De volta ao Rio (05/08/2008)

De volta ao Rio
5/08/2008 6:12 pm

GABEIRA, gente! Quando Nelson diz que não vai votar em GABEIRA porque a democracia representativa faliu, o que quer dizer? GABEIRA é uma das poucas provas de que a democracia representativa não faliu. Ele não entrou no Congresso e para lá levou modernidade e honradez? Afinal, Nelson, o que foi que deu certo? A ditadura do proletariado? Acorda! GABEIRA é uma das provas (mas não a única) de que a democracia representativa não faliu. Temos os exemplos de Jefferson Peres e Pedro Simon. Temos Marina Silva. Mesmo parlamentares menos impolutos contribuem para o equilíbrio de forças dentro da sociedade. GABEIRA mostrou, além da coragem e firmeza na resistência contra a corrupção, visão aguda de fatos importantes: ele soube, por exemplo, medir o peso da presença do Exército Brasileiro no Haiti - e tirar as conclusões (ou as perguntas) pertinentes relativas à ação do exército na luta de superação do poder paralelo do crime. Enquanto outros queriam esconder os escândalos por quererem livrar a cara de Lula, ele enfrentou a questão (e sem destruir o que Lula significa). No caso da presença no Haiti, em vez de descartar a colaboração brasileira (decidida por Lula) com as forças da ONU, viu ali um dos aspectos positivos do governo. Ele estava certo nos dois casos. Muita gente não quer gostar de GABEIRA porque ele torna complicada (rica) a aprovação de Lula. Em geral é a mesma gente que despreza o que o Exército Brasileiro fez (e faz) no Haiti. Fingem que isso não é Lula. Isso é que é o bom Lula. GABEIRA representa tudo o que o Rio tem deixado de lado para cultivar Chagas Freitas, Garotinhos, Rosinhas e Crivelas.

Claro que na Rodada de Doha os países mais poderosos se fecharam de modo algo cínico, uma vez que os emergentes tiveram antes que aceitar tantas pressões para abrirem sua barreiras. Mas os ricos também perdem com isso. Eles vão ver. Eles não perdem é por esperar. Leio o Veríssimo mas também leio The Economist. Muitas vezes me sinto um liberal inglês. Estranhamente, no entanto, a referência feita pelo chanceler Amorim ao 11 de setembro em tom de ameaça me causou muito menos indignação do que em princípio me causaria. É que os resultados de Doha são tristes. E Amorim não estava simplesmente ameaçando, já que é fato que o 11 de setembro teve também como resultado um esboço de revisão de posições por parte dos super-poderosos. Escrevo tudo isso que me vem à mente - a respeito de tema tão complicado - em homenagem a Carolina (sei mai stata a Ferrara?) que lebrou que, na Itália, fazendo o “Cê” no ano passado, eu dizia: “in Brasile dicono que io parlo troppo”. Non è forse, bella. È senza dubio. Io parlo troppo. In Francia io dicieva: “dans le Brésil tout le monde dit que je parle trop”. In Estati Uniti: “I am famous in Brazil for speaking too much”. In Portogalo: “no Brasil eu tenho a fama de falar demais”. É isso aí. Mas adorei saber que você também é, apesar de toda essa falação, tarada ni mim.

Cheguei ao Rio. Vou me virar em cinco para ensaiar as músicas novas, reensaiar as velhas novas e as velhas velhas, e compor outras que vêm se esboçando.

No Teatro Casa Grande não haverá convidados, nem no palco nem na platéia. Já tinha falado com Arto Lindsay, com Jonas Sá e ia falar com Gil. Mas não há possibilidade de ensaiarmos com eles e fazermos o que temos de fazer. Só o Mautner vai continuar fazendo os bis, já que os números dele estão ensaiados (não precisa nem repassar). Quanto à platéia, o teatro é menor, são só 3 dias e tenho milhões de amigos (ou pelo menos quero ter, como Roberto Carlos) no Rio de Janeiro.

