David Byrne & Cindy Sherman (08/02/2009)
DAVID BYRNE & CINDY SHERMAN |
8/02/2009 6:11 am |
David me escreveu dizendo que Mauro Refosco, o percussionista brasileiro que toca com ele, tinha lhe aconselhado Moreré, na ilha de Boipeba, abaixo de Morro de São Paulo. Que ele e Cindy pensavam em vir e, na volta para Nova Iorque, passar por Salvador. Se eu estaria aqui. Sim. Vieram e passaram o ano novo na escuna de Luísa Olivetto, mãe de Homero, marido de Kiki, irmã de Paulinha Lavigne. Quase tudo o que é interessante nessa passagem está no site de David, no “journal”. Lucre foi quem, mais ou menos cifradamente, me entregou que ele tinha escrito sobre nossos encontros. Os textos de David são generosamente longos. Meus posts aqui parecem hai-kais em comparação. Mas também lá se trata de um “journal” (“diário” na forma francesa, adotada pelo inglês: aliás há um livro muito bacana de Harry Mathews chamado “The Journalist”, que não é sobre Paulo Francis, mas sobre um Americano intranquilo que escreve um diário). Aqui é tudo mais para deixar aparecer o entusiasmo momentâneo, como na frase “a melhor coisa do mundo é pagode baiano”, e depois voltar para dizer que Psirico é o mais estimulante por causa do ar de gênio que circunda Marcio Vitor (Davi Moraes, Pedro Sá, Jaques Morelenbaum, Kassin e eu, pelo menos, achamos que Marcio Vitor é um gênio desde que o ouvimos tocar – e sua viagem com o Psirico não nos fez mudar de idéia). A percussão do Psirico é fenomenal. E o pendor para a colagem faz das apresentações uma aventura através de múltiplos enigmas. Marcio não canta como cantor. Ou raramente. Interrompe as canções com falas e gargalhadas. O resultado é moderno. Modernista na forma e com perene sugestão de perigosa liberdade no conteúdo. Há a virtude geral do neo-pagode: as variações sobre a célula da chula (“Psirico bate madeira, é viola: então cole na corda”). Essa característica, que vem desde o Gerasamba é um acontecimento importante em si. Mas há diferenças entre os grupos. O Fantasmão é o que soa mais produzido – e, diferentemente do Psirico, arredonda as composições e demonstra inspiração exuberante (a inspiração do Psirico é mais para criar ambientes cubistas, não para produzir peças individuais acabadas) – e de todos é o único que parece enfrentar os dramas racial e social de modo explícito. O Parangolé, que toma de volta essa palavra popular içada por Hélio Oiticica a assunto erudito internacional, é o mais leve desses três. A insistência num timbre agudo de teclado, que soa quase como um assovio, irrita um pouco depois de algum tempo. Mas os gritos de guerra conclamando os “parangoleiros” e as “parangoleiras” são lindos, tal como aparecem em rima com outras palavras e no suíngue da chula-axé. Pretubom eu só conheço da canção do “cabelo fica massa, êta, fica massa” (não achei o CD nas lojas nem nas placas dos vendedores piratas) – mas isso já é o bastante. Essa música é um dos grandes amores meus aqui neste verão. So much for transpagode. David, eu dizia, veio e foi gozada a cara que ele fez quando eu contei que Schopenhauer disse que a cor do homem é preta, no mínimo marrom, os brancos de cabelos e olhos claros sendo uma ultraminoritária degeneração só encontrada no norte dessa pequena peninsula da Ásia que é a Europa: são algo como ratos albinos. Cavalos, diz ele, na hipótese mais simpática. Isso porque David tinha perguntado se Gil e eu compúnhamos na Bahia, com tanta gente nas nossas casas, se não tínhamos um estúdio para onde fugir. Não, claro. Ele disse que ele, na tradição puritana, precisava entrar em algum lugar e dizer a si mesmo: agora vou trabalhar. Eu disse que compunha às vezes enquanto conversava com amigos (não contei que fiz Menino do Rio em presença de Peti, que inspirou a canção, conversando com ele, com Dedé e outras visitas que estavam em minha casa, sem que nenhum deles notasse: com o violao na mão, baixinho, às vezes calado, pensando as notas e as palavras; em pouco tempo estava pronta). David ficou meio fascinado. Eu comentei (com a mais funda e mesmo grave sinceridade): deve ser por isso que nossas canções não saem muito boas. Ele riu mas ficou sério quando viu que só ri um pouco para acompanhá-lo. A história de Schopenhauer surgiu mais para equilibrar essa gozada observação mútua de vantagens e desvantagens. Isso foi na visita que fizemos à casa de Gil na véspera do casal americano ir embora. Antes tínhamos pedalado 15 quilômetros no deslumbrante parque de Pituaçu, confraternizado, em festa produzida por Paulinha, com Marcio Vitor e Fabio Cascadura, rodado a Baía de Todos os Santos em lancha, assistido a um light show engraçado na igreja de São Francisco. David é tudo que há de bom. Stop Making Sense é o mais lindo filme de show de rock, possivelmente porque o show dos Talking Heads era um dos mais lindos que já houve. Ele nunca perdeu a elegância. O show que fez com Margareth Menezes foi um grande sucesso da Margareth Menezes, mas ele estava um tanto invisível. Já os outros que vi dele, foram todos simplesmente geniais. Agora ele me disse que está fazendo um show show: com dançarinos e tudo. Deve ser fenomenal, porque ele é, como eu disse no show que fizemos juntos no Carnegie Hall (e do qual há, sim, Lucre, gravação com proposta para sair em CD), o mais chique dos roqueiros. Considero o entendimento que ele teve da música no Brasil um aspecto dessa chiqueza. A namorada dele agora é a Cindy Sherman. Ela é uma pessoa muito direta e clara. Eles estarem juntos é uma dessas coisas certas que raramente acontecem aos seres humanos. Cindy é uma grande artista. E é considerada uma grande artista. São fotos que, ao longo dos anos, ela faz de si mesma encarnando personagens. Dito assim, parece coisa pouca. Mas ver as fotos é uma experiência única. Nunca parece realista. Nunca tem menos força do que a visão de algo real e inimitável. Ela e David também pedalaram pela orla e a impressão que a configuração racial dos grupos humanos que iamencontrando lhes causou pode ser medida no texto de David no “journal” dele. Eu sabia que falar em grupos de pagode baiano ia alucinar a rapaziada. Hermano veio junto como nunca. Mas mais de 500 comments é demais. Heloísa, volte por favor. Luedy, me dirijo demais a você porque gosto de você e porque você não comenta meu argumento de que as regras que há foram criadas pela multidão anônima. A norma culta é cria do sermus vulgaris. Os socioliguistas podem contribuir se se projetar uma política de educação. Mas não desejo que se comece por aposentar a análise sintática nem por ensinar-se “menas” nas escolas. Não. Glauber, por mim eu não morro mesmo. Sinto muito por Lux Interior (eu pensava que fosse “luz interior”, que idiota eu sou: será que, já que o “Lux” de Lux não é luz, o “Vox” de Bono não é voz?). Você é muito bom. Sua frase sobre a solidão (que Salem destacou) foi arrasadora (sobretudo no contexto em que apareceu). Não gosto do argumento da “felicidade obrigatória”. Não é infundado. Não acho errado propriamente. Apenas, como disse, não gosto. Mas é porque acho-o parcial, limitado, superficial. Adoro sua colher na recuperação crítica do progressive rock. Eu vi Pink Floyd na Inglaterra com gosto: era bonito o show em Glastonbury, em 70 ou 71. Mas já havia rido ouvindo-o em disco, em Sampa 1968, sob o efeito do aiuasca. Mas achava Yes chato (perdão, Hermano). E Genesis. E tudo. EL&P, já contei: sinceramente, tive vontade de vaiar; foi a Mercedes Robirosa, uma argentina que tinha ido comigo ao festival da Ilha de Wight, quem me impediu, dizendo que eu também era músico e que eu não gostaria de ser vaiado por colegas (eu o tinha sido, e muito, mas achei que ela estava certa). Nessa época eu era muito combativo. Achei os caras caretas, o guitarrista com uma correia de pele de bicho (com a cabeça do animal!), a música pretensiosa e vazia. Eu gostava mesmo (e ainda gosto) é do primeiro solo do Lennon, “Plastic Ono Band”. Em Verdade Tropical eu digo que não gostava de prog e que gostava de punk (e Stevie Wonder e Bob Marley). Mais recentemente, passei a ligar proguessivo a Julio Medaglia malhando a gente e elogiando Rick Wakeman. Mas acho que você está certo. E suas escolhas são fincadas em sua cultura pessoal e sua sensibilidade. Ouço muito pouco música. Mas vou tentar reouvir Yes e Genesis. Não gosto de música. Parar para ouvir música é intimamente constrangedor. Quando eu tinha 18, 23, 37 anos, não era. Foi ficando. Adoro a observação de Millôr Fernandes: “a música é a única arte que te pega pelas costas”. Acho o volume dos shows todos muito altos no Brasil. E as bandas na Bahia fazem permanente barulho. Tenho horror a som na praia. Isso devia ser proibido. Acho um crime que haja barracas de alvenaria na areia. Mas o pior é que eles tocam música. Tenho ódio de axé, pagode, rock, pop, samba e MPB na praia. Praia é para se ouvir o barulho das ondas. E mesmo longe das praias, às vezes me sinto feliz num restaurante: depois de algum tempo percebo que a razão é não haver música ambiente. Chico Buarque disse tudo: se é ruim, me irrita, se é boa me atrai e rouba minha atenção à conversa, à comida, a tudo. A coisa que mais gostei de ouvir nos últimos tempos foi Moreno cantando a versão de Carlos Rennó para “How Deep Is The Ocean”. Posso ouvir mil vezes, como ouvia Ella, Billie, João, Maysa ou Sylvia Telles. Estou tentando me reeducar para ouvir música. Meus tempos livres se preenchem automaticamente coma leituras. Ouvir música… Vou me reeducar para isso. Mas gostei do disco do Radiohead e dos discos do Psirico, Fantasmão e Parangolé. Gosto de Céu e de Roberta Sá. Amei ouvi/ver Mariana Aydar e Mayra cantando “Tunuka”. Adorei Buika cantando a canção da menina Lola. Choro só de pensar em “Volver” (o tango). O disco do Arlindo Cruz é lindíssimo (ouça, ouçam). “Moisés e Aarão”, de Schoenberg é uma experiência larga e profunda. David Byrne me disse que achou difícil gostar de Zii e Zie à primeira audição. Meio à Exequiela, irritou-se com a repetitive guitarra. Depois, diz ele, se enamorou de “Por quem?” e de “Lobão tem razão”. Daí foi reouvir “Perdeu” e passou a gostar. Terminou gostando de tudo. O disco dele com Brian Eno, eu gostei logo de “Home”, que abre, com uma dessas letras estranhamente lindas que ele sabe escrever. Vou ouvir mais e saber mais. |
olha, o que disse sobre “ditadura da felicidade cega”, existe. falei porque ví ela explícita em alguns comments por aqui, no outro post.
“limitado, superficial” foi um pouco pesado, não? tenho nada contra carnaval e gosto da felicidade. sou feliz, caetanovsky. e, modéstia à parte, não costumo ser limitado ou superficial. penso bastante antes de falar qualquer coisa. aqui e fora daqui. poucos neste blog, demonstraram tanto ecletismo [sic] musical quanto eu, cê há de concordar.
mas num tô de mal, não. quem neste mundo, em sã consciência, pode se irritar contigo? só os limítrofes.
perguntei e fábio cascadura me disse que márcio vítor é um sujeito engraçado [no bom sentido, claro].
no último post, falei mais algumas coisas sobre os pistols e punk e tal, acho que cê vai gostar de ler. “yes” é massa! acho os primeiros discos, os melhores [sem aqueles "abusos" da segunda metade dos 70s].
inté!
aah, o vox de bono é voz mesmo. lux é contração para luxuoso em anúncio de carros usados. e beleza, não morramos, então. hahaha
Caetano reouvindo Yes vai ser hilário! engraçado: acho Radiohead meio Yes… ah, adoro Cindy Sherman: no início parecia que era só 1 boa idéia, mas a cada exposição ela foi se transformando e continua mandando muito bem!
“Adoro sua colher na recuperação crítica do progressive rock. Eu vi Pink Floyd na Inglaterra com gosto: era bonito o show em Glastonbury, em 70 ou 71. Mas já havia rido ouvindo-o em disco, em Sampa 1968, sob o efeito do aiuasca. Mas achava Yes chato (perdão, Hermano). E Genesis. E tudo(…) Eu gostava mesmo (e ainda gosto) é do primeiro solo do Lennon, “Plastic Ono Band””.
O primeiro Lennon (que na verdade nem é o primeiro: é o quarto, por conta dos três freak happenings com Yoko e mais um ao vivo, com Clapton; mas oficialmente é considerado mesmo como o primeiro) é melhor do que quase tudo. Aquilo é incomparável, incomparável.
Lembro do Caetano ter dito num Literatura Comentada que viu o Pink Floyd e sentiu sono (disse também que tinha gostado do Led Zeppelin). Mas, em 68 (portanto entre o primeiro e o segundo discos), com certeza, ninguém no mundo, entre milhões de fãs, deve ter sido mais pinkfloydiano do que Caetano ao rir deles. O primeiro disco do Syd Barrett, de 70, com a loucura já instalada, chama-se “The Madcap Laughs” e a risada do genial lunático é ouvida por todo o Dark Side of the Moon.
O Genesis com Peter Gabriel era sensacional. Uma presença cênica fora de série. Li que os seguranças deles durante a primeira turnê do grupo nos EUA reclamavam bocejando que os caras não davam trabalho em nada, não usavam drogas, não arrumavam nem uma briga, não tinham fãs histéricos, só queriam saber de galerias de arte, teatro etc. “Foxtrot” é um trabalho menos lembrado mas altamente recomendável. Para quem nunca os ouviu, “Selling England by the Pound” talvez seja uma introdução bacana.
Já que vai reouvir prog, o King Crimson também te aguarda, Caetano. Aquilo é bem mais atemporal do que a maioria dos grupos de progressivo, é assustadoramente moderno. “Ladies of the Road” é “a” música!
Acho que o punk está para o progressivo como uma revista está para um livro. Grosso modo, please. Ambos podem ser chatos blablabla.
Lindo post, Caetano! Uma delícia de ler. Ainda discordamos - eu já apresentei meus argumentos acerca daquela sua assertiva de que as regras foram criadas pela multidão anônima”. Tô pensando em voltar a estudar esses assuntos de maneira mais disciplinada.
Mas tô gostando muito de tudo o que está rolando. Ramon Santos e Nando apresentaram questões éticas importantes e que me fazem pensar sobre os limites (ou as implicações de uma ausência de limites) de minha defesa destes gêneros populares que têm a poética do corpo e do prazer como assunto central.
Mas eu queria dizer a Ramon que Ariano Suassuna também foi contra aquilo que ele julgava ser uma apropriação indevida ou uma distorção das tradições musicais do Recife que Chico Science e Nação Zumbi promoviam.
Mas, retomando e reafirmando: uma delícia de post.
abraços luedy
ps. salém, obrigado por achar meu texto “correto”.
Nandíssimo
Respondi ao seu último comentário no outro POST.
bjca na testa
salem
Caetano, não escuto muito o pagode baiano, mas não tenho nenhum preconceito, muito pelo contrário.Vou escutar o Psirico, a partir de agora, mais detidamente. Embora, seja bem melhor ir para Bahia fazer isso, né?.Ai se eu pudesse.!
Agora fiquei chocada com o que disse Shopenhauer : “que a cor do homem é preta, no mínimo marrom, os brancos de cabelos e olhos claros sendo uma ultraminoritária degeneração só encontrada no norte dessa pequena península da Ásia que é a Europa: são algo como ratos albinos. Cavalos, diz ele, na hipótese mais simpática”
Caetano, tinha parado de ler o teu livro, mas hoje retornarei. Ontem, antes de dormi li “Pequenas Verdades”, em que o autor fala sobre o que ele entendeu de Shakespeare e coloca suas traduções dos Sonetos do escritor inglês. Muito interessante o que ele fala sobre o amor chevalier. Se alguém se interessar pelo assunto, posso enviar o nome da editora, pois acredito que não esteja em nenhuma livraria.
beijinhos a todos
Maria
Caetano, sobre som na praia:
Foi o Tom Zé quem conduziu o Jô Soares até o interior de um veículo turbinado de som. O último concordou com o primeiro no sentido de entender a experiência (som de carro) como transpessoal, algo realmente magnífico e inenarrável. Na praça de Aratuba,na Ilha de Itaparica, é comum que os rapazes façam “pega” de som, disputando para ver quem é mais potente nos alto-falantes, graves, cornetas e tuitas. E por isso, também, preferem pagode à arrocha, considerando que o recurso instrumental deste último são, apenas, os teclados. Faz alguns anos, não passo carnaval na Bahia e não saberia, por não lembrar-me com exatidão, descrever a sensação do encontro de Autosom. É quase como ir atrás do trio elétrico, só que de maneira mais intensa, densa e pessoal, como fossem muitos trios (usam módulos de trios nos carros) ocupando um mesmo espaço e dispostos, assim, de modo mais próximo e diverso. É de arrepiar, cada vibração dos graves fazendo tremer os músculos do corpo, os nervos quase paralisados pelas dirtorções dos circuitos e das frequências, as cornetas e tuitas reproduzindo Márcio Vítor num agudo surreal.Transcende-se mais do que quando se toma ayahuasca, só que sem vômito. Ficar no meio destes carros e ente as meninas que “quebram” até o chão é a melhor coisa do mundo.
Leni, que boa lembrança a do Antonio Brasileiro. Coloquei música num poema dele chamado Nuança:”Meus caminhos, meus mapas,/meus caminhos.//Tudo está em ordem/ em minha vida.//Como se faltasse/ alguma coisa.”
Abraços e poesia, sempre!
Castello,
Depois pensei: talvez o lance dos olhos de dorian grey tenha soado meio viado nos procedimentos para ouvir rampeira e outros arrochas. Eu mantenho, mas sem viadagem!
Té breve,
Wesley
sobre som automotivo (acho que é o que há de mais popular no Brasil hoje), ver:
e’ bonito e descontroladamente/escandalosamente alto:
http://www.youtube.com/watch?v=QVcb3t-o-Bg
a melô da pickup turbinada:
http://www.youtube.com/watch?v=Xl-2Y8NfOOw
o carro de playboy:
http://www.youtube.com/watch?v=nAyou6pIgOo
este e’ um dos melhores clipes de todos os tempos - a carroça louca!!!:
http://www.youtube.com/watch?v=ZxEbXOOQhFw
o ritmo se chama pancadão, pizadinha etc.: é uma mistura aloprada de vaneirão, forró, funk, reggaeton, sertanejo
Salemzaço aço aço.
Quero sim. Que o som que vem dos becos e favelas continuem fazendo muita grana,e esse dindin seja dividido com os que fazem o som que vem dos becos e favelas.
