Enfim, o buraco é mais em baixo. Mas não como disse todas idéias são válidas, não sou o dono da verdade.

  13. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 4:47 pm

    Olha, só de saber que de algum modo consegui reunir intelectuais tão importantes aqui, já fico feliz. E Possenti está certo: o mais importante é que agora temos uma posição mais abalizada, por parte de Caetano, acerca do que parte dos linguistas pensam/escrevem.
    abs
    luedy

  14. lucas matos disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 4:50 pm

    Estou tentando mandar mensagem que o blog menciona que eu já disse (mentira dele!)
    Essa é a última tentativa… (se mando a mensagem várias vezes e não compreendo, desculpas!)
    caetano sem preconceito com linguistas é o máximo! rs
    Bagno me parece concordar com sua tese de número 2: a questão, para ele, é o conceito de sincronia e de como qualquer norma deve se adequar ao que se fala sincronicamente. Acho muito complicado, entretanto, a definição dele de norma culta (a norma falada pelos falantes com terceiro grau…): Não sei, mesmo. De qualquer modo, ainda não me convenci de que Pasquale não tem, como Bagno diz, uma concepção pré-moderna de língua (modernidade, sim, no sentido que Cicero defende - li recentemente o mundo desde o fim e fiquei de cabeça pra baixo, mas isso são outros 500). NÃO COMPREENDI, EM ABSOLUTO, A SUA ANALOGIA ENTRE O QUE CICERO DIZ SOBRE CÂNONE LITERÁRIO E LÍNGUA, SE PUDER DESENVOLVER EM NOVO POST, FAÇA, POR FAVOR.
    1. se tiver com paciência, leia agora dramática da língua portuguesa (não lembro se o nome é precisamente esse, mas é tudo o que você leu com argumentos mais localizados, acho o melhor bagno (se pronuncia banho, né?))
    2. O texto de Rio e Sampa ainda espero ainda espero…
    vem? Não vem?

    Mando Bjs e bom carnaval! =]

  15. Nando disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 5:34 pm

    [Hermano, por que os negros que vieram para o Brasil se desenvolveram mais para o ritmo/percussão enquanto os que foram para os Estados Unidos se desenvolveram mais para o canto? Ou isto não procede? Há algum estudo a respeito?]

    *

    Meu tracklist do carnaval:

    *Byrds - “My Back Pages”
    *Beach Boys - “Wouldn’t It Be Nice”
    *Peter Gabriel - “Waiting for the Big One”
    *Jeff Buckley - “Lilac Wine”
    *Morrissey - “We Hate When Our Friends Become Successful”
    *Jorge Ben - “O Camisa 10 da Gávea”
    *Luiz Caldas - “Ajayô”
    *Caetano Veloso - “A Filha da Chiquita Bacana”
    *Flávio Guimarães - “Hoochie Coochie Man”

  16. Jaqueline Lé disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 5:38 pm

    Caro Caetano,

    Vejo que a discussão sobre lingüistas x gramáticos mais uma vez corre solta no blog.. Volto a lembrar (como o fiz no comentário do post “Lingüistas”) que nem todos os lingüistas são adeptos às idéias do Bagno ou, simplemente, à forma como ele as apresenta. Acredito que a impressão causada até agora (mesmo após a sua leitura de Preconceito Lingüístico)” é de estar se falando de um grupo ainda “tanto intolerante como generoso”. Penso, a esse propósito, que generalizações não cabem aqui e, muito provavelmente, vc entenderá o motivo quando passar a ler outros autores, menos “radicais”, menos “esquerdistas”, mas não menos “lingüistas”… Sugiro uma outra leitura básica para que vc possa tirar outras conclusões (do livro “Que Gramática ensinar na Escola?, de Maria Helena de Moura Neves.)
    Generalizações à parte, continuo ressaltando que é mesmo “o olhar” que faz o lingüista. Nesse aspecto, sua função é essencialmente distinta do gramático. (apenas “distinta”, nem melhor, nem pior). E, como Possenti bem lembrou no comentário acima, não é verdade que o lingüista é contra o ensino de norma culta. No entanto, como vc mesmo já reconheceu, a ciência da linguagem tem, igualmente, muito a contribuir num processo educativo mais eficiente e condizente com a nossa realidade lingüística.

    Melhor do que a “adesão” ao grupo é perceber a sua disposição em dicutir a matéria.

    Bjs,

    Jaqueline Lé
    Doutoranda em Lingüística/UFRJ

    p.s.1: A escrita TAMBÉM inluencia a fala
    p.s. 2: Cientificismo pode,em alguns meios,ser preconceito, mas a ciência, a priori,pressupõe uma análise global de seu objeto, sem julgamentos de valor.
    p.s 3: A Sociolingüística é apenas uma parte da teoria lingüística

  17. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 6:16 pm

    garçom, dois lamartines e um intérprete!

  18. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 6:34 pm

    HERMAN, ESSE VALE QUANTO PESA

    Reli o Post de Caetano e sei que tenho que relê-lo mais algumas vezes pra metabolizar a profusão de argumentos, idéias, conexões, concordâncias e discordâncias.

    Mas uma coisa ficou batendo na minha cabeça. Gramática X Linguística. Cientificismo X Abordagem social.

    A Linguística me interessou quando li Saussure ainda adolescente e vislumbrei a possibilidade de entender a anatomia da palavra. Significante e significado. Mais tarde fui ter aulas particulares de Semiótica com Luiz Tatit. Isso porque me interessava de forma obsessiva pela percepção da entoação como um parâmetro (quase científico) para entender o discurso cantado.

    Quanto mais rompia o tecido da palavra e entrava na sua musculatura, mais me afastava de uma abordagem social. Confesso que fiquei avesso à politização da discussão da língua, das linguagens e da norma. Peguei bode mesmo. Já disse isso aqui. E não por causa do Tatit, que nem tocava no assunto. Pelos efeitos colaterais terríveis que o discurso social (típicos do meu colegial, efito no Equipe) me causavam. Fiquei preconceituoso? Talvez. Acho que sim.

    Exalto aqui a paciência e a cultura de Caetano, que mesmo não identificado com a abordagem sócio-linguística, foi procurar entendê-la além da superfície (eu mal cheguei à superfície, tal a minha resistência).

    Parece mesmo que as coisas estão mais claras e alcançaram um patamar mais profundo depois desse post. Mérito que também deve ser crditado à insistência de Luedy, com quem debati com frequência. E que aprendi a discordar com admiração e respeito.

    Caetano teceu minuciosamente uma rede de múltiplos pensamentos interconectados. Será que depois desse post ainda haverá quem pense que ele escreve “confuso”? O texto é genial!

    Gostei muito desse texto como produção de uma síntese entre visões aparentemente antagônicas. Mas confesso: a abordagem social ainda me incomoda. Não no seu aspecto de constatação inequívoca do preconceito. Mas como um rumo verdadeiramente propositivo para a abordagem da língua, aspecto que me parece menos eficiente e convincente.

    No que diz respeito à luta por uma educação mais inclusiva, os méritos dessa abordagem são inquestionáveis. Mas no que tange à análise, à compreensão profunda da língua e ao dissecamento dos corpos das palavras e de seus nervos interligantes, não me excito.

    Basicamente e (superficialmente) sinto que a abordagem sócio-linguítica parece contribuitiva na discussão do desgaste do ensino da língua escrita e falada nas escolas do Brasil. Aí, ela é propositiva e coloca o dedo na ferida.

    No entanto, do ponto de vista da ciência da palavra, da sua concretude, da sua dinâmica sistêmica, do seu embate interno, das suas tensões de significado e da sua transformação evolutiva, a sócio-linguística parece não ir muito além do que já se descobriu. E até ofusca a beleza do percurso genético e simbiótico da construção da língua e da norma.

    Às vezes tenho até medo do gigantesco poder argumentativo e coalizante dos textos do Caetano. Ele tem a força de compor forças aparentemente antagônicas. Coisas de bom compositor.

    Com escreve, esse cara!

    beijo na palavra

    salem

  19. rafael rodriguez disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 7:55 pm

    “transfoi-se-me”

  20. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 8:06 pm

    Ola caro amigo Aurélio,

    COncordo em parte do que tu disse sobre etnia, linguagem, identificação cultural, etc.

    Porém digo e defendo sermos universais a tal ponto de esquecermos tudo e revelarmo-nos um nova nação, sem diferenças, sem contra-cultura, sem nad aque marca ou denomina ou determina um nação ou até mesmo um povo.

    Somos todos iguais porém diferentes.

    Ontém um amigo me disse uma frase politicamente incorreta mais bonita á beça. Discutiamos sobre a apologia que alguns músicos fazem sobre o uso dam aconha, ou de como usar, fumar, etc…me refiro ao show do Armandinho, onde algumas músicas fazem referência e tudo mais, para um público literalmente de adolescentes e jovens. Meu amigo soltou uma frase a nossa discussão:A canção é o jeito correto sendo incorreto.

    Fiquei fascinado ao imaginar uma frase nesse sentido tomando uma proporção exatamente do que foi o show…

    Que previlégio ser o primeiro a postar aqui…

    Saudações blogueiros de plantão,

    Luiz Carias.

  21. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 8:49 pm

    heloísa??

  22. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 9:03 pm

    Maravilhoso este post. Realmente, uma verdadeira aula.Sobre um tema,que é para Caetano, recorrente. É um texto para ler com calma e mais que uma vez.Até a própria escrita de Caetano foi menos confusa e enrolada que o habitual. Repito: para ler com calma, degustar, e meditar…
    Quero fazer só 2 comentários:
    - Concordo com o que Caetano diz sobre os Ingleses. É assim mesmo. Sem tirar nem pôr. Eu, que pretenciosamente me julgo um cara tolerante, tenho um certo sentimento de ambivalência com esse povo.Pior do que isso só mesmo com Suiça, Luxemburgo, e outros paraísos fiscais, onde “todo mundo” vive bem, graças ao dinheiro sujo dos outros…
    - Esse sentimento de inferioridade (de ter sido “achado” pelos portugueses e não pelos ingleses) e a necessidade de colagem aos Estados Unidos da América, é, a meu ver, um dos principais obstáculos para fazer desse Brasil, uma nação verdadeiramente grande, com uma mentalidade forte, desigual, mas com ordem e progresso. Será que as colonizações inglesas da África do sul, Zimbabwe, India, Paquistão e mesmo os EUA (para referir só algumas)serão exemplos de grande sucesso?

    Caetano, em relação ao W Allen, acho que cê vai ter uma desilusão com V-C-Barcelona. Acontece exactamente o contrário do que você disse num comentário atrás.

    Gil, volto a fazer a pergunta: onde está você? quero dizer local terreno…Deu-me a impressão de você estar (vivendo?) em Portugal…

  23. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 21st, 2009 at 9:17 pm

    Boa TArde blogueiros de plantão,

    Olha só o que achei por aí…

    http://carnaval.uol.com.br/2009/album/abertura_carnaval_album.jhtm?abrefot=9

    Olha só fotos da abertura do Carnaval de Recife, e nosso Caetano apresentando e fazendo a abertura do Carnaval, divino.

    Bom por momento é isso…
    De língua em todos em ritmo de fevo e carnaval,
    Luiz CArias.

  24. gil disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 12:28 am

    é claro que Caetano devia estar na Academia, e o Antônio Cícero também, na Brasileira de Letras desculpem a insistência mas até cego vê. Uma delícia o texto da Maria e o detalhe da amiga dela: “é assim mesmo, nunca combina..”, espetáculo! Somos nós, simplesmente! Concordâncias gramaticais e …”Agora não é que o batuque do maracatu não combine com a música do Caetano, tudo pode combinar, evidentemente, mas talvez a forma como foi colocada. O toque tradicional dos tambores com a melodia. Não sei explicar…” não sei explicar…mas não combina, nunca combina, é assim mesmo…temos que pensar mosqueteiro…
    Por aqui rola uma versão interessantíssima da saída do nosso Felipão do time do russo na Inglaterra. Pode ser ficção mas é uma observação tão singela que a gente pode adotar. O fato é que Felipão é percebido como paizão junto aos seus jogadores, mais que técnico científico e cheio de táticas e segredos, a opinião geral é que ele forma a “família” e sabe conversar no pé do ouvido com cada jogador e com essa intimidade produz um rendimento extra, motiva melhor e por isso, vence.
    Com os jogadores do Chelsea, um elenco com apenas 6 jogadores que falam português, Felipão não pode nos seis meses que trabalhou desenvolver sua principal característica e portanto …falhou, faltou a língua. Sem ela como exercer o paizão, o pé do ouvido, o papo entusiasmante? sem a língua como avançar na intimidade, sem a língua como manifestar o pensamento?
    Faltou língua para o Felipão…achei tão lindo…

  25. Enzio Andrade disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 12:56 am

    Caetano,seus textos sempre me deixam em muita confusao e paz.Muitos e bons carnavais pra vc.

  26. gil disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 1:02 am

    em tempo, o povo inglês é maravilhoso e muito parecido com a gente: adoram música e futebol. A Suíça, que Suíça? a francesa, a italiana ou a alemã? A Suíça é uma beleza e não é verdade que vivam do dinheiro sujo dos outros…e esse tal sentimento de achamento dos brasileiros é ignorância, é antes da neurose. O fato de estarmos geograficamente no continente americano e diretamente ligados economicamente com os EUA tem implicações políticas e culturais que nos fundamentam. Mas tem um fato, lá de cima até lá embaixo todo mundo fala português no Brasil, mais cantado ou menos cantado, a língua no Brasil inteiro é o português nos jornais de todas as cidades e que qualquer um pode ler e entender. E o povo inteiro se entende pela língua antes de tudo…isso é legado e riqueza. Mas a língua saiu de Portugal na boca dos portugueses, não veio escritinha, não veio com dicionário nem com as leis dos magistrados, veio na boca e foi sendo falada e adotada e é assim por todo lado do ambiente lusófono, e por isso os acordos ortográficos, para ajuste do ambiente, porque língua é Poder…olha o Felipão aí…

  27. Patricia* disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 2:44 am

    Caetano
    Escrevo este comment enquanto te vejo na varanda elétrica de Gil com um belo pano do Ilê no ombro. Fazendo um paralelo entre todos estes posicionamentos linguísticos, norma culta, senso comum e o carnaval, tomo ele como o grande exemplo das possibilidades, reivenicões, mantendo sua originalidade e verdadeira expressão da nossa cultura, e neste mesmo Carnaval vemos coisas que são meros factóides que buscam o sucesso que os verdadeiroaos artistas chegaram seja através de um trabalho que chamo de ‘mãe’…de um surge outro… erudição ou dos seus apropriados ‘entonces”.
    Uma nota de arrependimento…Fui ontem ao 2222, e com a dificuldade que tive para voltar para casa, preferi não ir hoje…Deixei ver aqueles encontros bacanas de vocês no puxadinho elétrico com o pessoal dos trios… E quem sabe dizer…Ói…sou Patricia…será??? Que mico hein Caeteno? Acho que fiz bem em não ir…kkk

  28. Ricardo Corona disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 3:08 am

    Caetano Veloso,

    Apesar de considerar producente a sua recente opinião sobre a reforma ortográfica, gostaria de dizer-lhe que seu cuidado anterior relativo aos “movimentos” (de onde surgem e para quê servem) das reformas normativas, estão ainda no seu último depoimento. E assim deve ser, penso eu. Lembrou-me (ressoou-me?) de “Ensaio sobre a origem das línguas”, um belo estudo do iluminista Rousseau e que tanto encantou Derrida (Gramatologia). O ensaio tem passagens que de alguma maneira são evocadas por você: “não foram nem a fome nem a sede, mas sim o amor, o ódio, a piedade ou a cólera que pela primeira vez soltaram a fala dos homens…” (p. 48). Por mais que nunca se consiga ouvir a voz das fontes (Heidegger), não se pode reduzir a relação, sutil, que a poesia mantém desde sempre, desde a origem com as línguas: “de início só se falou por poesia; só muito tempo depois é que se procurou raciocinar” (p. 49), também de Rousseau, citado aqui a partir da tradução portuguesa.

    Abraços,

    Ricardo Corona

  29. gustavoprafrente disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 3:19 am

    Caetano, por ver/perceber, você a se dedicar a todos os assuntos que perpassam por você, incita maior reflexão/ciclicação na minha condição de ser pulsante, do que pela temática em sí que abordas. Do teu fazer/labor puro extraio a preciosidade possível.

  30. lisandro disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 3:50 am

    Boa noite!! Caetano,
    Gosto muito da sua preocupação com a língua portuguesa. Devemos “qualificar” nossa leitura. Precisamos muito do estudo e do debate sobre os usos da língua. Não existe país desenvolvido que não tenha uma boa formação básica em português matemática. Como professor na área de cinema, me preocupo com a idéia da “qualificação do olhar” (www.lisandronogueira.blogspot.com) Todavia, não é possível “qualificar o olhar” sem o domínio da escrita. Na américa latina, passamos da cultura oral diretamente para a cultura visual sem dominar completamente a escrita. Isso é péssimo!! Por isso, a importância do debate levantado por você no seu blog.(lisandro Nogueira)

  31. Marcio Junqueira disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 4:49 am

    Do caralho Caetano!!!
    deslumbrante esse post. fiz letras e lembro que quando comecei a ter aulas de linguistica no primeiro semestre me deslumbrei com esses teses todas, li “o preconceito linguistico” e me engajei totalmente nessa militancia, mas dando aula outras questões vinha me assaltar. você clarificou varias das que eu nunca tinha encontrado resposta.
    talvez esse seja o melhor texto publicado no Blog.

  32. Julia Debasse disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 5:48 am

    Carnaval só não é melhor do que o Maracanã.

    Se bem que, depois de hoje, tá foda. Vou lançar o bloco “Porra, Mengão!!!”….

    Maracanã, carnaval, reveillon…todas experiências religiosas. Estar em um lugar onde todo mundo, todo mundo, quer ser feliz. Isso é fé.

    Quais os seus sentimentos em relação ao, maravilhoso, futebol, Caetano?

    bjs
    J.

  33. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 6:01 am

    O novo post encheu-me de alegria e preguiça.

    Alegro-me por saber, que a discussão em torno da abordagem – inédita pra mim – dos lingüistas sôbre a norma culta,continua em alta no blog.

    A preguiça fica por conta do tamanho do texto.

    Comprido post que não acaba mais…

    Mas eu li tudo,e duas vezes,podem crer.
    E estou ansioso pra ler os livros do Bagno.
    _____x_____

    Sarorkuteando por aí,encontrei-me com uma pessoinha linda e amorosa que é a Rosana Tibúrcio.
    Ela mandou beijos pra todos voces.

    Castello.

  34. Edison disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 6:51 am

    Quanto à afirmação de Caetano que “ninguém “não sabe” a língua que ouve desde que começou a viver. E nenhuma língua é incapaz de resolver os problemas de comunicação que seus falantes enfrentam”, acredito absolutamente no contrário; há um artigo de Ferenczi chamado “Confusão de línguas entre adultos e criança” cuja tese é de que a origem do traumático se encontra na alteridade que não fala a mesma língua: através da linguagem, os adultos submetem, dominam e apassivam a criança; o trauma advém da suposição de entedimento, pois a criança é submetida ao contato com a linguagem através de uma docilidade e por uma antecipação (do simbólico) cujos efeitos sobre ela não deixam de ser violentos, portanto o traumático advém desse desconhecimento.

  35. Alexandre disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 10:23 am

    Caro Caetano,

    Primeira vez que comento, apesar de acompanhar o blog há algum tempo.

    Texto grande! Um carnaval e tanto. Li ano passado “Preconceito Linguístico”. Bagno escreve bem, gostei e apoiei. Porém discuti com poucas pessoas sobre o assunto. A maioria achava ridícula a propostas desses linguístas. “Mas que coisa! é claro que existe o certo e o errado, devemos que seguir a gramática” diziam. Então o assunto se esfriou em mim durante um intervalo relativamente grande e volto a econtrá-lo aqui (com um título supreendente.

    Divido muitas opiniões com você. Concordo que a questão não veio a tona agora e que Bagno e afins não são herois salvadores, como muitos pensam. Também concordo qua a atitude deles em ralação aos Pasquales é bruta e sem razão, já que os mesmos nunca criticaram o trabalho dos linguistas. Esquerdismo enfadonho? Pode ser.

    Mas discordo em um ponto. Penso eu que a popularidade dos gramáticos não está na necessidade do povo. O povo os procura para curar seu complexo de inferioridade coletiva. A mesma coisa acontece quando vemos alguém utilizar uma expressão da língua inglesa e se achar “superior”, culto, por isso. “O que é importado é bom, o nacional é ruim, é ralé” é o que muitos pensam. Assim, tentam aprender gramática e palavras difíceis para se distinguir da massa. Muito comum, aqui em Brasília cidade onde moro, os pseudo-estudantes de concursos públicos se sentirem o máximo com a gramática debaixo do braço. Bobagem extrema. E Bagno faz a coisa certa em defender os “dialetos” populares e regionais.

    O motivo da luta dos linguistas é justo. O modo com que a fazem é que é errôneo.

    Há muito que se debater ainda. Espero…

  36. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 11:53 am

    hermano,
    acho massa quando bandas fazem esse lance que o “miami bros” faz. essa mistura de hard rock com o miami bass sound e pop. valeu a dica, não conhecia.
    ………….
    caetano,
    tava elegante lá em recife, hein?! jóia.
    …………..
    deixo um abraço aos foliões virtuais.

  37. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 12:33 pm

    Oi Alexandre

    Cê disse, ói:

    “Penso eu que a popularidade dos gramáticos não está na necessidade do povo. O povo os procura para curar seu complexo de inferioridade coletiva.”

    De que povo cê tá falando? Não citei a sua frase pra pegar no seu pé, não. Mas nela há exatamente a revelação do que tanto me incomoda na sócio-linguítica. Uma espécie de procuração pra falar em nome de um povo sem se incluir nele. Vendo de cima. O que é uma visão anti-preconceito, pode ser esconder um certo preconceito.

    Esse é o ponto: não há povo. Há povos, civilizações, culturas, cultivos, diferenças. E nós fazemos parte disso. Não há como se colocar de fora. A palavra “povo” aparece bem à moda dos políticos. Uma casta que estaria crdenciada para salvaguardar os desejos de uma entidade chamada “povo”.

    Eu consigo ler e ouvir belezas na língua escrita e falada em várias instâncias regionais e sociais da população brasileira. Há pobres falando bonito e feio (ufa! não usei o “certo e errado”), há também acadêmicos falando e escrevendo bonito e feio. Há gente que tem vocabulário extenso e não consegue elaborar uma dissertação eficiente.

    É nesse contexto, aí sim, que um ensino democrático e menos normativo da língua, pode avançar mesmo e até contribuir para reconstrução da norma.

    Mas essa divisão entre povo e uma suposta minoria abalizada, reproduz o preconceito que a sócio-linguística propões desconstruir.

    É aí, que a sócio-linguística “parece” pedante e pretenciosa.

    Essa é uma herança viciada do pensamento da esquerda. Em nome do povo, mas fora dele. Acima dele.

    Não me parece que Bagno pense assim. Mas a mistificação da sua tese, talvez involuntariamente, crie essa confusão.

    O problema talvez não esteja na tese em si. Mas na sua defesa quase militante.

    Isso pode ser conferido nesse blog em depoimentos diversos. Não acho mais que o que esteja em jogo seja apenas o pensamento de Bagno. O que se discute são os desdobramentos reais e propositivos do que ele veicula. Ou seja: as teses de Bagno serão colocadas à prova não por ele, mas pelos que o leram.

    Espero que os alunos e leitores de Bagno se tornem grandes mestres. Não militantes.

    beijo na testa

    salem

  38. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 12:53 pm

    Eu adoro matemática. Desde moleque. No meio do meu Ensino Fundamental, as “humanas” magnetizavam a nossa atenção. Era o período da ditadura e nada poderia ser visto ou analisado sem um debate ideológico. Isso excitou a minha geração. Nas aulas de português, história ou naquela tal de OSPB, estávamos todos prontos pra ver, nas entrelinhas, de que lado o cara tava.

    A metamática me aliviava e ma fascinava. Pra mim aquilo era poesia desprovida da ideologia binária. A matemática me lançava pra fora do mundo cognitivo e provocava a minha abstração. Não havia militares, nem derramaento de sangue, nem texto e sub-texto, nem invasões de terra e penínsulas. Nada disso. Havia um convite a abstrair. Claro que cansativo, mas pra mim era um ácido que batia. Pra outros, abatia.

    Virei músico meio sem querer e depois de um tempão, vi que a matemática tinha a ver com minha atração por quadraturas, divisões e compassos.

    A vida não é tão exata.

    in test

    salem

  39. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 1:03 pm

    Gil entendeu tudo!

    Língua e Felipão! Língua e poder. Como eu concordo com esse negócio de falar que o “suiço” é assim ou assado, ou os “franceses” são isso ou aquilo, na maioria das vezes é chutão de bico.

    Morei 3 anos na França e não consigo dizer nada assim no singular, tipo “o francês é um sujeito arrogante”. Depois que voltei ao Brasil ficava enervado com ao escutar tanta gente falando coisas do tipo “o francês não gosta de tomar banho”.

    in test in gil

    salem

  40. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 3:11 pm

    em comentário deste link

    http://www.overmundo.com.br/overblog/o-avesso-do-avesso-carnaval-baile-funk-e-metal

    (que fala do trans-metal-pancadão de Volta Redonda)

    dou transnotícias imperdíveis do início do meu carnaval carioca

  41. Nando disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 3:21 pm

    Algumas coisas me chamaram a atenção, embora meio off topic:

    Segundo Antônio Cícero, “queira-se ou não, o cânone literário é uma grande tradição. Deve-se dizer, porém, que ela está longe de ser inquestionada ou inquestionável. Ao contrário, essa tradição se construiu e se mantém hoje, entre outras coisas, através do questionamento e por causa dele”.

    Eu queria saber se o mesmo raciocínio pode ser aplicado à música popular. Porque foi exatamente isto o que fiquei tentando dizer quando fiz a precária comparação entre Reginaldo Rossi e Bob Dylan.

