Gabeira e Mangabeira 2 (30/09/2008)
GABEIRA E MANGABEIRA 2 |
30/09/2008 6:58 am |
Mas será que tem gente que pensa que o que todo o mundo quer é se drogar? Todo o mundo ou pelo menos todos os brasileiros? Tem gente que pensa que todo o mundo não se droga só porque há a proibição? Estou com Salem. Não devemos esperar que os poderes públicos nos tratem como crianças. E depois, por que será que a maioria da população não é alccoólatra? Nem mesmo tabagista? Mesmo sendo legais e glamurizadas por décadas de filmes de Hollywood (onde a primeira fala de personagens entrando numa casa era sempre “I need a drink”, a primeira idéia de um personagem em apuros era “I need a drink”, a primeira proviedência para consolar um doente na cama era “take a cigarette”) o tabaco e o álcool nunca viraram a obsessão das populações humanas. Agora, sempre houve (e haverá?) bêbados e drogados. Não há nenhuma indicação segura de que os haja menos hoje por algumas drogas serem proibidas. A certeza disso é tão idiota quanto a certeza de que as drogas ilegais só fascinam por significar transgressão. Não é só por serem proibidas que elas atraem, nem o desinteresse por elas decorre da sua proibição. Só pensando direito se pode discutir, discordar, concordar, dialogar. Vamos tentando. Gabeira está virando o jogo. Mangabeira apoiar Crivella não é surpresa nem mau sinal para mim. Primeiro porque Crivella é do partido dele: o PR foi criado por José Alencar (o vice de Lula), Mangabeira e Crivella. Desde a criação do partido que na imprensa se diz que ele é um partido da Igreja Universal, ou do Bispo Macedo. Não creio que seja isso. O trecho que a moça que postou comentário reproduziu do discurso de Mangabeira na reunião de apoio a Crivella é excelente. E corretíssimo. De fato é horrível querer-se usar o princípio do estado laico para discriminar uma corrente religiosa. Sendo que os cultos evangélicos têm, há muito tempo, recebido de Mangabeira atenção especial. No livro “Política” (o mesmo onde há a crítica do conceito marxista de “capitalismo”) ele contrapõe a importância política da teologia da libertação (católica) ao surgimento das igrejas evangélicas - e vê maior energia liberadora nestas do que naquela. Eu venho de um mixto de ateísmo com politeísmo e, embora veja programas evangélicos na TV desde os anos 90, sempre odiei a campanha que eles fazem contra o candomblé. Sem falar no cara que chutou a santa (se bem que o Bispo Macedo - cuja biografia li com grande interesse - disse ter errado e atrasado em décadas a obra da Universal). Mas se esses programas (e suas igrejas) me atraíram por serem fenômeno popular, eles me mantiveram atento por estarem trazendo para grupos de brasileiros a idéia de que prosperar é bom - coisa que a Igreja Católica estava longe de sequer admitir. Concordo com Mangabeira em que o crescimento das igrejas evangélicas é um dos acontecimentos mais importantes da história brasileira recente. Não estou dizendo que isso é necessariamente bom, apenas que é indiscutivelmente importante. Nunca tive nem tenho preconceito contra o televangelismo americanizado. And, Heloisa (for some reason I think that’s the right spelling of your name: with an H; maybe I’m wrong but as I always post without going back to read…), I certainly don’t have a good ear for foreign languages, but I don’t have much of a hard time reproducing the pronunciation of their vowels or consonants. I remember the short “u” used to be pronounced as a Portuguese “a” by Brazilians when I was young. Then people realized it was not that opened and tried to imitate the original English “non-vowel” - and ended up pronouncing something like a Portuguese “ô”, which sounds horrible. For example: people used to say “blash” (with a Portuguese “a”) for “blush”; now they say “blôsh” - and it makes me sick. Maybe that’s why you think I pronounce “a” instead of “â” in such cases. Yes, “â” is the closest to it. But we don’t have that in Brazil really - not with a differential value. In Portugal they have (that’s why there it is not hard to tell the difference between an “à” and an “a”, since the simple “a” sounds “â”; in Brazil we don’t have that, and we either write “à” when it’s only an “a” or pronounce “áa” to make sure we know there is a “crase”, i.e., a contraction of the preposition “a” and the definite article in its feminine form, “a”). To