“Não entendo isso. A gente vive num país onde há trânsito cultural intenso”.
Basta a gente tocar na defesa dos direitos do povão,e o velho chavão se alevanta : Paternalismo.
“Dizer que o samba não é mais samba porque tem grana da Globo é xenofobia”.
Viu querido ? É assim que a Riotur – minoria dos que se apropriam – trata as pessoas responsáveis pela sua galinha dos ovos de ouro ; o carnaval carioca.
Confesso fiqui um tanto chateado, para não dizer decepcionado, pois Salémzitho vai além da excelência de criticar a ouras bandas e a outros companheiros de profissão como o são os grupos citados acima.
Tudo que é bom dura pouco, foi assim com Mamonas, La BAmba, Beatles, Elvis, Banda Vexame, etc.
Em contrapartida tudo que é excelente dura muito como CAetano, Marisa, Gil, Jõao, Jobim, etc.
Fica aqui meu registro de Indignação com o post do Salemzitho.
O diário de David Byrne é meio bobo… Talvez por que eu conheça a festa.
Zii e Zie tem várias músicas que eu gostei na primeira audição. A cor amarela (é claro, principalmente), falso Leblon e Menina da Ria. Caetano, qual vai ser a música de “trabalho”? como se define mesmo isso?
Ufaaa, consegui ler os 557 comentários do post de lá (tá, confesso que pulei váriossss, há uns graaaaaandessss por demais. Quem era mesmo o sujeito que sugeriu comentários com até doze parágrafos?.
Bom, nunca digo grandes coisas, mas entre as pequeninas do post de lá direi:
Nando, concordo com você sobre o resultado da exposição excessiva de crianças às imagens eróticas. Não sou nenhuma puritana, mas cada coisa no seu tempo.
Gil citou o fato de Daniela Mercury ficar gritando “Tira o pé do chão”, ai eu me lembrei de um cara disse – e me odeio muiiitoooo porque não me recordo exatamente quem foi – que até o oitavo tire o pé do chão ele gostava, mas a partir do nono, não – haha eu ri muito e a-do-rei. Eu já deixo de gostar depois do terceiro pulão e grital, apesar de gostar de várias músicas que Daniela canta. (vai entender esse meu lado paradoxal).
Carolinaaaaa, voltamossssssss
AdoUUUro as erratas dos “comentaristas” do Obra. AdoUUUro também o que alguns fazem em relação às mudanças ortográficas. Na ânsia de escreverem certo aprontam um “puteiro de galinha” e fica muito engraçado. Rio muito. É hilário!! Relaxa, gente, na não compreensão absoluta é melhor escrever como era antes, temos até 2012 pra aprender… hahaha
O Rafael na lan - saudades
Heloisa disse: “Desisto, não dá mais para acompanhar. Fui.” Tô quase desistindo. E olha que tirei o domingo – parte dele – pra ler tudo aqui e ainda nem vi os links de Lalo…
A Miriam voltou: muito bom.
Labiiiiiii, blog depois do carnaval??? Serei seguidora
E Caetano mandou outro beijo pra Heloisa. Rola um ciúme aqui, a propósito.
Sobre o post de agora:
Que post mais instigante, dá até raiva.
Leni David conheceu Obra como eu e fez quinem…
Beijos, minhas gentes e lindo domingo a todos.
Ritmistas…Ritmo…Ritmo…o lance é ritmo…
Caro amigo Salemzitho,
No Post anterios tu respondendo a um critico seu, ce disse assim óh:“Entre 1956 e 1979 a porcentagem de crianças de dez a quatorze anos que sofriam de gonorréia aumentou quase três vezes: de 17,7 numa população de 100.000 para 50,4. Aproximadamente o mesmo aumento foi encontrado no grupo de quinze a dezenove anos (de 415,7 em 100.000 para 1.211,4). As restrições tradicionais a atividade sexual dos jovens não podem ter muita força numa sociedade que, de fato, não faz uma distinção obrigatória entre infância e idade adulta. O mesmo princípio se aplica no caso de consumo de drogas(…)”.
Tá bom. E a culpa é do Tchan, dos Mamonas e da Ivete. Foi essa pseudo-constatação é que coloquei em dúvida.(Salém)
Salemzitho, agora entendo o que você quis verbalizar em seu post.
Agora meio que entendendo o que você quis dizer, foi que a indústria brasileira de baixaria ou de putaria, é quem invocou a juventude (Adolescentes) a ficar transviada, ou mais transviada do que já era…pura bobagem.
Quem disse isso não segue o mundo, e não se atenta a assuntos em que o jovem cada vez mais procura meios alternativos de liberdade, seja ela por: Drogas, Sexo, Música, Etc.
Em sua grande maioria os jovens de hoje são uns imbecis, ultrajados por máscaras que usam, para dizer que com sua gang, ou com seus amigos, pra dizer eu sou do mau, eu fumo, eu fodo eu mato e sempre saio impune.
O Brasil é o cú do mundo, pois aqui só o pobre se fode. essa é a pura realidade em que vivemos hoje.
Enquanto a minoria absoluta luta contra a crise a maioria esmagadora luta contra os inocentes, os corretos, infelizmente essa é a dura realidade de um paìs tropical, que têm tudo pra crescer, mais pela cultura do povo, sempre vai pelo mais fácil, pelo mais prático, e acabam se fudendo, e nos fudendo.
O número de trafucantes de 14 a 26 anos no Brasil é alarmante, essa idade última citada é a idade em que se termina a vida no tráfego, pois sem condições de trabalho e sem oportunidade de estudo os jovens favelados, se sentem mais protegido “mera ilusão” dentro das favelas armadas, que diante de uma vida árdua e dura que pode se vencer pelo caminho da honestidade.
Hoje existem músicas que falam sobre apologia ás drogas, como MArcelo D2, Planet Hemp, e bandas que falam abertamente sobre sexo Velhas Virgens, bandas a qual sou fã, mais creio que só vai na onda dos fracos quem é fraco.
Posso muito bem ouvir uma música que fala de como ´pe bom usar drogas, ou como é bom praticar sexo, porém nem por isso, vou á procura, ou vou pra mostrar a meus amigos viciados que eu posso, Sou contra Drogas, sou contra MAconha, Sou contra tudo, porém é proíbido proibir, fuma e cheira quem quer, e uqem é fraco.
Os jovens de hoje precisam ter mais auto-estima, e parar de terem a falsa impressão que tudo que os outros fazem, eles devem fazer, o jovem de hoje, é aquele bobo da corte que faz tudo o que os outros fazem só por fazer, uns tolos.
Acho que hoje me superei em meu post, mais valeu a pena para eu poder enfim desabafar e colocar meus supérfulos pensamentos em dia.
Abraços a todos e Salemzitho foi mal o pré- julgamento sobre as bandas, entendi seu ponto de vista e estou contigo.
Bjus de domingo a todos.
Luizão Carias.
Luedy,
Uma vez eu estava na rua no carnaval de Salvador. Eu resolvi ir para a rua só para ver Armandinho. Estava na calçada esperando, passou o trio. Olhando para cima, embevecido e totalmente na viagem do Armando, recebo uma cutucada dolorosa no tórax, achei que fosse uma facada: não era, era uma “fanta” (cacetete) de um policial (o primeiro daqueles que vêm em fila indiana) me trazendo de volta à realidade. Uma dor insuportável. Foi a última vez que “brinquei” carnaval em Salvador. A quem quiser visitar, portanto, não tenho dúvidas: camarote ou bloco (um amigo teve os óculos - de grau! - roubados com desnecessária agressividade, vez que sequer reagiu). Ficar na pipoca, já há muito tempo, é esparro. É tirar na sorte, infelizmente.
Quanto ao volume do som nas barracas de praia, quem resume bem é uma amiga minha que mora lá:
“Isso aqui é a sucursal do inferno!!!”.
Agora, justiça seja feita: sempre vou às Praias do Flamengo e por lá, este ano, na barraca em que ficamos o som estava pra lá de decente (tanto em volume quanto em qualidade e variedade), inclusive com um pequeno grupo tocando ao vivo e mandando muitíssimo bem, com ijexá, forró, samba-canção etc. Maravilha. É procurar, pesquisar e tentar achar um lugar mais de acordo com o que se quer. E chiar, para ver se alguma hora pegam mais leve.
Segue a letra
Réa silvia
Beijos…
Não conheço psirico, nem pretubom, nem David Byrne, nem Cindy Sherman…
Caetano não gosta de música. É a música que gosta dele.
A aproximação de Byrn e a forma que Caetano descreve, com tanta beleza, o nascimento de Menino do Rio são algumas das provas do que eu digo.
A música gosta do Caetano. Se aproxima dele, mesmo que ele não a queira. Ela o quer.
Caetano várias vezes se descreveu como um músico limitado. Um violonista de poucos recursos. Muita gente comenta que esse tipo de fala é “falsa modéstia” de quem quer ser elogiado.
Mas entendo com profundidade o que ele diz aqui. E aí, o comentário de Hermano sobre o virtuosismo chato dos alunos da Berkeley e tédio causado por alguns progressivos faz sentido.
Caetano não é um bicho-músico como Hermeto, Coltrane, Miles ou Milton. E isso faz da sua obra algo único. Está “ao lado da música” como ele disse certa vez não sei aonde.
A partir de Cores e Nomes senti uma forte expansão melódica nas suas canções. E, a forma com que ele foi pego pela Bossa Nova, o fez um dos maiores compositores do planeta. A grande maioria dos músicos se encantou pelo aspecto samba-jazz da Bossa Nova. Caetano a olhou “por dentro”. Ultrassom.
Hoje, Caetano é músico competente. Canta como poucos. Toca certo e bonito. Mas se mantém com esse jeito não-músico que lhe garante a perenidade da sua vocação inquieta, mutante e livre.
Também não consigo escutar música sem prestar atenção. Isso é infernal. E torna as coisas difíceis aqui em casa. Felipe pinta escutando Cramps. Fernanda trabalha escutando Marisa Monte. E Bebel faz lição de casa ouvindo Beatles ou pagode.
Eu ouço muito menos em quantidade. A não ser quando estou mixando (tarefa de maluco).
Às vezes, no trânsito, elejo um CD pra escutar. Qando um desses carros com insulfilme e subwoofer param ao meu lado fazendo o asfalto tremer, sinto a mesma sensção do cacetete que “acordou” o Nandeleza.
Existe felicidade compulsória. Mas existe tragédia compulsória também. Não quero nem uma, nem outra.
Um POST do Caetano é felicidade genuína.
beijo na testa (não compulsório)
sincero
salem
Carias
Cê disse que eu critiquei o Tchan e os a Mamonas!
Foi piada, né?
Rasguei elogios aos dois, dizendo que foram trilha sonora da infância dos meus filhos, sem causar nenhum dano.
Isso porque naquelas alturas se discutia os supostos malefícios da erotização no repertório da molecada.
na testa
salem
Glauber, Glaubito, releia o que Caetano escreveu:
‘Não gosto do argumento da “felicidade obrigatória”. Não é infundado. Não acho errado propriamente. Apenas, como disse, não gosto. Mas é porque acho-o parcial, limitado, superficial.’
Viu o que ele chamou de ‘errado, limitado, superficial’? Foi o argumento, e não você. São adjetivos que ninguém, muito menos Caetano, usaria para definir nosso lindo Deadbilly.
Um beijo para os que me chamaram de volta (Labi,linda, quem resistiria ao seu chamado?). Fiquei meio sufocada no outro post, porque não tinha tempo de ler tudo. E o tema ficava dando voltas e mais voltas. Mas ainda vou tentar ler os 500 comentários com calma. E volto.
os beatles duraram pouco?? hmmm, engraçado, pensei que fossem durar para sempre. é cada uma que ouço aqui…mas a maioria das coisas ditas neste blog, eu gosto.
zizek tem um conceito que não é nenhum achado gigantesco, mas é legal e o nome é charmoso [hahaha]: paralaxe. é um recurso de observação e análise, de mudança de perspectiva…é legal. continuo achando que ele recrimina o stalinismo, o homem me pareceu muito sensato, centrado, no roda viva. heloísa, tô curioso…cadê tu?
lennon, não preciso nem falar. minha relação com ele é muuuito mais intensa do que com lux ou byrne. gosto bastante do “plastic ono band”, mas adoro o “mind games”. “aisumasen”, “out the blue”, a própria “mind games”…
o plastic é bem freudiano, bem doído…”god”, “working class hero”, “love”…mister paranoia pegando pesado [sabiam que os beatles se chamavam internamente de los paranoias?].
mas minha única discordância com relação a ele foi a respeito do “ram” de mccartney. pra mim, o melhor macca solo disparado. discão, principalmente num domingo de sol como este! heheeiii…
mas embora seja este beatlemaníaco irrecuperável, daria um braço pra ver esse show que caetano viu em 70/71. miniiiino…
“set the controls for the heart of the sun…”
“O carioca Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim tinha um dom nato para um bate-papo com seu jeito peculiar de dar suas opiniões - assim era Tom Jobim. Tinha nesses locais suas inspirações. Mas o que fez de Tom o maior representante da MPB na música mundial foi o brilhantismo pessoal.”
Beijos
HERMANITO VALE ESSE
Castello
Entendo o que você diz sobre a comercialização do carnaval. Só não concordo que ao escutar um novo samba-enredo, a priori, ele seja vítima desse papo todo. Que seja ruim, como consequência da força da grana.
Há sambas maravilhosos feitos na atualidade. Não os ouço com ouvidos de comentarista político. Ouço como gostador de música e músico. Ponto.
Quando falei da Globo e da xenofobia, acho que você entendeu. Há na sua fala algo permanentemente implícito. A grana e o banho de loja que a cultura popular vem recebendo a desqualificaria.
É isso que acho equivocado. Trânsito é drum-machine na perifa. É tecnologia de ponta em show de axé. É camarim com água Perier pros timbaleiros. Trânsito é inclusão. É conquista social.
Se a grana não chega, todo mundo fala em exclusão. Se ela chega, falam em apropriação. Sinucas do pensamento que vê tudo com o paradigma da luta de classes.
Podemos discordar. Mas você sacou, né? Esse não é um pensamento “extremista”. Pelo contrário, tem gente até me chamando de neo-liberal. Daqui a pouco ganho a pecha de reacionário.
beijo afetuoso na testa dura
salem
Uau, a trilha sonora da infância da minha filha (19 meses) está sendo Caetano, ela canta Sampa, quase inteira!
E eu prefiro que continue assim, sem ouvir pagode! Sorry, mas pagode deveria ser proibido, assim como som na praia, carros turbinados com som e som alto demais - as pessoas nao sabem escutar, elas precisam de uma superposicao sonora, o que para mim é barulho.
Saudações
Conheci a existência desse Blog há pouco tempo (uns 10 dias), gostei muito do formato e de alguns textos.Mas, esses exagerados e repetitivos elogios às Bandas Baianas de Pagode (principalmente ao Psirico) estão tornando esse Blog muito chato.
Moro em Salvador, conheço todas Bandas mencionadas, sei que a música “Toda Boa” arrasou no Carnaval de Salvador de 2008, empolgou a multidão. Mas, não consigo perceber a tão comentada genialidade musical desses compositores e de seus pagodes.
Abraço a todos.
Quantas coisas interessantes nesse novo post, passei a tarde toda digerindo, uma delicia, tudo, tudo! Caetano uma oferenda, não a altura de tudo que você me ofereceu hoje, mais com muito carinho.
Miss Sarajevo-Bono, Brian Eno,Luciano Pavarotti
http://www.youtube.com/watch?v=mj3oQkgzX-I
Beijos
Fala-se muito na Segunda Escola de Viena, sobretudo em Schönberg (Webern jamais). Mas em geral, as pessoas conhecem pouco do que acontece(u) na música erudita contemporânea. Brian Ferneyhough, Luciano Berio, Helmut Lachenmann, Kaija Saariaho, Gerard Grisey, Tristan Murail, Pierre Boulez, György Ligeti… Muita coisa pra ouvir!
Hermano sensacional estes vídeos que você colocou ai! Para o desespero da Márcia H!
Rosana caríssima você tem uma expansão espiritual contagiante.
Heloisa imagino que a compreenda quando falaste no outro post que desistia, realmente os comentários estavam numa velocidade estonteante, bastava ficar apenas algumas horas sem ler e pronto a coisa se multiplicava, e triplicava, teve momentos que se quadruplicou, não estava brincadeira acompanhar e postar alguma coisa, mais estava bárbaro, muito dinâmico, teve alguns momentos que fiquei somente como observadora e leitora, mas, no final ate que acabei tagarelando muito. Te chamei 2 vezes para um auxilio “logístico”. E olha este novo post continua no mesmo ritmo então não sei se você terá tempo de lê tudo la e acompanhar aqui, acho que o negocio é a gente seguir enfrente.
Gostei das fotos de Cindy Sherman me lembrou algumas fotos que vi da Ana Claudia, a que freqüenta aqui o blog também, não sei bem sobre este tipo de trabalho e nem se a proposta da Claudia seria a mesma de Cindy, tenho a impressão que sejam diferentes, de qualquer forma é muito interessante. Espero que ela não se importe que eu coloque o link do blog dela.
http://www.fotolog.com/bebendochopp/archive?v=month&year=2008&month=12
Beijos
Sobre o som alto é sempre bom lembrar que sempre há no mínimo dois lados:
1 - O lado de quem está curtindo.
2 - O lado de quem não está querendo ouvir. E é obrigado a.
Quase todos já tiveram dos dois lados, uns com mais frequência de um lado outros com mais frquência do outro.
As regras civilizatórias são sempre recalcatórias para alguém.
Independente de onde se coloque a linha divisória.
Oi, Caetano e pessoal.
O ensino da gramática pura tem dado lugar ao ensino dela aplicada ao texto. E quem tem puxado isso são os vestibulares, tais como o da UFMG.
Na minha cidade, no interior de Minas, muitos professores ainda ensinam a gramática pura. E muitas professoras só dominam o dialeto caipira.
Oi, Caetano, um post scriptum:
A língua portuguesa é que evoluiu do latim vulgar. As normas não são a língua.
E tem um “proguessivo” aí. Vc queria dizer que os The Pogues são prog?
1. Concordo com as palavras de Glauber quando diz que David Byrne é classe A do rock…Muito muito acima da média.
3. Também acho Heloisa. Caetano escreve enrolado e complicado. Isso é sobretudo evidente no Verdade Tropical, com todos aqueles parágrafos enormissimos… Mas Caetano não é escritor…
4. Foi uma das coisas que me irritou sempre das 4 vezes que estive no Brasil: A música na praia. E os vendedores chateando sempre a gente. Mas fazer o quê? Não dá para proibir…
Vamos ver se 12 parágrafos expressam nossos pensamentos, pra quem chega ou perde uma parte ta ficando difícil!
http://www.youtube.com/watch?v=5RS88RbZA_c
Adoro o Talking Heads e as outras coisas de Byrne. O interesse dele pelo Brasil, pelas coisas do Brasil musical, me causa simpatia.
Caetano, “a norma culta é cria do sermus vulgaris”…adorei. Já passou de pensamento, és um verso!
