Chelpa Ferro e Ava Rocha (27/12/2008)
CHELPA FERRO E AVA ROCHA |
27/12/2008 3:16 am |
O par de dissílabos era irresistível. É fato que fui ver Chelpa Ferro no Casa Grande e Ava Rocha na Cinemathèque. Mas vou começar comentando o show do Do Amor. Também na Cinemathèque, o Do Amor fez um show animadaço. Além de grandes covers do Devo, do Ween e de Pinduca, a banda tocou seu repertório próprio, sempre muito bem, e trocou de figurino três vezes. Eu ia escrever que, para quem pensa que em banda “indie” os caras ficam parados e sérios (aquela marra de “indie”), o Do Amor era um desmentido, mas vi hoje no Youtube uma sátira de Hermes e Renato (muito boa) sobre bandas indies que cantam em inglês e tocam carimbó: deixei pra lá. Mas “Pepeu baixou em mim”, a versão de “Lindo lago do amor” e a “Bicha” de Pinduca seriam exemplos perfeitos. Compadrio e amiguismo à parte, Benjão, Ricardo, Marcelo e Bubu tocam muito. Marcelo estava pra lá de Marraquexe. Ricardo lançou uma voz de criança estrangulada que arrasou. As guitarras eram extremamente precisas. Em meio a uma confusão dos diabos, os caras tocavam com rigor. Tudo era para parecer travessura de garotos mas o show super bem preparado do Chelpa Ferro tinha mais o espírito de molequeira do que a bagunça do Do Amor. A primeira parte, com Jaques Morelenbaum regendo a colagem de trechos de peças clássicas feita pelos Chelpa não poderia ter parecido molecagem, mas quando os três componentes entraram, por trás de uma tela sobre a qual era projetado um vídeo de visual concretista, a decisão noise se explicitou. Os timbres, seus controles e a relação entre isso e as imagens de detalhes dos aparelhos eram chiques e bem combinados. O volume às vezes passava do suportável, sem nunca fazer dos ruídos musicais meros barulhos desprovidos de discernibilidade. Havia texturas ricas e intrigantes. Mas a reiterada repetição de uma estrutura que consistia em partir do quase vazio até chegar a clímaxes ensurdecedores desanimava o ouvinte de esperar surpresas maiores. Numa terceira ou quarta volta desse esquema, Barrão, Luiz e Serginho pareciam três meninos aprontando. Mas dava gosto ver o acabamento do espetáculo. A colaboração de dois artistas plásticos e um editor de cinema em favor da música tem resultado em arte livre e intensa, sem deixar de parecer a bricadeira de meninos que a deve ter inspirado. Ava tem uma voz grave. Não de timbre cúprico como a de Bethânia. Nem de timbre limpo e nítido como a de Simone. Nem de timbre cavernoso como a de Ângela Ro Ro. A voz de Ava tem muito ar. Tem grave mais doce do que todas as citadas. Ava apresenta composições suas com parceiros diversos. São canções originais, com letras de beleza difícil. A banda que a acompanha soa bem e os arranjos têm inventividade e equilíbrio. A violoncelista canta com musicalidade mais segura do que a cantora. Isso acontece quando – num número a que a platéia reagiu como a um hit cult – eles apresentam “Pra dizer adeus”, de Edu Lobo e Torquato Neto, em ritmo de marcha-rancho. Ava parece muito amável para ser uma nova moça de voz grave a virar mito na noite. Mas carisma para isso ela tem. Sou louco pelo Cascadura há anos. Chamava-se Dr. Cascadura. No CD mais recente, “Bogary”, a banda mantém o charme Rolling Stones dos primeiros discos, mas a sonoridade pesada tem textura de Queens of the Stone Age. É muito bem feito. Cascadura é uma banda baiana (merecedora da tradição soteropolitana que vai de Raul Seixas a Pitty) que já existe há anos e que leva quem a ouve a se perguntar por que é que ela não se tornou conhecida como deveria. Fábio canta de um jeito de causar inveja a cantores de rock brasileiros (e latinos em geral): emite a voz como se fosse alguém de língua inglesa e ainda pronuncia as palavras de modo a nos levar a crer tratar-se de um cantor americano. Seu timbre e seu fraseado são tão diferentes dos de Mick Jagger que no tempo em que a banda soava mais como os Stones isso conferia grande originalidade ao som, produzindo uma combinação de base keithrichardiana com canto mais melódico e de sonoridade quase R’n'B. Sob certo ponto de vista, ele é mais musical do que Jagger. Não sei se nos discos antigos eles já usavam auto-tuning como fazem agora. Creio que não. (Estou na Bahia e não sei se deixei o outro disco deles no Rio – quando estava lá não sabia se o tinha deixado aqui.) De todo modo, funciona muito bem com o jeito de Fábio cantar. O produtor andré t (que eu conhecia do disco de Rebeca Matta) participa como músico e deve ter contribuído muito para a criação do som massudo de “Bogary”. Aqui, embora essa gente toda seja baiana, não há compadrio nem amiguismo: não conheço pessoalmente nenhum deles. Suponho até que seja gente que nem liga para o que eu faço (o que, em muitos casos, é simplesmente ótimo). Fico feliz de poder mencionar esses grandes merecedores de atenção porque assim Glauber Guimarães vê que eu sei que a Bahia não pode nem parecer ser só música de carnaval. Não posso deixar de dizer a Glauber que a partir da faixa “Elnora” comecei a pensar em quão injusto é fingir-se que Lulu Santos é “pop” e que o “verdadeiro” rock brasileiro não lhe deve muito. Há um erro de português (desses que me incomodam) logo no título de primeira canção do CD do Cascadura: “Se alguém o ver parado” em vez de “Se alguém o vir parado” (ou, em outra aceitável hipótese, “Se alguém o vê parado” – mas a letra da música não autoriza esta última). Não vou encher o saco com meu nhem-nhem-nhem detalhista sobre por que é errado e por que me incomoda. Outro dia. Por ora, basta dizer que há coisas bem bonitas nas letras do Cascadura: “Juntos somos nós // Sós não somos não” (de uma canção que, aliás, eles dedicam a um casal de Porto Alegre, provando que a verdadeira Bahia – do rock – é o Rio Grande do Sul); “Em tua forma sadia escondes de modo eficaz // A fisgada da ferida que me é tão familiar” – este par de versos são da canção “Caim”, que começa assim: “Vou te pôr no meu lugar pra ver como você se sai”. |
4:09 am.
Bacana! Bacana!
Já estava desligando o pc e fui fisgado por este tópico.
Vou correr para cama, amanhã tem mais praia.
bjs.
o erro de português no bogary, notei logo que comprei o disco. estranho, porque fábio é dos que mais saca português e que lê. uma pena.
“caim” é minha preferida, justamente pelas frases que você mencionou. quando ouví, milhões de imagens vieram na minha cabeça. em várias canções da cascadura, ou sei de histórias por trás delas, ou ví fábio as compondo e o que mais acontece: quando ouço, sinto que ele tá falando por mim. expondo-nos ali. louco, isso. e eu fico agradecido. escrevo como quem escreve um diário onírico. fábio, além disso, faz crônica e é um storyteller. crônica da vida dele, dos amigos e da vida de rock aqui.
lulu santos é incrível. só radicalismos bobos o excluem. “certas coisas” é obra-prima pop.
eu sei que você sabe que salvador é muito mais do que se pode supor. sou aquele teu filho rebelde, mas é por uma boníssima causa.
“chelpa ferro” é um puta nome sensacional!
olha, lembra que cê disse que falaría do júpiter maçã? se puder, faça-o, please. talvez aqui nos comentários, mesmo.
abraço sincero nocê.
explico: tinha a música pronta e não conseguia dar um título. fuçando a grade de TV fechada, esbarrei com um equívoco de tradução na retrotv. eles traduziram “attack of the puppet people” [que deveria ser ataque do POVO marionete], como ataque das pessoas marionetes. bingo! se eu queria dizer que a vida tava mais pra filme B, nada melhor que um erro de tradução, nada mais B, hahaha.
colocar o título errado, foi uma escolha perigosa, mas fechei os olhos, respirei fundo e mandei bala. tenho o costume de nos títulos das músicas, tirar um sarro de mim mesmo ou da letra da música.
“A violoncelista canta com musicalidade mais segura do que a cantora”. O nome dela é Nana, excelente e bela violoncelista.
caetano é bonito isso que vc faz, de falar, elogiar, reconhecer, se fazer conhecer esses artistas e sei que vc faz de forma espontanea e sincera.
Um abraço a todos e feliz 2009, sobretudo ao Caetano que me permite aprender tanto a toda hora.
lulu é um letrista fabuloso [um cronista também, em suas letras], um melodista excepcional, grande cantor, excelente guitarrista, hit-maker PhD, um puta showman. um cara extremamente inteligente e meticuloso em seu trabalho. e como se não bastasse, produziu o TNT nos 80s e me lembra o jerry lewis [isso é o maior dos elogios no meu planeta].
citei “certas coisas” antes, mas é legal dar crédito também ao nelson motta. essa letra diz tudo. classe AAA [e pode botar mais uns dois "As", que não será exagero].
e se o pessoal mais radicalzinho quiser tacar pedra em mim, tamosaí.
bom, cê me chamou à responsa, ta aí: essa é minha humilde opinião sobre o lulu. abraço nele.
aproveito pra te fazer uma pergunta: cê já gravou ou tocou ao vivo, “river phoenix” de milton? se não, demorou…ficaria igualmente majestoso com você também.
tô comentando demaisssssssss…
vixe, será “se alguém te vê”? É difícil pensar sobre a língua. De todo modo, o “se alguém o vir” ou o “se alguém o vê” me soam distante de nossas práticas cotidianas.
Caetano,
Gostei das suas impressões sobre Cascadura. “Caim” é realmente muito boa e o “Bogary” é um presente, uma obra-prima. Leio seu blog há tempos, nunca comentei. Hoje, com esse post, não pude deixar de demonstrar minha felicidade ao ver que você sabe “que a Bahia não pode nem parecer ser só música de carnaval”.
Ah, sou de Salvador e assisti sua aula para o Coc. Arrasou.
