David Byrne & Cindy Sherman (08/02/2009)

DAVID BYRNE & CINDY SHERMAN
8/02/2009 6:11 am

David me escreveu dizendo que Mauro Refosco, o percussionista brasileiro que toca com ele, tinha lhe aconselhado Moreré, na ilha de Boipeba, abaixo de Morro de São Paulo. Que ele e Cindy pensavam em vir e, na volta para Nova Iorque, passar por Salvador. Se eu estaria aqui. Sim. Vieram e passaram o ano novo na escuna de Luísa Olivetto, mãe de Homero, marido de Kiki, irmã de Paulinha Lavigne. Quase tudo o que é interessante nessa passagem está no site de David, no “journal”. Lucre foi quem, mais ou menos cifradamente, me entregou que ele tinha escrito sobre nossos encontros. Os textos de David são generosamente longos. Meus posts aqui parecem hai-kais em comparação. Mas também lá se trata de um “journal” (“diário” na forma francesa, adotada pelo inglês: aliás há um livro muito bacana de Harry Mathews chamado “The Journalist”, que não é sobre Paulo Francis, mas sobre um Americano intranquilo que escreve um diário). Aqui é tudo mais para deixar aparecer o entusiasmo momentâneo, como na frase “a melhor coisa do mundo é pagode baiano”, e depois voltar para dizer que Psirico é o mais estimulante por causa do ar de gênio que circunda Marcio Vitor (Davi Moraes, Pedro Sá, Jaques Morelenbaum, Kassin e eu, pelo menos, achamos que Marcio Vitor é um gênio desde que o ouvimos tocar – e sua viagem com o Psirico não nos fez mudar de idéia). A percussão do Psirico é fenomenal. E o pendor para a colagem faz das apresentações uma aventura através de múltiplos enigmas. Marcio não canta como cantor. Ou raramente. Interrompe as canções com falas e gargalhadas. O resultado é moderno. Modernista na forma e com perene sugestão de perigosa liberdade no conteúdo. Há a virtude geral do neo-pagode: as variações sobre a célula da chula (“Psirico bate madeira, é viola: então cole na corda”). Essa característica, que vem desde o Gerasamba é um acontecimento importante em si. Mas há diferenças entre os grupos. O Fantasmão é o que soa mais produzido – e, diferentemente do Psirico, arredonda as composições e demonstra inspiração exuberante (a inspiração do Psirico é mais para criar ambientes cubistas, não para produzir peças individuais acabadas) – e de todos é o único que parece enfrentar os dramas racial e social de modo explícito. O Parangolé, que toma de volta essa palavra popular içada por Hélio Oiticica a assunto erudito internacional, é o mais leve desses três. A insistência num timbre agudo de teclado, que soa quase como um assovio, irrita um pouco depois de algum tempo. Mas os gritos de guerra conclamando os “parangoleiros” e as “parangoleiras” são lindos, tal como aparecem em rima com outras palavras e no suíngue da chula-axé. Pretubom eu só conheço da canção do “cabelo fica massa, êta, fica massa” (não achei o CD nas lojas nem nas placas dos vendedores piratas) – mas isso já é o bastante. Essa música é um dos grandes amores meus aqui neste verão. So much for transpagode. David, eu dizia, veio e foi gozada a cara que ele fez quando eu contei que Schopenhauer disse que a cor do homem é preta, no mínimo marrom, os brancos de cabelos e olhos claros sendo uma ultraminoritária degeneração só encontrada no norte dessa pequena peninsula da Ásia que é a Europa: são algo como ratos albinos. Cavalos, diz ele, na hipótese mais simpática. Isso porque David tinha perguntado se Gil e eu compúnhamos na Bahia, com tanta gente nas nossas casas, se não tínhamos um estúdio para onde fugir. Não, claro. Ele disse que ele, na tradição puritana, precisava entrar em algum lugar e dizer a si mesmo: agora vou trabalhar. Eu disse que compunha às vezes enquanto conversava com amigos (não contei que fiz Menino do Rio em presença de Peti, que inspirou a canção, conversando com ele, com Dedé e outras visitas que estavam em minha casa, sem que nenhum deles notasse: com o violao na mão, baixinho, às vezes calado, pensando as notas e as palavras; em pouco tempo estava pronta). David ficou meio fascinado. Eu comentei (com a mais funda e mesmo grave sinceridade): deve ser por isso que nossas canções não saem muito boas. Ele riu mas ficou sério quando viu que só ri um pouco para acompanhá-lo. A história de Schopenhauer surgiu mais para equilibrar essa gozada observação mútua de vantagens e desvantagens.

Isso foi na visita que fizemos à casa de Gil na véspera do casal americano ir embora. Antes tínhamos pedalado 15 quilômetros no deslumbrante parque de Pituaçu, confraternizado, em festa produzida por Paulinha, com Marcio Vitor e Fabio Cascadura, rodado a Baía de Todos os Santos em lancha, assistido a um light show engraçado na igreja de São Francisco. David é tudo que há de bom. Stop Making Sense é o mais lindo filme de show de rock, possivelmente porque o show dos Talking Heads era um dos mais lindos que já houve. Ele nunca perdeu a elegância. O show que fez com Margareth Menezes foi um grande sucesso da Margareth Menezes, mas ele estava um tanto invisível. Já os outros que vi dele, foram todos simplesmente geniais. Agora ele me disse que está fazendo um show show: com dançarinos e tudo. Deve ser fenomenal, porque ele é, como eu disse no show que fizemos juntos no Carnegie Hall (e do qual há, sim, Lucre, gravação com proposta para sair em CD), o mais chique dos roqueiros. Considero o entendimento que ele teve da música no Brasil um aspecto dessa chiqueza.

A namorada dele agora é a Cindy Sherman. Ela é uma pessoa muito direta e clara. Eles estarem juntos é uma dessas coisas certas que raramente acontecem aos seres humanos. Cindy é uma grande artista. E é considerada uma grande artista. São fotos que, ao longo dos anos, ela faz de si mesma encarnando personagens. Dito assim, parece coisa pouca. Mas ver as fotos é uma experiência única. Nunca parece realista. Nunca tem menos força do que a visão de algo real e inimitável. Ela e David também pedalaram pela orla e a impressão que a configuração racial dos grupos humanos que iamencontrando lhes causou pode ser medida no texto de David no “journal” dele.

Eu sabia que falar em grupos de pagode baiano ia alucinar a rapaziada. Hermano veio junto como nunca. Mas mais de 500 comments é demais. Heloísa, volte por favor.

Luedy, me dirijo demais a você porque gosto de você e porque você não comenta meu argumento de que as regras que há foram criadas pela multidão anônima. A norma culta é cria do sermus vulgaris. Os socioliguistas podem contribuir se se projetar uma política de educação. Mas não desejo que se comece por aposentar a análise sintática nem por ensinar-se “menas” nas escolas. Não.

Glauber, por mim eu não morro mesmo. Sinto muito por Lux Interior (eu pensava que fosse “luz interior”, que idiota eu sou: será que, já que o “Lux” de Lux não é luz, o “Vox” de Bono não é voz?). Você é muito bom. Sua frase sobre a solidão (que Salem destacou) foi arrasadora (sobretudo no contexto em que apareceu). Não gosto do argumento da “felicidade obrigatória”. Não é infundado. Não acho errado propriamente. Apenas, como disse, não gosto. Mas é porque acho-o parcial, limitado, superficial. Adoro sua colher na recuperação crítica do progressive rock. Eu vi Pink Floyd na Inglaterra com gosto: era bonito o show em Glastonbury, em 70 ou 71. Mas já havia rido ouvindo-o em disco, em Sampa 1968, sob o efeito do aiuasca. Mas achava Yes chato (perdão, Hermano). E Genesis. E tudo. EL&P, já contei: sinceramente, tive vontade de vaiar; foi a Mercedes Robirosa, uma argentina que tinha ido comigo ao festival da Ilha de Wight, quem me impediu, dizendo que eu também era músico e que eu não gostaria de ser vaiado por colegas (eu o tinha sido, e muito, mas achei que ela estava certa). Nessa época eu era muito combativo. Achei os caras caretas, o guitarrista com uma correia de pele de bicho (com a cabeça do animal!), a música pretensiosa e vazia. Eu gostava mesmo (e ainda gosto) é do primeiro solo do Lennon, “Plastic Ono Band”. Em Verdade Tropical eu digo que não gostava de prog e que gostava de punk (e Stevie Wonder e Bob Marley). Mais recentemente, passei a ligar proguessivo a Julio Medaglia malhando a gente e elogiando Rick Wakeman. Mas acho que você está certo. E suas escolhas são fincadas em sua cultura pessoal e sua sensibilidade. Ouço muito pouco música. Mas vou tentar reouvir Yes e Genesis.

Não gosto de música. Parar para ouvir música é intimamente constrangedor. Quando eu tinha 18, 23, 37 anos, não era. Foi ficando. Adoro a observação de Millôr Fernandes: “a música é a única arte que te pega pelas costas”. Acho o volume dos shows todos muito altos no Brasil. E as bandas na Bahia fazem permanente barulho. Tenho horror a som na praia. Isso devia ser proibido. Acho um crime que haja barracas de alvenaria na areia. Mas o pior é que eles tocam música. Tenho ódio de axé, pagode, rock, pop, samba e MPB na praia. Praia é para se ouvir o barulho das ondas. E mesmo longe das praias, às vezes me sinto feliz num restaurante: depois de algum tempo percebo que a razão é não haver música ambiente. Chico Buarque disse tudo: se é ruim, me irrita, se é boa me atrai e rouba minha atenção à conversa, à comida, a tudo. A coisa que mais gostei de ouvir nos últimos tempos foi Moreno cantando a versão de Carlos Rennó para “How Deep Is The Ocean”. Posso ouvir mil vezes, como ouvia Ella, Billie, João, Maysa ou Sylvia Telles. Estou tentando me reeducar para ouvir música. Meus tempos livres se preenchem automaticamente coma leituras. Ouvir música… Vou me reeducar para isso. Mas gostei do disco do Radiohead e dos discos do Psirico, Fantasmão e Parangolé. Gosto de Céu e de Roberta Sá. Amei ouvi/ver Mariana Aydar e Mayra cantando “Tunuka”. Adorei Buika cantando a canção da menina Lola. Choro só de pensar em “Volver” (o tango). O disco do Arlindo Cruz é lindíssimo (ouça, ouçam). “Moisés e Aarão”, de Schoenberg é uma experiência larga e profunda. David Byrne me disse que achou difícil gostar de Zii e Zie à primeira audição. Meio à Exequiela, irritou-se com a repetitive guitarra. Depois, diz ele, se enamorou de “Por quem?” e de “Lobão tem razão”. Daí foi reouvir “Perdeu” e passou a gostar. Terminou gostando de tudo. O disco dele com Brian Eno, eu gostei logo de “Home”, que abre, com uma dessas letras estranhamente lindas que ele sabe escrever. Vou ouvir mais e saber mais.



177 Comentários sobre o Post “DAVID BYRNE & CINDY SHERMAN”

  1. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:59 am

    caetano,
    david byrne é realmente “A” classe no rock. os videoclipes são incríveis e as letras…putz! verei as fotos de cindy sherman.

    olha, o que disse sobre “ditadura da felicidade cega”, existe. falei porque ví ela explícita em alguns comments por aqui, no outro post.

    “limitado, superficial” foi um pouco pesado, não? tenho nada contra carnaval e gosto da felicidade. sou feliz, caetanovsky. e, modéstia à parte, não costumo ser limitado ou superficial. penso bastante antes de falar qualquer coisa. aqui e fora daqui. poucos neste blog, demonstraram tanto ecletismo [sic] musical quanto eu, cê há de concordar.

    mas num tô de mal, não. quem neste mundo, em sã consciência, pode se irritar contigo? só os limítrofes.

    perguntei e fábio cascadura me disse que márcio vítor é um sujeito engraçado [no bom sentido, claro].

    no último post, falei mais algumas coisas sobre os pistols e punk e tal, acho que cê vai gostar de ler. “yes” é massa! acho os primeiros discos, os melhores [sem aqueles "abusos" da segunda metade dos 70s].

    inté!

  2. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 7:02 am

    aah, o vox de bono é voz mesmo. lux é contração para luxuoso em anúncio de carros usados. e beleza, não morramos, então. hahaha

  3. Leni David disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 8:47 am

    Faz uma hora que luto contra o meu servidor da internet e por isso o meu comentário não será o primeiro. Tem nada não…
    Cae; leio o seu blog desde que soube da sua existência, ou seja no dia da sua entrevista no programa do Jô. Saí da televisão para o computador. Hoje é vício.
    No entanto, todas as vezes que penso em comentar um post, sempre fico intimidada, pois pessoas que freqüentam o Ordem em Progresso parecem íntimas, amigas –às vezes nem tanto- entrosadas. Até hoje só consegui postar dois comentários; o primeiro, quando você escreveu sobre O Guarany (Comentário 164) e o segundo, quando Dona Edith do Prato se foi. Mas passei despercebida… entrei e saí sem ser vista. Aliás, minto! O Júlio escreveu esse recado pra mim: “Leni, muito boa dica do corretor ortográfico com as novas mudanças que vi em seu blog. Já baixei! Ferramenta indispensável para o blog de Caetano”.
    Nesse post, como você havia falado em Alexei Bueno, entre outras coisas escrevi o seguinte: “Mas já que você falou em poesia, aqui na minha cidade vive um poeta que eu adoro, tanto a pessoa quanto a poesia que ele faz e até me apropriei de alguns versos que ele escreveu: “Um dia ainda vou viver de brisas, vou colher nuvens no meu jardim”. Trata-se de Antônio Brasileiro. Você o conhece? Gostaria muito de saber, pois na minha opinião ele é um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos.
    Pronto, estou satisfeita. Acho que sou a primeira a comentar e isso é maravilhoso; não vou sentir a timidez costumeira. Além disso, li e reli tudo que você escreveu e preciso assimilar pra poder dizer qualquer coisa. Depois, pode ser que eu volte. Um beijo.

  4. Cristina disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 9:15 am

    Gosto de ouvir música e gosto de não ouvir música. Vivo no meio da natureza, fora da cidade, ouço o barulho das ondas, o canto dos passarinhos, a brisa, o barulho da natureza, se eu coloco música ela vai interferir.
    Concordo com o Caetano. A música na praia deveria ser proibida, na praia próxima à minha casa há vários restaurantes e cada um toca a sua música, e alta. Você é obrigado a comer ao som de música muito alta e as pessoas falam alto, chega a dar indigestão. A situação geográfica do lugar onde moro faz com que o sol se ponha no mar, e o restaurante vizinho buzina na hora do por do sol, ele gosta de comemorar a despedida do sol com barulho, já reclamamos mil vezes, falamos que quem vai comer não quer ouvir buzina, não quer barulho, mas ele continua com a buzina, contrata um cantor péssimo que tenta imitar o João Gilberto, o volume do show é alto, ouço na minha casa, fico imaginando o volume do som no restaurante, às vezes dá festa com música eletrônica. O problema não é a música, é quem ouve a música.
    O pagode baiano no lugar certo e na hora certa pode ser mesmo a melhor coisa do mundo. Festa baile com forró ao vivo é muito divertido.

  5. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 9:20 am

    Caetano reouvindo Yes vai ser hilário! engraçado: acho Radiohead meio Yes… ah, adoro Cindy Sherman: no início parecia que era só 1 boa idéia, mas a cada exposição ela foi se transformando e continua mandando muito bem!

  6. Eduardo Adauto disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 10:13 am

    Gosto muito de David Byrne.Pena que não seja fluente em inglês para entender as letras diretamente. Tenho que ler para então entender(para minha tristeza acontecia o mesmo com Bob Dylan que eu adoro).No entanto, tem a coisa perfomática dele que ajuda muito.Acho que ele tem alguma coisa em comum com o José Celso Martinez.O cenário do rock e derivados tem andado meio down.De coisas mais instigantes e novas recentemente,só consigo me lembrar do REM(que já é velho), igualmente genial.Bem, tem uma geração nova de bandas inglesas(me viciei desde Beatles e Stones) que me agrada muito e uma que é meio melancólica, Keane é minha preferida. Mas atualmente estou apaixonado mesmo é pela Ammy wine House. Do pessoal do progressivo eu gosto muito do Jethro Tull.Eles encarnam com perfeição os albinos da península que você citou. Gosto do mistério bárbaro, meio elfo, duende deles.Agora luxo mesmo é a Bahia, o David deve ficar chapado, não apenas por ser seu amigo e de Gil, mas de poder desfrutar do jeito fraternal que vocês tratam qualquer pessoa.Quando os baianos falam, até por certo maneirismo e sedução,”meu rei”, é absoluta verdade. Todo mundo se sente rei.Na verdade, reis são eles.Caetano, que história é essa de “não gosto de música”? Bom, você eu já sei, mas eu não vivo sem música,até quando estou lendo, tem um fundo musical, mesmo que seja Cassia Eller, cantando Jimmy Hendrix ou Elis, cantando Gil em Roda.Bom, nessas horas, eu paro e reverencio as deusas.Claro, som demasiadamente alto é muito desagradável,mas ouvir música todas as horas do dia e da noite em volume civilizado é como respirar para mim.Depois das suas falações sobre a atual música baiana eu até vou ouvir também com mais atenção os Psiricos e Fantasmões da vida para ver até onde vai o meu preconceito.Agora, coisas do “funk” carioca e breganejo(as duplas de bonitões) não dá.Ou será que eu vou encontrar algum conteúdo na Tati Quebra Barraco?O último arrebatamento que eu experimentei foi ser surpreendido por Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, transfigurado com a suas poesias de cordel em ritual mágico de ritmo e exuberância.E olha que foi na TV E aqui do Rio.Imagina ao vivo!
    Abraços, Eduardo Adauto.

  7. Nando disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 10:16 am

    “Adoro sua colher na recuperação crítica do progressive rock. Eu vi Pink Floyd na Inglaterra com gosto: era bonito o show em Glastonbury, em 70 ou 71. Mas já havia rido ouvindo-o em disco, em Sampa 1968, sob o efeito do aiuasca. Mas achava Yes chato (perdão, Hermano). E Genesis. E tudo(…) Eu gostava mesmo (e ainda gosto) é do primeiro solo do Lennon, “Plastic Ono Band””.

    O primeiro Lennon (que na verdade nem é o primeiro: é o quarto, por conta dos três freak happenings com Yoko e mais um ao vivo, com Clapton; mas oficialmente é considerado mesmo como o primeiro) é melhor do que quase tudo. Aquilo é incomparável, incomparável.

    Lembro do Caetano ter dito num Literatura Comentada que viu o Pink Floyd e sentiu sono (disse também que tinha gostado do Led Zeppelin). Mas, em 68 (portanto entre o primeiro e o segundo discos), com certeza, ninguém no mundo, entre milhões de fãs, deve ter sido mais pinkfloydiano do que Caetano ao rir deles. O primeiro disco do Syd Barrett, de 70, com a loucura já instalada, chama-se “The Madcap Laughs” e a risada do genial lunático é ouvida por todo o Dark Side of the Moon.

    O Genesis com Peter Gabriel era sensacional. Uma presença cênica fora de série. Li que os seguranças deles durante a primeira turnê do grupo nos EUA reclamavam bocejando que os caras não davam trabalho em nada, não usavam drogas, não arrumavam nem uma briga, não tinham fãs histéricos, só queriam saber de galerias de arte, teatro etc. “Foxtrot” é um trabalho menos lembrado mas altamente recomendável. Para quem nunca os ouviu, “Selling England by the Pound” talvez seja uma introdução bacana.

    Já que vai reouvir prog, o King Crimson também te aguarda, Caetano. Aquilo é bem mais atemporal do que a maioria dos grupos de progressivo, é assustadoramente moderno. “Ladies of the Road” é “a” música!

    Acho que o punk está para o progressivo como uma revista está para um livro. Grosso modo, please. Ambos podem ser chatos blablabla.

  8. Socorro disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 11:30 am

    Acho que vou ver Psirico, Fantasmão e Pretubom… Você tem ideia (estou amando aprender essas novas formas de escrever)do quanto você influencia as pessoas neste país? Continua fazendo isso…
    E o Zambujo? Deixastes de ouvir? Esse quase não sai da minha “vitrola”.
    Mas fui ver sexta-feira uma cantora gaúcha no Teatro do Sesi, no Rio Vermelho. Quase vazio. Afinal, sexta em Salvador tem “pagode” pra todo lado. Mas minha alma meio-índia-africana-portuguesa não tava animada pro batuque dos ensaios e estava curiosa pra ver uma gaúcha cantando os orixás. Meninos, e meninas, não deixem de ouvir: ela se chama Karine Cunha. O disco mais novo, que dá nome ao show, se chama Epahei! e ela é uma Iansã com sotaque gaúcho. Só pra ter uma ideia de como a moça é bela, vejam no http://www.youtube.com/watch?v=s0jdjd03U88&feature=related E, pra ouvir e saber mais, ela tem um site: http://www.karinecunha.com.br/

  9. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 11:42 am

    Lindo post, Caetano! Uma delícia de ler. Ainda discordamos - eu já apresentei meus argumentos acerca daquela sua assertiva de que as regras foram criadas pela multidão anônima”. Tô pensando em voltar a estudar esses assuntos de maneira mais disciplinada.

    Mas tô gostando muito de tudo o que está rolando. Ramon Santos e Nando apresentaram questões éticas importantes e que me fazem pensar sobre os limites (ou as implicações de uma ausência de limites) de minha defesa destes gêneros populares que têm a poética do corpo e do prazer como assunto central.

    Mas eu queria dizer a Ramon que Ariano Suassuna também foi contra aquilo que ele julgava ser uma apropriação indevida ou uma distorção das tradições musicais do Recife que Chico Science e Nação Zumbi promoviam.

    Mas, retomando e reafirmando: uma delícia de post.

    abraços luedy

  10. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 11:49 am

    Ah sim, quanto ao que Caetano falou sobre a intensidade sonora absurda das barracas, e dos sistemas de som das casa de show, eu concordo em gênero, número e grau. Os trios elétricos também não ficam atrás. Além de serem extremamente anti-ecológicos (o gerador movido a diesel polui pra caramba) eles poem ensurdecer (há casos de gente com tímpano perfurado devido à exposição prolongada ao lado dos trios). E há também os blocos de corda que privatizam (ainda que de forma ambulante) o espaço público. E há os camarotes particulares que enfeiam a cidade e provocam uma tensão absurda numa cidade já extremamente dividida e excludente. Enfim, nada disso se deve à música de carnaval diretamente, mas tem a ver com ela também, ou diz respeito a ela também.
    Enfim, que bacana saber que gostar da música de carnaval da Bahia não lhe deixa cego às contradições todas que lhe atravessam.

    abs
    luedy

    ps. salém, obrigado por achar meu texto “correto”.

  11. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 12:42 pm

    Nandíssimo

    Respondi ao seu último comentário no outro POST.

    bjca na testa

    salem

  12. Maria disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 12:59 pm

    Caetano, não escuto muito o pagode baiano, mas não tenho nenhum preconceito, muito pelo contrário.Vou escutar o Psirico, a partir de agora, mais detidamente. Embora, seja bem melhor ir para Bahia fazer isso, né?.Ai se eu pudesse.!

    Agora fiquei chocada com o que disse Shopenhauer : “que a cor do homem é preta, no mínimo marrom, os brancos de cabelos e olhos claros sendo uma ultraminoritária degeneração só encontrada no norte dessa pequena península da Ásia que é a Europa: são algo como ratos albinos. Cavalos, diz ele, na hipótese mais simpática”

    Eu nunca me vangloriei por ser branca de olhos azúis, - apenas me aceito como sou -, até por que amo a cor negra, negros e toda a sua cultura, mas ser comparada a uma ratinha albina e consequentemente, égua, na hipótese mais simpática, foi f. E eu que simpatizava tanto com ele por ter baseado parte de sua obra no Budismo.
    Caetano, você nunca responde às minhas perguntas, mas poderia me dizer, por favor, em que livro Shopenhauer falou a frase acima?

    Heloísa, eu também imploro, volte por favor.
    você também sumiu do orkut.

    Tetequinho, mais uma vez,adorei as tuas poesias.
    Vou imprimir para ler melhor. Ler no papel é outra coisa.

    Caetano, tinha parado de ler o teu livro, mas hoje retornarei. Ontem, antes de dormi li “Pequenas Verdades”, em que o autor fala sobre o que ele entendeu de Shakespeare e coloca suas traduções dos Sonetos do escritor inglês. Muito interessante o que ele fala sobre o amor chevalier. Se alguém se interessar pelo assunto, posso enviar o nome da editora, pois acredito que não esteja em nenhuma livraria.

    beijinhos a todos

    Maria

  13. Wesley Correia disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 1:21 pm

    Caetano, sobre som na praia:

    Foi o Tom Zé quem conduziu o Jô Soares até o interior de um veículo turbinado de som. O último concordou com o primeiro no sentido de entender a experiência (som de carro) como transpessoal, algo realmente magnífico e inenarrável. Na praça de Aratuba,na Ilha de Itaparica, é comum que os rapazes façam “pega” de som, disputando para ver quem é mais potente nos alto-falantes, graves, cornetas e tuitas. E por isso, também, preferem pagode à arrocha, considerando que o recurso instrumental deste último são, apenas, os teclados. Faz alguns anos, não passo carnaval na Bahia e não saberia, por não lembrar-me com exatidão, descrever a sensação do encontro de Autosom. É quase como ir atrás do trio elétrico, só que de maneira mais intensa, densa e pessoal, como fossem muitos trios (usam módulos de trios nos carros) ocupando um mesmo espaço e dispostos, assim, de modo mais próximo e diverso. É de arrepiar, cada vibração dos graves fazendo tremer os músculos do corpo, os nervos quase paralisados pelas dirtorções dos circuitos e das frequências, as cornetas e tuitas reproduzindo Márcio Vítor num agudo surreal.Transcende-se mais do que quando se toma ayahuasca, só que sem vômito. Ficar no meio destes carros e ente as meninas que “quebram” até o chão é a melhor coisa do mundo.

    Leni, que boa lembrança a do Antonio Brasileiro. Coloquei música num poema dele chamado Nuança:”Meus caminhos, meus mapas,/meus caminhos.//Tudo está em ordem/ em minha vida.//Como se faltasse/ alguma coisa.”

    Abraços e poesia, sempre!

    Castello,

    Depois pensei: talvez o lance dos olhos de dorian grey tenha soado meio viado nos procedimentos para ouvir rampeira e outros arrochas. Eu mantenho, mas sem viadagem!

    Té breve,

    Wesley

  14. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 1:44 pm

    Ola Blogueiros, viajei com este post, que bviagem gostosa, imaginando a conversa entre Caetano e DAvid, e o modo diferente de se compor canções.
    Confesso que sou como DAvid, precios de um lugar quieto e calmo para que surja a inspiração para compor algo legal, já compus a meio a conversas e tals, mais a qualidade nunca fica como eu gostaria.
    Já em estúdio com os meninos tocando, fazendo arranjos, ai me inspiro fácil e componho de 3 a 4 canções em estúdio.
    Hoje Salemzitho possivelmente vai vir armado para rebater a todas as contestações que recebeu no texto anterior, tanto dos enigmáticos quanto a dos malucos como eu.
    Luedy também deve vir arrebatando hoje, pois não deixei quieto suas últimas críticas referentes a cantores e ritmmos ao qual eu gosto ou tento gostar.
    Hoje vou postar em meu blog a informalidade que conversamos aqui, e o quanto é gostoso, você trocar idéias com pessoas cultas, embora algumas teimosas por demais, e não aceitam a opinião alheia dos demais, o que complica é o fato de muitos não enchergarem seus erros alheios, ou fingirem não enxergar.
    Gostei de ver CAteano dissolvendo a diferença entre os ritmos dos grupos de samba da BAhia, muito legal ver que o samba não pode parar no tempo e nem no formato, não perder suas raízes.
    Por hora é isso…saudações a todos,
    LUIZAO CArias.

  15. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 1:55 pm

    sobre som automotivo (acho que é o que há de mais popular no Brasil hoje), ver:

    e’ bonito e descontroladamente/escandalosamente alto:

    http://www.youtube.com/watch?v=QVcb3t-o-Bg

    a melô da pickup turbinada:

    http://www.youtube.com/watch?v=Xl-2Y8NfOOw

    o carro de playboy:

    http://www.youtube.com/watch?v=nAyou6pIgOo

    este e’ um dos melhores clipes de todos os tempos - a carroça louca!!!:

    http://www.youtube.com/watch?v=ZxEbXOOQhFw

    o ritmo se chama pancadão, pizadinha etc.: é uma mistura aloprada de vaneirão, forró, funk, reggaeton, sertanejo

  16. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 2:04 pm

    Salemzaço aço aço.

    Os quase 600 comments,devem ter mexido com nossos neurônios.
    Tenho te achado passional e extremista além da nossa cota.
    Senão vejamos : “Oras. Você queria que o som que vem dos becos e favelas não fizessem grana?”

    Quero sim. Que o som que vem dos becos e favelas continuem fazendo muita grana,e esse dindin seja dividido com os que fazem o som que vem dos becos e favelas.

    “Não entendo isso. A gente vive num país onde há trânsito cultural intenso”.

    Quem disse o contrário ?
    O que eu critico,é o trânsito financeiro intenso,que transfere a grana do bolso da maioria que cria,para bolso da minoria que se apropria.

    “Você também deve ser um cidadão de classe média. Se por um lado, você vê apropriação do produto cultural, eu vejo apropriação paternalista do desejo do povão.
    É como se fossem um bando de ignorantes que não comandam seu próprio passo. Basta vir alguém com o vil metal, e eles se entregam”.

    Basta a gente tocar na defesa dos direitos do povão,e o velho chavão se alevanta : Paternalismo.

    Bando de ignorantes ?
    Eu jamais classificaria minha gente nesses termos.
    Uma das derrotas amargas para a ditadura ( pra mim a maior de todas ) foi o aniquilamento dos movimentos sociais.
    Na época já era difícil reunir todas as correntes dentro de um sindicato,de um centro acadêmico,de um grêmio. Imagina agora que o homem comum desarticulado,tem que primeiro defender o rango,e depois se sobrar tempo,pensar um pouquinho na sua situação.
    Um bando de gente muito boa,desagregada políticamente,à mercê de uma rapina insaciável.

    “Dizer que o samba não é mais samba porque tem grana da Globo é xenofobia”.

    Xenofobia ? Pensei que a Globo fosse uma organização tupiniquim.
    O inconsciente é sábio…hehehe…

    Deixa a Globo pra lá.Desde que eu entrei na OeP,é a primeira vez que eu toco nesse nome,forçado por você.
    Quando falei em “obedecer aos patrocinadores”,estava me referindo à Riotur.
    No mês retrasado,tive lá no sambódromo com uma galera fazendo teste pra tocar nos coretos durante o carnaval. ( viu ? a minha vivência de música popular vai além dos dogmas caquéticos..)
    O local reservado aos testes ( debaixo daquele arco projetado por Oscar Niemeyer ) cheirava à urina.Insuportável.
    O palco estava mergulhado na água da chuva,que nessa época é comum cair no RJ.As infiltrações atingiram os carpetes,e o meu teclado não ligou.Tive que ouvir,sem reclamar,o técnico dizer que era problema do meu instrumento.Depois ele tomou um choque que chegou a pular,hahahahahaha.

    Viu querido ? É assim que a Riotur – minoria dos que se apropriam – trata as pessoas responsáveis pela sua galinha dos ovos de ouro ; o carnaval carioca.

    Abraços do Castello,
    dessa vez,rasgando fantasias.

    P.S. Salem maifrém,trouxe o nosso dedinho de prosa pra cá,pela neura de deixar sempre cristalino o meu pensar,diante de você.E o post atual contém alguns remakes,portanto estou dentro das regras OeP.
    É uma felicidade de olhos abertos pra mim,estar em sua companhia,nas divergências então,nem se fala…hehehe.