Caetano, com licença, nem tente reouvir Yes ou Gênesis. Não perca tempo com isso, nem com Rick Wakeman. Dias desses, fui na casa de um “bróder” e ele colocou pra rolar o “Viagem ao Centro da Terra”. Eu achava tão bonito. Acabei achando enfadonho. Continue na onda da Mariana Aydar, ela é linda, talentosa, charmosa e oshiana. Vai nessa!!!
O “Plastic Ono Band” é realmente maravilhoso. Eu acho a Yoko dessa época bonita e gostosa. Vi vários vídeos sobre o casal “LennOno”.
Hermano; eu gosto de ouvir música clássica no som do carro. Mozart, Choppin. No trânsito de Sampa então, meu irmão, é um experiência mística total. Tente!!! Creio ter visto “budas” flutuando sobre os prédios da avenida Dr. Arnaldo, numa noite clara, ouvindo música clássica, no meio de um engarrafamento meditativo.
De pato pra ganso, se me permitem, o Carnaval está chegando. Um dado curioso e legal do carnaval aqui da concreta Sampa é que este ano cinco mulheres vão puxar sambas-enredos das escolas do grupo especial. São elas, as cantoras ( como queria o Jamelão, que detestava o termo “puxador de samba” ); a eterna Bernadete, já há 34 anos na Peruche. A Dilene na Mancha-Verde, a Vânia na Mocidade Alegre, a Helen na Tom Maior e a Carolina Soares na X9.
No Rio tem alguma mulher puxando samba-enredo?
bjs!!!
Pôxa Carias, você disse que “os jovens de hoje são na maioria imbecis”. Pegou pesado. Eu que sou um ‘adolescente’ de 36 anos fiquei magoado..rsrs. O Caetano então, adolescente “sessentão” deve ficar ainda mais chateado com você. Prefiro o pensamento neo-romântico do Salem, que argumentou bem discordando de você, até no que você diz que o “Brasil é o cu do mundo”.
Réa, essa canção “Para Todos” do Chico é uma beleza só.
E Luedy…”o povo é o inventa línguas…”
Grazie!!!
É Vellame, cabe um 2.1 aí nos seus lados:
um amigo meu, um armário 4 x 4 que gosta de chegar para o dono do carro. Ele começa falando baixinho, com educação e vai aumentando o tom de voz: “Bom dia, irmão, eu tô dali, tô ouvindo seu som, vi que você tem um equipamento porretinha aí, parabéns, bacaninha mesmo. Agora, venha cá, eu pedi pra você LIGAR SUA PORRA DO SEU SOM AQUI? EU PEDI? ÓI, VOCÊ SE PIQUE COM SUA PORRA DO SEU CARRO, SENÃO EU VOU QUEBRAR VOCÊ, O SOM E O CARRO”. Rapaz, é um pega pra capar. Já falei com ele, que sabe que eu odeio este tipo de coisa, aí é que ele faz de propósito.
Mas é sério, você sabe que numa dessas pra sair tiro não custa.
Meu professor Fernando Rêgo é que dizia que quem gosta de música deveria escutá-la num cofre. Complicado.
Glauber, acho que o Lennon ficou puto porque o Macca colocou um besouro comendo o outro na contracapa do Ram (também um favorito meu). Aí Lennon sacaneou a capa do Ram na contracapa do “Imagine”, não foi isso?
Boa Noite Blogueiros,
HERMANO. ESSA QUE VALE
Carias
Você entendeu além do que eu disse. O debate foi com o Nando. Ele foi quem colocou as estatísticas que destaquei entre aspas.
O “Tá bom. E a culpa é do Tchan, dos Mamonas e da Ivete. Foi essa pseudo-constatação é que coloquei em dúvida.” foi uma ironia minha a respeito de quem infere que essas bandas são prejudiciais à saúde sexual da molecada.
Olha só: Eu não concordo com a sua afirmação de que…
“…na sua grande maioria os jovens de hoje são uns imbecis, ultrajados por máscaras que usam, para dizer que com sua gang, ou com seus amigos, pra dizer eu sou do mau, eu fumo, eu fodo eu mato e sempre saio impune.”
Não gostaria que a minha singela reflexão sobre o erotismo na música popular fosse interpretada como uma avaliação da juventude brasileira. Fujo disso. Não tenho essa pretensão.
Podem me chamar de romântico, neo-liberal, reacionário ou o que for. Mas eu acho a geração dos meus filhos infinitamente superior à minha.
Não tenho nostalgia geracional. Não tenho saudade da minha puberdade. Gosto muito dos dias de hoje, embora haja sofrimento pra chuchu.
Quero andar pra frente. Só olho no retrovisor pra fazer poesia. Não defendo o passado. Defendo a História. E ela ainda tá rolando.
O Brasil NÃO é o único cu do mundo no sentido que você usou a frase. Não é.
Caetano versejou em Cu do Mundo. Há linchadores no Brasil, em Israel e nos States. Há cus do mundo. O nosso é um deles.
beijo na testa
salem
“DAS COISAS MEMORÁVEIS”:
Carias
O nosso Luedy NÃO criticou de forma dura, bandas como Calypso, Tchan, Funk, etc.
Pelo contrário.
Sei que no POST anterior deve ter sido difícl acompanhar o papo que envolveu Luedy, Nando, Glauber, Caetano e todo mundo.
Que fique claro:
Nando sempre argumentou de forma muito consistente o seu desejo por parâmetros que qualificasse (sem relativizar) a crítica e o elogio aos gêneros.
Glauber, com seu jeito menos dialético e mais groovado, também nos mostrou o quanto criou critérios pessoais (e bonitos) pra poder gostar e desgostar de coisas supostamente toscas e outras supostamente “elevadas”. Deu aula.
Luedy defendeu, ao seu modo relativista e inteligente, que não há regras.
E eu só me meti com mais ardor, quando senti que havia uma abordagem moral da parte do Nando com relação à erotização.
Foi mais ou menos isso. Faço esse resuminho em nome do progresso da obra sem que a gente pire de vez.
na testa
salem
Caetano e Glauber, desculpem-me. I’ve got it all wrong. Shame on me!
Paulo Osório, acho a escrita de Caetano um pouco confusa e contraditória, mas ainda assim - ou por isso mesmo - maravilhosa: a forma como ele constroi as frases, as palavras que escolhe, o desenvolvimento dos temas - tudo me encanta, nutre e ensina. Um jornalista já se referiu a ele como “o falante mais prolixo da língua portuguesa”, mas eu não me importo. Quero mais é que ele fale, escreva e cante tudo o que lhe vier à cabeça. E que viva para sempre.
Márcia H
Cê disse assim:
“Uau, a trilha sonora da infância da minha filha (19 meses) está sendo Caetano, ela canta Sampa, quase inteira! Sorry, mas pagode deveria ser proibido”
Nandeleza
Esse é o meu medo. Sacou?
beijo na testa
salem
Eu acho que “Nothing but flowers” têm uma ligação linda com “Fora da ordem”.O pós-modernismo é lindo e educador.Eu fico feliz quando te vejo falar sobre shopenhauer.E que ele tenha dito isso do homem branco.Eu acho que Nietzshe não sacou muito bem o lance de Shopenhauer não.Na verdade eu vejo uma linha muito mais nitida de Kant-Shopenhauer-Wittgenstein que Shopenhauer-Nitzshe-Heiddeger.Foi legal saber que você pedalou 15 kilometros e ainda encontrou com Marcio Vitor.A pedalada e o Psirico são manifestações da saúde urbana.
Here we stand like a Adam and a Eve
Minha ironia em cima da ironia de um páís em que vivemos. Sinto que o jovem de hoje têm bem mais informações que nós, a informação chega através de um veículo chamado internet, onde os jovens poderiam ter muito mais e deveriam saber usar bem melhor esta informação do que usam.
Jovens de hoje não se interessam por nada que não seja; Sexo e drogas. Há excessões, porém 90% dos jovens do mundo são assim.
Salemzitho, o mundo mudou, e pra pior. Como eu digo em uma de minhas canções: “O mundo é lindo com os olhos fechados.Segue abaixo a primeira idéia da letra:
Ironia na pirmeira eleição do Lula.Agora acho que tu entende um pouco de como vejo o mundo, ou como explano minhas idéias sobre a juventude de hoje. Espero debatermos mais vezes o assunto, pois me interessei em sua visão mundana, e dos jovens contamporâneos.
Abração e beijos a todos,
Luiz Carias.
Duda voce que perguntou ai sobre o doubleclick.net, te respondo:
DoubleClick é uma agência de Publicidade especializada em mídia eletrônica.
Quando voce entra num site contaminado com este arquivo que alguns chamam de spyware, outros de virus, prefiro o spyware porque na realidade ele é um espiao, nao tao nocivo quantos virus que roubam senhas bancarias por exemplo, ele somente observa sua navegaçao e fica te mandando mensagens publicitarias.
Conselho: instala ai SystemCare esta ai o link
http://www.baixaki.com.br/download/advanced-systemcare.htm
programinha gratuito que faz uma limpeza legal no teu pc, tira toda essas porcarias e outras tambem, ou seja faz uma faxina. Ah! limpe seu pc sempre, eu limpo o meu toda vez que saiu da Net muitas vezes quando estou com dificuldade de navegaòao fecho tudo lindo e volto.
beijos a todos
Ahora me acordé que cuando Milton Nascimento gravó el disco “Angelus”,(divino)creo, si no me equivoco tuvo participación especial del vocalista de Yes, (no me viene el nombre…ahora a mi memoria),alguien que recuerde?.
Gente!, todavía me queda un resto de lo que soy…pero lo voy aguardar para mañana. Tengo mucho más para “chusmearles”(contarles),…en estos instantes…siento que están golpiando a mi puerta, y es el “sueñito” que vino a buscarme.
Pessoal, perdón, cometí error de escritura en “golpiando”, se escribe: “golpeando”…esto me pasa porque estoy más “portu” que “nhol”…rs, Bye!.
Que legal !
Quem será que inventou o conceito de que,a música pra animar precisa ser barulhenta.
Quem melhor definiu essa história de som ligado em restaurantes ( quase sempre em alto volume ) atrapalhando nossas conversas,foi o saudoso Gonzaguinha quando disse “eles tem ódio da voz humana “.
_____x_____
Para quem se deixa fisgar por questões que envolvam ao mesmo tempo o cosmopolitismo e o nacionalismo borgeano, flertadas por Caetano no post anterior, eis uma coleçãozinha de links que estou curtindo e compartilho agora com quem quiser se municiar pra voltar ao assunto:
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Para Labi, Réa e Licia:
Tri…balismo
Caríssimo Carias
O mundo me interessa de olhos abertos. E quando fecho os meus olhos, trago ele pra dentro. Não gosto da idéia de que o mundo concreto feito de carne, osso, pedra e planta está ruindo. E o de dentro, o da subjetividade, é que é o lance.
Gosto da pele permeável que separa o mundo de dentro e o de fora. Gosto de gente. E não gosto nem de pensar nesse negócio de maioria.
Não. Não é a maioria de jovens de classe média alta, agridem empregadas, espancam mendigos ou matam índios.
Sou contra a diminuição da maioridade penal. Isso é hipocrisia. Os menores infratores brasileiros JÁ são confinados, torturados e punidos em “cadeias” travestidas de “centros de reeducação.
Não acho que o mundo tenha mudado pra pior. Essa é uma percepção míope.
Você imaginaria a discussão virtual que estamos tendo hoje nos anos 70? Debaixo de ditadura, sem a democratização da tecnologia?
Olha só. Do mesmo jeito que você elencou aí episódios tristes protagonizados pela molecada, eu poderia fazer uma relação de coisas bacanas que estão sendo feitas por jovens de classe média (óia aí o termo de novo) em todo Brasil.
O que é melhor? A Europa da Segunda Guerra ou a atual? O Brasil de Médice ou o de Lula? O jornalismo da Rede Globo que defendeu Collor ou o de Willan Waack?
Escola, saúde, segurança pública, saneamento básico. Tudo isso falta ao Brasil. Mas já faltava!
Vamos a mais um causinho pessoal (sorry, Nando):
Bebel, minha filha, tinha 4 anos e estava em uma escola bem pequenina, de bairro, comandada por duas senhoras adoráveis, sem nenhum vício do pedagogês construtivista, ou métodos do tipo Paulo Freire, Waldorf, Piaget ou Montessori. Eram duas tiazinhas vocacionadas.
Em uma reunião de pais, um pai melancólico e pessimista disse assim:
-Tenho pena do meu filho. Ele perdeu a época em que se pulava o muro do vizinho pra roubar fruta, que se andava nas ruas livremente, que se jogava botão, etc. etc. etc.
Uma das senhoras, com humilde sabedoria lhe disse:
-Não se preocupe. Ele não perdeu, porque ele nunca teve.
Ou seja. O sentimento de perda era do pai. Do adulto. E era ele quem projetava sua angústia no molequinho.
Pensei no tanto de coisas que a Bebel também poderia sentir que perdeu, quando ficasse adulta. Achei engraçado imaginá-la pensando “tadinho do meu filho, não brincou de video-game, não teve escolinha de futebol e não assistiu A Grande Família.
Essa melancolia passadista é crônica na história do mundo. Sempre achamos que vivemos no pior dos tempos, a beira do colapso.
Imagino que um americano em 29 pensou assim. Um judeu dos anos 40 também. E com razões pra isso.
Tenho visto, a grosso modo, aqui no blog, uma intesa discussão entre otimistas e pessimistas. Em todos nós há um pouco das duas coisas.
Com relação à molecada do Brasil tenho visto mais coisa boa do que ruim. Se o Poder Público ao invés de se preocupar com a repressão, cumprisse os seus deveres constitucionais, teriamos um cenário bem melhor.
Há mesmo estatísticas de crescimento da violência urbana, do uso de drogas e da tal da exclusão. Há.
Mas descrever a molecada de forma generailzante com frases como…
“Jovens de hoje não se interessam por nada que não seja; Sexo e drogas. Há excessões, porém 90% dos jovens do mundo são assim.”
…é roubada.
Ora. Nos anos 60 ninguém se interessava por sexo e drogas? 90% dos jovens só pensam em sexo e drogas? Qual a fonte que te forneceu esse número?
A palavra “sexo” tem sido usada por aqui como uma coisa horrorosa. Em geral, ao lado da palavra “violência”.
Que dureza pra molecada ter que fazer a separação dessas duas coisas tão diferentes, com tanta gente insistindo em associá-las.
Tenho dúvidas se a pedofilia cresceu ou foi a informação sobre os abusos que começou a despertar a atenção do mundo. Não sei. Com relação à Igreja Católica tudo leva a crer que é a minha segunda hipótese.
Adultos se esqucem que são ex-jovens. Se colocam como uma espécie diferente. Boa parte de nós, mal amadureceu. E caimos nessa nostalgia geracional melancólica.
O período da adolescência (inventado na modernidade) está crescendo. O que Contardo chama de “moratória”. Pior do que as crianças são os adultescentes.
Miriam atentou para o fato de que o problema não é o axé. E sim os pais que vestem seus filhos e ficam os treinando na primeira idade pra dançar axé, usando batom e mini-saia.
Mas continuo discordando do Nando (vou ler tudo que ele me enviou). Não acho que um moleque indiano tem a sua sexualidade prejudicada por ver uma mulher dançando a dança do ventre (que é erótica) tão popular no seu dia-a-dia.
Não acho que índios nus atentam contra o pudor.
Acho que a leitura que fazemos desses costumes é que pode ser prejudicial. O estímulo gratuito a imitar adultos para exibição é patético. Mas sempre existiu.
Aqui em SP há muitas mães que imitam as filhas. Se vestem como adolescentes. E eu me pergunto. Aonde está o problema?
Vamos baixar a maioridade penal porque a molecada está pegando a arma disponibilizada pelos adultos no seu entorno?
Pense nisso.
na testa
salem
ps. Carias, obrigado pelo elogio, mas acho que vc me entendeu mal. Nunca menosprezei aqueles gêneros! Muito ao contrário. Salém já explicou.
Lí o blog de David Byrne e fiquei encantada com o relato detalhado da viagem, um olhar de turista (e que turista) sobre a nossa cidade é sempre um refresco no nosso próprio olhar.
Salém, que bom que existe você para esclarecer algumas coisas. Estava ficando confusa com “Luedy ter criticado as bandas” ou “você achar que era culpa da música a erotização infantil”…pensei que eu tinha tomado drogas fortes.
Não gosto da conversa apocaliptica de que não existe futuro para a humanidade, que o homem está cada vez pior, que os jovens são majoritariamente uns párias…parece coisa que existe desde sempre. Lembro de meus avós dizerem tudo isso sobre meus pais e da minha mãe falar o mesmo sobre a minha geração. Tento fazer diferente, realmente gosto demais do estilão do meu filho e dos amigos dele. Na verdade adoro juventude.
Ainda vou ouvir Psirico para descobrir se Márcio Vítor além de lindo de morrer também é gênio.
Bjs
Tenho acompanhado o OeP desde sua criação. Em todo esse período, postei pouquíssimas vezes (lembro-me de uma para argumentar sobre o que me parecia uma posição retrógrada de Mangabeira Unger com relação às reivindicações LGBT e outra para votar na opção 2 de “Incompatibilidade de gênios”). Enfim, espero conseguir participar mais.
Até fui ouvir novamente “Pra ninguém” e, mais uma vez, pegou na veia, sobretudo o finalzinho:
Beijos e vivas a Caetano
Sussurros a todos
o curioso da profissão de artista é que raros são os casos de aposentadoria. hilda hilt se aposentou. parou de escrever no final de sua vida sob o argumento de trabalho-concluído.
geralmente quem faz a mesma coisa a vida toda, acaba ficando cansado da lida. talvêz por isso caetano ouça música cada vez menos. impssível conter uma irritância natural.
imagino se eu fosse a um restaurante e o objeto do meu trabalho invadisse meus ouvidos: destaria.
typos são uma espécie de ato-falho, e caetano cometeu um ótimo: coma leituras. mais antropofágico impossível.
engraçado qdo alguém altera ao seu alvedrio a letra original de um compositor. dri calcanhoto o fez em muito romântico, e skank em beleza pura. será q pra eles ficou difícil entrar numas?
Salem,
sou jovem, tenho apenas 26 anos, e já estou cansado de ouvir das pessoas de minha geração(!) e doutras anteriores esse papo de “no meu tempo não era assim”.
Pô, eu ainda tô construindo meu futuro, mergulhado no presente, e o povo me forçando a olhar pra trás como se ali é que estivesse o ouro.
Aqui em Brasília vivemos no último mês um debate caloroso na imprensa por conta de um novo projeto de Niemeyer: uma praça imensa na esplanada dos ministérios.
Uns contra, outos a favor, sei que no final cansaram o velhinho e ele desistiu. Mas o bacana foram os artigos que ele escreveu para o jornal. Me emocionou uma coisa muito viva e pulsante nele, que fico triste quando percebo que falta nas pessoas jovens (e olhe que para Oscar, até quem tem 80 anos é jovem): esperança (longe de ser compulsória!).