Oi Caetano, a apresentacao do Chelpa Ferro me lembrou muito a do Cornelius (banda que voce deve conhecer e gostar). No link a seguir da para ver a abertura do show deles, chamado lindamente de Sensuous Synchronized Show: http://www.youtube.com/watch?v=1bG71cjixWw&feature=related
E aqui, em influencia reversa, o Cornelius tocando Aquarela do Brasil: http://www.youtube.com/watch?v=f1VERpl8DH4
Teteco e Castello e obreiros todos,
Pra dizer adeus estava na minha lista das maiores canções. Não encontrei Ava Rocha, mas achei essa pérola. Espero que gostem e que recebam como presente de final de ano:
http://www.youtube.com/watch?v=qYm_4tlSbIA&feature=related
Beijos e abraços paulistanos!
Caetano, mudando de assunto, mas algo que há tempo queria ter perguntar, por te considerar bastante otimista e eterno esperançoso - o que é ambos ótimo -, mas, bem, com a derrota de Gabeira no Rio e a re-eleição de João “Pedras Portuguesas” Henrique em Salvador não posso deixar de querer saber, você ainda acredita? Acredita no otimismo a na esperança? Acredita na justiça? Acredita no Brasil?
São 16 anos de estrada, escola de vários músicos e diversas histórias pra contar, e que ainda tem muita melodia pra render.
Um grande aplauso à trajetória da grande banda de rock da Bahia… Longa vida ao Casca!
Fábio é um cantor sensacional, mas falando de timbre, prefiro citar a acidez dilacerante do folk-facão Glauber, grande amigo. Este tá devendo lascar com os ouvidos e corações de todos daqui!
tá, o rock portoalegrês:
vc faz minha memória puxar TnT, Cascavelletes, Replicantes. eu era novinha, não podia curtir muito, nem tinha parceria, mas eram eles. depois muitas fases do engenheiros do hawaii, bem antes do Papa é pop.
nunca vi show da Ava. não poderia ser muito precisa, mas pareceu como se vê muito em alguns artistas: um subaproveitamento do timbre e da profundidade da voz. e na maioria das vezes são só ajustes de respiração. pra aproveitar bem seu material.
Do amor são uns amores
essa semana passei uns três dias dormindo e acordando com uma música deles pulando na minha mente. sabe qd liga o rádio interno, e nao desliga mais? vira e mexe vem ela e sua melodia: Perdizes.
bj pros amores, todos
escrevi um post, mas sumiu na hora de enviar.
Ok, minha vez de fazer papel de burro: não achei o par de ditongos
E, olha, nunca vi ninguém cantar melhor que Bethânia. Meu sonho é ter uma música minha gravada por ela.
Ah!!! Não são dígrafos em vez de ditongos???
Oh, gracias Alemão. “Pra Dizer Adeus”, de Edu e Torquato é realmente uma linda canção. Eu também esqueci de mencionar várias canções que adoro. “Coração Vagabundo” é uma delas.
Rosana, eu também só conhecia o trabalho do Luiz Zerbini, o Chelpa não.
Você tem razão Glauber, o Lulu Santos é um puta roqueiro, músico e poeta porreta. Quando eu era da turma do Ramones (ainda sou, com orgulho) muitos me detonavam por gostar sinceramente do Lulu.
Quanto ao “rock baiano”, eu sempre gostei, desde Raulzito. E também tenho acompanhado o trabalho do “Teclas Pretas”, saca Glauber, pelo myspace. O Cascadura é legal mesmo. Parece dissonante ou destoante pra mim aqui em SP - mas sei que não é nada disso - que em Salvador exista uma “forte” onda rock além da onipresença da axé.
Caetano e Glauber, eu já vi na televisão músicos do rock baiano reclamando de uma tal “ditadura” da axé music na capital soteropolitana. Eu , que sinceramente não gosto de axé como não gosto de comida japonesa, sem preconceitos, acho legal a dimensão dessa mistureba musical e cultural que se vê, mais nitidamente, na Bahia. Mas, se há uma ditadura da axé, não sei e não gosto de pensar que haja, de fato.
sugiro que se publiquem sempre links referentes aos comentários;
além da chance de novas aventuras pelo youtube e net em geral pode-se, individualmente, chegar a novas e atualizadas conclusões;
quando o anônimo comparou cornelius com chelpa ferro, já conhecia um pouco que era quase nada quando fui ver qual era;
barrão é bão, mas essas propostas do chelpa já estão na menopausa: não por falta do hormônio da criatividade, mas acho que por falta de um parceiro - no caso, um público - mais exigente;
telas e telões no palco surgiramo quando nasceram os projetores, claro; shows ao vivo com imagens projetadas para ilustrar o som fizeram debut com o velvet underground, by warhol, claro : respingos de tinta em círculos de acetato transparentes rodando no carrossel dos projetores de slides, formando “imagens psicodélicas” - acho que na verdade o psicodelismo é que se apropriou desse ‘design’;
sem esquecer, para o bem da história, que arte multimídia vem de lá também;
quanto às tendências, num mundo globalizado, o chelpa parece “antenado”;
mas em relação ao cornelius, nem o hubble calcula a distância.
…
caetano, o magnânimo, até a mim atura …
abrs paloma
Se o circuladô tem um lugar especial na minha memória, o assim caminha a humanidade de Lulu tb. Lulu Santos no palco é Rock ‘n roll!!
PS: o refrão que tomou a minha mente é de outra música de pinduca, o carimbó do macaco eu me esforço pra naum cantar pra não ficar semanas com o macaco vlho na minha cabeça ehhehehe
Boas amigos!
Glauber,
nem sou radicalzinho nem nada, e, para ser sincero, gosto muito de muitas músicas do Lulu Santos (volto sempre para o disco Tudo Azul, fico muito bem quando ouço). No entando, não gosto muito de MUITAS músicas do Lulu, talvez em maior proporção em relação às que gosto.
Isso me faz ter um sentimento vacilante em relação ao artista. Há quem meta o pau porque acha que é “legal” meter o pau no pop (sem analisar nem nada). Eu não tenho nada contra o pop, aliás, pop é um barato. O Lulu faz coisas lindíssimas, divertidas, interessantes e inteligentes que fazem com que a figura mereça todos os elogios que você conferiu para ele. O capricho, o showman, as melodias, a capacidade de criar hits excelentes, e tudo o mais.
Mas no final de tudo, na tentativa de retirar uma conclusão da estúpida balança que me obrigo a colocar os objetos de minha opinião, consigo dizer que gosto do Lulu Santos sem medo de nada, mas quando vierem os “mas” de quem me ouvir - e se forem bons - é provável que eu me bandeie para o lado de lá…
Eu mesmo não disse nenhum “mas” aqui, porque afirmo o seguinte: GOSTO DO LULU.
Junto contigo espero os radicaizinhos, e é bem capaz que depois eu ande com eles: Ricardo vai com as outras.
Pra quem quer conhecer melhor o PINDUCA aí vai um link de um site que eu acho bem legal:
http://poeiraecantos.blogspot.com/search/label/Pinduca
beijos nas testas
salem
esse tipo de separação é um lance bem século xx, tudo têm mudando muito…o nirvana, por exemplo, é selvagem, sexy, e cabeça [tudo no melhor dos sentidos].
isso pra não falar nas bandas que não se consegue definir mesmo. tá cada vez mais comum.
lulu santos faz música pop, claro. mas pra minha geração, suas canções são, numa definição louca, como a voz do inconsciente coletivo que vem do rádio. fomos influenciados por lulu por osmose. não há como escapar dele. mas é claro que sua influência é maior nas bandas que fazem pop/rock do que nas que fazem rock/rock.
o nirvana é rock freudiano, hahaha
Miriam
Legal que você gostou de INFORMAÇÃO. Se quiser assistir aos vídeos com melhor definição que no YouTube, aí vai o link.
http://web.me.com/fernandosalem/FERNANDO_SALEM/VIDEOS.html
beijo na testa
saqle,
gostei também da letra de “informação”. umas sacadas geniais. me chamou a atenção seu olhar firme, sincero, no video. passa uma credibilidade, uma personalidade da zorra. valorizo muito isso.
parabéns, velhão. quero ver suas próximas “traquinagens” em 2009.
Olá caetano, concordo com tudo q vc viu no cascadura, dê uma olhadinha no Nove Mil Anjos, http://novemilanjos.uol.com.br/ eles prometam agitar…tem baiano na jogada o Peu sousa filho do galvão seu parceiro em Farol da barra bjs
nao eh soh o casacadura que merecia mais reconhimento das bandas de salvador. das bandas dos anos 90 de salvador, como a casacadura, sao varias - que ja acabaram inclusive - que mereciam destaque e seu lugar no domingao do faustao. algumas: dois sapos e meio, licergia, crak!, dead biles sao algumas delas, que na minha opiniao eram ateh mais legais que a casacadura. dois sapos e licergia faziam fazian aquele roque-funk, meio chili pepers, crak era mais experimental e dead biles era tao boa que ja ouvi falar de paulista que era a melhor banda de rocabilie do pais. o fato era que, nos seus estilos, todas eram muito criativas e especiais.
e já que o post tem sobre cantoras e timbres, lembrei da Adri Deffenti. o último show dela estava encantador. tem uma gravação do Pra Dizer Adeus também:
http://www.myspace.com/adeffenti
O Bubu me lembra Porto Alegre, e minha videolocadora da esquina. parece que minha antena tava sempre na frequência. topado com ele por lá muitas vezes. acho que toda vez que ele passava por Porto e ía até a locadora, eu tava por lá. rs
Glauber, essa separação do “rock” e do “pop” foi da pesada, hein? Amizades sólidas já foram por água abaixo depois de uma tese dessas
fábio cascadura, o sr. gallahad, sempre elegante e sincero. adoro esse sujeito. precisamos nos ver mais, meu irmão…
…………….
gosto dos beatles e dos stones. gosto quando os stones querem ser os beatles e os beatles, os stones. e de vez em quando, até que róla um monkees, hahaha
No meu último comentário no POST anterior eu falava com o Eduardo sobre a tal de sociolinguística e, equivocadamente, disse; “A sócio-linguística (acho que o hífen aí está de volta)”. O hífem aí na verdade desaparece no pacote de novas regras de ortografia da língua portuguesa.
Hoje, na FOLHA há um pop-up com um resumo das mudanças e o hífen parece ter sido o objeto preferido da atenção dos caras que querem pilotar a nossa ortografia com critérios um tanto discutíveis.