  17. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 2:05 pm

    Boa TArde a todos os blogueiros…
    Estou um tanto triste com o Salemzitho, que num dos posts do título anterios a esse, escreveu uma resposta fazendo críticas ao Tchan, a Mamonas, etc…

    Confesso fiqui um tanto chateado, para não dizer decepcionado, pois Salémzitho vai além da excelência de criticar a ouras bandas e a outros companheiros de profissão como o são os grupos citados acima.

    Tudo que é bom dura pouco, foi assim com Mamonas, La BAmba, Beatles, Elvis, Banda Vexame, etc.

    Em contrapartida tudo que é excelente dura muito como CAetano, Marisa, Gil, Jõao, Jobim, etc.

    Fica aqui meu registro de Indignação com o post do Salemzitho.

    Abraços a todos…
    Luizao.

  18. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 3:02 pm

    O diário de David Byrne é meio bobo… Talvez por que eu conheça a festa.

    Melhor que ele são as fotos de C. Não é nenhum Mariozinho Cravo é claro.
    A número 2 parece a cara de Felicidade Compulsória que temos que fazer na virada do ano.

    Salvador é uma cidade devastada pela alegria. Felicidade compulsória é a pior coisa do mundo.
    Respeito muito quem vai a show de pagode e não dança.

    Zii e Zie tem várias músicas que eu gostei na primeira audição. A cor amarela (é claro, principalmente), falso Leblon e Menina da Ria. Caetano, qual vai ser a música de “trabalho”? como se define mesmo isso?

  19. Rosana Tibúrcio disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 3:28 pm

    Ufaaa, consegui ler os 557 comentários do post de lá (tá, confesso que pulei váriossss, há uns graaaaaandessss por demais. Quem era mesmo o sujeito que sugeriu comentários com até doze parágrafos?.

    Bom, nunca digo grandes coisas, mas entre as pequeninas do post de lá direi:

    Nando, concordo com você sobre o resultado da exposição excessiva de crianças às imagens eróticas. Não sou nenhuma puritana, mas cada coisa no seu tempo.

    Gil citou o fato de Daniela Mercury ficar gritando “Tira o pé do chão”, ai eu me lembrei de um cara disse – e me odeio muiiitoooo porque não me recordo exatamente quem foi – que até o oitavo tire o pé do chão ele gostava, mas a partir do nono, não – haha eu ri muito e a-do-rei. Eu já deixo de gostar depois do terceiro pulão e grital, apesar de gostar de várias músicas que Daniela canta. (vai entender esse meu lado paradoxal).

    Carolinaaaaa, voltamossssssss

    Lalo,
    eu não saberia comentar seu relato de forma “TRESLUMBRANTE” como fez o Salem. Destaco: “Estou mais sossegado agora. O modo que você escreve torna as discussões sobre gramática, direitos autorais ou pagode baiano um tanto pequenas pra mim.”
    Acrescento apenas que abri uma página aqui só pra o relato seu relato… Sim, eu colo tudo no word pra ler depois. Apesar do amor ter aumentado taaaanto, por Caê e todos, continuo considerando que aqui no Obra a letra e o tamanho dela é bem um convite pra eu desistir… só que não desisto!!!
    E mais, fui muito bom ler o que disse de mim e do Outras trilhas pra Vero e todos:babei!!

    Labi,
    te reli… hahaha adoUUroo!! Sim, sim, ratifico meu sim a assistirmos a um possível show do Caê na terra dos homens. E diremos aos seguranças dele de um jeito bem forte que possibilitará nossa entrada no camarim: “somos amigas de blog do Caetano…” Meu sonho!!

    AdoUUUro as erratas dos “comentaristas” do Obra. AdoUUUro também o que alguns fazem em relação às mudanças ortográficas. Na ânsia de escreverem certo aprontam um “puteiro de galinha” e fica muito engraçado. Rio muito. É hilário!! Relaxa, gente, na não compreensão absoluta é melhor escrever como era antes, temos até 2012 pra aprender… hahaha

    Pessoas,
    qualquer comentário mais grosseiro é feio mesmo, não resta dúvida; como também é feio receber no Obra (nosso blog, nossa casa, nosso espaço????!!!!) os novos que chegam… né não?? Puxar o banco, dar um sorriso é o que há de melhor. Aí se o sujeito insistir nas grosserias a gente… a gente vê o que faz.
    Aqui, na minha casa eu rodaria a baiana, mas na casa de Caê… sei lá, sei lá… rs

    O Rafael na lan - saudades

    Heloisa disse: “Desisto, não dá mais para acompanhar. Fui.” Tô quase desistindo. E olha que tirei o domingo – parte dele – pra ler tudo aqui e ainda nem vi os links de Lalo…

    A Miriam voltou: muito bom.

    Labiiiiiii, blog depois do carnaval??? Serei seguidora

    E Caetano mandou outro beijo pra Heloisa. Rola um ciúme aqui, a propósito.

    Sobre o post de agora:

    Que post mais instigante, dá até raiva.

    Leni David conheceu Obra como eu e fez quinem…

    Eu gosto de ouvir música, mas só comigo.
    Quer me matar de raiva é tentar me fazer participar de uma conversa ouvindo música. Sair de carro com som ligado, não rola, odeio, sobretudo se estiver alta. Comer ouvindo música? Não desce. Sou “a chata” por isso. Paciência.

    Beijos, minhas gentes e lindo domingo a todos.

  20. gil disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 3:54 pm

    a gente quer mercado, mas a gente é burguês, a gente também quer ordem. Fica difícil entender ordem e progresso sem boa fé. a gente detesta música e tudo que fizeram do comércio na praia, é uma desordem e pública. Carro passando tocando música também, é um horror essa invenção…ihhhhhh…arrepio….
    pode ser, eu nunca vi, que o desfile dos carros de som em Salvador seja a coisa mais linda do planeta, tenho minhas dúvidas, não sou baiano. Pode ser que funcione, e funcionou. Pode ser que seja uma grande idéia exportar essa possibilidade de felicidade e alegria pra toda parte ( isso já apareceu até em Londres, no ano seguinte foi proibido). Eu não sou besta de me meter na frente de Dodô e Osmar, seria um caminhão passando por cima de mim, eu sei…mas eu experimento de repente, estar ali na praia apenas querendo manter meu diálogo corrente com Yemanjá e o vento, na mais pura sensação vital possível da cidade quando de repente, começa aquela coisa a soar no mundo, e vem crescendo, crescendo, o volume aumentando, sempre trazendo uma “notícia” que eu não estou interessado, um auê primitivo acompanhado de algum candidato se apresentando, algum lançamento safado, enfim , um desprazer. Me habituei portanto a associar a presença do carro de som com aquele mal estar que ele provoca a toda gente quando passa nas praias cariocas…e tem sempre um bando em cima ou ao lado festejando e pouco se lixando se alguém está dormindo, se tem mamãe dando de mamá, se o velhinho está doentinho e precisa de sossego, se alguém está curtindo alguma que não aquela que aquela gente quer fazer com que todos curtam…um desastre. Achar que isso é a coisa do Brasil mais popular pra mim é um escândalo, é a coisa mais desagradável que eu já vi, e ouvi…e nunca curti som nenhum que viesse dali, e nunca passei o carnaval na Bahia, e talvez por isso hein…
    a praia carioca se transformou num lugar invadido de tal maneira que no ano novo vi uma nova que eu não esperava, as pessoas cercam área pública na areia e ali dentro, protegidas por seus seguranças, fazem sua festa particular, música ao vivo, caixas de som, mesas e o escambau, cercadas. Fico imaginando como isso vai se desenvolver e como serão disputadas as áreas e que comércio vagabundo vai tratar de mediar essa apropriação.
    Fora isso o desastre que é a presença de tantos vendedores ambulantes, cada um gritando pelo seu produto, dá pra imaginar o som produzido? e os cachorros circulando, cachorros mesmo. e os quiosques na areia alugando cadeira e barraca. Isso tudo foi indo de uma maneira que agora, é assim…o prefeito chega e diz que vai impor a ordem com repressão ( o método vamos conversar não cola, não cola) mas será mesmo? e o pacto lá em cima e lá embaixo? Os lá de cima estão nas piscinas ou praias particulares, os lá debaixo vão à luta atrás de algum e quem fica no meio>?
    Salém eu tô contigo, Castelão e sua bolha eu compreendo, mas saiu a lagosta e entrou a geladeira, a água encanada…o mundo andou Castelão, mas eu gosto do teu samba cumpadre, tá fechado.
    Mas Salém, o trânsito parou, só tem trânsito lá em cima e lá embaixo…estamos sem trânsito,a gente vai acabar perdendo o prazer de ouvir música. Ouvir aonde? Comprar aonde? Não tem mais lojas, são poucas cada vez menos, tem que aprender a “baixar” e assumir a roubalheira como ética particular…tem que sair pra rua pra ouvir? Mas na rua tá um barulhão…tem que ouvir no carro no engarrafamento, combinar prazer com desprazer…é adoidado…temos que pensar como fazer pra gerar trânsito entre nós Salém, temos que ter projeto de desenvolvimento, de mercado, de economia…e aí tem que ser positivo, tem que dar nome aos bois, tem que sair da poesia e entrar com motivação, tem que ser poeta combativo de novo Salém, é um desastre à volta, tem que querer de novo.
    Enfim…a tv entrou e mudou o samba, acelerou o samba, mas é lindo…400 ritmistas em cada bateria, passando no chão durante hora e meia, e entra outra…ORDEM TOTAL…arquibancadas de Niemeyer pra turista e povão, passarela pra 3500 turistas e povão por escola, e quantas escolas…2 dias de samba na avenida no desfile das Escolas de Samba do Primeiro Grupo do Rio de Janeiro, o maior espetáculo da Terra! Como virá a Mangueira sem Jamelão? O que fará a bateria nota dez, que vai levantar o público, e que bundas…e que peitos…que gente bonita…e as baianas, olha a Bahia aí gente!!!! e as baianas tão tradicionais girando e vestidas à caráter…à carater? porque a baiana se veste assim…e os carros alegóricos? brilham sem fazer barulho, o mestre sala e a porta bandeira, que chique, que luxo, que destreza…a comissão de frente apresentando Carlinhos de Jesus barbarizando! E o Salgueiro, gente o Salgueiro! que não quer ser melhor do que ninguém apenas diferente, o Salgueiro do Jorge Ben que é Benjor e que é um Deus ( e Caetano assinou embaixo láaaaa atrás), e a minha Vila Isabel, escola do bairro e do Martinho, encravada entre a Mangueira e o Salgueiro, a Portela do Candeia, do Paulinho, Império…minha gente, eu vou prá longe que é pra não cair dentro, quem puder, cai dentro…oi skindô, oi skindô, oi skindô…

  21. gil disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 4:05 pm

    Ritmistas…Ritmo…Ritmo…o lance é ritmo…

  22. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 4:18 pm

    Carias, eu na verdade não compreendi o que vc qus dizer. Eu gosto destes gêneros populares todos - axé, funk carioca, arrocha, pagode, sertanejo. Lembrei outro dia de como eu não dava a menor bola para Sérgio Reis. Re-assistindo Pantanal no SBT me dei conta do tesouro que é o Sérgio Reis. A parceria dele com Almir Sater é algo muto especial também. Enfim, eu me re-eduquei para gostar de um monte de de coisas que me desafiava a compreensão e o gosto estético cultivado (se é que eu tinha algum, né?).
    Me identifiquei muito com o que disse Caetano acerca de “não gostar” de música. Eu passo longos períodos querendo não escutar música também. Me dá uma apatia, uma inapetência sonora danada. No máximo re-escuto coisas que eu já conheço bem.

    Bem, era só isso.
    luedy

  23. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 4:27 pm

    Caro amigo Salemzitho,

    No Post anterios tu respondendo a um critico seu, ce disse assim óh:“Entre 1956 e 1979 a porcentagem de crianças de dez a quatorze anos que sofriam de gonorréia aumentou quase três vezes: de 17,7 numa população de 100.000 para 50,4. Aproximadamente o mesmo aumento foi encontrado no grupo de quinze a dezenove anos (de 415,7 em 100.000 para 1.211,4). As restrições tradicionais a atividade sexual dos jovens não podem ter muita força numa sociedade que, de fato, não faz uma distinção obrigatória entre infância e idade adulta. O mesmo princípio se aplica no caso de consumo de drogas(…)”.

    Tá bom. E a culpa é do Tchan, dos Mamonas e da Ivete. Foi essa pseudo-constatação é que coloquei em dúvida.(Salém)

    Salemzitho, agora entendo o que você quis verbalizar em seu post.

    Agora meio que entendendo o que você quis dizer, foi que a indústria brasileira de baixaria ou de putaria, é quem invocou a juventude (Adolescentes) a ficar transviada, ou mais transviada do que já era…pura bobagem.

    Quem disse isso não segue o mundo, e não se atenta a assuntos em que o jovem cada vez mais procura meios alternativos de liberdade, seja ela por: Drogas, Sexo, Música, Etc.

    Em sua grande maioria os jovens de hoje são uns imbecis, ultrajados por máscaras que usam, para dizer que com sua gang, ou com seus amigos, pra dizer eu sou do mau, eu fumo, eu fodo eu mato e sempre saio impune.

    O Brasil é o cú do mundo, pois aqui só o pobre se fode. essa é a pura realidade em que vivemos hoje.

    Enquanto a minoria absoluta luta contra a crise a maioria esmagadora luta contra os inocentes, os corretos, infelizmente essa é a dura realidade de um paìs tropical, que têm tudo pra crescer, mais pela cultura do povo, sempre vai pelo mais fácil, pelo mais prático, e acabam se fudendo, e nos fudendo.

    O número de trafucantes de 14 a 26 anos no Brasil é alarmante, essa idade última citada é a idade em que se termina a vida no tráfego, pois sem condições de trabalho e sem oportunidade de estudo os jovens favelados, se sentem mais protegido “mera ilusão” dentro das favelas armadas, que diante de uma vida árdua e dura que pode se vencer pelo caminho da honestidade.

    Hoje existem músicas que falam sobre apologia ás drogas, como MArcelo D2, Planet Hemp, e bandas que falam abertamente sobre sexo Velhas Virgens, bandas a qual sou fã, mais creio que só vai na onda dos fracos quem é fraco.

    Posso muito bem ouvir uma música que fala de como ´pe bom usar drogas, ou como é bom praticar sexo, porém nem por isso, vou á procura, ou vou pra mostrar a meus amigos viciados que eu posso, Sou contra Drogas, sou contra MAconha, Sou contra tudo, porém é proíbido proibir, fuma e cheira quem quer, e uqem é fraco.

    Os jovens de hoje precisam ter mais auto-estima, e parar de terem a falsa impressão que tudo que os outros fazem, eles devem fazer, o jovem de hoje, é aquele bobo da corte que faz tudo o que os outros fazem só por fazer, uns tolos.

    Acho que hoje me superei em meu post, mais valeu a pena para eu poder enfim desabafar e colocar meus supérfulos pensamentos em dia.

    Abraços a todos e Salemzitho foi mal o pré- julgamento sobre as bandas, entendi seu ponto de vista e estou contigo.

    Bjus de domingo a todos.

    Luizão Carias.

  24. Nando disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 5:03 pm

    Luedy,

    Uma vez eu estava na rua no carnaval de Salvador. Eu resolvi ir para a rua só para ver Armandinho. Estava na calçada esperando, passou o trio. Olhando para cima, embevecido e totalmente na viagem do Armando, recebo uma cutucada dolorosa no tórax, achei que fosse uma facada: não era, era uma “fanta” (cacetete) de um policial (o primeiro daqueles que vêm em fila indiana) me trazendo de volta à realidade. Uma dor insuportável. Foi a última vez que “brinquei” carnaval em Salvador. A quem quiser visitar, portanto, não tenho dúvidas: camarote ou bloco (um amigo teve os óculos - de grau! - roubados com desnecessária agressividade, vez que sequer reagiu). Ficar na pipoca, já há muito tempo, é esparro. É tirar na sorte, infelizmente.

    Quanto ao volume do som nas barracas de praia, quem resume bem é uma amiga minha que mora lá:

    “Isso aqui é a sucursal do inferno!!!”.

    Agora, justiça seja feita: sempre vou às Praias do Flamengo e por lá, este ano, na barraca em que ficamos o som estava pra lá de decente (tanto em volume quanto em qualidade e variedade), inclusive com um pequeno grupo tocando ao vivo e mandando muitíssimo bem, com ijexá, forró, samba-canção etc. Maravilha. É procurar, pesquisar e tentar achar um lugar mais de acordo com o que se quer. E chiar, para ver se alguma hora pegam mais leve.

  25. Réa Silvia disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 5:34 pm

    Leni
    Você não passou despercebida não.Também li seu comentário,visitei seu site,instalei o corretor conforme você explica e adorei passar por lá.Foi Vellame quem falou a respeito do corretor.Se não me dirigi a você é porque escrevo pouco .Aqui estou destravando um pouquinho.Caetano é genial.Não deve existir no mundo alguém assim .Além de tantas “iluminações”,mais esta de reunir pessoas maravilhosas,cristalinas e apaixonantes.Estamos aqui pelo que você cita juntas,eu tomei coragem e agora escrevo um pouquinho.O que quero lhe dizer é que aqui é um lugar lindo e acolhedor.Gostei de você também e espero que participe mais.
    Quanto a Caetano,como todo deus do Olimpo só sai quando necessário.Responde a alguns daqui sim.Nunca respondeu nada que pedi,mas nem por isso deixo de louva-lo e sempre.
    Bem vinda a este espaço tão belo!
    Este Antonio Brasileiro é o mesmo da Canção de Chico no disco “Para todos”?

    Segue a letra

    Para todos
    Chico Buarque/1993

    O meu pai era paulista
    Meu avô, pernambucano
    O meu bisavô, mineiro
    Meu tataravô, baiano
    Meu maestro soberano
    Foi Antonio Brasileiro

    Foi Antonio Brasileiro
    Quem soprou esta toada
    Que cobri de redondilhas
    Pra seguir minha jornada
    E com a vista enevoada
    Ver o inferno e maravilhas

    Nessas tortuosas trilhas
    A viola me redime
    Creia, ilustre cavalheiro
    Contra fel, moléstia, crime
    Use Dorival Caymmi
    Vá de Jackson do Pandeiro

    Vi cidades, vi dinheiro
    Bandoleiros, vi hospícios
    Moças feito passarinho
    Avoando de edifícios
    Fume Ari, cheire Vinícius
    Beba Nelson Cavaquinho

    Para um coração mesquinho
    Contra a solidão agreste
    Luiz Gonzaga é tiro certo
    Pixinguinha é inconteste
    Tome Noel, Cartola, Orestes
    Caetano e João Gilberto

    Viva Erasmo, Ben, Roberto
    Gil e Hermeto, palmas para
    Todos os instrumentistas
    Salve Edu, Bituca, Nara
    Gal, Bethania, Rita, Clara
    Evoé, jovens à vista

    O meu pai era paulista
    Meu avô, pernambucano
    O meu bisavô, mineiro
    Meu tataravô, baiano
    Vou na estrada há muitos anos
    Sou um artista brasileiro

    Beijos nestas pessoas lindas e em especial para
    Caetano

    Réa silvia

  26. Réa Silvia disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 5:44 pm

    Salem,
    Te quero muito.
    Você nunca criticou os “Mamomas”.Pelo que li até os elogiou.Sei disso porque mastigo o que diz.E achava e acho os Mamonas incríveis (gosto até das letras deles deveras inteligentes).

    Beijos em algumas testas.
    Réa Silvia

  27. Affonso Leitão/RJ disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 5:51 pm

    Caetano
    Qualé, enfim, a do Parangolé? Agora não estou mais intrigado.Estou curioso.Quero ouvir mais e saber mais.A palavra Parangolé não está no Aurélio.Vem do popular e ruma içada ao erudito, em assunto internacional.É o que você me diz:
    “…O Parangolé, que toma de volta essa palavra popular içada por Hélio Oiticica a assunto erudito internacional,…”.
    Mas faz sentido essa possível apropriação da palavra em uma época em que só se entrava no MAM do Rio de terno e gravata.A alta e a baixa cultura.O erudito e o popular.Algo mudou?Está mudando?Creio que sim.Ainda bem.Mas isso é um outro papo.Boipeba é um lugar muito especial para mim.Que não se transforme no que hoje, de uma certa forma, Morro de São Paulo se transformou.
    Boipeba essa que conheci ainda como uma vila de pescadores.Mas a consciência ecológica em Boipeba é forte(http://www.amabo.org.br/).Pude constatar isso em visita recente à Ilha.Que continue assim.
    O Carnaval no Rio já começou.Para mim e nessa época do ano, Paulinho da Viola é Rei.Os blocos de rua estão de volta e dando o tom.Viva a alma carioca.Viva o Rio de Janeiro.E viva a cultura popular brasileira.Bom início de carnaval e muito Axé para todos.É o que desejo.
    PS:Heloísa.O post está delicioso, arejado e leve.Vamos comentar!!!

  28. Lucesar disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 5:54 pm

    David Byrne é um dos meus heróis, “My Life in the Bush with Ghosts”,em parceria com Eno, é um dos grandes albuns da minha vida, “Regiment”, com seu canto muezim, não me sai da memória. Legal ver Caetano transformar o que era para mim um mito inacessível em um “gente boa” que adora “moqueca de peixe”. Só na Bahia mesmo.
    .
    Pensava que David Byrne fosse escocês !!!
    .
    Regiment:
    http://www.youtube.com/watch?v=Q3yhk6GXnKw

    Beijos…

  29. Leni David disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:03 pm

    Wesley, adorei saber que você musicou esse poema de Brasileiro; ele sabe? Acho que não… nunca comentou comigo.
    Senão, concordo plenamente com tudo que você escreveu lá em cima, mas acho que talvez seja o som exageradamente alto dos carros o que me induz a não gostar da música executada por eles - principalmente pagode. Depois do alerta de Caetano e das reflexões que ele fez sobre ouvir música, talvez eu aprenda a ser menos radical. Por enquanto continuo não gostando… mas vou escutar tudo com a devida atençao. E como às 6h da manhã a minha cabeça (ainda sem dormir) não estava funcionando muito bem, além da minha briga com a internet vi quando o texto de Cae foi publicado - escrevi “Ordem e Progresso” em vez de OBRA em progresso. Peço desculpas. Obrigada, um beijo e um abraço forte.

  30. carolina disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:13 pm

    Não conheço psirico, nem pretubom, nem David Byrne, nem Cindy Sherman…

    Mas gosto de parar pra ouvir música, adoro aliás… Branquinha é uma canção que tenho ouvido e ouvido muito…ok?
    Bjs

  31. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:15 pm

    Caetano não gosta de música. É a música que gosta dele.

    A aproximação de Byrn e a forma que Caetano descreve, com tanta beleza, o nascimento de Menino do Rio são algumas das provas do que eu digo.

    A música gosta do Caetano. Se aproxima dele, mesmo que ele não a queira. Ela o quer.

    Caetano várias vezes se descreveu como um músico limitado. Um violonista de poucos recursos. Muita gente comenta que esse tipo de fala é “falsa modéstia” de quem quer ser elogiado.

    Mas entendo com profundidade o que ele diz aqui. E aí, o comentário de Hermano sobre o virtuosismo chato dos alunos da Berkeley e tédio causado por alguns progressivos faz sentido.

    Caetano não é um bicho-músico como Hermeto, Coltrane, Miles ou Milton. E isso faz da sua obra algo único. Está “ao lado da música” como ele disse certa vez não sei aonde.

    A partir de Cores e Nomes senti uma forte expansão melódica nas suas canções. E, a forma com que ele foi pego pela Bossa Nova, o fez um dos maiores compositores do planeta. A grande maioria dos músicos se encantou pelo aspecto samba-jazz da Bossa Nova. Caetano a olhou “por dentro”. Ultrassom.

    Hoje, Caetano é músico competente. Canta como poucos. Toca certo e bonito. Mas se mantém com esse jeito não-músico que lhe garante a perenidade da sua vocação inquieta, mutante e livre.

    Também não consigo escutar música sem prestar atenção. Isso é infernal. E torna as coisas difíceis aqui em casa. Felipe pinta escutando Cramps. Fernanda trabalha escutando Marisa Monte. E Bebel faz lição de casa ouvindo Beatles ou pagode.

    Eu ouço muito menos em quantidade. A não ser quando estou mixando (tarefa de maluco).

    Às vezes, no trânsito, elejo um CD pra escutar. Qando um desses carros com insulfilme e subwoofer param ao meu lado fazendo o asfalto tremer, sinto a mesma sensção do cacetete que “acordou” o Nandeleza.

    Existe felicidade compulsória. Mas existe tragédia compulsória também. Não quero nem uma, nem outra.

    Um POST do Caetano é felicidade genuína.

    beijo na testa (não compulsório)

    sincero

    salem

  32. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:19 pm

    Carias

    Cê disse que eu critiquei o Tchan e os a Mamonas!

    Foi piada, né?

    Rasguei elogios aos dois, dizendo que foram trilha sonora da infância dos meus filhos, sem causar nenhum dano.

    Isso porque naquelas alturas se discutia os supostos malefícios da erotização no repertório da molecada.

    na testa

    salem

  33. Heloisa disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:25 pm

    Glauber, Glaubito, releia o que Caetano escreveu:

    ‘Não gosto do argumento da “felicidade obrigatória”. Não é infundado. Não acho errado propriamente. Apenas, como disse, não gosto. Mas é porque acho-o parcial, limitado, superficial.’

    Viu o que ele chamou de ‘errado, limitado, superficial’? Foi o argumento, e não você. São adjetivos que ninguém, muito menos Caetano, usaria para definir nosso lindo Deadbilly.

    Caetano, meu rei, viu por que eu sempre separo os assuntos em parágrafos? Logo depois do trecho acima você começou a comentar sobre a colher de Glauber no rock progressivo, e daí veio o mal-entendido.
    Você é meio confuso, às vezes, mas atualmente não há ninguém que eu prefira ler. Mais do que sua música, suas letrinhas se tornaram essenciais: onde encontro ‘O mundo não é chato’? E a palestra que você fez para aquela escola, não existe em lugar nenhum?

    Um beijo para os que me chamaram de volta (Labi,linda, quem resistiria ao seu chamado?). Fiquei meio sufocada no outro post, porque não tinha tempo de ler tudo. E o tema ficava dando voltas e mais voltas. Mas ainda vou tentar ler os 500 comentários com calma. E volto.

  34. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:28 pm

    os beatles duraram pouco?? hmmm, engraçado, pensei que fossem durar para sempre. é cada uma que ouço aqui…mas a maioria das coisas ditas neste blog, eu gosto.

    zizek tem um conceito que não é nenhum achado gigantesco, mas é legal e o nome é charmoso [hahaha]: paralaxe. é um recurso de observação e análise, de mudança de perspectiva…é legal. continuo achando que ele recrimina o stalinismo, o homem me pareceu muito sensato, centrado, no roda viva. heloísa, tô curioso…cadê tu?

    lennon, não preciso nem falar. minha relação com ele é muuuito mais intensa do que com lux ou byrne. gosto bastante do “plastic ono band”, mas adoro o “mind games”. “aisumasen”, “out the blue”, a própria “mind games”…

    o plastic é bem freudiano, bem doído…”god”, “working class hero”, “love”…mister paranoia pegando pesado [sabiam que os beatles se chamavam internamente de los paranoias?].

    mas minha única discordância com relação a ele foi a respeito do “ram” de mccartney. pra mim, o melhor macca solo disparado. discão, principalmente num domingo de sol como este! heheeiii…

    mas embora seja este beatlemaníaco irrecuperável, daria um braço pra ver esse show que caetano viu em 70/71. miniiiino…

    exequiela,
    nem preciso dizer, né? mi buenos aires querido. adoro a capital do brasil! hahahaha. beijo procê.

    “set the controls for the heart of the sun…”

  35. Réa Silvia disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:29 pm

    Leni David
    Postei correndo para vc.
    Agora ao ler a letra vi que o maestro soberano é o Tom Jobim.Desculpe.
    Em 1927 nasceu o maestro soberano, Antônio Brasileiro, Tom Jobim.

    “O carioca Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim tinha um dom nato para um bate-papo com seu jeito peculiar de dar suas opiniões - assim era Tom Jobim. Tinha nesses locais suas inspirações. Mas o que fez de Tom o maior representante da MPB na música mundial foi o brilhantismo pessoal.”

    Beijos

  36. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:31 pm

    HERMANITO VALE ESSE

    Castello

    Entendo o que você diz sobre a comercialização do carnaval. Só não concordo que ao escutar um novo samba-enredo, a priori, ele seja vítima desse papo todo. Que seja ruim, como consequência da força da grana.

    Há sambas maravilhosos feitos na atualidade. Não os ouço com ouvidos de comentarista político. Ouço como gostador de música e músico. Ponto.

    Quando falei da Globo e da xenofobia, acho que você entendeu. Há na sua fala algo permanentemente implícito. A grana e o banho de loja que a cultura popular vem recebendo a desqualificaria.

    É isso que acho equivocado. Trânsito é drum-machine na perifa. É tecnologia de ponta em show de axé. É camarim com água Perier pros timbaleiros. Trânsito é inclusão. É conquista social.

    Se a grana não chega, todo mundo fala em exclusão. Se ela chega, falam em apropriação. Sinucas do pensamento que vê tudo com o paradigma da luta de classes.

    Podemos discordar. Mas você sacou, né? Esse não é um pensamento “extremista”. Pelo contrário, tem gente até me chamando de neo-liberal. Daqui a pouco ganho a pecha de reacionário.

    beijo afetuoso na testa dura

    salem

  37. Marcia H disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:45 pm

    Uau, a trilha sonora da infância da minha filha (19 meses) está sendo Caetano, ela canta Sampa, quase inteira!

    E eu prefiro que continue assim, sem ouvir pagode! Sorry, mas pagode deveria ser proibido, assim como som na praia, carros turbinados com som e som alto demais - as pessoas nao sabem escutar, elas precisam de uma superposicao sonora, o que para mim é barulho.

  38. Duda Almeida disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 6:58 pm

    Posso parecer chato, mas essa onda de barraca tomando as praias de Salvador é lamentável. Evidente que os banhistas de “antigamente” precisavam de algo mais, como molhar o bico (água, àgua de coco, refrigerante, cerveja, suco etc). Uma maneira de de se rehidratar. Tinha épocas que tomavam as prais para futebol, futevolei e frescobol. Era bonito ver aquelas cabanas, com o ar primitivo delas, todas feitaa com piaçava e cobertas com palhas dos coqueirais. Houve uma evolução (bem típica do capitalismo) e as barracas foram se modernizando. De primitivas, tornaram-se sofisticadas. Os preços subiram muito. Agora, a omissão de sucessivas levas de prefeitos favoreceu (e como favoreceu os favorecidos!)permitiu a construção de barracas de concreto em plena praia, usurpando o espaço popular, tomando-o para favorecimento próprio, enquanto a MARINHA omite-se vez que não é permitido tais edificações em terras “da” e de Marinha. Mas prevalece a política do apadrinhamento. Não gosto do jeito de João Henrique governar a cidade. Ele é um prefeito que manda pintar (com cal) os meio fios das avenidas e que gosta de cuidar de embelezar as áreas de moradia de ricos, ou quase ricos, desprezando áreas populares. É o prefeito do suburbio e o suburbio está uma lastima. O suburbano contenta-se com muito pouca coisa; com migalhas ele acham o prefeito o máximo. Afora isso, digo que gostei daquela obra que embelezou a bunda da Barra até as proximidades do Calabar, numa linha divisória entre o bonito burgues e o feio favelado. Mas ficou bonito. As praias estão horrivelmente ocupadas por barracas de concreto, ou foram colocadas em local errado. Sobre o carnaval é uma vergonha o povo aceitar tantas usurpações e privatizações de ruas e avenidas. Um dia essa coisa poderá se tornar muito grave e a violência será feia, tão feia quanto as mini bases de guantanamo que irá ornamentar o circuito carnavalesco, onde os prisioneiros ficarão expostos em jaulas, como numa especie de jardim zoológico. Isso retrata o nosso avançado grau de civilização e, os que sofrem com as injustiças, poderão virar bichos eternos…
    Fiat Lux
    Tá dificil escrever no escuro da casa e a conexão ficou super lenta, como lento está o acesso à página do blog. O que é doubleclick.net ?