Encontrei Teresa Cristina no aeroporto de Paris. Que alegria! Ela e eu ainda celebrávamos nosso encontro no Obra em Progresso. Nunca esquecerei de Teresa cantando “Nu com a minha música”.

Vou me esforçar para postar textos curtos, viu Carolina? (Se bem que seu comentário veio justo quando consegui os textos mais concisos.) E os próximos serão sobre as novas novas e os ensaios.

Lucas, é transrock, Lucas. Não precisa ser transamba. Transamba é o disco do Marcos Moran. Eu gosto quando os defensores do samba dizem que nem “Desde que o samba é samba” é samba. E quando os defensores do rock dizem que nem “Rocks” é rock. Eu sou o Falanjo e estou num lugar, meio incômodo, meio sublime, de onde se olha essas eleições de gênero com certa distância. E, ah, para Paulo Henrique: nem Comte nem Cristo: progresso como em James Joyce.



25 Comentários sobre o Post “De volta ao Rio”

  1. Ana Mesquita disse:
    Agosto 5th, 2008 at 7:43 pm

    Geralmente não gosto de gente que fala demais. Mas de você, Caetano, eu gosto, e da sua falação toda também, e da disposição para se expor, mas, acima de tudo, das músicas!

  2. carolina disse:
    Agosto 5th, 2008 at 8:00 pm

    Eu disse que era uma viagem porque, de fato, às vezes é uma viagem (não me refiro ao papo sobre Gabeira, pelo contrário, tenho pena de não ter nenhum candidato à altura em Florianópolis), mas mais viagem ainda são aquelas que fazem algumas pessoas que deixam comentários por aqui. Acho que não precisa ser puxa-saco, é só dizer assim como eu disse: sou tarada ni Caetano, pronto, não precisa ficar rodeando nem desparafusando nem viajando.
    Mas por falar em viagem, no, non sono mai stata a Ferrara. Ti ho visto a Torino, nel concerto al Lingotto, non bello: bellissimissimo! Ancora più bello vederti dietro le quinte e fare anche la foto insieme a te. Forse sei l’unico uomo di cui è geloso mio marito!
    Bene, hai detto che parli troppo in Italia, in Francia, negli Stati Uniti, in Portogallo. Agora vem aqui em Florianópolis, vem, Caetano, vem aqui dizer que você fala demais.

  3. glauber disse:
    Agosto 5th, 2008 at 8:11 pm

    caetano,
    fora de contexto e “sem melodia”, tava pensando cá com meus botões:
    nao seria sensacional se vc e o beck hansen fizessem um disco juntos, como aconteceu com o arto lindsey no “estrangeiro”? think about it [talvez seja cedo pra falar sobre isso].

    “waly salomão” me deixou de queixo caído, aquela parte em q vc diz “…serpente errante, sem raiva suficiente…” [algo assim]. lindo e corajoso. aliás, o “cê” inteiro eh lindo e corajoso [falo essencialmente das letras.

    GLAUBER [filho de lula carvalho e gal]
    salvador-BA

  4. nelson disse:
    Agosto 5th, 2008 at 9:44 pm

    carol carol carol carolina a bela….posições firmes e elegantes e ligeiramente ácidas….limone hehehehe….. limoncello……acho que o marido tem razão de ficar com ciumes ……a costa malfitana…

    by the way o barato do blog é este…..percepções
    sobre musica vida pessoas etcetcetc…vou tentar ser conciso pra não aborrecer la madonna piu bella ….

    sobre gabeira devo dizer que concordo com vc caetano…longe de defender a ditadura do proletariado..e os nomes ao fim do paragrafo…nem assim do governo do lulla…nenhum destes teve meu voto…
    só acho que um gabeira só não faz verão rsrsrsrs
    alias no nosso posto 9 ate que faz….tambem não precisa muito pra fazer verão no posto 9….