No caso do encontro de vogais “gêmeas”, confesso que a mudança tem forte resultado visual. Sempre tive dificuldade de ler palavras como microondas. Prefiro que “micro” se separe de “ondas” por meio do hífen, por uma questão meramente de visualização da palavra.
O resto veio pra confundir. Mas o que mais me incomodou foi o desaparecimento do hífen nas palavras compostas em que o primeiro elemento é “bem”. Ficou feio. “Bem” é uma palavra muito bonita pra ganhar um “n”. “Benquerer”, por exemplo, é triste. A junção do “bem” com o infinitivo “querer” por meio de um “n”, transformou a belíssima palavra composta em um sibstantivo esquisitão que mais parece nome de coisa nenhuma.
“É só uma questão de se acostumar.” Me disse um amigo. Mas tal justificativa serve pra qualquer mudança nessa vida. As boas e as más. Mal-humorado continua com o hífen. Por quê será que essa tchurminha de linguístas gosta mais do “mal” que do “bem”? Fiquei pensando o seguinte e a expressão “mal-me-quer”? Ficaria “mal-mequer”? Esquisitaço.
Quanto aos acentos a grande perda está no atestado de óbito do acento diferencial (me lembro do Caetano falar sobre isso). Principalmente aqueles que nos ajudavam na percepção da diferença fonética de vogais abertas X vogais fechadas, como “pode” e “pôde”, “fôrma” e “forma”.
A entrada do K, do W e do Y no alfabeto é justa. Estamos em um país que adotou o W com carinho em milhões de nomes próprios importados com graça (e de graça) dos States.
Mas o mais estapafúrdio é a aposentadoria do acento agudo nos ditongos abertos nas paroxítonas. Assembleia? Ideia? Heroico? Essa também indiretamente é uma séria questão diferencial sonora. Afinal, temos palavras como teia, aveia, afoito, meia, também paroxítonas e sem o som aberto.
Se por um lado “a falta de uma ortografia comum à comunidade lusófona tráz dificuldades políticas” como argumenta o pessoal da Unificação (olha só a palavra aí de volta, Nando), por outro, essa homogenização está na contramão (escrevi certo, acho) da individuação das línguas. Eu escrevo e falo o “brasileiro”, uma língua de origem portuguesa, com certeza. Mas que com a potente influência das línguas africanas, índias e outras, tomou rumo próprio.
As unificações que contemplam a facilitação de intercâmbio cultural, como publicação de livros, documentos etc. fazem sentido. Mas as que desprezam a identidade sonora, fonética e a diversidade cultural dos países, são um retrocesso gigante.
Ora, se países de língua portuguesa, têm jeitos diferentes de dizer a língua, também podem ter jeitos diversos de escrevê-la. Se os vocabulários (a carne da língua) são diferentes, a ortografia pode e deve ter regras singulares.
A tese da unificação em grande escala nos leva ao argumento pífio de que no final dos tempos todos falaremos e escreveremos em “inglês” para facilitar as tais relações internacionais.
bêiju na tézta
çalen
LeAozinho, Hermano: No habría que darle un premio a Miriam? TAN LINDA!!!!! Se tomó el trabajo de contar los votos de Incompatibilidad. Fíjense en el comentario 424 de ese post.
Alemao: qué belleza ese video. Adoro esa canción!
Vi en youtube a LeAozinho cantando Forca Extraña. Visiblemente emocionado y muy bonitinho (muuuuuuuuuucho más bonitinho que Roberto Carlos).
No conozco a ninguno de los que nombra o L. en este post. Voy a fijarme en youtube.
Y para terminar…. algo que nunca está de más: Un beso para Joauuuuuuuuudo.
abr/bj
Fábio, você não deu mole; você só não tinha o Gilberto Gil ao seu lado para o alertar: o próprio Caetano ia embarcando nessa ao escrever a letra de “Haiti”, mas Gil o socorreu (conforme contado pelo próprio Caetano - onde mesmo?):
&
As escolas dos Beatles e dos Stones foram bem diferentes: estes mais calcados no blues e r&b americano e aqueles fissurados nas pepitas pop do pessoal da Motown e na excelência vocal de grupos como Everly Brothers. Mas é difícil essa comparação. Tanto quanto dizer que os Beatles eram comportadinhos e os Stones os sacanas - o primeiro disco dos Beatles “Please please me” é um trocadilho bem óbvio com sexo oral; as horas de palco em Hamburgo, ligados full time e com loucuras diversas, deixariam os Stones parecendo escoteiros.
Além disso, canções como “Helter Skelter” ou mesmo “Yer Blues” (ou as versões de “Twist and Shout” e “Dizzy Miss Lizzy”) são de um peso poucas vezes atingido pelos Stones. Assim como a delicadeza de “Wild Horses” ou “You Can’t Always Get What You Want” nada devem aos momentos mais ternos dos Beatles.
Caetano:
O Pinduca a que você se refere é o Rei do Carimbó de Belém do Pará?
Se for, existe o Deus do carimbó no Pará, que é o Mestre Verequete. O Pinduca é súdito dele.
Um feliz natal atrasado e um póspero ano novo a todos que fazem desse blog um espaço muito especial.
Um beijo para você Caetano Veloso e para sua família.
Luiz Carlos Cunha.
Falar dos Beatles e dos Stones e esquecer The Who e Beach Boys é meio piada, né? Porque os Beatles criaram tudo, são mais ou menos como João Gilberto do resto da música popular internacional (chamem de rock, pop ou marechal de mar-e-guerra, não importa).
Daí há Who, Stones, Floyd, Beach Boys, Hendrix etc., cada qual com sua vertente criativa ou, como os Stones, muito mais derivativa. Mas esse papo de dividir em rock e pop acho meio “qualquer coisa”, sério. O rock é pop. Inventaram isso de “pop” há coisa de uns dez, vinte anos, que é - smj - para abreviar “popular”, nada além disso. Não encerra, em si, qualquer valor rítmico ou coisa do tipo.
“I am The Walrus” é “pop”? “Come Together” é “pop”? “Revolucion #9″ é “pop”? “Tomorow Never Knows” é “pop”? Acho que isso não faz sentido. Colar nos Beatles um rótulo criado décadas depois, ou mesmo analisá-los em retrospecto, deixando de lado o singelo fato de que eles CRIARAM a música popular do mundo a partir de algumas bases d’antanho, convenhamos, é forçar um pouco.
Evamoquevamo.
* * *
Quando ao “vir”, um outro exemplo ótimo é a música “Bem Querer”, do Chico Buarque, cujo primeiro verso é um primor: “Quando meu bem querer me vir, estou certo que há de vir atrás…” - pois “bem querer” é o sujeito da oração e isso faz com que o verbo ‘ver’ seja conjugado no subjuntivo.
Escrevi “quando” e era “quanto”. É demais isso aqui. Máquina de fazer erro ortográfico!
Glauber,
gostei muito da comparação, a título de exemplo, entre beatles e rolling stones. Todo mundo tem um pouco de receio de rotular ou definir medalhões como esses, mas você foi ojetivo e claro.
Obviamente não dá pra resumir histórias tão intensas em poucas palavras e rotulações (pop e rock), por isso as ponderações do Nando também são pertinentes, apesar de eu achar que no início os beatles (independentemente do estilo de vida que poderiam levar) eram bem almofadinhas mesmo. Lembro da autobiografia do eric clapton num momento em que ele comenta que os beatles (já com um certo sucesso) aparecem num show dos stones num bar em londres e ele acha um tanto ridículo e gratuito aqueles caras vestidos quase iguais, com casacões, de comportamento blasè, enquanto ele e outros buscavam formas mais pessoais de expressão em suas roupas, estilo e postura.
Mas o melhor mesmo foi o rock freudiano do nirvana!
Abraços.
é..o Fábio Cascadura, indiretamente, respondeu pra mim; “já não cabem mais comparações” entre as vertentes musicais que pipocam na Bahia. e mais..”cada qual com seu cada quem”. belo!!! eu qero deixar claro que não existe nenhuma birra minha em relação a axé music, ou sertanejo, funk carioca, pagode paulista. posso não gostar do estilo, da pegada. porém, o sol é pra todos. eu já vi Alceu Valença dizendo que “tem muita gente ruim bloqueando o caminho de gente boa” e também André Abujamra dizendo que compositor paulista é um ET no mundo da música brasileira, alegando que as rádios e TVs pouco se importam com o que é produzido em Sampa. mas, será assim? O Luiz Melodia com todo charme choramingava que seus discos, lindos e brilhantes, não tocavam nas rádios. e mesmo o Djavan disse certa vez que não acreditava que Melodia não tocasse em rádios. por outro lado, o último show do Melodia que fui ver estava lotado. e o Cordel do Fogo Encantado, que também não aparece muito na mídia, ou quase nada, leva muita gente para seus shows. é claro que muito desse..podemos dizer..mercado paralelo..ou complementar..das coisas instituídas em rádios e TVs se deve ao fenômeno da Internet. mas, enfim, concordo com o Fábio Cascadura, não existe um fosso entre os estilos e os artistas e dá pra todo mundo trabalhar em paz, com a benção de Nossa Senhora da Penha..que protege o baião de todo mundo, com sua guirlanda de milagres espalhados lá do alto sobre todo o Brasil.
ass.: glauberovsky
Glauber
Que bom que cê gostou. O vídeo do INFORMAÇÃO, assim como a canção, é de 2001. Antigão, pra velocidade dos tempos atuais. SAMBADIFERENTE é de 2006 e foi produzido como trabalho de conclusão de curso de uma molecada da pesada do Instituto Criar aqui de SP, tocado com maestria pelo Luciano Hulk e com colaborações do Fernando Meirelles, Cao Hamburger, gente de cinema, TV, música, artes plásticas e o escambau.
Quanto à dialética do POP/ROCK, / BEATLES/STONES, acho bem pedagógica, lógica e analógica num certo sentido, mas quando a gente aproxima o zoom e sente o cheiro de amplificador valvulado tostando, tudo muda.
Ao que tudo indica Jagger é um sujeito lúcido, bom de grana e de som e administrou a sua imagem (persona) de maluco como um executivo brilhante. Os rapazes de Liverpool, por outro lado, penteadinhos encapando os cadernos das meninas, eram bem ousados nos bastidores. E não negavam fogo diante das drogas.