  39. Sílvio Leandro disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 7:16 pm

    Saudações

    Conheci a existência desse Blog há pouco tempo (uns 10 dias), gostei muito do formato e de alguns textos.Mas, esses exagerados e repetitivos elogios às Bandas Baianas de Pagode (principalmente ao Psirico) estão tornando esse Blog muito chato.

    Moro em Salvador, conheço todas Bandas mencionadas, sei que a música “Toda Boa” arrasou no Carnaval de Salvador de 2008, empolgou a multidão. Mas, não consigo perceber a tão comentada genialidade musical desses compositores e de seus pagodes.

    Abraço a todos.

  40. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 8:03 pm

    helô,
    eu entendi que foi sobre o argumento. o que não entendi bem foi como um argumento que não é infundado, nem errado, pode ser limitado e superficial. o parcial, até entendi. de qualquer maneira, caetano é pra mim como um professor/pai e sei que devo ouvi-lo e refletir sobre o que ele diz para meu próprio crescimento. a palavra “cega” é a chave de meu argumento e o motivo foi ter percebido o alvo de minha [humilde, sic] crítica no blog. mas tudo acaba se esclarecendo, minha vó sempre dizia:
    “nada como um comment depois do outro, meu neto!” hahahaha
    …………….
    gil,
    acho que você tem sua razão quanto ao mercado, sim. claro. gostei do seu último comentário. tô pensando aqui, mano…

  41. Miriam Lucia disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 8:05 pm

    Quantas coisas interessantes nesse novo post, passei a tarde toda digerindo, uma delicia, tudo, tudo! Caetano uma oferenda, não a altura de tudo que você me ofereceu hoje, mais com muito carinho.

    Miss Sarajevo-Bono, Brian Eno,Luciano Pavarotti

    http://www.youtube.com/watch?v=mj3oQkgzX-I

    Beijos

  42. César Lacerda disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 8:18 pm

    Lá em BH, por volta dos anos 2000, um pouco antes talvez, (anterior mas também concomitante ao atual e maravilhoso “””movimento””” de canção e música instrumental) tinha um movimento muito forte de rock progressivo. Havia (ainda há) três bandas que lideravam o circuito, Cartoon, Cálix e Somba e uma porrada de bandas couvers. Nessa época, entre meus quatorze e dezessete anos, eu colecionei vinis. Tinha discografia completa de Jethro Tull, Yes, Led Zeppelin, Deep Purple, King Crimson, Genesis… Gastava todo meu dinheiro comprando vinil importado. Mas aí, minha mãe trouxe de Diamantina os vinis dela, e no meio tinha o Clube da Esquina 2. Parei de ouvir tudo…
    Hoje acho rock progressivo um saco. Mas, às vezes, ouço ‘Close To The Edge’, ou ‘Thick As A Brick’, ‘In The Court Of Crimson King’… E acho o máximo.
    Concordo com o Hermano e com o Nando. Tem Yes no Radiohead. E King Crimson é extremamente diferente e até melhor que o resto da moçada progressiva.

    Fala-se muito na Segunda Escola de Viena, sobretudo em Schönberg (Webern jamais). Mas em geral, as pessoas conhecem pouco do que acontece(u) na música erudita contemporânea. Brian Ferneyhough, Luciano Berio, Helmut Lachenmann, Kaija Saariaho, Gerard Grisey, Tristan Murail, Pierre Boulez, György Ligeti… Muita coisa pra ouvir!

  43. Miriam Lucia disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 8:19 pm

    Hermano sensacional estes vídeos que você colocou ai! Para o desespero da Márcia H!

    Rosana caríssima você tem uma expansão espiritual contagiante.

    Heloisa imagino que a compreenda quando falaste no outro post que desistia, realmente os comentários estavam numa velocidade estonteante, bastava ficar apenas algumas horas sem ler e pronto a coisa se multiplicava, e triplicava, teve momentos que se quadruplicou, não estava brincadeira acompanhar e postar alguma coisa, mais estava bárbaro, muito dinâmico, teve alguns momentos que fiquei somente como observadora e leitora, mas, no final ate que acabei tagarelando muito. Te chamei 2 vezes para um auxilio “logístico”. E olha este novo post continua no mesmo ritmo então não sei se você terá tempo de lê tudo la e acompanhar aqui, acho que o negocio é a gente seguir enfrente.

    Gostei das fotos de Cindy Sherman me lembrou algumas fotos que vi da Ana Claudia, a que freqüenta aqui o blog também, não sei bem sobre este tipo de trabalho e nem se a proposta da Claudia seria a mesma de Cindy, tenho a impressão que sejam diferentes, de qualquer forma é muito interessante. Espero que ela não se importe que eu coloque o link do blog dela.

    http://www.fotolog.com/bebendochopp/archive?v=month&year=2008&month=12

    Beijos

  44. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 8:47 pm

    Sobre o som alto é sempre bom lembrar que sempre há no mínimo dois lados:

    1 - O lado de quem está curtindo.

    2 - O lado de quem não está querendo ouvir. E é obrigado a.

    Quase todos já tiveram dos dois lados, uns com mais frequência de um lado outros com mais frquência do outro.

    As regras civilizatórias são sempre recalcatórias para alguém.

    Independente de onde se coloque a linha divisória.

  45. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 9:20 pm

    Oi, Caetano e pessoal.

    O ensino da gramática pura tem dado lugar ao ensino dela aplicada ao texto. E quem tem puxado isso são os vestibulares, tais como o da UFMG.

    Na minha cidade, no interior de Minas, muitos professores ainda ensinam a gramática pura. E muitas professoras só dominam o dialeto caipira.

  46. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 9:27 pm

    Oi, Caetano, um post scriptum:

    A língua portuguesa é que evoluiu do latim vulgar. As normas não são a língua.

    E tem um “proguessivo” aí. Vc queria dizer que os The Pogues são prog?

  47. John (sempre na ponte Salvador-Brasilia) disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 9:35 pm

    A lei coibe abusos no que concerne à má utilização de equipamentos sonoros. O que falta é pessoal suficiente para fiscalizar e aplicar a lei. Aqui generalizou-se o hábito de transformar carros em trios elétricos. Creio que a lei não deveria permitir que isso aconteça, salvo mediante licença e especificação quanto ao bom uso do equipamento de som. Além disso, o veiculo licenciado deveria ter um número de telefone para comunicação de excessos e uso inadequado do equipamento. É um absurdo que o mau uso do som esteja ganhando corpo por falta de ação inibidora. Uma campanha educativa mostrando que o som de um automóvel deve atender aos que dele se servem e não ao povo externo e que o mau uso pode provocar danos aos ouvidos, além de se tornar um incomodo.
    Barracas de concreto esparramadas pelas praias constituem um abuso e a ausência de políticas públicas e d´uma administração atuante ajudam a proliferação das mesmas. O ideal seria um rearranjo, um novo estudo que vise deixar a praia para os banhistas, sem que ninguém FURTE o espaço público. A rua, os passeios, avenidas e praças são do povo. A praia também é do povo e não pode ter seu espaço privatizado. O abuso do mau uso do som precisa sofrer uma rígida fiscalização e todos temos responsabilidade e devemos denunciar isso senão jamais irão corrigir tal pratica abusiva. As barracas deformam o visual, alteram a paisagem. Sequer sabemos como é feita a coleta de águas servidas e da rede de esgotamento sanitário. Não é “algo” transparente para nós e a política da prefeitura não é boa, neste e noutros aspectos. João Henrique deveria ficar com sua loja no Shopping Iguatemi, que era melhor pra todos nós. A cidade é um amontoado de lixo, ou como diria gil, cantando: “é um esgoto só”!. Faltam puncks da periferia e não temos a freguesia do Ó, embora exista em Periperi uma igreja de Nossa Sra. do Ó.
    O que podemos fazer ? Pegar o telefone e ligar para os vereadores desta cidade e reclamar uma atitude deles. Ligar para a Prefeitura e queixar-se, além de enviarmos e-mail para a imprensa pedindo providência, caso as autoridades públicas cruzem os braços. O ideal seria colocar um carrão com um super som na frente da casa do prefeito, na hora dele dormir, e verificar como ele vai reagir. Se ele gostar, certamente, é um prefeito “doidão” , se reclamar, será um sujeito normal e deverá estender sua ação enérgica por toda a cidade, senão não é prefeito de porra nenhuma.
    As praias estão poluídas, também. A cidade não possui uma política seria de ordenamento do solo urbano. Não é uma cidade bem planejada. A questão habitacional é péssima e a saúde publica está sendo “aparelhada” por grupelhos que vivem de buscar em tudo uma fonte lucrativa no âmbito pré-eleitoral. Horrível, horrível!
    Os transportes são penosos e tristes. O espaço entre bancos foi reduzida e as pessoas andam espremidas e pagando caro por isso. Grades e mais grades para evitar a conhecida “traseira”. Uma falta de inteligência e uma mostra ridícula de como funciona a nossa mentalidade e o nosso estagio civilizatório. Isso depõe mal pra cacete!
    Paro aqui pra não aborrecer ninguém neste meu desabafo. Ah, antes devo dizer que as prisões do carnaval são verdadeiras “jaulas”. Estamos iniciando uma nova era ? Guantánamo foi censurada e Guantánamo vai ser aqui.
    Abraços gerais de quem fica na geral.
    E eu que pensava que o YES tinha caído no esquecimento. Quem lembrou Rick Wakeman ? Genesis ?!
    Deep Purple, Uriah Heep, The Who e etc ficaram de fora. Preciso ouvir I´m Free no filme ópera Tommy e entender a simbologia do cara que se joga na piscina, cego, e quando sai desse mergulho sai cantando de alegria um canto de libertação. É a LUZ DO SOL é mesmo poderosa!

  48. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 10:02 pm

    1. Concordo com as palavras de Glauber quando diz que David Byrne é classe A do rock…Muito muito acima da média.

    2. Também concordo com Nando: “O Génesis com Peter Gabriel era sensacional”. Peter Gabriel ainda o é.
    Era engraçado ouvir Caetano tocar uma música de Pink Floyd.

    3. Também acho Heloisa. Caetano escreve enrolado e complicado. Isso é sobretudo evidente no Verdade Tropical, com todos aqueles parágrafos enormissimos… Mas Caetano não é escritor…

    4. Foi uma das coisas que me irritou sempre das 4 vezes que estive no Brasil: A música na praia. E os vendedores chateando sempre a gente. Mas fazer o quê? Não dá para proibir…

    5. “…o nosso querido companheiro Obama está com um pepinaço na mão…Rezo por ele mais do que por mim…para que le consiga encontrar uma saída para os E. Unidos…” Lula da Silva 06/02/09
    Acho este gajo fantástico!!!

    6. Acabei de ver o DVD “Pedrinha de Aruanda” de Maria Bethânia. Um documentário de pouco mais de uma hora, mas em que Caetano e D. Canô participam em pelo menos metade do tempo. Foi emocionante ver os 3 (!!!) cantando: Chuá Chuá, Oração de Mãe menininha, Felicidade, Foguete, Exemplo…
    Para quem não viu tem que ver. Para quem viu vale a pena rever.

  49. carolina disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 10:14 pm

    Rosana,
    Tb morro de ciúmes de Heloísa, que bom que alguém grita como eu!

    Mírian Lúcia,
    Quero ver se encontro vc e Joaldo aqui em SP. Eu sugeri a Ipiranga com a São João (ja pensou que foto legal?). Mas podemos pensar em outros lugares.

    Vamos ver se 12 parágrafos expressam nossos pensamentos, pra quem chega ou perde uma parte ta ficando difícil!

  50. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 10:31 pm

    meu povo,
    o samba da imperatriz deste ano tá incrível. o paulinho é mestre total. quando a letra chega em “fez o progresso então chegar” eu fico todo arrepiado rapaz…tem uma outra parte que lembra o nelson cavaquinho, uma parte que fala da bahia. vixe! que coisa mais linda!!!!!! não vou mentir, meus olhos encheram de lágrima. de felicidade, claro!

    http://www.youtube.com/watch?v=5RS88RbZA_c

    pra quem não tem tanta familiaridade, tem uma introdução e tal.
    ………………
    lacerda,
    tenho o disco da “cartoon”. grande banda e graaande vocal!. não deve nada aos gringos.
    ……………….
    luedy,
    a letra de “amigo punk” é um achado! total humor inteligente do rock soterópolis, hehe. alguém deveria regravar isso…me lembra o premê.

  51. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 11:25 pm

    Gosto ainda mais do Arthur Schopenhauer ao saber agora que ele disse que a cor do homem é preta. E a minoria branca “caucasiana” é o macaco albino, não ratos. Schopenhaeur foi um dos pensadores que mais gostei quando estudei filosofia no então “colegial”. Havia um livrinho da Editora Cultrix muito legal chamado “A Filosofia Através dos Textos”. Sorry, perdi mais esse livro. As coisas mais fáceis de se perder na vida são mulheres e livros se você os emprestam facilmente.
    Mas esse “Filosofia Através dos Textos” vinha desde lá dos pré-socráticos, os estóicos e tais e terminava em Sartre. Aliás, creio que Schopenhauer abriu caminho para Nietzsche, Freud, Jung, Sartre e, muito modestamente..rsrs..o Teteco dos Anjos. Ual.
    O David Byrne não deveria ter ficado espantado com o papo de que a cor do homem é preta. O branco sofre de baixa pigmentação, sempre pensei assim. Sou branco ( maybe a little mulato), sei do meu sofrimento. Quando fui tocar pandeiro em Porto Cervo (Itália) só havia “brancos” no nosso grupo. O italiano contratante ficou abismado e gritou..”mas isso não vai dar certo, não tem preto neste grupo de samba”. Aí expliquei a ele ( o que nós já sabemos) que meu bisavô era preto e minyha bisavó francesa e minha outra bisavó índia e meus avôs paternos portugueses e disse que todo brasileiro era assim, graças a Deus. E eu disse..”calma, há um negão em mim”..sofro de falta de pigmentação, só isso.

    Adoro o Talking Heads e as outras coisas de Byrne. O interesse dele pelo Brasil, pelas coisas do Brasil musical, me causa simpatia.

    Caetano, “a norma culta é cria do sermus vulgaris”…adorei. Já passou de pensamento, és um verso!

    Caetano, com licença, nem tente reouvir Yes ou Gênesis. Não perca tempo com isso, nem com Rick Wakeman. Dias desses, fui na casa de um “bróder” e ele colocou pra rolar o “Viagem ao Centro da Terra”. Eu achava tão bonito. Acabei achando enfadonho. Continue na onda da Mariana Aydar, ela é linda, talentosa, charmosa e oshiana. Vai nessa!!!

    O “Plastic Ono Band” é realmente maravilhoso. Eu acho a Yoko dessa época bonita e gostosa. Vi vários vídeos sobre o casal “LennOno”.

    Hermano; eu gosto de ouvir música clássica no som do carro. Mozart, Choppin. No trânsito de Sampa então, meu irmão, é um experiência mística total. Tente!!! Creio ter visto “budas” flutuando sobre os prédios da avenida Dr. Arnaldo, numa noite clara, ouvindo música clássica, no meio de um engarrafamento meditativo.

    De pato pra ganso, se me permitem, o Carnaval está chegando. Um dado curioso e legal do carnaval aqui da concreta Sampa é que este ano cinco mulheres vão puxar sambas-enredos das escolas do grupo especial. São elas, as cantoras ( como queria o Jamelão, que detestava o termo “puxador de samba” ); a eterna Bernadete, já há 34 anos na Peruche. A Dilene na Mancha-Verde, a Vânia na Mocidade Alegre, a Helen na Tom Maior e a Carolina Soares na X9.

    A Carolina Soares é uma cantora linda e talentosa de samba, natural de Iguape, litoral sul de Sampa. Filha de preto com branca, muito mais bonita que o Obama.
    Ela se apresenta, creio que todas as sextas, no Bar Brahma, no cruzamento da São João com a Ipiranga. O legal também, é que ela tem cinco cds e dvds só com músicas de capoeira. Acho que é a única no Brasil. E no mundo.

    No Rio tem alguma mulher puxando samba-enredo?

    bjs!!!

  52. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 11:51 pm

    Pôxa Carias, você disse que “os jovens de hoje são na maioria imbecis”. Pegou pesado. Eu que sou um ‘adolescente’ de 36 anos fiquei magoado..rsrs. O Caetano então, adolescente “sessentão” deve ficar ainda mais chateado com você. Prefiro o pensamento neo-romântico do Salem, que argumentou bem discordando de você, até no que você diz que o “Brasil é o cu do mundo”.

    Salem, um beijo “testado”. Sim, há vários cus em todos os cantos do mundo. Cu é o que não falta. Na minha lírica e poética esquizofrenia, certo dia achei que eu fosse um espírito beatnick reencarnado. Assim, viajei estapafurdiamente, sem grana, na raça, para vários lugares interessantes; Holanda, França, México, Costa Rica, Itália, alguns deles, fora todo o Brasilzão. Não consegui visto para os EUA..o azar foi deles.
    Então posso dizer, porque vi, que hoje no mundo existe uma super-produção de cus sócio-geográficos e não há escoamento para tanto no mercado. O Brasil não destoa do mundo e vice-versa. Mas, pra mim, o Brasil é mesmo lindo. Acho esse “feio” povo brasileiro “muito lindo”. Pelo viaduto do Chá vejo o quanto somos feios ( Gore Vidal disse isso) e o quanto somos lindos. Gosto daqui. Gosto que tenhamos o Rio Grande do Sul e a Bahia, a Amazônia e Sampa, Rio e Mato Grosso, etc etc.

    Réa, essa canção “Para Todos” do Chico é uma beleza só.

    E Luedy…”o povo é o inventa línguas…”

    Grazie!!!

  53. Nando disse:
    Fevereiro 8th, 2009 at 11:51 pm

    É Vellame, cabe um 2.1 aí nos seus lados:

    um amigo meu, um armário 4 x 4 que gosta de chegar para o dono do carro. Ele começa falando baixinho, com educação e vai aumentando o tom de voz: “Bom dia, irmão, eu tô dali, tô ouvindo seu som, vi que você tem um equipamento porretinha aí, parabéns, bacaninha mesmo. Agora, venha cá, eu pedi pra você LIGAR SUA PORRA DO SEU SOM AQUI? EU PEDI? ÓI, VOCÊ SE PIQUE COM SUA PORRA DO SEU CARRO, SENÃO EU VOU QUEBRAR VOCÊ, O SOM E O CARRO”. Rapaz, é um pega pra capar. Já falei com ele, que sabe que eu odeio este tipo de coisa, aí é que ele faz de propósito.

    Mas é sério, você sabe que numa dessas pra sair tiro não custa.

    Meu professor Fernando Rêgo é que dizia que quem gosta de música deveria escutá-la num cofre. Complicado.

    Glauber, acho que o Lennon ficou puto porque o Macca colocou um besouro comendo o outro na contracapa do Ram (também um favorito meu). Aí Lennon sacaneou a capa do Ram na contracapa do “Imagine”, não foi isso?

  54. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 12:34 am

    Boa Noite Blogueiros,

    Caro Luedy, sinto que você pelo que li em alguns posts, criticava de forma dura, bandas como Calypso,Tchan, Funk, etc.
    Isso que coloquei em pauta, o modo como tu criticava tais bandas, tais gêneros musicais. Isto que me incomoda a maneira como tu desdenhava das bandas e das músicas.
    Creio que se somos músicos de renome ou não, devemos respeitar num mínimo que seja nossos companheiros de profissão.
    Adoro ler seus posts porém não concordo com tudo que tu falas ou posta.
    Apenas adornei meu sentimento á frente de suas duras criticas com as demais bandas citadas acima.
    Fica aqui minha admiração por ti.
    Saudoso abraço.
    Luiz CArias.

  55. Evandro disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:00 am

    Senhora, ou Senhoritas
    Rita Silva e Leni David:
    Vcs falaram em um Corretor e que instalaram o mesmo. Como baixa-lo ? Posso instalar em meu micro? Não tenho Blog nenhum.
    Gostei do que a Leni escreveu e sinto o mesmo que ela vendo a turma do Caetano se distraindo e debatendo assuntos que nem sempre é do interesse geral.

    Gostei do que a Leni David escreveu:
    E aqui no Obra em Progresso o que mais admiro é o fato de Caetano se doar, se expor, polemizar, comentar, discordar, elogiar, se divertir e dizer coisas que sabe e que nos encantam, e que provocam, também, debates acirrados.”

    Legal ! Tô de acordo em tudo que vc escreveu. Tem uma pessoa muito solicitada e que, observo, escreve muito bem e diz coisa com coisa. Ela disse que Caetano às vezes é confuso e isso me tocou legal pq eu acho que tenho um estilo parecido com o do Caetano e muita coisa que me parece comum. Evidente que ele é ilustre e famoso e eu sou apenas um joão ninguém. Mas eu achei procedente o que ela diz pq eu - muitas vezes - não me entendo. Ler Caetano é uma arapuca. Ele dá uma embromada legal, põe lenha na fogueira e depois sai de fininho pra ver o resultado. Ele é um hiperbolico muito interesante. Viajo nas coisas que ele escreve. Acho que ele deveria lançar Verdade Tropical 2 pois me surpreendeu a Verdade inicial dele. É um livro primoroso e que não cansa. Antes de V Tropical li um livro da Danuza Leão, também muito bom. Não quero esquentar a cabeça com muita filosofia, não. Caetano adora e ele lança legal as coisas.
    Eu queria ver Caetano como ator de cinema, ou em um filme dirigido por ele. Verdade Tropical é um ponto de partida. Não escrevo roteiros, mas dali pode sair um. E o papo sobre o Gaurani/Glauber tava mt bom, né?

  56. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:20 am

    HERMANO. ESSA QUE VALE

    Carias

    Você entendeu além do que eu disse. O debate foi com o Nando. Ele foi quem colocou as estatísticas que destaquei entre aspas.

    O “Tá bom. E a culpa é do Tchan, dos Mamonas e da Ivete. Foi essa pseudo-constatação é que coloquei em dúvida.” foi uma ironia minha a respeito de quem infere que essas bandas são prejudiciais à saúde sexual da molecada.

    Olha só: Eu não concordo com a sua afirmação de que…

    “…na sua grande maioria os jovens de hoje são uns imbecis, ultrajados por máscaras que usam, para dizer que com sua gang, ou com seus amigos, pra dizer eu sou do mau, eu fumo, eu fodo eu mato e sempre saio impune.”

    Não gostaria que a minha singela reflexão sobre o erotismo na música popular fosse interpretada como uma avaliação da juventude brasileira. Fujo disso. Não tenho essa pretensão.

    Podem me chamar de romântico, neo-liberal, reacionário ou o que for. Mas eu acho a geração dos meus filhos infinitamente superior à minha.

    Não tenho nostalgia geracional. Não tenho saudade da minha puberdade. Gosto muito dos dias de hoje, embora haja sofrimento pra chuchu.

    Quero andar pra frente. Só olho no retrovisor pra fazer poesia. Não defendo o passado. Defendo a História. E ela ainda tá rolando.

    O Brasil NÃO é o único cu do mundo no sentido que você usou a frase. Não é.

    “A mais triste nação
    Na época mais podre
    Compõe-se de possíveis
    Grupos de linchadores”

    Caetano versejou em Cu do Mundo. Há linchadores no Brasil, em Israel e nos States. Há cus do mundo. O nosso é um deles.

    beijo na testa

    salem

  57. Leni David disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:20 am

    Cara Réa Silva,
    Ia responder ao seu comentário quando vi que você se deu conta de que fez uma confusão entre o Antônio Brasileiro o músico e o Antônio Brasileiro poeta (coment.35). O primeiro, carioca; o segundo, baiano, nascido em 1943.
    Só pra não passar em branco, vou postar um poema dele:

    “DAS COISAS MEMORÁVEIS”:

    Um dia o mundo inteiro vai ser
    [ memória.
    Tudo será memória.
    As pessoas que vemos transitar
    [ naquela rua,
    as gentis ou as sábias, ou as más,
    [ todas,
    todas.
    E o mendigo que passa sem o cão,
    o ginasta, a mãe, o bobo, o cético,
    [ a turista.
    Deus, inclusive, regendo o fim das
    [ coisas
    memoráveis, também será
    [ memória. Deus
    e os pardais.
    E os grandes esqueletos do Museu
    [ Britânico.
    Todo sofrimento será memória. Eu,
    [ sentado aqui,
    serei só estes versos que dizem
    [ haver um eu
    sentado aqui.
    De Pequenos Assombros (1998/2000)
    Quero aproveitar, já que estou aqui, para me redimir a propósito do comentário que fiz hoje pela manhã, quando disse que “entrei e saí sem ser vista”. Quanta pretensão, não é? Afinal, eu não entrei aqui pra ser vista. Entrei porque sou fã de Caetano de velhas datas, e porque visito o blog diariamente; leio TUDO e gosto disso. Acho até que já conheço um pouquinho do jeito de ser - escrever - de todos vocês. Apesar das vistas silenciosas me satisfazerem, o post sobre a O Guarany mexeu comigo e não resisti: publiquei um comentário. Na realidade, o que eu quis dizer é que me senti um peixe fora d’água, num ambiente onde todos se conheciam; fiquei intimidada e fico, sempre que leio as excelentes reflexões que leio aqui. Também não tinha certeza se Caetano responderia à minha pergunta, nem ficaria me sentindo menosprezada por isso. Mas não custava nada arriscar, não é? Hoje pela manhã vi quando o post novo entrou e me senti encorajada a comentar mais uma vez, sem traumas. Só que tive problemas com a internet, fiquei sendo a terceira e ainda disse bobagens.

    Na verdade eu tenho hábito de publicar coisas, mas em livros, jornais, revistas, onde nunca acontece essa interação entre o texto e o leitor. Quando criei um blog, pensei num espaço alternativo, num lugar onde pudesse dizer o que gosto, falar dos trabalhos que admiro – música, poesia, artes plásticas, literatura – e onde, de vez em quando, pudesse publicar algumas coisas minhas que viviam trancafiados em gavetas esquecidas. O blog me soltou um pouco, me obrigou a fazer alguns strip teases literários. E aqui no Obra em Progresso o que mais admiro é o fato de Caetano se doar, se expor, polemizar, comentar, discordar, elogiar, se divertir e dizer coisas que sabe e que nos encantam, e que provocam, também, debates acirrados. A disponibilidade é tanta, que chega a espantar e como você diz, “aqui é um lugar lindo e acolhedor”. Por isso tudo e muito mais é que estou escrevendo. Desculpas, ainda, e muito, muito obrigada!
    Em tempo: Publiquei o corretor ortográfico no blog, a pedido. Até 2012 vou continuar escrevendo do jeito que eu sei.

  58. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:39 am

    Carias

    O nosso Luedy NÃO criticou de forma dura, bandas como Calypso, Tchan, Funk, etc.

    Pelo contrário.

    Sei que no POST anterior deve ter sido difícl acompanhar o papo que envolveu Luedy, Nando, Glauber, Caetano e todo mundo.

    Que fique claro:

    Nando sempre argumentou de forma muito consistente o seu desejo por parâmetros que qualificasse (sem relativizar) a crítica e o elogio aos gêneros.

    Glauber, com seu jeito menos dialético e mais groovado, também nos mostrou o quanto criou critérios pessoais (e bonitos) pra poder gostar e desgostar de coisas supostamente toscas e outras supostamente “elevadas”. Deu aula.

    Luedy defendeu, ao seu modo relativista e inteligente, que não há regras.

    E eu só me meti com mais ardor, quando senti que havia uma abordagem moral da parte do Nando com relação à erotização.

    Foi mais ou menos isso. Faço esse resuminho em nome do progresso da obra sem que a gente pire de vez.

    na testa

    salem

  59. Heloisa disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:44 am

    Caetano e Glauber, desculpem-me. I’ve got it all wrong. Shame on me!

    Paulo Osório, acho a escrita de Caetano um pouco confusa e contraditória, mas ainda assim - ou por isso mesmo - maravilhosa: a forma como ele constroi as frases, as palavras que escolhe, o desenvolvimento dos temas - tudo me encanta, nutre e ensina. Um jornalista já se referiu a ele como “o falante mais prolixo da língua portuguesa”, mas eu não me importo. Quero mais é que ele fale, escreva e cante tudo o que lhe vier à cabeça. E que viva para sempre.

  60. Matilda Penna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:45 am

    Ah! Não dá mesmo para aturar esses carros de sons (alguém falou pancadão, adorei o nome, é mesmo uma pancada no juízo, um terror) que tremem tudo dentro de casa ao passar, aqui na rua tem uma academia de ginástica, todo dia útil, por volta das seis e quebrados eles começam a chegar, dão a volta no que devia ser uma praça (aqui a praça não é do povo, embora os céus sejam dos aviões que passam ao longe) mas é um bar de caranguejo ou de carne de bode assada, dependendo da estação, que usurpou toda a praça, cimentou, pintou o cimento de um azul horrendo e agora a praça é do caranguejo ou do bode, enfim, passam tão altos e com tamanha vibração que todos os alarmes dos carros estacionados tocam, daí estacionam na porta da academia e ficam, malhando os ouvidos, porque na academia mesmo entram tão rápido, é um verdadeiro inferno, e eu não sabendo disso nem pude abandonar a esperança ao virar cá morar, e as meninas gostam e se achegam e aí que não desligam mesmo, devem gostar de estourar os tímpanos as ditas, só pode!
    E as barracas de praia são feias, sujas, lugar de barraca é na terra, do outro lado da rua, com encanamento, esgoto, limpeza, mas adianta falar? Quem vai para essas barracas não vai a praia, nem sai da barraca, bebe e come e ouve música alta, chama o garçom aos berros, berra com as crianças, acha lindo e volta no próximo domingo, sempre um pouco mais surdos e a vida continua e as barracas continuam e areia, brisa do mar, onda batendo, vento despenteando cabelos, caminhar na beirada do mar, para que essas coisas? O bom são as barracas, nas praças ou nas praias, enfeiando e sujando tudo.
    Agora mesmo, na barraca dona da praça os carros com som tocam ininterruptamente o Hino do Bahia, que é até bonito, mas já são quase dez horas da noite, desde o final do jogo é demais!
    Salvador, a Salvador onde se vive e mora fora do circuito ‘turistal’ está ficando insuportável, tudo muito alto, tudo aos berros, tudo engarrafado, até o Senhor do Bonfim deve estar mal com isso, aposto!

  61. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:49 am

    Márcia H

    Cê disse assim:

    “Uau, a trilha sonora da infância da minha filha (19 meses) está sendo Caetano, ela canta Sampa, quase inteira! Sorry, mas pagode deveria ser proibido”

    Nandeleza

    Esse é o meu medo. Sacou?

    beijo na testa

    salem

  62.  disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:02 am

    … iaiai ver Caetano escrever tudo isso ai é uma maravilha porque começa a desperta em mim uma busca por toda essa cultura globalizada que ele tem da musica e de suas ramificaçôes…sou do Ceará e concordo que praia é pra curtir a praia, a areia, as ondas a paisagem e não musica estridente na praia.
    Parece que Caetano ta conversando aqui comigo na varanda aqui de casa, ele escreve-fala tão natural que me envolvo na conversa e os comentes fazem a parte das outras pessoas que dialogam com agente….caraca Caetano é bom de mais da vontade de comer Caetano…vamos devora-lo…forte abraço Jô

  63. filipe disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:13 am

    Eu acho que “Nothing but flowers” têm uma ligação linda com “Fora da ordem”.O pós-modernismo é lindo e educador.Eu fico feliz quando te vejo falar sobre shopenhauer.E que ele tenha dito isso do homem branco.Eu acho que Nietzshe não sacou muito bem o lance de Shopenhauer não.Na verdade eu vejo uma linha muito mais nitida de Kant-Shopenhauer-Wittgenstein que Shopenhauer-Nitzshe-Heiddeger.Foi legal saber que você pedalou 15 kilometros e ainda encontrou com Marcio Vitor.A pedalada e o Psirico são manifestações da saúde urbana.