    o que quero dizer é que pra governar vc tem que ceder ,negociar ,dialogar, fazer alianças e ai?
    como ficamos?
    e a nossa assembleia legislativa ,como ficamos?
    um homem probo na politica e na democracia representativa hoje equivale á um ser destituido de qualquer possibilidade de decisão…foi neste sentido que disse desacreditar na democracia representativa……

    falando de musica algo muito mais interessante que politica……

    como vai ser este concerto com o rei?
    o que vc pretende cantar ?da pra adiantar pra gente?acho que vou te ver em sampa e aqui no rio..

    abraços e estou acordado hehehehehe

  5. tyrone medeiros disse:
    Agosto 5th, 2008 at 9:49 pm

    tô louco para que chegue o dia do show. Mas eu, sinceramente, esperava que os preços dos ingressos fossem ser mais baratos.

    Caetano, volte a cantar “Ele me deu um beijo na boca”.

    cinematranscendental@hotmail.com

  6. lucas disse:
    Agosto 5th, 2008 at 11:46 pm

    Também esperava valores iguais ou mais baratos do que os shos no Vivo Rio… Com esses preços será impossível ver o obra no oi casa… A grana tá foda!!! Vamos rever isso aí… o valor mais barato ao que parece será de r$60(meia)…

  7. pedro mozart disse:
    Agosto 6th, 2008 at 12:27 am

    oi caetano :-)
    uau… poder ler você e suas palavras que não sejam letras de música ou entrevista dada a jornal e imaginar que você nesse momento pode estar a ler isso aqui - que boa sensação.
    pois estou chegando bem atrasado, eu que li sobre seu blog num dia desses, num jornal desses; agora eis-me aqui lendo essas suas outras palavras, frescas e quase-que-recém-postadas, ainda rescendendo a novas, escorrendo por meus olhos e boca e sentidos como o licor de sumarenta manga madura devorada com gosto e vagar… diliça diliça diliça :-)
    e vou devorando assim, divagarzim e delicademente, pra não acabar logo. certo, tem um mundaréu de textos postados, mas vou ir devagar mesmo. assim suas palavras-manga duram mais, eu me lambuzo com elas e enquanto isso aproveito pra comentar que gostei da sugestão de alguém - que tal regravar a linda “ele me deu um beijo na boca”? ou então cantar de novo em show? ela mexeu comigo quando você a lançou, era tão diferente aquele tempo, saindo da adolescência e aquela letra… absurdamente provocante, ela mexeu comigo num tempo em que ninguém cantava ou falava em beijo na boca daquela forma, e foi uma mexida gostosa e que ajudou a liberar os quadris e a cabeça e a boca hehehehe…
    bom, pensando bem, não deve ter nada a ver com o seu momento-hoje-trans-rock-samba, ok. claro, pra isso temos as gravações, não é mesmo? mas se você eventualmente revisitá-la, quem sabe ela pode virar uma transbeijonabocarock? hehehe… brincadeira. queremos mesmo é saber do sabor de suas novidades!

    fora isso? ah, afora isso somente amor! o blog tá mesmo superbacana, superflit, supervinc, superist, superbacana, supertransrock!
    era isso.
    obrigado,
    besos,
    pedro mozart