Há muito de rock and roll na encarnação dos bons rapazes, que flertaram com a indústria, blefaram e se retiraram para viajar nas drogas e no espiritualismo.
Pra mim que “era um garoto que amava e os Beatles e os Rollings Stones” não havia essa diferença entre pop e rock instalada a partir do final dos 70.
A idéia de rock está enraizada em duas células: música e comportamento. O blues e a transgressão.
A idéia do “pop” se enraiza na indústria. Portanto rock and roll pode ou não ser produto pop. Os conceitos não são antagônicos e opostos. Os Stones ficaram extremamente pop a partir dos 70. Rita Lee é uma roqueira 100% pop. Lança Perfume não é rock and roll musicalmente, é pop conceitualmente, mas há algo de rock and roll na letra daquela marchinha.
Hoje, dá pra dizer que Dudu Nobre é sujeito pop. Eu sei, eu sei… estou aqui contrariando todas as verdades e mentiras sobre gêneros musicais. Mas essas fronteiras foram dilaceradas por Andy Wharoll. Não há mais volta. Vendeu, imprimiu, foi ao Cassino do Chacrinha, é capa da Rolling Stones, vestiu a camisa da seleção, licenciou sub-produtos, entrou no álbum de figurinhas, tem boneco na loja… então é pop.
Nesse sentido, Jagger, Elvis, Michael Jackson, Beatles, Madonna ou Ivete são artistas pop independentemente do gênero musical que produzem.
A grande sacada do Lulu é que ele percebeu estilos musicais diversos por trás da produção dos seus ídolos ancestrais. E com isso fez rock, bolero, sambalanço, balada e dub, tudo com excelência pop. Nos riffs, refrões, levadas, performaces, entrevistas, figurino. Em tudo. Ele é a essência do pop.
Sei que essa conclusão um tanto redundante, de um tempo pra c se tornou incômoda pro Lulu. Isso porque um monte de gente burra resolveu separar as prateleiras em MPB, Rock Nacional ou Pop Nacional, criando uma oposição indigesta.
Em muitos momentos, Lulu tem mais a ver com o Tropicalismo e com Mutantes do que com o montão de bandas contemporâneas ao seu trabalho. É como se o rótulo “pop” fosse diminuto ao lado dos grandes “baluartes” da MPB.
Aí é que a coisa se confunde. Lulu é um compositor à altura de outros grandes compositores brasileiros, de samba, rock ou marchinha. Esse é um tributo que lhe falta mesmo. Hit maker ele é mesmo, mas não como Sullivan e Massadas (atenção: gosto dessa dupla). É um hit maker como Braguinha foi. Sabe fazer música boa que gruda. Isso porque também tem música ruim que gruda e vende, e nem por isso o autor merece o status de hit-maker.
Temo que a palavra pop esteja um tanto cansada e o Lulu cansado dela.
beijo na testa
salem
Caetano - Não sei mas, desde que li o inicio do seu post tive a sensação de que este par de ditongos poderiam ser os ditongos abertos éi e ói das paroxítonas que com a nova ortografia perderão seus acentos. Esta idéia dói mesmo!
Carolina (nome da minha filha) e Pinduca (o apelido que meu filho teve quando era criança), este Brasil é tão fantástico e maravilhoso e alegre e quantas saudades sinto daí, fui ver o Pinduca e o tal do carimbó do macaco, que legal isso adorei, este Pinduca é uma figura que não conhecia. Depois fui ver siriá a dança parece aquela coisa de acasalamento com uma participação masculina muito interessante, passa por um momento de grade sensualidade, depois a felicidade da o arremate final (não querendo ser vulgar ou dar esta conotação a esta dança que gostei muito mas, diria que ela é um ato sexual completo). E para terminar fui aprender o sirimbó num video com Zeca Baleiro e me diverti muito, mas esta coisa de carimbó ou sirimbó me lembra muito a Fafa de Belém que no começo da sua carreira dançava muito.
Diz a historia da musica que na década de 80 surgiram muitos grupos de Rock ou pop/rock como chamou ai o Glauber.
Lulu começo de carreira… um roqueiro romântico e dançante!!!
http://www.youtube.com/watch?v=QWzj1w2Tv5M&feature=related
Mesma época…
Blitz
http://www.youtube.com/watch?v=fYnYtT88mCI&feature=related
Barão Vermelho
http://www.youtube.com/watch?v=q_b3cM_lDuI&feature=related
Legião Urbana
http://www.youtube.com/watch?v=UUrTxt1yCz8&feature=related
mesma decada Camisa de Vênus
http://www.youtube.com/watch?v=YzPjhDHXp7w
Gravata, pois é os vídeos do Salem são muito legais mesmo, ele tem muito ritmo, e a letra parece que vai surgindo numa construção muito criativa, eu gostei muito e fiquei como a Carolina com a musica do macaco… cheia de “informação” na cabeça.
Andréa fui ver o myspace do teu amigo MAKELY KA, muito legal, gostei mesmo, mas dali fui navegando pelo mayspace e que bárbaro que anda aquilo, fiquei a tarde toda ali, quantos artistas voltados a musica tem ali que coisa impressionante, fiquei pasma… eu andava vendo o youtube que lá tem muitas coisas, assim como estas relíquias que postei ai, mas o myspace se tornou um espaço musical, fui vendo os amigos e os amigos dos amigos e assim fui indo e, indo, e daí o Franco me acordou (risos) e disse que estava na hora do jantar.
Beijos para todos e tem muitas coisas para falar neste post, já fui ver tudo, aprendi demais mesmo.
1.Rosana Tibúrcio,
2.Regras gramaticais.
Quem de nós,quando entra num boteco pra tomar um café,ao invés do tradicional - me dá um cafézinho - diz - dei-me um cafézinho ???
Eu discordo da malandragem.Defendo a aplicação correta da gramatica,apesar de viver sendo humilhado por ela.
3.Alemão amigo.
mistérios moderativos…mistéeeeeeeerios…
Um abração Imoderado do Castello.
Eu acho que vou escrever heróico pra sempre com acento e jamais escreverei benquerer (que horrível!). Eu resistirei!
Adorei o link para saber mais sobre PINDUCA! Aliás, vi a Fernanda Takai cantando Sinhá pureza no You tube, uma coisa de lindo!
NANDO: Nossa please, please me tem essa conotação? Ai como sou inocente!
Bjs e boa semana a todos!
Gravataí: não há nenhum par de ditongos. Eu ia escrever “o par de dissílabos”. Vou lá consertar. A idéia era tão bonita! Mas eu, escrevendo às pressas, errei. Vou ver se abro lá e conserto. Vale a pena. Obrigado pelo alerta. Eram: Chelpa Ferro e Ava Rocha. Dissílabos. Acho que fiquei com a palavra “ditongo” grudada em minha mente desde aquela conversa comprida (e para mim sempre interessante) com Eloísa.
Caetano, que texto todo lindo. Delicioso. Dá gosto ler seu blog, todo dia. Eu quero que você venha comigo. Estou longe do computador em dezembro, mas não pude deixar passar esse presente de fim de ano. Toda palavra. Você, como sempre, você.
Em tempo, feliz 2009, pessoal!
Eduardo Luedy, seu comment foi ao ar sim. Li e respondi. Vá lá no outro post. O texto do Possenti é errado: ele diz que não aceito “sifu” nem “sífu”. Não é verdade. “Sífu”, aceito. “Sifu”, não. Apenas aproveitei a bandeira para comentar o trato que têm merecido de escrevinhadores pátrios as palavras coloquiais relativas a sexo. Adoraria ter boas conversas com sociolingüistas (deixem-me usar o trema ao menos até o dia 31 de dezembro!). Gosto muito do assunto que abordam. Não gosto do preconceito contra os professores de gramática. Acho isso elitista, pedante e pouco compassivo. O contrário do que pretende ser.
Nando, Gil não me corrigiu em Haiti. Em minha casa sempre se disse “vir”: se eu vir, se tu vires, se ele vir, se nós virmos, se vós virdes, se eles virem. Meu pai, minha Ju, minha mãe, minha Daia - ninguém jamais diria “se você ver”.
Fábio Cascadura: estou interessadíssimo em saber sobre os túneis de comunicação entre rock e carnaval na Bahia. Para mim há e sempre houve muitos (já escrevi sobre isso aqui). Repeti arremedo de oposição para dengar Glauber.
Gravataí, cansei de procurar os ditongos, como você. Até pensei que alguns dias de férias já tinham apagado minhas noções de gramática…
Nelson, você já está mandando músicas para outra: pensa que eu não vi? Um beijo assim mesmo.
Também acho uma boboagem o que fazem com o Pasquale. Justo ele, que usa uma medotologia bacana, doce, interessantíssima, lecionando GRAMÁTICA NORMATIVA (!!!) por meio de exemplos colhidos na música popular, no dia-a-dia etc.
Em São Paulo, por exemplo, é quase um insulto. Quem usa uma linguagem minimamente mais acertada ou se atreve a fazer uma correção - mesmo a um amigo e de forma privad -, já ganha o apelidinho de “Professor Pasquale”. E, a depender da turma, o fato de saber que “mim” não conjuga é o bastante para merecer a alcunha.
Lembro-me de uma entrevista em que Caetano defendia a revista “Caras”, justamente pela coluna da Etimologia, e acho que é por aí. Há espaços interessantíssimos que podem e devem ser ocupados por coisas extremamente bacanas e instrutivas, mas há forças contraproducentes que vão numa onda - e é mesmo uma onda - na base do “isso não é legal”, quase como um “patrulhamento” (ou efetivamente um patrulhamento).
E digo isso aqui numa boa, sem medo de errar: se o “sifu” fosse dito em qualquer outra ocasião, sem ser pelo Lula, não haveria tanto lingüista reclamando. Assim como boa parte dos anti-caetanistas não existiriam se não fosse o ‘apoio’ (nem sei se houve um apoio, na verdade) a FHC em 1994.
Há muita bobagem partidária que infelizmente contamina outros campos e isso prejudica todo o resto. Essa conversa é chata, eu sei, e vem desde antes, né?
Eles, em política, são ainda piores do que eram em estética…
Teteco, Caetano não aceita ’sifu’ porque dessa forma a sílaba tônica (forte) seria ‘fu’. Como a sílaba forte é ’si’, o acento deve aparecer obrigatoriamente nela, porque a palavra termina em ‘u’: regrinhas.
não, os beatles não eram os bonzinhos e os stones, os mauzinhos. sei disso.