    Here we stand like a Adam and a Eve

  64. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 4:38 am

    Caro amigo Salemzitho,Falei e me expressei dos jovens e do país como um ato de desabafo.
    Há sem dúvida jovens que são cabeça e são do bem, mais em sua esmagadora maioria não são.
    Vamos relembrar fatos ocorridos nos últimos anos:
    Jovens de classe média alta matam índio que dormia na praça;
    Jovens de classe média alta, agridem empregada, pois acharam que fosse garota de programa;
    Jovens de classe média alta espancam mendigo por pura diversão. Neste sentido citado acima, não posso concordar que os jovens de hoje sejam iguais aos jovens de meu tempo, o que não é muito distante.
    Claro que minha ironia ao falar do Brasil foi ultrajada por dizer fatos que ocorrem aqui, mais que em outros lugares.
    Atentemos para o fato de que nos últrimos 4 anos tivemos diversos acidentes aéreos com milhares de vítimas fatais.
    Ou de que prendemos o rei do tráfego, Beira MAr, e Abadia, e o que fizemos com eles nada, continuam comandando o tráfego llá de dentro da prisão.
    Concordo contigo que há lichadores no mundo, e aberrações também, mais de fato acho que enquanto o Brasil não tirar essa faceta de os outros são melhor, continuaremos a ser o cú do mundo.

    Sinto em dizer isso, mais não sei qual será o futuro reluzente de meus filhos, de meus netos, pois a velocidade em que o tráfego no mundo se alastra, é algo que impressiona, e o Brasil, têm grande participação nisso.
    Olha só o contra ponto cultural, jovens menores de 18 anos não respondem por um ato criminal, porém jovens com 16 anos já votam.

    Minha ironia em cima da ironia de um páís em que vivemos. Sinto que o jovem de hoje têm bem mais informações que nós, a informação chega através de um veículo chamado internet, onde os jovens poderiam ter muito mais e deveriam saber usar bem melhor esta informação do que usam.

    Jovens de hoje não se interessam por nada que não seja; Sexo e drogas. Há excessões, porém 90% dos jovens do mundo são assim.

    Salemzitho, o mundo mudou, e pra pior. Como eu digo em uma de minhas canções: “O mundo é lindo com os olhos fechados.Segue abaixo a primeira idéia da letra:

    O mundo é lindo com os olhos fechados
    Você abre o olho e fica assutado
    Assalto a banco, fuga de prisão
    A violência não ta mole não
    A insegurança é o que mais nos assombra
    A ignorância do povo corre solta
    A eleição é o que mais me surpreende
    pessoas cultas elegendo tal gente…

    Ironia na pirmeira eleição do Lula.Agora acho que tu entende um pouco de como vejo o mundo, ou como explano minhas idéias sobre a juventude de hoje. Espero debatermos mais vezes o assunto, pois me interessei em sua visão mundana, e dos jovens contamporâneos.

    Abração e beijos a todos,

    Luiz Carias.

  65. Miriam Lucia disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 5:30 am

    Duda voce que perguntou ai sobre o doubleclick.net, te respondo:

    DoubleClick é uma agência de Publicidade especializada em mídia eletrônica.

    Quando voce entra num site contaminado com este arquivo que alguns chamam de spyware, outros de virus, prefiro o spyware porque na realidade ele é um espiao, nao tao nocivo quantos virus que roubam senhas bancarias por exemplo, ele somente observa sua navegaçao e fica te mandando mensagens publicitarias.

    Conselho: instala ai SystemCare esta ai o link

    http://www.baixaki.com.br/download/advanced-systemcare.htm

    programinha gratuito que faz uma limpeza legal no teu pc, tira toda essas porcarias e outras tambem, ou seja faz uma faxina. Ah! limpe seu pc sempre, eu limpo o meu toda vez que saiu da Net muitas vezes quando estou com dificuldade de navegaòao fecho tudo lindo e volto.

    beijos a todos

  66. marcio disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:09 am

    Caetano,
    Finalmente alguém lembrou do disco do Arlindinho Cruz. “meu lugar” é uma música extraordinária e eu não consigo parar de ouví-la.
    abs
    ML

  67. Vero...más o menos... Rockanrolera...Veriño disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:18 am

    FEELING…E AINDA MAIS.
    I have no “feeling” with David Byrne…(perdón Lucre, no te enojes conmigo, ta!?)…es que no me atrae mucho “tu otro amorcito”, así que no te preocupes, DB por mi parte es ¡todo tuyo!,rs.
    Lo considero “frío”, en estética(personal) y sobre todo su VOZ…”demasiado inglés”, no quiero decir que considero a todos los “británicos” de igual manera, pero con D. Byrne es así, que le voy hacer!. Es cosa de “piel”, no tengo “feeling”. No “siento aquello”, que me llegue a excitar o incitar , me resulta insípido para mis adentros. Pero, este aquí que hay dos cositas que sí “valoro” en DB. La primera, es… que David “goste” de Caetano, y la segunda, el entendimiento que el tuvo de la música de Brasil. Tal es así, que tengo que “destacar dos” CDs entre mis más queridos: Brazil Classics 1 y 2 compiled by David Byrne (Beleza Tropical), incluye en tales CDs nombres como por ejemplo: Jorge Ben (Umbabarauma y Caramba), María Bethânia (Sonho Meu de Yvonne Lara), G. Gil (Só quero um xodó de Dominguinhos , Andar com fé y Quilombo, o El Dorado Negro), C. Buarque (Caçada y Calice), Lô Borges (Equatorial), Milton Nascimento (San Vicente y Anima), una cantante que me hizo descubrir fue (Nazare Pereira con Caixa do Sol y Maculelê, cosa que me encantó esa “mujer”, que “potencia” que tiene, impresionante) y por supuesto el ¡más querido para mí!, Caetano Veloso con cuatro! Temas: “Um Canto de Afoxé para O Bloco do Ilê (Ilê Ayê)”, “ LeAozinho”, “Queixa”, “Terra”, y en El (2) incluye “ O Estrangeiro”; y más…como Arnaldo Antunes, Lenine, Os Paralamas, M. Menezes, C. Science é Naçao Zumbi, Gonzaguinha (Tanacara), Tom Zé, Marisa Monte, Daniela Mercury, Carlos Careqa,(gente, quem sabe o qué esta fazendo agora?, eu gostava dele, quem saiba me conte, eu agradeço); Sergio Mendes que swing! que tem, “ou não”? y me falta também Moleque de Rua, Ay!…nombré a todos…creo que no me falto nadie. Debo sí, reconocerle su buen gusto, para compilar tantos “grandes” artistas, de la música de Brasil… tiene “jeito”!.

    Caemío, qué es eso de “o mais chique dos roqueiros”…?, roqueiro chique, muito engraçado…te refieres a “delicado”?…existe “rockqueiro” chique?…bueno, yo soy fans de Freddie Mercury…ese sí para mí era “chique”; Queen!, demais.
    Cuando yo todavía era “verde”, allá, en la época de… mi adolescencia, “curtía” con mi barra de amigotes bandas de rock como: ¡lean bién eh!, “Escorpions”, “Europa”, “Kiss”, “Van Halen” ooohhh! No!,… Peter Gabriel (Sledghammer, The power of love, Solsbury Hill…), REM, The Police, …y claro que sí!, Beatles…y luego pasé a The Bee Gees, …y otras “cositas” que en verdad no me atrevo a contar…”las cosas que inventa la vida! Ché!”…rsrs…aaayyy!!! menos mal que también “inventó” a Caemío!, cuando “nos descubrimos”…me rescataste de sucumbir para quién sabe dónde!…es que después que te “encontré”, ya inmerso en mi camino…mi inteligencia “afloró”…o nació?…rs…

    Ahora me acordé que cuando Milton Nascimento gravó el disco “Angelus”,(divino)creo, si no me equivoco tuvo participación especial del vocalista de Yes, (no me viene el nombre…ahora a mi memoria),alguien que recuerde?.

    Gente!, todavía me queda un resto de lo que soy…pero lo voy aguardar para mañana. Tengo mucho más para “chusmearles”(contarles),…en estos instantes…siento que están golpiando a mi puerta, y es el “sueñito” que vino a buscarme.

    Prometo que más tarde vuelvo con más. Abrazo Rockqueiro!!.
    Para ti Caemío, um beijo Rockiano!(forte) no teu coraçao de “Rockqueiro”!!. Veriño.

  68. Vero...más o menos... Rockanrolera...Veriño disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:32 am

    Pessoal, perdón, cometí error de escritura en “golpiando”, se escribe: “golpeando”…esto me pasa porque estoy más “portu” que “nhol”…rs, Bye!.

  69. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:35 am

    Que legal !

    Pensei que eu estava rabugento demais.
    Também detesto barulho e sofro horrores com isso.
    Já abandonei uma banda por causa do esporro que faziam no palco.As caixas de retorno viravam colunas, e tecladistas costumam ficar posicionados na boca do canhão.

    A primeira vez que toquei num trio elétrico,no praião da Barra de São João ( RJ ) quase enlouqueci.
    E agora tô vendo como colaborei pra perturbar quem gosta de ouvir sossegado o som das ondas…hehehe.
    Pior é que se radicalizar,terei que partir pra outra profissão.
    Em algumas situações uso tampão que ajuda a reduzir alguns decibéis.

    Quem será que inventou o conceito de que,a música pra animar precisa ser barulhenta.

    Quem melhor definiu essa história de som ligado em restaurantes ( quase sempre em alto volume ) atrapalhando nossas conversas,foi o saudoso Gonzaguinha quando disse “eles tem ódio da voz humana “.

    Mas,não há nada ruim que a gente não possa piorar.
    Televisão ligada em pizzaria,restaurantes,botecos,é o fim de tudo.
    Já vi locais,em que rola música ao vivo,com a TV ligada ao mesmo tempo.
    Sem comentários.

    _____x_____

    40 comments no primeiro dia.
    Nesse ritmo ( de carnaval ),um novo record está à caminho.

    Castello in,
    the sounds of silence.

  70. Roberto - Borges e nós! - Joaldo disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:59 am

    Para quem se deixa fisgar por questões que envolvam ao mesmo tempo o cosmopolitismo e o nacionalismo borgeano, flertadas por Caetano no post anterior, eis uma coleçãozinha de links que estou curtindo e compartilho agora com quem quiser se municiar pra voltar ao assunto:

    “Foi o poeta que descobriu Buenos Aires” - Maria Esther Vazquez
    [entrevista com a biógrafa do escritor]

    O cosmopolitismo como problema político… - Mariano Siskind
    [artigo que começa discutindo: o escritor universal e a tradição nacionalista]

    Mário [de Andrade]/Borges: Diálogos… entre dois poetas vizinhos - Ronaldo Assunção
    [uma excelente aproximação entre o universo crítico e poético de ambos]

    Um escritor na periferia (estudo): A Argentina em Borges
    [entrevista com Beatriz Sarlo, autora de renomado estudo]

    O renomado estudo de Sarlo pelo Google Book
    [é possível ler parte do livro por aqui - experimentem pedir pra ver uma prévia da obra: pelas páginas 9 e 10 confiram logo o rico sumário!]

    ________

    Para Labi, Réa e Licia:

    “Tríade, trinômio, trindade, trímero, triângulo, trio
    Trinca, três, terno, triplo, tríplice, tripé, tribo …”

    Tri…balismo

  71. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:14 am

    Caríssimo Carias

    O mundo me interessa de olhos abertos. E quando fecho os meus olhos, trago ele pra dentro. Não gosto da idéia de que o mundo concreto feito de carne, osso, pedra e planta está ruindo. E o de dentro, o da subjetividade, é que é o lance.

    Gosto da pele permeável que separa o mundo de dentro e o de fora. Gosto de gente. E não gosto nem de pensar nesse negócio de maioria.

    Não. Não é a maioria de jovens de classe média alta, agridem empregadas, espancam mendigos ou matam índios.

    Sou contra a diminuição da maioridade penal. Isso é hipocrisia. Os menores infratores brasileiros JÁ são confinados, torturados e punidos em “cadeias” travestidas de “centros de reeducação.

    Não acho que o mundo tenha mudado pra pior. Essa é uma percepção míope.

    Você imaginaria a discussão virtual que estamos tendo hoje nos anos 70? Debaixo de ditadura, sem a democratização da tecnologia?

    Olha só. Do mesmo jeito que você elencou aí episódios tristes protagonizados pela molecada, eu poderia fazer uma relação de coisas bacanas que estão sendo feitas por jovens de classe média (óia aí o termo de novo) em todo Brasil.

    O que é melhor? A Europa da Segunda Guerra ou a atual? O Brasil de Médice ou o de Lula? O jornalismo da Rede Globo que defendeu Collor ou o de Willan Waack?

    Escola, saúde, segurança pública, saneamento básico. Tudo isso falta ao Brasil. Mas já faltava!

    Vamos a mais um causinho pessoal (sorry, Nando):

    Bebel, minha filha, tinha 4 anos e estava em uma escola bem pequenina, de bairro, comandada por duas senhoras adoráveis, sem nenhum vício do pedagogês construtivista, ou métodos do tipo Paulo Freire, Waldorf, Piaget ou Montessori. Eram duas tiazinhas vocacionadas.

    Em uma reunião de pais, um pai melancólico e pessimista disse assim:

    -Tenho pena do meu filho. Ele perdeu a época em que se pulava o muro do vizinho pra roubar fruta, que se andava nas ruas livremente, que se jogava botão, etc. etc. etc.

    Uma das senhoras, com humilde sabedoria lhe disse:

    -Não se preocupe. Ele não perdeu, porque ele nunca teve.

    Ou seja. O sentimento de perda era do pai. Do adulto. E era ele quem projetava sua angústia no molequinho.

    Pensei no tanto de coisas que a Bebel também poderia sentir que perdeu, quando ficasse adulta. Achei engraçado imaginá-la pensando “tadinho do meu filho, não brincou de video-game, não teve escolinha de futebol e não assistiu A Grande Família.

    Essa melancolia passadista é crônica na história do mundo. Sempre achamos que vivemos no pior dos tempos, a beira do colapso.

    Imagino que um americano em 29 pensou assim. Um judeu dos anos 40 também. E com razões pra isso.

    Tenho visto, a grosso modo, aqui no blog, uma intesa discussão entre otimistas e pessimistas. Em todos nós há um pouco das duas coisas.

    Com relação à molecada do Brasil tenho visto mais coisa boa do que ruim. Se o Poder Público ao invés de se preocupar com a repressão, cumprisse os seus deveres constitucionais, teriamos um cenário bem melhor.

    Há mesmo estatísticas de crescimento da violência urbana, do uso de drogas e da tal da exclusão. Há.

    Mas descrever a molecada de forma generailzante com frases como…

    “Jovens de hoje não se interessam por nada que não seja; Sexo e drogas. Há excessões, porém 90% dos jovens do mundo são assim.”

    …é roubada.

    Ora. Nos anos 60 ninguém se interessava por sexo e drogas? 90% dos jovens só pensam em sexo e drogas? Qual a fonte que te forneceu esse número?

    A palavra “sexo” tem sido usada por aqui como uma coisa horrorosa. Em geral, ao lado da palavra “violência”.

    Que dureza pra molecada ter que fazer a separação dessas duas coisas tão diferentes, com tanta gente insistindo em associá-las.

    Tenho dúvidas se a pedofilia cresceu ou foi a informação sobre os abusos que começou a despertar a atenção do mundo. Não sei. Com relação à Igreja Católica tudo leva a crer que é a minha segunda hipótese.

    Adultos se esqucem que são ex-jovens. Se colocam como uma espécie diferente. Boa parte de nós, mal amadureceu. E caimos nessa nostalgia geracional melancólica.

    O período da adolescência (inventado na modernidade) está crescendo. O que Contardo chama de “moratória”. Pior do que as crianças são os adultescentes.

    Miriam atentou para o fato de que o problema não é o axé. E sim os pais que vestem seus filhos e ficam os treinando na primeira idade pra dançar axé, usando batom e mini-saia.

    Mas continuo discordando do Nando (vou ler tudo que ele me enviou). Não acho que um moleque indiano tem a sua sexualidade prejudicada por ver uma mulher dançando a dança do ventre (que é erótica) tão popular no seu dia-a-dia.

    Não acho que índios nus atentam contra o pudor.

    Acho que a leitura que fazemos desses costumes é que pode ser prejudicial. O estímulo gratuito a imitar adultos para exibição é patético. Mas sempre existiu.

    Aqui em SP há muitas mães que imitam as filhas. Se vestem como adolescentes. E eu me pergunto. Aonde está o problema?

    Vamos baixar a maioridade penal porque a molecada está pegando a arma disponibilizada pelos adultos no seu entorno?

    Pense nisso.

    na testa

    salem

  72. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:52 am

    discordo de quem diz que Caetano não é escritor. Pode-se não gostar do estilo dele (o que não é o meu caso), mas me é estranho lidar com esta afirmação. Afinal, o que é um escritor? [ou, o que é um autor?, já perguntou foucault).
    Além do mais, Caetano não é só escritor porque escreve e publica textos, mas porque tem um domínio fabuloso da palavra escrita. O verdade tropical é um encanto de escrita fluida. Discordo de certos pressupostos e de certas premissas que são muito caras a Caetano no que tange ao ensino da língua, mas não deixaria jamais de reconhecer a qualidade de seu manejo com a palavra escrita.
    luedy, em tempos conciliatórios : - )

    ps. Carias, obrigado pelo elogio, mas acho que vc me entendeu mal. Nunca menosprezei aqueles gêneros! Muito ao contrário. Salém já explicou.

  73. Lícia disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:26 am

    Lí o blog de David Byrne e fiquei encantada com o relato detalhado da viagem, um olhar de turista (e que turista) sobre a nossa cidade é sempre um refresco no nosso próprio olhar.

    Salém, que bom que existe você para esclarecer algumas coisas. Estava ficando confusa com “Luedy ter criticado as bandas” ou “você achar que era culpa da música a erotização infantil”…pensei que eu tinha tomado drogas fortes.

    Não gosto da conversa apocaliptica de que não existe futuro para a humanidade, que o homem está cada vez pior, que os jovens são majoritariamente uns párias…parece coisa que existe desde sempre. Lembro de meus avós dizerem tudo isso sobre meus pais e da minha mãe falar o mesmo sobre a minha geração. Tento fazer diferente, realmente gosto demais do estilão do meu filho e dos amigos dele. Na verdade adoro juventude.

    Ainda vou ouvir Psirico para descobrir se Márcio Vítor além de lindo de morrer também é gênio.

    Bjs

  74. Assis Carvalho disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 11:05 am

    Tenho acompanhado o OeP desde sua criação. Em todo esse período, postei pouquíssimas vezes (lembro-me de uma para argumentar sobre o que me parecia uma posição retrógrada de Mangabeira Unger com relação às reivindicações LGBT e outra para votar na opção 2 de “Incompatibilidade de gênios”). Enfim, espero conseguir participar mais.

    Os 560 posts (até o momento) do assunto anterior deram pano para muita manga. “Chupa toda!” rsrsrsrs
    Depois de tudo aquilo, com altas doses de relativismo, foi aliviante ver Caetano dizendo que odeia a barulheira absurda que anda (des)infestando todos os lugares.

    Até fui ouvir novamente “Pra ninguém” e, mais uma vez, pegou na veia, sobretudo o finalzinho:

    “…Melhor do que isso só mesmo o silêncio
    E melhor do que o silêncio só João”

    Beijos e vivas a Caetano

    Sussurros a todos

  75. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 12:19 pm

    Também detesto samba, pagode, rock, rumba, jazz, axé, bossa, mambo, sertanejo, balalaikas, seja o que for, na beira do mar, em botecos apinhados de gente, em barraquinhas, em parques, em shoppings. Mas já toquei punk-rock bem alto e deixei vários vizinhos bem zangados rsrs. Perdono a tutti voi!!!
    Hoje gosto do silêncio. Por isso amo as modulações sileciosas e mágicas do João Gilberto. Mas não dispenso Brown Sugar, dos Stones. Ah o equilíbrio…acho que sou quase um sábio.
    Certa vez me convidaram para assistir a peça “Monólogos da Vagina”. Eu disse “Socorro…minha ex falava tanto na minha cabeça, imagina se a xota dela começasse a falar também. Injustiça..seriam duas contra um”. E argumentar contra uma xota prodígio é se meter no labirinto com o Minotauro.

  76. Nobile José disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 1:22 pm

    o curioso da profissão de artista é que raros são os casos de aposentadoria. hilda hilt se aposentou. parou de escrever no final de sua vida sob o argumento de trabalho-concluído.

    geralmente quem faz a mesma coisa a vida toda, acaba ficando cansado da lida. talvêz por isso caetano ouça música cada vez menos. impssível conter uma irritância natural.

    imagino se eu fosse a um restaurante e o objeto do meu trabalho invadisse meus ouvidos: destaria.

    typos são uma espécie de ato-falho, e caetano cometeu um ótimo: coma leituras. mais antropofágico impossível.

    engraçado qdo alguém altera ao seu alvedrio a letra original de um compositor. dri calcanhoto o fez em muito romântico, e skank em beleza pura. será q pra eles ficou difícil entrar numas?

  77. Celso de Carvalho disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 1:37 pm

    Que delícia de post, Ave Kaytano!
    Começar o dia vendo você citar Moreré já alumiou o meu mês inteiro! (Entenda meu deslumbramento, porque eu fui parar naquele vilarejo abençoado em 94 por acaso, comprei na hora um sitiozinho na beira do mar com uma nascente de água limpa e nunca mais desgrudei do Moreré… E como obremprogressista assíduo, saber que Byrne esteve por lá, realmente!). Bom, quem quiser aparecer por Moreré, e desligar do planeta relógio por alguns dias, se apresente, terei prazer em orientar.
    No mais, Byrne é over rock, não é mesmo? Li o journal, muito boa a leitura dele sobre o reveillon e a procissão de 01.01, considero histórico.
    E considero histérico essa prisão sonora urbana em que vivemos. Ainda bem que em Moreré a gente consegur escutar as ondas…
    Aqui em Juazeiro, não. Não tem ondas, mas tem que fugir bastante de tudo pra poder escutar a natureza, porque essas pisadinhas e arrochas ecoam alto prla mancha urbana (em Petrolina também).
    Às vezes me pergunto por que é que essa galera que ouve som altíssimo nos carros e tal não escolhe, pelo menos, um Miles Davis, John Coltrane, David Byrne, Bob Dylan, Gil, Targino Gondim, Céu, Zé Ramalho, Caetano? Seria pedir demais? Seria…

  78. Ricardo de Alcântara disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 1:43 pm

    Salem,

    sou jovem, tenho apenas 26 anos, e já estou cansado de ouvir das pessoas de minha geração(!) e doutras anteriores esse papo de “no meu tempo não era assim”.

    Pô, eu ainda tô construindo meu futuro, mergulhado no presente, e o povo me forçando a olhar pra trás como se ali é que estivesse o ouro.

    Aqui em Brasília vivemos no último mês um debate caloroso na imprensa por conta de um novo projeto de Niemeyer: uma praça imensa na esplanada dos ministérios.

    Uns contra, outos a favor, sei que no final cansaram o velhinho e ele desistiu. Mas o bacana foram os artigos que ele escreveu para o jornal. Me emocionou uma coisa muito viva e pulsante nele, que fico triste quando percebo que falta nas pessoas jovens (e olhe que para Oscar, até quem tem 80 anos é jovem): esperança (longe de ser compulsória!).

    Ele não cansou de reiterar sua esperança no mundo, nas pessoas, no Brasil. Eu tô no time dele. E no teu.

    Golaço teu último comentário.

    Abraços,
    Ricardo.

    PS.: Nando, gostei de você ter gostado do que escrevi no pôste anterior. Valeu, abração!

    PS2.: Heloísa, veja o filme, mulher! Glauber (e eu também) descobrimos Chiquinha Gonzaga ali, e olhe que não é a espetacular compositora de “Abre Alas” e também de “Heloísa” (se nunca ouviu, procure, ouvi esses dias em ótima gravação com Clara Sverner). Beijos!

  79. Igor Lucas Adorno Santos disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 2:55 pm

    Alguém já pensou no Psirico em termos da “Teoria da Informação”?

    A banda rompe com os códigos apriorísticos do ouvinte.

    Imaginem a surpresa de quem ouviu o canto falado de Márcio Vítor pela primeira vez, ou seu megafone com sons de sirene de viatura policial?

    Acho q o interesse pela banda diz respeito à sua novidade estética, à quantidade de informação nova
    q traz consigo.

    Marcio Vítor consegue isto fazendo uso de um repertório de informações há muito negligenciado por ser considerado vulgar (sem falar no elevado labor técnico presente no instrumental da banda).

    Isso me leva a crer q a resposta, nestas questões, está relacionada ao enfrentamento de preconceitos de ordem social, da “negação” do estabelecido.

    Mas não digo negação no sentido estrito. Entendamos negação, aqui, como radicalização, esgotamento de possibilidades. É um acréscimo, ou discordância, do q diz Caetano, qdo afirma q o “novo” advém da negação de um dado repertório.

    As formas são ideológicas, fazem parte de uma conjuntura de enfrentamentos calcada, tbém, no conflito de classes.

    As letras do Psirico e de outras bandas de pagode correspondem a uma radicalização do coloquial assimilado pelos textos literários (presente na maior parte das letras de música popular).

    As coreografias da galera, num misto de samba/ break, dança afro ( se duvidar, tem até balé) são um detalhe a parte. É a celebração total do corpo.

    Quanto ao Psirico, específicamente, o fato de Márcio Vítor, em algumas de suas músicas, fazer uso de um megafone é crucial pro entendimento do q digo.

    Remete à música eletrônica, de Karlheinz Stockhausen e outros. O uso de sons extraídos direto da “vida urbana”, q remetem a sua dinâmica mesma (engarrafamentos, ambulâncias etc) se não é novidade, pelo menos não é usual em nosso contexto de música popular e nos causa um estranhamento q talvez seja a própria natureza do novo.

    Além do uso de batidas de techno, house etc (do repertório de música eletrônica mais popular, de boates e Raves).

    O Psirico , em minha opinião, traz consigo uma avalanche informacional calcada na coragem de radicalizar o “gosto”.
    Sou fã.

  80. Caetano Veloso disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:03 pm

    Lucio Jr., a língua portuguesa e suas normas evoluiram do latim vulgar. A norma não é a língua mas não existe língua sem norma.
    “O povo é o inventalínguas” só vale para o povo de hoje? E as sucessivas gerações do passado que levaram a língua (e suas normas) ao estado em que se encontra?

    Poguesso foi um typo bom. Mas esse post - tão simpático a todos! - está cheio de typos e falto de vírgulas essenciais. Postei correndo porque os comments do anterior já estavam comendo o próprio rabo. Mas POSTEI correndo, não o escrevi todo correndo: grande parte estava na geladeira do Word.

    Sim, Luedy, “o povo é o inventalínguas”, do meu poeta querido, só funciona para o povo de hoje? E as sucessivas gerações que a vêm inventando, a ela e às suas normas, não merecem respeito? Você nunca respondeu a essa pergunta - que já fiz de umas 17 manieras. E disse que respondeu. Onde? Você apenas repetiu, apesar de minha pergunta, que a norma não é criada pelo povo mas imposta a ele (noutras palavras, parafraseio).

    Por falar em “noutras palavras”, nossa amada Adriana Calacnhoto - que nos honrou com um comment uma vez - , seguindo uma moda de se evitar “num”, “numa” e, sobretudo, “noutro(a)”, pôs uma sílaba a mais na minha “Muito Romântico”: teimou em “corrigir” meu “noutras palavras”, cantando “em outras palavras”. Não sei por quê. Será que no Rio Grande do Sul ensinaram na escola que não se deve dizer “noutra” - ou apenas Adriana achou que, para ela, não seria natural pronunciar tal antiguidade? O fato é que eu preferiria que ela tivesse mantido minha forma. Detesto a mania de os jornais escreverem “foi encontrado em uma esquina de Belfod Roxo”, em vez de “numa esquina”. Não detesto que se diga “em outra” em vez de “noutra”, mas prefiro meu “noutras” de “Muito Romântico” do que o “em outras” que faz o verso ficar capenga.

    Heloísa, mais beijos. Confuso é o mundo.

  81. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:09 pm

    viram a axéficação do Radiohead no Grammy?

    http://www.youtube.com/watch?v=2aVzh1LSG8Q

    ficaria melhor com o Psirico, não ficaria?

    rsrsrsrs

    por que isso tudo continua a me lembrar Yes (e mesmo Patrick Moraz, com seu disco transamba The Story of I - http://www.youtube.com/watch?v=bTGUOqk_vlQ ) ? mais muitos rsrsrsrs

  82. Carlos Andreazza disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:10 pm

    Peço licença para registrar, brevemente, que achei bacana a referência ao Arlindo Cruz. Ainda que se trate de um baita compositor, um sambista completo, capaz de criar grande samba em qualquer de suas modalidades, do samba-enredo ao partido-alto, e apesar do disco em questão ser mesmo muito bom, ler a respeito aqui me surpreendeu positiva e prazerosamente, embora eu não saiba explicar por quê.

    Um abraço!

  83. Igor Lucas Adorno Santos disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:15 pm

    O post do Salem é bem bonito.
    Acho q em todas as épocas houve saudosistas.
    E sempre haverá.
    Acho q tem a ver com uma dificuldade em se adaptar à idéia de juventude em vigor.
    Acho q depois q a indústria instituiu o “jovem” como o consumidor ideal (pensando em sua possível longevidade), propagandeando valores como “beleza perene”, “vigor sexual eterno”, o sentimento de deslocamento ficou muito maior, praqueles q, por conta da idade, não são mais alvo desse culto.
    Quem, como eu, tem 25 anos (ou menos. ou mais, sei lá) sofre um pouco com o culto à geração dos 60s, 70s.
    O perfil de jovem politizado e libertário, daquela época, ainda incide sobre nós.

  84. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:16 pm

    gostei de tudo que o Igor disse sobre a música do Psirico no comentário 79

  85. Wesley Correia disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:34 pm

    Hermano, bons vídeos!Carroça louca… então! Só que a questão dos cânones legitimadores que você trouxe no Post passado e que eu desdobrei não teve o devido feedback. ainda insisto.

    Leni, dediquei, no livro “Pausa para um beijo e outros poemas”, ao antonio brasileiro um poema intitulado:”De caeiro e do setão” sobre o qual falei neste blog em um dos posts : Edith do prato. Tenho uma história engraçada pra te contar sobre ele na UEFS (depois, conversamos). Agora, tenho visto pessoas falarem em “felicidade compulsória” - o que me preocupa. Prefiro a felicidade clandestina da Clarice: “Feliz serve pra quê? E depois que a gente é feliz, o que é que acontece?”

    Julio Vellame,

    Trouxe a questão dos Autosom aqui porque tenho em meu carro 5 cornetas, 2 bocas 6/9, 3 graves, 4 tuitas e 2 módulos de 20 canais cada um. Não sei o que você chama de “regras civilizatórias” muito menos a quem elas “recalcam”. No som que acabei de descrever, adoro ouvir La mamma morta e Manhã de carnaval (versão de Elizete), quando é comum que se ouça pagodão e arrocha nestes autos turbinados. Talvez, por efeito do recalque seja possível estabelecer uma outra ordem.

    John, que certamente nunca tenha comprado na vida cds piratas ou produtos falsificados,

    “A lei coibe abusos no que concerne à má utilização de equipamentos sonoros.”

    Sou um péssimo legalista. Entendo nada ou quase nada de jurisprudência, tribunais e ministério público.mas quando procurei descrever a sensação de ouvir, simultaneamente, a vários sons de carro, queria trazer uma discussão mais fenomenológica para a qual “fiscalização” vale muito pouco. os vereadores de uma cidade como salvador possuem Autosom e servem como objeto de estudo dos efeitos psiconeurológicos destes equipamentos. A lei que você traz na tentativa de moralizar a bagunça que é o som em salvador parece menos eficiente e mais arbitrária. Portanto, trata-se da mesma lei irrefutável que, em muitos casos, sustenta as estratégias de manutenção do poder. é lei e acabou!, ainda que para a opressão e anulação de muitos. É lei porque é lei. (Fiquei curioso: qual era a loja de João no Iguatemi?)