    Uma outra coisa me chamou a atenção: a terrível dificuldade que podemos ter ao expor a defesa de um argumento. Entendi mal ou Luedy foi prejudicado por esta dificuldade - em que pese o brilhantismo da sua defesa. Mas o toque da Heloísa equivale ao seguinte: Luedy poderia não estar conseguindo passar o que seria necessário para que Caetano tirasse suas próprias conclusões (o que o catatau acima confirma). Longe de ver nisso uma crítica, de antemão me solidarizo com Luedy, porque imediatamente tomo como minha uma dificuldade idêntica: em quase nada do que tenho defendido aqui me senti à altura da minha própria defesa: Caetano tem o domínio da palavra, coisa que me parece uma miragem, de tão perfeita. Acho que se fosse ele a defender o que eu defendi, os argumentos seriam ao menos mais claros. Embora até para Caetano deva ser difícil sintetizar (um) livro(s).

    Pior que tudo é ainda gerar antipatia pelos temas defendidos, por pura incompetência.

    Outra coisa:

    “Se havia quem achasse chato, esses não eram em maior número do que os que não agüentavam história ou geografia – sem falar em matemática(…) e sofra com o mito de que ela é difícil, um fenômeno inescrutável, um capricho desarrazoado dos professores(…)”.

    Tive um professor de matemática e desafiaria qualquer aluno dele a considerar matemática algo inescrutável, difícil ou mesmo chato. A paixão de Psica (professor sergipano radicado em Salvador) pelo ensino e pela matemática, transformando o difícil em fácil para assombro e fascínio dos seus alunos, eliminando mistérios e tornando a compreensão quase que automática, me assegura que o problema não é com matemática, é com os professores de matemática e com uma cultura atoleimada de “bicho papão”. Claro que existem tendências e vocações para áreas específicas (exatas, humanas etc), mas a dificuldade é muito mais relativa do que se pensa: após um curso com ele fiz vestibular com uma única fórmula decorada (volume da esfera), porque ele não poderia demonstrá-la - seria necessário conhecimento de terceiro grau. Tirando esta, TODAS as outras fórmulas ele nos ensinou como demonstrá-las, ou seja, ensinou como e porquê se chegava a uma fórmula (ele costumava dizer: “vocês não têm vergonha de sempre saberem uma fórmula sem nunca saberem como chegaram a ela?”).

  42. Patricia* disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 3:34 pm

    Gente, vcs que gostam de linguística, não percam no TCA em Salvador esta palestra da ‘Fronteiras Braskem do pensamento’…24/03/2009

    Steven Pinker is Harvard College Professor and Johnstone Family Professor in the Department of Psychology at Harvard University. Until 2003, he taught in the Department of Brain and Cognitive Sciences at MIT. He conducts research on language and cognition, writes for publications such as the New York Times, Time, and The New Republic, and is the author of seven books, including The Language Instinct, How the Mind Works, Words and Rules, The Blank Slate, and most recently, The Stuff of Thought: Language as a Window into Human Nature.

    Ainda sobre Pinker…

    Steven Pinker e os PalavrõesEm Ciência Geral e Ceticismo, Mente e Cérebro, Natureza Humana, Uncategorized, Vídeos/Palestras @ 22.Sep.2008. por marcoevolutivo.Você se acha uma pessoa desbocada, boca suja que adora falar palavrões? Pois fique sabendo que você não está sozinho. Nesses dois vídeos curtos veremos Kate Bohner falando sobre o que Steven Pinker escreveu em seu último livro The stuff of Thought a respeito do porquê, nós seres humanos, temos o estranho hábito universal de xingar e falar palavrões pra caramba. Mas lembre-se sempre que explicar não quer dizer justificar, assim como entender não é perdoar. E no segundo vídeo o próprio Pinker, numa entrevista inusitada e descontraída, solta o verbo e fala seus palavrões prediletos sem dó. Além disso, fala sobre vários de outros temas desconexos pra #$*+#@&$#%#. Opa! Me empolguei!
    Dia 24 (terça-feira)

    FRONTEIRAS BRASKEM – STEVEN PINKER

    Abertura da segunda edição do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, curso de altos estudos em forma de um ciclo internacional de debates sobre a cultura contemporânea mundial. O projeto recebe o psicólogo e lingüista canadense Steven Arthur Pinker. Durante 21 anos foi professor no Departamento do Cérebro e Ciências Cognitivas do Massachusetts Institute of Technology antes de regressar a Harvard em 2003. Bacharelado em Psicologia da Universidade McGill, doutor em Psicologia Experimental em Harvard, Pinker escreve sobre a linguagem e as ciências cognitivas em vários níveis, desde artigos especializados até publicações de divulgação científica. Seu livro Tábula Rasa (The Blank Slate) esteve entre os finalistas para o Prêmio Pulitzer e The Aventis Prizes for Science Books. Em 2004, Pinker foi nomeado uma das 100 pessoas mais influentes da Revista Time. Programação e outras informações no site: http://www.fronteirasdopensamento.com.br.
    Horário: 20h

  43. Bira disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 4:43 pm

    É Caetano,
    Só dá Fantasmão na avenida. O povão escolheu ir atrás do novo pagode, deixando de lado as estrelas tradicionais. E o vocalaista não deixa pó sobre pó relegando os camarotes, pagos a peso de ouro.
    Achei massa quando ele questionou um dos camarotes: Tem alguma MINA de chapinha aê??? Respondendo logo em seguida, Impossível ter…

  44. Nando disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 4:53 pm

    Salem,

    Você é tosco e sensibilíssimo. Eu também. Às vezes te escrevo de forma tosca, você responde sensível - e vice-versa. Ajustes são sempre necessários para que a Paz possa ser amorosa e legitimamente conquistada, nunca imposta.

    Somos tão íntimos que até brigamos.

    Sorria, meu bem, sorria.

    O chinelo foi justamente para subverter os limites, carái.

    Arthur é lindo como o mais belo gol de falta do Zico.

    Desculpas sinceras e um grande abraço.

  45. Batista disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 5:19 pm

    Caro Caetano:

    Creio que nao há contribuiçao maior para uma lingua, uma mátria, que a dos poetas, o sal da lingua. Mas nas trincheiras do ensino qualquer luz é bem- vinda, especialmente dentro das trevas do preconceito paulistano. Aquele que diz que qualquer nordestino é baiano. Embora eu seja um pernambucano que adore a Bahia. O “baianinho” paulistano carrega em si uma conotaçao extremamente deturpadora e pejorativa.
    Você mesmo estava ha pouco enumerando as singularidades do sotaque baiano. Que é tao distinto do pernambucano, do paraibano.

    De alguma maneira essa confusao foi até boa pra mim. Me sinto mais baiano em Sao Paulo e agora me sinto baianinho com muito orgulho ao ouvir a musica baiana, onde quer que eu vá. Embora em alguns casos, como foi o meu, o preconceito apenas reforçe ou confunda minhas raizes. Em outros este genero de preconceito pode criar uma verdadeira barreira ao conhecimento de nossa propria historia, portanto da nossa lingua, nossa cultura.

    O que quero dizer é: louvavel a sua abertura ao dialogar através deste blog, você mais do que qualquer linguista abre e abriu portas. Mas infelizmente no Brasil, assim como as açoes publicas voltadas para o ensino nao acompanham o ritmo das artes, tao pouco se pode esperar das “cientificas”. Acredito que embora você possa repudiar essa minha tese, os linguistas bagnos estao muito mais ligados a você e a uma tradiçao de canones lusos do que os pasquales da vida. Como em toda relaçao, amor e odio muitas vezes se confundem.

    Mas acredito mesmo que a melhor das propostas dos academicos letrudos é sem duvida a proposta levantada por José Miguel Wisnik, Nestroviski e Tatit. A de se expandir o conhecimento da nossa lingua através da cançao. Uma re estruturaçao do curso de letras no Brasil (como proclamava Glauber no Abertura) e porque nao do Ensino como um todo? Qual a sua opiniao? O que você acredita que seja fundamental para “um bom projeto de educação básica no Brasil”?

    Abraços cordiais

  46. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 5:32 pm

    Se só agora que leu umas páginas desse tal de Bagno, Caetano está autorizado a falar do assunto, só posso me calar.

    Sobre o Carnaval a melhor coisa que rolou até agora foi Daniela com Margareth e Mariene e a potência do menino do Fantasmão. As poderosas não fizeram mais do que o mesmo…

  47. Patrícia disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 7:12 pm

    Falando em carnaval…
    LINDA a passagem De Daniela e Margareth pelo camarote Expresso 2222.
    E quando surgiu Caetano e cantou com elas, com Gil e a banda Moinho “O Samba da Minha Terra”????
    Ô orgulho retado me deu de ser baiana.
    Obrigada meu Deus!
    Momento mágico que só se vê no carnaval da Bahia. :)

  48. Patrícia disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 7:18 pm

    Encontro memorável no carnaval 2009:
    Caetano, Daniela, Margareth, Gil e Moinho cantando “O Samba da Minha Terra” do saudoso Caymmi. Ô coisa boa!!!

    http://terratv.terra.com.br/templates/channelContents.aspx?channel=3149&contentid=223958

  49. Mameluca Maluca disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 8:01 pm

    Caetano

    Por que fui encontrar cê cantando “Amante Amado” do Jorge Benjor? É demais!

    Gertrude Stein também não suportava Ezra Pound.
    “Mas voltando a EZra. Ele de fato veio de novo e acompanhado do editor do The Dial. Desta vez foi pior que as gravuras japonesas, muito mais violento. surpreendido com a própria violência. Ezra caiu da poltroninha predileta de Gertrude Stein, aquela que depois forrei com as tapeçarias feitas com os desenhos de Picasso, e gertrude Stein ficou furiosa. Finalmente Ezra e o editor do The Dial foram-se embora, todos bem longe de estarem satisfeitos. Gertrude Stein nunca mais quis saber de rever Ezra. Ezra não entendia muito bem por quê. Um dia encontrou-se com Gertrude Stein perto dos jardins do Luxembrugo e disse: mas eu faço questão absoluta de ir visitá-la. Sinto muito, retrucou Gertrude Stein, mas miss Toklas está com doir de dente e além dos mais andamos muitos ocupadas em colher flores silvestres. O que era a pura verdade, como aliás acontece com toda a literatura de Gertrude Stein, mas Ezra se aborreceu profundamente e nunca mais tornamos a vê-lo.”
    Autobiográfia de Alice B. Toklas - Gertrude Stein

    abraços

  50. paulo kauim disse:
    Fevereiro 22nd, 2009 at 9:27 pm

    veloso,

    parente

    do boca de matos guerra

    ( é bom de língua )

    seu texto

    nos remete

    ao fragmento galático

    do haroldo:

    ” o povo é o inventalínguas na malícia

    da mestria no matreiro da maravilha ”

    e
    vi
    va
    i
    ve
    te

    um abraço transbarroco

    seu mano

    paulo kauim

  51. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 12:05 am

    Caro Vellame,
    Caetano (e qualquer um de nós) pode falar o que quiser sempre. O que Possenti quis dizer é que ele precisava saber o que alguns sociolinguistas estavam dizendo para poder falar e criticar com maior propriedade.
    luedy

  52. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 1:06 am

    Tá bom Gil.Depois você me explica porque é que a Suiça é um país rico (que o é muito menos Hoje do que há 1 ano e meio atrás).Deve ser por causa do chocolate…
    Com lavagem de dinheiro, branqueamento de capitais, “off shores”, paraísos fiscais…me desculpem, mas não posso ser tolerante.
    E queria fazer um pedido: gostaria que as minhas palavras não fossem desvirtuadas. Eu NUNCA disse “o suiço é isto” ou o “inglês é aquilo”…Por favor…
    Heloisa, Where are you? Ça Va???

  53. Bruno Guimarães disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 1:18 am

    Depois que “menino do rio” “ganhou” um “menina da ria”, acho que “lobão tem razão” merece um “labi tem razão”. Labi, te adoro e leio sempre. Espero, ansioso, por suas histórias de carnaval. Pense seriamente em um blog só seu… Galera, vamos começar uma campanha nesse sentido?!
    Voltamos ao papo de linguística, com relação ao qual me calo ainda mais…mas tudo bem.
    Em tempo: Caetano, existe alguma gravação sua de “Dama do Cassino”? adoraria ouvir…. se não, existe alguma outra além da do Ney e da Jussara Silveira?

  54. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 1:40 am

    Márcio Vitor, Big Neusa, Gil e Caetano juntos agora a pouco mereceia um livro de antropologia de Hermano. Só o que eu posso dizer é:

    “Psirico descendo é madeira é viola, então cole na corda”

  55. Gabriela disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 2:06 am

    Em pleno carnaval de Salvador e com saudade de te ver por aqui (já que nos trocou por Recife), entro no seu blog (como de costume) e dou de cara com o tema: Carnaval. Posso confessar que estava meio desligada do mundo por conta dessa festa, mas o que quero confessar realmente é que você me surpreende positivamente a cada dia. Quando pensava já ter minha opinião formada sobre Caetano, vejo seus elogios a Psirico, Parangolé e Fantasmão. O que tenho o poder de dizer e concordar contigo - por já ter passado pela minha retina - é a impossibilidade de ficar parado ao ouvir “Kuduro”. Talvez pela proximidade de Luanda a Bahia, talvez sei lá o motivo, o pagode contagia.
    Mas o que mais contagia é ver que você tem os olhos no horizonte. Como se não bastasse, eu ligo a tevê pra ver a folia - jé deveria ter me contentado com 4 dias de rua - e vejo “Furacão o bloco ” na camisa de Caetano Veloso.
    Sou completamente leiga em relação a percussão, pendor ou colagem, mas me encanta completamente ver essa mistura de convidados do Expresso 2222, pipoca do Psirico, Kuduro e Márcio Vítor vestido de Caetano.
    Como diria um grande poeta/cantor/artista/tudo mais que eu conheço: “Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu!” Mas além de você, poucas coisas me surpreendem, afinal, isso aí só se ver na Bahia!

  56. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 2:17 am

    o nosso rei momo, gerônimo, e banda mont serrat, despedem-se agora do campo grande, tocando villa-lobos e seu megahit “é d’oxum”. sofisticação total. há 500 metros de casa. luxo só.

    pensamento do dia:
    “todos precisam crer em algo. creio que vou tomar uma cerveja” [groucho marx, irmão de karl e patrícia, hahahahahahaha]

    http://accel21.mettre-put-idata.over-blog.com/0/00/35/40/portraits2/groucho-marx.jpg

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx

    https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3m3By4rVbgd3bBeyRIblgQexzLttUedecxjAOk4rMHuUVob0Km0ni8RUy9JxRyrTGWEAbQBAbFQ3J8iVy8WKXjNLexn2yp4piJ2qYEGMsZtu7F4aHIMdcVL2VHHm_w-umSJ2OXLHmIB4/s320/patricia2.jpeg

    glauberovsky, direto dos barris, num esforço de reportagem virtual!

  57. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 2:34 am

    Nas escolas de samba do Rio,acontece algo parecido com o que ocorre entre jogadores de futebol,que trocam de camisa em intervalos cada vez mais curtos.

    Virou fato corriqueiro,o fulano da Mocidade puxar o samba da Imperatriz,o beltrano do Estácio na ilha,o cicrano da Ilha no Salgueiro etc.

    Dizem que é profissionalismo.
    Vá lá que seja.

    Dois expoentes máximos da maravilhosa arte de cantar sambas de enredo,resistiram à esse profissionalismo :

    O legendário Jamelão,no andar de cima de algum divino carro alegórico verde e rosa.
    E o Neguinho da Beija Flor,que tem um dos mais expressivos sorrisos da Marquês de Sapucaí.

    Sorriso que virou lágrimas,semana passada,quando a nata do samba lhe prestou solidariedade,pelo momento delicado que ele está vivendo.

    Doença cruel,que no ano passado nos levou o grande Luiz Carlos da Vila.

    Neguinho vai se casar em pleno sambódromo,apadrinhado – segundo o jornal Extra - pelo presidente Lula da Silva e dona Marisa.
    Uma grande festa será feita em sua homenagem.

    Pedirei licença ao meu coração mangueirense,para aplaudi-lo de pé.
    Ele merece,e muito.

    OLHA O NEGUINHO DA BEIJA FLOR AÍ GENTE.
    CHORA CAVACO !!!

    Castello.

  58. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 2:59 am

    Voces acreditam,que alguns comentários meus,ainda são
    impedidos de desfilar na passarela da OeP ?

  59. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 3:41 am

    Paulo

    Sorry. Você não disse mesmo “o suiço é isso”.

    Queria mesmo é elogiar o viés de Gil, quando perguntou de que Suiça estava se falando. A francesa, alemã ou italiana?

    Há realmente muita generalização quando as pessoas querem definir um país olhando de longe. Não é o seu caso, mas Gil sempre faz estardalhaços na direção correta. Há exagero demais na construção da imagem de um país (politica e culturalmente) quando olhamos apenas pra um aspecto da sua anatomia. Os alemães por exemplo (que foram responsáveis por uma das maiores matanças da história) hoje se posicionam de forma elevadíssima e auto-crítica em relação a própria história.

    De longe, o Brasil pode ser o país do turismo sexual. Ou o País do Carnaval. Ou o País do Futebol… Esse monte de generalizações, sacou?

    A história dos países é dinâmica. A Suiça hoje nem é apenas um paraíso fiscal, nem uma fábrica de chocolates, relógios e canivetes.

    Mas o mais bacana do nosso papo saudável foi o surgimento de uma expressão cheia de bossa e som:

    O SUIÇO É ISSO!

    Adorei esse negócio. Parece marchinha de carnaval.

    Nando

    beijo no Artur. Bandeira branca! Sandália branca! Paz!

    eu sou do seu bloco

    in test

    salem

  60. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 3:54 am

    Glaubito, maibrodis!

    Groucho, Karl e Patrícia.

    Tese, antítese e síntese.

    Lembrar de Groucho no Carnaval é a sua cara! E foi de mais-valia pra quem quer entender melhor como funciona o seu telescópio ligado num overdrive. Com ele você enxerga o mundo feito um cyber-punk-voyeur!

    Tua cerveja tem o mais bonito colarinho!

    beijo nos Marx

    salem

  61. caetano veloso disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 5:49 am

    glauber, acho que entre os marx fico com a patrícia.

    vellame, opinei mais sobre linguística antes do que depois de ler bagno. aliás, escrevi tanto agora (em pleno carnaval do recife) porque não fora nada humilde quando era ainda mais ignorante (mais sobre isto depois).

    patrícia (marx?), gostei de entrevista que li de pinker. foi nela que vi bom argumento sobre pensarmos sem palavras. institivamente já sabia disso.

    cheguei da rua. rodei com o psirico. espetacular.

  62. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 9:53 am

    caetano e hermano,
    olha o que saiu nos jornais ontem:

    “Manifesto de Luiz Caldas contra Márcio Meirelles:

    Senhores dirigentes, foliões baianos e de outras localidades.

    Estou sendo perseguido pelo senhor Márcio Meirelles, secretário de Cultura do Estado, que de todas as formas tentou impedir a minha participação no Carnaval de Salvador.

    Será que o motivo foi o de eu não querer participar de um trio temático dos anos 80, algo que não acrescenta em nada a minha rica trajetória musical?

    Saiba senhor Márcio Meirelles que eu sou dos anos 80, orgulhosamente, e também sou da modernidade, sou do século XXI e estou lançando 130 canções inéditas de uma só vez. Isso já é notícia em todo o Brasil. É cultura, como o Carnaval é cultura, como é a Axé Music que inventei. Não posso viver preso ao passado.

    O nosso governador Jaques Wagner e a primeira-dama Fátima Mendonça queriam a minha participação na festa, mas o senhor Márcio Meirelles, da anti-cultura, tem uma borracha maior do que a caneta do governador, e, por ser “todo poderoso”, apagou o meu projeto que era para tocar três dias no Carnaval de Salvador e para o folião pipoca. Vejam quem ele contratou, esquecendo propositalmente o projeto de um dos integrantes diretos desta festa.

    Não gosto de me envolver em política de Estado, mas peço publicamente ao governador Jaques Wagner para analisar a conduta deste senhor Meirelles. Será que vale a pena deixar um mandatário cultural boicotar artistas que têm poder simbólico e que fazem parte desta festa carnavalesca para os foliões pipoca? É algo para se avaliar.

    É isso foliões. Fiquei sem tocar dois dias em Salvador por conta do jogo sujo que está acontecendo na Cultura baiana.

    É hora de dar um basta nisso e respeitar quem tem história e ainda faz história. A pasta da Cultura merece alguém melhor, ao menos alguém que respeite os artistas locais.

    Luiz Caldas, criador da Axé Music”

  63. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 11:03 am

    caetano,
    sobre a contenda caldas/meirelles:

    não acho que há perseguição. percebo que faltou foi sensibilidade para perceber que luiz caldas foi um pioneiro do que hoje é a axé music e merece sim, um tratamento à altura. e olha que venho do rock, minha história é outra e consigo ver isso claramente.

    meirelles falou em entrevista para a tve que “luiz não aceitou o cachê por considerar baixo”, numa tentativa de reduzir a questão. ora, isso é ridículo. neguinho diz “olha, tem esse trio anos 80 aqui com mais uma moçada e uns caraminguás…é pegar ou largar”. o cara nega [não pela grana, mas pela falta de respeito, reconhecimento e reverência. e por rejeitar a idéia de ficar congelado no frigorífico do passado] e está errado, só porque outros aceitaram??

    luiz acaba de lançar 130 canções em 10 cds com 10 estilos musicais diferentes. ele está certo em não aceitar esmolas. agora, se esta questão não cabe a meirelles, aí são outros 500…

    pra mim, fica a pergunta:
    o que falta para que márcio meirelles [e outros] reconheçam de fato, que luiz é precursor do que hoje está aí e isso lhe confere total importância?

    ele não pode se restringir a um trio/homenagem saudosista. não é legal para a continuidade de sua carreira. e nem para o carnaval, para o espetáculo. além de seu próprio talento, carlinhos brown veio de lá…

    se o assunto for discutido amplamente, márcio terá que rever suas posições a respeito.

    não sou advogado de luiz caldas, mas a entrevista de meirelles me causou certa indignação, pelo tom blasée.

  64. Celso de Carvalho disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 11:28 am

    Glauber,
    Isso é que é uma carnavalesca cobertura!!!
    Cadê os executivos de broadcast que ainda não te contrataram?
    E entre as línguas e as gramas, fico com os timbales, ha, ha, ha…
    E já estou atrasado pra Mudança do Garcia.
    Hermano e Salém, falta vocês pra atravessar o circuito na contramão. Se não estão em Salvador, programem-se para a segunda-feira do carnaval do ano que vem, Mudança do Garcia é overmundo e beijo np cérebro.
    Viva o carnaval de verdade (e os de mentira tb). Viva Gerônimo!!!!
    Caetano, vi o vídeo de Pinzó gravado em Petrolina no qual vc fala “Eu sou fuleiro”. Isso resume todas as suas provocações recentes, realmente, você maneja as atenções como ninguém.

  65. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 11:36 am

    Será que a moderação bebe com moderação?

  66. Maria disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 11:51 am

    Nossa, quantos erros no meu comment. Grafei encharcados com ‘x’. Acho que foi por que tinha escrito ainda encharcada, no bom sentido, por ter visto o Caetano, todo maravilhoso, vestido de amarelo e branco, as cores da padroeira do Recife, Nossa Senhora do Carmo.Será que ele sabia disso?

    Participar deste blog, para mim, é muito importante, porque eu estudo. Vou ler Preconceito Ligüístico para ver se entendo melhor essa discussão. Depois, quando terminar Verdade Tropical.

    mas agora vou à praia por que ninguém é de ferro.
    beijinhos carinhosos a todos
    Maria

  67. gil disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 12:04 pm

    Vamos a isso Osório, mas eu antes deixa eu te contar: minha imaginação sempre foi excitada com a idéia do paraíso desde o colégio de padres e na minha formação cristã. Pois no dia em que cheguei a Suíça eu me disse: esse é o paraíso na Terra, como é linda a Suíça…a seguir alguns comentários:

    Em números absolutos, a Suíça é o 15º maior exportador do mundo. Não há, provavelmente, nenhum outro país cuja prosperidade dependa tanto da exportação de suas indústrias.As maiores empresas suíças – a farmacêutica, por exemplo – exportam 98% da sua produção.
    Se fosse feita uma pesquisa para saber a que imagem a Suíça estaria associada, não há dúvidas de que as respostas seriam “aos queijos ou aos relógios”, se bem que os relógios sejam, de longe, muito mais lucrativos para o país.
    Embora a Suíça tenha numerosas empresas de porte – como a empresa gigante de alimentos Nestlé, as companhias farmacêuticas Novartis e Roche, os bancos UBS e Credit Suisse, as seguradoras Winterthur e Zurich – essas firmas não são, verdadeiramente, representativas do país como uma nação industrial. Tanto assim que dois terços da produção econômica suíça vem de empresas com menos de 50 empregados.
    As PME – pequenas e médias empresas – empregam 1.5 milhão de pessoas, pouco acima da metade de todos os empregados que não trabalham para estatais.
    Muitas dessas empresas atuam nos campos da engenharia elétrica e mecânica – o segmento industrial número 1 de produção na Suíça. A maior parte dessas empresas é extremamente especializada e orientada para a exportação. Usualmente, produzem utensílios como máquinas de precisão ou aparelhos eletrônicos cujas marcas não são muito conhecidas, mas exportadas para indústrias de produção em todo o mundo.
    As indústrias suíças de engenharia representam mais de 40% dos valores de toda exportação. Sua origem pode ser encontrada na mecanização da produção têxtil. A produção de maquinário pesado suíço abriu as portas para investimentos em produtos mais especializados. Neste setor, a Suíça se encontra entre os cinco maiores exportadores do mundo.
    As horas trabalhadas na Suíça superam as de nações vizinhas, com poucas pessoas trabalhando menos do que 40 horas semanais.Os feriados na Suíça são poucos e as aposentadorias raramente ocorrem antes dos 60. Somente no ano de 2000 é que foram introduzidas alterações na legislação trabalhista admitindo o direito de greve.
    A indústria farmacêutica suíça tem marcante participação mundial. Possui instalações de produção e pesquisa em muitos continentes. A sede e as raízes dessas empresas estão localizadas em Basiléia. Empresas como Novartis, iniciaram suas atividades como fornecedores de produtos de tintura para a indústria têxtil suíça.
    Embora a Suíça mantenha uma forte base industrial, mais da metade da população ativa do país trabalha na indústria de serviços, como bancos, seguradoras e turismo.
    Há, também, uma clara correlação entre o papel da Suíça como nação comercial e o de exportadora, bancária e seguradora.
    Gerenciamento de ativos em todas suas formas é o ponto chave dos serviços bancários suíços. Isto não é válido apenas para “dois grandalhões” – UBS e Credit Suisse – mas também para inúmeros bancos privados.
    O sigilo bancário muitas vezes mal interpretado, não se aplica quando inquéritos policiais ou investigações criminais estão em andamento.
    O nível de integração com normas internacionais pode ser sentido pelo fato de que a Suíça cobra um imposto de retenção na fonte sobre toda poupança de cidadãos da União Européia depositada no país. Parte dessa retenção é repassada às autoridades da União Européia.
    A questão do anonimato, do direito a privacidade no ambiente democrático moderno, transcende aos aspectos de discrição tradicional dos bancos suíços que se relacionam até mais com a confiança bancária, valor supremo na vida econômica. As ilegalidades devem ser combatidas no seu terreno, quer maior paraíso fiscal do que a telinha a nossa frente proporciona aos “espertos”? O indivíduo acha que pode acessar música, filme sem pagar a quem os criou e produziu simplesmente porque a tecnologia lhe permite alcançá-los e não reprime ainda esse procedimento…porque temos de ser tolerantes?