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“dengar”. hahahahahaaha
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“pãos ou pães é uma questão de opiniães…”
essa frase acima é velha. e boa. um maravilhoso professor de gramática que tive a usava sempre. claro, ponderava ele que as regras são vitais para o funcionalismo de uma língua e que o além-regra ( o povo é o inventa-línguas) é vital para sua graciosidade. e muito da poesia vai nessa. sendo assim, Fábio errou, mas ele está nos limites ilimitados da poesia. e já aprendemos que “a poesia está para a prosa assim como o amor está para a amizade”.
mas, Caetano, simplesmente não entendo porque que você aceita “sífu” e não “sifu”. no meu modesto entendimento ( sou somente um escrevinhador metido a besta) não vejo diferença semântica alguma nas duas ou nas duas formas.
acho “escrevinhar” fantástico. adoro. no meu sertão, quando estou por lá, sempre me deparo com esse “escrevinhar” na boca do povo. e tem um genial samba de Bezerra da Silva, o “Pai Véio Sete Um” que diz…” escuta o que pai véio vai dizê e num papér tu vai escrevinhando”. Hulll…Bezerra é lindo.
Dr.Cascadura é bacana. O disco Bogary é rock-bateria-guitarra do começo ao fim, e com letras diretas, sem trocadilhos, ou muita dificuldade de entendimento. O vocalista me lembra a voz do Dinho Ouro Preto, do do grupo Capital Inicial.
Vi a banda DO AMOR, no Circo Voador. Eles abriram pro Arnaldo Antunes [com o show do disco "Ao vivo no Estudio"].
Bom, o que posso dizer daquele dia: som com muitaaaaaaaaaaaaas influencias [ tipo, Pinduca, Gonzaguinha, rock pesado, Genival...]
mas… muito barulho pra nao muita coisa.
A música ” Tarado ni você” - do caetano - seria a cara DO AMOR se viesse numa versao rock pesado.
Ainda bem que depois veio a apresentaçao do show calmo de Arnaldo [ com o filho do Paulinho Boca de Cantor e cia... ]… um show sereno, e com otimas perfomaces.
por falar em Piduca:
3. Logo depois de ler o comentáro do Salem sôbre a nova ortografia,recebi de um amigo por e-mail,o resumo publicado no estadão.Deixo o link pra quem se interessar.
http://www.estadao.com.br/ext/especiais/2008/11/guia_nova_ortografia.pdf
No final vem um pequeno texto fictício,mostrando como era escrito até 1930,depois até 1970,2008,e como será a partir de 2009,e o nome dos países que assinaram o acordo.
Oi, Caetano.
feliz tudo “cumpadi”.
grazie!!!
os comentários de celso, teteco e castello são sensacionais, morri de rir aqui. abraço pra toda essa gente bacaníssima. feliz tudos!
………………….
estamos caminhando para 2009, século 21. nasci em 1976. gosto do meu tempo, da tecnologia. mas pra mim, o futuro só vale a pena se embebido no vinho dos anos 1920/30. tô deixando meu bigode crescer e pretendo usá-lo com as pontas viradas para cima, discretamente. não me importo se as pessoas acharem ridículo. este sou eu. quem me conhece de perto, sabe que é sincero.
quando uma nova renascença chegar, como aconteceu nos late 60s, estarei lá. junto com os futuros ovalles e robertos e viníciuses [tá certo viníciuses?].
não há nada de melancólico ou nostálgico ao extremo nisso. é uma festa. pessoal e intransferível. quem quiser entrar, bem-vindo. vocês aqui, estão todos convidados.
êee, vidão…
‘delirium leteris digitalis’ - deve ser o nome que se dá quando vc tem certeza que digitou o que pensou … mas, escreveu, não leu : o pau comeu !
um amigo disse que às vezes comete erros de propósito, só para ter certeza que, lamentavelmente, é humano, e entende a diferença entre o certo e o errado …
“sabem quem “vai vim” aqui no mais você tomar o café da manhã com a gente ?” sei não, e vou desligar …
abrs paloma
caetano,
tentando desfazer a confusão: eu mandei, anteriormente ao meu último, dois comments que não apareceram aqui - acho que foi por conta de ter trazido de volta a conversa sobre o “sifu”. Foi por isso que fiz q]aquele apelo aos moderadores e, ao que parece, consegui sensibilizá-los : - )
Eu não manjo de gramática (o que não me impede de escrever razoavelmente bem, ou seja, de me expressar com algum manejo na língua escrita). Tinha pesadelos na 3a série do ensino primário com a tal análise sintática. Aquilo ali foi feito para retirar o prazer da leitura e da escrita de qualquer mortal. Talvez seja por isso que me identifique tanto com a conversa dos sócio-linguistas (com ou sem hífen). Eles defendem que as crianças não sejam apoquentadas com regras e nomenclaturas (as quais deveriam ser reservadas aos profissionais da língua, ou a quem tivesse interesse em aprofundar conhecimento sobre seus mecanismos; o que, convenhamos é demasiado para aeducação de crianças que deveriam estar sendo estimuladas a ler e a produzir textos, tendo prazer com isso e não ficando com medo de cometer “erros”.)
O lance do cascadura com o “se você o ver” é curioso porque soa a erro induzido por hipercorreção. Fico tentando pensar nua maneira mais corrente dese falar esta frase: “se você ver ele”, “se você lhe ver”… o elegante e “correto” “se você o vir” não me parece coisa comum.
E é aqui que eu pego o gancho para falar que eu não vejo preconceito dos sociolinguistas para com os “gramáticos” de plantão. Vejo críticas bem fundamentadas. E vejo, antes de tudo, um questionamento básico acerca da noção de “erro”. Se um grupo social consagra uma forma de falar, esta não pode ser considerada errada. O exemplo do “menas” - que Lula já usosu muito - é um caso bem interessante. Condenado pela gramática normativa, o “menas” tem razão de ser, faz parte de uma determinada norma. Enfim, o que eu qero dizer é que o mais bacana da conversa é o questionamento da acepção da palavra “norma” - normativo ou referente ao uso concreto que fazemos da língua?
Neste sentido, o “se você o vir” deveria ser investigado. Quem ainda fala assim? Não vale considerar somente as situações onde monitoramos nossa fala. Ou seja, cotidianamente, espontaneamente, como falamos?
Quem corrigiu Gil foi Caetano em “pai e mãe”: quando Gil canta “diga a ele que não se aborreça comigo, quando me vir beijar outro homem qualquer”.
A língua não pode ficar presa ao espartilho da gramática! O “menas” de Lula (e de milhões de brasileiros) não pode ser mais errado do que “beija eu”.
ps. sou fã do cascadura também.
correção (vai passar, hermano???) (se sim apague o outro, p.f.):
nao resisti aos apelos do humor … venha o que vier !..
ô Vianna Vana Caravana, ‘ava rocha’ não é um nome nada ‘fotogênico’, mesmo estando ‘ava’ contida em todas as palavras do seu nome-nick;
doloroso ter que comparar rocha com gardner, já que avas ambas são; com a queda dos acentos no português global, torçamos para que não o leiam ‘rôcha’, e preciso parar porque fica cada vez pior …
mais uma só: acho que ava rocha foi mal assessorada; começando pelo pai que olha para uma criancinha e chama de ava, veja meu exemplo, uma ‘pomba rainha’…
entenderia usar o sobrenome do pai, se este é ‘rocha’, preterindo o da mãe, caso fosse ‘gina’ …
imagine só : sra e srs, com vcs, ava gina !
abrs paloma
Vejo essas mudanças com bons olhos, não creio que seja algo para unificar a língua - mesmo que venha a ser esse o real motivo, não ocorrerá.
Infelizmente as matérias nos jornais e revistas tem olhado apenas o lado negativo da coisa.
Eu que não entendo nada do nosso torto português quero poder voltar e tentar entender. Acho que o mais bacana será isso, aprendermos novamente.
Depois volto com mais calma, o sol finalmente apareceu por aqui (Cabo Frio, estou na casa dos meus pais). A praia não me espera, corro para ela.
bjs.
É-me ainda difícil, apesar de algumas audições, acostumar ao timbre de voz de Alva Rocha, acho que ainda lhe falta a doçura que há na voz de Bethânia.
Bethânia & Cætano & Rodrigo “ensinando como se samba no Recôncavo”:
http://www.youtube.com/watch?v=5hT1yfqaJ9E
Caetano,
O verdadeiro rock da Bahia, com suas bandas desestimuladas e com o mercado fechado e que acabam tocando em barzinhos, como acontece no Rio Vermelho. Outra coisa, pra baiano fazer sucesso tem que sair da Bahia pra tornar-se visivel. Tem que tocar no Faustão (antigamente teria que tocar no Chacrinha). Raul não fez sucesso na Bahia. Vc mesmo fez sucesso fora da Bahia. Quem conhecia Caetano na Bahia, antes de Alegria, Alegria, era um grupo de rockeiros (gil era mais conhecido)e o pessoal do Vila Velha, além de parentes. Betânia despontou como estrela fora daqui. Gal, idem. Gil, também. Ivete, depois da amizade com Xuxa e das aparições na Globo, virou pop star. Nas Bandas de AXÉ tem muito roqueiro que viu que aqui o negócio não é rock, mas axé (combinado com music - palavra em inglês). Houve época em que o poder do axé era maior que quase não se ouvia outra coisa, inclusive, vc, gil, betânia. Era coisa para a Educadora. A gente também sabe que tem aquela coisa que rola chamada de “jabaculê” e de “jabá”, coisa que os empresários de muitos artistas conhecem o $ignificado e os radialistas, também. Quer dizer, já era dificil fazer sucesso na Bahia, quanto mais agora, com o mercado monopolizado. Hoje essas bandas de axé tem mais poder que Caetano, mas não tem o mesmo conceito. Então, será que existe uma, ou outras razões, para que a verdadeira Bahia – do rock – seja o Rio Grande do Sul. Como explicar esssa “verdadeira Bahia” ? O RGS tem mercado para o ROCK, como São Paulo e Rio, que freqüentemente tem inúmeras atrações internacionais. Na Bahia quando Bono Vox aparece é no camarote do Gil. Porque Bono e o U2 não tocam na Bahia se a gente sabe que vai haver muito bom público pra o U2 e que isso vai atrair gente de todo o nordeste? A explicação seria a de que não temos espaço? A nossa CULTURA, vive em completa dependência dos poderes públicos e isso fode tudo, porque os secretarios de cultura não entendem nada de cultura, conhece isso e mais aquilo de Teatro e algo mais e só isso e não investem em nada. Sequer trazem um Charles Aznavour. O setor privado é que pode investir nessa área, com a complacência do axé. O mesmo axé que deixou Carlinhos Caldas de escanteio durante decadas, como uma especie de punição. Como aconteceu a Netinho… Ainda tem essas coisas provincianas. Tipo aquele lance do Caetano x Cacá e Glauber (cinema novo acabou). Sacou? Será que Caetano consegue explicar pq o rock não alavanca na Bahia e pq pra se fazer sucesso tem que sair da Bahia?