    Nando ou glauber (não lembro), tenho um amigo 8×8 que adora som na praia, pede ao seu 4×4 pra ele tomar cuidado!rsrsrsrs

    Paulo Osório, pedrinha de aruanda é comovente mas som na praia é melhor ainda!

    Meu cunhado está ouvndo ” a pisadinha” no carro dele: uma máquina! Depois conto pra vcs.

    Té breve,

    Wesley

  86. César Lacerda disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:50 pm

    Caralho Hermano!

    Que foda esse Radiohead!!!!
    Dia 20 de março fará parte do top 10 da minha vida!!!!

    E com Psirico, Thom Yorke parecia o Michael Jackson com Olodum.

  87. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:54 pm

    César: Michael Jackson? achei que (a partir de 1 minuto e 15 do vídeo) os trejeitos de mão do Thom Yorke lembram mais a Carmen Miranda - terá sido homenagem aos 100 anos de hoje?

  88. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:59 pm

    sobre Carmen, vale a pena reler este texto do Caetano:

    http://tropicalia.uol.com.br/site/internas/leituras_gg_carmen2.php

  89. Nando disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 3:59 pm

    Caetano e todo mundo, fiquei em êxtase com essa frase aqui, lá de cima:

    “A insistência num timbre agudo de teclado, que soa quase como um assovio, irrita um pouco depois de algum tempo”.

    Viram como não arranca pedaço? Viram como não desmerece, nem desautoriza, nem deslegitima nada nem ninguém?

    É uma queixa recorrente, muita gente tem pavor de música baiana por causa de detalhes aparentemente insignificantes como esse que Caetano apontou. Agora, custa? O tecladista está lá, crente que está abafando, quando poderia utilizar uma das centenas de registros presentes em qualquer teclado moderno - sem qualquer prejuízo de proposta estética (a menos que o propósito fosse arruinar o sistema nervoso alheio).

    Isto, esta pequena e carinhosa (em sua continuação e mesmo no teor dela mesma) frase me compensou todos os insultos e desavenças angariados aqui.

    *

    Salem, estou bastante preocupado com um colega que hoje me relatou que sua filha de 8 anos acabou de ficar menstruada; se recusa a sair do quarto bem como ir à escola; ela e os pais estão fazendo tratamento psicológico. Portanto, onde você vê uma questão de “moral”, eu vejo problemas. Só isso que me interessa, ver e tentar buscar causas e soluções para os problemas. Não, não estou dizendo que a menina ouvia ou ouve certo tipo de axé nem qualquer outro tipo de música erotizante. É preciso estudar, investigar, pesquisar. As coisas estão no mundo, meu nêgo.

    Gosto de quando você (e os outros) contam causinhos pessoais, eu mesmo adoro contá-los.

    Abraço,

  90. Vianna Vana Caravana disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 4:18 pm

    Nossa Hermano que trem feio esse axé aí do Radiohead,credo!Tudo bem os caras futucam,pesquisam nossa música e isso é simpático,mas neste caso aí parece que o equívoco é meio um desprazer de quando as interferências nos deslocam para um não lugar sem liga.Esses ritmos brasileiros carnais funcionam bem melhor num clima,espaço,num estado de tempo no presente do aqui agora onde pouco se pode inventar no instantâneo.São frágeis como a carnaubeira que quando plantada para além do meio-norte não produz cera.Já com uma música mais sensorial em sua plenitude,pictorial e cinematográfica do Jobim eles se deram melhor,claro!Caetano as praias desertas continuam esperando por nos dois.Mas sozinho também é bom cantar acompanhado apenas pelo barulho das ondas quando ando ao lado de um oceano insólito e inóspito para humanos querendo ser muito comuns.

  91. Lícia disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 4:26 pm

    Luedy,

    desde que começou a discussão sobre gramática fico me perguntando: se não existissem regras ou normas conseguiríamos nos comunicar amplamente através da palavra? Será que não teríamos inúmeros dialetos só compreensíveis a pequenos grupos?
    Isso não tornaria a aprendizagem de um novo idioma só possível através da escuta? Sim, porque se as regras valessem apenas para a escrita não chegaria o momento em que escrita e fala não se encontrariam mais?

    Bj

  92. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 4:56 pm

    Salemzitho meu querido, amei seu post em resposta a minha dura crítica com a juventude.
    Respeito sua opinião, mais não mudo a minha…rs
    Os dados de 90% não peguei em local nenhum, é uma constatação minha, pois cuido de jovens, adolescentes, e todos têm esse pseudo desejo de se libertar desta fase para virar um pseudo adulto.
    Basta lembrar o número de crianças grávidas no Brasil, pela não consciência do uso da camisinha, etc, etc.
    Creio que podemos mudar esse jogo, e não seguir pelo atalho de ir pelo caminho mais curto mais fácil.
    Temos que mudar nossa visão e atentar para os dois lados: adulto e jovem, para não culpar só os adultos pelo modo como o mundo está hoje.
    Todos nós temos uma parcela de culpa…e todos nós temos que criar uma forma de debitar essa dívida, para que nossa futura geração não pague ela.
    Por momento é isso Salemzitho…
    Grande abraço,

    Luiz Carias

  93. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 5:10 pm

    Ola a todos os blogueiros enfim vi um post ao qual me junto a Luedy ao dizer que CAetano além de músico singelo e talentosissimo, é um escritor nato de mão cheia.
    Li e reli a obra Verdade Tropical, o Mundo não é chato e Cores e Letras de Caetano, todos são algo indescretível e memoráveis.
    Creio que em minha tese e meus pensamentos mega malucos, sempre houve uma confusão entre a leitura de Caetano de músico e a de Caetano como escritor.
    Eu amo ambos, pois Caetano é complexo ao que não entendem sua obra e aos que se sobrepõe de maneira veemente a seu império.
    Adorei o post sobre David Byrne e adorei a regravação de CAetano relembrando a gravação ao vivo de um programa na MTV onde Caetano esculachou com a emissora ao vivo, tocando e cantando com David a canção Nothing but Flowers, cuja canção gravada no cd está bonita, mais não há grandeza do show ao vivo.
    Acho que foi gravado no cd Meu tio matou um cara.

    Salemzitho, a cada vez que troco idéias contigo, me surpreendo positivamente sobre os pontos de discussão que levantamos e que em horas nos unimos, por hora nos degladiamos no bom sentido é claro.

    Adorei os posts dos demais amigos sobre juventude, embora maioria aqui discorde do que disse, ou do meu ponto de vista.

    Sou um jovem de 27 anos, e também sou parte da juventude, mais sou parte da juventude que quer mudança, que luta pelos seus ideais.

    Relembrando hoje a frase de Caetano eem um dos festivais onde ele cantava é proíbido proibir, e falava a platéia enfurecida: “Que tipo de juventude é essa que diz que quer tomar o poder, vocês estão por fora, vocês não entendem nada”.

    Adoro esta frase, assim como acho que Caetano não mudou muito de opinião em virtude da juventude hoje, ter muito mais chance de mudar de evoluir, e não saber que caminho seguir.

    Sou a favor da punição para menores de idade sim, seguindo a um critério rigoroso, ou dependendo do ato criminoso. Não podemos achar que os jovens não tenham noção do que estão fazendo.

    Em Perdeu Caetano levanta exatamente isto, esta questão no âmbito em que vivemos e nossa dura realidade.

    è isso aew por momento…
    Luiz CArias.

  94. Guido Spolti disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 5:25 pm

    Caetano é O ESCRITOR.

    Prefiro “noutras palavras” a “em outras”, diferentemente de Roberto Carlos que inseriu “no ar”, em Força Estranha. Gostei do Rei dizendo “por isso essa força estranha (no ar). Deu um brilho!

  95. Paulo Osório disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 5:38 pm

    Heloísa (e outros mais):

    É claro que eu também amo tudo o que Caetano escreve. Aliás é muitas vezes difícil nos abstermos do epíteto de Ídolo que ele tem para nós.
    Mas, de uma forma muito generalista, podemos dividir a escrita de um escritor em Forma e Conteúdo. Ora, eu amo quase todo o Conteúdo da escrita de Caetano, embora nem sempre concorde com ele. Já com a Forma a coisa é diferente. Aí não acho que Caetano seja muito bom não…
    Não estou me referindo a vocabulário, léxico, regras ortográficas, semântica, mas sim a sintaxe e construção de frases. A escrita dele é muitas vezes complexa, confusa. Talvez a melhor palavra para a descrever seja “enrolada”…
    Neste aspecto acho que há pessoas neste blog que escrevem melhor que Caetano.
    Mas tudo é relativo neste mundo…Por aqui tem um cara, de nome Saramago, que eu não suporto, que não coloca pontos e vírgulas e outas coisas mais. E no entanto ganhou o Nobel.
    Além disso, escrever um livro não faz de um individuo um escritor. O que tem mais por aqui são jornalistas, apresentadores de TV, cantores, jogadores de futebol…que escreveram um livro. Na maior parte dos casos de uma mediocridade atroz. Não é isso que eu acho de “Verdade Tropical”. Pelo contrário, acho o livro bem interessante, mas escrito de uma forma enrolada…
    E posts (ou crónicas) muita gente escreve.
    Por isso, é tendo em conta TODO este contexto que surge a minha frase “…Caetano não é escritor…”.
    Eu prefiro “classificá-lo” [para além (obviamente) de músico] como Pensador (de intervenção sócio-politico-cultural).
    É apenas a minha despretensiosa opinião.

    Beijos e Abraços

  96. John disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 6:15 pm

    Vou fugir do tema e divagar um pouco. Será que posso?
    Baixei, via emule, uma gravação mp3 de “Maculelê na Percussão”, com mestre Barão. Quem conhece? Muito boa a percussão!.

    Nelson Araújo diz, em livro, que o maculelê só existia em Santo Amaro e parece ser verdadeira a afirmação dele. É muito bonito ver os negros “lutando” e “dançando” (tem coreografia no gingado) o maculelê.

    Vi uma apresentação, pela primeira vez, em Pontal (Ilhéus). Cantava-se músicas belíssimas que nunca mais ouvi. Estou tentando recordar mas tá difícil. Vou insistir. Aqui se valoriza muito a capoeira, mas não vejo, no novo mercado modelo (o antigo, pra mim, era o que foi incendiado) nenhuma exibição do maculelê, que é uma luta travada com pedaços de pau (cajados?) e que, modernamente vem sendo trocado pelo uso do facão. Obvio que dá no mesmo, mas mistifica muito e isso deve ser explicado a quem assiste. Faz parte do nosso folclore e tal observação precisa ser dita, pois, no futuro, pode-se pensar que era uma luta com facões.

    Quando guri, ouvia muitas histórias sobre “jogar navalha”. Tem, mesmo, uns cabras que sabem jogar este instrumento cortante. Hoje eu acho que ninguém mais sabe. Era coisa da alta vagabundagem, ou da alta bandidagem que situava-se na área do antigo Maciel (de baixo e de cima) e no Julião. A ZONA era de meter medo e os “cabras” eram craques em quase tudo. Tinha do “batedor de carteira a puta do “suadouro”.

    Tinha a velha do bode (vendia maconha) que sinalizava com o animal se a “barra tava limpa” ou se tava sujeira (não confundir com Maria da Vovó que era da Ribeira e era gente muito fina…

    Uma ocasião fui subitamente atacado e o malandro colocou uma peixeira em meu pescoço: - o dinheiro, ou a vida! dei 5 cruzeiros ao cara que sumiu em um terreno baldio. Como?! Hoje eu sei como ele fugiu, mas não sei aonde. O Taboão eu tinha menos medo que o Julião. No Pelô, em sentido mais amplo, eu contava com a proteção de mestre vermelho (faz anos isso) e, cerca de 20 anos atrás, do mestre Caiçara. Interessante como ninguém mexia comigo.

    As putas sabiam da minha vida sexual e me diziam. Com o treco da AIDS eu passei a pedir que elas pagassem um boquete pra mim. Aquele lugar, que tanto inspirou Jorge Amado, não conta mais com aqueles malandros de antigamente. Até os policiais mudaram. Era onda! Nunca fui ao Tabaris, nem ao snoker de Abel. Sei aonde ficavam. Fui ao Maria da Vovó, ao glorioso 63 de China e Simara (ou Cimara), uma gaucha, em cuja casa não entrava qualquer um. Casa de mulher dama das melhores e freqüentado por autoridades ilustres. Uma vez, um destes ilustres me contou, que foram (ele e amigos) que Toninho malvadeza estava chegando.

    Todos correram pra os quartos e ficaram escondidos. Não era pelo medo de briga, era medo da língua dele. às vezes tenho vontade de sair, de noite, e chegar à Pç da Sé e sair dando umas caminhadas pelas antigas bocadas da cidade, mas o medo ainda existe e não quero me arriscar.

    Comecei com Maculelê e terminei no brega, que sina ! Foi inesquecivel aquela noite - patrocinada pela Odebrecht - no TCA, com aqueles facões cuspindo fogo na escuridão. Maculelê e Capoeira são um espetaculo lindo de se ver aqui na Bahia.

  97. Teteco dos Anjos disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 6:58 pm

    “Viva a banda dada
    Carmem Miranda dada dada”

    Esses “dadas” do final da canção Tropicália ( minha preferida em toda obra de Caetano) é uma alusão ao Dadaísmo???
    Ou foi mera coincidência bem-vinda???

    Viva o centenário de Carmem Miranda!!!

  98. rafael rodriguez disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 7:10 pm

    Fui sozinho ao ensaio do Fantasmão. Tentei ficar quietinho no meu canto, mas foi impossível. Adorei aquela mistura. Senti as letras mais imaturas do que o som, não consigo explicar… parece que faltava mais atitudes nas letras, pois como performance e refrão havia bastante.
    Interessante ver algumas pessoas do público com os rostos pintados, imitando os integrantes do grupo.
    Gostei muito, com certeza levarei um dvd para o Rio.

    Samba baiano, rock, rap e não sei mais o que.

    Antes do Fantasmão houve a apresentação de um grupo chamado “Bonde do Maluco”, gostei da formação: vocalista, 2 backs, um teclado e uma guitarra. Brincavam e conversavam bastante com o público, faziam um som bacaninha, mas depois de um tempinho foi se tornando chato.

    Sai da apresentação com um monte de amigos, fui chegar em casa lá pelas 9 da manhã.

    Acabei não conseguindo ver nada do Psirico… Parece que no dia 12/02 haverá o último ensaio. Quarta à noite retornarei ao Rio; já estou com saudades de lá. Daqui da Bahia levo a vontade de retornar no próximo verão. Cogito até… deixa pra lá.

    Achei bonito o que o Glauber falou no tópico anterior e que Caetano observou. Diferente do que diz a bossa, é possível sim ser feliz sozinho. Tenho muitos amigos, mas também gosto de ficar só.

    Emagreci na Bahia, longe de casa sou timido pacas.

    Fico tenso ao escrever ou ler em Lans. O tempo corre e o relogio alerta que ainda tenho 5 minutos.

    bjs.

  99. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 7:15 pm

    já 100 comentários? o negócio aqui está também descontrolado - parece até som automotivo!

    o kuduro ja’ e’ progressivo - olhem aqui que música excelente demais!:

    http://www.youtube.com/watch?v=OpYR7ilLbfo

    tem remix do Hot Chip, ainda mais progressivo, aqui:

    http://rcrdlbl.com/artists/Buraka_Som_Sistema/track/Kalemba_Wegue_Wegue_Hot_Chip_Remix

    (se Hot Chip mixar Fantasmão o pessoal chique vai passar a gostar?)

    eu trouxe a Buraka para tocar aqui no Rio - só Zona Oeste (Campo Grande) e Baixada (Duque de Caxias)- para o Baile Skol de 2007 - e escrevi este textinho para apresentar:

    http://oglobo.globo.com/blogs/riofanzine/post.asp?t=no-balanco-do-kuduro&cod_Post=60239&a=78

    Na minha humilde e pop opinião, a imagem mais divertida de todas as viagens internacionais do presidente Lula foi a da sua chegada em São Tomé e Príncipe, aquele arquipélago de língua portuguesa situado na costa da África. Não era só uma imagem, tinha também trilha sonora poderosa: no aeroporto, as crianças são-tomenses receberam nosso excelentíssimo conterrâneo cantando e dançando funk carioca! Aquilo sim era pós-modernismo: a música africana virou a batida eletrônica do hip hop em Nova York, veio parar nas favelas do Rio e agora volta para o continente negro em cerimônias oficiais transatlânticas.

    Mas não é só o funk carioca que provoca um ciber-curto-circuito nos ouvidos africanos: ao mesmo tempo que o Rio aprendia a se requebrar ao som do DJ Marlboro, em Luanda os angolanos de periferia faziam experiências com as baterias eletrônicas para criar o seu próprio pancadão. Deu no kuduro, uma música que está sendo propagandeada por revistas moderninhas e influentes (como, por exemplo, a “XLR8R”) como o futuro das pistas de dança planetárias. Apesar das histórias independentes, o kuduro e o funk carioca têm muitas semelhanças: o som cru, urgente, pesado, computadorizado e balançado. Em resumo: som de preto, favelado, mas quando toca é aquela festa, quizomba pra ninguém ficar parado.

    Pois bem, demorou: neste sábado, as duas costas do Atlântico Negro, com a benção lusitana (vejam só), voltam a estabelecer contato imediato via popozão. O Buraka Som Sistema, coletivo dançante luso-angolano especializado no que já é chamado kuduro progressivo, baixa no Baile Skol, no meio do encontro dos paredões sonoros das equipes Furacão 2000 e Big Mix. As raízes comuns agora são produzidas pelos sintetizadores, com subgraves para fazer tremer todos os corpos. Então: se o semba angolano chegou por aqui e deu na Apoteose, imagine em que praça vai dar a união do funk com o kuduro. Viva o afrofuturismo!

  100. César Lacerda disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 7:42 pm

    Errata:

    Hermano, eu escrevi errado. Eu queria ter dito que “Com Psirico, Thom Yorke PARECERIA Michael Jackson com o Olodum”.

    De qualquer maneira, adoro o Thom. Acho extremamente bonito o que ele faz. A maneira incomum como ele se move, se expressa. E neste disco novo, In Rainbows (nesta música “15 Step” sobretudo), percebo uma profunda aproximação do canto dele com o tempo e a forma do rap. Um transrap.

    E, Hermano, não acho aquela galera parecida com axé, não. Aquilo é uma dilatação das batidas “criadas” pelo Radiohead. Existe um pensamento rítmico muito particular que o grupo desenvolveu durante os anos, sobretudo, a partir do “Kid A” e do “Amnesiac”. E aquele grupo toca uma representação acústica das batidas eletrônicas do Radiohead.

    —————————————————————————————————————

    Sobre percussão bahiana; Sobre percussão brasileira.

    Quando ouço música africana e música oriental, identifico na maneira como se apreendeu o ritmo no Brasil uma diluição do compasso composto em compasso simples (Por isso tanta síncope nas figuras rítmicas brasileiras). Como se no Brasil, através das transformações e criações, houvéssemos “simplificado” as figuras rítmicas. E neste sentido, a percussão brasileira lida muito mais com a densidade e muito menos com a textura.

    Selim Sesler (Turquia)

    http://www.youtube.com/watch?v=QpLN3KRjsW0

    Dee Dee Bridgewater (EUA – Projeto com músicos de Mali)

    http://www.youtube.com/watch?v=jUCOU9vteCA

    Adewale Ayuba (Nigéria)

    http://www.youtube.com/watch?v=mCEXq89CdRo

    http://www.youtube.com/watch?v=crayNaUTZy8

    ——————————————————————————————————————

    Presentin pro Glauber:

    http://www.youtube.com/watch?v=_gCgSPsX5TQ

  101. César Lacerda disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 7:44 pm

    O presentin pro Glauber se estende ao Nando. =)

  102. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:13 pm

    César: achei que você estava fazendo um elogio, que pena que não era… eu gosto de Michael Jackson com Olodum, talvez bem mais (digo logo a verdade: MUITO mais) do que gosto de Radiohead (que é um grupo OK, mais importante antropologicamente do que musicalmente…) - viu como não sou relativista? - mas talvez seja apenas questão de gosto - deve ser ouvido detonado de tanto escutar Merzbow ( http://www.youtube.com/watch?v=QbBBczzDeCA ) ou os ritmos dos Boredoms ( http://www.youtube.com/watch?v=QbBBczzDeCA ), coisas que acho sim que fazem a música fugir para frente (melhor que ir para a frente - adotei isso do Waly)… Radiohead precisa comer muito feijão estético ainda…

    ah, não acho que falta textura na percussão brasileira não - acho que sobra - uma vez atravessei a bateria da Mangueira (acho que foi num ensaio, eu estava seguindo o Caetano) e foi como se tivesse mergulhado num oceano de textura… isso sem falar em percussão indígena brasileira (como aquelas “baladeiras” noise dos bororos… isso só como um exemplo nada radical - são centenas de etnias com músicas diferentes vivendo entre nós)

    eu também fiz o Música do Brasil, documentando um monte de músicas considerada tradicionais (mas para mim são tão modernas como todas as outras) - a variedade de ritmos e texturas percussivas é espantosa

  103. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:35 pm

    CAros, amigos e nobres blogueiros,

    Acho divertido ler diferentes posts sobre um mesmo tema diferentemente do assunto em que transcrevi acima, sobre a juventude mundana.

    Concordo com todos, inclusive com Caetano sobre a nova linguagem colocada em prática no cenário mundial ou nacional no nosso caso.

    Achei que o Lula usou de contra cultura para junto com os demais países que falam o português unificar uma só língua para vários países.

    Adoro ler os posts de Caetano dando aula sobre assuntos como o uso correto de expressões que usamos erradamente no cotidiano, é algo único e soberano.

    Salém, me toma por sua visão aberta a um mundo cão que vivemos, gosto do modo como ele mesmo tendo uma visão encoberta têm que o mundo irá melhorar.

    Salémzitho me soa como um super herói que pode salvar nossa civilização com sua cultura apurada e seu senso crítico e visionário sobre os problemas que afligem ao mundo.

    Adorei saber que há vários jovens postando aqui, comprovando o que eu disse de milhões de jovens a minoria, é que têm espírito e coragem para expôr suas opiniões aqui de modo eloquente e lúdico.

    Sampa, as caricas, Catarinas, etc, postam aqui e transbordam este blog com uma diferença cultural única, e que faz com que aprendamos as gírias culturais de cada lugar.

    O Sul e Sudeste do país encontra-se de um modo global anti-Lula, já para as regi~çoes acima do Sudeste, São Lulistas ao extrremo.

    Amo o Sul do país, e amo a contra- cultura que temos nos últimos tempos, algo abominável.

    As demais regiões do Brasil excluindo o Sul me encantam por sua criatividade, tirando os grandes centros, amo ver Salvador, Recife, com a alegria do povo estampada em festas de rua como Carnaval, Frevo, Festivais de Verão, o Sul ainda perde muito em Festivais e shows de grande porte para estes centros.

    Acho que o Carnaval deveria ser comemorado 365 dias no ano, pois a energia que temos é algo que encanta e vislumbra a todos.

    Copa do Mundo no Brasil, maior roubada em que nos metemos. Muito investimento a se fazer, para gastos supérfulos que temos até então, e não damos conta de formar escolas descentes, oferecer um transporte digno aos cidadões que pagam impostos para tê-lo, áúde, etc…Vamos investir em Futebol, é mole??

    Óbvio que lucraremos horrores com isso, mais gastaremos horrores també, e aí desde já questiono, para onde irá todo esse dinheiro??

    Creio que vocês já imaginam ou deduzem a resposta…

    Abraços a todos…

    Luiz CArias.

  104. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 8:52 pm

    pôo, tive bons momentos aqui [como sempre] lendo os comentários de hoje. ri muito com várias tiradas e joguetes dessa moçada esperta.

    vero, “carlos careqa” continua fazendo shows, compondo, gravando, atuando. ele tem myspace. já ouviu o disco de versões de tom waits que ele gravou? “chocolate jesus” virou “guaraná jesus”, hahaha. gênio!

    http://www.youtube.com/watch?v=HThKgwdbb9s

    bela e divertida homenagem.

    e aqui, um clássico de careqa, “acho”. que letra: “…metade da metade da superfelicidade…”

    http://www.youtube.com/watch?v=BbVtZGKLH08

    não é um vídeo oficial, é vídeo de fã. inté, gentes!

  105. ju disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:14 pm

    Prezado Caetano Veloso,
    Bem bonita tua escrita. Achei interessante a leitura do encontro, a relacao com Schopenhauer, e forma como vc descreveu seu sorriso, como que se ele talvez buscasse na voz do outro reconhecimento, por mais que, como vc mesmo escreveu a respeito do amor e da amizade… “quem há de negar que esta lhe é superior…” uma pergunta que remete a resposta e vice-versa… ad infinitum… anel de moebius. Nietszsche vai muito mais além… não consigo encontrar um filósofo tão contemporâneo e pontual quanto ele.
    Me fez bem também tua escrita a respeito de “ouvir mais e saber mais”. Nao pretendo dedicar minha dedicação à música – ela sempre foi um tipo de trilha sonora: adoro a tecnologia do repeat… – mas posso usar isso para outras esferas…
    muito obrigada,
    julie

  106. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:21 pm

    HERMANITO. VALE ESSA

    Carias Caro e Caríssimo

    ‘Cê lembrou da frase do Caetano:

    “Que tipo de juventude é essa que diz que quer tomar o poder, vocês estão por fora, vocês não entendem nada”.

    A frase antológica que você citou dita por Caetano no na extensa fala de É Proibido Proibir deve ser entendida no contexto em que ela explodiu. Só assim a gente pode citá-la ou recitá-la extrapolando a força do momento histórico que a desencapsulou.

    Perigoso usá-la agora mirando noutra direção. Caetano, ao contrário da juventude alienada de hoje que você critica, usou a frase na diração oposta: a juventude pseudo-engajada. Todos estavam surdos naquela noite histórica.

    Os Festivais estavam em crise. E as vaias vinham de jovens, na sua maioria universitários e que ironicamente (como às vezes aqui) usavam sua cartilha política pra fazer escolhas que são de natureza estética.

    Re-escutei a gravação de É Proibido Proibir no ano em que o Tropicalismo completou 3 décadas. Estava dirigindo o Prêmio Bravo! e Arnaldo Antunes cantou É Proibido Proibir. Mariana Aydar cantou Baby. E Arnaldo + Mariana cantaram Geléia Geral. Tinhamos uma orquestra e mantivemos as cordas e metais de Duprat. Foi uma homenagem emocionante.

    Eu e Arnaldo ficamos um bom tempo falando sobre o tom (não a tonalidade) ideal para reinterpretar a canção. Optamos por algo delicado. Cool e grave, bem a maneira de Arnaldo. Alguém da Abril sugeriu que Arnaldo lêsse o discurso e rapidamente, nós discordamos. Reproduzir aquela fala naquele contexto, além de “sem graça”, permitiria leituras equivocadas. Aquilo não poderia ser aplaudido pelo público black-tie presente. Seria usar algo engendrado pela inteligência e a fúria de forma careta. Para o aplauso fácil.

    Por isso, eu repito. É perigoso.

    É Proibido Proibir é uma grande canção, um tanto ofuscada pela beleza do surto discursivo de Caetano. Ela é em 3/4. Sofisticada e com uma divisão dispersa nos compassos. Foi difícil colocá-la no mundo de novo, respeitando a sua origem e ao mesmo tempo, fazendo com que ela tivesse algum sentido contemporâneo. Por isso, fizemos com delicadeza.

    É Proibido Proibir é uma anti-canção-de-protesto. E seria fácil hoje transformá-la em canção-de-protesto.

    Há algo de atual no discurso de Caetano mesmo. Mas na contramão do que você disse. Você parece querer mudar o mundo. E eu acho isso bom. Mas a fala de Caetano não é o slogan ideal pra tua argumentação. Ele diz SIM na letra da canção. Ele diz NÃO AO NÃO. A canção é profundamente libertária.

    Eu ando meio preocupado mesmo com um certo retrocesso. Vejo que muita gente tenta saudar Caetano com saudades. Há saudosismo no ar.

    Alguns vêem Caetano em oposição a algo que ele parece não estar se opondo. Por aqui ele tem dito mais SIM do que NÃO. E quando precisa, diz NÃO ao NÃO. O NÃO ao barulho infernal das praias, esse SIM, foi um NÃO. Rotundo, como diria Brizola.

    Caetano nunca esteve tão próximo da molecada. A juventude que gosta de Caetano hoje é bem melhor do que a que o vaiou naquela noite. O show Cê é uma prova desse fenômeno.

    Duas ou três pessoas disseram aqui que sou romântico. Me sinto bem realista.

    Luedy disse que Caetano é escritor. Muitas vezes fiquei pensando o quanto o discurso daquela noite estava pronto, tamanha beleza, coerência e poesia que ele continha.

    Coisa de quem pensa, fala e escreve, quase ao mesmo tempo. Coisa de quem usa a gramática e sintaxe pra pensar. E diz.

    Isso também recupera o bonito momento em que Maria Rita Kell disse: “deixa os artistas falarem.” Ela sabe que alguns artistas têm essa capacidade.

    O discurso de Caetano é metabólico. Sua escrita, embora cerebral, também é. Há uma sincronia entre o pensar, escrever, dizer. Estética.

    Gostei do que Igor disse a respeito do jovem idealizado como público-alvo do consumo. E gostei também do comentário de Nobile sobre “a aposentadoria dos artista”. Pelo que via, aqui tem bastante gente entre os 20 e os 30. Período em que a gente cai na real de que a balada acabou. Período de correr o risco do saudosismo crítico. Período perigoso.

    Mas Caetano flutua num tempo, compositor de destinos. O artista.

    “O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece.”

    Essa sim é uma bela idealização de juventude. E aí, lembrei de Glauber, num momento belíssimo implorando pra que Caetano não morresse nunca.

    Mais bonito ainda, Caetano dizer SIM ao sonho da imortalidade. Não a da ABL, né Gil.

    A imortalidade que não nos faz idealizar a juventude como algo que passou e agora sobrou pra um bando de infelizes, piores do que nós.

    Não há tempo que se perca.

    na testa

    salem

  107. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:24 pm

    laceeeerda,
    isso num é presentin, é trem bão mess, minino! fela, anderson e bruce juntos?! codiloco…obrigado, irmão.
    ………………
    adoro michael jackson. thriller, off the wall, claro. os discos solo enquanto era guri. os jackson 5…mas o que eu gostaria mesmo de dizer aqui é que o “bad” é um discão!!! disco pop perfeito, de cabo a rabo, juro por deus!
    ……………..
    joaldo,
    valeu pelos links que você deixou aqui, velhão. assim que puder darei uma olhada. inté!
    ……………….
    john,
    gostei pra caramba do seu comentário. muito bom, conta mais aê!

  108. Heloisa disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:26 pm

    Também não gosto de música o tempo todo, mas gosto dela enquanto trabalho com minhas traduções. Só que agora estou ouvindo Tom e seu piano, e está difícil me concentrar nos termos científicos enquanto escuto ‘Chora a flauta, chora o pinho/ Choro eu o teu amor/ Chora manso, bem baixinho/ Este choro falando de amor…’. Caetano, grave essa música por favor.

    Tom acabou de cantar ‘Por causa de você’. Reparei que ele diz ‘Não deixe o mundo mau levá-la outra vez’. Será que foi assim que Dolores Duran escreveu? Eu me lembro de ter ouvido sempre ‘te levar outra vez’ - será que Tom corrigiu de acordo com as normas?

    Caetano, não entendo sua implicância com ‘em um’. Não sei como é na Bahia, mas em Minas (e aparentemente no Rio Grande do Sul também) aprendemos a escrever assim. É claro que sei que ambas são corretas, mas me acostumei a escrever - e até a falar, às vezes - ‘em um’. Qual o problema? Diferenças regionais, ora. Já vem você com a ‘onda’, palavra que eu destesto quando você usa para o que não é ‘onda’, e sim um jeito próprio de falar ou escrever que não seja o seu. Você é lindo, adoro tudo em você, menos suas picuinhas com as diferenças linguísticas. Beijim de Minas na sua cara linda.