Ele não cansou de reiterar sua esperança no mundo, nas pessoas, no Brasil. Eu tô no time dele. E no teu.
Golaço teu último comentário.
PS.: Nando, gostei de você ter gostado do que escrevi no pôste anterior. Valeu, abração!
PS2.: Heloísa, veja o filme, mulher! Glauber (e eu também) descobrimos Chiquinha Gonzaga ali, e olhe que não é a espetacular compositora de “Abre Alas” e também de “Heloísa” (se nunca ouviu, procure, ouvi esses dias em ótima gravação com Clara Sverner). Beijos!
Alguém já pensou no Psirico em termos da “Teoria da Informação”?
A banda rompe com os códigos apriorísticos do ouvinte.
Imaginem a surpresa de quem ouviu o canto falado de Márcio Vítor pela primeira vez, ou seu megafone com sons de sirene de viatura policial?
Marcio Vítor consegue isto fazendo uso de um repertório de informações há muito negligenciado por ser considerado vulgar (sem falar no elevado labor técnico presente no instrumental da banda).
Isso me leva a crer q a resposta, nestas questões, está relacionada ao enfrentamento de preconceitos de ordem social, da “negação” do estabelecido.
Mas não digo negação no sentido estrito. Entendamos negação, aqui, como radicalização, esgotamento de possibilidades. É um acréscimo, ou discordância, do q diz Caetano, qdo afirma q o “novo” advém da negação de um dado repertório.
As formas são ideológicas, fazem parte de uma conjuntura de enfrentamentos calcada, tbém, no conflito de classes.
As letras do Psirico e de outras bandas de pagode correspondem a uma radicalização do coloquial assimilado pelos textos literários (presente na maior parte das letras de música popular).
As coreografias da galera, num misto de samba/ break, dança afro ( se duvidar, tem até balé) são um detalhe a parte. É a celebração total do corpo.
Quanto ao Psirico, específicamente, o fato de Márcio Vítor, em algumas de suas músicas, fazer uso de um megafone é crucial pro entendimento do q digo.
Remete à música eletrônica, de Karlheinz Stockhausen e outros. O uso de sons extraídos direto da “vida urbana”, q remetem a sua dinâmica mesma (engarrafamentos, ambulâncias etc) se não é novidade, pelo menos não é usual em nosso contexto de música popular e nos causa um estranhamento q talvez seja a própria natureza do novo.
Além do uso de batidas de techno, house etc (do repertório de música eletrônica mais popular, de boates e Raves).
Poguesso foi um typo bom. Mas esse post - tão simpático a todos! - está cheio de typos e falto de vírgulas essenciais. Postei correndo porque os comments do anterior já estavam comendo o próprio rabo. Mas POSTEI correndo, não o escrevi todo correndo: grande parte estava na geladeira do Word.
Sim, Luedy, “o povo é o inventalínguas”, do meu poeta querido, só funciona para o povo de hoje? E as sucessivas gerações que a vêm inventando, a ela e às suas normas, não merecem respeito? Você nunca respondeu a essa pergunta - que já fiz de umas 17 manieras. E disse que respondeu. Onde? Você apenas repetiu, apesar de minha pergunta, que a norma não é criada pelo povo mas imposta a ele (noutras palavras, parafraseio).
Por falar em “noutras palavras”, nossa amada Adriana Calacnhoto - que nos honrou com um comment uma vez - , seguindo uma moda de se evitar “num”, “numa” e, sobretudo, “noutro(a)”, pôs uma sílaba a mais na minha “Muito Romântico”: teimou em “corrigir” meu “noutras palavras”, cantando “em outras palavras”. Não sei por quê. Será que no Rio Grande do Sul ensinaram na escola que não se deve dizer “noutra” - ou apenas Adriana achou que, para ela, não seria natural pronunciar tal antiguidade? O fato é que eu preferiria que ela tivesse mantido minha forma. Detesto a mania de os jornais escreverem “foi encontrado em uma esquina de Belfod Roxo”, em vez de “numa esquina”. Não detesto que se diga “em outra” em vez de “noutra”, mas prefiro meu “noutras” de “Muito Romântico” do que o “em outras” que faz o verso ficar capenga.
Heloísa, mais beijos. Confuso é o mundo.
viram a axéficação do Radiohead no Grammy?
http://www.youtube.com/watch?v=2aVzh1LSG8Q
ficaria melhor com o Psirico, não ficaria?
rsrsrsrs
por que isso tudo continua a me lembrar Yes (e mesmo Patrick Moraz, com seu disco transamba The Story of I - http://www.youtube.com/watch?v=bTGUOqk_vlQ ) ? mais muitos rsrsrsrs
Peço licença para registrar, brevemente, que achei bacana a referência ao Arlindo Cruz. Ainda que se trate de um baita compositor, um sambista completo, capaz de criar grande samba em qualquer de suas modalidades, do samba-enredo ao partido-alto, e apesar do disco em questão ser mesmo muito bom, ler a respeito aqui me surpreendeu positiva e prazerosamente, embora eu não saiba explicar por quê.
Um abraço!
gostei de tudo que o Igor disse sobre a música do Psirico no comentário 79
Hermano, bons vídeos!Carroça louca… então! Só que a questão dos cânones legitimadores que você trouxe no Post passado e que eu desdobrei não teve o devido feedback. ainda insisto.
Leni, dediquei, no livro “Pausa para um beijo e outros poemas”, ao antonio brasileiro um poema intitulado:”De caeiro e do setão” sobre o qual falei neste blog em um dos posts : Edith do prato. Tenho uma história engraçada pra te contar sobre ele na UEFS (depois, conversamos). Agora, tenho visto pessoas falarem em “felicidade compulsória” - o que me preocupa. Prefiro a felicidade clandestina da Clarice: “Feliz serve pra quê? E depois que a gente é feliz, o que é que acontece?”
Julio Vellame,
Trouxe a questão dos Autosom aqui porque tenho em meu carro 5 cornetas, 2 bocas 6/9, 3 graves, 4 tuitas e 2 módulos de 20 canais cada um. Não sei o que você chama de “regras civilizatórias” muito menos a quem elas “recalcam”. No som que acabei de descrever, adoro ouvir La mamma morta e Manhã de carnaval (versão de Elizete), quando é comum que se ouça pagodão e arrocha nestes autos turbinados. Talvez, por efeito do recalque seja possível estabelecer uma outra ordem.
John, que certamente nunca tenha comprado na vida cds piratas ou produtos falsificados,
“A lei coibe abusos no que concerne à má utilização de equipamentos sonoros.”
Sou um péssimo legalista. Entendo nada ou quase nada de jurisprudência, tribunais e ministério público.mas quando procurei descrever a sensação de ouvir, simultaneamente, a vários sons de carro, queria trazer uma discussão mais fenomenológica para a qual “fiscalização” vale muito pouco. os vereadores de uma cidade como salvador possuem Autosom e servem como objeto de estudo dos efeitos psiconeurológicos destes equipamentos. A lei que você traz na tentativa de moralizar a bagunça que é o som em salvador parece menos eficiente e mais arbitrária. Portanto, trata-se da mesma lei irrefutável que, em muitos casos, sustenta as estratégias de manutenção do poder. é lei e acabou!, ainda que para a opressão e anulação de muitos. É lei porque é lei. (Fiquei curioso: qual era a loja de João no Iguatemi?)
Nando ou glauber (não lembro), tenho um amigo 8×8 que adora som na praia, pede ao seu 4×4 pra ele tomar cuidado!rsrsrsrs
Paulo Osório, pedrinha de aruanda é comovente mas som na praia é melhor ainda!
Meu cunhado está ouvndo ” a pisadinha” no carro dele: uma máquina! Depois conto pra vcs.
Té breve,
Wesley
Caralho Hermano!
E com Psirico, Thom Yorke parecia o Michael Jackson com Olodum.
César: Michael Jackson? achei que (a partir de 1 minuto e 15 do vídeo) os trejeitos de mão do Thom Yorke lembram mais a Carmen Miranda - terá sido homenagem aos 100 anos de hoje?
sobre Carmen, vale a pena reler este texto do Caetano:
http://tropicalia.uol.com.br/site/internas/leituras_gg_carmen2.php
Caetano e todo mundo, fiquei em êxtase com essa frase aqui, lá de cima:
“A insistência num timbre agudo de teclado, que soa quase como um assovio, irrita um pouco depois de algum tempo”.
Viram como não arranca pedaço? Viram como não desmerece, nem desautoriza, nem deslegitima nada nem ninguém?
É uma queixa recorrente, muita gente tem pavor de música baiana por causa de detalhes aparentemente insignificantes como esse que Caetano apontou. Agora, custa? O tecladista está lá, crente que está abafando, quando poderia utilizar uma das centenas de registros presentes em qualquer teclado moderno - sem qualquer prejuízo de proposta estética (a menos que o propósito fosse arruinar o sistema nervoso alheio).
Isto, esta pequena e carinhosa (em sua continuação e mesmo no teor dela mesma) frase me compensou todos os insultos e desavenças angariados aqui.
*
Salem, estou bastante preocupado com um colega que hoje me relatou que sua filha de 8 anos acabou de ficar menstruada; se recusa a sair do quarto bem como ir à escola; ela e os pais estão fazendo tratamento psicológico. Portanto, onde você vê uma questão de “moral”, eu vejo problemas. Só isso que me interessa, ver e tentar buscar causas e soluções para os problemas. Não, não estou dizendo que a menina ouvia ou ouve certo tipo de axé nem qualquer outro tipo de música erotizante. É preciso estudar, investigar, pesquisar. As coisas estão no mundo, meu nêgo.
Gosto de quando você (e os outros) contam causinhos pessoais, eu mesmo adoro contá-los.
Abraço,
Nossa Hermano que trem feio esse axé aí do Radiohead,credo!Tudo bem os caras futucam,pesquisam nossa música e isso é simpático,mas neste caso aí parece que o equívoco é meio um desprazer de quando as interferências nos deslocam para um não lugar sem liga.Esses ritmos brasileiros carnais funcionam bem melhor num clima,espaço,num estado de tempo no presente do aqui agora onde pouco se pode inventar no instantâneo.São frágeis como a carnaubeira que quando plantada para além do meio-norte não produz cera.Já com uma música mais sensorial em sua plenitude,pictorial e cinematográfica do Jobim eles se deram melhor,claro!Caetano as praias desertas continuam esperando por nos dois.Mas sozinho também é bom cantar acompanhado apenas pelo barulho das ondas quando ando ao lado de um oceano insólito e inóspito para humanos querendo ser muito comuns.
Luedy,
Bj
Luiz Carias
Salemzitho, a cada vez que troco idéias contigo, me surpreendo positivamente sobre os pontos de discussão que levantamos e que em horas nos unimos, por hora nos degladiamos no bom sentido é claro.
Adorei os posts dos demais amigos sobre juventude, embora maioria aqui discorde do que disse, ou do meu ponto de vista.
Sou um jovem de 27 anos, e também sou parte da juventude, mais sou parte da juventude que quer mudança, que luta pelos seus ideais.
Relembrando hoje a frase de Caetano eem um dos festivais onde ele cantava é proíbido proibir, e falava a platéia enfurecida: “Que tipo de juventude é essa que diz que quer tomar o poder, vocês estão por fora, vocês não entendem nada”.
Adoro esta frase, assim como acho que Caetano não mudou muito de opinião em virtude da juventude hoje, ter muito mais chance de mudar de evoluir, e não saber que caminho seguir.
Sou a favor da punição para menores de idade sim, seguindo a um critério rigoroso, ou dependendo do ato criminoso. Não podemos achar que os jovens não tenham noção do que estão fazendo.
Em Perdeu Caetano levanta exatamente isto, esta questão no âmbito em que vivemos e nossa dura realidade.
Caetano é O ESCRITOR.
Prefiro “noutras palavras” a “em outras”, diferentemente de Roberto Carlos que inseriu “no ar”, em Força Estranha. Gostei do Rei dizendo “por isso essa força estranha (no ar). Deu um brilho!
Heloísa (e outros mais):
Beijos e Abraços
Nelson Araújo diz, em livro, que o maculelê só existia em Santo Amaro e parece ser verdadeira a afirmação dele. É muito bonito ver os negros “lutando” e “dançando” (tem coreografia no gingado) o maculelê.
Vi uma apresentação, pela primeira vez, em Pontal (Ilhéus). Cantava-se músicas belíssimas que nunca mais ouvi. Estou tentando recordar mas tá difícil. Vou insistir. Aqui se valoriza muito a capoeira, mas não vejo, no novo mercado modelo (o antigo, pra mim, era o que foi incendiado) nenhuma exibição do maculelê, que é uma luta travada com pedaços de pau (cajados?) e que, modernamente vem sendo trocado pelo uso do facão. Obvio que dá no mesmo, mas mistifica muito e isso deve ser explicado a quem assiste. Faz parte do nosso folclore e tal observação precisa ser dita, pois, no futuro, pode-se pensar que era uma luta com facões.
Quando guri, ouvia muitas histórias sobre “jogar navalha”. Tem, mesmo, uns cabras que sabem jogar este instrumento cortante. Hoje eu acho que ninguém mais sabe. Era coisa da alta vagabundagem, ou da alta bandidagem que situava-se na área do antigo Maciel (de baixo e de cima) e no Julião. A ZONA era de meter medo e os “cabras” eram craques em quase tudo. Tinha do “batedor de carteira a puta do “suadouro”.
Tinha a velha do bode (vendia maconha) que sinalizava com o animal se a “barra tava limpa” ou se tava sujeira (não confundir com Maria da Vovó que era da Ribeira e era gente muito fina…
Uma ocasião fui subitamente atacado e o malandro colocou uma peixeira em meu pescoço: - o dinheiro, ou a vida! dei 5 cruzeiros ao cara que sumiu em um terreno baldio. Como?! Hoje eu sei como ele fugiu, mas não sei aonde. O Taboão eu tinha menos medo que o Julião. No Pelô, em sentido mais amplo, eu contava com a proteção de mestre vermelho (faz anos isso) e, cerca de 20 anos atrás, do mestre Caiçara. Interessante como ninguém mexia comigo.
As putas sabiam da minha vida sexual e me diziam. Com o treco da AIDS eu passei a pedir que elas pagassem um boquete pra mim. Aquele lugar, que tanto inspirou Jorge Amado, não conta mais com aqueles malandros de antigamente. Até os policiais mudaram. Era onda! Nunca fui ao Tabaris, nem ao snoker de Abel. Sei aonde ficavam. Fui ao Maria da Vovó, ao glorioso 63 de China e Simara (ou Cimara), uma gaucha, em cuja casa não entrava qualquer um. Casa de mulher dama das melhores e freqüentado por autoridades ilustres. Uma vez, um destes ilustres me contou, que foram (ele e amigos) que Toninho malvadeza estava chegando.
Todos correram pra os quartos e ficaram escondidos. Não era pelo medo de briga, era medo da língua dele. às vezes tenho vontade de sair, de noite, e chegar à Pç da Sé e sair dando umas caminhadas pelas antigas bocadas da cidade, mas o medo ainda existe e não quero me arriscar.
Comecei com Maculelê e terminei no brega, que sina ! Foi inesquecivel aquela noite - patrocinada pela Odebrecht - no TCA, com aqueles facões cuspindo fogo na escuridão. Maculelê e Capoeira são um espetaculo lindo de se ver aqui na Bahia.
Viva o centenário de Carmem Miranda!!!
Samba baiano, rock, rap e não sei mais o que.
Antes do Fantasmão houve a apresentação de um grupo chamado “Bonde do Maluco”, gostei da formação: vocalista, 2 backs, um teclado e uma guitarra. Brincavam e conversavam bastante com o público, faziam um som bacaninha, mas depois de um tempinho foi se tornando chato.
Sai da apresentação com um monte de amigos, fui chegar em casa lá pelas 9 da manhã.
Acabei não conseguindo ver nada do Psirico… Parece que no dia 12/02 haverá o último ensaio. Quarta à noite retornarei ao Rio; já estou com saudades de lá. Daqui da Bahia levo a vontade de retornar no próximo verão. Cogito até… deixa pra lá.
Achei bonito o que o Glauber falou no tópico anterior e que Caetano observou. Diferente do que diz a bossa, é possível sim ser feliz sozinho. Tenho muitos amigos, mas também gosto de ficar só.
Emagreci na Bahia, longe de casa sou timido pacas.
Fico tenso ao escrever ou ler em Lans. O tempo corre e o relogio alerta que ainda tenho 5 minutos.
bjs.
já 100 comentários? o negócio aqui está também descontrolado - parece até som automotivo!
o kuduro ja’ e’ progressivo - olhem aqui que música excelente demais!:
http://www.youtube.com/watch?v=OpYR7ilLbfo
tem remix do Hot Chip, ainda mais progressivo, aqui:
http://rcrdlbl.com/artists/Buraka_Som_Sistema/track/Kalemba_Wegue_Wegue_Hot_Chip_Remix
(se Hot Chip mixar Fantasmão o pessoal chique vai passar a gostar?)
eu trouxe a Buraka para tocar aqui no Rio - só Zona Oeste (Campo Grande) e Baixada (Duque de Caxias)- para o Baile Skol de 2007 - e escrevi este textinho para apresentar:
http://oglobo.globo.com/blogs/riofanzine/post.asp?t=no-balanco-do-kuduro&cod_Post=60239&a=78
Na minha humilde e pop opinião, a imagem mais divertida de todas as viagens internacionais do presidente Lula foi a da sua chegada em São Tomé e Príncipe, aquele arquipélago de língua portuguesa situado na costa da África. Não era só uma imagem, tinha também trilha sonora poderosa: no aeroporto, as crianças são-tomenses receberam nosso excelentíssimo conterrâneo cantando e dançando funk carioca! Aquilo sim era pós-modernismo: a música africana virou a batida eletrônica do hip hop em Nova York, veio parar nas favelas do Rio e agora volta para o continente negro em cerimônias oficiais transatlânticas.
Mas não é só o funk carioca que provoca um ciber-curto-circuito nos ouvidos africanos: ao mesmo tempo que o Rio aprendia a se requebrar ao som do DJ Marlboro, em Luanda os angolanos de periferia faziam experiências com as baterias eletrônicas para criar o seu próprio pancadão. Deu no kuduro, uma música que está sendo propagandeada por revistas moderninhas e influentes (como, por exemplo, a “XLR8R”) como o futuro das pistas de dança planetárias. Apesar das histórias independentes, o kuduro e o funk carioca têm muitas semelhanças: o som cru, urgente, pesado, computadorizado e balançado. Em resumo: som de preto, favelado, mas quando toca é aquela festa, quizomba pra ninguém ficar parado.
Pois bem, demorou: neste sábado, as duas costas do Atlântico Negro, com a benção lusitana (vejam só), voltam a estabelecer contato imediato via popozão. O Buraka Som Sistema, coletivo dançante luso-angolano especializado no que já é chamado kuduro progressivo, baixa no Baile Skol, no meio do encontro dos paredões sonoros das equipes Furacão 2000 e Big Mix. As raízes comuns agora são produzidas pelos sintetizadores, com subgraves para fazer tremer todos os corpos. Então: se o semba angolano chegou por aqui e deu na Apoteose, imagine em que praça vai dar a união do funk com o kuduro. Viva o afrofuturismo!