Ah, quanto a questão gramatical isso é peculiar dos santoamarenses. Eles são assim devido a educação que tiveram. Conhecem bem o português e entendem de línguas como francês e inglês e discutem e debatem. Santoamarense é purificanista e não tem jeito não. Caetano sempre vai questionar a ortografia os acentos e a gramática que vai suprir um montão de acentos. E Desbundar virou verbo? sei lá, mas é capaz! nos anos 70 desbundar era algo corriqueiro e a palavra não existia. Nem sei se os dicionarios a contemplam como existente.
Rosana, que bom que você esclareceu!, já estava aqui marcando um geriatra.
Bem, shame on me, onde se lê “Você não tinha o Gilberto Gil”, leiam todos “você não tinha o Caetano Veloso”. Vambora.
Glau, sei que você sabe tudo aí de Stones e Beatles. Mas veja como a imagem de “bonitinhos” ainda perdura quando se fala em Beatles (principalmente comparados aos Stones) em sua primeira fase (acho que foi o Ricardo quem citou) - os terninhos e as dicas do Brian Epstein para “domar” os caras (coisa de que muito se ressentiu John Lennon em anos posteriores).
Agora, fato: antes da fama global iniciada com o primeiro album eles já eram ídolos de uma galera fiel embora pequena (se comparada ao que houve em seguida e partindo de Hamburgo) e arrebentavam: todos eles são unânimes (e os relatos de quem os viu não menos enfáticos) em afirmar que ninguém fazia rock’n roll como eles em seus anos iniciais. Nem os americanos. Assim como o Them, alguns anos depois, direto da Irlanda. Eles botavam pra quebrar MESMO. Mas fiquei tentado em ir adiante com a saudável provocação do Gravataí a respeito do “Pop”, a gente poderia tentar investigar isso aí.
Por enquanto, tô aqui aguardando o desdobramento da fala do Angelo Cardoso, que promete.
esse texto tá supimpa!
tá chelpa ferro na boneca!
saúde mano caetano
para continuar desobediente em 2009
aquele axé
paulo kauim
Essa foi boa: prá fazer sucesso tem que sair da Bahia… É a verdadeira bahia - do rock - parece ser mesmo o Rio Grande, embora no espaço territorial geográfico baiano tenha excelentes bandas de rock, mas não há divulgação, não há incentivo, não há vontade, não há interesse. A Bahia de Caetano e Gil já era. Letras e músicas bem feitas, inspiradas e boas de se ouvir - sem estar embiagado ou muito louco - quase não ouvimos. Quando temos uma grande atração, boa de se ver, o preço não condiz com a real condição do que um baiano - classe média baixa (que gosta de MPB)tem no bolso pra pagar por um ingresso. Às vezes sobra a concha acústica, mas é uma vez ou outra e conforme os recolhimentos de notas fiscas trocadas por ingresso. Coisas muito rídiculas. O povo merecia mais, mas o que recebe é o castigo de trocar a própria realidade pela realidade da novela. Em matéria de cultura, de incentivos à cultura na vasta acepção que a palavra cultura encerra, estamos vazios, vazios. Disse, faz anos, a uma turma que tocava com Pitty que eles tinha que sair da Bahia pra se projetarem, além de ter dinheiro na caixinha pra abrir caminho. Foi-se o tempo em que as rádios tocavam músicas ao gosto do povo. Pergunta ao Erasmo Carlos, Caetano, o que é que ele acha desse lance de apenas certos gêneros musicais tocarem nas rádios e aparecerem nas TVs. É um lance chato de se tocar e de comentar, mas é real. A Bahia tá sem grandes criações no meio do axé (não sou contra, sou contra a falta de conteúdo de certas letras)e o nível do pagode anda muito mal. O Rock baiano da Bahia é bom, mas os caras andam tão “down” que é phoda com ph mesmo. Salvem nossa cultura e deixemos de ser o retrato de RIO E SÃO PAULO. A Bahia precisa voltar a ser Bahia, não apenas pra gringo ver e visitar. Hoje a Bahia é só turismo, axé e carnaval. O Ylê e o Olodum são as salvações deste quadro triste de caos em que nos encontramos, com uma criatividade zero.
Gramática, semántica, pronunciación, norma, todo forma parte de lo mismo..¿dónde y cómo se construye el sentido?
Bjs
Mesmo sendo uma época ainda sem uma denominação, sem um rótulo certeiro, quando?, quando poderia “eu” hoje e agora (a esta hora) conversar contigo?
O que está para acontecer é tão interessante quanto ao que já houve, o período de transição parece que já chegou a um ponto, está precisando apenas ser visto. Quiçá quando seu bigode já estiver grande e com as pontinhas para o céu…
Acho que te entendi, estou apenas corroborando a sua confissão - é muito minha também.
bjs.
Ava Rocha é um nome lindo!
Tem o Ava que soa doce, e o Rocha que é chão, pedra. É como um balão (papo, bexiga) de criança sendo segurando por uma cordinha.
Já vi Ava cantando nos Sertões do Zé Celso é foi muito forte, inesquecível.
Lembra aquela coisa que citei alguns posts atrás sobre rizoma? Era ela se referindo ao som que tem feito com sua galera.
Bjs.
Heloísa que bom que vc voltou!!!
Mírian que bom que vc gostou do Pinduca!
Ai que saudade de um tacacá!
Nem todos sabem disso, mas morei na Bahia por quase um ano e, claro, conheci a vida por aí, não a ponto de ser um “mestre da Cidade da Bahia”, mas também não chego a ser um zé-mané.
Há muito rock em Salvador, e a idéia da hegemonia do axé é muito mais uma coisa que chega ao sudeste do que uma realidade soteropolitana de quem vive por lá. Meus amigos baianos, de Salvador, eram extremamente conectados com tudo de mais moderno e atual na música.
Assim como o são meus amigos aqui de Sampa, sem pôr nem tirar. Bem como os do Rio, ou os de BH etc.
Tenho saudade de comer lambreta e de um restaurante lá no Comércio, onde trabalhava - era advogado no dep. jurídico de um banco!!! - de nome Terraço. O elevador era daqueles em que precisávamos fazer uma oração para chegar ao fim da viagem, e a comida era daquelas que precisávamos fazer outra oração pelo merecimento do manjar.
Saudade de Salvador.
No final da década de 90 se ouvia muito Dr. Cascadura na Escola Técnica lá no Barbalho em Salvador. Se dizia lá que eles eram do Barbalho mesmo (é verdade?). Por que mudou o nome?
Tínha-se a impressão de que a banda ia fazer sucesso pesado, pois todo mundo gostava do som. Não entendo por que não fez. A gravadora não botou grana nos Jabás? existe outra forma de fazer sucesso? (talvez Glauber saiba me responder (estou perguntando na inocência)).
Essa coisa anti Lulu eu já tinha ouvido, acho que é coisa simples de inveja do sucesso.
É muito massa que Dr Cascadura e outras várias bandas não desistam da música mesmo sem fazer sucesso pesado. Mostra que eles querem é fazer música, é claro que devem querem o sucesso tb. Contudo sem suor deve ser para muito poucos…
Caetano mesmo (acho que ele não vai gostar disso) batalhou muito o reconhecimento pelo que lí em Verdade Tropical, contudo jogou aquele charme baiano de que foi natural e não esperado (e procurado).
A minha visão do texto ” a verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul jamais esteve para um “rock gaúcho”, aliás, detesto “Engenheiros do Hawai” cantando ” Negro Amor”, depois de ouví-la com Gal, meu protesto é explicíto, detesto!
Mas, a minha visão dos versos de Caetano, ou melhor, o meu nível de interpretação era (é) muito outro, e o seu enfoque está para a suposta rivalidade entre Raul e Caetano, porque sei, ou penso que sei que a busca de relacionamentos com todas as tendências musicais é parte integrante da montagem de Caetano e não foi diferente com o rock do Raul; para mim, Caetano dava umas alfinetadas, no gurú devido suas críticas aos tropicalistas ( o Camisa de Vênus também fazia isto). Posso estar errado, mas quando no encarte do “Tropicália 2, Caetano diz que em Raul Seixas, “tudo que não era americano era bainao demais”, sempre pensei tal coisa como SERÁ O VENENO AMERICANÓIDE explícito de Raul Santos Seixas que Caetano cutuca quando diz que a Verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul? Conservadorismos de nacionalidades? Aceitação apenas do que é “americano” e negação de uma das categorias musicais “genuínas”: o trio elétrico?
No DVD, Baú do Raul, após cantar “Maluco Beleza”, Caetano diz “Viva Raul”, “Viva a Bahia”, “Viva o Rio Grande do Sul”. Vivas estes que funcionam de modo irônico (na minha interpretação), por um lado, e por outro uma valoração da “linha evolutiva da música popular brasileira”. Será que o bruxo-guru, o grande mago, não entendeu ” a linha evolutiva da música popular brasileira (lembra a canção “as aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor?) ou será que o discurso identitário Norte x Sul prevalece?
Roger Chartier nunca esteve tão presente em mim quando li o comentário do Caetano: um texto possibilita mesmo vário níveis interpretativos.
nestor madrid, o mestre dos magos, gravou também o primeiro compacto do “camisa de vênus” e fez parte, na argentina, sua terra natal, da primeiríssima formação dos “redonditos de la ricota”, uma lenda por lá. foi ele quem me mostrou o “almendra”. saudades dele. abraço nestorrr!