  8. gil disse:
    Agosto 6th, 2008 at 5:56 am

    é bacana quando os artistas se manifestam no período eleitoral, a proximidade da midia amplia a manifestação. assim como os políticos profissionais que também estão mais próximos da midia. o cidadão comum observa, ele é atingido pela midia mas não tem acesso a ela. na nossa nova democracia a midia tem estado ao lado dos candidatos eleitos. e o cidadão observa, ele é atingido diretamente pelos eleitos no seu dia a dia. é bacana quando os artistas se manifestam. os eleitos também repercutem essa participação: foi assim com collor e os sertanejos, fhc citou caetano no discurso de posse, lula veio de zezé de camargo e gilberto gil…os showmícios quase viraram escândalo, enfim…tem uma avacalhação no ar também…sempre… gabeira sempre foi bacana desde quando voltou do exílio e lançou seus livros, depois como político…tem sido político com tudo de bom e de ruim que isso significa. gabeira sempre se colocou de uma maneira não convencional, desde a negação da gravata, que depois esqueceu até a questão da maconha que também recuou depois das propostas do governador recém eleito…gabeira esteve sempre nas questões dos costumes, das pseudo minorias…mas na hora da realidade a coisa pega diferente, gabeira não se adaptou ao poder nem a proximidade dele, rompeu com o pt e fez manha acompanhado por todo país nas antesalas de Brasília…levá-lo a prefeitura de uma cidade como o rio de janeiro e seus milhões de habitantes? será isso politicamente responsável, no sentido da viabilidade? ou será uma manifestação midiática, reserva de território…é preciso entender porque votar e porque votar em alguém que não vai ganhar a eleição e se ganhar o melhor que terá a fazer será renunciar imediatamente. mas então votar em quem? em quem? mas então votar? o professor de tênis diz que é melhor sair jogando, dane-se a técnica, é mandar a bolinha para o lado de lá, depois, quando muita gente estiver praticando, naturalmente vamos tratar da técnica…é uma boa parábola? mas afinal caetano, para onde vamos? é pra sair e votar no gabeira? pronto?

  9. giuseppe disse:
    Agosto 6th, 2008 at 7:11 am

    Caetano
    my best wishes for your birhday & always & deeply obrigado para todas musicas fantasticas
    um abraço

  10. Marcelo disse:
    Agosto 6th, 2008 at 7:55 am

    Grande Nelson…
    Pra governar se tem que ceder, negociar, dialogar, fazer alianças… Tudo isso que vc falou. E é assim pra nossa sorte. Caso contrário governar seria sempre o expressar da cara de quem governa, e a não ser que encontrássemos entre nós um ser que ninguém jamais encontrou em nenhum tempo ou lugar, alguém exato, perfeito, lúcido o suficiente pra em si conter ao mesmo tempo toda sofisticação que entre nós existe e todas as soluções para nossas inevitáveis divergências - uma divindade, portanto, e uma pretensão invariável dos ditadores - devemos comemorar efusivamente a necessidade de transigir que a democracia representativa nos impõe. GABEIRA, como prefere escrever Caetano, seria uma alternativa de inúmeros significados. Um cara que pegou em armas e que há quase 30 anos teve a coragem, e dado seu histórico de militante talvez uma coragem tão grande quanto a necessária para se pegar em armas, de usar uma sunguinha de crochê nas areias escaldantes de Ipanema (foi no posto 9? não sei dizer), onde não me parece nada fácil fazer verão. E ele fez. Um cara que ainda nos anos 70 teve a coragem de abandonar certos meios de fazer valer sua posição política para acolher o que havia, e em última análise me parece que ainda há, de mais ousado jno assunto: a democracia representativa. Nossas dificuldades de realizá-la não devem depor contra ela, e sim contra nós. Se não somos organizados e/ou transigentes o suficiente - e por isso nos refugiamos na corrupção que “agiliza” e “facilita” as coisas, poupando-nos da conversa fiada do congresso, cenário grotesco de um jogo de cartas marcadas, como se diz - problema nosso.
    Em minha cabeça, GABEIRA - aderi viu Caetano? - combina pretensões socialistas, perspectiva ambiental, cosmopolitismo, multiculturalismo, transparência, tolerância e, uma palavra chave, EFICIÊNCIA. E ainda tem um apelo pop de muito bom gosto….rs É dizer, o oposto do que se tem visto na política carioca. GABEIRA leva os valores tropicalistas para o mundo da política, to errado Caetano?
    Beijos para todos
    * sugiro que acessem http://www.youtube.com/watch?v=DcUoBpmqpK4&feature=related , onde verão Teresa Cristina nua com a música de Caetano. Ta lindo.