Errata:
Hermano, eu escrevi errado. Eu queria ter dito que “Com Psirico, Thom Yorke PARECERIA Michael Jackson com o Olodum”.
De qualquer maneira, adoro o Thom. Acho extremamente bonito o que ele faz. A maneira incomum como ele se move, se expressa. E neste disco novo, In Rainbows (nesta música “15 Step” sobretudo), percebo uma profunda aproximação do canto dele com o tempo e a forma do rap. Um transrap.
E, Hermano, não acho aquela galera parecida com axé, não. Aquilo é uma dilatação das batidas “criadas” pelo Radiohead. Existe um pensamento rítmico muito particular que o grupo desenvolveu durante os anos, sobretudo, a partir do “Kid A” e do “Amnesiac”. E aquele grupo toca uma representação acústica das batidas eletrônicas do Radiohead.
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Sobre percussão bahiana; Sobre percussão brasileira.
Quando ouço música africana e música oriental, identifico na maneira como se apreendeu o ritmo no Brasil uma diluição do compasso composto em compasso simples (Por isso tanta síncope nas figuras rítmicas brasileiras). Como se no Brasil, através das transformações e criações, houvéssemos “simplificado” as figuras rítmicas. E neste sentido, a percussão brasileira lida muito mais com a densidade e muito menos com a textura.
Selim Sesler (Turquia)
http://www.youtube.com/watch?v=QpLN3KRjsW0
Dee Dee Bridgewater (EUA – Projeto com músicos de Mali)
http://www.youtube.com/watch?v=jUCOU9vteCA
Adewale Ayuba (Nigéria)
http://www.youtube.com/watch?v=mCEXq89CdRo
http://www.youtube.com/watch?v=crayNaUTZy8
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Presentin pro Glauber:
http://www.youtube.com/watch?v=_gCgSPsX5TQ
O presentin pro Glauber se estende ao Nando. =)
César: achei que você estava fazendo um elogio, que pena que não era… eu gosto de Michael Jackson com Olodum, talvez bem mais (digo logo a verdade: MUITO mais) do que gosto de Radiohead (que é um grupo OK, mais importante antropologicamente do que musicalmente…) - viu como não sou relativista? - mas talvez seja apenas questão de gosto - deve ser ouvido detonado de tanto escutar Merzbow ( http://www.youtube.com/watch?v=QbBBczzDeCA ) ou os ritmos dos Boredoms ( http://www.youtube.com/watch?v=QbBBczzDeCA ), coisas que acho sim que fazem a música fugir para frente (melhor que ir para a frente - adotei isso do Waly)… Radiohead precisa comer muito feijão estético ainda…
ah, não acho que falta textura na percussão brasileira não - acho que sobra - uma vez atravessei a bateria da Mangueira (acho que foi num ensaio, eu estava seguindo o Caetano) e foi como se tivesse mergulhado num oceano de textura… isso sem falar em percussão indígena brasileira (como aquelas “baladeiras” noise dos bororos… isso só como um exemplo nada radical - são centenas de etnias com músicas diferentes vivendo entre nós)
eu também fiz o Música do Brasil, documentando um monte de músicas considerada tradicionais (mas para mim são tão modernas como todas as outras) - a variedade de ritmos e texturas percussivas é espantosa
CAros, amigos e nobres blogueiros,
Acho divertido ler diferentes posts sobre um mesmo tema diferentemente do assunto em que transcrevi acima, sobre a juventude mundana.
Concordo com todos, inclusive com Caetano sobre a nova linguagem colocada em prática no cenário mundial ou nacional no nosso caso.
Achei que o Lula usou de contra cultura para junto com os demais países que falam o português unificar uma só língua para vários países.
Adoro ler os posts de Caetano dando aula sobre assuntos como o uso correto de expressões que usamos erradamente no cotidiano, é algo único e soberano.
Salém, me toma por sua visão aberta a um mundo cão que vivemos, gosto do modo como ele mesmo tendo uma visão encoberta têm que o mundo irá melhorar.
Salémzitho me soa como um super herói que pode salvar nossa civilização com sua cultura apurada e seu senso crítico e visionário sobre os problemas que afligem ao mundo.
Adorei saber que há vários jovens postando aqui, comprovando o que eu disse de milhões de jovens a minoria, é que têm espírito e coragem para expôr suas opiniões aqui de modo eloquente e lúdico.
Sampa, as caricas, Catarinas, etc, postam aqui e transbordam este blog com uma diferença cultural única, e que faz com que aprendamos as gírias culturais de cada lugar.
O Sul e Sudeste do país encontra-se de um modo global anti-Lula, já para as regi~çoes acima do Sudeste, São Lulistas ao extrremo.
Amo o Sul do país, e amo a contra- cultura que temos nos últimos tempos, algo abominável.
As demais regiões do Brasil excluindo o Sul me encantam por sua criatividade, tirando os grandes centros, amo ver Salvador, Recife, com a alegria do povo estampada em festas de rua como Carnaval, Frevo, Festivais de Verão, o Sul ainda perde muito em Festivais e shows de grande porte para estes centros.
Acho que o Carnaval deveria ser comemorado 365 dias no ano, pois a energia que temos é algo que encanta e vislumbra a todos.
Copa do Mundo no Brasil, maior roubada em que nos metemos. Muito investimento a se fazer, para gastos supérfulos que temos até então, e não damos conta de formar escolas descentes, oferecer um transporte digno aos cidadões que pagam impostos para tê-lo, áúde, etc…Vamos investir em Futebol, é mole??
Óbvio que lucraremos horrores com isso, mais gastaremos horrores també, e aí desde já questiono, para onde irá todo esse dinheiro??
Creio que vocês já imaginam ou deduzem a resposta…
Abraços a todos…
Luiz CArias.
pôo, tive bons momentos aqui [como sempre] lendo os comentários de hoje. ri muito com várias tiradas e joguetes dessa moçada esperta.
vero, “carlos careqa” continua fazendo shows, compondo, gravando, atuando. ele tem myspace. já ouviu o disco de versões de tom waits que ele gravou? “chocolate jesus” virou “guaraná jesus”, hahaha. gênio!
http://www.youtube.com/watch?v=HThKgwdbb9s
bela e divertida homenagem.
e aqui, um clássico de careqa, “acho”. que letra: “…metade da metade da superfelicidade…”
http://www.youtube.com/watch?v=BbVtZGKLH08
não é um vídeo oficial, é vídeo de fã. inté, gentes!
HERMANITO. VALE ESSA
Carias Caro e Caríssimo
‘Cê lembrou da frase do Caetano:
“Que tipo de juventude é essa que diz que quer tomar o poder, vocês estão por fora, vocês não entendem nada”.
A frase antológica que você citou dita por Caetano no na extensa fala de É Proibido Proibir deve ser entendida no contexto em que ela explodiu. Só assim a gente pode citá-la ou recitá-la extrapolando a força do momento histórico que a desencapsulou.
Perigoso usá-la agora mirando noutra direção. Caetano, ao contrário da juventude alienada de hoje que você critica, usou a frase na diração oposta: a juventude pseudo-engajada. Todos estavam surdos naquela noite histórica.
Os Festivais estavam em crise. E as vaias vinham de jovens, na sua maioria universitários e que ironicamente (como às vezes aqui) usavam sua cartilha política pra fazer escolhas que são de natureza estética.
Re-escutei a gravação de É Proibido Proibir no ano em que o Tropicalismo completou 3 décadas. Estava dirigindo o Prêmio Bravo! e Arnaldo Antunes cantou É Proibido Proibir. Mariana Aydar cantou Baby. E Arnaldo + Mariana cantaram Geléia Geral. Tinhamos uma orquestra e mantivemos as cordas e metais de Duprat. Foi uma homenagem emocionante.
Eu e Arnaldo ficamos um bom tempo falando sobre o tom (não a tonalidade) ideal para reinterpretar a canção. Optamos por algo delicado. Cool e grave, bem a maneira de Arnaldo. Alguém da Abril sugeriu que Arnaldo lêsse o discurso e rapidamente, nós discordamos. Reproduzir aquela fala naquele contexto, além de “sem graça”, permitiria leituras equivocadas. Aquilo não poderia ser aplaudido pelo público black-tie presente. Seria usar algo engendrado pela inteligência e a fúria de forma careta. Para o aplauso fácil.
Por isso, eu repito. É perigoso.
É Proibido Proibir é uma grande canção, um tanto ofuscada pela beleza do surto discursivo de Caetano. Ela é em 3/4. Sofisticada e com uma divisão dispersa nos compassos. Foi difícil colocá-la no mundo de novo, respeitando a sua origem e ao mesmo tempo, fazendo com que ela tivesse algum sentido contemporâneo. Por isso, fizemos com delicadeza.
É Proibido Proibir é uma anti-canção-de-protesto. E seria fácil hoje transformá-la em canção-de-protesto.
Há algo de atual no discurso de Caetano mesmo. Mas na contramão do que você disse. Você parece querer mudar o mundo. E eu acho isso bom. Mas a fala de Caetano não é o slogan ideal pra tua argumentação. Ele diz SIM na letra da canção. Ele diz NÃO AO NÃO. A canção é profundamente libertária.
Eu ando meio preocupado mesmo com um certo retrocesso. Vejo que muita gente tenta saudar Caetano com saudades. Há saudosismo no ar.
Alguns vêem Caetano em oposição a algo que ele parece não estar se opondo. Por aqui ele tem dito mais SIM do que NÃO. E quando precisa, diz NÃO ao NÃO. O NÃO ao barulho infernal das praias, esse SIM, foi um NÃO. Rotundo, como diria Brizola.
Caetano nunca esteve tão próximo da molecada. A juventude que gosta de Caetano hoje é bem melhor do que a que o vaiou naquela noite. O show Cê é uma prova desse fenômeno.
Duas ou três pessoas disseram aqui que sou romântico. Me sinto bem realista.
Luedy disse que Caetano é escritor. Muitas vezes fiquei pensando o quanto o discurso daquela noite estava pronto, tamanha beleza, coerência e poesia que ele continha.
Coisa de quem pensa, fala e escreve, quase ao mesmo tempo. Coisa de quem usa a gramática e sintaxe pra pensar. E diz.
Isso também recupera o bonito momento em que Maria Rita Kell disse: “deixa os artistas falarem.” Ela sabe que alguns artistas têm essa capacidade.
O discurso de Caetano é metabólico. Sua escrita, embora cerebral, também é. Há uma sincronia entre o pensar, escrever, dizer. Estética.
Gostei do que Igor disse a respeito do jovem idealizado como público-alvo do consumo. E gostei também do comentário de Nobile sobre “a aposentadoria dos artista”. Pelo que via, aqui tem bastante gente entre os 20 e os 30. Período em que a gente cai na real de que a balada acabou. Período de correr o risco do saudosismo crítico. Período perigoso.
Mas Caetano flutua num tempo, compositor de destinos. O artista.
“O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece.”
Essa sim é uma bela idealização de juventude. E aí, lembrei de Glauber, num momento belíssimo implorando pra que Caetano não morresse nunca.
Mais bonito ainda, Caetano dizer SIM ao sonho da imortalidade. Não a da ABL, né Gil.
A imortalidade que não nos faz idealizar a juventude como algo que passou e agora sobrou pra um bando de infelizes, piores do que nós.
Não há tempo que se perca.
na testa
salem
Também não gosto de música o tempo todo, mas gosto dela enquanto trabalho com minhas traduções. Só que agora estou ouvindo Tom e seu piano, e está difícil me concentrar nos termos científicos enquanto escuto ‘Chora a flauta, chora o pinho/ Choro eu o teu amor/ Chora manso, bem baixinho/ Este choro falando de amor…’. Caetano, grave essa música por favor.
Tom acabou de cantar ‘Por causa de você’. Reparei que ele diz ‘Não deixe o mundo mau levá-la outra vez’. Será que foi assim que Dolores Duran escreveu? Eu me lembro de ter ouvido sempre ‘te levar outra vez’ - será que Tom corrigiu de acordo com as normas?
Caetano, não entendo sua implicância com ‘em um’. Não sei como é na Bahia, mas em Minas (e aparentemente no Rio Grande do Sul também) aprendemos a escrever assim. É claro que sei que ambas são corretas, mas me acostumei a escrever - e até a falar, às vezes - ‘em um’. Qual o problema? Diferenças regionais, ora. Já vem você com a ‘onda’, palavra que eu destesto quando você usa para o que não é ‘onda’, e sim um jeito próprio de falar ou escrever que não seja o seu. Você é lindo, adoro tudo em você, menos suas picuinhas com as diferenças linguísticas. Beijim de Minas na sua cara linda.
Pô, César Lacerda, compartilho com muito gosto do seu presentin. Valeu.
*
Gosto do Caetano escritor; gosto do estilo dele, assim como gosto muito do Gil falando. Muita gente acha o Gil pedante, presunçoso; eu o acho humilde em tentar fazer com o que nós compreendamos coisas que nem sempre estão ao nosso alcance imediato; daí a achar que ele tenta nos dar um pouco mais mastigadas coisas que de outra maneira teríamos dificuldade em compreender; assim como ele simplificou certos acordes no seu songbook. Mas não estou 100% de acordo com isso, porque pode parecer que subestima o público. De qualquer forma, pendo mais para a impressão que expus primeiro. E gosto tanto mais do Gil quanto mais delirante ele pareça. Quanto mais louco, mais lúcido ele parece. Acho-os, Caetano e Gil, respeitosos e comprometidos com as próprias idéias.
O que eu já observei algumas vezes aqui é que muitas frases do Caetano dão margem a duplo sentido. Por exemplo:
“Davi Moraes, Pedro Sá, Jaques Morelenbaum, Kassin e eu, pelo menos, achamos que Marcio Vitor é um gênio desde que o ouvimos tocar”.
Ou seja, todos sabemos que Caetano está dizendo que DESDE que (tão logo o) ouviram tocar, o acharam um gênio. Mas há um outro sentido possível: Márcio Vítor é um gênio DESDE (ou seja, a partir do momento em) que o ouviram tocar. No primeiro sentido, Márcio Vítor já era um gênio antes de ser visto. No segundo, só depois (e só pelo fato) de ter começado a tocar para eles.
Exemplos assim, aqui, já vi vários. Nenhum compromete seriamente o conteúdo (inclusive porque o segundo sentido acima seria estúpido o suficiente para ser automaticamente ignorado), mas Heloísa apontou bem um dos problemas que decorrem de um certo tumulto no texto. No dele e no nosso, como temos visto tanto por aqui.
Há poucas experiências humanas tão belas e profundas quanto ouvir Caetano cantando. O canto dele supera, em mim, qualquer limitação, ou mesmo contradição, das coisas que escreve. Mas Caetano também é bom escritor. Estou dizendo isso porque fiquei assombrado ao saber que ele ouve pouca música.Ouve assim de forma aleatória, ou casual,não sistematicamente. Fiquei surpreso. Como o intérprete mais espetacular da música popular brasileira contemporânea, que canta lindissimamente bem canções como “Luna Rossa”, “So in love”, ” Ave-maria”, ” Samba e amor” ( com Bebel Gilberto ), ” Por toda minha vida” ( essa gravação só de pensar me dá arrepios ), “Pecado”, Tonada de Luna Llena”, ” Ia”,” Pé do meu samba”, ” Ronda ( na festa em homenagem aos 450 anos de São Paulo), ” Verdade” ( com gil, a cantora ), ” Tempestades solares ( espetacular!!!), “Escândalo”, e tantas outras, pode não gostar de ouvir música, achar “constrangedor” parar para ouvir música. Ouvir Caetano e sua música ( mesmo as que não foram compostas por ele, mas que com ele cantando soam como se fossem dele…) é daquelas experiências humanas de beleza íntima e misteriosa, que raras vezes temos. Beleza íntima que aponta para alguns dos mistérios mais profundos e expressivos da existência humana.
O sonho de consumo dos meus seres da beira do Rio São Francisco é conseguirmos comprar uma camioneta que vimos uma vez em um programa de Tv. Dizia o cara que “o som tinha a mesma potencia de um Trio Elétrico”. Fico só imaginando eu chegando a uma praça com a meninada ouvindo pagode e eu ligar o meu bem ao lado dele com músicas do Cordel do Fogo Encantado, Zé Ramalho, Gil, Lenini, Caetano… Eles vão ter que nos ouvir!
Não vou ficar aqui discordando o tempo todo da questão Pagode muito menos concordar com Caetano. Vamos seguir e esperar um novo comentário dele para poder emitir opiniões ou se alguém levantar algo diferente ao tema.
Uma vez,eu estava passando pelo Jardim do Meier,quando vi uma boneca engatinhando na calçada.
Juro que a visão era de um bebê de verdade,ali na minha frente,sussurrando “mamã mamã”.
Na época eu tinha uma namorada que era louca por bonecas.
Enquanto o camelô embrulhava o presente - e me embrulhava falando na durabilidade,qualidade do material importado,baixo consumo da bateria etc – eu antegozava as delícias que o presente me traria como recompensa,hehehe.
Pra encurtar a história.Quando minha mina desembrulhou a boneca e colocou no meio da sala,me perguntem se engatinhou ou disse mamã ?
Contei essa historinha real,porque tenho a mesma sensação quando leio os argumentos brilhantes,entusiásticos,e até eruditos dos fãs e simpatizantes do Psirico e afins.
Fico no maior ouriço,vou correndo no youtube,e quando o som entra na sala…babau.
O Psirico e afins,não engatinham,nem sussurram “mamã”nos meus ouvidos.
É chato pra caramba…Queria tanto agradar…
Castello gugudadá.
Salem, considero o seu post 107 o mais bonito já escrito aqui. Faço 40 anos em 5 de março e tenho procurado fugir dessa sensação de saudade. Meu tempo é AGORA. Sempre em frente.
abraço.
Meu queridissimo Salem, vejo que tu está cada vez mais poeta em seus discursos.
Amei a sua visão em relação a citação de Caetano há muitas obras, e a imortalidade de CAe.
Amei também o trecha da canção força estranha: “O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece”.
Acho qeu eu como você tenho vontade de mudar o mundo sim… é uma missão morosa, que consiste em expôr meu ponto de vista e criar meus ideais de um mundo melhor.
Não tenho muitas razões para ser um otimista nato quanto á essa mudança, mais decidi por natureza e uma força interna a ser tão otimista que vou lutar pelo mundo.
Creio que é proíbido proíbir diz muito mais do que pensamos ou deduzimos. Há frases fortes nela, você citou algumas, poderia citá-las em sua grande maioria, mais como a própria canção diz, é proíbido proibir. Amei a versão do CAetano com Leny Godi no Circo do Edgard.
Agora no último show Ce de Caetano, foi arrebatado muitos jovens pela linguagem atual de Caetano que abordava temas como sexo, ao qual a população ama, inclusive a Juventude.