be sure, we have always pronounced “blêfe” and “flêrte” - in Bahia, “bléfe” and “flérte” - for “bluff” and “flirt” (and we kind of hear too open an “a” when the word “bluff” is pronounced in a movie). But we used to say “blash” when the word used here to refer to the stuff was “rouge” (a much better word), that we pronounced, effortlessly, à la française. That all means that we were always looking for a real vowel to put there, where there was no vowel proper. Well, of course THERE ALWAYS IS a vowel when you produce a vocal sound. But if it’s not “a”, “e”, “ê”, “i”, “o”, “ô” or “u”, it’s a non-vowel. Are you thinking I say this because I am Brazilian and my ear is used to just those vowels? No. Of course I know about the French “u”, which is half “u” half “i” - as is the German “ü”. Or the German “ö” or “oe” - there are lots of different vowels in different languages. But they demand a minimum of definition. It was my English teacher in London who explained to me that the short “u”’s pronunciation (as opposed to the long “u”, that’s pronounced “iú” - for, as you must have noticed, all long vowels in English are not real vowels but diphthongs: ei, íi, ou, iú…) is just the animal releasing of vocal indistinct sound. Well, you have something like it everywhere, like in the final “as” in Portugal, the final “es” in Catalan (and French, and Neapolitan, and…)… But in English it’s a very frequent sound entity. And often it’s the main vowel in a word. The other “short” vowels are always something in-between defined vowels: the “a” in “cat” is something between (Portuguese-Spanish-Italian-French…) “a” and “é”; the “o” in “pop”, something between “ó” and “a”; the “i” in “fitness”, something between “i” and “ê”, and so on and so forth. As for “far” or “car” (I don’t remember your example): it is not the same case as “dirt” or “Curt”. I must have had it wrong, saying all vowels followed by an “r” sounds undefined. What I meant was that MOST do. Especially if it’s followed not only by an “r” but by an “r” and another consonant. In fact, the “i” in “stir” sounds more like in “dirt”. But it’s for sure that it does in words like “curl”, “curse”, “verse”, etc. The vowel “a” doesn’t behave the same way. The “as” in “start”, “fart”, “lark”, don’t sound like a non-vowel. Rather, like a slightly O-ish A. Sorry for the long gramatiquice in English. I was really trying to explain what I had meant. But I don’t know anything about English grammar theory. Or theoretical English grammar. Or English theoretical grammar. I really did it just to amuse you. And myself. |
Caetano,
Me desculpe, mas a candidatura do Crivella nada mais é do que uma tentativa de colocar a Igreja Universal no poder. O PR é um partido da IURD, não tem como negar. O dinheiro sujo da Igreja é lavado comprando o horário da madrugada da Tv Record, onde eles atacam as outras religiões, principalmente o candomblé. A IURD é uma igreja anti-ecumênica, e isso é um perigo para a democracia.
O projeto de poder do bispo Macedo é tomar o poder. Não tenho nada contra evangélico. O problema é essa mistura que o Crivella faz entre política e religião. O senador tem um projeto de lei que permite que os incentivos fiscais da Lei Rouanet sejam usados para a construção de templos evangélicos! Como um cara desses pode ser prefeito do Rio de Janeiro?!
Você, bússula, em meio aos ventos do quarto império : ) No Rio, penso (e posso estar errada,como sabe)que os candidatos são infinitamente melhores que Crivella. Um abraço de sua fã, Dionnara.
MEUS pontos (atrasados também) nos is…
Do show de caê e roberto exibido na globo, só consegui assistir a primeira parte (sono). O que eu achei foi que Caetano estava visivelmente emocionado, não sei se por isso ou não, me pareceu que ele fazia um certo esforço (um esforço) para cantar. Agora, ele troxe nova emoção às músicas de Tom (emoção em mim), por exemplo, uma coisa simples, quando ele cantava o refrão “… ela é carioca”. Putz, lindo. E eu sou Baiana, então não é pessoal.
Bom, drogas. Usei maconha um ano inteiro, em função de um namoro. Não tô sentindo falta nem de um nem do outro. mas acho que aquele negócio me fez mal, to falando da maconha. Não sei, tenho a sensação de que abalou um pouco minha memória, que é (era) Über. Não sei. Mas, fico preocuapda com os discursos, “é só relaxante, não é nada de mais”. Hm.