  11. Norma Lima disse:
    Agosto 6th, 2008 at 9:13 am

    O que é isso, companheiro? Espero que desta vez meu comentário entre… não sou de Partido, cito Tom Jobim, que citou Drummond: “É tempo de partidos/tempo de homens partidos”, mas uma carioca feliz por poder votar em Gabeira. E brasileira feliz por ser da mesma terra de Gabeira, Caetano, Rita Lee e outros seres. Tenho dito.

  12. Dominique disse:
    Agosto 6th, 2008 at 10:06 am

    Caetano está como um irmão gémeo para mim. É um verdadeiro sonho para mim poder entender ele todos os dias.Não tem mais separação…Fala, fala Cae e volta rapidamente cantar em Paris.

  13. Fernando Salem disse:
    Agosto 6th, 2008 at 10:37 am

    Bacana a idéia involutariamente sincrônica de OBRA EM PROGRESSO em tempos de eleições. Artistas em geral tem uma idéia de OBRA bem mais sofisticada que políticos. OBRA como algo contínuo, dinâmico e inesgotável. PROGRESSO não como algo a ser atingido, mas como processo, sintaxe da evolução, caminho. Invejo o Rio por ter GABEIRA como candidato. Aqui em SP, embora Ivan e Soninha se empenhem, ainda reproduzem a idéia de progresso ora reproduzindo a retórica de esquerda arcaica, ora jogando idéias e ciclovias ao vento. GABEIRA é um pouco, ou um tanto compositor, nesse sentido. Talvez, o cara que mais concentre a idéia de OBRA como arte da construção permenente. E PROGRESSO não como prosperidade idealizada, mas como caminho a ser trilhado. Votaria nele sem receios. Mas estou em SP.

  14. Gabriel Leirbag disse:
    Agosto 6th, 2008 at 11:03 am

    Sei que já deve ser um assunto insistentemente discutido e derretido, nós baianos morremos de vontade de poder assistir esses shows da Obra em Progresso, mas como pode nós, estudantes, pagar um ingresso nesse valor? Como pode os baianos saírem da beira do abaeté para assistir esses shows? E, olha, eu falo pelos baianos de lá, da Bahia, pois eu já moro no Rio e ainda assim é um peso tirar esses 60 reais do meu pequeno cofre-porco. Não vou. Queria. Amaria ir. Mas não tem como.

  15. César Rasec disse:
    Agosto 6th, 2008 at 11:31 am

    Caetano sempre tem algo para dizer e, sem papas na língua, diz. Ele e o amigo Rogério Duarte têm algo em comum, muito comum, sendo a sinceridade um dentre os muitos comuns. Conversando com Rogério, já tem um tempinho, nos encontros envoltos a partidas de xadrez (vale lembrar que Rogério está, atualmente, em Brasília), soube de belas ações caetanianas, o que me deixou muito contente, como fiquei contente após um pelo papo em sua casa, no Rio Vermelho, quando ele falou sobre Jorge Mautner para o livro que escrevi: Jorge Mautner em Movimento. “Gabeira, sem o Rio dar bobeira!” Taí, de bate-pronto, um slogan nascido aqui e agora, no estilo sereno e preciso que Caetano deixou. Axé!!!