  68. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 12:34 pm

    Bom dia blogueiros de plantão…

    Todos vocês tem razão, quando se referem de modo carinhoso uns aos outros.

    Achei a entrevista de Luis CAlas, muito pobre, querend mídia para aparecer, ofuscando um lançamento de 10 cd´s de inédita, estranho isso.

    Criador do Axé?? Nunca soube que Luis Caldas tivesse sido o criador do axe, achei mmuito pretensioso da parte dele.

    CAetano têm toda razão sobre os textos de BAgno, e também curti Psirico no Carnaval.

    CAetano estava lindo cantando o samba da minha terra, muito show.

    Bom por momento é isso,

    Abraços,

    Luiz Carias.

  69. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 12:58 pm

    “glauber, acho que entre os marx fico com a patrícia”

    hahahahahaahahahahahaha

    a patrícia marx não é nada mal, caetanovsky…

    salemovsky,
    simbóra pra mudança do garcia! é noise na fita, hahaha

    hermanovsky,
    o oscar pirou! sensacional! haha. e só pra lembrar, o “trio foguetão” dos retrofoguetes sai hoje à noite!

    http://www.fotolog.com/retrofoguetes/35186613

    fui-me!

  70. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 1:02 pm

    hermano,
    e ontem rolou o trio cascadura/lobão!

    http://www.fotolog.com/drcascadura

  71. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 1:14 pm

    Só sei que nada sei?

  72. Ramon Santos / Ba disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 2:22 pm

    Vocês me deixam sempre em uma/numa deliciosa e excitante confusão . E eis que aqui em Salvador, descubro o grupo do “KUDURO”,trazido por Carlinhos Brown e Márcio Vítor.Assim como Caetano (com Bagno) , fui conferir .Para minha surpresa ,o “KUDURO” é isto mesmo,uma dança angolana em que o quadril tem um papel preponderante.O visual destes artistas é igual aos dos rappers americanos e cariocas, mas o sotaque é massa . Seria esta a única forma de mostrar Angola ?Qual o referencial para as pessoas( e são muitas) que não possuem uma condiçao mínima de crítica da realidade ? Será que o negro americano comum só joga basquete e escreve músicas ?Fico confuso/extasiado com as opiniões aqui no blog e isto é saudável para mim. Já foi comentado aqui sobre o volume alto do som dos automóveis e barracas de praia .Some a esta situação só ouvir Psirico, Fantasmão,Harmonia.Nada tenho contra, mas “Sonho com todas as harmonias possíveis no juízo final ”
    E,dos últimos tempos aqui em Soterópolis, a melhor novidade é o picolé de Açaí .Da capelinha…

  73. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 2:59 pm

    Palmas pro Gil!

    Meu saudoso pai trabalhou mais de 40 anos como químico da Sandoz (em seguida Novartis) na área têxtil, empresa suiça. Sempre foi tratado com padrões trabalhistas muuuito acima da média.

    Nos anos 80, a Suiça atentou com rigor para os problemas ambientais causados pela Sandoz, muito antes do oba-oba ecológico.

    Eu morei 3 meses em Geneve, onde tocava em uma casa chamada Roi Ubu. Uma casa de violão e voz que recebia desde artistas folk do Quebec, até brasucas da bossa-nova e roqueiros. Não há no Brasil nada similar. Uma pequena arena pra 100 pessoas com um belíssimo mezzanino, onde não se bebe nem se come durante o show.

    Um dia perdi minha tira do vilão no trenzinho. Desencanei, até saber 2 semanas depois que a cidade tinha um “achados e perdidos”. Minha tira estava lá.

    Fiz poucas amizades nesses 3 meses, mas foram espetaculares. Um sujeito que era salva-vidas da piscina pública onde nadava, descobriu a data do meu aniversário. Eu ‘tava no palco e ele interrompeu a minha apresentação com um bolo na mão cantando parabéns. Inesquecível e pouco suiço (para os arquétipos esteriotipados).

    Não tinha os preciosos dados que você apresentou ao Paulo Osório, mas intuia que sua fúria, pra variar, tinha razões que as nossas razões desconheciam

    É por essas e outras que sou fã do teu discurso verdadeiramente progressista.

    É nessas horas (meu relógio não é suiço) que esse blog arrasa.

    Não confundir founde com fodi.

    in testis

    salem

  74. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 3:16 pm

    A Patrícia Marx estava no coro do Tom Zé no lançamento do seu último CD. Quando foram ao Jô, Tom Zé apresentou um a um, cada integrante da sua banda e se esqueceu dela. Ela ficou vermelhinha, tímida e encolhida. Até que Jô percebeu a gafe e avisou o Tom Zé.

    Ela estava bonita. Mas as músicas (muito mal ensaiadas) cantadas à capella a deixavam visivelmente constrangida. Patrícia canta bem e não se acomodava ao desleixo geral na abertura de vozes.

    Isso não é uma crítica ao Tom Zé. É um elogio à Patrícia.

    Existem muitos carnavais. Mas podemos dividi-los em 2 grandes grupos: no mundo e na TV.

    A TV é cruel com o carnaval de rua. Na Bahia, aquelas paradas para o pessoal do CQC fazer semgracisses é patético. Algumas jams e encontros que parecem emocionantes pra quem está lá se tornam outra coisa na TV. Gritos, desafinos, distorções, a voz cansada caguetada por uma mixagem tosca na TV. Tudo torna a TV uma inimiga de grandes artistas.

    Pessoalmente, eu sofro por todos, embora saiba que eles talvez nem estejam sofrendo.

    Gil, Caetano, Margareth e Daniela cantando O Samba da Minha Terra é algo em si maravilhoso. Mas na TV… Me desculpem os meus ídolos (em especial o Caetano que sabe o quanto o adoro), mas é fodíssima! Tudo com o merchan (talvez involuntário) do portal TERRA. Gil se esforçando pra cantar que o “samba da minha terra deixa a gente mole”, com um logo atrás dele escrito Terra.

    Tudo de repente para pra que os apresentadores (a Lorena é muito amiga minha) façam perguntas pro pessoal do trio, tipo… “e aí, muita emoção?” E o público na rua deixando o sangue bixar pro link ir ao ar.

    A Band não se contenta em transmitir, quer transformar em evento televisivo. É muito deprê ver a festa assim.

    Desliguei a TV definitivamente.

    Castello. Esse trança trança de escola pra escola que você associou às mudanças de camisa dos boleiros, também me incomoda. Mas talvez não seja tão sério assim.

    Na Bahia e no Recige é bacana ver que os artistas pulam com vários blocos diferentes. É assim há anos. Isso tira o tom de campeonato e de competição. Pode ser melhor pro Rio que haja esse trânsito. O problema é a grana que rola por trás disso. Aí, cê tem toda razão.

    test

    salem

  75. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 4:02 pm

    outro comentário transcarnavalesco meu em:

    http://www.overmundo.com.br/overblog/o-avesso-do-avesso-carnaval-baile-funk-e-metal

    mas para quem tiver preguiça de clicar no link acima, reproduzo aqui o essencial (adorei ver o pessoal fantasiado - tinha até gente de baiana - cantando “boca roxa de botox”):

    continuando o relato do meu transcarnaval 2009: a estréia do bloco cru foi maravilhosa: a combinação rock, pop e marchinhas deu totalmente certo - a banda ficava em cima de um trio, a bateria na frente - o som do trio não era dos melhores, mas gostei: dava mais potência à distorção da guitarra (o sax, eu não ouvi nada) - o povo “indie e simpatizantes” (prepare-se: no ano que vem vai ser uma explosão de gente - se fosse empresário cultural eu colaria nesse bloco) pulava enlouquecidamente - mas também a seleção musical só tinha filé, começando com o hino do bloco já cantado por todos (pelo que deu para entender fala de Quebec, Canadá!) mas passando por Nirvana, Lobão, Radiohead, Jumpin’ Jack Flash, I Want to Break Free do Queen, Mutantes (todo mundo gritando Sabotagem!), Grooves in The Heart, Sociedade Alternativa (Viva!), Rocks do Cê do Caetano e - entre muitas outras pérolas do cancioneiro mundial - talvez minha preferida: uma versão de Can’t Take My Eyes Off You que ficou excelente como marchinha - a banda ainda tem muito que aprender com o Chiclete com Banana, principalmente os truques para emendar uma música na outra, pois intervalos esfriam a folia - mas não tem erro: o negócio é bom mesmo e tudo vai se ajeitar rapidinho

    momento Caras: celebridades da música pós-popular brasileira que encontrei por lá: Lois Lancaster, do Zumbi do Mato (a mais sensacional banda do Brasil? tem disco novo - Toma, Figurão - para ser baixado aqui); Fábio Bola, agora com os Reciclóides, novamente o pessoal do Solange Tô Aberta etc. etc.

    tive que sair mais cedo para garantir meu lugar no tradicional bolão do Oscar na Cavideo - muito boa a invasão de Bollywood em Hollywood, via Inglaterra (ano que vem teremos Nollywood?) - mas essa é também outra história de outros carnavais…

  76. Nando disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 4:47 pm

    Será que Caetano conserva a tradição pessoal de tomar um pouco de cerveja na terça de carnaval? Sempre achei o máximo: “não gosto de beber, mas tomo cerveja na terça-feira de carnaval”.

    “pra mim, fica a pergunta:
    o que falta para que márcio meirelles [e outros] reconheçam de fato, que luiz é precursor do que hoje está aí e isso lhe confere total importância?”

    Não falta, Gauss, sobra: ego cofcofcofeinteressesescusoscofcofcofcof

  77. Patricia* disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 5:05 pm

    Caetano, sei que vc gosta do axé, mas tudo é tão igual…até a alegria é exigente…não conseguimos nos alegrar sempre com as mesmas coisas…
    Estava hoje em casa aproveitando o carnaval para arrumar uns ‘panos’, quando minha secretária chegou, trazendo seu filho que queria ver o ‘Chiclete’no Campo Grande. Moro perto… Sentamos para almoçar e na conversa, perguntei a Kaique o que ele gostava do Carnaval. O garoto esperto de 10 anos que pesca siri em Itacaranha…quarenta no mínimo, segundo ele… respondeu: Bel, porque é do Chiclete e o Fantasmão que é tão melhor que nem sei porque…o resto é igual…mas Kuduru é Kuduro; eles dizem coisas diferentes…
    Pois é…acho que esse Fantasmão ainda vai assombrar muito e mudar muita coisa por aqui…
    ‘Bye bye axé…so long happiness…
    Bye bye sweet caress…I think you’re goin’ to
    die…’ (Sorry, Fosse…)

  78. caetano veloso disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 5:23 pm

    Maria, Naná me pediu para cantar 4 músicas. Terminei canatndo 8. Parece que tanto a imprensa recifense quanto você foram embora antes de eu cantar com Vítor Araújo, com o coral e com a orquestra do maestro Forró. Pena. Perderam também o melhor da festa: o Marco Zero lotado cantando e dançando mil frevos inocentes e animados. Nando, era totalmente Waldorf. Comparado com o carnaval da Bahia, que é muito “tóxico”. Fiquei maravilhado.

  79. Heloisa disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 5:46 pm

    Nando, divido com você a dificuldade em defender pontos de vista aqui, por pura incapacidade ou falta de argumentos válidos, embora não creia que esse tenha sido o caso de Luedy. Ao contrário de mim, ele se desdobrou e até pediu minha ajuda, enquanto eu só observava e pedia paciência. Ele disse o que precisava ser dito, mas Caetano não queria ouvir. Tive esperança (nunca certeza) de que a leitura despertasse algo que eu acreditava latente em quem cantou a ciência da abeia. Funcionou, e o mérito é todo de Luedy.

    Caetano, obrigada. Você gosta de neblina porque ela dura o tempo que você define. Para dissipá-la, nada mais simples: você serve de farol.

  80. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 5:58 pm

    Mudança do Garcia melhor que tudo e Márcio Vitor colando na corda no chão melhor ainda!

    Luedy, só achei arrogante e chegando perto da falácia do “argumento de autoridade”.

  81. caetano veloso disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 5:59 pm

    Hermano, adorei bloco cru e todos os seus relatos. Além disso, finalmente ouvi Zumbi do Mato, de que Domingos Guimaraens e Mariano Marovato tanto me falavam mas de que só me davam DCs mudos: eles queimavam cópias pra mim e sempre necas de som.

  82. Matilda Penna disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 6:02 pm

    Mais Luis Caldas foi sim o precursor, o criador da Axé Music.
    Eu lembro, eu vi, em cima do Camaleão, descalço, cantando: “Nega do cabelo duro, que não gosta de pentear, quando passa na Baixa do Tubo os negão começa a gritar: Pega ela aí! Pega ela aí! Pra quê? Pra passar batom! De que cor? De violeta, na boca e na bochecha! Pega ela aí! Pega ela aí! Pra quê? Pra passar batom! De que cor? Azul, na boca e na porta do… céu!” Tinha a Sarajane (vamos enlarguecer, por favor abre a rodinha, tá ficando apertadinha), tinha todos os sons da época, misturou, virou Axé Music, vieram as cantoras, as danças, virou clássico, começou ali sim.
    Assim como o neo-pagode começou com o Gera Samba, depois é O Tchan!, hoje vingaram Psirico, Fantasmão, Parangolé, crias do pagode que ouviam meninos, como diz meu filho, ninguém gosta de pular no carnaval com as musicas que o pai pulava, o som do carnaval se reinventa, se recria de tempos em tempos, a meninada cria lá nas quebradas de não sei onde um jeito novo, que, quando é bem tocado, toma a cidade toda, contamina, toca tanto que todo mundo canta e ouve, aí a meninada inventa outra coisa, e por aí vai.
    Penso que só os turistas e autoridades culturais que querem preservação, a meninada quer sempre e sempre cria algo novo, sem desconhecer o antigo, se tocar, todos eles sabem cantar os clássicos de uns dez quinze ou mais anos atrás, mas misturam e inventam, reagge-afro, neo-pagode, axé sei lá o que, a criatividade e a musicalidade do baiano é encantadora, o não-medo de inovar parece vim na veia, é lindo ouvir e detectar isso.
    E o encontro de Psirico e Caetano foi o máximo, o que tocou foi a orquestra da Varanda Elétrica, e Marcio Vitor cantou e todo mundo cantou e depois foi todo mundo colado na corda, pegando no pescoço, isso sim é o melhor do carnaval.
    E o Fantasmão, gente a dar de pau pulando junto, pulando o Kuduro, o sorrisão do vocalista, maravilha de ouvir e ver.
    Ouvir no carnaval, em barracas de praia e carros sonoros nem pensar, mas carnaval é carnaval, e isso fica lindo, arrepia mesmo.
    E está um mormaço doido na cidade, um calor derretido, a Mudança do Garcia está no Campo Grande, adoro a Mudança do Garcia, todo ano assisto pela televisão, alias, só assisto carnaval pela televisão, prestando bem atenção nas novidades, no que o povo pula e nesse ano, o povo pulou com o Fantasmão e o Psirico, a meninada foi toda junto, achei lindo.
    O meu neto vai pular outra coisa e achar isso um belo clássico, vai sim.

  83. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 6:04 pm

    Glauber, sobre a questão Caldas/Meirelles acho que o que faltou mesmo foi conversa. Me parece que com carinho, respeito e conversa isso se resolvia sem dúvida e teríamos Luis no carnaval.

    Não ví de perto (relativizando de novo…) para saber de qual lado fatou mais tolerância, contudo nesses casos tudo sempre tem pelo menos 3 lados…

  84. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 7:01 pm

    Eu fecho com Karl Marx.

    Ele ajudou ( aos que tem olhos pra ver )a enxergar as bases da exploração no sistema capitalista.

    A Mais-Valia,apresentada por Marx,é um tributo perene à inteligencia humana.

    _____x_____

    Logo mais,a Mangueira vai desfilar na avenida.
    E certamente quando eu der de cara,com aquele mar verde e rosa,eu vou chorar,sem saber porque,nem como evitar.

    Coisa de brasileiro.

    Castello.

  85. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 8:15 pm

    Cumé que a cabeça e o corpo do Caetano conseguem estar em tantos lugares ao mesmo tempo? Do Marco Zero ao Marcos Bagno. Isso é que é Carnaval!

    E eu achando que nesse período o OeP iria esfriar. Mas Caetano botou o blog na rua!

    É ferro na boneca semiótica!

    beijo na testa do Veloso

    salem

  86. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 8:23 pm

    HERMANO, desculpe, vale esse último com o link.

    Salém, sobre seu comentário do carnaval na TV:

    Estou enfrentando um carnaval na TV pois estou gripadão. Estou gostando da transmissão, não estou vendo só na Band e tb na TVE da Bahia (equivalente da Cultura em SP) e TV Aratu (SBT-BA). Somando essas 3 (zappiando) a transmissão fica muito boa e a intervenção de chão na mudança do Garcia foi ótima, ao vivo sem perder o ritmo. A transmissão está sendo comandada por Liliane Reis que era do movimento estudantil de esquerda e fala muito bem.

    Em relação ao sofrimento que vc sentiu com os encontros fora do tom creio que além do problema de vc ser músico tem outra questão: Vc tem que fazer uma conversão mental do que vc está vendo para o que está sendo sentido naquele momento. Transcender ao vídeo clip e se imaginar colado na corda pô! Segue o link abaixo para os blogueiros tirarem suas próprias conclusões.
    Daí vem a raiva louca de não estar lá.
    Amanhã eu vou!

    http://www.youtube.com/watch?v=WZL_9_aWQJ4

  87. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 8:26 pm

    Sobre a família Marx

    Karl Marx casou-se em 1843 com Jenny von Westphalen, filha de um barão da Prússia. Teve 3 filhos: Chico, Harpo e Groucho. Groucho pôs as barbas de molho e do pai, só ficou com o bigodão. Gostava de fumar charutos cubanos pra homenagear as teorias revolucinárias do pai aplicadas em Cuba. Harpo se recusava a falar com o pai, emudeceu. E Chico se casou com Marieta. Tiveram Patrícia (neta de Karl e sobrinha de Groucho) que fugiu de casa no Trem da Alegria ao lado de Juninho Bill cantando Piuí Abacaxi. Casou-se com He Man e teve muitos filhos, os Thundercats.

  88. Maria disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 8:52 pm

    Minha Nossa Senhora do Carmo, Kanon, Kanon, como vou me perdoar por esta Caetano?. Eu tinha lido no JC antes de ir à abertura do carnaval do Recife que você cantaria também um frevo de Antônio Maria, se não me engano, Frevo nº 2, mas quando você saiu do palco, pensei mesmo que tinha acabado.
    Até perguntei para o pessoal do lado, mas ele não ía cantar com o pianista?
    Estávamos lá esperando. Eu, e do meu lado esquerdo uma família completa, de Maceió, e do outro lado, uma senhora de São Paulo com o marido e o filho. Nós estávamos completamente molhados de chuva., depois de ter chegado super cedo para pegar lugar na frente, que, na verdade, não foi muito na frente, por conta do grande espaço dado para os maracatus que ficaram em frente ao palco.

    Por ter chegado cedo, pegamos pelo menos uma hora de chuva, sem que tivéssemos vontade de ir embora , pois só sairíamos quando visse você cantar. E perguntava para as senhoras como eu (sou velha também): vocês estão pegando essa chuva toda ´só para ver o Caetano? elas balançavam positivamente a cabeça, aí eu dizia: e eu também.
    Senti-me, literalmente, como definiu o Bagno, uma Caetanete Gotejante. Na época em que ele falou, não gostei muito da expressão, mas naquela hora era tudo o que eu me sentia.

    Então, quando você saíu do palco, o Mestre de cerimônias, começou a falar da programação seguinte. Ainda esperei um pouquinho, mas entendi, assim como todos que estávam do meu lado que , infelizmente, tinha acabado.
    Foi uma pena mesmo. Mas eu amei mesmo assim. Fazia muito tempo que não o via. o último show foi circuladô no Centro de Convenções. Ainda não existia o Chevrolet hall. veja quanto tempo.

    Agora é esperar você aqui no Recife no lançamento de Zie Zie (aí,será que é assim que escreve?)
    Quem sabe você não dá uma canja para os perderam você cantar as outras quatro músicas e repete ´prá nós no show.?

    Aquele abraço.
    Maria

  89. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 9:04 pm

    HERMAN MONSTRO SAGRADO DA ATROPO-BEAT. ESSE VALE

    Vellameza

    Certeza que cê tem razão. Mas querer que faça “uma conversão mental do que vc está vendo para o que está sendo sentido naquele momento” é pedir demais pra minha capacidade mediúnica. Adoraria estar colado na corda, mas nem Alan Kardec faria eu me imaginar ali só com a TV ligada.

    Luedy pelo visto sacou que meu incômodo, não é um incômodo de músico, não. Os asfros afros dos batuques não me incomodam. Agora, um palyback do DJ Patife ligado na em linha na TV com o microfone da Daniela no talo distorcendo e dois apresentadores falando em cima da voz dela, não tem magia. No caso de Ivete, também vi um bom trecho e gostei. Ali a TV apenas transmitia e o som tava okay. O que me incomoda é quando a cena é feita pra TV e a gente vê uma multidão lá embaixo com cara de quem não tá entendendo nada. Isso rolou com frequência. Com relação ao Samba da Minha Terra (link aqui postado) fiquei tenso. Caetano cantou bonito. Gil com pandeiro na mão, sempre impávido e gigante, se esforçando pra cantar. Mas a canção foi destruída. Não pelos artistas, mas pela situação. E o logotipo do portal Terra lá atrás parecia transformar o clássico de Caymmi num jingle. Pode ser encanação de quem tá em SP caretaço, gripado e morrendo de inveja. Deve ser.
    Sou zeloso com Veloso. Vejo quando ele faz a coisa por inteiro e não pela metade. Mas sou meio lesado também. Vivo falando merda quando tô fora da onda.

    Viu, Nando, como a Waldorf se transformou numa piada interna super sadia? Caetano é mestre-sala-quarto e cozinha!

    in test

    salem

  90. Othon disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 9:21 pm

    Caetano, não entendi o seu post como uma adesão aos linguistas.E,no final, você impôs condições que ,claro,não serão aceitas, o que leva a situação (quase) para o começo.Em alguns comentários percebi uma certa euforia como resposta a uma suposta capitulação de sua parte.O seu texto não me convenceu disso.

    Othon

  91. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 9:34 pm

    Luedy, achei meio arrogante essa coisa de dizer que o debate valeu a pena, pois agora Caetano leu Bagno (esse nome é horrível de falar, entorta a boca, me dá agonia). Na boa, só achei, pode não ser.

    Com disse antes, não chegou a rolar “argumentum ad verecundiam”, que é um dos estratagemas do texto sobre dialética erística de Schopenhauer (dentro do Parerga e Paralipomena, editado no Brasil com o tosco nome de “a arte de ter razão”). Se trata de um “kit de detecção de mentira” na argumentação alheia, muito utilizado em ciência, difundido por Carl Sagan. Recomendado por um amigo de minha mãe, estou lendo John Stuart Mill que, quando criança (tipo 8 anos), analisava textos procurando falácias, por isso estou nesse clima.

  92. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 9:38 pm

    Salém, sobre a família Marx, me acabei de rir!! como estou gripado meu corpo doeu todo!!

  93. Nando disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 9:57 pm

    Heloísa: procede, totalmente.

    Caetano: que lindo e que bom que você esteve por lá. Amo Olinda, amo o Recife.

    Luedy: por que a música POP VIGOROSA (destaque meu) de Salvador é sem aspas e a de Recife ressalta sempre a qualidade “multicultural”, as “raízes”, a “tradição” das manifestações musicais populares de lá, tudo entre aspas? Isto considerando que você disse não estar julgando.

    Quanto à relação Waldorf=tradição, não procede; mas não estou certo de que tenha sido essa a intenção do Caetano, a princípio não li assim.

  94. Nando disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 10:05 pm

    Salem, tô atento e amei a citação do Caetano. Mas não entendi, quando li, que ele estivesse relacionando Waldorf com tradição. Será? Tomara que não, é uma relação fadada à inércia e ao fracasso.

    Luedy,

    “uma porção de trios tocando uma música pop vigorosa, as tvs que mostram o carnaval de recife ressaltam sempre a qualidade “multicultural”, as “raízes”, a “tradição” das manifestações musicais populares de lá.

    Vejam bem, não estou julgando”.

    Vejo bem. Mas por que a música POP VIGOROSA (destaque meu) de Salvador é sem aspas e tudo do Recife é entre aspas?

  95. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 10:13 pm

    Me amarrei no Zumbi do Mato.

    Senti um certo clima,mamonas assassinas,(que eu amava)nos caras.

    A turma do Dinho deixou uma lacuna nesse lado irreverente da música popular,que tem tradição no Brasil.Lamartine,Rita Lee,Juca Chaves…

    Beleza os caras liberarem o disco pra download.

    Pô,Hermano.
    Vou sentir falta dessas atualizações que voce tem feito na minha discoteca,hehe.