Poderia simplesmente dizer que se Caetano gravasse agora a Foreing Sound ou Fina Estampa, música clássicas LAtino americanas e Americanas, os jovens se lixariam, para tais canções.
A juventude de hoje é estranha, há pouco vi pelo site da Globo, nova moda entre os jovens de Brasília: Filmar brigas e postar na Internet, moda maluca e agressiva.
Ai os culpados são a Internet, os Vídeo- Games, o Computador, etc.
Sempre arrumam um culpado para não cair nos jovens a responsa…ai é culpa do pai que tem que sustentar a casa trabalhando dia-a-dia e não tem tanto tempo para ficar com os filhos, etc…
Poderia citar mil fatos para comprovar minha tese sobre a atual juventude, porém me trariam 1001 desculpas ou pontos de vista pra mostrar que estou errado, ou que não tenho razão…respeito tais comentários e tais reações, porém creio que meu modo de ver o mundo é um modo cruel, e verdadeiro, por isso dói tanto aos olhos dos outros.
Repito minha admiração por ti Salém, que com seu modo claro de decifrar as coisas, tenta de um modo poeta reafirmar seu modo de ver o mundo, e creio que seu modo de ver o mundo, é de fato bem mais bonito que o meu, mais também é mais fantasioso.
A Juventude de hoje segue por um caminho que é de fato o caminho errado, pois o jovem de hoje não tem limite para nada.
Depois de diversos erros seria muito fácil, culpar A, B, C, pelos erros enfadonhos que há.
Queria ter o poder de voltar o mundo e apagar alguns erros que ficaram marcados… Será que hoje em dia se houvesse a Ditadura Militar os jovens estariam tão errados como o são hoje.
Eu por natureza sou todo errado, mais um todo errado maluco beleza, não faço mal a ninguém, desde que não me incomodem…caso sempre não o fazem, porque sabem que se não o bicho pega.
Caetano disse em um especial a Tv globo: “Engulo muitos sapos, e muitas pererecas”. Creio que ao longo de meu pensamento já engoli ambas as coisas também, e acho íficil pra caráleo você ter que engolir sem poder expressar seus sentimentos.
Por hoje creio que meu time extrapolou aqui e o Hermano já me acusou duas vezes de estar postando muito rápido…rs
Portanto, fica aqui meu último post hoje, mais amanhã prometo estar afiadissimo para postar mais coisas, inclusive sobre a canção desde que samba é samba, que não é um samba…rs
Abraços a todos e Bjus melados de uma segunda chata.
Luiz Carias.
Querem enlouquecer? Visitem João Pessoa. O esporro diário produzido na cidade é assustador. São raríssimas as praias onde ainda se pode mergulhar sem escutar o som de um teclado eletrônico. São raros os bares onde se pode conversar. São raras as noites de sono. E a cidade a chorar…o som na praia e o desumano hábito de enlouquecer o próximo e a si mesmo.
Mudando de assunto…
Yes? No. A humanidade não merecia o rock progressivo. Certamente, não merecia. Poderíamos ter passado sem essa. Darwin teria formulado outra teoria se tivesse conhecido o ELP. O que era aquilo? Wellcome back my friends to the show that never ends.
Continuo gostando de música, mas há 2 meses que só escuto Dave Holland (um vício), Mariana Aydar e Roque Ferreira.
Lícia disse:
“se não existissem regras ou normas conseguiríamos nos comunicar amplamente através da palavra?”
Mas por que vocês ainda acham que a língua tal como a falamos (registro oral, portanto) não tem regras? A pessoa que fala “as banana”, não falaria jamais “a bananas”. Enfim, os falantes se valem, sim, de regras. E eu nem sou linguista e fico aqui tentando “dar aula” pra vocês.
Ainda Lícia: “Será que não teríamos inúmeros dialetos só compreensíveis a pequenos grupos?”
Isso me parece ser uma condição mesma dos diversos grupos sociais que partilham, como um de seus traços culturais mais profundos, a identificação linguistica. Para escutar os racionais mc’s e compreende-los tive que me inteirar de suas gírias e expressões absolutamente estranhas a minha realidade linguistica. Normal isso.
Às vezes escutando gente que vem de certas regiões do Rio Grande do Sul, eu fico boiando também. Enfim, isso tudo faz parte de nossa diversidade linguistica. Não a tomo como um problema, mas como uma riqueza (e uma condição mesmo de nossa condição de país continental).
“Isso não tornaria a aprendizagem de um novo idioma só possível através da escuta? Sim, porque se as regras valessem apenas para a escrita não chegaria o momento em que escrita e fala não se encontrariam mais?”
Licia, eu não tenho condição de te responder isso. A não ser na base de meu “achismo” de interessado/diletante nestas questões linguisticas. Tenho a impressão que nenhum de meus socio-linguistas favoritos defensa que desprezemos a chamada “norma-padrão” - uma norma que nos serviria de referência. E, sim, cumpriria esta função de língua-geral.
Permita-me citar o que leio (e gosto) de Marcos Bagno, acerca destas questões. Isso vai para o Caetano também:
“É curioso como as pessoas, no que diz respeito à língua, tendem aos pensamentos dicotômicos, do tipo ‘isso é certo’ / ‘isso é errado’ / ‘isso pode’ / ‘isso não pode’ / ‘isso é português’ / ‘isso não é português’. Por causa dessa rigidez de critérios é que muita gente acredita - sem nenhum pingo de razão - que os linguístas querem abolir as regras padronizadas, que não é mais preciso corrigir os textos escritos dos alunos, que ninguém mais vai precisar se importar com a ortografia, e outras idéias igualmente estapafúrdias”
E, em outro trecho:
“Se é verdade que os linguistas advogam o estudo da língua falada na escola na escola e o dever de reconhecer o valor de todas as variedades linguisticas, ‘isso não significa que estamos dizendo que as pessoas não têm o direito a aprender a norma-padrão ou que não precisam aprender a escrever segundo convenções de seu tempo. Este é um direito de todos. Ensinar a norma-padrão e ensinar a escrever de forma eficiente é um dever do Estado’ (Scherre, 2002:247).”
“Portanto, é absurdo e falso afirmar que os linguístas não se preocupam também com o ensino da língua falada e escrita mais monitoradas” (Isso tudo está no livrinho “Norma Oculta”, p.183-184).
E, agora, especialmente para Caetano:
“A norma culta não deriva de nada intrínseco ao portugês. Não há formas ou construções intrinsecamente erradas ou certas [...] Assim, o certo ou o errado deriva apenas de uma contigência social. Em todas as comunidades sempre se atribui a determinada classe uma ascendência sobre as demais. A classe de prestígio dita as normas de comportamento, a moda, o gosto por certo tipo de música… Assim também a escolha das variedades linguísticas entre as que estão à disposição dos falantes. Ao escolher uma, essa classe condena as outras variedades” (Ataliba Castilho, citado por Bagno -tambem no “A norma oculta”).
Enfim, os linguistas (pelo menos os que eu conheço e admiro) sabem da importância de se dominar a chamada “Norma-padrão”. E sabem que isso cabe à escola. O que eles defendem, no entanto, é que isso não seja tarefa única do ensino de língua. E que isso não seja feito às custas da ridicularização e/ou menosprezo da diversidade linguistica - condição inescapável de nossa realidade linguistica. Ufa!
Caetano, consegui responder algo?
Thom Yorke tá ouvindo o “Livro”!
pink floyd - “echoes” [live at pompeii]
http://www.youtube.com/watch?v=6y1bTyOMqqU&feature=related
para que o pessoal relembre e tire suas conclusões. eu acho o máximo.
Além de HOME que é lindamente longa as outras músicas de David Byrne do disco novo ao lado de Brian Eno que considero belas são STRANGER OVERTONES e WANTED FOR LIFE ambas acho que cairia muito bem na sua voz e no seu suingue, aliás adoro seu disco com canções americanas, que alguns acham arrastado, LOVE ME TENDER que adoro, me lembra canção de ninar, tem uma canção muito linda de Morrisey, não me lembro o nome dela e nem do disco, nessa gravação tenho a impressão que é como se ele estivesse cantando no ouvido de alguém, mas voltando a David Byrne e Brian Eno, me emocinoei com SYRANGER OVERTONES. Não posso deixar de dizer que o teu blog é um luxo! E também que a gravação que ouvi aqui no blog de uma das canções de Aldir Blanc é muito boa, muito mesmo, vai entrar no disco novo? Quando sai? E por falar em ouvir música, outro dia na Rádio Eldorado FM/SP uma canção nova de Tom Zé com participação de Denise Assunção que achei demais de boa, acho que esta no disco novo, ainda não ouvi, quanto ao ouvir música, gosto de ouvir rádio e particulamente alguns programas de rádio, sempre aparece coisas boas e muitas surpresas, assim como gosto de descobrir coisas novas através de links como esses que tem no seu blog, outro dia ouvi também na Rádio Eldorado FM (site),no programa Conexões Urbanas, uma gravação muito boa de Elza Soares de ‘Aquarela do Brasil’ aquele Samba Enredo da Império Serrano.Quanto a música na praia, aqui em São Paulo tem a galera do barullho que transitam, que descem do morro, circulam nas favelas, com o som altíssimo, som em movimento:Funk muito funk obsceno, debochado e alguns engraçados, acho que de outra forma não ouviria, tocam outros sons também como um tipo de forró acelerado e nem um pouco sofisticado, como as vezes toca eventualmente RACIONAIS MC, que não curto muito. É isso. Até outro dia. Bjim
Wesley Correia,
Penso que de modo algum na discussão sobre alto volume de som o tipo de som deva relevar.
Senão meu velho, é censura, é polícia cultural.
Eu, assim como Salém, gosto dos exemplos pessoais:
Domingo de manhã, Maria Helena minha mulher, estava reclamando (ou protestando) sobre o Vitor e Léo rolando na vizinha. Eu disse a ela que o volume do vizinha estava mais baixo do que Billy Holiday, Ella Fitzgerald, Chet Baker, Bethânia e Cateno que ela ouve.
Música na praia é realmente o fim da picada. Agora, perdoem-me mas pagode nem baiano nem paulista ( que alguns chamam de sambabaca ). Pagode para mim é Jovelina, é Clementina, lá no fundão quente dos quintais. Acho uma temeridade chamar de pagode qualquer outra coisa, que chamem, porém…
Li no blog de antonio miguel do o globo que o disco novo de caetano sairá no dia 17 de março…
isso confere?
caetano,
estarei na abertura do carnaval de recife pra te ver cantar, faz um tempo que tu não vem por aqui…
bem que merecia um post sobre a abertura que tu irá fazer com naná vasconcelos no marco zero de recife. não merecia?
p.s.: Gostaria de poder cantar pra você umas músicas que fiz no meu violão e gaita canhestras. gostaria de cantar um poema de álvaro de campos musicado por mim, barrow on furness que pus o título de reles… bem, o post já irá me satisfazer…
abraços iconoclastas
As guitarras mais bonitas do mundo são as do Harrison e do Gilmour. Valeu pela lembrança, Glauber.
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Hermano, achei o ‘Merzbow’ engraçado (inclusive pelo fato do cara ter lançado mais de 50 discos). Mas prefiro Kurt Schwitters. E o ‘Boredoms’ é muito progressivo. E encaixa perfeitamente na minha teoria do compasso simples. Nas apresentações que assisti no Youtube está tudo em 4 por 4. Solos de bateria em compasso binário com intervenções eletrônicas primárias.
Radiohead está muito mais para Beatles a Boredoms ou Merzbow. E isso explica o traço antropológico. Mas sobretudo, o traço musical do grupo.
Com relação à “fugir pra frente”, ouve aí Hermano:
Helmut Lachenmann:
http://www.youtube.com/watch?v=AVIHxY7wwRo
Brian Ferneyhough:
http://www.youtube.com/watch?v=OHntTsE-5wQ
Cores e Ritmo do Maracatu Rural:
http://www.youtube.com/watch?v=4Lo0cg_pIRQ
O CÊ é pra eu me sentir com 18 anos, o garoto de 18 anos não tem nada a ver com aquilo, nem poderia, nem entenderia…eu ouvi 5 milhões de vezes CÊ, eu adorei aquele disco, fazia tempo que eu não gostava tanto de um disco de Caetano como aquele…a revelação da expressão lusitana pra Vou Gozar é simplesmente antológica, é o ó do borogodó, a gente nunca viu os pais transando né? A gente veio dali…expressar isso é de uma beleza …o que seria mais que beleza?
Adorei a timbalada do Radiohead. Mas não dá pra comparar com Michael Jackson. Radiohead é bacana. Mas Michael Jackson é mais que demais. Agora, entra samba e sai samba da maionese do Yes e nada transcende.
Glauber, Pink Floyd eu gostava (não muito).
Luedy, não. Você não respondeu à minha pergunta. E os textos do Bagno selecionados são paupérrimos! Meu Deus, é isso? Hoje eu pesnei que tinha te visto no Mídia Louca, mas não era você (Tusé também se enganou por uns segundos). Fiquei decepcopnado.
Heloisa, se você adora “tudo”, entao nao pode haver “menos”, o que se pode é “nada” dessas “PICUINHAS”?
PESSOAL….ATENÇAO!!, A MOVER AS CABEÇAS…ou como disse Salem: (eu, te dou nota DEZZZ!!em todas as “categorias”)… “AS TESTAS”.
El maestro sufi contaba siempre una “parábola” al finalizar cada clase, pero los alumnos no siempre entendían el sentido de la misma…
El maestro hizo una pausa y dijo:
“Si yo les explicara el “sentido” de cada cuento…sería como darles a comer una fruta masticada”.
Beijos muitos “picuinhas” para todos. Veriño.
Después les cuento mis idas a la praia, aquí no hay barracas com música estridente, no existen…tal vez em algúm otro lugar que yo no sepa…aahhh en Punta del Este alguna movida de vez en cuando…para que los “turistas” se anímen a… consumir??…mais hay outros “ruidos” incómodos…aaahhh! y a mí también me molesta demás volúmen alto, de música ajena, peor…emfin les cuento más adiante.
GLAUBER!, adore saber de Carlos Careqa, obrigada, me vi todos os vídeos que há no You Tube, é sensacional, suas letras tem um humor inteligente e muito divertido (até ele, que figura)…e em muitas “cosinhas” que ele disse está muito certo…é gênio! sim…ri muito. Beijo grande pra tua gentileza.
Posto link com uma música dele, que fala da língua…já que falamos da tao “falada” língua aquí…
JOALDINHO, logo, logo, por outra banda te escrevo…ME CHEGOU teu carinho, mando ainda um “poquinho” mais grande pra você. Veriño.
HERMANITO. ESSA É QUE VALE:
CARIAS
Cê disse assim ói:
“creio que seu modo de ver o mundo, é de fato bem mais bonito que o meu, mais também é mais fantasioso.”
Não vejo o por quê dessa afirmação. Minha escrita pode ser imagética, mas fui realista. Estava acenando para um fato: usar o discurso de É Proibido Proibir pra desqualificar a “juventude de hoje” me parecia um erro. O que disse não é necessariamente correto, mas não é uma fantasia.
Carias, as suas afirmações são escritas de forma menos imagética, mas também podem estar carregadas de exagero, ou fantasia. Por exermplo:
“A Juventude de hoje segue por um caminho que é de fato o caminho errado”
Essa é uma frase mais fantasiosa do que todas que produzi no comentário anterior à respeito de É Proibido Proibir, com opiniões quetionáveis, mas lúcidas.
Você disse isso aqui também, ói:
“Será que hoje em dia se houvesse a Ditadura Militar os jovens estariam tão errados como o são hoje.”
Não havia uma interrogação no final da sua frase, o que me fez crer que você escreveu uma pergunta com a resposta que queria já embutida.
A tua afirmação-pergunta saudosista está à beira de defender a Ditadura como justificativa para que na época existissem jovens “certos”. E em oposição aos de hoje: os “errados”. Esse é o retrocesso que temo.
GIL
Cê disse assim ói:
“Caetano está conosco e muito longe da molecada assim como nós, não vamos nos iludir. A molecada está muito longe”
De que “conosco” você está falando? Estamos em um blog, rapá. Não somos um partido político, uma ONG ou um grupo de ex-jovens entendidos em Caetano Veloso. Uma geração superior?
Aqui há gente de gerações diferentes que comentam. Dos que revelaram a idade, há gente de 20 a 50 anos. Trintinha de diferença. Tá bom procê? E fora os que lêem e não comentam. Torço pra que haja gente mais jovem.
Vocês metem o pau na molecada, mas se blindam separando a “nossa” geração, sempre supondo uma superioridade. Tô fora.
Às vezes me sinto prolixo. Mas se o que eu escrevo só serve pra alguns do grupo “conosco”, o prolixo vai “pro lixo”.
Não gosto de geriatria intelectual. Não gosto de pensar que faço parte de um “conosco” superior. Não gosto do bigode do Aloisio Mercadante. Não gosto de ex-jovens carentes. Não sinto nada nesse caminho.
E olha que sou fã de Orlando Silva!
Gabeira se tornou o cara que é, porque não embarcou nessa roubada. Tinha tudo pra ser o símbolo do pensamento saudosista, mas ele não queria virar um fóssil sessentista.
na testa
salem
“A insistência num timbre agudo de teclado, que soa quase como um assovio, irrita um pouco depois de algum tempo”.
O que acontece,é que,entre os silvos do teclado e os privilegiados ouvidos atingidos,com certeza,existe a figura do maestro da banda,responsável pelo “banho de loja” tão ao gosto da classe média ( desculpe Salem maifrém ) identificada com o esporro,que felizes empresários,bancam como a fina expressão da arte musical baiana contemporanea. ( carioca e alhures )
Olha o povo abusa mesmo volume sonoro.Parece que há uma vontade de contagiar-nos a qualquer preço com seus gostos,seu gosto.Hoje em dia um artigo indispensável mesmo é o protetor auricular.Não sobreviveria sem um.Dormir ou acordar com qualquer um destes estilos populares atuais ou com a voz do Lula não é o tipo de ilusão mas agradável de se ouvir.A gente tem que estar muito aceso,caído na real,porque sonolência e a calada da noite não combinam nada com histeria e o entorpecimento a base de aditivos acaba por ter reações adversas.Rebainho de cordeirinhos que queiram seguir um sempre o único a toda hora perpleasefavore usem seus foninhos de ouvido que todos merecem se felizes.Até os chatos.Fones de ouvido grupais para tribos gerais como gerêrê sem maré,podem ser boas invenções já que educação anda perdendo para tecnologia.
AÍ ESTÁ O DISCURSO DE CAETANO. PRA QUEM QUISER LER E COMPREENDER À LUZ DO TERCEIRO MILÊNIO. SEM FANTASIA. OU COM.
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir ess estrutura e fazê‑la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu!
Deus está solto!
Oi, Caetano e pessoal.
Num outro post, parece que a Lícia ou uma outra pessoa falou em Bagno a respeito de Sampa e postou Pasquale. A diferença é que o português de São Paulo, para os linguistas, é perfeitamente explicável e não é nada esquisito. Bagno lembra que o português carioca já foi imposto como padrão no belcanto e até nas escolas.