  16. Guido Spolti disse:
    Agosto 6th, 2008 at 12:31 pm

    Lembrando a sugestão do Tyrone, em ele me deu um beijo na boca “política é o fim” e no entanto, aqui estamos com Caetano cotidianizando a política e politizando o cotidiano (creio que li isto em entrevista antiga de Caetano a Heloísa Buarque de Holanda)por meio da canção! De fato, a canção não salva ninguém (no sentido da ditadura do “proletariado” enquanto bandeira da canção de protesto da década de 1960) mas complexifica as relações humanas, os “lances” de exército brasileiro atuando no Haiti, o Noel Rosa como ponta de iceberg para complexificar a profundidade presente na discussão das cotas,o Gabeira como não falência da política representativa (embora apenas alguns “santos nos seus cantos e sozinhos”; Pois é, aqui estamos nós ainda por uma política representavia, ainda dependemos de representantes, melhor se fossem como índios, como sociedades sem estados em estado de graça, apenas pelo prestígio, pela estética, pela beleza do “chefe”…

  17. Marcos Aurélio disse:
    Agosto 6th, 2008 at 6:42 pm

    Considero lúcidas e lúdicas as propostas políticas de Caetano para se votar em Gabeira, e as canções do transrock. De fato, é incontestável a superioridade ética e a capacidade política de Fernando Gabeira, uma das figuras mais importantes na democracia representativa brasileira, em relação aos outros candidatos à prefeitura de nossa triste cidade. E as canções desse novo disco, sobretudo as que tem como cenário e personagens a capital carioca, são a expressão do que há de melhor nesta feliz cidade, justamente aquilo que se perde por conta dos folclorismos nacionalistas e regionalismos exegerados. Em outras palavras, o que se vê é a expressão do Rio cosmopolita, cidade-mundo, e cidade do mundo, talvez a nossa cidade mais cosmopolita ( que me perdoem os paulistas, mas esta é uma reflexão de um paulista!!!). É como a prosa romanceada de Chico Buarque, ali também se vÊ a presença do Rio de Janeiro cosmopolita, cidade com diversos gostos e desejos.

  18. nelson disse:
    Agosto 6th, 2008 at 9:17 pm

    Bom politica e campanha ja deu o que tinha que dar…..e assunto distante da musica ….muito distante….quanto a falencia da democracia representativa….deixa pra la…..não me sinto representado por nenhum candidato…ok problema meu….politica e musica vou me abster de comentar sobre a primeira…definitivamente não é minha praia….

    florianópolis é o rio de janeiro que deu certo…
    há muitos cariocas se mudando pra la ….
    mas deixa pra la tambem……

    coloco um link pro hermano e cae ….achei bacana
    aqinda que não exatamente novo….acredito que esta canção tem um poder criativo que se encaixa
    no transrocksamba…..ou transsambarock….ou samba rock transmudado…..

    vai ai pra gelera e pra cae

    http://www.youtube.com/watch?v=ZtVZgxy7Ogg

    apenas colocaria uma guitarra rock blues
    alias esta musica sempre me pareceu um samba blues rock

  19. Evil Gal disse:
    Agosto 6th, 2008 at 10:35 pm

    SENHOR CV: No post você escreve em francês, Inglês, Italiano, Português mas que passo com o espanhol?. Não se esqueça dos hispanohablantes. (Me imaginno que no soy la unica lectora que habla español.)
    Yo vi por primera y unica vez a CV en Bs As y me quede sorprendida por lo poco que hablo… y aliviada porque no soporto a los artistas que hablan demasiado en los conciertos y se ponen primero que la musica.
    Un beso en español.

  20. Andre disse:
    Agosto 6th, 2008 at 11:18 pm

    quero registrar aqui de antemão meus parabéns pelo seu aniversário Caetano!
    Se votasse no Rio, Gabeira teria meu voto, ainda estou lúcido, Caê!
    Pensando em lucidez, lembro com muito carinho, quando o conheci pessoalmente, no saguão de um hotel em BH. O que mais me chamou atenção foi a sua lucidez, dinâmica, roupas modernas, o jeito descolado para um “senhor” que já é âvo. Acho que todo artista de verdade é um vampiro. Vive eternamente através das suas obras. E você é um deles.