  109. Nando disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:33 pm

    Pô, César Lacerda, compartilho com muito gosto do seu presentin. Valeu.

    *

    Gosto do Caetano escritor; gosto do estilo dele, assim como gosto muito do Gil falando. Muita gente acha o Gil pedante, presunçoso; eu o acho humilde em tentar fazer com o que nós compreendamos coisas que nem sempre estão ao nosso alcance imediato; daí a achar que ele tenta nos dar um pouco mais mastigadas coisas que de outra maneira teríamos dificuldade em compreender; assim como ele simplificou certos acordes no seu songbook. Mas não estou 100% de acordo com isso, porque pode parecer que subestima o público. De qualquer forma, pendo mais para a impressão que expus primeiro. E gosto tanto mais do Gil quanto mais delirante ele pareça. Quanto mais louco, mais lúcido ele parece. Acho-os, Caetano e Gil, respeitosos e comprometidos com as próprias idéias.

    O que eu já observei algumas vezes aqui é que muitas frases do Caetano dão margem a duplo sentido. Por exemplo:

    “Davi Moraes, Pedro Sá, Jaques Morelenbaum, Kassin e eu, pelo menos, achamos que Marcio Vitor é um gênio desde que o ouvimos tocar”.

    Ou seja, todos sabemos que Caetano está dizendo que DESDE que (tão logo o) ouviram tocar, o acharam um gênio. Mas há um outro sentido possível: Márcio Vítor é um gênio DESDE (ou seja, a partir do momento em) que o ouviram tocar. No primeiro sentido, Márcio Vítor já era um gênio antes de ser visto. No segundo, só depois (e só pelo fato) de ter começado a tocar para eles.

    Exemplos assim, aqui, já vi vários. Nenhum compromete seriamente o conteúdo (inclusive porque o segundo sentido acima seria estúpido o suficiente para ser automaticamente ignorado), mas Heloísa apontou bem um dos problemas que decorrem de um certo tumulto no texto. No dele e no nosso, como temos visto tanto por aqui.

  110. Marcos Lacerda disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:39 pm

    Há poucas experiências humanas tão belas e profundas quanto ouvir Caetano cantando. O canto dele supera, em mim, qualquer limitação, ou mesmo contradição, das coisas que escreve. Mas Caetano também é bom escritor. Estou dizendo isso porque fiquei assombrado ao saber que ele ouve pouca música.Ouve assim de forma aleatória, ou casual,não sistematicamente. Fiquei surpreso. Como o intérprete mais espetacular da música popular brasileira contemporânea, que canta lindissimamente bem canções como “Luna Rossa”, “So in love”, ” Ave-maria”, ” Samba e amor” ( com Bebel Gilberto ), ” Por toda minha vida” ( essa gravação só de pensar me dá arrepios ), “Pecado”, Tonada de Luna Llena”, ” Ia”,” Pé do meu samba”, ” Ronda ( na festa em homenagem aos 450 anos de São Paulo), ” Verdade” ( com gil, a cantora ), ” Tempestades solares ( espetacular!!!), “Escândalo”, e tantas outras, pode não gostar de ouvir música, achar “constrangedor” parar para ouvir música. Ouvir Caetano e sua música ( mesmo as que não foram compostas por ele, mas que com ele cantando soam como se fossem dele…) é daquelas experiências humanas de beleza íntima e misteriosa, que raras vezes temos. Beleza íntima que aponta para alguns dos mistérios mais profundos e expressivos da existência humana.

  111. Dimas Roque disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:48 pm

    O sonho de consumo dos meus seres da beira do Rio São Francisco é conseguirmos comprar uma camioneta que vimos uma vez em um programa de Tv. Dizia o cara que “o som tinha a mesma potencia de um Trio Elétrico”. Fico só imaginando eu chegando a uma praça com a meninada ouvindo pagode e eu ligar o meu bem ao lado dele com músicas do Cordel do Fogo Encantado, Zé Ramalho, Gil, Lenini, Caetano… Eles vão ter que nos ouvir!

    Não vou ficar aqui discordando o tempo todo da questão Pagode muito menos concordar com Caetano. Vamos seguir e esperar um novo comentário dele para poder emitir opiniões ou se alguém levantar algo diferente ao tema.

  112. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 9:53 pm

    Uma vez,eu estava passando pelo Jardim do Meier,quando vi uma boneca engatinhando na calçada.

    Juro que a visão era de um bebê de verdade,ali na minha frente,sussurrando “mamã mamã”.

    Na época eu tinha uma namorada que era louca por bonecas.

    Enquanto o camelô embrulhava o presente - e me embrulhava falando na durabilidade,qualidade do material importado,baixo consumo da bateria etc – eu antegozava as delícias que o presente me traria como recompensa,hehehe.

    Pra encurtar a história.Quando minha mina desembrulhou a boneca e colocou no meio da sala,me perguntem se engatinhou ou disse mamã ?

    Contei essa historinha real,porque tenho a mesma sensação quando leio os argumentos brilhantes,entusiásticos,e até eruditos dos fãs e simpatizantes do Psirico e afins.

    Fico no maior ouriço,vou correndo no youtube,e quando o som entra na sala…babau.

    O Psirico e afins,não engatinham,nem sussurram “mamã”nos meus ouvidos.

    É chato pra caramba…Queria tanto agradar…

    Castello gugudadá.

  113. Rogério Grillo disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:07 pm

    Salem, considero o seu post 107 o mais bonito já escrito aqui. Faço 40 anos em 5 de março e tenho procurado fugir dessa sensação de saudade. Meu tempo é AGORA. Sempre em frente.

    abraço.

  114. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:22 pm

    Meu queridissimo Salem, vejo que tu está cada vez mais poeta em seus discursos.

    Amei a sua visão em relação a citação de Caetano há muitas obras, e a imortalidade de CAe.

    Amei também o trecha da canção força estranha: “O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece”.

    Acho qeu eu como você tenho vontade de mudar o mundo sim… é uma missão morosa, que consiste em expôr meu ponto de vista e criar meus ideais de um mundo melhor.

    Não tenho muitas razões para ser um otimista nato quanto á essa mudança, mais decidi por natureza e uma força interna a ser tão otimista que vou lutar pelo mundo.

    Creio que é proíbido proíbir diz muito mais do que pensamos ou deduzimos. Há frases fortes nela, você citou algumas, poderia citá-las em sua grande maioria, mais como a própria canção diz, é proíbido proibir. Amei a versão do CAetano com Leny Godi no Circo do Edgard.

    Agora no último show Ce de Caetano, foi arrebatado muitos jovens pela linguagem atual de Caetano que abordava temas como sexo, ao qual a população ama, inclusive a Juventude.

    Poderia simplesmente dizer que se Caetano gravasse agora a Foreing Sound ou Fina Estampa, música clássicas LAtino americanas e Americanas, os jovens se lixariam, para tais canções.

    A juventude de hoje é estranha, há pouco vi pelo site da Globo, nova moda entre os jovens de Brasília: Filmar brigas e postar na Internet, moda maluca e agressiva.

    Ai os culpados são a Internet, os Vídeo- Games, o Computador, etc.

    Sempre arrumam um culpado para não cair nos jovens a responsa…ai é culpa do pai que tem que sustentar a casa trabalhando dia-a-dia e não tem tanto tempo para ficar com os filhos, etc…

    Poderia citar mil fatos para comprovar minha tese sobre a atual juventude, porém me trariam 1001 desculpas ou pontos de vista pra mostrar que estou errado, ou que não tenho razão…respeito tais comentários e tais reações, porém creio que meu modo de ver o mundo é um modo cruel, e verdadeiro, por isso dói tanto aos olhos dos outros.

    Repito minha admiração por ti Salém, que com seu modo claro de decifrar as coisas, tenta de um modo poeta reafirmar seu modo de ver o mundo, e creio que seu modo de ver o mundo, é de fato bem mais bonito que o meu, mais também é mais fantasioso.

    A Juventude de hoje segue por um caminho que é de fato o caminho errado, pois o jovem de hoje não tem limite para nada.

    Depois de diversos erros seria muito fácil, culpar A, B, C, pelos erros enfadonhos que há.

    Queria ter o poder de voltar o mundo e apagar alguns erros que ficaram marcados… Será que hoje em dia se houvesse a Ditadura Militar os jovens estariam tão errados como o são hoje.

    Eu por natureza sou todo errado, mais um todo errado maluco beleza, não faço mal a ninguém, desde que não me incomodem…caso sempre não o fazem, porque sabem que se não o bicho pega.

    Caetano disse em um especial a Tv globo: “Engulo muitos sapos, e muitas pererecas”. Creio que ao longo de meu pensamento já engoli ambas as coisas também, e acho íficil pra caráleo você ter que engolir sem poder expressar seus sentimentos.

    Por hoje creio que meu time extrapolou aqui e o Hermano já me acusou duas vezes de estar postando muito rápido…rs

    Portanto, fica aqui meu último post hoje, mais amanhã prometo estar afiadissimo para postar mais coisas, inclusive sobre a canção desde que samba é samba, que não é um samba…rs

    Abraços a todos e Bjus melados de uma segunda chata.

    Luiz Carias.

  115. Paulo Macedo disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:25 pm

    Querem enlouquecer? Visitem João Pessoa. O esporro diário produzido na cidade é assustador. São raríssimas as praias onde ainda se pode mergulhar sem escutar o som de um teclado eletrônico. São raros os bares onde se pode conversar. São raras as noites de sono. E a cidade a chorar…o som na praia e o desumano hábito de enlouquecer o próximo e a si mesmo.

    Mudando de assunto…

    Yes? No. A humanidade não merecia o rock progressivo. Certamente, não merecia. Poderíamos ter passado sem essa. Darwin teria formulado outra teoria se tivesse conhecido o ELP. O que era aquilo? Wellcome back my friends to the show that never ends.

    Continuo gostando de música, mas há 2 meses que só escuto Dave Holland (um vício), Mariana Aydar e Roque Ferreira.

  116. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:39 pm

    Lícia disse:

    “se não existissem regras ou normas conseguiríamos nos comunicar amplamente através da palavra?”

    Mas por que vocês ainda acham que a língua tal como a falamos (registro oral, portanto) não tem regras? A pessoa que fala “as banana”, não falaria jamais “a bananas”. Enfim, os falantes se valem, sim, de regras. E eu nem sou linguista e fico aqui tentando “dar aula” pra vocês.

    Ainda Lícia: “Será que não teríamos inúmeros dialetos só compreensíveis a pequenos grupos?”

    Isso me parece ser uma condição mesma dos diversos grupos sociais que partilham, como um de seus traços culturais mais profundos, a identificação linguistica. Para escutar os racionais mc’s e compreende-los tive que me inteirar de suas gírias e expressões absolutamente estranhas a minha realidade linguistica. Normal isso.

    Às vezes escutando gente que vem de certas regiões do Rio Grande do Sul, eu fico boiando também. Enfim, isso tudo faz parte de nossa diversidade linguistica. Não a tomo como um problema, mas como uma riqueza (e uma condição mesmo de nossa condição de país continental).

    “Isso não tornaria a aprendizagem de um novo idioma só possível através da escuta? Sim, porque se as regras valessem apenas para a escrita não chegaria o momento em que escrita e fala não se encontrariam mais?”

    Licia, eu não tenho condição de te responder isso. A não ser na base de meu “achismo” de interessado/diletante nestas questões linguisticas. Tenho a impressão que nenhum de meus socio-linguistas favoritos defensa que desprezemos a chamada “norma-padrão” - uma norma que nos serviria de referência. E, sim, cumpriria esta função de língua-geral.

    Permita-me citar o que leio (e gosto) de Marcos Bagno, acerca destas questões. Isso vai para o Caetano também:

    “É curioso como as pessoas, no que diz respeito à língua, tendem aos pensamentos dicotômicos, do tipo ‘isso é certo’ / ‘isso é errado’ / ‘isso pode’ / ‘isso não pode’ / ‘isso é português’ / ‘isso não é português’. Por causa dessa rigidez de critérios é que muita gente acredita - sem nenhum pingo de razão - que os linguístas querem abolir as regras padronizadas, que não é mais preciso corrigir os textos escritos dos alunos, que ninguém mais vai precisar se importar com a ortografia, e outras idéias igualmente estapafúrdias”

    E, em outro trecho:

    “Se é verdade que os linguistas advogam o estudo da língua falada na escola na escola e o dever de reconhecer o valor de todas as variedades linguisticas, ‘isso não significa que estamos dizendo que as pessoas não têm o direito a aprender a norma-padrão ou que não precisam aprender a escrever segundo convenções de seu tempo. Este é um direito de todos. Ensinar a norma-padrão e ensinar a escrever de forma eficiente é um dever do Estado’ (Scherre, 2002:247).”

    “Portanto, é absurdo e falso afirmar que os linguístas não se preocupam também com o ensino da língua falada e escrita mais monitoradas” (Isso tudo está no livrinho “Norma Oculta”, p.183-184).

    E, agora, especialmente para Caetano:

    “A norma culta não deriva de nada intrínseco ao portugês. Não há formas ou construções intrinsecamente erradas ou certas [...] Assim, o certo ou o errado deriva apenas de uma contigência social. Em todas as comunidades sempre se atribui a determinada classe uma ascendência sobre as demais. A classe de prestígio dita as normas de comportamento, a moda, o gosto por certo tipo de música… Assim também a escolha das variedades linguísticas entre as que estão à disposição dos falantes. Ao escolher uma, essa classe condena as outras variedades” (Ataliba Castilho, citado por Bagno -tambem no “A norma oculta”).

    Enfim, os linguistas (pelo menos os que eu conheço e admiro) sabem da importância de se dominar a chamada “Norma-padrão”. E sabem que isso cabe à escola. O que eles defendem, no entanto, é que isso não seja tarefa única do ensino de língua. E que isso não seja feito às custas da ridicularização e/ou menosprezo da diversidade linguistica - condição inescapável de nossa realidade linguistica. Ufa!

    Caetano, consegui responder algo?

    Abraços a todos e todas,
    luedy

  117. Samuel disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:42 pm

    Thom Yorke tá ouvindo o “Livro”!

  118. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:43 pm

    pink floyd - “echoes” [live at pompeii]

    http://www.youtube.com/watch?v=6y1bTyOMqqU&feature=related

    para que o pessoal relembre e tire suas conclusões. eu acho o máximo.

  119. Vagner disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 10:48 pm

    Além de HOME que é lindamente longa as outras músicas de David Byrne do disco novo ao lado de Brian Eno que considero belas são STRANGER OVERTONES e WANTED FOR LIFE ambas acho que cairia muito bem na sua voz e no seu suingue, aliás adoro seu disco com canções americanas, que alguns acham arrastado, LOVE ME TENDER que adoro, me lembra canção de ninar, tem uma canção muito linda de Morrisey, não me lembro o nome dela e nem do disco, nessa gravação tenho a impressão que é como se ele estivesse cantando no ouvido de alguém, mas voltando a David Byrne e Brian Eno, me emocinoei com SYRANGER OVERTONES. Não posso deixar de dizer que o teu blog é um luxo! E também que a gravação que ouvi aqui no blog de uma das canções de Aldir Blanc é muito boa, muito mesmo, vai entrar no disco novo? Quando sai? E por falar em ouvir música, outro dia na Rádio Eldorado FM/SP uma canção nova de Tom Zé com participação de Denise Assunção que achei demais de boa, acho que esta no disco novo, ainda não ouvi, quanto ao ouvir música, gosto de ouvir rádio e particulamente alguns programas de rádio, sempre aparece coisas boas e muitas surpresas, assim como gosto de descobrir coisas novas através de links como esses que tem no seu blog, outro dia ouvi também na Rádio Eldorado FM (site),no programa Conexões Urbanas, uma gravação muito boa de Elza Soares de ‘Aquarela do Brasil’ aquele Samba Enredo da Império Serrano.Quanto a música na praia, aqui em São Paulo tem a galera do barullho que transitam, que descem do morro, circulam nas favelas, com o som altíssimo, som em movimento:Funk muito funk obsceno, debochado e alguns engraçados, acho que de outra forma não ouviria, tocam outros sons também como um tipo de forró acelerado e nem um pouco sofisticado, como as vezes toca eventualmente RACIONAIS MC, que não curto muito. É isso. Até outro dia. Bjim

  120. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 9th, 2009 at 11:38 pm

    Wesley Correia,

    Penso que de modo algum na discussão sobre alto volume de som o tipo de som deva relevar.

    Senão meu velho, é censura, é polícia cultural.

    Eu, assim como Salém, gosto dos exemplos pessoais:

    Domingo de manhã, Maria Helena minha mulher, estava reclamando (ou protestando) sobre o Vitor e Léo rolando na vizinha. Eu disse a ela que o volume do vizinha estava mais baixo do que Billy Holiday, Ella Fitzgerald, Chet Baker, Bethânia e Cateno que ela ouve.

  121. Alan disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 12:22 am

    Música na praia é realmente o fim da picada. Agora, perdoem-me mas pagode nem baiano nem paulista ( que alguns chamam de sambabaca ). Pagode para mim é Jovelina, é Clementina, lá no fundão quente dos quintais. Acho uma temeridade chamar de pagode qualquer outra coisa, que chamem, porém…

  122. Carlos Gomes disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 12:57 am

    Li no blog de antonio miguel do o globo que o disco novo de caetano sairá no dia 17 de março…

    isso confere?

  123. Carlos Gomes disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 1:04 am

    caetano,

    estarei na abertura do carnaval de recife pra te ver cantar, faz um tempo que tu não vem por aqui…

    bem que merecia um post sobre a abertura que tu irá fazer com naná vasconcelos no marco zero de recife. não merecia?

    p.s.: Gostaria de poder cantar pra você umas músicas que fiz no meu violão e gaita canhestras. gostaria de cantar um poema de álvaro de campos musicado por mim, barrow on furness que pus o título de reles… bem, o post já irá me satisfazer…

    abraços iconoclastas

  124. César Lacerda disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 1:39 am

    As guitarras mais bonitas do mundo são as do Harrison e do Gilmour. Valeu pela lembrança, Glauber.

    —————————————————————————————————————————————–

    Hermano, achei o ‘Merzbow’ engraçado (inclusive pelo fato do cara ter lançado mais de 50 discos). Mas prefiro Kurt Schwitters. E o ‘Boredoms’ é muito progressivo. E encaixa perfeitamente na minha teoria do compasso simples. Nas apresentações que assisti no Youtube está tudo em 4 por 4. Solos de bateria em compasso binário com intervenções eletrônicas primárias.

    Radiohead está muito mais para Beatles a Boredoms ou Merzbow. E isso explica o traço antropológico. Mas sobretudo, o traço musical do grupo.

    Com relação à “fugir pra frente”, ouve aí Hermano:

    Helmut Lachenmann:

    http://www.youtube.com/watch?v=AVIHxY7wwRo

    Brian Ferneyhough:

    http://www.youtube.com/watch?v=OHntTsE-5wQ

    Quando falei sobre percussão brasileira, esqueci de mencionar que me referia àquilo, que numa linha tênue e perigosa, podemos chamar de ‘inventado’; o(s) samba(s).
    Recentemente, assisti ao “Baixio das Bestas” e fiquei maravilhado e espantado com a cena do Maracatu Rural. Estava acostumado com aquele ritmo em 4 por 4, com as alfaias em síncope. Mas aquele Maracatu não tinha nada a ver. Nem instrumento grave tinha.
    Nossos argumentos (quase) se complementam, Hermano. =)

    Cores e Ritmo do Maracatu Rural:

    http://www.youtube.com/watch?v=4Lo0cg_pIRQ

  125. gil disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 2:37 am

    Podemos voltar a questão da Academia Brasileira de Letras mas antes Salém eu gostaria de refletir um pouco mais sobre essa afirmação que “Caetano nunca etseve tão próximo da molecada”…francamente? Não me parece, não tem nem sentido. Caetano está conosco e muito longe da molecada assim como nós, não vamos nos iludir. A molecada está muito longe e não pense que nosso convívio paternal com nossos filhos nos aproximem tanto deles assim…aproxima numas, mas somos de gerações diferentes e mais, TEMOS QUE SER DIFERENTES. ERa só o que faltava, Caetano nunca esteve…esteve sim, Caetano foi O CARA pra nossa juventude, hoja não é nem poderia ser para os meninos que estão vindo aí. Caetano é Caetano Veloso e pronto, é nosso e pronto. Não vamos ficar criando ilusões Salémzinho…tá lindo.
    A questão da ABL se insere na menrtia como queremos ver nossas instituições. Um país com democracia novinha como o nosso e com tão pouca educação, vira e mexe passa por cima de suas instituições, que são frágeis, e parecem distantes. Temos que nos jogar sobre elas, para que elas de fato nos representem, para que de fato a gente construa a cidadania com instituições.Só temos nossos times de futebol e escolas de samba, precisamos mais.
    Precisamos qualificar…vamos apagar o quadro negro…vamos relaxar…vamos imaginar uma Academia…só nós…vamos olhar…quem nós colocaríamos lá? Caetano, Chico, Gilberto Gil, quem mais…vamos…ok…agora olha de novo…eu escolho Caetano…pronto…só isso…com a cabeça e o coração limpinho…e foda-se Sarney, Dr. Botox, Mágico, fodam-se…foda-se tudo…tá zero a zero…é com a gente…então…daí…eu saí naturalmente com Caetano pra ABL. Eu parto do zero, parto de coração limpo, parto de alma lavada, como se tudo começasse agora, porque começa também Salém….nosso tempo é esse, a Academia é para o nosso tempo, somos nós que devemos influir na Academia e são os nossos que devem ocupar seus lugares entende, caso contrário a gente fica sem trânsito, de fora e o mundo vai passando e nós também Salém, a gente envelhece e é finito, e tá lindo….

  126. gil disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 2:45 am

    O CÊ é pra eu me sentir com 18 anos, o garoto de 18 anos não tem nada a ver com aquilo, nem poderia, nem entenderia…eu ouvi 5 milhões de vezes CÊ, eu adorei aquele disco, fazia tempo que eu não gostava tanto de um disco de Caetano como aquele…a revelação da expressão lusitana pra Vou Gozar é simplesmente antológica, é o ó do borogodó, a gente nunca viu os pais transando né? A gente veio dali…expressar isso é de uma beleza …o que seria mais que beleza?

  127. gil disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:36 am

    Her mano e seus futurismos…o futuro é antes, olha pro umbigo. Mas Reidiorrédi é muito chato sempre…não sabem ser tristes, são aguados, branco azedos…tá por fora Reidiorrédi. Rico triste é doença, pobre triste é que é bacana.
    Mosqueteiro, chorei tanto hoje aqui diante da telinha que ela veio perguntar o que estava acontecendo…foram os sambas enredo que vc me mandou…me descontrolei geral…eu disse a ela que eu vivi aquilo muito, ia todo dia pro terreiro, todo dia mesmo, tem gente que ia na igreja, outros no clube, e tinha o pessoal que ia pra escola de samba…é uma lembrança ancestral ehehe…e que não volta mais, eu fui não sou mais, o tempo…esse carrasco.

  128. Caetano Veloso disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:04 am

    Adorei a timbalada do Radiohead. Mas não dá pra comparar com Michael Jackson. Radiohead é bacana. Mas Michael Jackson é mais que demais. Agora, entra samba e sai samba da maionese do Yes e nada transcende.

    Glauber, Pink Floyd eu gostava (não muito).

    Luedy, não. Você não respondeu à minha pergunta. E os textos do Bagno selecionados são paupérrimos! Meu Deus, é isso? Hoje eu pesnei que tinha te visto no Mídia Louca, mas não era você (Tusé também se enganou por uns segundos). Fiquei decepcopnado.

    Heloisa, é “lhe levar outra vez” (Dolores canta assim). Tom corrigiu. É pena. Muitos cantam “te levar” (é como eu cantaria hoje, habituado ao “você e tu” do Rio).
    Mas você disse que às vezes ATÉ fala “em um” em vez de “num”. E que foi ensinada assim (na liguagem escrita?). Não lembro de ouvir nenhuma restrição a “num” na escola. Não ouço falantes brasileiros de nenhum lugar dizendo preferencialmente “em um”. Pelo menos não entre pessoas da minha idade ou 10, 20 anos mais novas. Agora leio nos jornais. E ouço algumas pessoas jovens dizendo. Não considero o fato regional. Perguntei apenas se era regional (exagerando comicamente uma possibilidade remotíssima) no caso da Adriana com “noutras”. Não era nem mais “em umas” era “em outras”, menos estranho. E que onda é essa de implicar com a palavra onda? É uma das palavras que mais uso em conversação. Não está ligada a nada regional. Pode estar ligada a moda, novidade, mania, tudo menos característica regional (não me desentenda: pode haver ondas regionais, mas não foi disso que falei).

  129. Vero...com...PICUINHAS...Veriño disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:50 am

    CAETANO MÍO,….”meu mestre”…..
    HOW TO WRITE TO BE INCLUDED? UNDERSTAND? Oohh! TO BE OR NOT TO BE? THIS IS THE QUESTION…para la comprensión o el entendimiento…aportaré, yo, con una posible “respuesta”?…al verme seducida por una extraña “palabrita” para mi castellano de origen, explayo a continuación, aplicando, “O Escurecimento da minha Dialética”, con no más que un resumido “cuentito”, que dedicaré en especial grado a las llamadas “PICUINHAS” de nuestra querida Heloisa. Para escurecer a minha dialética relato um conto De la sabiduría sufi.

    Heloisa, se você adora “tudo”, entao nao pode haver “menos”, o que se pode é “nada” dessas “PICUINHAS”?

    PESSOAL….ATENÇAO!!, A MOVER AS CABEÇAS…ou como disse Salem: (eu, te dou nota DEZZZ!!em todas as “categorias”)… “AS TESTAS”.

    El maestro sufi contaba siempre una “parábola” al finalizar cada clase, pero los alumnos no siempre entendían el sentido de la misma…

    - Maestro- lo encaró uno de ellos una tarde- tú nos cuentas los cuentos pero no nos explicas su significado…
    - Pido perdón por eso- se disculpó el maestro- Permíteme que en señal de reparación te convide con un rico durazno (pêssego).
    - Gracias maestro- respondió halagado el discípulo.
    - Quisiera, para agasajarte, pelarte el durazno yo mismo. ¿Me permites?
    - Sí, muchas gracias- dijo el alumno.
    - ¿Te gustaría que, ya que tengo en mi mano el cuchillo (faca), te lo corte en trozos para que te sea más cómodo?
    - Me encantaría…pero no quisiera abusar de su hospitalidad, maestro…
    - No es un abuso si yo te lo ofrezco. Sólo deseo complacerte…
    Permíteme también que lo mastique antes de dártelo.
    - No maestro , ¡no me gustaría que hiciera eso! – se quejó sorprendido el discípulo.

    El maestro hizo una pausa y dijo:

    “Si yo les explicara el “sentido” de cada cuento…sería como darles a comer una fruta masticada”.

    Beijos muitos “picuinhas” para todos. Veriño.

  130. Vero...com...PICUINHAS...Veriño disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 8:31 am

    Después les cuento mis idas a la praia, aquí no hay barracas com música estridente, no existen…tal vez em algúm otro lugar que yo no sepa…aahhh en Punta del Este alguna movida de vez en cuando…para que los “turistas” se anímen a… consumir??…mais hay outros “ruidos” incómodos…aaahhh! y a mí también me molesta demás volúmen alto, de música ajena, peor…emfin les cuento más adiante.

    GLAUBER!, adore saber de Carlos Careqa, obrigada, me vi todos os vídeos que há no You Tube, é sensacional, suas letras tem um humor inteligente e muito divertido (até ele, que figura)…e em muitas “cosinhas” que ele disse está muito certo…é gênio! sim…ri muito. Beijo grande pra tua gentileza.

    Posto link com uma música dele, que fala da língua…já que falamos da tao “falada” língua aquí…

    …fala, fala, fala…gente!e nao diz nada?
    Língua De Babel, http://www.youtube.com/watch?v=g33THz9_TYg&NR=1

    JOALDINHO, logo, logo, por outra banda te escrevo…ME CHEGOU teu carinho, mando ainda um “poquinho” mais grande pra você. Veriño.

  131. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 9:06 am

    HERMANITO. ESSA É QUE VALE:

    CARIAS

    Cê disse assim ói:

    “creio que seu modo de ver o mundo, é de fato bem mais bonito que o meu, mais também é mais fantasioso.”

    Não vejo o por quê dessa afirmação. Minha escrita pode ser imagética, mas fui realista. Estava acenando para um fato: usar o discurso de É Proibido Proibir pra desqualificar a “juventude de hoje” me parecia um erro. O que disse não é necessariamente correto, mas não é uma fantasia.

    Carias, as suas afirmações são escritas de forma menos imagética, mas também podem estar carregadas de exagero, ou fantasia. Por exermplo:

    “A Juventude de hoje segue por um caminho que é de fato o caminho errado”

    Essa é uma frase mais fantasiosa do que todas que produzi no comentário anterior à respeito de É Proibido Proibir, com opiniões quetionáveis, mas lúcidas.

    Você disse isso aqui também, ói:

    “Será que hoje em dia se houvesse a Ditadura Militar os jovens estariam tão errados como o são hoje.”

    Não havia uma interrogação no final da sua frase, o que me fez crer que você escreveu uma pergunta com a resposta que queria já embutida.

    A tua afirmação-pergunta saudosista está à beira de defender a Ditadura como justificativa para que na época existissem jovens “certos”. E em oposição aos de hoje: os “errados”. Esse é o retrocesso que temo.

    GIL

    Cê disse assim ói:

    “Caetano está conosco e muito longe da molecada assim como nós, não vamos nos iludir. A molecada está muito longe”

    De que “conosco” você está falando? Estamos em um blog, rapá. Não somos um partido político, uma ONG ou um grupo de ex-jovens entendidos em Caetano Veloso. Uma geração superior?

    Aqui há gente de gerações diferentes que comentam. Dos que revelaram a idade, há gente de 20 a 50 anos. Trintinha de diferença. Tá bom procê? E fora os que lêem e não comentam. Torço pra que haja gente mais jovem.

    Vocês metem o pau na molecada, mas se blindam separando a “nossa” geração, sempre supondo uma superioridade. Tô fora.

    Às vezes me sinto prolixo. Mas se o que eu escrevo só serve pra alguns do grupo “conosco”, o prolixo vai “pro lixo”.

    Não gosto de geriatria intelectual. Não gosto de pensar que faço parte de um “conosco” superior. Não gosto do bigode do Aloisio Mercadante. Não gosto de ex-jovens carentes. Não sinto nada nesse caminho.

    E olha que sou fã de Orlando Silva!

    Gabeira se tornou o cara que é, porque não embarcou nessa roubada. Tinha tudo pra ser o símbolo do pensamento saudosista, mas ele não queria virar um fóssil sessentista.

    na testa

    salem

  132. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 9:39 am

    “A insistência num timbre agudo de teclado, que soa quase como um assovio, irrita um pouco depois de algum tempo”.

    Pois é,Nando.No final sobra pro tecladista.
    Não arranca pedaço,não desmerece, nem desautoriza, nem deslegitima nada nem ninguém,mas também não toca no âmago da questão.

    Sou de opinião que os músicos são os grandes responsáveis pelo sucesso do carnaval baiano.
    Se gozassem de mais autonomia estética fariam coisas do arco da véia. ( mais ainda do que já fazem )

    O que acontece,é que,entre os silvos do teclado e os privilegiados ouvidos atingidos,com certeza,existe a figura do maestro da banda,responsável pelo “banho de loja” tão ao gosto da classe média ( desculpe Salem maifrém ) identificada com o esporro,que felizes empresários,bancam como a fina expressão da arte musical baiana contemporanea. ( carioca e alhures )

    Timbrar o instrumento com sons de Vangelis ? Nem pensar.Além de sumir no meio da massaroca sonora,voce vai quebrar o sotaque da zoeira.
    Tem que ser o som de buzina de caminhão mermo,como você comentou em algum lugar da OeP.