    Valeu cara !

    Castello.

  96. erica disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 10:20 pm

    caets

    “escrevi tanto agora (em pleno carnaval do recife) porque não fora nada humilde quando era ainda mais ignorante (mais sobre isto depois).”

    o carnaval no marco zero te brota em humildade?
    e o que mais?
    mais sobre carnavais, e clareZa e humildade?

    venha tomar um chá da próxima vez que um show passar no sul. conversemos sobre linguagens, humildade e clareza.

    zapeando vi o psirico, e Caetano e Pedro, querido. bj pra Pedrinho. sim , parece ter sido espetacular.

  97. Vânia Pimentel disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 10:24 pm

    Carnaval da minha vida, graça a CAETANO O ÙNICO. Seu texto é como sempre transformador, mas quero relatar que transformador foi para mim a sexta dia 20/02/09,Recife antigo onde pude dizer que te amo e o melhor ser tocada e tocar você. Uma besteira se você fosse um simples mortal, mas não é. E confesso que a sensação de lhe tocar foi é única, queria um dia poder conversar com você e lhe falar do bem enorme que você me faz, nos faz. È brega, pode ser, mas EU TE AMO como homem, cantor, letrista, escritor, ser humano com todas as suas virtudes e defeitos.

  98. caetano veloso disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 10:57 pm

    Maria, pelo visto você também perdeu o “Cê”, no ano passado, no Centro de Concenções. Só no Recife o show teve pouco público. O show, no entanto, foi dos melhores que fizemos.

    As mulheres só passaram a votar na Suíça nos anos 70!

    Salem tem das transmissões do carnaval baiano na TV a mesma que eu sempre tive. Ontem Pedro Sá (que foi comigo, maravilhado, por todo o percurso do Psirico) me disse que melhorou muito, que agora ele vê e até gosta. Devo também confessar a Salem que detesto cantar em trio elétrico. Gosto de brincar o carnaval, olhar, ficar excitado, ficar cansado. Não quero entrar no tom nem lembrar a letra. Adoro quem faz bem (tantos!) mas eu nunca estou nem um terço ali.

    Sobre o carnaval waldorf do Recife, há uma obra-prima do Quanta Ladeira, chamada “Invocação”, que termina com a frase - em dorido dó menor - “Ai que saudade do cordão de isolamento”. É uma sátira ao Recifolia, uma popização meio abaianada do carná pernambucano que teve vigência até, sei lá, o final dos 80, algo assim. A riqueza de ironia que há nessa letra e os pensamentos que ela me fez vir à cabeça serão tema de post em breve. Deixa eu sair que tem coisa pra eu ver.

    Glauber, não vi o trio dos roqueiros! Não dá pra ver tudo. Não dá pra ver quase nada. Quanto a Luís, ele é grandíssimo. Não posso dizer mais. Pra mim o axé nasceu no dia em que Morais Moreira transformou o trio em banda pop de acompnhamento de cantor e levou os ritmos dos afoxés pra cima do caminhão: até ali trio só tocava frevo - e ninguém cantava. Tudo veio disso. E Morais já teve queixas mais amargas do que essa de Luís agora. As autoridades eram do outro time. Luís é um gigante histórico, como Morais. Não tenho conhecimento suficiente de como se dão esses problemas.

  99. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 23rd, 2009 at 11:55 pm

    Carnaval recifense é waldorf! Essa foi ótima, porque eu sempre tive uma impressão sememlhante, pelo menos vendo o carnaval de lá pela tv - bem entendido, somente pela tv! Mas ao ler o comment de Caetano acerca do contraste entre a toxidade do carnaval soteropolitano e o gosto pelo tradicional do de recife, não pude deixar de notar que minhas impressões parcialíssimas de certo modo procediam.

    Tenho mil broncas com o carnaval de rua de Salvador: os camarotes opressores e nababescos (em contraste com a multidão que não tem acesso àquele luxo all-inclusive, totalmente all-exclusive) e as cordas dos blocos (que privatizam o espaço público, ainda que de modo ambulante) me aborrecem muito. Mas não posso deixar de destacar a força da música de carnaval daqui. É impressionante.

    Quando vejo o carnaval de Recife (pela tv, pela tv…) me chama a atenção justamente este aspecto. Enquanto a transmissão das tvs locais de Salvador mostra uma porção de trios tocando uma música pop vigorosa, as tvs que mostram o carnaval de recife ressaltam sempre a qualidade “multicultural”, as “raízes”, a “tradição” das manifestações musicais populares de lá.

    Vejam bem, não estou julgando, apenas constatando algo que me parece coincidir com as impressões de Caetano.

    Por outro lado, se em Salvador há uma concentração da folia nos bairros mais centrais (ou mais nobres), lá em Recife há uma descentralização da festa, com inúmeros palcos montados em diversas partes da cidade, com shows diversos. O que me parece bem mais interessante. Só não me atrai muito é esse gosto pela manutenção das “tradições”, das tais “raízes”. Aí eu sou mais a tendência mais pop do carnaval daqui.

    vellame, “arrogante”? Quem? E por que o “argumento de autoridade” é uma falácia? Se eu cito Foucault, ou Derrida, ou Marx, ou qualquer pensador importante, estou me valendo de argumentos de autoridade - que obviamente podem ser desconstruídos, criticados, revistos. Não entendi bem o que vc quis dizer.

    Heloisa: ainda acho que discordo de alguns dos pressupostos do Dr. Veloso, mas achei massa a atenççao que ele tem dispensado ao debate. Como disse antes, só o fato de ter aproximado Possenti e Bagno de Caetano já me deixou feliz.

    abs
    luedy

  100. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 12:04 am

    Salém,
    Concordo em gênero, número e grau: esse lance das tvs pautarem o ritmo da festa é de lascar! Isso acontece muito aqui. Tem artistas que param um tempão em frente às torres de transmissão das grandes emissoras(tal como a globo, por exemplo), ou dos camarotes mais badalados, apenas para aparecerem mais no “horário nobre” dos telejornais. Depois seguem com os trios bem rápido e “esquecem” de fazer a festa para a maioria da população que está brincando na rua.
    Mas, felizmente, a festa é maior que isso (ainda).
    Acabei de ver Ivete (pela tv), pquando ela passava pelo Farol da Barra e, putz, aquilo é uma maravilha: a banda afiadíssima, os arranjos maravilhosos, o som do trio tava excelente (mesmo pela tv) e Ivete cantava como ninguém. Isso é parte das maravilhas do carnaval daqui.

  101. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 12:42 am

    salem,
    marx será o benedito?! hahahahaha

  102. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 12:50 am

    Salem, cê não precisa pedir desculpa. Eu não quero é ser mal interpretado.Aliás, eu e você, que já estivemos (e vivemos!) em vários outros paises temos maior facilidade em compreender esta situação. E e eu tenho 5 relógios suiços…

    Gil, já vi que você é um cara que sabe: Aplausos para a sua “Apologia da Suiça”. Vou só fazer alguns comentários, e tentar ser o mais sucinto possivel, até porque o tema do post é outro bem diferente…

    1.Acho dificil a Suiça ser o 15º país que mais exporta em “termos absolutos”. Se fosse em “termos relativos” aí sim. Em termos absolutos acho dificil…para não dizer impossível. Qual é a sua fonte para dizer isso? Será que a Suiça pertence ao G20 e eu não sei?!!!…

    2. “…produzem utensilios como máquinas de precisão ou aparelhos electrónicos cujas marcas não são muito conhecidas, mas exportadas para indústrias de produção em todo o mundo…” Devem ser mesmo pouco conhecidas. Eu desconhecia esta magnitude…

    3.”Gerenciamento de activos em todas as suas formas é o ponto chave dos serviços bancários suiços…” Sendo O UBS (penso eu) o maior banco da Europa, o Credit Suisse também um gigante, e existirem uma série de outros bancos especializados nestes “gerenciamentos”, cê quer me convencer que todo o imenso dinheiro que por lá circula, vindo de fora, não tem uma importância fulcral para a riquesa do país? Será que a Noruega, se não tivesse descoberto petróleo (e apesar da sua mentalidade e organização)teria recusado entrar na União Europeia?
    Ora é aqui que eu critiquei e critico. Sabemos muito bem que a Suiça é uma das roldanas mais bem oleadas ( emais antigas)da maquinaria da lavagem de dinheiro e branqueamento de capitais…E eles sabem bem melhor que nós…

    4. Você sabe bem que processos criminais e investigações policiais são uma gota no oceano de todas as “operações ilegais” que acontecem por lá…

    5. Não queira comparar a magnitude, nem que seja moral, de crimes como esses e downloads ilegais de músicas…Eu também sou contra isso. Nunca fiz download pirata…

    6. Já que vocês (Gil/Salem) acham a Suiça um Paraíso, e já que Gil nos ensinou acerca da riquesa industrial desse país, será que isso não é um argumento a mais a favor de se acabar com toda essa porcaria que se passa por lá???? Pois se há paraísos fiscais que o são porque, por motivos económicos, necessitam mesmo de o ser, pelos vistos a Suiça não precisa…!!!!

    Enfim, pontos de vista.
    Abraços e Bom Carnaval para todos

  103. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 1:56 am

    Nando,

    Coloquei entre aspas as adjetivações que os apresentadores e repóerteres (sim, até os repórteres não escondem o encantamento que sentem com o carnaval de Recife) utilizam para exaltar a folia de lá. Claro que eu nao vejo (pela tv, bem entendido) o mesmo vigor musical que vejo (também pela tv) do carnaval daqui. Claro também que, sendo morador de Salvador e já tendo participado, ainda que de meu jeito, da festa daqui, toda esta minha apreciação comparativa tenda para a festa de Salvador. [Aliás, é preciso dizer que muitos amigos que foram passar carnaval em Recife me contaram maravilhas de lá]

    Em todo caso, pode ser que a tv de lá não tenha conseguido fazer uma transmissão que dê conta de mostrar a mesma força e diversidade que as tvs de Salvador conseguem com a música de carnaval daqui.

    Vi ontem pela tv show do Mundo Livre, lá em Recife. Juro que não vi a mesma empolgação - nem da multidão que lotava o local, nem dos apresentadores, que se esforçavam para demonstrarem-se animadíssimos. Mudava de canal e via o Psirico, Fantasmão, Ivete, Daniela, Novos Baianos, Margareth Menezes com Daniela Mercury, Cláudia Leite, etc etc etc. A diferença era absurda (em termos de empolgação e de “vigor”).

    Se vc me perguntar se um carnaval com shows do Mundo Livre, Nação Zumbi, Chico Cesar e Lenine não é um privilégio, eu direi que, sim, acho que é sim, mas, comprativamente, não vejo na festa carnavalesca comandada por estes artistas o mesmo vigor e empolgação que vejo por aqui com aqueles que eu listei antes.

    abs
    luedy

    ps. quanto a bagno, Vellame, eu sinto que sua antipatia por ele não lhe faz aceitar a idéia de que Caetano tenha sido, de algum modo, afetado positivamente pela leitura atenta que ele fez de um dos seus livros. E olhe que há ainda muita discordância dele (Caetano) em relação a Bagno. Imagine se ele tivesse ‘mudado de lado”.

  104. gil disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 2:07 am

    Osório, sei de nada…apologia? estou apenas procurando ajudá-lo a desfazer uma opinião preconceituosa sobre a Suíça, e incorreta, só isso. Não sou suíço mas achei linda a Suíça, pode? O fato de vc desconhecer a magnitude é relativo, muita gente desconhece tanta coisa…eu não quero te convencer de nada, veja os dados da CIA e tire suas conclusões. Esse seu sabemos muito bem é por sua conta, não sabemos muito bem nada, vc acabou de dizer que desconhecia. Esse papo de gota no oceano é papo furado, te venderam, vc comprou e saiu por aí, mas pode ser falso o que vc comprou. Agora, download ilegal eu sei bem do que se trata e podemos discutir, não vem que não tem cumpadre, a menos que vc queira agora criar o conceito de ladrão por magnitude, isso é inédito. E porcaria se passa em tdo lugar Osório, pára com isso…eu e meu amigo Salém vamos juntos passear na Suíça, no jardim que é a Suíça e se vc quiser pode vir com a gente que será benvindo…deixa os suíços em paz que eles tem muito o que fazer nessa crise…a Suíça é paraíso, e não tem essa de fiscal não, a Suíça é só paraíso mesmo e tem o festival de jazz de Montreaux que é o máximo…relaxa Osório, já comi meu bacalhau hoje e tomei um Reguengos Reserva…e água de pedras é claro…viva a Lusitânea!

    exportações em bilhões
    1 Alemanha 1,361
    2 China 1,221
    3 Estados Unidos 1,140
    4 Japão 665.7
    5 França 558.9
    6 Itália 474.8
    7 Países Baixos 465.3
    8 Singapura 450.6
    9 Canadá 440.1
    10 Reino Unido 415.6
    11 Coreia do Sul 371.5
    12 Rússia 365
    13 Hong Kong 353.3
    14 Bélgica 328.1
    15 México 267.5
    16 Espanha 248.3
    17 Taiwan 246.7
    18 Arábia Saudita 215
    19 Suíça 201

    Fonte: CIA World Factbook ( serve como fonte?)
    Switzerland is a peaceful, prosperous, and stable modern market economy with low unemployment, a highly skilled labor force, and a per capita GDP among the highest in the world. Switzerland’s economy benefits from a highly developed service sector led by financial services and a manufacturing industry that specializes in high-technology, knowledge-based prodution. The Swiss in recent years have brought their economic practices largely into conformity with the EU’s to enhance their international competitiveness, but some trade protectionism remains, particularly for its small agricultural sector.

  105. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:04 am

    Oi, Caetano e pessoal.

    Fico feliz em ver esse post: o que Bagno cobrou no artigo da Caros Amigos foi que Caetano estudasse melhor as propostas dele, pois sentiu-se sofrendo “redução grotesca”. O artigo do Bagno tá no meu blog. Agora Caetano mesmo assumiu que não tinha lido o suficiente. Que bom! Sabia que, quando o Caetano lesse, concordaria com algumas coisas, independente de resistir a outras. Mas eu acho mesmo um barato é o fato do Pasquale resistir ao novo acordo: será que ele, que sempre corrige a todos, será corrigido, agora, pelos editorialistas da Folha e outros jornais? Creio que para ele será uma experiência existencial rara e, quem sabe, profundamente transcendental.

    Caetano, esse debate do cânone ocidental contra os estudos culturais leva ao Harold Bloom e aí realmente, é outro lance. Bloom julga, por exemplo, que o cânone da língua portuguesa é Pessoa e Pessoa é Whitman renascido, daí a universalidade do cânone anglo-saxônico: Shakespeare, Milton, Whitman e por aí vai.

    Mas jóia, adorei porque agora o debate avançou! Parabéns ao Luedy!
    Abraços a todos!

  106. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:06 am

    Relaxado tô eu cara…Não se enerve não…Pronto! Que a Suiça seja O Paraíso…Quando eu morrer quero ir pra lá…
    Tá bom Gil. Não vale a pena continuar.Penso que devemos ficar por aqui.
    Até porque estamos (como diria Nando acho eu)”out of topic”…

  107. Silvio Mansani disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:18 am

    Caetano,

    informação nova a respeito dos Cubanos deportados. Tirei do blog do Juca Kfouri. Pelo jeito, mentiram pra você. Abraço.

    http://blogdojuca.blog.uol.com.br
    Pugilistas cubanos fogem de novo

    Os pugilistas cubanos que foram deportados pelo governo brasileiro durante o Pan-2007 voltaram a fugir de seu país.

    Um, Erislandy Laranha, já tinha fugido antes e dito, em Hamburgo, na Alemanha, que ao contrário do que disseram as autoridades brasileiras, ele em nenhum momento manifestou a vontade de voltar para Cuba.

    O outro, Guillermo Rigoundeaux, fugiu agora e está em Miami.

    O que apenas demonstra o óbvio: ambos foram postos num avião de volta para Havana à força.

    Leia mais em http://esporte.uol.com.br/boxe/ultimas/2009/02/23/ult4358u316.jhtm

  108. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:34 am

    Caetano,
    “pensar sem palavras”…profundo. sempre achei que poderia pensar ou estar consciente sem que nenhuma palavra flutasse em mim. Oco e cristalino por dentro. acho que deve ser assim, sem palavras, a forma mais elevada de pensamento, é o “nirvana”. Por alguns instantes infinitos e importantes você já conseguiu pensar sem palavras?? Eu tento e vou nessa!!!

    Salem,
    sua saga sobre a família “Marx” é uma das coisas mais bonitas que já li aqui.

  109. Vero...con cambios lingüísticos...Veriño disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 4:23 am

    Gente!,

    Hoy estoy de plafón bajo, (días en que a uno le pinchan el globo) por lo consiguiente severa en el semblante, contrapuesta a mí jocosidad. Así es pues, que me dirijo a expresarme en mi “lengua materna”.

    Caetano,

    Me gusta “verte huracán” y sentir que el “carnaval” te inspira!…yá lo sé…es siempre poder mantenerse “eufórico”, sea éste el terreno fértil, dentro del estado de “alegría o tristeza”. Pucha!. No vayas a pensar ni siquiera un poco en el significado de lo efímero, por favor!. Bueno, únicamente sólo para todo lo que sientas que te pueda parecer “negativo” y por su própio peso muyyyy “chato”.

    ¡Qué complicado es hablar y escribir bien!

    Hay que evitar:

    1) Expresiones desgastadas y comunes.

    2) Profusión de adjetivos.

    3) Términos vagos o de amplio significado.

    4) Palabras que se ponen de moda.

    5) Palabras extranjeras.

    6) Muletillas.

    7) Construcciones verbales que pueden decirse con una sola palabra.

    8) Repetición de palabras.

    9) Expresiones despectivas, que tienen como base la religión, la raza.

    El español y los otros idiomas….

    Bien sabido es que el español proviene del latín, del griego y del árabe.
    Pero, no solo estas lenguas aportaron palabras; el inglés, el francés, el italiano, el alemán, el húngaro y algunas más influyen diariamente en nuestro lenguaje.

    ¿Qué actitud tiene la autoridad lingüística, la Real Academia Española?, (en mi caso), o Brasileira? (ABL).

    Mide la difusión que el término extranjero tiene en la lengua. Está atenta a si aparece solo en el idioma oral o si también lo hace, en el escrito. Por último, cuando se convence de que el vocablo es compartido por una importante cantidad de hablantes y de que, en la mayoría de los casos, no existe alguno que lo sustituya en español, lo castellaniza. Eso significa que lo incluye en su diccionario.
    Sin embargo, toda esta tarea no es ni tan perfecta ni tan actualizada. La lengua evoluciona mucho más rápido que el diccionario. A veces, sucede que aparecen castellanizadas o para la lengua portuguesa serían “brasileiradas” (cabe el término?) palabras que ya no se usan. O, al contrario, palabras que se utilizan diariamente son ignoradas.
    Elegimos algunas, todas pertenecientes al vocabulario de la cocina e indicamos, en cada caso, cuál es la actitud que la Academia tiene con respecto a ellas.

    1) Gourmet
    Significado: Persona experta en comidas y bebidas, capaz de distinguir los más finos sabores y los más puros aromas.
    Origen: Francés.
    Actitud de la Academia Española: La castellaniza, la incluye en su diccionario. No modifica su grafía.
    Es un verdadero gourmet.

    2) Fast-food
    Significado: Tipo de comida que se prepara con rapidez, que no exige una elaboración cuidada.
    Origen: Inglés. “Fast” significa “rápido” y” food”, comida.
    Actitud de la Academia: La ignora. Por lo tanto, si se usa por escrito, debe encerrarse entre comillas.
    Prefiero siempre “fast-food”.

    3) Antipasto
    Significado: Plato de fiambres que se sirve antes de la comida principal.
    Origen: Italiano. Vocablo formado por “anti (antes) y “pastus”(comida, en latín).
    Actitud de la Academia: La ignora.
    Seleccionaremos un “antipasto” que nos guste a todos.

    4) Panaché
    Significado: Ensalada caliente, de verduras.
    Origen: Francés.
    Actitud de la Academia: La castellaniza. Modifica su grafía. La adapta a nuestras reglas de acentuación. Le agrega tilde, por ser aguda, terminada en vocal.
    Como acompañamiento, siempre pide panaché.

    5) Gulash
    Significado: Sopa espesa, con trozos de carne estofada, papas, cebolla, diversos condimentos y ajo.
    Origen: Húngaro.
    Actitud de la Academia: La ignora.
    Son pocos los restoranes en los que se sirve “gulash”.

    6) Quiche
    Significado: Pastel con fondo de masa hojaldrada, relleno de huevos, crema de leche, jamón u otros ingredientes. Se cuece al horno.
    Origen: Francés
    Actitud de la Academia: La castellaniza, con la misma grafía que la del idioma original.
    Hacen diferentes clases de quiche.

    7) Risotto
    Significado: Plato que tiene como base el arroz de grano corto. Este se cocina con poco agua y se condimenta, esencialmente, con jugos de carne.
    Origen: Italiano.
    Actitud de la Academia: La ignora.
    Pidió “risotto” como única comida.

    ¡Es obvio!

    Transcribo, a continuación, fragmentos de una serie de avisos, publicados en diario “El País”. Todos ellos piden empleados. Es interesante poner atención en lo se exige para conseguir el puesto:

    1) “SUPERVISOR/A DE CALL CENTER
    Es imprescindible para el desarrollo de la función:
    Profundo conocimiento de la operativa de Call Center
    - Definida capacidad de liderazgo
    - Buen nivel de inglés
    - Herramientas informáticas”

    2) “ASISTENTE DE DIRECTOR EJECUTIVO
    Requisitos:
    - Egresado o estudiante avanzado de carreras universitarias
    - Experiencia y conocimiento comunitario
    - Muy buen dominio del inglés
    - Conocimientos de idioma hebreo
    - Muy buen manejo de herramientas informáticas”

    3) “CUSTOMER SERVICE
    Requisitos:
    - Entre 23 y 30 años
    - Amplia formación a nivel universitario en Comercio Exterior o Relaciones Internacionales
    - Dominio del inglés oral y escrito(imprescindible)
    - Preferentemente con conocimientos de alemán
    - Excelente manejo de herramientas informáticas.”

    4) “BANCO CENTRAL DEL URUGUAY
    - 1 cargo de Doctor en Economía
    - Título de Doctor en Economía.
    - Dominio oral y escrito del idioma inglés.”

    Por supuesto, son unos pocos ejemplos. No nos detenemos a observar cómo están redactados, ya que habría mucho para corregir.

    Se necesita saber inglés, hebreo, alemán e, incluso, el lenguaje de la computadora.
    Ninguna institución -ni pública ni privada- incluya entre sus exigencias que los posibles empleados sepan redactar y hablar correctamente, en “español”
    .
    “¡Es obvio!” -dirá la mayoría de la gente.” Si en el Uruguay, el español es la lengua madre, ¿quién no va a saberla?, ¿qué universitario tendrá problemas para expresarse?, ¿qué persona que domine idiomas extranjeros no dominará el suyo?”
    La respuesta: la mayoría de las personas, universitarias o no, tiene grandes dificultades para expresarse en su propio idioma.
    Y a él tendrán que recurrir, cualquiera sea el cargo que desempeñen, tanto para hablar con sus colegas (comentar, discutir, impartir órdenes…) como para escribir ( un memorándum, un informe, una carta…).
    Los empleadores parecen no darse cuenta de lo importante que es que su personal sepa expresarse con corrección. El español, bien hablado y bien escrito, consigue éxitos que son muy importantes en cualquier empresa.
    Lamentablemente, no es obvio que uno sepa la lengua materna por el solo hecho de ser la que hablamos desde pequeños. Necesitamos un aprendizaje constante, que nuestra enseñanza no da.
    La escuela nos brinda las primeras armas, sobre todo en lo que respecta a la lengua escrita. En Secundaria, se dan dos escasos años, de un español, basado casi exclusivamente en el aspecto gramatical, que nos deja un mal recuerdo y muy pocos conocimientos. Y, en la Universidad, la enseñanza idiomática se pierde para siempre. No se dan clases de redacción: nadie enseña a hacer un informe, un resumen, un relato…Se ignora lo relacionado con la oralidad.
    ¿Cómo, entonces, uno puede llegar a dominar su idioma?
    Si se dedica a él, si pide ayuda, si lee, si busca quién le enseñe cómo escribir y hablar correctamente.
    ¿Pero cuántas personas lo hacen?
    Y quienes tienen el poder, porque son las que ofrecen los empleos, ¿no se han detenido a pensar en que lo primero que deben exigir es un correcto uso de la lengua materna? Que deben, antes de contratar un empleado, someterlo a pruebas( no gramaticales, ya que saber lengua no es saber gramática) , sino de escritura, de redacción, de comprensión lectora, de oralidad…
    ¿O, tal vez, ellos mismos no saben cómo proceder en cuanto a lo que al lenguaje materno se refiere y no pueden, por lo tanto, juzgar cómo lo hacen los demás?
    ¡Es obvio, o, más bien, tendría que ser obvio, que se respetase el idioma materno antes que los demás!
    Está muy bien que dominemos lenguas que no son la nuestra, pero es imprescindible que empecemos por saber manejar el español.

    Caridad bien entendida, empieza por sí mismo.

    ¿Por qué se habla tan mal?

    Todos somos jueces del hablar de los demás. Los padres se asombran de la pobreza de vocabulario de sus hijos, de las expresiones que usan. Los adultos opinan sobre la forma de hablar de sus pares y demuestran una inconciencia total hacia la suya.
    Los adultos se desesperan cuando ven cómo hablan y escriben sus hijos, que concurren a la escuela, al liceo, e, incluso, a la universidad.

    Se ha perdido la adecuación del lenguaje a las diferentes situaciones. Los jóvenes no tienen la más mínima idea de qué lengua hay que utilizar en cada ocasión, con cada persona. Si bien el idioma es uno, tiene una riqueza tal que le permite al usuario valerse de términos diferentes, según las circunstancias.
    Los jóvenes, y también, algunos adultos, ignoran que hay distintas formas de lenguaje: uno para dirigirse a los pares, otro, para los superiores, otro, para los mayores… Nos encontramos, día a día, con el tuteo indiscriminado, el voseo, el lenguaje ordinario, las expresiones coloquiales…
    En este sentido, la responsabilidad es del docente. Nadie ha enseñado a estos chicos, que pronto serán adultos, cómo se debe proceder. El maestro, el profesor, es quien debe darle los recursos lingüísticos que le permitan adaptarse a las diferentes situaciones con las que se enfrentará en la vida.
    Y, para poder trasmitirle ese conocimiento, él tiene que dominar la lengua.