Põ, quando dizem, os homens principalmente, que Caetano que eu adoro, e que já me senti paquerada por ele (será?) é viado, fica difícil negar, com esse textinho em Inglês. Eu sei, não é nada de mais, tati bitatis, mas sei lá, da mesma forma que as vezes é um impulso, escrever em Inglês (pra que conhece), também é institivo pensar “coisa de viado”. Não sei. Não to falando homossexsual, viadagem é diferente, é tipo frescura e tal.
Outra coisa é que o Mangabeira me parece, ouvi dizer, que tipo, se a gente dividir os políticos em quatro grupo, digamos assim, ele, o que ele representa, o que ele emana, sei lá, faria com que ele estivesse junto de ACM. Aí me pergunto, se caetano gostava de ACM. É isso?
fenômeno por fenômeno, tanto o crescimento das igrejas evangélicas quanto do tráfico de drogas foram acontecimentos importantes na nossa história recente. Mas a mágica mesmo foi estabelecer o dízimo entre a população carente, fenômeno, tirar ainda mais de quem tem pouco. a fotografia da nossa miséria impressiona e os estudiosos qualificam os fenômenos. poderíamos inovar e não entrar de cabeça no televangelismo, fenômeno importado. Mangabeira já esteve melhor acompanhado noutros tempos. Ao lado do vice e do bispo?…Será? o pragmatismo nos levará aos braços de Crivella no segundo turno? afinal a terceira esquerda fundará uma nova velha direita? Teologia da libertação ou evangelização pragmática? Afinal, somos ou não somos americanos?
caetano vc é absolutamente hilario.
vc á mesa de um bar deve ser garantia de gargalhadas a noite inteira.
prazer imenso poder compartilhar suas gramatiquices e dificuldades com a lingua inglesa….
qual foi o sentimento seu mais presente durante os tempos de exilio?
abraços
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O debate sobre a legalização das drogas é válido e se torna mais interessante quando se tem como um dos interlocutores uma personalidade como Caetano Veloso, admirado por milhões de pessoas, inclusive por mim. Não me sinto pouco a vontade ao me contrapôr à posição da personalidade, ainda que o peso da opinião desta seja infinitamente maior que o da minha, o que tende a influenciar a maioria. Acredito que neste espaço, e só por isso faço uso dele, impera uma máxima “Volteriana” que diz “Ainda que não concorde com nada do que me dizes, defenderei até a morte o direito de dizeres!”.
Defender legalização de algo que somente traz danos à vida humana para mim é completamente sem sentido. Não venham me dizer que a legalização, seja ela feita da forma que for, não aumentaria o número de usuários, pois aumentaria sim. A Chancela do Estado seria um estímulo enorme ao uso, e se apenas uma pessoa a mais no Brasil ou em qualquer lugar do mundo sofresse as consequências maléficas dessa legalização já seria lamentável e irreparável. Como já disse em outra oportunidade, não podemos nivelar por baixo ao querer legalizar as drogas em razão do álcool ou o tabaco ainda serem, deveríamos lutar pela proibição de todos ou até mesmo a restrição gradativa, como vem acontecendo no caso do cigarro.
Ainda que eu tenha restrições ao Imperativo Categórico Kantiniano, em que a máxima de um indivíduo, neste caso eu mesmo, deveria ser tomada como lei universal, faço uso da teoria quando estou diante de uma situação que envolve bens indisponíveis, no caso a Vida. Amparando meu pensamento cito o filósófoso Miguel Duclós: “É certo que existem diferenças entre indivíduos. Mas existem também coisas que são universais à forma humana, atributos pertencentes à nossa essência de seres pensantes e comunicantes. O imperativo ao meu ver trafega nesse pressuposto. Um fio de espírito que passe de uma ponta a outra da humanidade conservando seu enunciado pode ser considerado universal ao homem. Eis o desafio ético e o desafio político. Algo que todos querer? Dou um exemplo: todos querem viver. Não se pode para que uns vivam, outros deixem de viver. O imperativo dá conta satisfatoriamente dessas questões.”
Elas, as drogas, são uma realidade e sempre ou quase sempre, pelo menos a partir da comprovação científica de seus malefícios, são proibidas. Aqueles que defendem sua legalização usando como paradígmas pessoas bem sucedidas, artistas e até políticos, que fumam um “baseado” de vez em quando para relaxar, ou até mesmo usando o exemplo pessoal, dizendo que fuma “umzinho” e tem a vida equilibrada. Talvez todos esses se esqueçam ou até mesmo não conheçam aqueles viciados inveterados, aqueles que começam com cola, depois maconha e passam à cocaína, ao crack, ao abandono, à morte. Essas pessoas deveriam sair do mundinho delas e visitar a “Cracolândia” ou passar uma semana no lar de uma família destroçada pelas drogas.