    Fui chutado recentemente de uma banda de baile por discordar do “maestro” (tô rolando a ribanceira rumo ao ostracismo hehe ).
    O cara chegou ao requinte de subir no palco pra mandar eu aumentar o volume,que pra mim já estava alto.

    E aí ? Adianta voce argumentar com o sujeito que música tem dinâmica,tessituras,cordas caminham em fade in e fade out constante, etc ?
    Neca de pitibiribas.A ordem é compactar,embolar tudo e mandar nos ouvidos desavisados,porém cúmplices.

    Entre o Vangelis desempregado e o trio elétrico arreitado …a escolha é livre.
    Respeitemos os profissionais.
    Todos êles.

    Castello.
    Desafinando a banda dos contentes.

  133. Vianna Vana Caravana disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 10:35 am

    Olha o povo abusa mesmo volume sonoro.Parece que há uma vontade de contagiar-nos a qualquer preço com seus gostos,seu gosto.Hoje em dia um artigo indispensável mesmo é o protetor auricular.Não sobreviveria sem um.Dormir ou acordar com qualquer um destes estilos populares atuais ou com a voz do Lula não é o tipo de ilusão mas agradável de se ouvir.A gente tem que estar muito aceso,caído na real,porque sonolência e a calada da noite não combinam nada com histeria e o entorpecimento a base de aditivos acaba por ter reações adversas.Rebainho de cordeirinhos que queiram seguir um sempre o único a toda hora perpleasefavore usem seus foninhos de ouvido que todos merecem se felizes.Até os chatos.Fones de ouvido grupais para tribos gerais como gerêrê sem maré,podem ser boas invenções já que educação anda perdendo para tecnologia.

  134. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 10:37 am

    AÍ ESTÁ O DISCURSO DE CAETANO. PRA QUEM QUISER LER E COMPREENDER À LUZ DO TERCEIRO MILÊNIO. SEM FANTASIA. OU COM.

    Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir ess estrutura e fazê‑la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu!

    Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém. Vocês são iguais sabem a quem? São iguais sabem a quem? Tem som
    no microfone? Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores! Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada. E por falar nisso, viva Cacilda Becker!
    Viva Cacilda Becker! Eu tinha me comprometido a dar esse viva aqui, não tem nada a ver com vocês.
    O problema é o seguinte: vocês estão querendo policiar a música brasileira. O Maranhão apresentou, este ano, uma música com arranjo de charleston. Sabem o que foi? Foi a Gabriela do ano passado, que ele não teve coragem de, no ano passado, apresentar por ser americana. Mas eu e Gil já abrimos o caminho.
    O que é que vocês querem? Eu vim aqui para acabar com isso!

    Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil. Gilberto Gil está comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Acabar com tudo isso de uma vez. Nós só entramos no festival pra isso. Não é Gil? Não fingimos. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim. Entendeu? Eu só queria dizer isso, baby. Sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem… se vocês, em política, forem como são
    em estética, estamos feitos! Me desclassifiquem junto com o Gil! junto com ele, tá entendendo? E quanto
    a vocês… O júri é muito simpático, mas é incompetente.

    Deus está solto!

    Fora do tom, sem melodia. Como é júri? Não acertaram? Qualificaram a melodia de Gilberto Gil?
    Ficaram por fora. Gil fundiu a cuca de vocês, hein? É assim que eu quero ver.
    Chega!

  135. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 10:47 am

    Oi, Caetano e pessoal.

    Num outro post, parece que a Lícia ou uma outra pessoa falou em Bagno a respeito de Sampa e postou Pasquale. A diferença é que o português de São Paulo, para os linguistas, é perfeitamente explicável e não é nada esquisito. Bagno lembra que o português carioca já foi imposto como padrão no belcanto e até nas escolas.

    Caetano, o povo inventa línguas, esse verso é lindo, etc. Mas o povo também é o Jerônimo de terra em transe: Tá vendo o que é o povo? Um imbecil, um analfabeto, um despolitizado!
    Enfim, o povo é complexo, é mito da burguesia, para isso vide Glauber.

    Seria mais bonito dizer que os gênios ditam a gramática, mas não sei se seria verdade. A gramática do português, suponho, foi tirada a partir do Camões, mas parece que a primeira gramática surgiu no século XI ou XII. O ponto principal que estamos tentando exemplificar é que é existe uam razão para o “menas” que pode ser explicada na escola, mas eu nunca quis erigir “menas” em PP (português padrão).

  136. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 11:07 am

    Bom dia Blogueiros, ó eu aqui de novo.

    Salém meu querido e grande intelectual amigo, creio que tu realmente tem uma visão diferente a minha em relação a juventude atual.

    Creio que por tu já ser pai, tu protege demais os jovens deforma aguerrida e patrnalista, te entendo meu caro.

    No meu caso faço parte desta juventude que digo não está no caminho certo, nãosó te garanto isso, como afirmo de forma Veemente que o caminhoque 90% do caminho que os jovens seguem hoje não é o caminho correto, infelizmente.

    Vamos começar pelabase da educação, a Escola. Hoje em dia, as escolas não educam mais os filhos, ou crianças ou jovens, como educava a 20 anos atrás, hoje em dia um professor além de ganhar uma merreca, é obrigado a ouvir e escutar insultos de alunos que infelizmente não tem respeito nenhum com o profissional que trabalha duro para dar seu melhor aosalunos.

    A família pode ser visto como um outro exemplo deste tipo de situação vexatória que temos com os jovens hoje em dia.

    Sábio Caetano que disse que tipo de juventude é essa?

    Não me refiro agora a canção é Proíbido Proibir, nem a frase executada no Festival, digo como um crítico a nossa juventude. A sexualidade hoje está mais aflorada, mais visivel, mais aberta, o número de garotos homossexuas no mundo é algo alarmante, e de garotos suicidas também.

    A juventude de hoje volto a dizer e afirmar só pensa em: Festa, Drogas e Sexo. Não se preocupa mais tanto com trabalho, nem com a situação de sua família o real pro jovem de hoje é viajar no agra, sem pensar no amanhã.

    Por momento é isso…
    Saudações aos jovens que são todos errados.

    Luiz CArias.

  137. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 11:18 am

    Caetaníssimo

    O uso do proneme indireto LHE me incomodava em “Por Causa de Você”. Não pela incorreção, mas pela sonoridade.

    No entanto, ele aparece de um jeitão bacana em alguns sambas como “Cuidado Com a Outra” de Nelson Cavaquinho.

    Vou abrir a porta,
    Mais uma vez pode entrar.
    É dia das mães,
    Eu resolvi LHE perdoar.

    Há um bom tempo atrás, ouvi muita gente dizer que esse uso do proneme indireto era um desejo dos sambistas de falar bonito.

    Uma hipótese que agora, com certa simetria, parece com o jeitão sócio-linguista de concluir coisas em nome das classes “desfavorecidas” (que palavrinha, heim?) “Desfavorecido” como carente de “favores”.

    Cartola, Nelson, Silas e outros tantos, experimentaram conjugações e vocabulário vindos da “norma culta” correndo os riscos do erro e do acerto. Acho isso espetacular. É a marca de um momento em que o samba era reconhecido pelos abastados e os sambistas também se aproximavam das “normas”. Pra mim, trânsito, Pra outros, preconceito.

    Orestes Barbosa e João de Barro dominavam o “bom português” com maestria. Com eles, às vezes rolava o oposto. Tentavam popularizar suas letras. Tudo isso é magnifico. Mais do que os opostos, eu amo a fronteira. É nela que está ou o encontro, ou o abismo.

    beijo-lhe a testa

    salem

  138. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 11:22 am

    oi César, claro que se complementam: sou fã de Eliane Radigue ( http://en.wikipedia.org/wiki/Eliane_Radigue - nã existe ninguém melhor do que ela ), de Luigi Nono (A Carlo Scarpa está na minha lista de 10 melhores músicas de todos os tempos ), de Giacinto Scelsi, de Luc Ferrari, de Morton Feldman, de Rodolfo Caesar, de Gavin Bryars, de Bernhard Gunter etc. etc.

    (tenho o CD do Lachenman com Pression, para violoncelo)

    e também das percussões ionizadas do Varèse etc.

    se a comparação for com Beatles: Radiohead continua precisando de muito feijão ainda…

    escute mais Boredoms - é música que deixa a gente feliz da vida - adoro, por exemplo, este 4 por 4 aqui: http://www.youtube.com/watch?v=3HA097VqYwk - performance quase tão interessante quanto os helicópteros do Stockhausen

    Caetano: gosto justamente do que não transcende no Yes - é bem kitsch e over-the-top - a banda abria os concertos com a gravação da Sagração da Primavera - Siouxsie and The Banshees também - o pop tem mania dessas coisas… às vezes transcendência (mesmo a do Psirico) cansa…

  139. Eduardo Luedy disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 11:55 am

    puxa, Caetano!
    E eu achando que iria te convencer dessa vez!! rsrsrsrsrs
    Olha, eu não sei o que é “paupérrimo” no texto de Bagno (tem uma citação a Scherres e a Castilho ali). Eu acho ele (eu estava pra escrever “eu o acho”, mas quis manter minha coerência revolucionária) claro naquilo que ele está explicando. Se não há nenhuma proposição teórica avançada, há uma tentativa de explicar que os linguistas não menosprezam a importância de nos servirmos de uma “norma-padrão”. Ao mesmo tempo, ele busca respaldar a noção de que não há valores intrínsecos na língua. As noções de certo e errado precisam ser colocadas em contexto.
    Eu já dei tantos exemplos aqui (fornecidos pelos meus linguistas favoritos) de como a língua tem mudado e de como certas mudanças passam a valer como signo de “correção” e “elegância” e outras formas (tal como certos arcaísmos renitentes nos falares de pessoas que vivem longe dos grandes centros urbanos, com pouco acesso à escolarização formal) passam a ser tomados como “língua estropiada”, “matutês”, “caipirês” - “língua popular”.
    Enfim pra mim é muito claro que quem tem poder e consequentemente prestígio social vai fazer valer seus valores e seu padrão.
    Helóisa, help!
    [bacana é ver que o Wesley e o Lúcio Jr tem me acompanhado nestas minhas digressões]

    E quanto à mídia louca, era um sócsia meu?
    Oh… se a gente não se encontrar neste final de verão eu tb vou ficar muito desapontado.

    Caetano, procure por favor em qualquer gramática uma definção de “Norma culta” ou “norma padrão”. Pense depois no psirico, nos racionais, na tati quebra-barraco. Depois vc me fala como é que, nas gramáticas normativas, a cultura popular é pensada/concebida.

    Se isso não te convencer de que há certas implicações problemáticas aí [para pensarmos sociedade, cultura e educação]… eu desisto! rsrsrsrsrss
    abraços,
    luedy

    ps. Hermano, que bom que você está nos mantendo informados. Queria ter mais tempo para acompanhar todos os links.

  140. Lícia disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 1:05 pm

    Gil,

    Concordo com todas as letras do comment (122) massa!

  141. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 1:52 pm

    fiquei tão indignado com a infeliz frase dita aqui sobre a tristeza dos negros ser melhor que a dos brancos, que peço a todos que ouçam esta maravilha.

    “jimmy heap & the melody masters” - “cry, cry darling”

    http://www.youtube.com/watch?v=DCGoxtKPe34

    ………………………..

    hermano,
    cê já deve conhecer, mas acho bacana colocar isso aqui também. grandes sons!

    “afrodizz”

    http://www.youtube.com/watch?v=eNeRVCGyAO4

    “pharcide”

    http://www.youtube.com/watch?v=1hZKN4AZ63g&feature=channel

    [percebam o violão gilberto gil, hehehe]

    ………………..

    e mais tristeza branca. “lefty frizzel” - “release me”

    http://www.youtube.com/watch?v=MouSEX0-dlc

    vou ali tomar meus remedinhos…

  142. Celso de Carvalho disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 2:38 pm

    Já que Kaytanow pincelou Moreré e não deixamos o samba morrer nunca, me lembrei de Leoné, o último trovador de samba do Moreré.
    Vou deixar para outro comment a incrível história da ligação entre o bairro da Graça, sua igreja antiga, Catarina Paraguaçu e a ilha de Boipeba (no santo google tem como os mais curiosos se adiantarem neste assunto).

    Leoné era um catador de marisco, estava velhinho e desapareceu em Salvador, onde foi tratar uma doença nos olhos. Mas o vi trovar e derrubar os mais novos com sua astúcia e rapidez no bar do falecido Paulo. E levei ele até em casa e registrei em fita cassete algumas quadras suas na sua própria voz. Pena que ele foi o último e lá, as trovas morreram (será?). Assim, para deleite geral, quadras originais de Leoné ( o mote “Ê Mulher, É samba do Moreré” é de autoria do próprio, segundo ele, e eu já ouvi em roda de capoeira ).
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Mulher cabeça de vento
    Juizo mal governado
    Assim como Deus não mente
    Mulher não fala a verdade
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Maria Eulália quem te deu esta medalha?
    Ô Maria Eulália, quem te deu esta medalha?
    Ai Ai…
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Colchão de pano, ê meu lençol de qualidade
    Travesseiro de suspiro, lenço que mata saudade
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Ê Mulher, É samba do Moreré
    Ai, ai…

  143. César Lacerda disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:25 pm

    Hermano,

    Não entendo essa sua cisma contra o Radiohead! Porque banda OK pra mim é ‘Siouxsie and The Banshees’ http://www.myspace.com/siouxsieandthebanshees , ou ‘Blur’ http://www.myspace.com/blurtheband , ou ‘Bikini Kill’ http://www.myspace.com/bikiniriotkill , ou ‘Bauhaus’ http://www.myspace.com/officialbauhaus …

    Mas Radiohead????? Acho o ‘Kid A’ umas das coisas mais brilhantes da música pop de todos os tempos! E o ‘Hail To The Thief’, o ‘OK Computer’ e o ‘Amnesiac’ também!!
    Explicaê, Hermano, a “”””””””””””suposta””””””””””””” falta de feijão!!

    E… Ouça(m) “15 Step” (In Rainbows) na versão de estúdio e vejam como aquilo não tem nada a ver com nada a não ser com Radiohead e Hip-Hop. http://www.myspace.com/radiohead

    Aliás Hermano, ouvindo suas indicações orientais achei que você adoraria (você já deve conhecer) ouvir Naked City http://www.myspace.com/nekkedcity

    ————————————————————————————————————————————-

    Carias,

    O que você chama de caminho certo?
    The American Dream?!?! Que papo é esse de garotos suicidas e homossexuais?
    Você se lembra do Werther? Cara, acho que você entendeu tudo errado…

    “Não gosto de geriatria intelectual. Não gosto de pensar que faço parte de um “conosco” superior. Não gosto do bigode do Aloisio Mercadante. Não gosto de ex-jovens carentes. Não sinto nada nesse caminho.”
    To com Salem! E olha que tenho 21 anos! =)

  144. gil disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:34 pm

    Salém…assim não vale…Salém , calma…vc é o cara…depois vc vai trocar desCARETIZAÇÃO por desCARACTERIZAÇÃO…uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Eu não tenho nada a ver com Carias simpesmente por que não tenho. Eu não falo em juventude nem em jovens, quem falou foi vc…e o Carias. Eu simplesmente ponderei com vc sobre sua frase de que “Caetano nunca esteve tão próximo da molecada”…eu não acredito nessa frase, sós isso. Eu nem quero saber quem é a molecada, não me comprometa, o que eu sei é que não tem molecada por aqui não Salém…entre 15 e 25 anos aqui não tem não, ou muito pouquinho, e olhe…25 anos é molecada??
    Mas essa nem é a questão, meu ponto, olha ele aí, é que Caetano vem com a gente, COMO É LÓGICO, e não tem essa…ouça o CÊ, veja a temática das músicas, a sonoridade, o que vc quiser…não tem nada, nada a ver com molecada. A molecada é linda e está no sol, deixa a molecada, evoé jovens à vista. Temos muito compromissos com a molecada, ainda bem que temos Caetano, mas temos que criar trânsito, melhorar o caminho que está interrompido, não se esqueça. Precisamos do ITUNES pra incluir a música brasileira no mercado internacional da música, ou precisamos inventar um jeito de criar a nova plataforma de desenvolvimento para a música, para a juventude brasileira surfar em paz e ter o que comer também…Não quero me exceder nesse comentário sobre esse assunto…eu adoro a meninada tanto quanto vc e Caetano…eu acho a juventude o máximo sempre, espero que envelheçam bem eheheh…minha consideração não tem nada a ver com a do colega que vc misturou maudosamente ( que vc também é mau…como todo mundo, mesmo sendo o cara)…
    mas Salém, tá dito, e estamos ó…juntinhos hein…eu e vc , vc e eu…juntinhos!!! kiss kiss bang bang

  145. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:38 pm

    Carias, desisto.

    Deixo aqui um pout-pourri de frases do teu último comentário. Se alguém quiser dar pitaco, que dê. Pra mim, você se auto-responde. Tem até mistura de homossexualismo com suicídio. Só faço uma observação: “eu não sou um intelectual, não”. Escrvo mais ou menos certinho porque estudei em escola boa, convivo com gente talentosa e leio uns livrinhos.

    Bom… Pra minha surpresa você começa com:

    “faço parte desta juventude que digo não está no caminho certo”

    e termina com:

    “Saudações aos jovens que são todos errados.”

    Se você faz parte e estão todos errados, você também está.

    Tem mais:

    “Hoje em dia, as escolas não educam mais os filhos, ou crianças ou jovens, como educava a 20 anos atrás.”

    Você como jovem sabe mesmo como eram as escolas HÁ 20 anos? Talvez você não seja tão jovem assim. Ou é?

    “A família pode ser visto como um outro exemplo deste tipo de situação vexatória que temos com os jovens hoje em dia.”

    De que família (no singular) cê tá falando?

    “…digo como um crítico a nossa juventude.”

    Entendi. Um jovem crítico da nossa (sua) juventude.

    “A sexualidade hoje está mais aflorada, mais visivel, mais aberta.”

    Isso é ruim?

    “o número de garotos homossexuas no mundo é algo alarmante e de garotos suicidas também.”

    Sem comentários.

    “A juventude de hoje (…) só pensa em: Festa, Drogas e Sexo. Não se preocupa mais tanto com trabalho”

    Eu, até os 20 anos, pensava mais em sexo, drogas e festas. Depois fui procurar trabalho, não para negá-los. Mas pra financia-los com dignidade.

    Drogas não uso, porque me fazem mal. Sexo e Festas eu amo. E trabalho, graças a Deus, pra mim está cada vez mais próximo do que sinto nas festas. Se gozar, melhor. Mas eu não sou jovem. Sou velho.

    não vou te beijar a testa, pra evitar uma interpretação sexista

    salem

    salem

  146. Lícia disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:38 pm

    Lúcio, não fui eu quem falou de Bagno.

    Carias, de onde você tira essas opiniões sobre a juventude de hoje? Estou passada com a sua visão. Conheço um sem número de jovens que trabalham e que ainda vêem no estudo (seja lá sobre o que for) uma possibilidade mais segura.
    Você disse: “…o número de garotos homossexuais no mundo é algo alarmante, e de garotos suicidas também”. Que raio de afirmação é essa? Conheço sim adolescentes que já estão assumindo que são gays ou bissexuais desde cedo, mas não vejo nisso nada de alarmante e sim um sinal de maior liberdade e coragem.
    Juntar em uma mesma frase homossexualidade e suicídio dando a entender que são questões de igual teor, isso sim é alarmante!

  147. César Lacerda disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:38 pm

    gil, você é muito carioca meRmo. =/

  148. gil disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 3:53 pm

    Vocês metem o pau na molecada,

    ONDE? VCS QUEM? SALÉM…SE LIGA…ONDE VC VIU ISSO…DESCOMPENSOU?

    mas se blindam separando a “nossa” geração, sempre supondo uma superioridade. Tô fora.

    DE ONDE VC TIROU ISSO? PIROU? BLINDAM? NOSSA GERAÇÃO? EU HEIN…

    Às vezes me sinto prolixo. Mas se o que eu escrevo só serve pra alguns do grupo “conosco”, o prolixo vai “pro lixo”.

    CONOSCO SIM CUMPADRE, OU PRO LIXO…AFINAL EU PENSEI QUE VC ESTIVESSE ESCREVENDO PRA MIM…PRA NÓS…AQUI…NO BLOG…CONOSCO…PIREI? TÔ IMAGINANDO COISAS?
    VC FICOU IMPRESSIONADO COM MEU “CONOSCO”, CUMPADRE, INFELIZMENTE É ASSIM, ESTAMOS DENTRO DAS NOSSAS FRONTEIRAS, O MUNDO NÃO ESTÁ NOS OUVINDO NÃO…NEM COM CAETANO AQUI COM A GENTE…OU POR OUTRA, CONOSCO COM TODO MUNDO QUE ESTIVER COM A GENTE.

    Não gosto de geriatria intelectual. Não gosto de pensar que faço parte de um “conosco” superior.

    O SUPERIOR É POR SUA CONTA, MAS LAMENTO VELHINHO, ESTAMOS ENTRE VELHINHOS…A MOLECADA ESTÁ BEM LONGE DAQUI…NÃO NOS SUPORTARIAM ..AHAHAHAH…SALÉM, RELAXA, ALO ALO HELOÍSA…ESTAMOS AÍ, PRECISAMOS DE MUITO ENTUSIASMO PRA MELHORAR O AMBIENTE, NÃO TEM NOS FALTADO…TEMOS MUITO O QUE FAZER…MAS ESTAMOS MAIS PRA LÁ DO QUE PRA CÁ SALÉM…E DAÍ?

    Não gosto do bigode do Aloisio Mercadante.
    NEM EU

    Não gosto de ex-jovens carentes.
    HUMMM…SÓ TEM CARENTE SALÉMZINHO…

    Não sinto nada nesse caminho.
    É MOMENTO…É SEU MOMENTO…RELAXA

    E olha que sou fã de Orlando Silva!
    E QUEM NÃO É?

    Gabeira se tornou o cara que é, porque não embarcou nessa roubada. Tinha tudo pra ser o símbolo do pensamento saudosista, mas ele não queria virar um fóssil sessentista.
    MAS O QUE O GABEIRA TEM A VER COM ISSO…NINGUÉM TEM QUE SE TRANSFORMAR UM FÓSSIL SESSENTISTA. A MOLECADA TEM QUE SE REFERENCIAR COM SEUS MODELOS ATUAIS, E É CLARO QUE É BOM QUE SAIBAM QUE EXISTE UMA HISTÓRIA, QUE CHEGAMOS AQUI POR TAIS E TAIS CAMINHOS…MAS MENOS SALÉM, MENOS…É MELHOR ASSIM…SÓ PODE SER ASSIM…DO CONTRÁRIO AÍ SIM, ALGUMA COISA ESTARIA FORA DA ORDEM.

  149. gil disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 4:01 pm

    E APROVEITANDO…lUIS cARIAS eu não sei do que vc está falando nem de onde tira suas estatísticas e conclusões…eu não sei quem é a juventude que vc está falando, há várias…na generalidade eu fico com a juventude e contra vc se vc ficar contra a juventude…eu estou do lado de lá…na outra margem…mas siga em frente, na sua, fala aí…e segura a sua onda.

  150. mula das palavras disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 4:02 pm

    Hello Mr. Veloso

    I’ve been a fan for a long time, and have followed some of this blog for a while (thanks to my virtual friend LUCRE).

    Interestingly, I don’t see too many English/US speaking bloggers here, so I thought this topic would be a good one to be among the first to contribute from the US.

    As you undoubtedly know, if it hadn’t been for David Byrne, Caetano Veloso and other Brazilian artists/musicians would not have been introduced to thousands (maybe millions?) of people.

    I wonder whether you have seen a distinct increase in record (and CD) sales in the US since Brazil Classics I was released 20(!) years ago?

    Anyway, I had read DB’s journal describing his adventures to your beautiful country, and was waiting to see if you would comment about the visit. Very interesting to see his comments and your own.

    Apropos some of the other topics, for example John Lennon Plastic Ono band, I will take the opportunity to comment about Robyn Hitchcock, within whose body John Lennon’s spirit surely resides. He and Peter Buck of REM just released “Goodnight Oslo”, which continues the channeling of Lennon’s spirit. Close your eyes while listening to this new CD, and you can picture Lennon at the piano in Tittenhurst.

    Looking forward to hearing your collaboration CD from Carnegie Hall.

    saudações from up North

    jg

  151. Affonso Leitão/RJ disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 4:26 pm

    Num/Em um. Não é/Né.

    Lembrei-me dos Doces Bárbaros:….Doce Bárbaro Jesus/Sabe bem quem né otário/Peixe no aquário/Nada….Caetano insistiu com isso no DVD que registra, além dos ensaios, o show que trouxe de volta ao palco, há algum tempo atrás, os Doces Bárbaros, em sua mesmíssima formação original.Como não poderia deixar de ser.Me lembro que êle dizia algo como que assim:Ou é né, ou é não é.É é que não é.E Gil dizia:Então é né…e eu levei anos achando que era é.E ria aquela risada gostoza dêle.

    Caetano sempre teve esse cuidado com a palavra.Faz parte da sua(dêle)obra.Os dêles e os delas da TV Globo.Falou-se em algum comment aqui a respeito de Dada:Carmem Miranda dadadada.Bem provávelmente Caetano conhecia o Dada à época da feitura dessa música.Se o referencia, eu não sei.Mas sei que levei muitos anos para apreender o É no xaréu que brilha a prata à luz do céu.E isso só me foi possível graças à uma dica visual de Pierre Verger.Já o avesso do avesso do avesso do avesso,eu continuo a não saber aonde vai dar.O lobo do lobo do lobo do homem então….quando é que eu vou conseguir significar essa construção???…

    Mas não faz mal.A Arte, feita de significantes,é esse enigma que tentamos todo santo dia signficar.Faz bem pra’ alma.

    “….Tristes tropeços, trastes típicos, tristes tópicos, antigos trocadilhos.Viva a música….Viva as inúteis conquistas da linguagem….”Barco Vazio, extrato/recorte de texto situado em algum ponto entre 1967 e 1976, contextualizado em Caetano Veloso,Literatura Comentada,pgs.13, 14 e 15,Abril S/A,1981,São Paulo,1ª edição.

    E Viva a Arte de Caetano Veloso!!!

  152. Nobile José disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 4:33 pm

    carias,

    nã nã ni nã não!

    se os jovens estão no caminho errado, qual seria o certo?

    acho que há tantos adultos-saudosos imbecis quanto jovens-inconseqüentes imbecis.

    meu suadosismo hj se restringe apenas ao uso (ainda que incorreto do ponto de vista sacro-gramatical) de hifens e de tremas.

    na década de sessenta havia jovens panacas, como os que vairam caetano, e que hoje são avôs e avós; e talvez já nem mais babacas - vá saber…

    não é preciso ditadura para que haja um posicionamento da juventude em relação ao mundo. os inimigos de hoje são tão facínoras quanto o estado violento dos milicos tropicais.

    a grana que sustenta o carnaval do rio de janeiro, por exemplo. qual a origem?

    nem jovens nem adultos se posicionam em relação a isso.

    boicoto o carnaval do rio pq não admito gozo sobre ilicitude. e fico feliz quando vejo que esse ano os ingressos ainda não se esgotaram, e que as escolas então tendo dificuldades em vender suas fantasias.

    e viva renato russo: quem é o inimigo, quem é vc??????????????

  153. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 5:03 pm

    Caro amigo salém, não seja irônico, pois gosto de você.

    Adorei seu post, mais com ressalvas darei algumas respostas que talvez nã tenham ficado clara em meu último post.

    Tenho 27 anos, por tanto há pouco tempo sai da escola, e da faculdade.

    Cito 20 anos atrás, por que naquela época as escolas eram absolutamente rigorosas, em critério de educação e enino.

    Atualmente vamos colocar de 2.000 para cá, o jovem vem se auto denimando o sábio, o bom, e não precisa de nada nem de ninguém para chegar onde quer.

    Te dou como exemplo a canção perdeu de Caetano onde o próprio diz no final da canção, temos que virar esse jogo.

    Pelo que lembro foi em memória a 2 jovens que morreram numa favela do Rio por conta do tráfego.

    Amei seu post sobre a fala do CAetano no festival, completa,e bonita,e coesa para impor seu post logo abaixo me criticando de forma contundente no seu modo de ver os fatos.

    Ce disse que to no caminho errado, lembra dos número que te digo sempre, 90% dos jovens estão no caminho errado, eu faço parte dos 10% que lutam por mudar esse futuro, que tem por obrigação essa missão árdua e morosa.

    Quando citei famílias, cito famílias num geral, num âmbito geral. Nossas famílias obviamente têm um privilégio de poder ter tido um educaçãode primeira com tudo do bom e do melhor.

    Concordo que festa e sexo é bom, e concordo que há muitas pessoas que sabem separar o joio do trigo, porém em sua grande maioria não sabem e não o fazem.

    Há uma banda que está pintando com tudo e surgindo de Curitiba para o Brasil hamada Realize, onde a idéia da banda principal É: tÁ N HORA DE MUDAR SUAS IDÉIAS.

    Banda Jovem que faz um som lindo e de idéias bacanas, onde uma das canções diz: “ô o mundo ta virado vê se toma cuidao, o mundo tá virado tá de caeça pra baixo”

    Não sou o Presidente do Mundo nem o Sr. da verdade, apenas exponho meu real pensamento sobre determinados assuntos.

    Gosto quando você com seu conhecimento imenso, responde a meus posts hora com sutileza, hora com agressividade soberana, que fique claro que quando cit agressividade, entendam que é no bom sentido.

    Quero ainda dicutir muito contigo no bom sentido e sempre respeitando e respondendo seus posts.

    Te admiro muito pela clareza que tu responde e reemite mensagens a nós aqui, tu é uma pessoa talentosa e de inteligência icomparável a muitos.

    Quando dise que a juentude está se suicidando, é no sentido que muito me preocupa isto, jovens com uma vida toda pela frnte dão fim a vida sem motivos.

    O homosexualismo é algo que me preocua também, pois vejo jovens de 12, 13 anos que se dizem gays, e nem tem uma formação ao certo do que é um homossexual e são repreendidos por suas famílias que não aceitam tal opção. Daí surgem suícidios, envlvimento com drogas, abandono, etc.

    Não tenho nada contra homossexuais e afins, mais creio que o mundo segue por um rumo estranho ao qual não sei definir.

    De fato concordo contigo em alguns pontos, mais discoro em outros.

    Respondendo ao último questionamnto se é bom ou ruim ter a sexualidade liberada do jeito que é hoje.

    Em minha modesta opinião acho ruim, pois daí vem outro debat que pode gerar discussões e polêmicas, a influência de jovens para outros jovens.
    Acho que pra tudo deveria se ter um limite, tolerável é claro, mais você ve hoje em dia meninos e meninas de 12, 13 anos fumando, é algo no minimo inadimissível.

    Espro ter sido mais claro nestepost em referência a suas duras mais valiosas críticas a meu comentário.

    Um grande abraço e saudações deste cara que te admira demais.

    Sou um todo errado, um maluco beleza, um insano consciente do que é o mundo ideal a mim,e em meu mundo deveriam ter muitos mais Saléns e Caetanos, pois vocês são os caras.

    Abraços e beijos na testa,

    Luiz Carias.

  154. Hermano Vianna disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 5:19 pm

    mas Caetano: o melhor daquele comentário era a lembrança daquele disco absurdo do Patrick Moraz (que substituiu o Rick Wakeman no Yes) - senão ficaria tudo muito sério…

  155. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 5:22 pm

    pra mim, não há nada igual a carmem miranda na música brasileira, nem antes, nem depois dela. com caymmi acontece o mesmo. a pequena não era só notável. ela era [e ainda é] um gênio. comprem a caixa de CDs com sua obra, não vão se arrepender…

  156. Nando disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 5:34 pm

    Massa a troca de figurinhas entre Hermano e César Lacerda.