    Dominar la lengua no significa ser dueño de un vocabulario complicado, de expresiones rebuscadas. Quiere decir manejarse con un lenguaje estándar, claro y, sobre todo, adecuado a la situación.
    Para lograrlo, no basta con los conocimientos que la carrera docente haya exigido. ¡Hay que actualizarse!
    Ninguno de nosotros confiaría en un médico, un dentista, un abogado… que, una vez obtenido el título, se conformara con él y nunca más estudiara nada.
    Así como cambian las técnicas científicas, los decretos, las leyes, así cambia el lenguaje. Y a esas modificaciones tienen que estar atentos quienes son los formadores de personas.
    Las autoridades de la Enseñanza -no es la primera vez que las mencionamos- deben ser exigentes y “controladoras” con relación al lenguaje que usan sus docentes. Esa indiferencia hacia el medio de comunicación de los seres humanos, trae como consecuencia, malos hablantes, malos escritores, malos lectores, malos escuchas.
    Si el docente no demuestra cuidado por su idioma, si se expresa mal, si no es severo en cuanto al uso que de él hacen sus alumnos, estos lo utilizarán inadecuadamente.
    La influencia lingüística de los padres y la de la enseñanza curricular se ejercen en forma simultánea.
    Y, al mismo tiempo, se valen del lenguaje los medios de comunicación: tercera línea de responsabilidad.
    En este aspecto, salvo raras excepciones, no hay preocupación ninguna de quienes trabajan con él. Se inventan términos, se conjugan mal los verbos, se utilizan expresiones incorrectas… Nada importa porque los responsables de las radios, de los diarios, de los canales de televisión, no tienen en cuenta cómo usan el lenguaje las personas que empuñan un micrófono.
    Lo único que les importa es que tal o cual programa tenga buena audiencia, lo que da como resultado altos ingresos económicos.
    Por último, la publicidad: cuarta línea de responsabilidad.
    Parece que, en lugar de mejorar en lo que al lenguaje se refiere, la publicidad empeora día a día. Viola las más elementales reglas de la lengua, ignora las de tilde, desprecia la puntuación, modifica la ortografía. Y, ¡nada importa! Siempre y cuando se logre el fin deseado: la venta de un producto, la imposición de una forma de trabajo, la afiliación de un nuevo socio…

    ¿Por qué hablamos tan mal?.

    Porque nada ni nadie nos ayuda a hacerlo mejor y porque, finalmente, todos somos cómplices de ese desapego al buen idioma.
    No alcanza con comentar los errores que los demás cometen. Hay que ser intransigentes con ellos, señalarlos, corregirlos, censurarlos.
    Como padres, ser severos y exigentes con nuestros hijos, en cuanto al uso del lenguaje. Severos, también, con los docentes a quienes les confiamos la formación lingüística de los jóvenes.
    Como adultos, requerir de los medios de comunicación y de la publicidad un correcto uso del idioma. No es fácil lograrlo, pero se puede. Dependerá de cuanto empeño pongamos en ello.

    Abrazo apretado. Vero, con el plafón exagerado?.

  110. gil disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 5:18 am

    e ninguém disse uma palavra sobre o Oscar…tenho visto os filmes, fiquei espantado com o Complexo de Badem Meinhof, achei-o pró terrorista assim como um outro desenho pró palestinos. Milk e o Casamento de Rachel são ótimos. Winsley eu sonho com ela desde que a vi e com Di Caprio eu gosto, filme pesadão do marido pesadão Mendes, não vi o premiado. Rourke apareceu deslumbrante no ano do dragão, parecia um novo Brando, tudo isso…renasce depois sabe-se lá do que, foi linda a referência de Sean Penn a êle quando recebeu o prêmio…e que Oscar bem feito, e salve salve: os musicais estão de volta! Espero que entre nós isso seja um grito de libertação da Broadway…Grammy, Brits, Oscar…o que está acontecendo? O paradoxo da debacle? E nós? MInha nossa o que é aquilo na TV, aqui via Record, aquele amontoado de gente derretendo…e feliz…é anti urbano fala sério…nos anos 60 até que fazia sentido, pouca gente, poucos carros…hoje em dia? No leblon é um inferno: calor, esporro, sujeira e turista? é demais…deus me livre…ehehe…eu quero ir pra Suíça!

  111. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 7:08 am

    HERMANICATS ESSE VALE

    Nando

    O comentário de Caetano foi carinhosíssimo. Não tinha nada a ver com tradição. Tinha a ver com a pureza do carnaval do Recife em comparação ao veneno (tóxico) do carnaval da Bahia. Isso (eu acho) porque eu comecei contando aquele historinha do meu filho visitando a Waldorf e a gente estranhando os adolescentes sem espinhas com cara de bebê.

    Num outro comentário (sei lá quando/esse negócio de blog tem um timing maluco) ele falou disso, enquanto a gente debatia fervorosamente sobre valores, precocidade sexual e axé.

    Caetano está visivelmente alegre e leve. Seu post e seus últimos comentários são afagos e gestos de aproximação.

    Nessa onda, concordo com Vellame, quando ele acha “meio arrogante essa coisa de dizer que o debate valeu a pena, pois agora Caetano leu Bagno.” Há um pouco de inocência nisso. Parece que a opinião conciliadora e bem fundamentada do Caetano sacramentou o assunto.

    Já tinha sentido a mesma coisa que você e formulei num comentário lá em cima com o meu jeitão medroso (não queria melindrar ninguém):

    “Às vezes tenho até medo do gigantesco poder argumentativo e coalizante dos textos do Caetano. Ele tem a força de compor forças aparentemente antagônicas. Coisas de bom compositor.”

    Quando li o Post, adorei. Quando reli, gostei mais. Mas temia uma reação do tipo “num falei? o cara leu e agora concordou”. “Caetano falou, agora tá tudo certo”.

    Pelamordideus! Ninguém se ofenda com essa minha sensação! Em especial Luedy, a quem reitero os méritos pelo avanço dessa discussão.

    Mas meu carnaval agora é outro. Eu quero a Suiça do Gil! Quero que chova canivete suiço! Quero bezuntar a mulherada com foundeu de chocolate! Quero escutar MPS. Música Popular Suiça. Quero avançar na conta do Maluf e torrar a grana toda por lá.

    Quero ser Suiço! Só isso!

    in tests

    salem

  112. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 11:08 am

    Ainda tentando enxergar o carnaval de Salvador a partir do de Recife (e vice-versa): ao ver o trio de Ivete Sangalo ontem pela tv e de ter mais uma vez constatado a maravilha que é aquilo tudo - tecnologicamente, tecnicamente, musicalmente, visualmente etc etc - não pude deixar de pensar que toda a qualidade impressionante do espetáculo proporcionado pelo trio de Ivete se deve à existência de um bloco milionário, cujos foliões são compostos em sua grande maioria por turistas que vem do sul e sudeste do Brasil. Ou seja, é justamente por conta da privatização da festa que podemos ter tantas estrelas reunidas no mesmo espaço durante o carnaval.
    Por outro lado, vi ontem pela Band uma entrevista com o prefeito de Recife. Os dados que ele apresenta são impressionantes: 18 grandes palcos montados pela cidade, com grandes da música popular tocando neles. Outros tantos palcos menores também espalhados pela cidade. Como disse antes, uma descentralização da festa muito mais interessante. Ao mesmo tempo, o carnaval de lá, por conta das inúmeras manifestações tradicionais (maracatus, caboclinhos, cirandas, as orquestras de sopro etc etc) me parece ser muito mais bonito do ponto de vista plástico (o que contrasta em muito com a padronização dos blocos de trio de Salvador) e bastante diverso do ponto de vista musical.

    Enfim, acho que temos muito o que aprender com o carnaval de Recife. Agora, acho que teríamos muito a ensinar também: nossa tendência pop, afinal de contas, já renovou até mesmo o frevo de lá.

  113. caetano veloso disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 11:57 am

    Othon, claro que você está certo quanto ao post não ser de adesão. Eu falo em adesão (parcial, que é o adjetivo que caberia ali). Mas isso é só porque quis dar a notícia de quão mais simpático me pareceu todo o esforço desses sociolinguistas brasileiros (para que não reclamem mais de que estou generalizando: não estou: quando escrevo “linguistas” em textos sobre esse grupo é claro que me refero a ele, não aos linguistas em geral). E dizer que há um preço é quase uma piada, já que não creio que Bagno e Possenti dêem tamanha importância a minha opinião. Então, de fato tudo volta ao começo - só que em novos termos. É como dizer: podemos discutir melhor sobre esse assunto agora que eu gosto mais de muitos aspectos do que você falava. O que não quer dizer que eu não reitere alguns pontos essenciais que, desde o princípio, me afastavam do interlocutor. Você não viu que Luedy continua em desacordo? Mas estamos mais doces. Ou seja: é conversa verdadeira. Este blog teve - se nada - a virtude de mexer com minha antipatia muito pensada e pouco estudada em relação aos linguistas antigramaticais de esquerda (continuo só tentando não parecer que generalizo).
    Abraço no texto.
    C.

  114. Nando disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 12:45 pm

    O carnaval do Recife humilha os outros (plasticamente só o do Rio se equipara, mas a uniformidade estética dos sambas cariocas perde feio para a diversidade pernambucana). Claro que Salvador ainda tem seus trunfos, como o tapete branco do Gandhi e a genialidade sempre surpreendente de Brown. Mas em todos os sentidos (estético, musical; diversidade etc) é um banho pernambucano. Creio que estejam muito mais íntimos do que seja a essência do Carnaval.

  115. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 2:46 pm

    Bonita a homenagem que o Psirico fez, com os integrantes do trio usando roupas estampadas com capas de discos do Caetano.

    Eu continuo intrigado com esse lance de poder pensar sem palavras e, quem sabe, sem imagens. Bjs!!!

  116. Araylton Públio disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 2:51 pm

    Acho que já está na hora de, a bem de um real letramento das massas, que é tudo o que o Brasil precisa, reconhecermos a independência da Língua Brasileira. Os alunos já chegam na escola perseguidos por um trauma coletivo com relação ao ensino do português. E, a partir desse ano, com a introdução do Acordo Gramatical, pode ser que o trauma aumente. Talvez se assumíssemos amplamente o termo Língua Brasileira, e não o restrito uso técnico de português-brasileiro, as coisas seriam diferentes. Mas não só a assunção do termo basta: é preciso reconhecer profundamente nossa identidade, aquela coisa etérea que une falantes desde gaúchos até amazonenses. Como se faz isso? Não sei. Mas é preciso tentar, sempre. Com a ajuda de todos. Linguistas, poetas, jornalistas, publicitários, atores, regentes, falantes: uni-vos!

  117. gil disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:09 pm

    london calling…ver in loco o estrago da crise financeira nas hordas de Piccadilly, reconhecer o frio de fato porque o vento do norte passa firme pela ilha, sair do cantinho de melhor clima da euro e invadir a Ilha, ficar mais perto da Rainha e com o meu amor….hoje tem manchester do ronaldo e inter do Mourinho, ali o craque, aqui o Special One…viajamos juntos uma vez quando ele ainda dirigia o Chelsea, na fila pra entrar no avião olhei dentro dos olhos dele e disse: seu time não tem nenhum brasileiro, ele piscou pra mim…me encantei ali com Mourinho, na saída nos despedimos mas antes perguntei quando ele viria ao Brasil, ele respondeu que vem sempre nas férias com a família…acho que vai para o nordeste, ou pra Bahia. Ele é o máximo e lidera o campeonato italiano com um time cheio de brasileiros.
    O fim do emprego assola a Europa e tira o sono de todos, na Espanha mais de 15% dos ativos estão, desativados e por aí vai…e o Estado voltou a falar mais alto. Um artigo bonitinho lembra o Bloco do Eu Sozinho, o indivíduo que sai com uma bateria de tambores, pandeiros e cuícas dentro da própria cabeça e delirante brinca consigo no Carnaval. E faz um paralelo com as milhares de empresas registradas sem um único empregado, a empresa do eu sozinho, um modelo que se multiplica pois ninguém quer saber de contratar e arcar com tudo que isso implica. Fica para o Estado esse encargo…e seria tão simples dar prêmios a quem empregue, sugere êle pra acabar com as empresas do eu sozinho.
    Mas e a Suíça? Lá não tem desemprego, um paraíso, fazem pouco da eurolândia, não querem invasão das fronteiras, são riquíssimos, 40 mil euros de renda per capita, dá pra imaginar? São na verdade quase alemães, 75% da língua é germânica, e exportam…exportam como os Alemães, os maiores do mundo, incrível né? Tivemos uma patrícia que esses dias se complicou por lá, saia justa total, o Estado é tão responsável que tem gente que fica tentada a aproveitar um pouquinho demais…mas santo nem no jardim, o alarme da crise motiva os canalhas a perseguir e discriminar, é preciso estar atento.
    eu fico olhando…só um sujeito ruim pode ser contra o professor Pascali, e muito ruim pra ser contra o professor Bechara. Esse eu conheço e é, quase um santo. Sábio com certeza, mas que homem bom…li algumas coisas do Bagno e gostei, li outras e não ( quando ele chamou Bechara de conservador e de direita me lembrei do Carlinhos Lira dizendo pra Folha no início dos anos 90 que fazia bossa nova de esquerda enquanto João fazia bossa nova de direita… lamentável…). Falando sério, eu não gostei de ver o presidente falando errado…mas parece que somos muito de qualquer jeito mesmo pra ter presidente que fale certo. Maria disse que não combina e que foi sempre assim, e ela não sabe porque. Há uma ilusão de que nossa originalidade vai compensar a técnica e a repetição que nos falta. É verdade, somos muitos, suíços são apenas 7 milhões…mas como produzem…porque será que a França foi o primeiro a se manifestar pela regularização dos acessos a arquivos, pelo comprometimento dos provedores na circulação ilegal de direitos via computadores? Será porque a França tem política de Cultura? Porque a França disputa palmo a palmo seu enorme mercado cultural? França e Inglaterra na frente…e nós? ah…já sei…o Carnaval…oi skindô oi skindô…

  118. gil disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:14 pm

    que nossa originalidade vai compensar a técnica e a repetição que nos faltaM…será?

  119. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:36 pm

    transcarnaval para quem estiver em BH:

    http://www.overmundo.com.br/agenda/escola-autonoma-de-feriado-carnaval

    aproveitem - hoje é o último dia!

  120. Nando disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 3:44 pm

    Nando calling… no inocente almoço familiar, todos a postos com suas tarefas para a quaresma; um dispensará chocolates, outro café; um deixará de lado a cerveja, outro os cigarros; eu, pensando numa das coisas que mais gosto, tasquei: 40 dias sem internet! Acho que exagerei na dose…

    Pois é, promessa é dívida, são várias as testemunhas, lasquei-me. A partir de amanhã, zero de interação aqui na OeP, morrerei de saudades!

  121. lisandro disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 4:42 pm

    Caro Caetano e Salem,
    Esse blog é bom e dificilmente um “monstro sagrado” seria tão democrático. Caetano compreende as transformações culturais e vai permanecendo…sendo um farol, uma referência. De vez em quando é muito contraditório - mas quem não é? Caetano é muito paciente com o carnaval da Bahia. Moraees Moreira, que Caetano gosta muito, tenho certeza, há muitos anos reclama do significado da festa popular. É muito confortável pagar e pular no blobo da Ivete. Mas o carnaval da Bahia só é instigante e criativo porque acolhe o “novo” oriundo dos guetos e dos artistas menos pasteurizados. Os Novos Baianos voltaram - não foi lá essas coisas - e quando tocaram os “clássicos”, soou muito mais delicioso e interessante q. outros trios. Alguma coisa acontece no carnaval da Bahia…

  122. antheógenes disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 4:54 pm

    Luedy,

    Realmente você precisa ver de perto o carnaval de Recife e Olinda até para confirmar o que seua amigos te disseram e a sua visão de que podemos aprender mutuamente, concordo no que diz respeito a tedência pop do carnaval coisa que eu penso que seria muito mais fácil do carnaval de Recife se apropriar do que o carnaval de Salvador se apropriar da tendencia democrática de Recife.

    Acho o máximo o carnaval de Salvador, a emplogação é empolgante….
    Acho perfeito o carnaval de Recife e aconselho a você aparecer por aqui porque sinceramente a trasmisão pela tv não faz jus a verdadeira emoção de esta la!!!

    abs!!

  123. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 5:49 pm

    antheógenes,
    por conta da vocação pop soteropolitana, temos hj no carnaval rock, reggae, funk carioca, samba, kuduro, pagode, frevo eletrificado, pop-rock, axé, samba-reggae, marchinhas etc etc. Tudo isto me encanta de verdade (apesar de que as músicas deste carnaval de 2009 não tenham me empolgado tanto).
    Agora, para se contrapor a você, gostaria de lembrar daquele projeto de lei que limitava ou mesmo proibia a execução de axé music no carnaval pernambucano - lembra disso? É esse apego à “tradição”, é este desejo de preservação que me incomoda. Mas não sei como andam as coisas por lá em relação ao tal projeto de lei (do qual, admito, não sei maiores detalhes). O que me chama a atenção é que não há artistas da chamada axé music (se a gente considerar que Caetano não é um artista da axé music, né?) sendo convidados para tocar no carnaval de Recife e Olinda.

  124. Nando disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 7:37 pm

    Amigos, deixo um último comentário para vosso desfrute, preparado com muito carinho.

    Um abraço afetuoso e sincero. Best wishes, see ya!!!

    A Pedagogia Waldorf não equivale a tradição. Equivaleria talvez à Tradição, no sentido esotérico que o termo encerra.

    Para falar em Pedagogia Waldorf é preciso falar do seu criador, Rudolf Steiner (pesquisem quem foi, pesquisem!).

    Steiner, considerado austríaco, nascido numa província do império austro-húngaro, aos oito anos travou contato com a própria sensibilidade clarividente, sofrendo então uma dificuldade oposta à que a maioria de nós enfrenta: para ele, o real era o que para muitos de nós sequer existe. A fonte de suas pesquisas é o que ele descreve em “A Crônica do Akasha”. Desde então dedicou-se, não sem sofrimento, não sem ataques violentos e ameaças que culminaram no incêndio de uma obra querida: o seu Goethianum, centro de estudos e monumento em madeira construído com muito trabalho e dedicação. Forças adversas sempre a postos.

    Deixou estudos referentes a cosmologia, cosmogênese, filosofia, Cristologia, Goethianismo, educação, medicina, filosofia social, economia, eurritmia (arte gestual criada por ele), arte da fala, psicologia, artes plásticas, dramaturgia, dicção, música, arquitetura, mitologia, agricultura biodinâmica - cansei só de escrever.

    O nome “Waldorf” deriva da escola montada na fábrica de cigarros Waldorf-Astoria, para a qual foi convidado a ministrar aulas para os funcionários.

    O cerne da pedagogia reside na aceitaçao de suas pesquisas referentes aos setênios (períodos de sete anos nos quais mudanças significativas são vivenciadas; a queda dos dentes de leite por volta dos sete anos seria um exemplo “concreto”). A concepção de Steiner menciona que além do corpo físico (cuja hereditariedade teoricamente deveria ser superada ao final do sétimo ano de vida e que dividiríamos com os minerais), outros três corpos fazem parte da constituição quadrimembrada dos seres humanos: o corpo etérico ou vital (responsável por “emprestar” vitalidade ao organismo, sendo o exemplomais nítido da sua atuação a cicatrização de ferimentos; que acaba de ser formado ao final do sétimo ano; que dividiríamos com os vegetais); o corpo astral (responsável pelas emoções, sentimentos, desejos e paixões; que acaba de ser formado ao final do décimo quarto ano; que dividiríamos com os animais); e o corpo espiritual ou Eu, residência última da espiritualidade de cada indivíduo (que a partir do vigésimo primeiro ano ganha autonomia para em sua plenitude ser responsável pelos seus caminhos ou pelo cumprimento da sua missão).

    Somando quase quatro centenas de livros publicados, em sua imensa maioria extraídos de suas palestras (que foram em torno de seis mil), deixou títulos como “A Filosofia da Liberdade”, “A Ciência Oculta” e “O Conhecimento dos Mundos Superiores”, neste último disseminando o que para ele deveria ser acessível a todos (novas críticas: conhecimento “especial” não é para todo mundo, só para os privilegiados!).

    Suas “interpretações” dos Evangelhos são no mínimo surpreendentes e “De Jesus a Cristo” traz revelações intrigantes e para muitos incômodas sobre o nome maior do cristianismo.

    Todas as áreas abordadas guardam absoluta coerência entre si, nas mínimas particularidades.

    Responsável pela educação de uma criança hidrocéfala, conseguiu que os estudos avançassem, tendo a criança se formado em medicina.

    Fonte(s): Nandopédia. Não revisei, perdoem qualquer imprecisão ou qualquer coisa por aí.

    Eu sou a filha da chiquita bacana. Entrei pro children’s liberation front!

  125. gil disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 7:53 pm

    Silvio Mansani…bacana seu par de anéis , lembrei do chico buarque, e sua voz também é muito bonita…e tem ainda os pugilistas cubanos? vejam só…vou ouvir de novo sua música,,,Salém, passa ali…cadê nosso mosqueteiro? já sei…tá aproveitando…Castelão, passa ali pra ouvir o Silvio…Caetano sabe o que faz, deixa êle…Heloísa….Heloísa, onde anda vc..???…Exequiela meu amor, saudades…aí moçada! vamos ouvir o Silvio lá de santa catarina?

  126. Maria disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 8:03 pm

    Poxa vida, perdi o Show “Cê” sim Caetano.
    Perdi muita coisa no ano passado, mas ganhei outras.Este ano começo com vontade de retomar.Meus estudos têm a ver com pintura e poesia concreta, mas não a pintura tradicional, algo tendendo para o sumi-ê. A sua obra é muito importante para mim. Enfim,não dá para falar pela internet.

    Aguardo você novamente no Recife para o lançamento do próximo disco.

    PS>: não cheguei pertinho de você como a Tânia que falou aqui, mas, de longe,achei lindo seus cabelos grisalhos. Você, prá mim,é um artista que respeito muito e tenho muito carinho.

    um abraço.

    Agora Luedy, Carnaval do Recife, realmente,como falou alguém aqui, tem que sentir de perto.É como diz o Zen, é precido sentir a experiência direta d realidade.
    Os shows ( sempre bem vindo) são um espetáculo à parte. Carnaval waldorf mesmo é frevo no pé atrás de um bloco como o “Eu Acho é Pouco”, “Enquanto Isso na Sala da Justiça”,em que nós curtimos as fantasias de super heróis, “Os Ceroulas, ou os afoxés (adoro afoxé). Tem rock e até samba. Tem muita coisa. Multicultural é pouco para definir o carnaval do Recife e Olinda. O Axé fica mais reservado aos clubes, talvez também tenha em algum outro lugar que não estou sabendo.
    Em Olinda foi proibido carros de trio elétricos por conta da preservação do sítio histórico. E a música eletrônica, não somente o axé, nas casas que são alugadas pelos turistas. Simplesmente,porque virava uma bagunça. Os blocos querendo passar com a sua música e o som eletrônico vindo das casas, acabando com aquele toque “waldorf” (rs) dos metais. Agora também não sei como está a lei, pois não foi somente dos shows do Caetano que eu sumi, também não brinco mais carnaval como antigamente.
    Mas,se um dia você vier aqui, é mais ou menos assim: Recife é mais light, tem shows, desfiles de agremiações e alguns blocos. Como a prefeitura resolveu descentralizar o carnaval,tem também boas atrações nos baiross das periferias. Agora Olinda, se quiser brincar mesmo, é entrar num bloco daqueles e se entregar à folia.
    é muito bom.
    E na quarta feira de cinzas ainda tem Carnaval em Olinda. Lá pela tarde sai o bloco do Alceu Valença, o Bicho Maluco Beleza e outros.

    beijos a todos , Maria

  127. alotroladode(l)río disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 9:54 pm

    voltando do outro lado do rio (la seine), do show de Bethânia (¡OTIMO!).No pude no pensar en el que nos reúne aquí, con o sin lingüistas.O nosso Caetano. Quando é que você volta na França?
    Pese a todo,y a que en mi país hay quien ya no sabe escribir “liquidación” o “rebajas”y pone”sale” en las vidrieras-sí, vero, perdón por tu plafón bajo, pero eso también existe al otro lado del río-los dejo con un enlace esperanzado(espero que hermano lo permita)que los acerque al París invernal de esta noche ….y a Brasil
    http://es.getalyric.com/escuchar/sIrnDNpGxfc/maria_beth_nia_o_que_o_que_

  128. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 9:55 pm

    Boa Noite Blogueiros de plantão!!!

    Não quero polemizar nem discutir, mais carnaval só é carnaval na Bahia e no Rio.

    Em outros lugares não existe Carnaval, existe sim um público animado e seleto que curte shows, mais não CARNAVAL!!!

    O Hermano postou aqui um CXArnaval diferente, estranho,, em Recife se me recordo, que é o Carnaval no interior com participação de vedetes, não sei expressar o que elas são, talvez moças da vida.

    Sei lá, de todo Carnaval que já vivenciei, Bahia e Rio são os melhores, o resto é o resto.

    Não concordo com a nova gramática e as novas leis de palavras e acentuações, acho contra cultura promover algo desse jeito.

    Estamos vivendo uma verdadeira doideca na nossa literatura, em nossa língua.

    Lula conseguiu bagunçar até isso.

    Caetano, iorubá é melhor que Obama?

    Queria entender o que significa two naira fifty a kobo.

    Também como Maria não pude ver o show do Cê, mais os anteriores eu vi, e gostei muito de Prenda Minha, Noites do Norte e A Foreign Sound.

    Bom espero ver o próximo que possivelmente seja todo de transsamba.

    Falando em novo, Psirico vai estourar em 2009, e para quem curte uma música brega engraçada, escutem Velhas Virgens, ou o Carnavelhas, é show de bola.