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abraço a todos!
tá legal Hermano, eu vou procurar e hei de encontrar o texto sobre um assunto que a gente discutia aqui todo escrito em inglês…não tem muita coisa lá não, quase nada, papo furadíssimo, mas vc sabe né, escrito em inglês tem aquele tchan, sabe como é, talvez o pessoal fique até impressionado, todinho em inglês…mas eu não sei onde está, onde foi parar, vou procurá-lo sim e mando pra vc…e já sei, Vou te pôr no meu lugar pra ver como você se sai…impedir o download sempre é justificável pelo ponto de vista de quem impede, eu reconheço, nem chio…é isso mesmo, é isso aí. vou procurar meu artigo em inglês enquanto vejo na tv a nova jovem guarda caipira cantando em inglês…deve ser pra inglês ver…ah, descuple se não o agrado, vou me esmerar.
Paulo Osório peguei ai uma serie de links do pessoal que o Caetano andou falando ai assim você pode ver também, eu adoro aprender e também de partilhar o meu aprendizado.
http://www.myspace.com/doamor (Do Amor)
http://www.myspace.com/cascadurarock (Cascadura)
http://www.myspace.com/avapatryayndiayracema (Ava Rocha)
Paulo se você ainda não viu da uma olhadinha nos vídeos do Salem tem o link no comment 31
Tem também as musicas de Teclas Pretas do Glauber Guimarães e o grupo dele muito bom mesmo
http://www.myspace.com/teclaspretas
HERMANITO
Vero, na página anterior, fez um agradecimento especial a ti, que reverbera tantos outros agradecimentos feitos por ter posto este bloco na rua: “…tengo más que agradecer a todas las “cabecitas ideadoras”; en primer lugar a Hermano Vianna. Gracias, por la OPORTUNA POSIBILIDAD…y por el “encuentro”. Parafraseando a Vinicius: “A vida é a arte do encontro”,… havendo tanto desencontro nesta vida…gracias Hermano, te repito”
VERO
Gratíssimo pela distinção que faz a mim, dentre vários outros merecedores de apreço desse time de obreiros. Admiro a forma como você escancara a sua vida pessoal para a gente. Espero que tudo corra bem e que tua mamá se recupere, para que tenhamos a tua presença com mais inteireza acompanhando-nos nesta infocaetanave e na futura Impertinacia, que você saúda e tanto aguarda com entusiasmo.
MÁRCIO JUNQUEIRA
Estou retornando a Salvador no dia 4 de Janeiro. Todas as sugestões que deu para nos encontrarmos e nos conhecermnos pessoalmente são ótimas. E acrescento mais uma: o Tijuana Mexican Bar! Você adorará.
EXEQUIELINDA
Eu sempre tenho tanto pra te dizer, e afora com mais essas palavras saberei fazer: és a pessoa com a pulsação vital mais encantatória com que já defrontei em minha vida!
Toma essa declaração como um beijo.
Curti muito este link do myspace que a Joana colocou da Adri Deffenti realmente ela tem uma voz muito gostosa e aproveito para te dar um link de uma amiga também gaúcha que vive em Milão Priscila
http://www.myspace.com/priscilapopularbrasileira
E enquanto escrevo aqui vejo na tv a propaganda do novo filme do Christian de Sica (um artista cômico italiano filho de Vittorio De Sica) que chama Natal no Rio trata-se de “cine panettone” é assim chamado aqui este tipo de filme cômico de natal (da mesma forma que os faroestes são chamados de Spaghetti western) coisas que gosto muito daqui porque retratam sempre a cultura.
Beijos
PS e o par de ditongo não tinha nada a ver com que eu pensei! Tambem errei me dirigi ao Gravata e quem tinha comentado a musica do Salem foi o Glauber.
Obrigado, Caetano, por nos provocar o debate gramatical. Alguém disse que o santo-amarense (ou será santoamarense?!) é purificionista (ou foi outra palavra?). Mas agora muita coisa vai mudar, como tantas outras reformas já ocorridas e que tanto acaba confundindo um monte de gente desacostumada a ler e/ou escrever. Agora é que a pronúncia de muitas palavras poderão sofrer modificações. Achei bom o regresso do K, W, Y. O que é que acha dessa nova mudança: é café pequeno?
Miriam:
que bom vc gostou da Adri. conheço ela como “pessoa”, é uma figura. e só depois de um tempo fui assitir a um show dela. me surpreendeu do início ao fim. porque ela cresce muito no palco e com a voz.
noites boas, pessoas
correção: se o caetano pode pensar uma coisa e escrever outra, EU TAMBÈM
Canção das Mulheres!
acho que eu queria casa mesmo…
Exequiela, você descreveu nosso Natal também – a única diferença são os Reis Magos, que nunca entendi muito bem nas histórias da Mafalda. Adorei: você conta sobre sua infância e eu imagino a Mafalda o tempo todo. O vídeo hipnótico que você postou é impressionante, principalmente ‘The Kiss’ e ‘Scream’. Quite haunting… Besos!
Paulo Osório, concordo que não deveriam mexer em nossas línguas. De facto imagino que abrir mão do ‘c’ tão lusitano lhe será doloroso. Só não entendi o que você mudaria em ‘recepção’(?). Abs/bjs.
Mestre Salem, você disse tudo o que eu penso sobre a reforma. Mas onde você viu ‘benquerer’? Pelo que eu li, não mexeram na palavra de que você tanto gosta: é ‘bem-querer’ mesmo. Ainda bem. E eu bem queria que tirassem o acento do meu nome, para que as pessoas não ficassem me corrigindo. Beijo no seu bem-querer.
Glauber, saudades também. Thanks for the memory.
Castello, você é muito engraçado! Obrigada pelo link com as ‘terríveis’ normas. Baixei - fazer o quê, não é? Senão vou ser encaixada numa das suas três opções. Um abraço.
Carolina, vi que você até pediu para o Caetano me chamar. Ele não chamou, mas vim assim mesmo. Beijo!
Lucesar, também não me agradou muito o timbre de Ava Rocha. Além da doçura, falta tudo para se aproximar de Bethânia (também nós somos maus, não é?). Um abraço.
Marília Sumida, inveja dos nossos papos por quê? Quando você escreve aqui, é sempre tão fantástica que envolve a todos. É só escrever mais! Beijo.
E, pop ou não, Lulu Santos rocks. Não ouço isso sem me arrepiar:
‘delirium leteris digitalis’
hahahahaha…sensacional! labibarrei com esse termo técnico, paloma.
Salem, não consegui ver seus védeos: apareceu onde clicar (com fotos) mas quando cliquei só pintava a bolinha andando no trilho e nenhum som, nenhuma imagem. Vou pedir ajuda a Zeca. Depois eu conto.
Glauber, música de carnaval é música de carnaval. Antes saíam todas do Rio. As brigas de jabá e parceria comprada, ameaças de assassinato etc. eram mais violentas e freqüentes nos tempos das marchinhas hoje tidas como obras-primas ( “Hala-la-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô”, aquelas letras complexas e trabalhadíssimas…) do que hoje em dia. Hoje música de carnaval sai da Bahia. Até chegarem Banda Reflexu’s, Luiz Caldas, Beown, Daniela, Ivete, Arakêtu, Olodum etc., a gente tinha de sair da Bahia para fazer sucesso e ganhar dinheiro. Hoje todos esses vivem na Bahia. Os pagodes baianos são a primeira explosão pop massificada da chula do Recôncavo. Feito por gente humilde da cidade da Bahia. O flerte com ritmos cubanos reafirma o parentesco das chulas com a rumba e o son. Dezenas de milhares de pessoas voltaram a sambar nas ruas e nos grandes shows (depois de décadas de marcha-frevo, com um som entre o Rio e Recife). Enfim, são muitas movimentações históricas envolvidas para que eu me resigne a concordar com a lamentação da perda do que nunca houve. Rock é rock porque, via Elvis, Beatles e Nirvana (RC, Raul, Lulu e Rita também, é claro), vendeu muito, fez sucesso sem ter respeitabilidade e se impôs historicamente. Li demasiadas idéias confusas nos comments a esse respeito e respondo a você porque você aborda o assunto de modo claro e honesto. Se você entender um pouco pode ensinar muito aos outros. Pareço professoral? Sou velho. Vivi muito e vi e ouvi muito. Estou contando (mais uma vez) o que vi. Espero que os honestos retirem uma lição. Amo O Tchan, Hamonia do Samba, Fantasmão e Psirico. Idolatro Ivete, Daniela, Brown e Luiz Caldas. Ougtro dia falo de setanejo, funk carioca e technobrega. Conheço tudo menos do que o que se faz no carnaval da Bahia. Sou o autor de “Atrás do trio elétrico”.
Adorei “nomes barrocos lindos”. Me deu vontade de ler Gregório de Mattos. Feliz 2009 pro Caetano, pro Hermano e todos os tripulantes desta magical mistery tour. bjs!!!
Mas Ava Rocha é um belo nome mesmo.Quando me referi a ele exaltando surpresa foi justamente pela sua força nômica e sobrenômica.Espero que a voz da cantora tenha a mesma densidade aerada que a impressão caetânica perpassou.
Salem tive um problema parecido com o Caetano nao consegui ver teus videos na tua pagina, quando ia falar isso vi o comentario do Glauber dai achei que era um problema meu.
Festas de final de ano é sempre muito legal desejo que todos iniciem bem o ano e lembrem-se “se beber nada de conduzir: carro, moto, etc.” chame um táxi, um amigo, uma pessoa da família, pega o metro ou o bus. Valeu! Feliz 2009!
Tive que trazer meu Verdade Tropical na mala para não sofrer muito por falta do blog.
Está faltando um trio elétrico de rock’n roll pelas ruas da Bahia. Filarmônicas & blues. Festival de duplas caipiras e violeiros do coração do Brasil. Baião & jazz. Sem prejuízo de tudo o que já existe. Ao menos num dos trechos; ao menos num dos dias; ao menos algumas horas. 15 minutinhos, quem sabe?
A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte - variados, por favor.