    Minha pequena contribuição (Luiz Catello, essa vai especialmente pra ti; essa boneca com certeza fala “mamã”!!!):

    Phil Thornton & Hossam Ramzy
    http://www.youtube.com/watch?v=m9gRswpqMNI

    Vellame, sua resposta insolente a dona Maria Helena era caso para reclusão por uma semana no sofá da sala =]

  157. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 5:44 pm

    GIL

    Relax. Caixa alta sem reverb, vai… I love you.

    CARIAS

    Ói só equ cê diz:

    “Pelo que lembro foi em memória a 2 jovens que morreram numa favela do Rio por conta do tráfego.”

    Não. Foi por conta do “tráfico”. Se fosse por conta do “tráfego” teriam morrido atropelados.

    Isso mostra:

    1- A escola que você fez não era tão boa assim.

    2- Sim, Luedy. Há uso incorreto do português.

    Me enchi.

    Gosto de todo mundo por aqui. Mas não tô nessa de procurar um conosco, um consenso.

    Esse é o blog do Caetano e são deles os versos:

    Eu não espero pelo dia
    Em que todos
    Os homens concordem

    Eu também não.

    na testa

    salem

  158. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 6:21 pm

    Caro amigo Gil e caro amigo Nobile José,
    Vocês de fato não estão por dentro do assunto por um todo.
    Eu tiro as estatísticas do convívio que tenho com a juventude, de todas as classes, ideiais, e tipos que possam imaginar.

    Não sou contra a Juventude, sou contra os jovens que vão pelo caminho errado. Cês devem se perguntar qual o caminho errado, correto??

    Em meu complexo ponto de vista, o caminho errado é aquele do oba oba, do mais fácil, do desrespeito com os mais velhos.

    Luto pela Juventude, e busco sempre que o melhor seja feito a ela, mais como vocês devem saber uma pessoa só não consegue mover montanhas.

    Gostei do post de vocês, e logo me apresento Luiz Carias, prazer.

    Quero que vocês continuem a discutir comigo, e mostrem suas idéis de como você e Gil e Salém enchergam a juventude de hoje.

    è isso mais tarde posto com mais calma e tempo a respeito do assunto.

    Abraços a todos,
    Luiz CArias.

  159. glauber guimarães disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 6:46 pm

    eu usaria isto como slogan publicitário:

    “Querem enlouquecer? Visitem João Pessoa”

    hahahahahahahaha…sensacionaaal!

  160. Caetano Veloso disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:08 pm

    Luedy, achei pobre porque procurava resposta para “o povo é o inventalínguas” só valer para o povo de hoje e não para o que criou as regras. Dizer que as pessoas têm “direito” de aprender a norma culta é um tanto gozado. Acho que devemos agradecer ao Bagno essa generosidade.

    Hermano, sei porque você gosta do Yes. Só que aquilo não cabia entre a timbalada em 5 do Radiohead, o Michael Jackson e o Psirico. Mas transcendência também cansa. Não sei como você tem cabeça para ouvir tanta coisa. Ouço muita música, mas parece que preciso deixar que a seleção seja casual. Fico constrangido de pensar friamente que vou pôr um CD pra ouvir. Ligo o rádio no carro quando estou só. Ouço o que calha de me mostrarem. Às vezes volto a coisas de que gosto. Não penso em me aposentar (uma das vantagens de ser artista é que a gente não se aposenta). Mas ter perdido aquela pegada de sentar para ouvir que eu tinha aos 18, 26, 34 anos é um sinal tão simples de envelhecimento quanto a perda de foco na visão ou os cabelos brancos. São todas coisas ruins, mas a gente acaba gostando, adaptando o narcisismo. Sou imanentista: li entrevista minha no livro do Bondinho e gostei de ver como eu sempre gostei mesmo foi de carnaval baiano como produção cultural a ser cultivada e defendida. Sou esse cara. Me achei muito bonito na foto de 1972. Só um enorme bando de tolos diz que soubais bonito (ou menos feio) hoje.

    mula das palavras, there is an older, more assuduous American blogger among us here: Barbara. (Where are you Barbara?) But, poor girl, you know, we Brazilians love to live in Brazil, wherever we go - if we ever go anywhere - , so Barbara must find it unberable to go through lots of arguments about details of the Portuguese language. As for record sales. who knows anything about it now? David was great in changing the way of hearing music made in Brazil. But before him we had Brazilians who really sold: Astrud Gilberto, João Gilberto with Stan Getz, Sergio Mendes, Flora Purim, Milton Nascimento…

  161. Caetano Veloso disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:09 pm

    Not to mention Carmen Miranda.

  162. Luiz Castello disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:10 pm

    Glauber,meu estimado mosqueteiro.

    Voce conhece uma banda holandesa do início dos anos 70 chamada Focus ?
    Gravaram um disco que até hoje enche meus ouvidos de felicidade,”Moving Waves”.
    Um dos hits é Hocus Pocus,aqui apresentada num programa de TV ao vivo.
    O tecladista além de genial é uma figuraça.
    Divirta-se bróder.

    http://www.youtube.com/watch?v=bpV5InLw52U

  163. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:28 pm

    Caro Salém, você veio a me decepcionar com seu coment despojado e irônico novamente. Também não espero que todos os homens concordem, apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis em juízo final.

    Sinto que tu se encheu e explodiu pra cima de mim, te perdoo, e te perdoo também por zombar de meu equívoco na escrita, feito na correria. Dizem que não existem pessoas perfeitas, vejo que existem e atende pelo nome de Salém.

    Cara Lícia, tirei estes dados pela estatística no estado de Santa CAtarina,estado a que moro e tenho muito orgulho. E aqui a onda de jovens suícidas é a maior estatística do país, e sim por conta de vários motivos, entre eles, opção sexual.

    Você diz conhecer muitos jovens que são o contrário do que eu disse, mais como você bem disse você conhece, eu convivo com estes jovens.

    Não vou me alongar, só vim aqui mostrar meu ponto de vista, que por fim, muitos não compreenderam e acharam que eu estava contra a juventude. Jamais iria contra a Juventude, vou contra a jovens que se acham, como disse Gil.

    Um amigo idealista como eu sempre me diz: O fato é que todos dizem que a juventude é o futuro do mundo, não é, ela é o presente do mundo.

    Sei que sou jovem e tenho muito o que aprender, e aprendo muito aqui, agora não vou recriar mais polêmica acima de assuntos em que cada uma tem e expõe seu ponto de vista, seja ele contra ou a favor dos assuntos colocados em pauta.

    Também amo todos, inclusive Salemzitho que hoje ta afiado…i love you Salemzitho, I Love you Gil Luedy, Nicia, e a todos que aqui postam.

    Saudações jovial a todos,

    Luiz Carias.

  164. Dimas Roque disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:37 pm

    Meninas, meninos o Samuel Celestino no seu Blog Bahia Notícias fala sobre as duas últimas postagens feitas pelo Senhor Caetano aqui no Obra em Progresso. Vejamos o que diz ele: “ENXERIDO, CAETANO SE CONTRADIZ - Caetano Veloso não se cansa de meter o bedelho em todo o tipo de assunto, seja em Salvador, Rio de Janeiro ou Nova York, por meio de seu blog. Em sua “Obra em Progresso”, o cantor baiano disse em sua última postagem que odeia som na praia, algo que, segundo ele, deveria ser proibido. Pior ainda quando o som é música, á que a praia teria sido feita, para Caetano, para que o som das ondas fosse ouvido. O caso piora quando o som artificial envolvido é música. Sobrou para todo mundo, inclusive para o pagode, que na última semana, curiosamente, foi classificado pelo próprio Caetano como “a melhor coisa do mundo”. O cantor chegou ainda a dizer que não gosta de música. “Parar para ouvir música é intimamente constrangedor”. Calma não é o caso de perdermos as esperanças. Uma coisa é certa, o que escrevemos por aqui tem muito mais gente vendo e dando a devida atenção do que imaginamos. Por isso, de agora em diante vou tentar errar menos na escrita. Já imaginaram alguém se achar no direito de tecer comentários sobre os meus erros. Estaria frito na minha rua.
    Espero que Caetano não perca o sono hoje.

  165. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:53 pm

    Olhem só curiosidade de primeira.
    Em um artigo publicado pelo jornal britânico The Sunday Times, Penélope Cruz revela que o músico e compositor Caetano Veloso a faz chorar. Segundo a atriz, a música é a chave que abre as portas de seus sentimentos e o brasileiro, que ela descreve como “um dos melhores músicos do mundo”, a leva às lágrimas. “Ele é um belo poeta e muito talentoso”, afirma Penélope. Além da poesia de Caetano, Penélope diz que gosta de ouvir ópera, música flamenca e o grupo inglês de rock Radiohead.

    Isso só comprova o que nós falamos: Caetano é o cara.
    Beijus a todos, Luiz Carias.

  166. Wesley Correia disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 7:56 pm

    Caetano,

    A compreensão que você tem da língua enquanto criação (”invenção” para marcar-te no texto) histórica e coletiva da humanidade é perfeita e, certamente, que Luedy não discorde disso. Mas suas questões já foram respondidas por ele, pelo menos, a mim. “Menas” e “eu vi ele” são registros evidentes da oralidade, mas que não encontram siginificação na norma culta senão pela concepção de erro. Eu devolvo a pergunta: há matemática aplicável em “tudo certo como dois e dois são cinco”? ou é assim que aprendemos a contar na escola? É que para a gramática normativa, a expressão “Não fure Quinho, não” é considerada uma cacofonia, o imperativo negativo do verbo furar mais o complemento verbal Quinho geram uma expressão ambígua e grosseira. E a ambiguidade assim com a redundância são postas em cheque pela gramática idealizada da língua diante da qual não é aconselhável dizer: “Eu tava TRISTE, TRISTINHO, mas sem graça que a top model magrela na passarela” ou “Bota a sobremesa, eu como, eu como, eu como, eu como, eu como, você…” A indústria fonográfica tem faturado milhões com os duplos sentidos desde há muito: Noel, Genival Lacerda, Caetano, Psirico e tantos outros. Na evolução (termo que você utilizou nesse e em alguns posts anteriores e que tem sido questionado pela sociologia moderna) da língua latina para as românicas existem modificações do ponto de vista lexixal, semântico, sintático e estilístico. Veja, por exemplo, o que acontece com a formação dos epicenos: jacáré macho e cobra fêmea. Diferentemente do que acontece na formação do feminino em “professora” para quem se dá uma vogal temática inexistente na forma do masculino: “professor”, em cobra fêmea não há uma alteração morfológica do termo (justificativa das gramáticas normativas para a formação do feminino), mas uma alteração sintática. Seria mais digno dizer nas escolas que o gênero neutro do Latim vulgar se perdeu na passagem para o português.

    Fala um pouco sobre hibridação cultural no próximo post. Musa híbrida é incrível, incrível, incrível! Perdoe a redundância.

    Luedy, a linguística avançou bastante, mas é hora de dar o passo seguinte. Um professor de redação, aguerrido linguista, corrige os “erros gramaticais” nos textos escritos. Talvez você fale que o professor deva explicar ao seu aluno que se fala de uma forma e que se escreve de outra e que o texto escrito deve obedecer às normas da ABNT, diferente de como a conversa mais informal pode ser construída e que… enfim, mas, ainda acredito, que possamos entender e considerar os “erros” não como desvio da norma, mas como registro da dinâmica e constante reestruturação da língua sem que eles siginifiquem décimos a menos nas redações. Os linguistas precisam desta autonomia.

    Hermano, tem alguma coisa aí de Beach Boys?

    Té breve,

    Wesley

  167. Wesley Correia disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 8:00 pm

    Joaldo,

    A festa de Yemanjá, em Cachoeira, é dia 15, próximo domingo. Merece aquele seu registro, não?

    Té breve,

    Wesley

  168. Rosana Tibúrcio disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 8:03 pm

    Nossa gente, num-dô-conta-docêis-não.
    Só não falo que desisto, como fez Heloisa, porque ninguém vai me chamar de volta…haha

    Mil beijos, já colei os 900 comentários aqui e agora é ler…

  169. Vianna Vana Caravana disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 8:06 pm

    Caetano óíá aqui:”Como é profundo o mistério do Invisível!Não podemos sondá-los com nosso miseráveis sentidos,…com nossos ouvidos que nos enganam,pois nos transmitem as vibrações do ar em notas sonoras.São gênios que fazem o milagre de transformar em ruído este movimento e através desta metamorfose dão origem à música,que torna cantante a agitação muda da natureza.”Coincidiu eu estar relendo Maupassant e numa edição em que um belo prefácio faz alusão a influência do autor no contraste entre Schopenhauer(quanto ao pessimismo alemão) e o darwinismo(numa compreensão trágica da condição efêmera do homem frente ao Universo)que habitava mentes pensantes daqueles tempos.

  170. Julio Vellame disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 8:13 pm

    Voto a favor da proibição de Vitor e Léo e da castração das meninas na África, Oriente Médio e sudeste asiático.

    Somente como plano de contingência.

    Continuo atrás do algorítimo ético intrínseco das relações humanas.

    No caso particular do som alto em ambientes, refletindo sobre isso, pensei que talvez ele tenha função de preencher a mediocridade e o vazio das conversas tolas.
    Não havendo conteúdo para boa conversa, só sobram as frases curtas e triviais.

    Pensando agora vejo que as pessoas interessantes que conheço não gostam de ambiente barulhento de música mecânica para interagir. Não estou falando de shows que são outra onda.

  171. MARCIO ULISSES disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 8:58 pm

    Olá Caetano,
    estou muito honrado porque você terá a honra de abrir o carnaval de Recife. Estarei lá com certeza. Quero te ver bem de perto. Gostaria muito que você fizesse um show de frevo como sabe fazer muito bem. Um grande abraço e até a sexta de carnaval.

  172. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 9:15 pm

    Pois é.

    E o Patrick Moraz fez uma jam maluca com Gil e A Cor do Som na histórica apresentação do Festival de Montreaux em 1978.

    Onde está Patrick Moraz?

    Isso dá um filme.

  173. Fernando Salem disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 9:59 pm

    Uau! O tecladista do FOCUS tem uma convulsão logo na intro. O cara cantando é demais. Preogressive-trash-conuntry.

    Ri muito com esse vídeo. O batera é sensacional.

  174. Lúcio Jr disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 10:10 pm

    Oi, Caetano e pessoal.

    Quando a gente pensa que esse debate linguística versus gramática vai acabar, ele começa de novo!

    Eu preferia, Caetano, que você me falasse de suas impressões sobre The Doors e Velvet Underground, por exemplo.

    Eu fico com a seguinte impressão,lendo o comentário 91: “Lúcio fundiu a cuca da Lícia”. How beautiful could a being be!

    Bom, Lícia, eu acho que não existe risco de que a escrita e fala desencontrem. Elas são diferentes mesmo e a fala é a língua em evolução, deve ser adequada e não é normatizável. Se os romanos estabelecessem que quem falasse sermus vulgaris ia ter a língua cortada, nós íamos falar um lindo latim até hoje!

  175. dany disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 10:40 pm

    querido.!!
    não perca tempo ouvindo yes e genesis…

    ouça os 2 primeiros da trilogia q KING CRIMSON
    (q teve 1000 formações)gravou nos anos 80…
    com o genial
    ADRIAN BELEW (talking heads/zappa/laurie anderson/william bourrougs etc..) cantando e tocando uma guitarra magnifica e
    TONY LEVIN (john lennon/paul simon etc..)tocando baixo e stick…
    DISCIPLINE (indiscipline) e
    BEAT (ouça Neurotica, waiting man e requiem…)
    ou VROOM anos 90 com 2 trios ( 2 guitarras. 2 bass, 2 bateriaS…)
    bem moderno…as vezes parece Chelpa Ferro…´
    c´est tout …!

  176. Luiz Carias disse:
    Fevereiro 10th, 2009 at 10:42 pm

    Meu jovem e amigo LAcerda, me encanta saberes que tem 21 anos e está por aqui.

    Porque todos os jovens não são como ti.
    Bom vou abandonar polêmicas criadas aqui, e vou dispor de responder e falar só sobre música e poesia, que é o que amo em Caetano.

    Acho que aqui é lugar de se falar sobre música, poesia, em versos em prosa, etc.

    Aprendi muito nos embates de hoje, e vi que incomodei a todos com minhas afirmações e minhas idéias.

    Não vou esclarecer mais nada sobre meus pensamentos sobre a juventude.

    Ninguén entende nada mesmo, como diz a canção de Caetano, você não entende nada.

    Talvez eu esteja num outro plano, num outro mundo, onde vejo coisas que muitos não veem, só eu vejo. Amo a canção não identificado do Cae, e me sinto como um objeto não identificado no blog.

    Fico cada dia mais encantado com Gil, Luedy, Salém,Caetano pelos posts que todos dão com a maior eloquência e legitimidade, e não há como argumentar nada.

    Sou grande fã de todos aqui, sobretudo dos jovens que sabem apreciar uma bela música e admirar um mestre como é Caetano.

    Saudações a todos,

    Luiz Carias.

  177. lucre disse:
    Fevereiro 11th, 2009 at 2:28 am

    Joaldo: Sin palabras para tus palabras conmigo. Es demasiado pero lo agradezco. En estos días voy a “golpear” la puerta de tu casa por Orkut y me conocerás. Espero que me atiendas. Nos vemos.
    ————————–
    Exequiela: Idem y gracias por llevarme a pasear contigo.
    ———————–
    Vero: Ay, Vero, me quedo tranquila que no te guste mi “otro”. Gracias mil, no tendremos problema en esto. Yo también me he preguntado que le “vi” o que escucharon mis oidos para que me guste tanto siendo tan “British”, tan “frio”. Me lo he preguntado millones de veces y me río siempre. Misterios de la vida, más teniendo en cuenta que mi análisis es de “piel”. Pero con Caetano, bueno, dejémoslo ahí. Una solución podría ser que como vos hace más tiempo que frecuentas esta OeP tengas mas “derecho” sobre él. No se, no me convence mucho esto pero lo aceptaría en principio a regañadientes. Podría aceptarlo ya que tengo “otro” de sustituto. . ¿Vos no tenés “otro” para que me dejes a Caetano?. Si no, bueno, acepto, es tuyo pero ¿no lo compartís?. Lo debo pensar, todavía no te lo cedo del todo pero lo tendré en cuenta.
    ¡”Clave de Fu”!, ¿nos habremos visto alguna vez?. Andamos por la misma edad por cierto. No era tan asidua como vos pero algunas veces caí por ahí, que recuerdos por favor.

    What a surprise my “Noruego/American” friend !!. BIENVENIDO, BEM-VINDO, WELCOME !!!!!!. Realmente una grata sorpresa. Verlo a você me dieron ganas de escribir algo. Veremos donde me lleva este “viaje” virtual.
    ————————-
    Antes que nada quiero disculparme con mi adorado Caetano por las veces que lo traté de “malo” y “malito” por no comentar ciertos hechos en los cuales estaba muy interesada. Me tapó la boca y quedé, al menos por un rato. Me dieron ganas de ir a lavarme la boca con jabón (o las manos en realidad) ) por lo injusta que fui al tratarlo de esa manera. Peor me sentí cuando me dije, ¡bien! Caetano es como yo, de efecto retardado, comenta algo del año pasado recién ahora. Y me encantó ¿por qué hacer caso al tiempo cronológico?. No, no. Uno debería poder hablar de lo que quiere cuando tiene ganas. Esto hizo que se me fuera un poco la persecución por no escribir muchas veces sobre los temas elegidos por el y sentirme sapo de otro pozo. Además prefiero que sea un poco “lento” antes que demasiado “rápido”, es mejor por supuesto, y así me da tiempo de disfrutar y asimilar todo lo que el escribe y que me interesa. Porque tampoco es que me interese todo lo que escribe. Bueno, si me interesa, pero el problema es que de muchas cosas que nombra no tengo la menor idea y es como si escribiera en chino o ruso, solo veo “símbolos” indescifrables. Lo que me llamó la atención es que para mi yo había sido super clara cuando le pedí que comentara su encuentro con el “otro” pero él parece que leyó algún mensaje cifrado o algo parecido en mis palabras. No fue mi intención. Quizás como el “otro” comentó cosas personales de Caetano, fui un poco cauta en esto, no quise comentar algo de lo que el no comentó nada. Me sentí como invadiendo su vida privada ya que quizás no quería que la gente supiera lo que hizo en fin de año, no se. Fui cauta y usé la palabra pajarito pero lo de “cifrado”, no, no, no, nada que ver. En definitiva, cauta o cifrada, clara o rebuscada, Caetano entendió mi mensaje y me (nos) regaló este post. Gracias, gracias, gracias mi adorado Caetano. Y nuevamente “gracias x 3” por confirmar lo del Carnegie Hall. ¡Você es adorable!.

    Luego de mi “reconciliación” con Caetano, de nuevamente pensar en él como la primer maravilla humana del mundo, me fui a dormir feliz y no recuerdo haber soñado nada. El asunto es que el lunes me despierto bastante inquieta, molesta y no sabía porque. A medida que transcurrió el día noté que mi molestia nuevamente iba dirigida hacia Caetano. Pero ¿cómo podía ser esto?. Ya me había tapado la boca con el post y mi concepto de el como una persona “mala” ya no tenía validez. A partir del domingo era la persona mas “buena” del mundo para mi. ¿Qué pasaba?.

    Poco a poco la verdad se me fue revelando. Al principio no lo quise aceptar y me decía, Lucre, estás como la Gata Flora, cortala por favor. ¿Existe una Gata Flora en Brasil?. Supongo que si, aunque quizás con otro nombre. Bueno, yo me sentía como la Gata Flora que supongo que a estas alturas de nuestras vidas no va a sorprender a nadie lo que se dice de ella ¿no?. Pues la Gata Flora es esa gata que “cuando se la ponen grita y cuando se la sacan llora”. En fin, poseída por el “síndrome” de esta gata transcurrió mi día de ayer, acrecentándose mi “odio” hacia Caetano. En mi mente lo único que “veía” era DAVID BYRNE & CINDY SHERMAN , repetido miles de veces y a cada rato pero CINDY SHERMAN se me representaba cada vez más grande. Me explico, si DB se me representaba mentalmente en una letra Times New Roman tamaño 12 en negro, tipo “flema inglesa” por buscar un “simil”, CS se me representaba en una letra tamaño 424 Monotype Cursiva, Franklin Gothic Médium o Symbol según el Microsoft Word de mi compu, letras danzarinas, con los colores del arcoiris que formaban dibujos y frases que me “peleaban” , me trataban mal y se burlaban de mi y yo aunque intentaba no podía hacerlas desaparecer de mi mente. Al principio pensé, bueno, que lindo, yo que jamás de los jamases, nunca en todo mi vida tomé ninguna droga psicodélica, en realidad ninguna droga salvo marihuana de vez en cuando, estaba sufriendo de alucinaciones “psicodélicas” al ritmo de la música de Caetano y DB mientras CS danzaba en mi mente. Al principio me divirtió, me asombró, pero al rato comencé a desesperarme al no poder controlar mis pensamientos y al ver que el nombre CS crecía a una letra 1424 y a colores insoportables, intolerables. ¡Que se me pase esto por favor!. El que lo ha vivido entiende de lo que estoy falando y no me voy a explayar.

    Finalmente, luego de que se me fue el efecto del “Post Psicodélico” de mi adorado Caetano analicé lo sucedido y la culpa de lo ocurrido cayó nuevamente en Caetano. ¡Que hombre malvado por Dios!. Nuevamente mis sentimientos contradictorios con respecto a el. ¿Lo amo o lo odio?. Decidite Flora, me dije. Bueno, lo amo pensé, pero no tiene mucho “tacto” con las mujeres. Voy a dejar de leer su OeP porque me está enloqueciendo. ¿Qué necesidad de escribir DB & CS en mayúsculas?. Todo bien con las mayúsculas pero en este caso, para mi sensibilidad hubiera sido mucho mejor leer DAVID BYRNE & Cia., o David Byrne & C o DAVID & … o David Byrne & Cindy Sherman o … bueno hay muchas maneras de expresar lo mismo pero de otra manera. Caetano usó la peor de todas, la mas “dolorosa”, usando mayúsculas horribles, antipáticas, agrandadas.

    Bueno, pensándolo bien hubiera sido peor leer David & Cindy Byrne o D & ¡¡¡¡CINDY SHERMAN!!!!! o David Sherman & Cindy Byrne o…. todas las “combinaciones” y “permutaciones” posibles, peores a las MAYÚSCULAS psicodélicas que utilizó. Tan malo no es me dije, y de a poquito, a medida que pasaban las horas, a medida que el “síndrome” de la gata Flora remitía, nuevamente me fui amigando con Caetano, hasta amanecer hoy martes, yo, Lucre, con la mente nuevamente despejada y clara, adorándolo y pensando que el no quiso ser malo conmigo, no se dio cuenta que la “forma” de decir algo influye en como recibimos el “contenido” aunque el contenido siempre sea el mismo. Debería realizar un estudio “semiótico” de este asunto, aunque suene disparatado, pero se que lo sabe, no quiero ser atrevida metiéndome en cosas que “toco de oído” y no entiendo nada. En fin, reconciliadas mis personalidades múltiples, reconciliada con Caetano y encontrando a mi gran amigo del norte por estos lados me dispuse a escribir y acá estoy. Esto no quita que igual haya en el post alguna que otra frase con respecto a este tema que si bien no está escrita en mayúscula, danza y canta en mi mente todavía, pero nada grave y que no desaparezca con el correr de los días. Tiempo al tiempo.

    Con respecto a la música en la playa, concuerdo con C, cuanto más tranquila la playa mejor, por lo que estoy segura que sería un excelente compañero para un paseo. ¡Lo eligiría con mucho gusto!. Un situación ideal: playa desierta, yo muda pero re re re muda, solo hablando por señas con la cabeza, las manos o lo que sea, pero sin emitir sonido alguno para no interrumpir el silencio, Caetano hablando y cantando (de a ratos, tampoco hay que exagerar porque me puede cansar), el sonido del mar, el sol, un bañito cada tanto, una caipirinha, protector solar por aquí y por allá para no achicharrarnos, un librito para leer bajo la sombra de alguna palmera un .. ……¡ Basta!, este paisaje tan “bucólico” me está poniendo nerviosa y hambrienta. Me dieron ganas de comer los palitos de queso que venden en la playa en Salvador, que rico por cierto. Ahora que dije playa recuerdo que la última vez que estuve por allí vi una revista en que aparecía Caetano en la playa en compañía de una mujer. ¡Si, si, si!. Recuerdo que vi la revista de lejos y enseguida me acerqué a leer lo que decía que no me acuerdo por cierto.(Como uso la muletilla por cierto, por cierto. Debo perfeccionarme). Tengo la imagen bastante “clara” de la foto aunque creo que la compañía de C era “oscura”. ¡No puedo creer como aparecen los recuerdos de repente!. Terminé de escribir lo de la playa y ¡puff! me vino esta imagen de la revista. Supongo que Caetano debe aparecer seguido en revistas en Brasil pero para mi es algo raro y me acerqué enseguida para deleite de mis ojos venciendo los celos irresistibles que me invadieron en ese momento y que me dieron ganas de romper la revista. Pero me quedé quietita, debo haber suspirado y seguí de largo paseando por las calles de Salvador en compañía de mi esposo, acostumbrado ya a mis “muertes” cada vez que veo, leo o escucho algo referido a el (y al “otro también, hay que ser sincera). Se me mezclan los años pero creo que ese año estuvimos por ir a un festival donde Caetano iba a cantar, llamado Festival de Verano o algo así y finalmente no fuimos no me acuerdo porque.
    ¿Caetano habrá visto la cintita roja del Senhor do Bomfim que até en la reja de la iglesia con los 3 deseos?. Bueno, capáz que si, quien sabe. Me acuerdo perfecto de los deseos por la situación que estaba viviendo en ese momento. Uno de los deseos era disparatado, ridículo, pero a falta de otro mejor hice el nudito con mucha ilusión. Los otros dos eran comunes creo a la mayoría de la gente. Pues digamos que el disparatado, el imposible se cumplió y uno de los “normales” también. El otro “normal” está en veremos. ¡Qué mundo loco por cierto!. Recuerdo también Morro de San Pablo y la 3ª playa, Boipeba, los manglares, Olinda y ….. Bueno dejo por acá.

    He leído tanto por acá sobre palabras, lenguaje, etc. que me acordé de un libro que leí hace un par de meses y disfruté un montón llamado “Gloriosos Fracasos” de Paul Collins. El libro cuenta la historia de algunos hombres y mujeres que “fracasaron” en su intento por imponer una idea, descubrimiento o simplemente eran unos “picaros” y que fueron olvidados luego de vivir sus “15 minutos de fama” antes que Andy lo dijera.

    Con algunos me encariñé un montón, caso de John Banvard y su panorama móvil del Mississipi (se escribe con tantas ssss, no me acuerdo), con el científico“descubridor” (no me acuerdo del nombre) de los “inexistentes” Rayos N que muchos otros científicos encumbrados “veían” o percibían hasta que la verdad fue revelada, y por arte de magia de un día para el otro dejaron de “ver” al comprobarse que estos rayos no existían en la “realidad”. También me cayó simpático el falsificador de textos de Shakespeare, un “bueno para nada”, un “inservible”, fanático de las cartas y papeles viejos, hecho que lo llevó a encontrar a cada rato “nuevas” obras inéditas del inglés, con una capacidad para imitarlo, que una vez que se descubrió la verdad su propio padre, convencido de que su hijo era un inútil nunca creyó en la culpabilidad de su hijo y murió creyendo que eran obras originales de Sh.. O Martín Tupper famosísimo poeta en su época, caído en desgracia y repudiado una generación después al punto de que nadie lo recuerda hoy en día.

    Al que quiero recordar hoy especialmente es al francés Sundre, inventor de un lenguaje universal tan musical y colorido como el SOLRESOL que no tuvo mucho éxito que digamos. Este hombre si que quería que nos comunicáramos y creía ciegamente en su invento y en principio lo basó en las 7 notas musicales, llegando a elaborar un amplio diccionario en este “idioma”. Viajaba de lugar en lugar intentando demostrar que su lenguaje era fácil de aprender y de usar. Recuerdo una parte del libro que me hizo reír un montón cuando alguien que estaba escuchando una de las sinfonías de Beethoven (o Beethoveen, no me acuerdo), en un momento se pregunta o piensa que porque esa parte de la sinfonía a el se le “representaba” como un “miércoles”. Muy gracioso para mí.

    En fin, pienso que si este lenguaje universal hubiera tenido éxito, quizás hoy nos estuviéramos comunicando con él. ¿Habría problemas de interpretación, de pronunciación?. ¿Se inventarían palabras, desaparecerían otras?. No se. Quizás sería aburrido. A mi me encanta escuchar a Caetano cantar o leer palabras en portugués que no tengo la menor idea de lo que quieren decir, y son muchas por cierto. Hay más magia. Ni que hablar si me dice alguna de esas palabras que no “significan” nada para mi al oído, sólo de pensarlo me muero. Si, creo que es más divertido así. Por lo pronto yo entre mi limitado inglés y mi limitado portugués “creo” mi propio lenguaje que permite que me comunique de alguna manera con mis dos “otros”. Es raro que alguien que habla mi propia lengua, el castellano, no me haya llegado tanto como estos dos. Adoro a muchos también pero en una escala más moderada. Quizás sea porque les entiendo todo y en parte pierde la gracia. Aunque en realidad uno puede hablar el mismo idioma con otra persona y no entenderse para nada. Si, esto es muy común y parece en esos casos que en realidad hablaran un idioma distinto. Bueno, da para mucho y ya hace como 2 horas que estoy escribiendo. Soy insoportable pero no pido disculpas esta vez. No me importa. Estoy tan contenta que no pude parar de “hablar”. Gracias Caetano. Você no es malo y también me gusta cindy sherman (en minúscula y tamaño de letra 0,0000000000000000000000001 de cualquier tipo de letra). Así me encanta. ¡Y viva el pagode baiano, POR CIERTO!.

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