    Bom por momento é isso,

    Boa Noite, e espero que esta não seja apagada nem censurada…cansei de digitar e não ter os posts publicados.

    Atenciosamente, do revoltado,

    Luiz Carias.

  129. Ricardo de Alcântara disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 10:11 pm

    Poxa Carias,

    como você diz que não quer polemizar e na mesma frase diz que “carnaval só é carnaval na Bahia e no Rio”?

    Você fala do que não conhece. Em Recife não há público seleto que “curte shows”, há uma cidade em festa, por todos os bairros. Em Bezerros, no interior do Pernambuco, há o Papangu, que move toda a cidade numa mistura de Veneza, sertão e Zona da Mata de encher os olhos.

    Que afirmação terrível essa tua…sei não.

    Inté!

  130. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 10:30 pm

    o sonho de carnaval acabou. meu coração escorpião trepidou pelos olhos da morena gueixa de Campinas pelas ruas históricas, ornadas com velhos, lindos e coloridos casarões de São Luiz do Paraitinga. espero que o coração dela trepide por mim além, mas muito além da quarta-feira de cinzas.

    taí uma coisa que não invejo nem um pouco Buenos Aires. lá não tem carnaval como aqui. perdão linda Exequiela. eu eu gosto de carnaval, é o renascimento do povo para Dionísio, para Baco.

    em São Luiz do Paraitinga tem o Bloco Baco do Balacobaco. a marcha-rancho do poeta-compositor Marco Rio Branco é diz assim:

    “ninguém é de ninguém
    mas todo mundo
    é todo mundo
    no carnaval (bis)

    do balacobaco
    baco baco baco baco
    baco baco baco baco
    do balacobaco (bis)”

    há cerca de oito ano eu e outros, inclusive Rio Branco, cantamos juntos pela primeira vez essa marcha de madugada, sobre o “trio elétrico caipira”, nas ruas de Saint Louis of Paraitinga, arrastando uma multidão encantada com o então novo bloco. e foi assim pelos três anos seguintes, eu e Marco e Joana e outros puxando o balacobaco. depois eu fui viajar pra lá e pra cá, Brasil-Itália-Itália-Brasil e outros projetos e não fui mais ao baco, não sem dor no coração. este ano voltei para o balacobaco. humilde como um cachorro babucho. mas fui generosamente impedido de cantar sobre o trio elétrico caipira pela minha querida Caul, fundadora do bloco, que me disse educamente que eu estive fora por muito tempo e que havia perdido meu lugar como “cantor-puxador” do bloco. oh sim. capisco sorella mia.
    ocorre que mesmo estando eu fora, o Balacobaco nunca perdeu seu lugar no meu coração e eu ainda amo esse bloco como se fosse meu. e se eu não pude, por motivos de força maior, cantar balacobaco no caminhão informo que cantei na rua, com o povo, pelo povo e para o povo…e sempre cantarei, porque amo meu padrinho Marco Rio Branco. e viva o Balacobaco…o nosso renascimento para Dionísio.

    pintou aqui um certo clima de indagação sobre qual seria o melhor carnaval de rua do Brasil. Salvador ou Recife? se é que há uma disputa entre as duas cidades eu acho isso tremendamente inútil. viva todas as cores do carnaval brasileiro.

  131. Réa Silvia disse:
    Fevereiro 24th, 2009 at 10:49 pm

    Nando,estou achando que exagerou na dose.Ainda dá tempo de fazer outra.Esta envolve seus companheiros daqui e não acho justo.Será que não dá pará desfaze-la?Algo como uma boa ação. Por exemplo participar mais ativamente desta obra em progresso.Deus ajuda quem quer progredir!

    Beijos ternos em todos os progressistas

    Réa Silvia

  132. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 1:48 am

    I.
    Parafraseando Juca Chaves :

    O carnaval de rua do Rio de Janeiro é igual virgindade de menina rica.
    A gente sabe que existe,mas ninguém acredita,hehe.

    Viva a banda da da,de Ipanema da da da da.

    II.
    Meus velhos camaradas,vociferaram nos meus ouvidos,que a direita reacionária ( e bem humorada,digo eu) do blog,só faltou chamar Karl Marx de papai noel.

    Pensando bem…com aquela barba,e vestido de vermelho,dá pra confundir…hehe.

    III.
    SugestioNando.
    Troca esses 40 dias por 40 minutos.
    ( Rudolf Steiner é o cara ).

    Castello.

  133. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 2:38 am

    gil,
    tô aqui no meu retiro espiritual lendo tudo! abraço carnavalesco procê.
    …………..
    nando,
    força de vontade é para os fracos! hahaha
    ………….
    carnaval de recife é maravilhoso. e tem que se proteger, sim. senão vai a força da grana e destrói o que tem de melhor por lá. e ninguém quer isso. pra que chamar os onipresentes cantores de axé? acho que recife está muito bem com alceu, lenine, caetano, naná, moska, spok, manu chao, mundo livre s.a. e os antigos. deixa olinda como está, luedy, que tá massa! ano que vem, tô lá. alalaô!

  134. Paulo Farias disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 3:01 am

    Hoje eu já não sei mais definir o que é “de esquerda” e o que é “de direita”, depois de tantas e tantas decepções.
    Nada entendo do papo que está rolando aqui, apenas concordo com quem argumentou e escreveu sobre a língua brasileira.
    Não gosto da distinção que Caetano faz referente ao “de esquerda”, embora aceite. Não conheço as razões dele assim proceder, mas acho que ele incorre em um “erro”.

    O “principe da metropole” e “defensor perpetuo do Brasil”, foi injusto com a Bahia (e outros Estados)quando aceitou e assinou uma declaração de independência como tendo sido uma “dádiva de Portugal”. Não foi um presente de pai para filho, mas assim ficou parecendo em documento histórico.
    Refiro-me ao “principe” pelo fato de ter lido alguma menção feita ao mesmo, ainda que de passagem. São pequenos erros que todos nós cometemos, mas um dia a história cobra estes “pecados”.

    Amo Portugal e não deixarei de amar, mas é imperativo que se proceda uma reflexão sobre uma língua que deixe de ser o portugues do Brasil.

    Quantas palavras mortas e quantas outras nascidas, numa permanente renovação, já nos distancia tanto da linguagem imperial lusitana?

    Aldo Rebelo luta contra o processo de aculturação mas radicaliza demais. Aculturados estamos pelos EEUU e podemos verificar isso em quase tudo, até em nomes dados a edificios de apartamentos. Teremos sempre esta vocação de ficarmos sempre “à reboque” ?

    Sempre achei horrivel o pedantismo (com ar de falsa modestia) de FHC falando em outros paises, outros idiomas que não o nosso. Talvez este seja um erro cometido por “principes” e prefiro ficar com o “estou farto” de Fernando Pessoa, com as nossas diferenças transoceanicas. Continuarei gostando de Portugal, mas penso muito nessa nossa língua brasileira, sem preconceito algum e sem o “de direita”, ou o “de esquerda”, porque a língua é minha Patria e minha Pátria (sem patriotada) é o Brasil; é essa “família amplificada” que Ruy Barbosa tão bem definiu.
    Estou farto, também, de tantas reformas assistidas no decorrer de uma vida.

  135. rafael rodriguez disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 3:54 am

    O carnaval aqui no Brasil acontece em

    qualquer canto. O cara que vende

    cerveja, pega a latinha vazia e começa a

    batucada. Outro começa a puxar um samba ou uma marcha e geral se reúne para dançar e fazer o coro no refrão. Sem essa de que o carnaval daqui ou acolá é o melhor, são muitos carnavais. Quero um dia poder pular todos. Mas é fogo! Vou te contar!!! Quando a gente se apaixona por um bloco fica difícil desapegar - no ano seguinte quer brincar nele de novo.

    Aqui no Rio tem uma característica muito forte de desfiles em carroa alegóricoa, reflexo dos antigos desfiles de rancho? Digo e pergunto sem saber muito a respeito. Temos também os bailes, muitos bailes pelas ruas e clubes.

    Na madrugada de anteontem para ontem assisti
    a Virginia Lane cantando na Cinelândia. O
    que foi aquilo? É prétudo; prétropicália,
    présambacarioca, préfunk.

    Marcha da Pipoca
    (Letra de Luiz Bandeira e Arsênio de
    Carvalho )

    Empurra, empurra
    Empurra a carrocinha
    BIS

    Avança minha gente
    Que a pipoca está quentinha
    Enquanto eu grito “pi”
    Vocês respondem “poca”
    Pipoca, pipoca no saquinho

    Eu vou pra toda parte
    Levando a carrocinha
    Quem vai querer
    Tem dôce e salgadinha.

    Ela cantou também uma outra marcha muito engraçada, “MAS BOM MESMO É MULHER”(OLDEMAR
    MAGALHÃES/JAIR ALVES), fiz várias buscas na internet, não consegui achar a letra. Era alguma coisa assim: comida é bom/bebida também/mas o bom mesmo é mulher… se vc não gosta é porque é mulher”. Teve uma outra que ri muito, “Toco cru pegando fogo”. E a da banana me fez gargalhar, explicava os beneficios dessa fruta.

    Não havia ninguém da imprensa para registrar… Uma pena! A vedete vestida de vedete. Ela apareceu no palco com as pernas de fora, trajando um maiô cheio de brilhantes, plumas nas cores do brasil e um lindo esplendor na cabeça. Inesquecível! Brincou com coisas maravilhosas sobre sexo, “hoje eu não posso abrir e fechar tanto as pernas”. Há 4 semanas fez uma cirurgia, colocou quatro ou cinco parafusos. Pernas maravilhosas!!! Cantou, cantou e durante a cantoria fazia algum comentário sobre a canção. Lamentou o fato de não poder sambar como antigamente e contrariando o médico deu uma sambadinha. O público fez o coro: “gostosa! gostosa!”. Ela mandou: “Eu era”.

    Tudo isso me encheu de ideias.

    Antes de ir para a Cinelândia pulei no Rancho Flor do Sereno. Meu terceiro ano. Ali na Almirante Gonçalves, em Copacabana, acontece um carnaval gostoso de cantar e dançar; de arrepiar o braço esquerdo. Uma orquestra perfeita.

    Soube que gravaram um cd:
    http://www.joaninha.pro.br/projetos/rancho-flor-do-sereno/

    Para mim é o melhor do carnaval do Rio.

    Cheguei agora (02:46) do Cacique de Ramos, pela primeira vez vi o Carnaval da Av. Rio Branco. Loucura total!!! Que força! Aquelas fantasias, uma mistura de indio brasileiro com americano. As canções que parecem mantras. Muitos dizem que a força do carnaval do Rio está ali; e foi o que senti.

    Hoje às 11 da manhã irei ao bloco “Me Beija Que Sou Cineasta”.
    ———————–

    Fazendo buscas na internet encontrei uma marcha que tem tudo a ver com o tópico:

    VÍRGULA
    (Alberto Ribeiro-Erastótenes Frazão)

    Teu amor é fatal - vírgula
    Qual mulher sensacional - ponto e vírgula
    Queres dar teu coração - interrogação
    Que pecado original - exclamação

    Teu amor é fatal - vírgula
    Qual mulher sensacional - ponto e vírgula
    Queres dar teu coração mas comigo não
    Ponto final

    Teu amor entre aspas
    Já consegui descrever
    Reticências reticências
    Agora adivinhe o que eu quero dizer
    ———————–

    Achei também uma rádio virtual com canções de carnaval:
    http://www.collectors.com.br/radio/repertorio_carnaval.htm
    ———————–

    Interesssante:
    Arnaldo Jabor
    Saudades dos velhos carnavais
    (23/02/2009 - Gazeta Digital)
    http://www.gazetadigital.com.br/articulistas.php?key=Arnaldo+Jabor&codcaderno=17&GED=6315&GEDDATA=2009-02-24
    ———————–

    Para a quarta-feira de cinzas:

    RASGUEI A MINHA FANTASIA
    (Lamartine Babo)

    rasguei a minha fantasia
    e o meu palhaço cheio de laço e balão

    rasguei a minha fantasia
    guardei os guisos no meu coração

    fiz palhaçada o ano inteiro sem parar
    dei gargalhada tristeza no olhar

    a vida é assim
    a vida é assim

    o pranto é livre
    e eu vou desabafar

  136. Leni David disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 4:11 am

    Ufa! Andei sumida e nesse finzinho de carnaval entrei aqui despretensiosamente para dar uma olhada e levei um choque. Que post! Estou sem fôlego, mas adorei. Depois eu volto para reler tudo - os comentários também.
    Caetano, como é que você consegue? Me dá a receita, pois estou convencida de que o meu tempo é macho…
    Um beijo.

  137. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 4:34 am

    caetano,
    esqueci de comentar: troquei “a troca” por “o curioso caso de benjamin button” com brad pitt e cate blanchett. excelente!!!!!!! meu tipo de filme. já viu? gostaria de saber o que achou…

    david fincher mandou muito bem. perfeito. “a troca” verei depois [eu também quero ser john malkovich, hahaha]

    ah, ví seu comentário sobre “o leitor” nos comments do outro post. david kross ainda fará muita coisa boa por aí, acho eu. inté!

  138. Othon disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 6:47 am

    Paulo Farias,seu comentário(133) me lembrou um texto(www.olavodecarvalho.org/apostilas/quem.htm ) de Olavo de Carvalho, que li recentemente por causa desse instigante post de Caetano.Escrito há dez anos,ele ataca Bagno e seu grupo por um flanco surpreendente.E toca em questões que você aborda sem atentar para as implicações.Olavo não pode ser descartado sob o argumento de ser um ultraconservador.O seu radicalismo é quase necessário tendo em vista a hegemonia da esquerda na imprensa,nas universidades
    nas escolas e no ambiente cultural.

    Caetano,não acreditei quando você dedicou atenção ao meu comentário.Veja que maravilha a tecnologia da informação me proporcionou!Um contato com meu ídolo maior.Isso é real?Continuo me perguntando!

    Um abraço.

    Othon

  139. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 11:03 am

    Do folião Carias:

    “Em outros lugares não existe Carnaval, existe sim um público animado e seleto que curte shows, mais não CARNAVAL!!!”

    Vá a São Luiz do Paraitinga ver o público seleto e animado curtindo o show que eles chamam de Carnaval e avise a moçada que aquilo não é carnaval.

    Ora, fazfavoire…

    in test

    salem (Gongado 2 vezes pela moderação por ter feito humor durante o carnaval. Inspirado no meu mestre-sala Glauber, escrevi a continuação do meu enredo A Saga da Família Marx. Foi a forma que encontrei de pular meu carnaval por aqui. Mas pelo visto só enredos tipo “O Paraíso Fiscal Suiço” e a “A Luta de Bagno contra o Império da Gramática” é que entram na avenida virtual)

  140. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 11:10 am

    mais sobre o transcarnaval 2009 e o futuro do transamba: a escola Tradição Guamaense, de Belém do Pará, desfilou este ano com o enredo “Tecno-samba: a união das galeras”, uma homenagem às aparelhagens do tecno-brega paraenses - encontrei esta descrição na Agência Pará de Notícias:

    O samba-enredo “Tecno-Samba - a união das galeras”, referência a um dos maiores fenômenos atuais do Brasil, o tecnobrega, agitou a plateia, que foi contagiada pelo ritmo e se levantou nas arquibancadas para dançar e fazer o “T”, de Tradição Guamaense. Para Fábio Moreno, intérprete da escola de samba, a mistura entre o samba e o tecnobrega deu certo. “A prova maior de que essa mistura dá certo está aqui; afinal, é a união do samba, que é um genero tradicionalmente brasileiro, com um ritmo tipicamente paraense”, explicou.

    Pena que não encontrei ainda nenhum vídeo ou MP3 para ver o desfile ou ouvir a música - mas consegui a letra:

    Pegador leve a schin e ta na mão
    Pai d’égua é maniçoba, peixe assado com limão
    No Mangueirão vejo o RE X PA, com meu paizão
    Tá ligado, fala sério, que é Tradição

    Mudou com led, skywalker e robocop (E o Carlos aí)

    Vetron, Ciborg, Brasilândia e Super Pop (Olhaí o Ademar)

    Minha galera é tipo assim, maior astral e tá legal

    Toda APASEPA, com seu balde, é carnaval

    O povo canta com emoção

    Faz o T, faz o T, faz o T, que é Tradição

    O Guamá faz um S pra mim

    Príncipe Negro hoje brilha como a pedra do Rubi

    Aparelhagem é Tradição no meu Pará
    Passarimbó, Tecno-Samba, cultura popular
    O guamaense vem pra ter fazer dançar
    O sofrimento do meu povo deixa pra lá

    Incrível, dá uma tese (patrocinadores, tecnologia etc.: tudo entendido como tradição e cultura popular) - tem alguém por aqui do Pará para nos informar mais sobre o desfile?

    e já que estamos falando de tradições: ontem, atravessando o carnaval de Ipanema, dei de cara com um bloco que tinha um batuque diferente: era o desfile dos Mariocas, que toca no Rio o ritmos dos blocos tradicionais do carnaval maranhense - esta é uma das variações do samba que mais gosto: um groove pesadão, mais lento, totalmente sedutor - deveria ser mais conhecido Brasil afora

    e o joao xavi faz comentário transcarnavalesco no Overmundo:

    http://www.overmundo.com.br/overblog/o-avesso-do-avesso-carnaval-baile-funk-e-metal

    transcrevo aqui também:

    estive ontem na av. rio branco, em uma rápida olhada nos blocos que desfilam por lá foi fácil constatar que, se ainda não derrubaram de vez, ao menos abriram uns bons buracos na barreira entre o funk e o samba/carnaval.

    a “dança do verão”, como já havia previsto há alguns meses, é o passinho do jacaré. o passinho foi executado antes, durante e depois de cada bloco que desfilava pelo centrão, com direito a diversos pequenos dance contest que atraiam pequenas multidões de olho na habilidade dos dançarinos. o passinho do jacaré, uma releitura carioca-suburbana do frevo?, ainda carrega o mérito de ter trazido de volta o direito dos funkeiros (homens héteros) rebolarem sem pudor.

    o hit do carnaval é o buffalo bill, com sampler de sons do MSN messenger e referência ao tal rinoceronte comentado aqui pelo hermano.

    ah, pra fechar a série, pelo menos por enquanto, a rainha da bateria da porto da pedra é valesca, vocalista da gaiola das popozudas.

    vale a pena ver o vídeo do buffalo bill linkado acima - tem mais 1 milhão e 700 mil views no YouTube - e o debate nas centenas de comentários (lá no YouTube também) tem a ver com coisas que foram ditas aqui no Obra em Progresso sobre o pagode baiano…

  141. rafael rodriguez disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 12:20 pm

    Hermano o Bloco Tradicional dos Mariocas é tudo de bom!!!

    Aqueles tambores enormes.

    É o segundo ano que eles desfilam. São dois irmãos que movimentam o grupo, Rômulo e Ramon (são gêmeos). Ensaiam no Recordatório, um espaço que precisa ser reconhecido.

    Tem de tudo nas ruas do Rio: bailes, desfiles de blocos com carros de som, fanfarras, carros tocando funks, ranchos e por aí vai.

  142. Maria disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 12:47 pm

    Caetano, estou adorando Verdade Tropical, me deliciando. Delícia não é só pintar com o pincel de bambu, é também ler parágrafos como: ” Do fundo escuro do coração solar do hemisfério sul, de dentro da mistura de raças que não assegura nem degradação nem utopia genética, das entranhas imundas (e, no entanto, saneadoras) da internacionalizante indústria do entretenimento, da ilha Brasil pairando eternamente a meio milímetro do chão real da América, do centro do nevoeiro da língua portuguesa…”

    O fato de estar ainda no começo do livro justifica-se pela minha maneira como estou lendo. Comendo letra por letra, mas não como uma sopa de letrinhas da infância, muito pelo contrário. É como se deparar com um oráculo, no sentido de quem o encara com avidez por informação e muito menos pela sua forma complicada e difícil de entender. Está tudo tão claro!. Gosto da sua maneira de se colocar. Não é difícil nem fácil. É boa, principalmente aqueles paradoxos que você coloca bem à maneira zen como:
    ” eu tinha intuições filosóficas complicadas. Senti com muita força a evidência solipsista da impossibilidade de provar para mim mesmo a existência do mundo…..”.
    Isto para mim soou como um paradoxo, porque quando estudei esta palavra, incorporei-a como a afirmação de um eu, um ego forte e com tendências poderosas, - o Budismo diz que isso é ilusório,- tudo bem, mas, filosoficamente entendi assim, pelo menos isso foi o que ficou mais ou menos dito quando estudei um pouquinho de Hurssel. Aí você coloca: a “evidência solipsista da possibilidade”, prá mim foi genialmente paradoxal, e genialmente modesto. Estou adorando.

    Estava lembrando agora que o o show Circuladô não foi o último que assisti. Lembro de outro por volta de 1998, quando ainda trabalhava na redação de um jornal.

    Glauber, seja bem vindo ao Carnaval de Recife e Olinda. Os cocos-de-roda são coisas interessantes que têm acontecido ultimamente por aqui..

    Carias, você está mesmo por fora do Carnaval de Recife e Olinda. Agora eu adoraria sair atrás do Ilê Ayê na Bahia. Um dia ainda faço isso. Quando estive em a Salvador ( adoro a Bahia, a minha mãe é baiana) no início do ano e no final das minhas férias, fiquei na divisa da Ondina com o Jardim Apipema, perto do Othon. Lá já estavam, me parece, armando as arquibancadas. E eu ficava imaginando como seria aquilo repleto de pessoas.

    Nando, eu tenho um casal de amigos que os filhos deles são educados na filosofia Waldorf. Eles têm um sítio na zona rural de Olinda onde produzem agricultura orgânica e abrigam uma escola Waldof. O Fran e a Ceci são crianças adoráveis. Quando tem evento na propriedade, o ano passado teve o de Ecologia profunda, eles interagem com os eventos sem atrapalhar e terminam ficando amigos do participantes.
    Eu cheguei a ler alguma coisa do Rudolf Steiner, cheguei a ler também sobre antroposofia, tenho uma amiga que é médica e começou a tratar com medicina antroposófica, mas ainda é uma coisa distante de mim. É isso, chega de tanta conversa né?

    beijos a todos
    Maria

  143. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 12:56 pm

    Aviso aos navegantes.

    A gongada pode vir “a posteriori”

  144. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 1:22 pm

    castello e gil,
    parece-me que salgueiro leva hoje, não?

    outra coisa: pelas minhas contas aqui, um puxador de samba-enredo canta o samba aproximadamente de 40 a 50 vezes durante o desfile. existe algum dado a respeito? que cês acham?

  145. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 2:59 pm

    Teteco Telecoteco

    Quando eu era moleque ia sempre à São Luiz do Paraitinga pra Festa do Divinos. Ficava no sítio do meu amigo Cao Hamburger. A gente ouvia falar que São Luiz era uma das poucas cidades do Brasil com população decrescente. Um mistério.

    Fui ao site do IBGE agora e vi que segundo o censo de 2000, São Luiz do Paraitinga tem uma população de 10.250 habitantes com uma previsão de 10.872 para 2009. Não é impressionante?

    A cidade tem muitas festas além do maravilhoso Carnava e a Semana Santal:

    Festa de São Sebastião
    Festa de São Luiz de Toloza
    Festival de Marchinhas Carnavalesca
    Festa de Santa Cecília
    Festa de São Benedito
    Festa de Nossa Senhora das Mercês
    Festa do Divino Espírito Santo

    Toda população se envolve. Fora isso, a cidade está em um lugar estrategicamente bonito. No alto da Serra do Mar há menos de 20 quilômetros das praias de Ubatuba. Friozinho no inverno e calorão no verão.

    É bom saber que uma cidade tão procurada pela moçada nos períodos de festa se mantenha do mesmo tamanho. Um fenômeno demográfico nos dias de hoje.

    A melhor mesa de sinuca que já joguei foi lá, num botequim. Não sei ainda está, plana, verdinha e cuidada. Acho que sim. Onde o espaço físico se preserva, a alma se transforma.

    Acho que Carias fala do Carnaval da TV. Em São Luiz não há câmeras, nem camarote. A pinga é excelente, a pipoca tem cubos de provolone, as meninas usam saias brejeiras coloridas, as marchinhas são lindas e a festa não acaba com uma apuração.

    Mesmo assim o melhor carnaval ainda é o de dentro da gente.

    beijo na testa

    salem

  146. Lícia disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 3:17 pm

    Adorei o novo post, principalmente o título. Carnaval e língua são indissociáveis rsrsrs! Achei muito bom Caetano ter enumerado as suas questões no último parágrafo. Se é para pensar, que se pense dos dois lados. Ah, Tânia e Paquito foram meus colegas e amigos dos tempos de escola. Luedy, mande um beijo para eles por favor.

    Só fui brincar o carnaval (essa é uma expressão bem antiga e da qual gosto muito)dois dias. Sempre me impressiono com a quantidade de gente que trabalha durante o carnaval de Salvador. Existem inúmeras funções necessárias apenas durante os dias de folia. Tem os famosos cordeiros, gente organizando quem sobe ou desce dos trios, gente que levanta o fio de alta tensão para o cantor passar em segurança, vendedores de bebida, comida, catadores de lata, tem quem cuide do som, da roupa do artista, empresas só para organizar os camarotes, captadores de parocínio para blocos, as empresas que vêm filmar tudo…e mais um monte de atividades inusitadas.
    Não sei bem quanto de recurso é gerado com o carnaval, mas imagino que seja muito bom para a economia da cidade.
    Não gosto nem vejo razão em ficar comparando carnavais, é muito chato.

    Bjs

  147. mafra disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 3:17 pm

    pois então, seu caetano, o livro do bagno é bacana, não é?!? que bom que você mudou de opinião e que bom que fez esse texto pois, através dele, pode eu também rever algumas de minhas opiniões.

  148. luciana disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 4:15 pm

    Oi caetano.

    Ontem postei o seguinte no meu blog e estou enviando para você. bjs.Ps: Moro em Jerusalém.