Seria mais bonito dizer que os gênios ditam a gramática, mas não sei se seria verdade. A gramática do português, suponho, foi tirada a partir do Camões, mas parece que a primeira gramática surgiu no século XI ou XII. O ponto principal que estamos tentando exemplificar é que é existe uam razão para o “menas” que pode ser explicada na escola, mas eu nunca quis erigir “menas” em PP (português padrão).
Bom dia Blogueiros, ó eu aqui de novo.
Salém meu querido e grande intelectual amigo, creio que tu realmente tem uma visão diferente a minha em relação a juventude atual.
Creio que por tu já ser pai, tu protege demais os jovens deforma aguerrida e patrnalista, te entendo meu caro.
No meu caso faço parte desta juventude que digo não está no caminho certo, nãosó te garanto isso, como afirmo de forma Veemente que o caminhoque 90% do caminho que os jovens seguem hoje não é o caminho correto, infelizmente.
Vamos começar pelabase da educação, a Escola. Hoje em dia, as escolas não educam mais os filhos, ou crianças ou jovens, como educava a 20 anos atrás, hoje em dia um professor além de ganhar uma merreca, é obrigado a ouvir e escutar insultos de alunos que infelizmente não tem respeito nenhum com o profissional que trabalha duro para dar seu melhor aosalunos.
A família pode ser visto como um outro exemplo deste tipo de situação vexatória que temos com os jovens hoje em dia.
Sábio Caetano que disse que tipo de juventude é essa?
Não me refiro agora a canção é Proíbido Proibir, nem a frase executada no Festival, digo como um crítico a nossa juventude. A sexualidade hoje está mais aflorada, mais visivel, mais aberta, o número de garotos homossexuas no mundo é algo alarmante, e de garotos suicidas também.
A juventude de hoje volto a dizer e afirmar só pensa em: Festa, Drogas e Sexo. Não se preocupa mais tanto com trabalho, nem com a situação de sua família o real pro jovem de hoje é viajar no agra, sem pensar no amanhã.
Luiz CArias.
Caetaníssimo
O uso do proneme indireto LHE me incomodava em “Por Causa de Você”. Não pela incorreção, mas pela sonoridade.
No entanto, ele aparece de um jeitão bacana em alguns sambas como “Cuidado Com a Outra” de Nelson Cavaquinho.
Há um bom tempo atrás, ouvi muita gente dizer que esse uso do proneme indireto era um desejo dos sambistas de falar bonito.
Uma hipótese que agora, com certa simetria, parece com o jeitão sócio-linguista de concluir coisas em nome das classes “desfavorecidas” (que palavrinha, heim?) “Desfavorecido” como carente de “favores”.
Cartola, Nelson, Silas e outros tantos, experimentaram conjugações e vocabulário vindos da “norma culta” correndo os riscos do erro e do acerto. Acho isso espetacular. É a marca de um momento em que o samba era reconhecido pelos abastados e os sambistas também se aproximavam das “normas”. Pra mim, trânsito, Pra outros, preconceito.
Orestes Barbosa e João de Barro dominavam o “bom português” com maestria. Com eles, às vezes rolava o oposto. Tentavam popularizar suas letras. Tudo isso é magnifico. Mais do que os opostos, eu amo a fronteira. É nela que está ou o encontro, ou o abismo.
beijo-lhe a testa
salem
oi César, claro que se complementam: sou fã de Eliane Radigue ( http://en.wikipedia.org/wiki/Eliane_Radigue - nã existe ninguém melhor do que ela ), de Luigi Nono (A Carlo Scarpa está na minha lista de 10 melhores músicas de todos os tempos ), de Giacinto Scelsi, de Luc Ferrari, de Morton Feldman, de Rodolfo Caesar, de Gavin Bryars, de Bernhard Gunter etc. etc.
(tenho o CD do Lachenman com Pression, para violoncelo)
e também das percussões ionizadas do Varèse etc.
se a comparação for com Beatles: Radiohead continua precisando de muito feijão ainda…
escute mais Boredoms - é música que deixa a gente feliz da vida - adoro, por exemplo, este 4 por 4 aqui: http://www.youtube.com/watch?v=3HA097VqYwk - performance quase tão interessante quanto os helicópteros do Stockhausen
Caetano: gosto justamente do que não transcende no Yes - é bem kitsch e over-the-top - a banda abria os concertos com a gravação da Sagração da Primavera - Siouxsie and The Banshees também - o pop tem mania dessas coisas… às vezes transcendência (mesmo a do Psirico) cansa…
Caetano, procure por favor em qualquer gramática uma definção de “Norma culta” ou “norma padrão”. Pense depois no psirico, nos racionais, na tati quebra-barraco. Depois vc me fala como é que, nas gramáticas normativas, a cultura popular é pensada/concebida.
ps. Hermano, que bom que você está nos mantendo informados. Queria ter mais tempo para acompanhar todos os links.
Gil,
Concordo com todas as letras do comment (122) massa!
fiquei tão indignado com a infeliz frase dita aqui sobre a tristeza dos negros ser melhor que a dos brancos, que peço a todos que ouçam esta maravilha.
“jimmy heap & the melody masters” - “cry, cry darling”
http://www.youtube.com/watch?v=DCGoxtKPe34
………………………..
“afrodizz”
http://www.youtube.com/watch?v=eNeRVCGyAO4
“pharcide”
http://www.youtube.com/watch?v=1hZKN4AZ63g&feature=channel
[percebam o violão gilberto gil, hehehe]
………………..
e mais tristeza branca. “lefty frizzel” - “release me”
http://www.youtube.com/watch?v=MouSEX0-dlc
vou ali tomar meus remedinhos…
Hermano,
Não entendo essa sua cisma contra o Radiohead! Porque banda OK pra mim é ‘Siouxsie and The Banshees’ http://www.myspace.com/siouxsieandthebanshees , ou ‘Blur’ http://www.myspace.com/blurtheband , ou ‘Bikini Kill’ http://www.myspace.com/bikiniriotkill , ou ‘Bauhaus’ http://www.myspace.com/officialbauhaus …
E… Ouça(m) “15 Step” (In Rainbows) na versão de estúdio e vejam como aquilo não tem nada a ver com nada a não ser com Radiohead e Hip-Hop. http://www.myspace.com/radiohead
Aliás Hermano, ouvindo suas indicações orientais achei que você adoraria (você já deve conhecer) ouvir Naked City http://www.myspace.com/nekkedcity
————————————————————————————————————————————-
Carias,
Carias, desisto.
Deixo aqui um pout-pourri de frases do teu último comentário. Se alguém quiser dar pitaco, que dê. Pra mim, você se auto-responde. Tem até mistura de homossexualismo com suicídio. Só faço uma observação: “eu não sou um intelectual, não”. Escrvo mais ou menos certinho porque estudei em escola boa, convivo com gente talentosa e leio uns livrinhos.
Bom… Pra minha surpresa você começa com:
“faço parte desta juventude que digo não está no caminho certo”
e termina com:
“Saudações aos jovens que são todos errados.”
Se você faz parte e estão todos errados, você também está.
Tem mais:
“Hoje em dia, as escolas não educam mais os filhos, ou crianças ou jovens, como educava a 20 anos atrás.”
Você como jovem sabe mesmo como eram as escolas HÁ 20 anos? Talvez você não seja tão jovem assim. Ou é?
“A família pode ser visto como um outro exemplo deste tipo de situação vexatória que temos com os jovens hoje em dia.”
De que família (no singular) cê tá falando?
“…digo como um crítico a nossa juventude.”
Entendi. Um jovem crítico da nossa (sua) juventude.
“A sexualidade hoje está mais aflorada, mais visivel, mais aberta.”
Isso é ruim?
“o número de garotos homossexuas no mundo é algo alarmante e de garotos suicidas também.”
Sem comentários.
“A juventude de hoje (…) só pensa em: Festa, Drogas e Sexo. Não se preocupa mais tanto com trabalho”
Eu, até os 20 anos, pensava mais em sexo, drogas e festas. Depois fui procurar trabalho, não para negá-los. Mas pra financia-los com dignidade.
Drogas não uso, porque me fazem mal. Sexo e Festas eu amo. E trabalho, graças a Deus, pra mim está cada vez mais próximo do que sinto nas festas. Se gozar, melhor. Mas eu não sou jovem. Sou velho.
não vou te beijar a testa, pra evitar uma interpretação sexista
salem
salem
Lúcio, não fui eu quem falou de Bagno.
gil, você é muito carioca meRmo. =/
Vocês metem o pau na molecada,
ONDE? VCS QUEM? SALÉM…SE LIGA…ONDE VC VIU ISSO…DESCOMPENSOU?
mas se blindam separando a “nossa” geração, sempre supondo uma superioridade. Tô fora.
DE ONDE VC TIROU ISSO? PIROU? BLINDAM? NOSSA GERAÇÃO? EU HEIN…
Às vezes me sinto prolixo. Mas se o que eu escrevo só serve pra alguns do grupo “conosco”, o prolixo vai “pro lixo”.
Não gosto de geriatria intelectual. Não gosto de pensar que faço parte de um “conosco” superior.
O SUPERIOR É POR SUA CONTA, MAS LAMENTO VELHINHO, ESTAMOS ENTRE VELHINHOS…A MOLECADA ESTÁ BEM LONGE DAQUI…NÃO NOS SUPORTARIAM ..AHAHAHAH…SALÉM, RELAXA, ALO ALO HELOÍSA…ESTAMOS AÍ, PRECISAMOS DE MUITO ENTUSIASMO PRA MELHORAR O AMBIENTE, NÃO TEM NOS FALTADO…TEMOS MUITO O QUE FAZER…MAS ESTAMOS MAIS PRA LÁ DO QUE PRA CÁ SALÉM…E DAÍ?
E APROVEITANDO…lUIS cARIAS eu não sei do que vc está falando nem de onde tira suas estatísticas e conclusões…eu não sei quem é a juventude que vc está falando, há várias…na generalidade eu fico com a juventude e contra vc se vc ficar contra a juventude…eu estou do lado de lá…na outra margem…mas siga em frente, na sua, fala aí…e segura a sua onda.
Hello Mr. Veloso
I’ve been a fan for a long time, and have followed some of this blog for a while (thanks to my virtual friend LUCRE).
Interestingly, I don’t see too many English/US speaking bloggers here, so I thought this topic would be a good one to be among the first to contribute from the US.
As you undoubtedly know, if it hadn’t been for David Byrne, Caetano Veloso and other Brazilian artists/musicians would not have been introduced to thousands (maybe millions?) of people.
I wonder whether you have seen a distinct increase in record (and CD) sales in the US since Brazil Classics I was released 20(!) years ago?
Anyway, I had read DB’s journal describing his adventures to your beautiful country, and was waiting to see if you would comment about the visit. Very interesting to see his comments and your own.
Apropos some of the other topics, for example John Lennon Plastic Ono band, I will take the opportunity to comment about Robyn Hitchcock, within whose body John Lennon’s spirit surely resides. He and Peter Buck of REM just released “Goodnight Oslo”, which continues the channeling of Lennon’s spirit. Close your eyes while listening to this new CD, and you can picture Lennon at the piano in Tittenhurst.
Looking forward to hearing your collaboration CD from Carnegie Hall.
saudações from up North
jg
Num/Em um. Não é/Né.
Lembrei-me dos Doces Bárbaros:….Doce Bárbaro Jesus/Sabe bem quem né otário/Peixe no aquário/Nada….Caetano insistiu com isso no DVD que registra, além dos ensaios, o show que trouxe de volta ao palco, há algum tempo atrás, os Doces Bárbaros, em sua mesmíssima formação original.Como não poderia deixar de ser.Me lembro que êle dizia algo como que assim:Ou é né, ou é não é.É é que não é.E Gil dizia:Então é né…e eu levei anos achando que era é.E ria aquela risada gostoza dêle.
Caetano sempre teve esse cuidado com a palavra.Faz parte da sua(dêle)obra.Os dêles e os delas da TV Globo.Falou-se em algum comment aqui a respeito de Dada:Carmem Miranda dadadada.Bem provávelmente Caetano conhecia o Dada à época da feitura dessa música.Se o referencia, eu não sei.Mas sei que levei muitos anos para apreender o É no xaréu que brilha a prata à luz do céu.E isso só me foi possível graças à uma dica visual de Pierre Verger.Já o avesso do avesso do avesso do avesso,eu continuo a não saber aonde vai dar.O lobo do lobo do lobo do homem então….quando é que eu vou conseguir significar essa construção???…
Mas não faz mal.A Arte, feita de significantes,é esse enigma que tentamos todo santo dia signficar.Faz bem pra’ alma.
“….Tristes tropeços, trastes típicos, tristes tópicos, antigos trocadilhos.Viva a música….Viva as inúteis conquistas da linguagem….”Barco Vazio, extrato/recorte de texto situado em algum ponto entre 1967 e 1976, contextualizado em Caetano Veloso,Literatura Comentada,pgs.13, 14 e 15,Abril S/A,1981,São Paulo,1ª edição.
E Viva a Arte de Caetano Veloso!!!
carias,
nã nã ni nã não!
se os jovens estão no caminho errado, qual seria o certo?
acho que há tantos adultos-saudosos imbecis quanto jovens-inconseqüentes imbecis.
meu suadosismo hj se restringe apenas ao uso (ainda que incorreto do ponto de vista sacro-gramatical) de hifens e de tremas.
na década de sessenta havia jovens panacas, como os que vairam caetano, e que hoje são avôs e avós; e talvez já nem mais babacas - vá saber…
não é preciso ditadura para que haja um posicionamento da juventude em relação ao mundo. os inimigos de hoje são tão facínoras quanto o estado violento dos milicos tropicais.
a grana que sustenta o carnaval do rio de janeiro, por exemplo. qual a origem?
nem jovens nem adultos se posicionam em relação a isso.
boicoto o carnaval do rio pq não admito gozo sobre ilicitude. e fico feliz quando vejo que esse ano os ingressos ainda não se esgotaram, e que as escolas então tendo dificuldades em vender suas fantasias.
e viva renato russo: quem é o inimigo, quem é vc??????????????
Caro amigo salém, não seja irônico, pois gosto de você.
Adorei seu post, mais com ressalvas darei algumas respostas que talvez nã tenham ficado clara em meu último post.
Tenho 27 anos, por tanto há pouco tempo sai da escola, e da faculdade.
Cito 20 anos atrás, por que naquela época as escolas eram absolutamente rigorosas, em critério de educação e enino.
Atualmente vamos colocar de 2.000 para cá, o jovem vem se auto denimando o sábio, o bom, e não precisa de nada nem de ninguém para chegar onde quer.
Te dou como exemplo a canção perdeu de Caetano onde o próprio diz no final da canção, temos que virar esse jogo.
Pelo que lembro foi em memória a 2 jovens que morreram numa favela do Rio por conta do tráfego.
Amei seu post sobre a fala do CAetano no festival, completa,e bonita,e coesa para impor seu post logo abaixo me criticando de forma contundente no seu modo de ver os fatos.
Ce disse que to no caminho errado, lembra dos número que te digo sempre, 90% dos jovens estão no caminho errado, eu faço parte dos 10% que lutam por mudar esse futuro, que tem por obrigação essa missão árdua e morosa.
Quando citei famílias, cito famílias num geral, num âmbito geral. Nossas famílias obviamente têm um privilégio de poder ter tido um educaçãode primeira com tudo do bom e do melhor.
Concordo que festa e sexo é bom, e concordo que há muitas pessoas que sabem separar o joio do trigo, porém em sua grande maioria não sabem e não o fazem.
Há uma banda que está pintando com tudo e surgindo de Curitiba para o Brasil hamada Realize, onde a idéia da banda principal É: tÁ N HORA DE MUDAR SUAS IDÉIAS.
Banda Jovem que faz um som lindo e de idéias bacanas, onde uma das canções diz: “ô o mundo ta virado vê se toma cuidao, o mundo tá virado tá de caeça pra baixo”
Não sou o Presidente do Mundo nem o Sr. da verdade, apenas exponho meu real pensamento sobre determinados assuntos.
Gosto quando você com seu conhecimento imenso, responde a meus posts hora com sutileza, hora com agressividade soberana, que fique claro que quando cit agressividade, entendam que é no bom sentido.
Quero ainda dicutir muito contigo no bom sentido e sempre respeitando e respondendo seus posts.
Te admiro muito pela clareza que tu responde e reemite mensagens a nós aqui, tu é uma pessoa talentosa e de inteligência icomparável a muitos.
Quando dise que a juentude está se suicidando, é no sentido que muito me preocupa isto, jovens com uma vida toda pela frnte dão fim a vida sem motivos.
O homosexualismo é algo que me preocua também, pois vejo jovens de 12, 13 anos que se dizem gays, e nem tem uma formação ao certo do que é um homossexual e são repreendidos por suas famílias que não aceitam tal opção. Daí surgem suícidios, envlvimento com drogas, abandono, etc.
Não tenho nada contra homossexuais e afins, mais creio que o mundo segue por um rumo estranho ao qual não sei definir.
De fato concordo contigo em alguns pontos, mais discoro em outros.
Respondendo ao último questionamnto se é bom ou ruim ter a sexualidade liberada do jeito que é hoje.
Espro ter sido mais claro nestepost em referência a suas duras mais valiosas críticas a meu comentário.
Um grande abraço e saudações deste cara que te admira demais.
Sou um todo errado, um maluco beleza, um insano consciente do que é o mundo ideal a mim,e em meu mundo deveriam ter muitos mais Saléns e Caetanos, pois vocês são os caras.
Abraços e beijos na testa,
Luiz Carias.
mas Caetano: o melhor daquele comentário era a lembrança daquele disco absurdo do Patrick Moraz (que substituiu o Rick Wakeman no Yes) - senão ficaria tudo muito sério…
pra mim, não há nada igual a carmem miranda na música brasileira, nem antes, nem depois dela. com caymmi acontece o mesmo. a pequena não era só notável. ela era [e ainda é] um gênio. comprem a caixa de CDs com sua obra, não vão se arrepender…
Massa a troca de figurinhas entre Hermano e César Lacerda.
Minha pequena contribuição (Luiz Catello, essa vai especialmente pra ti; essa boneca com certeza fala “mamã”!!!):
Vellame, sua resposta insolente a dona Maria Helena era caso para reclusão por uma semana no sofá da sala =]
GIL
Relax. Caixa alta sem reverb, vai… I love you.
CARIAS
Ói só equ cê diz:
“Pelo que lembro foi em memória a 2 jovens que morreram numa favela do Rio por conta do tráfego.”
Não. Foi por conta do “tráfico”. Se fosse por conta do “tráfego” teriam morrido atropelados.
Isso mostra:
1- A escola que você fez não era tão boa assim.
2- Sim, Luedy. Há uso incorreto do português.
Me enchi.
Gosto de todo mundo por aqui. Mas não tô nessa de procurar um conosco, um consenso.
Esse é o blog do Caetano e são deles os versos:
Eu também não.
na testa
salem
Não sou contra a Juventude, sou contra os jovens que vão pelo caminho errado. Cês devem se perguntar qual o caminho errado, correto??