  21. Paola la Romana disse:
    Agosto 7th, 2008 at 7:39 am

    Antes de tudo desculpe o meu portuguès que nao è perfeito mas esta mensagem è so’ para desejar a Caetano tudo de bom para o seu aniversario e dizer
    Fale Caetano fale em qualquer lìngua que voçe quiseres porque è sempre um prazer ed è musica per le mie orecchie ascoltarti parlare, sentire, finalmente, qualcuno che ha qualcosa di interessante da dire…. Buon compleanno

    Ps: Gostou do livro sobre “la città eterna”?

  22. César Rasec disse:
    Agosto 7th, 2008 at 3:48 pm

    Caro Caetano,
    aproveito esta tribuna-livre-cibernética, com papos astrais e algo mais, no macro espaço político-social, espaço este que soma, e muito, à aritmética da construção de um Brasil melhor, para desejar mais lucidez neste dia em que a Terra sintiu, há exatos 66 anos, o seu primeiro respirar. Saúde e todo o axé da amada Salvador. Sinceros votos de César Rasec - rasec1963@gmail.com

  23. Omar Taha disse:
    Agosto 7th, 2008 at 10:32 pm

    Mas é impossível não concordar com os exemplos que ele dá nessa questão da democracia representativa…

    Como sempre, Caetano não têm vergonha nem pruridos de meter sua colher em questões “dantescas”como essa: a representatividade de alguns atores pol[iticos, a democracia em si, demokratus, o desperdício que é votar em candidatos trash, a vocação que o eleitorado têm em valorizar esse tipo de candidato…

    Sem entrar no mérito, são questões que a ïnteligensia”se recusa a discutir.Não quer se imiscuir em discussões da plebe ignara….

    Portanto, numa palavra

    Caetano é a Elite da Anti-elite….!!!

  24. Fernando Salem disse:
    Agosto 8th, 2008 at 10:45 am

    Com relação à observação do Lucas: entendo o estranhamento que ele teve com a expressão TRANSAMBA. Também entendo a rejeição às repetições em ostinato das guitarras de CÊ. Quando escutei CÊ pela primeira vez, tive também uma sensação esquisita. Fiquei com um certo receio. Não sabia responder ao “gosto” de imediato. Engraçado… me lembrei que havia sentido a mesma coisa em outros álbuns do Caetano. Isso faz tempo a beça. Araçá Azul é exemplo fácil desse estranhamento. Ele tinha esse desejo na sua gênese. Mas também estranhei um pouco O ESTRANGEIRO. Disco pelo qual sou apaixonado hoje. De Circuladô pra cá, gosto na de tudo na primeira audição. Essa reflexão não qualifica CÊ. Estranhar não quer dizer que é bom. Mas passei a gostar do disco. Isso é pessoal. Uma coisa é inegável: a produção atual de Caetano é corajosa. Ele está compondo sem medo de correr riscos. Como um garoto. E se permitir ao desconhecido abrindo mão do previsível é de uma ousadia invejável.

  25. rafael rodriguez disse:
    Agosto 9th, 2008 at 10:56 am

    O samba vai vencer
    Quando o povo perceber
    Que é o dono da jogada

    O samba vai crescer
    Pelas ruas vai correr
    Uma grande batucada

    Samba não vai chorar mais
    Toda gente vai cantar
    O mundo vai mudar
    E o povo vai cantar
    Um grande samba em paz.

  26.         Arthur Pedrotti disse:

    Outubro 8th, 2008 at 10:18 pm

     

    Caro.

    Fico decepcinada com Gabeira em aceitar o apoio de cesar maia. Com isso pode ter certeza que ele vai perder a eleição para prefeito. As pessoas odeiam Cesar Maia , logo pra ele foi pedir apoio!

    Com certeza Eduardo Paes vai ganhar. Gabeira tem que ir para a televisão e falar que isso é um invensão. Ouço todo mundo falar que vai mudar seu voto, em virtude da reportagem de hoje no JB. É lamentável.


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