Certa vez o Gereba subiu num trio para tocar forró e após andar 300 metros alguém lhe cochichou: “Tá bom, tá bom, beleza. Fica frio que você vai receber como combinado”. Gereba respondeu: “Toco de graça”. E ouviu um “não”. Gereba, mestre absoluto (procurem aí “Gereba convida”, em que ele acompanha mulheres divinas como Cássia Eller, Tetê Espíndola, Cida Moreira e muitas outras cantando suas maravilhas) e o cara que levou Luiz Gonzaga para tocar em cima de um trio elétrico no carnaval da Bahia. Só lhe restou descer do trio. O próprio Gereba me contou isso. Eles são muitos mesmo.
gostei caetano do comment 105. eu concordo que há um fator histórico-social importante no surgimento desses grupos baianos, só não é justo que o povo só tenha acesso ao óbvio, tem tanta coisa boa pra se ouvir entende ? temos a capacidade de ouvir tudo e enxergar muitos angulos. gosto da letra do gil “o povo sabe o quer mas o povo tambem quer o que não sabe.” (rep, o sol de oslo).como já disse é bonito vc falar desses artistas.
também fiquei pendurada nessa bolinha girando do Salem…ôps, brincadeirinha…
Salem: também não consegui ver os vídeos ainda, depois que o Caetano falar com o Zeca, ele conta a solução, e vejo também.
Zeca: tá sobrando pra vc.
gosto muito de ir seguindo as coisas que o pessoal posta por aqui
Cearina:…ooou. só não perca a cabeça. boa reconstrução pra vc. força!
Lamento não poder mais escrever coisas como “quinqüênio”, “cinqüenta”, entre outras.
Não se se estou sacando a reforma (odeio esta palavra) ortográfica. As paroxítonas terminadas em ditongo crescente perdem acentuação? Pois, se, conforme explicado no JN, palavras como epopéia, idéia, com acentuação aguda, passam a ser grafadas sem acentuação, outras como gênio, oxigênio, de acentuação circunflexa, passam pela mesma grafia, isto é perdem o sinal indicador de acentuação?
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tudo bem que letra de carnaval nunca foi grande coisa, mas o carnaval dura uma semana, no resto do ano, precisamos correr atrás de uma realização mais plena das potencialidades de nossa gente.
perceba que você usa a expressão “música de carnaval” baiana. porém, existem duas fases: uma que vai até iníciozinho dos 90s, na qual luiz caldas, dodô & osmar, você, morais, gerônimo fazem parte e a segunda, na qual ivete, daniela e psirico estão incluídos.
deixo claro que, pessoalmente, tenho nada contra os artistas do axé.
sobre aquele lance do diálogo entre rock baiano e música de carnaval, a palavra chave é “retrofoguetes”. eles têm feito coisas muito bacanas com armandinho e luiz caldas. mas perceba, é música instrumental e é armandinho e luiz. creio que eles querem fazer algo com gerônimo também.
abraço sincero.
o menino berrava:
é incrivel que tem gente na bahia que nem sabe/viu/ouviu jussara silveira, virginia rodrigues, clécia queiroz, saul barbosa, batatinha, paquito e tantos outros.
Miriam,
Brigado!!!!!!!! Vou ver sim
Heloísa,
Caetaníssimo
Tô na torcida pelo Zeca no Mac. De qualquer forma anexo abaixo os links dos videos no YouTube (onde o som e a imagem sempre decepcionam quando a função é mostrar algo com mais definição). Algumas pessoas tiveram esse mesmo problema de abrir o QuickTime que você teve. Mesmo em Macs. Não sei qual é o motivo técnico, mas vale o suporte do Zeca, porque no meu site eles estão em alta definição e no YouTube, sacumé, né…
Em todo caso lá vão os links:
http://www.youtube.com/watch?v=Qy5p5hFep4g
http://www.youtube.com/watch?v=jl4xgk6ks1Y
http://www.youtube.com/watch?v=EcXXhtGJuv4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Da9r7oOFJNE&feature=related
A propósito: cê recebeu os CDs pelo Ricardo?
beijo na testa
salem
Glaubito
Vou na tua. Mas uma coisa tem que ser dita: “maus publicitários, maus jornalistas, maus políticos e artistas “fisiológicos” fazem a diluição não apenas da música da Bahia, mas do samba, do funk, do rock e tudo mais. Isso é do mundo.
Jingles políticos adoram levadas do “tipo Olodum” (como os marqueteiros dizem. Samba de Uma Nota Só como jingle do Itaú em forma de paródia joãogilberteana é a mesma coisa. O rap então nem se fala!
O caminho do meio que você propõe está no ouvido de dentro (viva Villa Lobos!) porque o de fora (que não é penico) vai continuar sendo provocado pelos simulacros, as paródias ruins e a publicidade burra. Assim é em todo planeta. Não é um fenômeno restrito à música da Bahia. Pelo contrário, a Bahia é um dos lugares do mundo onde a originalidade e a invenção se mantêm com alta potência.
Essa “promiscuidade” que você diz existir entre o axé e o poder público na Bahia, há em SP entre o sertanejo, o rap e o poder público também. Nos States, a “música de persuasão” também é toda construída a partir dos paradigmas da evolução da música popular.
De vez em quando incomoda muito (sobretudo no uso político), mas às vezes é apenas o desdobramento natural da natureza popular das canções.
Gil acabou de ceder os direito autorais de “Aquele Abraço” para um jingle de campanha pra socorrer o povo de Santa Catarina. A causa foi nobre, mas a letra e o cantor são péssimos. Coisas da música popular.
beijo genuíno na testa
salem
maus publicitários, maus jornalistas, maus políticos e artistas “fisiológicos” [sejam eles oportunistas ou vítimas de si mesmos] só têm a lucrar [grana e adoração] com a ignorância.
a promiscuidade que existe entre os artista de axé e o poder público, nos envergonha e entristece a todos. há quem pense que os fins justificam os meios…será mesmo? pode-se salvar uma comunidade ou outra, mas a população como um todo é prejudicada em todos os sentidos.
não sou ruy barbosa vociferando contra o maxixe. não se trata disso mesmo. não sou contra nada, sou a favor. de todos. eu digo SIM, também. aprendi contigo, inclusive.
espero ter sido claro e não um chato, agora. inté!
Gravataí, desculpe voltar ao assunto, mas é que acho importante falar algumas coisas aqui para a discussão possa caminhar ou se encerrar de vez - e não vai aqui nenhuma má vontade, se puder converso horas sobere esse assunto. Pois bem, queria dizer que a gente parte de premissas muito distintas, praticamente inconciliáveis. O lance dos sociolinguistas (desculpem, estou numa lanhouse com um teclado péssimo) que me interessa é questionar a noção de erro e acerto em se tratando do uso que fazemos de nossa língua. Então, eu não posso simplesmente aceitar aquela assertiva sua “aqueles que falam uma língua mais acertada” sem indicar (e sem discordar de) o pressuposto epistemológico que informa tal noção de “acerto”.
É nisso aí, justamente, que acho que reside o nó da questão (e da má vontade dos sociolinguistas para com os “comandos paragramaticais”, sempre dispostos a apontar nossas “falhas”).
Já li no site do Pasquale uma explicação acerca do fenômeno do rotacismo que horrorizaria qualquer linguista minimamente informado. Para ele (pasquale) as pessoas que trocam o “l” pelo “r”, como em “craudia”, “broco”, “chicrete”, são casos para fonoaudiólogos! Aí não dá, né? Aí é caso para se mandar informar, estudar mais um pouco. Não se trata de levar em conta as boas intenções, mas de se desconstruir a noção de autoridade na qual ele se encontra investido (bem como seus efeitos pedagógicos).
E digo mais a verdadeira direita tem um sonho quase tão bonito para o ser humano quanto a verdadeira esquerda. ipod para todos!
Oi, Caetano, Luedy e pessoal.
Oi povo,
volta e meia venho conferir os progressos dessa obra muito mais na condição de curioso do que de fiscal. Não havia postado até agora mas esse último comentário de Caetano sobre a música carnavalesca da Bahia me recordou um fato.
Por volta da metade da década de 90, quando a era do CD atingia o seu auge, confesso que me senti bastante incomodado com o sucesso do É o tchan. Não era a música e a dança em si mas a estratégia comercial violenta que sustebtou a indústria musical do período.
Confesso que demorei a assimilar a profundidade do apoio de Caetano e Gil à toda música que descia de Salvador. Na verdade, só compreendi mesmo quando ouvi “Bahia, minha preta” na voz de Gal. Uma grande música vale mais do que uma tese…
ERRATA: Glauber afiou as garras contra o pagode.
Chiste meu.
Hum, o papo seria blábláblá mas resumo: admiro o teu trabalho, componho e sigo, e ainda assim ainda não sabia que você escrevia um blog, e de maneira tão empenhada e original.
Conheço o Cascadura desde sempre, sou do Rio de Janeiro (moro em São Gonçalo) e aos 15 anos conheci a Paula Berbert, também por um blog, eis que anos mais tarde ela viria a ser a assessora de imprensa de uns tais “cascaduras”, a partir de então acompanhei - de longe - a trajetória dos rapazes, e fico imensamente grato pela sua iniciativa em dar voz a música independente, fazer soar os versos verdadeiros sem promessas de refrão, movimentar a curiosidade de tantas pessoas para o encontro de um som realmente ótimo e compartilhar comigo, hoje: 31/12 , generosidade, tranquilidade, entrega, harmonia e todas estas minúcias que nos põem a seguir caminhando.
Estou aqui pela primeira vez comentando,por causa do Cascadura.A razão de terem tirado o Dr.,foi simples todo mundo só chamava a banda de Cascadura.Quanto ao sucesso da banda,realmente ainda não estourou na mídia,por não terem padrinhos,e não terem como pagar o jaba.
Mais o engraçado de tudo,é;todo crítico de música,vários cantores e compositores,dizem a tempos ser uma das melhores banda de rock no Brasil,e Fabio um cantor e compositor diferenciado.
Então,pergunto : “Onde está a mídia?”.
Sou paulistano,vou e conheço Salvador a mais de 30 anos.Acompanhei toda essa turma do rock do Rio Vermelho.Hoje o rock de Salvador é outro,não só por Pitty,mas este ano principalmente pela cena que o Cascadura plantou na cidade.
Hoje é lamentável,você ver uma tal de Block Party,ser uma das atrações principais,vir aqui tocar playback.Não a toa tomou uma sonora vaia.Na mesma noite você ver Cascadura e Pitty,ao vivo mandando ver.No dia não entendi o que Pitty,disse ao final.Mas no youtube ouvi,”playback de c…é r..”,e é isso mesmo.
Caetano
Irei ao show do “Do Amor” aqui em Sampa. Vamos ver o que acontece! Bjs