Em meu complexo ponto de vista, o caminho errado é aquele do oba oba, do mais fácil, do desrespeito com os mais velhos.
Luto pela Juventude, e busco sempre que o melhor seja feito a ela, mais como vocês devem saber uma pessoa só não consegue mover montanhas.
Gostei do post de vocês, e logo me apresento Luiz Carias, prazer.
Quero que vocês continuem a discutir comigo, e mostrem suas idéis de como você e Gil e Salém enchergam a juventude de hoje.
è isso mais tarde posto com mais calma e tempo a respeito do assunto.
eu usaria isto como slogan publicitário:
“Querem enlouquecer? Visitem João Pessoa”
hahahahahahahaha…sensacionaaal!
Luedy, achei pobre porque procurava resposta para “o povo é o inventalínguas” só valer para o povo de hoje e não para o que criou as regras. Dizer que as pessoas têm “direito” de aprender a norma culta é um tanto gozado. Acho que devemos agradecer ao Bagno essa generosidade.
Hermano, sei porque você gosta do Yes. Só que aquilo não cabia entre a timbalada em 5 do Radiohead, o Michael Jackson e o Psirico. Mas transcendência também cansa. Não sei como você tem cabeça para ouvir tanta coisa. Ouço muita música, mas parece que preciso deixar que a seleção seja casual. Fico constrangido de pensar friamente que vou pôr um CD pra ouvir. Ligo o rádio no carro quando estou só. Ouço o que calha de me mostrarem. Às vezes volto a coisas de que gosto. Não penso em me aposentar (uma das vantagens de ser artista é que a gente não se aposenta). Mas ter perdido aquela pegada de sentar para ouvir que eu tinha aos 18, 26, 34 anos é um sinal tão simples de envelhecimento quanto a perda de foco na visão ou os cabelos brancos. São todas coisas ruins, mas a gente acaba gostando, adaptando o narcisismo. Sou imanentista: li entrevista minha no livro do Bondinho e gostei de ver como eu sempre gostei mesmo foi de carnaval baiano como produção cultural a ser cultivada e defendida. Sou esse cara. Me achei muito bonito na foto de 1972. Só um enorme bando de tolos diz que soubais bonito (ou menos feio) hoje.
mula das palavras, there is an older, more assuduous American blogger among us here: Barbara. (Where are you Barbara?) But, poor girl, you know, we Brazilians love to live in Brazil, wherever we go - if we ever go anywhere - , so Barbara must find it unberable to go through lots of arguments about details of the Portuguese language. As for record sales. who knows anything about it now? David was great in changing the way of hearing music made in Brazil. But before him we had Brazilians who really sold: Astrud Gilberto, João Gilberto with Stan Getz, Sergio Mendes, Flora Purim, Milton Nascimento…
Not to mention Carmen Miranda.
Glauber,meu estimado mosqueteiro.
http://www.youtube.com/watch?v=bpV5InLw52U
Caro Salém, você veio a me decepcionar com seu coment despojado e irônico novamente. Também não espero que todos os homens concordem, apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis em juízo final.
Sinto que tu se encheu e explodiu pra cima de mim, te perdoo, e te perdoo também por zombar de meu equívoco na escrita, feito na correria. Dizem que não existem pessoas perfeitas, vejo que existem e atende pelo nome de Salém.
Cara Lícia, tirei estes dados pela estatística no estado de Santa CAtarina,estado a que moro e tenho muito orgulho. E aqui a onda de jovens suícidas é a maior estatística do país, e sim por conta de vários motivos, entre eles, opção sexual.
Você diz conhecer muitos jovens que são o contrário do que eu disse, mais como você bem disse você conhece, eu convivo com estes jovens.
Não vou me alongar, só vim aqui mostrar meu ponto de vista, que por fim, muitos não compreenderam e acharam que eu estava contra a juventude. Jamais iria contra a Juventude, vou contra a jovens que se acham, como disse Gil.
Um amigo idealista como eu sempre me diz: O fato é que todos dizem que a juventude é o futuro do mundo, não é, ela é o presente do mundo.
Sei que sou jovem e tenho muito o que aprender, e aprendo muito aqui, agora não vou recriar mais polêmica acima de assuntos em que cada uma tem e expõe seu ponto de vista, seja ele contra ou a favor dos assuntos colocados em pauta.
Também amo todos, inclusive Salemzitho que hoje ta afiado…i love you Salemzitho, I Love you Gil Luedy, Nicia, e a todos que aqui postam.
Saudações jovial a todos,
Luiz Carias.
Caetano,
A compreensão que você tem da língua enquanto criação (”invenção” para marcar-te no texto) histórica e coletiva da humanidade é perfeita e, certamente, que Luedy não discorde disso. Mas suas questões já foram respondidas por ele, pelo menos, a mim. “Menas” e “eu vi ele” são registros evidentes da oralidade, mas que não encontram siginificação na norma culta senão pela concepção de erro. Eu devolvo a pergunta: há matemática aplicável em “tudo certo como dois e dois são cinco”? ou é assim que aprendemos a contar na escola? É que para a gramática normativa, a expressão “Não fure Quinho, não” é considerada uma cacofonia, o imperativo negativo do verbo furar mais o complemento verbal Quinho geram uma expressão ambígua e grosseira. E a ambiguidade assim com a redundância são postas em cheque pela gramática idealizada da língua diante da qual não é aconselhável dizer: “Eu tava TRISTE, TRISTINHO, mas sem graça que a top model magrela na passarela” ou “Bota a sobremesa, eu como, eu como, eu como, eu como, eu como, você…” A indústria fonográfica tem faturado milhões com os duplos sentidos desde há muito: Noel, Genival Lacerda, Caetano, Psirico e tantos outros. Na evolução (termo que você utilizou nesse e em alguns posts anteriores e que tem sido questionado pela sociologia moderna) da língua latina para as românicas existem modificações do ponto de vista lexixal, semântico, sintático e estilístico. Veja, por exemplo, o que acontece com a formação dos epicenos: jacáré macho e cobra fêmea. Diferentemente do que acontece na formação do feminino em “professora” para quem se dá uma vogal temática inexistente na forma do masculino: “professor”, em cobra fêmea não há uma alteração morfológica do termo (justificativa das gramáticas normativas para a formação do feminino), mas uma alteração sintática. Seria mais digno dizer nas escolas que o gênero neutro do Latim vulgar se perdeu na passagem para o português.
Fala um pouco sobre hibridação cultural no próximo post. Musa híbrida é incrível, incrível, incrível! Perdoe a redundância.
Luedy, a linguística avançou bastante, mas é hora de dar o passo seguinte. Um professor de redação, aguerrido linguista, corrige os “erros gramaticais” nos textos escritos. Talvez você fale que o professor deva explicar ao seu aluno que se fala de uma forma e que se escreve de outra e que o texto escrito deve obedecer às normas da ABNT, diferente de como a conversa mais informal pode ser construída e que… enfim, mas, ainda acredito, que possamos entender e considerar os “erros” não como desvio da norma, mas como registro da dinâmica e constante reestruturação da língua sem que eles siginifiquem décimos a menos nas redações. Os linguistas precisam desta autonomia.
Hermano, tem alguma coisa aí de Beach Boys?
Té breve,
Wesley
Joaldo,
A festa de Yemanjá, em Cachoeira, é dia 15, próximo domingo. Merece aquele seu registro, não?
Té breve,
Wesley
Mil beijos, já colei os 900 comentários aqui e agora é ler…
Caetano óíá aqui:”Como é profundo o mistério do Invisível!Não podemos sondá-los com nosso miseráveis sentidos,…com nossos ouvidos que nos enganam,pois nos transmitem as vibrações do ar em notas sonoras.São gênios que fazem o milagre de transformar em ruído este movimento e através desta metamorfose dão origem à música,que torna cantante a agitação muda da natureza.”Coincidiu eu estar relendo Maupassant e numa edição em que um belo prefácio faz alusão a influência do autor no contraste entre Schopenhauer(quanto ao pessimismo alemão) e o darwinismo(numa compreensão trágica da condição efêmera do homem frente ao Universo)que habitava mentes pensantes daqueles tempos.
Voto a favor da proibição de Vitor e Léo e da castração das meninas na África, Oriente Médio e sudeste asiático.
Somente como plano de contingência.
Continuo atrás do algorítimo ético intrínseco das relações humanas.
Pensando agora vejo que as pessoas interessantes que conheço não gostam de ambiente barulhento de música mecânica para interagir. Não estou falando de shows que são outra onda.
Pois é.
E o Patrick Moraz fez uma jam maluca com Gil e A Cor do Som na histórica apresentação do Festival de Montreaux em 1978.
Onde está Patrick Moraz?
Isso dá um filme.
Uau! O tecladista do FOCUS tem uma convulsão logo na intro. O cara cantando é demais. Preogressive-trash-conuntry.
Ri muito com esse vídeo. O batera é sensacional.
Oi, Caetano e pessoal.
Quando a gente pensa que esse debate linguística versus gramática vai acabar, ele começa de novo!
Eu preferia, Caetano, que você me falasse de suas impressões sobre The Doors e Velvet Underground, por exemplo.
Eu fico com a seguinte impressão,lendo o comentário 91: “Lúcio fundiu a cuca da Lícia”. How beautiful could a being be!
Bom, Lícia, eu acho que não existe risco de que a escrita e fala desencontrem. Elas são diferentes mesmo e a fala é a língua em evolução, deve ser adequada e não é normatizável. Se os romanos estabelecessem que quem falasse sermus vulgaris ia ter a língua cortada, nós íamos falar um lindo latim até hoje!
Meu jovem e amigo LAcerda, me encanta saberes que tem 21 anos e está por aqui.
Acho que aqui é lugar de se falar sobre música, poesia, em versos em prosa, etc.
Aprendi muito nos embates de hoje, e vi que incomodei a todos com minhas afirmações e minhas idéias.
Não vou esclarecer mais nada sobre meus pensamentos sobre a juventude.
Ninguén entende nada mesmo, como diz a canção de Caetano, você não entende nada.
Talvez eu esteja num outro plano, num outro mundo, onde vejo coisas que muitos não veem, só eu vejo. Amo a canção não identificado do Cae, e me sinto como um objeto não identificado no blog.
Fico cada dia mais encantado com Gil, Luedy, Salém,Caetano pelos posts que todos dão com a maior eloquência e legitimidade, e não há como argumentar nada.
Sou grande fã de todos aqui, sobretudo dos jovens que sabem apreciar uma bela música e admirar um mestre como é Caetano.
Saudações a todos,
Luiz Carias.
Luego de mi “reconciliación” con Caetano, de nuevamente pensar en él como la primer maravilla humana del mundo, me fui a dormir feliz y no recuerdo haber soñado nada. El asunto es que el lunes me despierto bastante inquieta, molesta y no sabía porque. A medida que transcurrió el día noté que mi molestia nuevamente iba dirigida hacia Caetano. Pero ¿cómo podía ser esto?. Ya me había tapado la boca con el post y mi concepto de el como una persona “mala” ya no tenía validez. A partir del domingo era la persona mas “buena” del mundo para mi. ¿Qué pasaba?.
Poco a poco la verdad se me fue revelando. Al principio no lo quise aceptar y me decía, Lucre, estás como la Gata Flora, cortala por favor. ¿Existe una Gata Flora en Brasil?. Supongo que si, aunque quizás con otro nombre. Bueno, yo me sentía como la Gata Flora que supongo que a estas alturas de nuestras vidas no va a sorprender a nadie lo que se dice de ella ¿no?. Pues la Gata Flora es esa gata que “cuando se la ponen grita y cuando se la sacan llora”. En fin, poseída por el “síndrome” de esta gata transcurrió mi día de ayer, acrecentándose mi “odio” hacia Caetano. En mi mente lo único que “veía” era DAVID BYRNE & CINDY SHERMAN , repetido miles de veces y a cada rato pero CINDY SHERMAN se me representaba cada vez más grande. Me explico, si DB se me representaba mentalmente en una letra Times New Roman tamaño 12 en negro, tipo “flema inglesa” por buscar un “simil”, CS se me representaba en una letra tamaño 424 Monotype Cursiva, Franklin Gothic Médium o Symbol según el Microsoft Word de mi compu, letras danzarinas, con los colores del arcoiris que formaban dibujos y frases que me “peleaban” , me trataban mal y se burlaban de mi y yo aunque intentaba no podía hacerlas desaparecer de mi mente. Al principio pensé, bueno, que lindo, yo que jamás de los jamases, nunca en todo mi vida tomé ninguna droga psicodélica, en realidad ninguna droga salvo marihuana de vez en cuando, estaba sufriendo de alucinaciones “psicodélicas” al ritmo de la música de Caetano y DB mientras CS danzaba en mi mente. Al principio me divirtió, me asombró, pero al rato comencé a desesperarme al no poder controlar mis pensamientos y al ver que el nombre CS crecía a una letra 1424 y a colores insoportables, intolerables. ¡Que se me pase esto por favor!. El que lo ha vivido entiende de lo que estoy falando y no me voy a explayar.
Finalmente, luego de que se me fue el efecto del “Post Psicodélico” de mi adorado Caetano analicé lo sucedido y la culpa de lo ocurrido cayó nuevamente en Caetano. ¡Que hombre malvado por Dios!. Nuevamente mis sentimientos contradictorios con respecto a el. ¿Lo amo o lo odio?. Decidite Flora, me dije. Bueno, lo amo pensé, pero no tiene mucho “tacto” con las mujeres. Voy a dejar de leer su OeP porque me está enloqueciendo. ¿Qué necesidad de escribir DB & CS en mayúsculas?. Todo bien con las mayúsculas pero en este caso, para mi sensibilidad hubiera sido mucho mejor leer DAVID BYRNE & Cia., o David Byrne & C o DAVID & … o David Byrne & Cindy Sherman o … bueno hay muchas maneras de expresar lo mismo pero de otra manera. Caetano usó la peor de todas, la mas “dolorosa”, usando mayúsculas horribles, antipáticas, agrandadas.
Bueno, pensándolo bien hubiera sido peor leer David & Cindy Byrne o D & ¡¡¡¡CINDY SHERMAN!!!!! o David Sherman & Cindy Byrne o…. todas las “combinaciones” y “permutaciones” posibles, peores a las MAYÚSCULAS psicodélicas que utilizó. Tan malo no es me dije, y de a poquito, a medida que pasaban las horas, a medida que el “síndrome” de la gata Flora remitía, nuevamente me fui amigando con Caetano, hasta amanecer hoy martes, yo, Lucre, con la mente nuevamente despejada y clara, adorándolo y pensando que el no quiso ser malo conmigo, no se dio cuenta que la “forma” de decir algo influye en como recibimos el “contenido” aunque el contenido siempre sea el mismo. Debería realizar un estudio “semiótico” de este asunto, aunque suene disparatado, pero se que lo sabe, no quiero ser atrevida metiéndome en cosas que “toco de oído” y no entiendo nada. En fin, reconciliadas mis personalidades múltiples, reconciliada con Caetano y encontrando a mi gran amigo del norte por estos lados me dispuse a escribir y acá estoy. Esto no quita que igual haya en el post alguna que otra frase con respecto a este tema que si bien no está escrita en mayúscula, danza y canta en mi mente todavía, pero nada grave y que no desaparezca con el correr de los días. Tiempo al tiempo.
He leído tanto por acá sobre palabras, lenguaje, etc. que me acordé de un libro que leí hace un par de meses y disfruté un montón llamado “Gloriosos Fracasos” de Paul Collins. El libro cuenta la historia de algunos hombres y mujeres que “fracasaron” en su intento por imponer una idea, descubrimiento o simplemente eran unos “picaros” y que fueron olvidados luego de vivir sus “15 minutos de fama” antes que Andy lo dijera.
Con algunos me encariñé un montón, caso de John Banvard y su panorama móvil del Mississipi (se escribe con tantas ssss, no me acuerdo), con el científico“descubridor” (no me acuerdo del nombre) de los “inexistentes” Rayos N que muchos otros científicos encumbrados “veían” o percibían hasta que la verdad fue revelada, y por arte de magia de un día para el otro dejaron de “ver” al comprobarse que estos rayos no existían en la “realidad”. También me cayó simpático el falsificador de textos de Shakespeare, un “bueno para nada”, un “inservible”, fanático de las cartas y papeles viejos, hecho que lo llevó a encontrar a cada rato “nuevas” obras inéditas del inglés, con una capacidad para imitarlo, que una vez que se descubrió la verdad su propio padre, convencido de que su hijo era un inútil nunca creyó en la culpabilidad de su hijo y murió creyendo que eran obras originales de Sh.. O Martín Tupper famosísimo poeta en su época, caído en desgracia y repudiado una generación después al punto de que nadie lo recuerda hoy en día.
Al que quiero recordar hoy especialmente es al francés Sundre, inventor de un lenguaje universal tan musical y colorido como el SOLRESOL que no tuvo mucho éxito que digamos. Este hombre si que quería que nos comunicáramos y creía ciegamente en su invento y en principio lo basó en las 7 notas musicales, llegando a elaborar un amplio diccionario en este “idioma”. Viajaba de lugar en lugar intentando demostrar que su lenguaje era fácil de aprender y de usar. Recuerdo una parte del libro que me hizo reír un montón cuando alguien que estaba escuchando una de las sinfonías de Beethoven (o Beethoveen, no me acuerdo), en un momento se pregunta o piensa que porque esa parte de la sinfonía a el se le “representaba” como un “miércoles”. Muy gracioso para mí.
En fin, pienso que si este lenguaje universal hubiera tenido éxito, quizás hoy nos estuviéramos comunicando con él. ¿Habría problemas de interpretación, de pronunciación?. ¿Se inventarían palabras, desaparecerían otras?. No se. Quizás sería aburrido. A mi me encanta escuchar a Caetano cantar o leer palabras en portugués que no tengo la menor idea de lo que quieren decir, y son muchas por cierto. Hay más magia. Ni que hablar si me dice alguna de esas palabras que no “significan” nada para mi al oído, sólo de pensarlo me muero. Si, creo que es más divertido así. Por lo pronto yo entre mi limitado inglés y mi limitado portugués “creo” mi propio lenguaje que permite que me comunique de alguna manera con mis dos “otros”. Es raro que alguien que habla mi propia lengua, el castellano, no me haya llegado tanto como estos dos. Adoro a muchos también pero en una escala más moderada. Quizás sea porque les entiendo todo y en parte pierde la gracia. Aunque en realidad uno puede hablar el mismo idioma con otra persona y no entenderse para nada. Si, esto es muy común y parece en esos casos que en realidad hablaran un idioma distinto. Bueno, da para mucho y ya hace como 2 horas que estoy escribiendo. Soy insoportable pero no pido disculpas esta vez. No me importa. Estoy tan contenta que no pude parar de “hablar”. Gracias Caetano. Você no es malo y también me gusta cindy sherman (en minúscula y tamaño de letra 0,0000000000000000000000001 de cualquier tipo de letra). Así me encanta. ¡Y viva el pagode baiano, POR CIERTO!.