    “Eu, você, depois quarta-feira de cinzas no país”

    Não. Não saí direto da leitura do “Noites Tropicais” do Nelsinho diretamente para a leitura do “Verdade Tropical” do Caetano, que estou fazendo agora. Fiz uma estranha ponte mas fui mesmo é de trapézio: tresli Memórias Póstumas de Brás Cubas. Uma volúpia do aborrecimento, talvez.
    Vamos dizer, então, com outros termos:
    Saí do DancingDays, me diverti, encontrei amigos, refresquei a memória das lembranças (Nelsinho vai da Bossa Nova à Era Collor num estilo gostoso, onde cada detalhe se torna episódico amarrando a narrativa como uma onda no mar. Parabéns, “Seu Nérson”, como dizia a Angela Rorô quando era alegre e jovem). Dormi, descansei, acordei, tomei um banho caprichado, coloquei minha melhor roupa, passei perfume (Memórias Póstumas de Brás Cubas) e agora estou tendo aula de pós graduação (Caetano Veloso).
    O exilio migrou. Pós anistia começamos a exilar nos departamentos das Universidades mais distantes, remotas do mapa, ou trancafiados em casa, remotos e distantes, deixando nossa voz em teses, artigos, quando muito. Fomos afundando no sofá junto com a esperança de um país melhor, desenvolvido, com nossos amigos, discos e livros na sala de jantar. Enquanto- o Nelsinho expressa bem isso- a música sertaneja corria solta, se tornando a cara do país. Gente apareceu, verdade seja dita, para dizer, ei, não somos alienados: Renato Russo, Arnaldo Antunes, Cassia Eller, Cazuza, Nando reis. Mesmo assim o trópico continuou meio triste.
    Desde que cheguei aqui só penso no Brasil. Mesmo no Brasil eu só pensava no Brasil. Aqui, definitivamente, aprendi que é possível construir um país. Me sinto com 500 anos nessa terra de meu D’us. O Brasil ficou mais velho aqui. Os judeus inventaram D’us, a gente inventou o Brasil e D’us está solto dentro de mim que consigo, de uma feita só, citar Caetano, Torquato, Rita Lee e Frenéticas.
    Uma das características do mito (grego, não midiático) é que queira você ou não, ele existe. O mito não depende de você para existir. O mito, diz Pessoa, é o nada que é tudo. E me diz respeito também: nenhum acústico do mundo poderia surgir se não houvesse um homem chamado João Gilberto, muito menos o meu. A realidade é que aprendemos com João para sempre a ser desafinados; bem baixinho; com a pena da galhofa e a tinta da melâncolia; Chega de Saudade.

  149. Vianna Vana Caravana disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 4:35 pm

    O caso dos pugilistas cubanos deve mesmo consternar muito a porção direita que é estratofericamente superior a esquerda aqui no Brasil.Nos esportes do mundo o futebol e a luta são os que dão muita grana para mundo e para o sub-mundo.O estímulo e o apelo instintivo que decorre do assistir as atuações num combate é tão poderoso e faz por ex.que o futebol no Brasil seja uma instituição privado-ditatorial recheada de elementos mafiosos bem aceita pela esquerda ou pela direita.Uma frase bem verdadeira que escutei recentemente foi do Carlos Langoni:-”O brasileiro é um capitalista nato”.Cuba também quer muito seus pugilistas.Dois homens se violentando barbaramente,até mesmo com “regras”,é valiosíssimo.Dois homens se amando…Toda vez que Caetano se antipatiza com a esquerda creio que é porque ela lhe é mais estimulante.Caetano é ateu como Marx.Tem essa afinidade elementar.Antes que falem sobre a “ditabranda” é bom lembrar que pimenta nos ôiu dus otro é refresco e que cê é bonzin té que pisem no teu calo.

  150. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 5:33 pm

    rafael,
    a frase de virginia lane foi sensacional! o link da rádio virtual de carnaval também! aliás, seu comentário inteiro foi ultra! tô curioso sobre esse samba dos mariocas…
    …………
    pessoal,
    sinto que a necessidade de reparação histórica [que é importante TAMBÉM] passa por debaixo da mesa de todas as discussões neste país. nada mais natural e neste blog/happening não sería diferente. seja linguística, seja música popular, seja o sexo dos anjos, o conforto de aplacar nossa culpa coletiva que nos proporciona a simples inversão de posições, é gritante. e simplista.

    pega o senhor de engenho, bota na senzala. pega o escravo fujão, bota na casa grande. resolvido!

    resolvido nada…o buraco é sempre mais embaixo. no carnaval, essa inversão funciona porque é fantasia, é simbologia, enfim. no resto do ano, esse fator nos cega. no mínimo, nos deixa míopes. canso de ouvir “o artista fulano é genial, ele ajuda sua comunidade”. ora, ao se discutir estética, isso tem que ficar de fora, senão não dá. a conversa já começa contaminada [dead from the start]. além disso, repito: pode-se salvar uma comunidade ou outra, mas será que não são sentidos efeitos colaterais em toda a população?

    não sou contra nenhuma manifestação cultural, o que me incomoda é que se toque sempre a mesma tecla [same old song and dance].

    se alguém se incomodar com uma ou outra expressão em inglês aqui, por favor, ignore e perdoe-me o vício.

    e chega desse patrulhamento, hein…tô falando grego? agradaria mais se fosse tupi-guarani? hahaha
    ………………..
    gil e paulo,
    um exemplo: as instituições e autoridades suíças aceitaram dinheiro nazista quando da segunda grande guerra, sabendo de onde vinha o dinheiro. ou não sabiam? ;)
    há toda uma discussão sobre o assunto.

    porém, o povo suíço e a suíça como um todo têm nada a ver com isso. há que se fazer essa distinção. digo isto, por perceber algum ruído na comunicação dos dois.
    …………..
    vô ali buscar dalila ligêro ["ligêro" é típico de salvador, hahaha]

  151. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 5:48 pm

    Concordo com Salém e Rafael, o Carnaval explode em todos os cantos deste país, com seus trejeitos próprios e suas variadas formas de expressão. Por isso, discordo plenamente do Carias.

    Salém diz lindamente ao Carias: “Vá a São Luiz do Paraitinga ver o público seleto e animado curtindo o show que eles acham que é carnaval e avise a moçada que aquilo não é carnaval”.

    Quem pode melhor defender a mistura de tudo e de todos no originalíssimo carnaval de São Luiz do Paraitinga é a cantora e produtora paulistana Suzana Salles, ela está inserida totalmente no assunto. Mas eu também sei dar aqui minha pitadas.

    Mais de 500 mil pessoas, segundo a imprensa ( a grande imprensa..Globo, Folha etc) passaram por S. L. Paraitinga nesse carnaval. E olha que a cidade é um recanto histórico bucólico e caipira encravado na serra do Mar entre o Vale do Paraíba e Ubatuba, litoral norte de Sampa, com apenas 9 mil habitantes. Lá nasceram Oswaldo Cruz e o compositor Elpídio dos Santos…”fiz uma casinha branbca lá no pé da serra pra nós dois morá..”.

    E não há nada de “público seleto curtindo um não-carnaval”. Tem ‘gentes’ e mais ‘gentes’.
    Tem funcionário público, desempregado, estudante, rico, pobre, promotor de justiça, jogador de futebol, mendigo, religioso, artista, criança, idoso, vagabundo, gente boa, gente má, peão de fábrica, pedreiro, engenheiro, médico, comerciante, poeta, apaixonado, desapaixonado…toda a miscelânea de tipos humanos que o universo vem criando desde sempre, como diria Ferreira Gullar.

    Nada seleto não meu nêgo…é todo mundo balançando o chão da praça ao som das marchinhas dos compositores locais, com os grupos Paranga, Quar de Mata, Kabereca, Estrambelhados e a banda Confrete puxando blocos como o Juca Teles, Maricota, Bloco do Barbosa, Bicho de pé de Catuçaba, Bico do Corvo, Balacobaco, entre outros.

    Nascidos para Dionísio em quatro dias..é isso aí.

  152. rafael rodriguez disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 6:47 pm

    Glauber,
    o Notícias do Rio (Tv Brasil - antiga TVE) acompanhou o antes e o depois da entrada de uma escola do grupo B. Começa com o aquecimento da bateria, depois uma música para animar o público (usaram o hino nacional em ritmo de samba).. Aí o intérprete faz aquela chamada e puxa o samba-enredo que foi repetido 32 vezes.

    Eu adoro essa música da Dalila!!!
    Gostaria de saber qual a ligação do carnaval ou da cultura baiana com o Egito. Não é a primeira vez que escuto uma música daí cantando o nome de lá.
    ————————-

    A quata-feira de cinzas por aqui será bem característica. Daqui a pouco vai rolar no Maracanã o clássico Botafogo e Fluminense.
    ————————-

    Saramago em seu blog:
    “Escrevi estas reflexões (…) pensando também na esquerda do meu país, na esquerda em geral. Que, apesar do que está passando no mundo, continua sem levantar a cabeça. Como se não tivesse razão.”
    http://caderno.josesaramago.org/2009/02/24/esquerda/
    ————————-

    Para animar o bloco. Achei um gerador de samba-enredo:
    http://carnaval2006.terra.com.br/interna/0,,OI836826-EI6235,00.html
    ————————-

    bjs.

    * Aqui no Rio o carnaval só vai “acabar” no domingo. Fui.

  153. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 6:50 pm

    Luiz (Seu nome é com Z mesmo? gosto de escrever com Z, não sei porquê…Brazil…Bezugo, Boznia…é pancada mesmo…) transcrevo para você o que Caetano escreveu sobre essa música:

    “Naira é o nome da moeda nigeriana. Kobo é a fracção.Two naira fifty kobo é o preço que o motorista do ônibus que servia à delegação brasileira no FESTAC (Festival Mundial de Arte e Cultura Negra, que decorreu em 1977 em Lagos, Nigéria)atribuía a tudo que se lhe encomendava e terminou virando seu apelido.Ele punha ju-ju music para tocar no toca-fitas do ônibus, que ficava estacionado em frente ao prédio tipo “Fundação da Casa Popular” que nos abrigava ( e que inspirou o termo “refavela” a G.Gil), e dançava horas seguidas, sobre o asfalto da rua deserta. Ele era feio e magro, usava sempre aquelas roupas estampadas e dançava com os olhos fechados.Parecia um pierrô bêbado dos Carnavais baianos dos anos 60. Sua dança,no entanto,tinha essa graciosidade africana e transmitia doçura e melancolia.”

    Glauber, o meu ponto de vista é igual ao seu…

    Abraxas

  154. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 7:18 pm

    Oi, Caetano e pessoal.

    Relendo o post e comentários, vejo que retomamos questões já visitadas por mim e o Luedy. Não vejo como o letramento de massa vá reverter as tais tendências, adequando-as ao padrão. Existe gente muito letrada e que cuja fala usa retroflexo, etc. Heloísa já esclareceu isso. O livro de Bagno deveria ter respondido essas perguntas: se não as respondeu, é que a explicação científica dada é mito que Caetano não aceita. Não vejo como dar maiores explicações, portanto, pois são tratadas sempre como construtos mentais, falsas representações sem fundamento no real, idéias doutrinárias de grupos — nunca ciência. Os a priori de Caetano são incompatíveis com a linguística. Melhor transar a onda da gramática.

  155. Marcos Lacerda disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 7:28 pm

    O melhor carnaval do Brasil é o carnaval carioca, o carnaval dos blocos de rua do Rio de Janeiro. No centro da cidade, foi espetacular o “Cordão do bola preta” e o “Carioca da gema”. Em botafogo, o
    “Maracangalha”, em Ipanema ” Banda de ipanema” e “simpatia é quase amor”, em Copacabana o “Rancho, flor do sereno”, no subúrbio,em abolição, o “tramela” com os incríveis “bate-bolas”.
    Mas já é quarta-feira de cinzas, acabou nosso carnaval. Recomendo aos blogueiros, Nando, Salem, Joaldo, ao Hermano,e a Caetano, e quem mais quiser e puder ir, o show de música popular de um cancionista contemporâneo que muito me tem surpreendido, o nome dele é Negroléo, e ele fará a apresentação na sexta-feira agora, no templo glauber, em botafogo, na rua sorocaba, 190. A banda é formada por um baterista de jazz e um guitarrista com formação em música erudita, além de negroléo no violão.
    Aliás, e o Cd do Caetano, hein, quando saí?

  156. Paulo Henrique disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 7:49 pm

    noutra vez impliquei com o “obra em progresso”, só agora atinei, estar em obra, em grego, é enérgeia, de ergo, trabalho, bonito isso! Caetano é tomista?

  157. Maria disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 8:01 pm

    Hermano, fiquei morrendo de curiosidade para conhecer o tecno-brega do Pará, logo quando as minhas irmãs chegaram do Fórum Mundial,falando do ritmo. Deve ser massa. Pena mesmo não ter encontrado nada para a gente ouvir.

    Adorei ver o Carnaval de São Luiz do Maranhão na TV, o de Paraitinga eu não vi, Teteco.
    Passa direito o site das tuas músicas, aquele que você enviou pelo orkut não abre.

    beijos.
    Maria

  158. gil disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 8:03 pm

    Faz mesmo frio em Londres, parece que vc est’a dentro de um refrigerador, na tv v’arios programas sobre culin’aria, acho que a `inglaterra em breve, se j’a nao ‘e, vai fazer a melhor cozinha urbana do mundo…falaram tanto da m’a qualidade da cozinha inglesa que eles foram a luta e ‘e restaurantes e chefs pra todo lado fazendo uma comidinha…hummm….essa gente ‘e assim, nao fica de conversa nao, vao a luta mesmo e mudam as coisas…
    salve mosqueteiro! ‘e evidente que nosso os’orio tamb’em tem razao na questao dos bancos sui’cos, a natureza hist’orica dessa peculiaridade helv’etica tem a ver com nazistas e judeus no per’iodo das guerras mundiais, mas isso avan’cou e hoje em dia j’a ‘e bem diferente. O sistema vai arrumando essa coisa e os americanos estao em cima, como donos do dinheiro do mundo nao vao abrir mao pra ningu’em do direito de …serem donos, portanto cada vez mais veremos essa ” peculiaridade” se reduzir, aos poucos. Mas o su’i'co ‘e muito mais que isso, como j’a vimos e portanto, nada de muita euforia que isso nao faz mesmo bem, sobretudo nesses dias de contencioso envolvendo a nossa brasileira numa questao complicada em terras sui’cas…vamos querer bem aos suicos porque eles merecem tamb’em e os podres deles nao sao piores dos de ningu’em, ‘e bom que se diga. Achei nosso Os’orio exagerado no coment’ario sobre a Sui’ca e sai atr’as…mas ele tem muita razao tamb’em…ficamos assim. Pra colocar mais molho poderia dizer que os americanos estao questionando at’e o volume de exporta’coes dos caras, pode haver muito super faturamento e muita transferencia de dinheiro via exporta’coes…empresas pequenas…enfim…a sujeira debaixo dos tapetes ‘e sempre …mas nao vou mudar meus argumentos com Os’orio, ‘e imposs’ivel e errado dizer que a fortuna deles ‘e TODA vinda dos ” maus” neg’ocios, talvez uma parte, ..mas que ‘e um jardim, ah isso ‘e…e eu quero passar o Carnaval por l’a com meu amigo Sal’em e preparando a recep’cao do Osorio que vai pra l’a antes de morrer, ah isso ‘e que vai que ele nao ‘e bobo nem nada…viva a sui’ca! e que deus nao nos desampare! Obama anteve que os americanos sairao mais fortes depois da crise…mas afinal crise ‘e pra que? Pros mais fortes sairem mais fortes, ‘e l’ogico.
    O julgamento do s’eculo continua, deve acabar semana que vem, The Pirate Bay est’a nos tribunais…quem ainda acredita que baixar m’usica ou filme pelo computador ‘e coisa legal? S’o no Brasil, ainda. Porque temos que ser tolerantes? o novo mundo ‘e o m’aximo, a AppleTV ‘e simplesmente o m’aximo…quando a teremos em portugu^es? E que hist’oria ‘e essa de lingua brasileira? Ao inv’es de avan’carmos vamos apagar as pegadas? …francamente…intoler’avel…lament’avel…

  159. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 8:31 pm

    Boa Noite blogueirs de plantão…

    Agradeço a explicação de Paulo Osório sobre a canção Two Naira Fiffty a Kobo, show.

    Maria, Salém, e aos que discordam do que digo sobre o carnaval, respeito a opinião e visão de vocês. Mais CArnaval igual ao Ria e a Bahia não há.

    Gosto das festividades televisivas e amo um trio elétrico.

    Acho linda as manifestações de um povo, ao parar a cidade, ao se envolver com o evento, mais felizmente esses eventos são benéficos a todos.

    Em referência a discussão sobre a Suiça, ou países Europeus desenvlvidos, creio que um áís semi desenvolvido não há de criticar os países “superiores” e melhor governado que eles.

    Temos que ver, trabalhar e aprender para nos tornarmos uma potência de mundo.

    Por momento é isso,

    Abraços a todos,

    Luiz Carias.

  160. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 9:07 pm

    Salém,

    Que legal que você conhece São Luiz do Paraitinga. Meus avós e meu pai são de lá.
    O Cao Hamburguer ainda tem sítio lá?

    É um mistério mesmo o que ocorre com São Luiz..o senso populacional já foi mesmo decrescente, hoje é estagnado. Na época em que meu pai era menino a cidade tinha cerca de 20 mil habitantes e agora tem mais ou menos 10 mil. Foi o declínio do café no Vale do Paraiba e o crescimento vertiginoso da indústria em cidades vizinhas, como Taubaté e São José dos Campos, que, juntas, atingem um aglomerado urbano com cerca de 1 milhão de habitantes. Enquanto isso São Luiz ficou lá, esplendida e bela no meio do mato, bucólica e histórica, a margem da invasão industrial que o Vale sofreu nos últimos cem anos. Monteiro Lobato se refere à ela em “Cidades Mortas”. Mas ele não viveu o bastante pra ver o carnaval original que de lá brotaria para o Brasil, demonstrando que de morta a cidade não tem nada. Além das festas que você, Salém, citou, tem também a “cavalhada, folias de reis, festa do saci”, entre lendas do “boitatá”, “curupira”, “mula sem cabeça”, “lobisomem”.

    São Luiz já foi considerada pelo governo paulista como a “mais caipira” das cidades do estado.

    É uma cidade muito musical. Enfim, muito artística. Zé do Caixão rodou um filme lá em 72. Mazzaropi sempre a usava como cenário, além de incluir músicas do compositor local, Elpídio dos Santos, em seus filmes. cenas do filme “A Marvada Carne”, com Fernanda Torres, também foram gravadas em São Luiz.
    O trabalho musical de Renato Teixeira (Taubateano) tem muita influência da música luizense.
    No início da década de 70 os Novos Baianos viviam por lá. E foi com uma luizense que o Paulinho Boca de Cantor se casou na época.
    O Paranga se apresentou bastante no circuíto do Lira Paulistana.
    Mas foi em 1998, creio, que o Sesc SP juntou as marchinhas carnavalescas de São Luiz para um show com um grupo seleto, entre eles, Tom Zé, Arrigo, Vanderléia. Daí a coisa explodiu por aqui.
    Além do interesse da imprensa nacional, o carnaval luizense já foi citado até no New York Times. Confira com a Suzana Salles.

    Tem mais músico e compositor em São Luiz do Paraitinga que qualquer outro tipo de ser-humano. E eu me orgulho de ser um pouco de lá também. bjs!!!

  161. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 9:09 pm

    já estive numa festa de São Benedito em São Luís do Paraitinga - é bem bonita - as folias de Reis e do Divino que há na região também são bacanas - o jongo que meio que desapareceu, ou não?

  162. Heloisa disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 9:48 pm

    Teteco, escrevo enquanto ouço a linda “Deusa Mucama” dos Cantautores. Será que o Caetano já ouviu vocês? Espero que sim.
    Só agora me lembrei de São Luiz do Paraitinga, cidadezinha charmosa e festeira no caminho de Ubatuba. Fiquei encantada com o carnaval (felizmente nada seleto), só pela forma como você e o Salem o descreveram. Parece lembrar o de lugares do Rio como Vassouras, Mendes e algumas cidades históricas de Minas. Acho uma delícia esse tipo de folia também.

    Porque são muitos carnavais, Carias. Às vezes fico pensando se você faz determinados comentários só para criar polêmica, ou se realmente pensa dessa forma enviesada a respeito de quase tudo.

    Gil, tenho um amigo suíço que mora aqui há muitos anos. Sabe o que ele diz? Que não gosta de sua terra porque lá, além dos negócios escusos, é tudo muito arrumadinho, bonitinho e tremendamente…BORING! (Pode me xingar. Como o Glauber, adoro misturar línguas.) Mas que é bonito andar por Lucerna, isso é. Sehr schön!

    Caetano, acabei de escrever ‘há muitos anos’ e me lembrei de comentar. Veja como é simples: se você substituir o ‘há’ por ‘tem’, a lógica fica muito clara. Você pode dizer ‘Isso aconteceu tem muitos anos’, mas nunca dirá ‘Isso aconteceu tem muitos anos atrás’. Com ‘atrás’, a expressão já não chama a atenção para o tempo que passou, e sim para um ponto no tempo: ‘Isso aconteceu (a) muitos anos atrás’, com a preposição facultativa. Pelo menos é assim que entendo essa pedrinha no sapato da gramática. Beijinhos. Você estava muito bonito cantando ‘Chuva, suor e cerveja’ com o Psirico.

    E viva o Salgueiro! O Tambor mereceu, mas acho que a Caetanave deu sorte. ;)

  163. Barbara disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 9:49 pm

    Caetano,

    Did you happen to see the article on CNN.com about some scientific research on men’s reactions to scantily clad women? I was amused to see that the photo that accompanied the article portrayed a woman “de biquini amarelo.”

    http://www.cnn.com/2009/HEALTH/02/19/women.bikinis.objects/index.html

    It seems, according to the article, that the part of a man’s brain that is activated when he sees a woman in a bikini is the same part of the brain that uses tools to achieve goals. Men use a different part of the brain when viewing fully clothed women, apparently.

    At the end of the article, they suggested areas for further study. I think they missed an interesting one. Since women are quite often more attracted to what they hear than what they see, perhaps they could find what part of a woman’s brain is activated when she hears a man with a beautiful voice. What part of the brain wakes up??

    I guess you are all resting now after Carnaval. Don’t activate any part of the brain. Get some sleep!

    Barbara

  164. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 10:41 pm

    Desculpe Hermano, vale esse.

    Eu digo mais Vianna Vana Caravana, todo mundo é intrínsicamente de direita e o super-ego é de esquerda!

    Engraçado que achava que Caetano era meio centro-direita antes de ler verdade tropical, talvez influenciado por uma informação ou outra superficial da imprensa.

    Depois de ler tive certeza de que ele é MUITO de esquerda. Apesar de, possivelmente, não ser muito chegado a uma parte de nossa esquerda, que em sua maioria é mesmo chata pra caramba.

  165. gil disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 10:43 pm

    Helo’isa!!! vc pode tudo, misturar l’inguas entao…vc pode Helo’isa, vc pode tudo …seu amigo su’i'co, que beleza, gosta do Brasil, melhor assim…uma vez dormi num hotel em zurique e no quarto fiz uma ligacao para o brasil, na manha seguinte pedi as contas e nao estava l’a a ligacao…chamei o senhor e disse a ele do erro, algo como 50 dolares, ele corrigiu e me olhou, perguntou para onde eu iria, disse que genebra, ele me perguntou por onde, eu disse pela autoestrada, ele pegou o mapa, nao havia gps naqueles tempos, e me disse, v’a por aqui, pela floresta negra, interlacken…fiz a viagem mais linda da minha vida, talvez, parando naqueles lugares a beira dos lagos, cruzando a sui’ca alema, que coisa linda…boningue….o senhor me deu um presente em troca da minha boa acao…que presente aquele sui’co me deu, passear pelo lindo pa’is dele…tudo bonitinho, arrumadinho, que lindo, um jardim…
    mosqueteiro! eu vi o filme do brad pitt, bem feito, tudo feito pra ganhar o oscar, mas a historinha ‘e muito sem vergonha, surreal, ganhou a favela indiana, f’abula s’o com tempero documentarista, tempos de big brother…durante o oscar eu torci pelo brad algumas vezes, fez um trabalho bonito, mas tem um exagero naquelas maquiagens…gostei, dos momentos de a’cao entao nem se fala, e brad ‘e o seguinte n’e…’e o nosso james dean…fiquei pensando na angelina, ‘e que eu amo a jolie, tenho 450 fotos dela no meu computador, coleciono como as figurinhas de moleque, porque nao, ‘e jolie de tudo quanto ‘e jeito, ‘e minha preferida…mas acho ela triste do lado do maridao, que coisa, uma impressao, talvez ciumes, mas sei l’a…eu sei, j’a ‘e mae de seis filhos, v’a saber o que ‘e isso…mas eu duvido que ela saiba cozinhar…preferia v^e-la procurando pelo principe encantado, depois que encontrou parece triste…acho que eu ‘e quem ficou triste nessa hist’oria…eu quero ver o filme do kusturika, eu quero ver Maradona! o guitarrista do oasis disse que nao tira fotos na rua, lembra um ditado que diz que a alma vai embora com a foto, simplesmente diz nao quando ‘e abordado. quer viver uma vida comum, andando por ai, mora no centro de londres, diz que assim d’a mais valor quando se re’une com a banda. o outdoor na rua ‘e do king of lion. julio cesar pegou tudo no jogo contra o manchester. carnaval? onde?

  166. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 11:11 pm

    HERMANELEZA. ESSE VALE!

    Eita! Teteco!

    Que beleza saber que você tem São Luiz do Paraitinga no seu mapa genético!

    O sítio que falei é dos pais do Cao e ainda está lá. Quando era moleque íamos muito. Uma vez Eu, o Cao e o Fromer levamos as bicicletas pra descer a serra. As pastilhas dos meus freios gastaram em 4 km. Tive que descer segurando a magrela. Lembro do Paulo Boca por lá com os filhotes. Banhos de cachoeira. Uma cobra coral falsa dentro da minha bota. Cheiro de bosta de vaca na brisa úmida do final do dia depois da chuva. O céu abrindo. Doce de leite e aquela bala que gruda nos dentes. Bombril na antena da Baby Empire. Paralelepípedos. Bandeirolas coloridas. Uma garota fumando um baseadinho sozinha, sentada no meio-fio. O velho que toca o violão de 2 cordas afinado em uníssono. E finalmente, o Carnaval mais bonito e romântico que vivi.

    Carias. Entre a Band Folia e a mulata globeleza, fico com Campeonato Espanhol. E não é porque a Espanha seja um país “superior”, não. É porque os brasileiros estão fazendo um carnaval por lá.

    in test

    salem

  167. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 25th, 2009 at 11:37 pm

    Apesar da minha implicância com o Carnaval na tela, há momentos que me levam às lágrimas.

    Caetano canta Nelson Ferreira no Marco Zero:

    http://www.youtube.com/watch?v=6vJpbDSTiMw

    duca!

    salem

  168. Paulo Farias disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 2:41 am

    O que é ser muito e o que é ser pouco? Não existe drama algum, ou é,ou não é “de” e nada mais além.
    Definir, ao invés de valorar é fundamental. O grau de intensidade é algo muito pessoal e pode destoar de pessoa para pessoa. Hoje eu apenas sigo minha consciência, que me conduz à “constelação do cruzeiro do sul”, pra ver se me oriento. Decepcionado não significa ressentido…
    Ainda guardo esperança dentro de mim e continuo a acreditar nas pessoas, sem me valer de “rotulos” e “estigmas”.
    Gostei de ver o final do jornal nacional sendo encerrado ao som de uma voz, entoando um frevo, de outros carnavais.

  169. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 2:48 am

    Oi, Caetano e Hermano:

    Publiquei em meu blog um texto a respeito de uma nota muito curiosa de Ao Vencedor as Batatas de Roberto Schwarz sobre Caetano Veloso cantando em inglês com “sotaque nortista”. Não está muito dentro do assunto do post, portanto não cabe publicar o artigo aqui. Vcs vão ter que ver lá. O blog está saindo como uma vírgula errada aí no obra, o endereço correto é http://www.penetralia-penetralia.blogspot.com

  170. Heloisa disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 4:56 am

    Barbara, now I’m curious about scientific research on the subject you’ve mentioned. What brain part would that be? It can’t be the same one that lights up when we listen to some beautiful instrumental music, or even to a great female voice. Do you think the parts would vary depending on the woman and the man’s voice? I certainly do. Scientists should really investigate that, as I’m quite sure the outcomes would surprise us all.

  171. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 6:01 am

    Hermano, o “jongo” pega mais forte no sertão de Catuçaba, distrito de São Luiz do Paraitinga. O secretário de cultura da cidade, Galvão Frade (violeiro e compositor dos bons), é especialista no assunto. A festa de São Benedito é uma das mais bonitas de lá. Legal que você já esteve lá, aliás chegaram a me dizer que você tinha ido a São Luiz. O Luiz Egipto, meu amigo, jornalista e um dos editores do “Observatório da Imprensa” mora no bairro do São Benedito há anos. Trocou a doidera de Sampa por um lugar na roça.
    Mas há uma festa “julina” no bairro dos “Caetanos” ( que nome familiar não?!) que é uma beleza; congadas, folias de reis, jongo, moçambique, maculelê, quadrilha e até maracatu, creio, com o Maracatu “Baque do Vale” do guerreiro Flávio Itajubá. Vale a pena conferir e tomar quentão, vinho quente ou pinga com mel, com bolinho caipira e as delícias do milho-verde. tem muita menina “caipira” linda por lá também, cheias de “erres retroflexos”. É pra se apaixonar de verdade.

    Heloisa, obrigado minha querida pelo lindo elogio. Não sei se o Caetano já ouviu o som dos Cantautores de Ilhona. Acho que não. Mas espero que um dia ele possa ouvir.
    Ah…você agora também se lembra de Saint Louis of Paraitinga hein?! Bjs!!!

    Salém, você e o Cao, mais o saudoso Marcelo Fromer foram loucos na empreitada de descer de bicicleta a serra entre São Luiz e Ubatuba. Aquela serra é punk, não há freio de bicicleta que não sofra nos seus sete quilometros de curvas super-íngremes. Eu já desci de moto, várias vezes. O padre Anchieta a desceu num burrinho, muito antes, para conciliar tribos indígenas em conflito, fato histórico conhecido como “A Paz de Iperoig”..e ele deu de cara com Hans Staden, um ruivo europeu náufrago no meio dos Tamoios, Tupis e Tupinambás. Todas tribos antropofágicas, mas Staden estava vivo, pois ruivo como era foi poupado pelo índios, acharam que ele era de outro planeta ( e era né) ou era um bruxo do mal.

  172. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 6:22 am

    I.
    Glauberovsky.

    Sua esgrima foi certeira.Deu Salgueiro na cabeça.
    É legal,quando a voz do povo é a voz dos jurados.

    E o Império Serrano,hein ?
    Fez um desfile de campeã,e foi parar no último lugar.
    Dessa feita,a voz do povo não foi a voz dos jurados.
    ( Dizem que falta patrono-bicheiro na escola ).

    II.
    Funk no carnaval ?

    No final dos 90,fiz carnaval em Casimiro de Abreu.( pacata cidade do interior do RJ ).
    Uma natureza deslumbrante,e um certo alheamento do povo em relação à festa.

    Pros lados da Barra,invadida por turistas,o pessoal se animava com a passagem do trio elétrico.

    No centro da cidade,onde foi armado o coreto,abríamos o baile com as marchinhas tradicionais,depois rolava de tudo - samba-enredo,axé,Tim Maia,Lulu,Jovem guarda,os hits da hora – depois fechávamos com as marchinhas.

    Nos intervalos,dava pra escutar vindo dos carrões dos playboys da área,o som do batidão.
    Seu Jomar que nasceu na cidade,disse-me que,o pessoal de lá,só gostava de Funk e música “de boiadeiro” ( sertaneja).
    É mole ?

    Castello,
    Desejando á todos um feliz 2009,que ora se inicia.

  173. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 9:26 am

    caetano,
    acho que cê vai curtir os “cantautores de ilhona” de teteco. bem brasileiro e muito competente, o som. e o nome da banda é uma onda, haha

  174. Maria disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 10:30 am

    Carias, não vou discordar de você, o meu Carnaval este ano também foi pela televisão. Só saí para ver o Caetano. Mas espero um dia, sair na Banda de Ipanema e nos blocos Ilê Ayê e Filhos de Gandhi. Será que vou poder?

    Salem, obrigadíssima pelo youtube do Caetano cantando Nelson Ferreira. Vou deixar para ver mais tarde, com calma, quando voltar do trabalho.

    beijinhos a todos.
    Maria

  175. Claudinha disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 10:44 am

    Caetano, diferentemente da Maria, sempre estou presente nos seus shows e aparições aqui no Recife. E fiquei no Marco Zero, debaixo daquela chuva até o fim.
    Literalmente, fui às lágrimas quando você cantou com Vítor Araújo: “Ôoo Saudade… Saudade tão grande…” Lindo momento…
    Foi uma participação maravilhosa, apesar dos problemas técnicos em razão da chuva que inundou a cidade. Mas, o que valeu mesmo foi você que inundou a cidade de luz e poesia.
    bjs
    Grande beijo.

  176. Márcio Almeida disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 11:00 am

    Cada carnaval com suas belezas, seja no Rio, Recife, Salvador ou em qualquer outro lugar. E sem comparações de qual é melhor ou pior, pois bom mesmo é que sejam todos diferentes. É claro que algumas diferenças despertam mais minha atenção. No carnaval de Salvador já há muito tempo as grandes estrelas são mulheres. Em Recife os grandes nomes do frevo, (incluindo os novos maestros), dos maracatus, do Mangue Bit e outros mais recentes são todos homens! Me agradaria muito ver surgir um grande nome feminino no carnaval pernambucano. Talvez Maria ou outro blogueiro conterrâneo de João Cabral possa nos informar melhor sobre essa possibilidade.
    A transmissão da TV não é detalhe pouco importante nessa história. O desfile das escolas de samba no Rio (e mesmo em São Paulo) me parece bem adaptado à necessidade de exibição na telinha, com tudo o que isso traz de bom e de ruim. Já o que aparece do carnaval de Salvador na transmissão da Bandeirantes pouco ou nada consegue me passar do que é estar ali ao lado de um trio elétrico ou dos Filhos de Ghandi. Talvez as novas tecnologias (alta definição, som de qualidade) provem que estou errado, mas às vezes penso que é um desafio impossível de ser vencido. Algo como transmitir uma festa de largo e ser convincente. No carnaval de Recife e de Olinda, que ainda não conheço pessoalmente, me parece haver o mesmo descompasso entre a animação que acontece nas ruas e o que é exibido na tv. Não sei dizer se os shows do Marco Zero foram por conta da necessidade de ter algo mais televisionável. O que sei é que, a exemplo do governo do estado da Bahia, o governo de Pernambuco é um dos patrocinadores oficiais da transmissão do carnaval da Bandeirantes. Estará sendo bem gasto esse dinheiro? Difícil responder assim de primeira. Saudações!

  177. Sírio Possenti disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 11:27 am

    Meu comentário não tem nada a ver com argumento de autoridade (que seria alguma coisa como “Fulano disse, portanto está certo”). Tanto que disse que o importante não era a posição ser uma ou outra, haver ou não concordância, depois de ler os tais slivros. Que o importante era tomar conhecimento dos argumentos do “adversário”. Meu comentário era contra atitudes do tipo “não li e/mas não gostei”.

  178. rafael rodriguez disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 2:19 pm

    Na segunda o bloco Exalta Rei desfilou pelas ruas da Urca e qual não foi a surpresa quando o Roberto Carlos apareceu na sacada e acenou para a turma… o povo o saudou com sorrisos e flores. Foi a primeira vez que esse bloco brincou, vai pegar!

    No próximo domingo (01/03) Caetano estará na Cidade de Deus comemorando o aniversário do Rio.

    bjs.

  179. Vianna Vana Caravana disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 3:08 pm

    É isso Vellame,isso aí!E Caetano pra mim sempre mirou a esquerda e de uma forma responsável por ele ser o que é.A esquerda não esta dando conta de se reinventar num momento em que o nosso mundo fixo numa órbita de direita fracassou e clama por novas idéias,modelos e porque não “regras”.Que força é esta que poderia estar guiando e cumprindo um papel decisivo mas quer perpetuar numa condição de antagonismo hipócrita com um agora decadente momento e ainda por cima obstrui e ocupa certos ninchos que poderiam estar ocupados alguma insurgência de fato concreta e reveladora.A esquerda é antipática nessa sua tangência grudenta ao óbvio declinante.Esse óbvio que daqui pouco acaba por se mostrar mais interessante aos olhos humanos carentes e prestes a se iludir com algum novo artifício de matéria.Pela liberdade?

  180. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 3:47 pm

    rafael,
    32 vezes é pro grupo B. acredito que no grupo A, os puxadores cantem o samba de 40 a 50 vezes. codiloco! ah, o gerador de samba-enredo é sensacional. eis o meu:

    “Raio de sol sobre o povo de Montezuma”

    Desde as eras mais distantes
    Carnaval é isso aí
    Massagistas e turbantes
    Mortadelas e diamantes
    Na Sapucaí
    Vem, vem comigo
    Vem comigo aloprar
    Na beleza dessa lenda
    Onde nunca fecha o bar
    Sonho, sonho lindo e tão bonito
    Se pisar no calo, eu grito
    Hoje tudo é convulsão
    Não, não quero acordar agora
    Vou dançar em Bora-Bora
    Salve a vinda do refrão

    (Refrão - 2x )
    Clareia, meu amor, clareia!
    Clareia que a passista não é feia!
    Esse ano grito “é campeão”
    Dei dinheiro ao júri em mãos!

    —-

    muito divertido isso, cara. hahahaha
    …………
    barbara,
    i believe women are specially inclined to kiss a guy with a beautiful voice and absolutely nuthin’ in his pocket! hahaha. take care, lady.
    ……………..
    gil,
    saquei o lance da suiça. obama criticou o protecionismo americano em discurso e foi aplaudido! o mundo tomou um ácido…purple haze! hahaha. bom pro brasil. seus últimos comentários tão show de bola também. abraço, velhão.
    ………..
    hermano,
    “zumbi do mato” é lóki, uma lenda!
    ………….
    heloisa vortou, para minha alegria. cadê labi? sobreviveu ao carnaval??

  181. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 4:09 pm

    Sírio Possenti, eu diria que vc está se utilizando da “falácia do espantalho” considerando que eu não disse que, disse quase.

  182. Sílvio Osias disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 4:11 pm

    Caetano,
    Aí está o mais recente atentado poético de Jomard:

    tranSpoesia pelo Sim do NÃO

    Jomard Muniz de Britto

    Quando se possibilita um passe pSicanalítico pela internet, a solidão deixa de ser uma pantera ou quimera. A escuta se torna escrita e tudo se institui em DEMO LIÇÃO , separando sílabas em interSignos.

    O processo paulofreiriano de alfabetização crítico-criadora reassume a práXis dos letramentos sociohistóricos. Outros abismos pedagógicos.

    Marias (Rita Kehl e Noemi Araujo) ouviram os fogos do carnaval rouge na travessia dos SEM terra nem traços? Pela internet. Pela intersemiótica.

    FILMEFOBIA & BBB aproximando pelo X a criticidade de Jean Claude Bernardet e a elegância recorrente de Pedro Bial.

    Nomes lealmente impróprios da crueldade?

    Danuza e Gullar escrevem sobre antigos carnavais nos alertando à longevidade enquanto arma quente e retórica requentada. Semanalmente.

    Comparar Sarkozy com Napoleão e Chávez com Maquiavel pode ser um despropósito grotesco em nossa tragicomédia nominalista.

    INFERNOLENTO desabando no marco zerado?

    Uma psicanálise desautorizada entrelugares dos Robertos, o Motta e o Machado, nos terraços do Country Club dos Aflitos, indaga sobre Zizek e todos desvelam fisionomia de paisagem deleuzeana.

    Cada um em seu território de conceitos & concepções.

    Todos sublimados. Entre vazios transcendentes. Penetráveis de Hélio Oitcica enquanto máquinas desejantes de quase TU DO.

    Mas implodimos quando Claudio Brasil convida Caetano para cantar na Toca da Joana. Docemente perversos, indóceis bárbaros em louvor do Paimãe da liberação de caras e bocas transpirando alhos e bugalhos. Pelo riso interminável do carnaval, toda análise pela internet será infinita enquanto inaugure o tempo virtual-analógico.

    Brasiliricamente satírico.

    Pelos abismos da Pernambucália.

    Ainda invocando o trio elétrico do RSI: real/simbólico/imaginário.

    Tudo pelo BLOCO do NADA com seus Saraus Filosóficos.

    Frevereiro/2009.

  183. Maria disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 4:45 pm

    Caetano,
    Terminado o Carnaval, restam os comentários.
    Descobri hoje que uma das proprietárias do Espaço de Arte e Terapia e terapias alternativas onde atendo shiatsu,uma negra belíssima é cunhada do Maestro Forró, da orquestra da Bomba do Hemetério, que tocou com você no Marco Zero.

    Ela que tinha emprestado o cd dela com músicas suas para a orquestra ouvir no ensaio, ficou até o final da apresentação, pois tinha certeza que você voltaria após ter cantado as quatro músicas com os maracatus.
    Ela disse que foi encantador, “Caetano foi só amor, só amor”. Fiquei morrendo de pena novamente de ter perdido isso. Adoro ouvir você cantando frevo. Não seria uma boa você convidar a Banda da Bomba do Hemetério para cantar algumas músicas no seu show de lançamento do novo cd aqui no Recife? a galera ía amar. Tenho certeza.
    Soube hoje que o Maestro Forró é filho de José Amâncio do Coco, também da Bomba do Hemetério. O cara tem mesmo a música no sangue. A Bomba do Hmetério é um bairro da Zona Norte do Recife.

    A Patrícia me falou também que depois do show vocês ( parece que ela não foi) foram ver um grupo que imita você no tempo da Tropicália. Fiquei super curiosa para conhecer. Parece que eles se exibem num bar em Casa Forte.

    Carolina, não lembra que passei um tempo fora da platéia dos shows do Caetano aqui no Recife. Devo ter perdido muita coisa boa mesmo,de 98 até o ano passado, mas já estou de volta. Agora é Caetanear o que há de bom.
    Você já leu Verdade Tropical? Leia, traz muitas informações, não dá para parar de ler.
    Esse blog me ajudou bastante, não só nisso, mas em outras coisas também.

    Thank you Hermano.

    Tetequinho dos Anjos, nossa! você me ignorou completamente. Todo mundo ouviu as tuas músicas menos eu. O jeito vai ser pedir a Heloísa pelo orkut o site das tuas músicas.

    abraços a todos, Maria

  184. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 4:51 pm

    Oi, Othon.

    Li o texto que vc indicou, “Quem come quem”, do Olavo. Achei um caso flagrante de “redução grotesca” dos argumentos do Marcos Bagno. Mas o Olavo faz tudo conscientemente, é distorçao deliberada, ideológica. Em momento nenhum o Bagno propõe deixar todo mundo “escrever como fala”.

    Para ele, criticar a tal norma culta e português padrão da forma como são ensinados hoje em dia, por si só, é capaz de fazer com que falemos em inglês no futuro. Ele inverte as coisas. Ele ele é que vai aos USA no Manhattan Connection falar da ameaça que a China representa porque é comunista (!). E o Bagno é que o “agente”…

  185. Maria disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 4:58 pm

    Queridos,
    Só uma retificação: não é banda, é Orquestra de Frevo da Bomba do Hemetério.
    Salem , eu vi o youtube do Caetano cantando Nelson Ferreira. Se você se emocionou assistindo ao vídeo, imagine você aqui no meio daquela chuva . As pessoas gritando, acenando para o Caetano, entre elas eu, pelo menos na primeira parte da apresentação. Agora um detalhe interessante, quando Caetano começou a cantar a chuva já tinha parado.

    M.

  186. Barbara disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 7:14 pm

    Heloisa,

    Just going on what I see at Caetano’s concerts, I’m wondering if it’s the part of the brain that processes the sight of a mouse in the house … causes lots of jumping up and down and screaming… I’m kidding, of course!

    I was wondering about this myself. I can see the evolutionary usefulness of men processing nude women as objects toward the goal of reproduction. I can see the evolutionary usefulness of women responding (like cats to catnip) to men who are rich, powerful, famous — it guarantees the survival of the next generation. But what could be the evolutionary usefulness of women being attracted by the sound of a man’s voice? I know it’s so, so true. I just can’t see why.

    Anyway, it’s nice to have a chance to chat with you again, Heloisa!

    Barbara

  187. gil disse:
    Fevereiro 26th, 2009 at 8:34 pm

    o papo ‘e esse:

    - You said the music interest has increased?

    - Over the past few years, there has been an expectation that music industry revenues would rise. The industry has a certain reliance on the younger demographic. The younger demographic have gotten used to taking their music for free from illegal sites, and many legal legitimate sites have struggled to compete with free. It’s a very simple proposition: it’s impossible to compete with free.

    - People claim file sharing is promoting sales in general?

    - That’s a very old fashioned concept with people don’t need to entertain anymore. In 2001, only one survey seems to support this, and since, about five have contradicted, and I don’t really seriously arguing that anymore. And in any event, the artist should have the right to determine how their product is used.

    - Through file sharing, the interest in concerts has improved?

    - Again, that was an idea that people discussed relatively recently, but not more recently. If you look at the most successful artists from live performances, every single one of them has needed a successful recording career to launch a successful live career. If you have published 21 albums, you can sell concert tickets, but if your first release has gone into #75 instead of, say, #20, you have not been able to build a platform.

    - There are also those that claim that TPB don’t differ from search engines like Google?

    - I don’t believe that bears for examination. We go to Google and they try to help us stop piracy. Our teams are working on a daily basis with Google to prevent privacy. If you go to Google and type in ColdPlay, you will get 40 million results. These will show you press releases, legal ColdPlay music, reviews, appraisals of their concepts, and a multitude of different things. If you go into Pirate Bay, you will get less than a thousand results, all of which will give you access to illegal music, illegal video or artwork. Unfortunately, The Pirate Bay does what is said in its description: its main aim is to make available unauthorized music. It filters straight material, identifies illegal material, and they do not deny it.

    extra’ido do julgamento do The Pirate Bay que est’a ocorrendo em Estocolmo.

  188. Paulo farias disse:
    Fevereiro 27th, 2009 at 12:44 am

    Prezado Othon,

    Procederei à leitura, inteligentemente, recomendada. Depois buscarei comentar o
    já comentado.
    Leio com atenção o que Caetano escreve e gosto muito dos comments de quase todo mundo, mas não busco ideologizar nada, muito menos o blog, pois seria um tremendo erro meu. Apenas dei um toque. Eu gosto de ser “burilado”, de sair do estado bruto…
    Gosto de gente que sabe argumentar e a Heloisa e o Luedy demonstraram isso muito bem. Caetano também sabe arguir, mas, no meu entendimento, deveria se desprender “dessa coisa antiga” que parece um ranço.
    Agradeço, de antemão, seu comment e buscarei examinar sua observação, carinhosamente.
    Grande Abraço

    PS.: Acabei lendo o texto recomendado. Fiz uma leitura muito superficial e acabei mais confuso que o mundo confuso de Caetano. Ele, pelo menos leu um monte de gente aqui citada, como o Bagno, enquanto apenas acompanho os debates aqui travados. O Olavo (agradeço-lhe por me ter feito conhece-lo) é um bom argumentador, sustenta a tese dele de uma forma tal que acabei viajando para uma época em que, Castro Alves ainda não era nacionalmente conhecido. Ele era apenas um poeta que se deixava influenciar por Vitor Hugo, numa época em que “bebiamos” o perfume cultural frances e respiravamos toda uma atmosfera iluminista. Mas, nessa viagem, fui conduzido a uma crítica literária da lavra do escritor Pedro Eunapio da Silva Deiró (era natural de Santo Amaro, ou Nazaré, formado em ciencias jurídicas por Olinda, ex-seminarista, jornalista, deputado federal pela nossa “provincia”…) na qual, elogiava a obra Gonzaga, de Castro Alves, bem antes de Machado de Assis…
    Eunapio era abolicionista, amigo de Fernandes da Cunha e, atendendo a um pedido do poeta foi apresentado ao senador Fernandes da Cunha, que o encaminhou a J. de Alencar e este a Machado…

    àquela época Eunapio enxergava em Castro Alves algo de novo, ainda que sob a influência da escola romântica francesa e isto o fez escrever, na crítica produzida, se já não era tempo de termos uma literatura genuinamente nacional. Ele via traços dessa literatura brasileira em Castro Alves e…
    Volto ao Olavo que, como bem observou é um ultraconservador que se expõe, no final do texto, pintando um Bagno, que nunca li, como se o mesmo não passasse de um “esquerdista”, um subversivo…
    Evidente que fiz, uma leitura superficial e que não conheço nada do Bagno, aqui tão citado, de modo que ficarei em meu humilde terreiro, apenas matutando uma coisa: Logo eu que tinha que ouvir missa em Latim, que clamava que as missas fossem celebradas em nosso idioma e que, ao ser introduzido na aprendizagem do Latim, deram esta língua como uma língua morta. Não seria o caso de examinarmos - e porque não o próprio pensador brasileiro - o que vem a ser uma língua morta e a influência que a mesma teve sobre outros tantos idiomas? O Coelho e o alface me fizeram lembrar do guarda chuva furtado dentro da Academia de Letras… Alí, insistia o presidente da Academia, só havia gente séria e o perdedor, ironicamente, disse: mas furtaram meu guarda-chuva! Os coelhos comeram o “alface” dele… Bom, alguém comeu alguém, no caso, a elite tem sempre bons argumentos pra comer o alface do povo.
    Finalizo dizendo que adoraria ajudar neste debate, mas me falta conhecimento. Fico com a língua brasileira sem o “de esquerda’ e sem o “de direita”, a ideologização do tema não servirá aos bons própositos dos impulsos renovadores de quem conhece o tema. Valeu a intenção,e, creia, minha alma não é pequena.

    Outro grande abraço.

    Me perdoem à pressa, pois sem ela eu erraria menos!

  189. Paulo farias disse:
    Fevereiro 27th, 2009 at 2:05 am

    Bem, esqueci de dizer que os biografos de Castro Alves esqueceram de citar que foi o primeiro impulso de Deiró, levando Castro Alves até o amigo Fernandes da Cunha (Deiró escrevia discursos para o grande senador, era colega de Alencar e amigo de Machado de Assis. Foi Deiró quem fez a primeira crítica (até apologética) de Castro Alves e a mesma foi publicada na Bahia, em Pernambuco e no Rio. Ainda não me dei ao trabalho de verificar se esta crítica serviu de lastro para aqueloutra feita por Machado. Eunapio só é lembrado por Pedro Calmon, talvez pelo fato de possuirem raizes santo-amarenses, ou por admiração, mesmo. De modo geral os biografos do poeta só lembram de uma carta que Deiró escreveu a Castro Alves, oferecendo trabalho e Castro Alves oferece ao amigo uma carta, em resposta, muito bonita, quanto mordaz em relação à sociedade baiana de então.
    Na crítica Deiró se propunha escrever sobre uma literatura genuinamente nossa e o que despertou nele essa consciência foi a obra Gonzaga de Castro Alves, que ele escutou todinha através do próprio autor. Em determinado ponto Deiró pergunta a Castro Alves se ele já tinha lido André Chenier e mostrou a Castro Alves uns versos do poeta francês, o que levou Castro Alves a brincar como se fosse um plagiário. Deve ter sido um papo esclarecedor e Deiró dá ao poeta a primeira grande crítica (de elogio à obra), enquanto lhe encaminhava ao amigo Fernandes da Cunha. Esta é a parte qe os biografos esqueceram de mencionar.
    Deiró, lá pelos idos de 1862 já se preocupava com a “identidade nacional” e isso é interessante pois ele era considerado um ótimo crítico e bom escritor, porém era sujeito modesto, desses que preferem escrever sob pseudonimos e acabou em um semi-anonimato. Nada a ver com xenofobia querer buscar uma identidade própria.
    O latim pariu tantoas outras línguas até chegar a “extinção”. Creio, se não estou exagerando em minha leitura superficial, que pelos critérios do Olavo o latim deveria ser conservado e tudo o que dele derivou, em termos de idioma, teria sido obra de subversivos esquerdistas loucos. Acho que ele usa muito bem as palavras e tem um rico acervo cultural, mas peca pelos exageros.
    Abraços

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