Ainda acredito que existe um pouco de lucidez neste país e confio que a legalização das drogas jamais passará de um debate!!
acho alarmante o estado de infância perpétuo do povo brasileiro. se cagando nas portas dos hospitais e gritando como bebês, chorando como crianças pra conseguir alguma coisa. (vê-se no mapa da última proclamação, alguns aspectos infantis, mas um potencial gigaaante). sinto que talvez seja por isso o desinteresse da minha geração em política, presidentes parecem todos iguais quando se tornam presidentes (tudo bem, vimos muito poucos no poder), mas o estado fica paternal demais me proibindo de fumar maconha. (não sei exatamente ainda como entender isso, mas Pai, Igreja e Estado parecem uma patota odiosa pro meu arquétipo adolescente)
deitados eternamente em berço esplêndido
Caetano!
Sou de São Paulo, então apesar de acompanhar a disputa eleitoral no Rio de Janeiro, não conheço profundamente as discussões eleitorais aí no Rio.
Entendo, que a dificuldade do Gabeira vencer eleições majoritárias está não só no fato dele apoiar a legalização/liberação das drogas.
Antes vale deixar claro que o prefeito NÃO TEM PODER para alterar leis que dizem respeito a matéria droga, que necessariamente devem ser emanadas do Governo Federal.
Pois bem, Gabeira ficou famoso por sua tanguinha de crochê, que arrepiou os cabelos dos conservadores, mas há um fato em sua história, que acho ser impossível de ser esquecida, o sequestro do embaixador americano.
Por mais que possa ter tido razões importantes, não consigo aceitar, e acho que a população do Rio em sua maioria também não, que se responda com uma violência tão gritante que é privar a liberdade de alguém que diretamente nada tinha a ver com o problema da época, por mais nobres que sejam seus objetivos.
Sequestro é um dos crimes mais odiosos que podem existir, para mim somente comparável ao estupro, eis que reduz a pessoa a condição de animal, presa e privada de seu bem maior que a liberdade de ir e vir. A lei da anistia, que acho maravilhosa, pecou por anistiar os militares, e permitir que atualmente a aplique como forma de garantir indenizações milionárias aos “revolucionários”.
Afinal, somente as famílias dos revolucionários sofreram com a perda dos seus entes queridos?
A situação é complexa, e acho que o povo do Rio, por mais que não fale abertamente sobre o tema, rejeita em muito Gabeira, pelo sequestro (justo ou não) que este confessadamente cometeu.
Forte abraço
Cadu Sabbag
[i]Estou com Salem. Não devemos esperar que os poderes públicos nos tratem como crianças[/i].
Mas devemos esperar que os poderes públicos tratem as crianças como crianças - porque é a elas que os traficantes oferecem “amostras”, nas portas das escolas inclusive.
O Estado (cuja legislação é uma esquálida lembrança - ainda necessária - do sentido mais importante e mais valioso da palavra limite) é então o responsável pela grande (e jamais gratuita)ironia: fazer com que se lute por dependência achando que se está lutando por liberdade, livre-arbítrio, direitos individuais e tudo o mais que (humana, terna e muitas vezes dolorosamente) embasa e legitima nossos discursos repletos de boas intenções e desconhecimento.
Cómo así que te acordás de los nombres de los que escriben los cometarios sin tener que volver a leerlos? Es chamullo? Me hacés sentir mal Leozinho! Tengo la mitad (o menos) que tu edad y cuando me dicen un nombre a los minutos ya me lo olvido.
English: No se te amontonan un poco las ideas? Hay vocales “largas” en inglés que no son diptongos. Por ej: en goose (gu:s). Es que el inglés es bastante tricky e incluso tiene una ortografía súper compleja y de ahí que exista el “Spelling Bee”. Con respecto a la “a” en blush o husband… estamos bastante acostumbrados al inglés de EEUU o Inglaterra pero hay algunos países donde la pronuncian como una “o”. Si mal no recuerdan mis oídos: en Irlanda y/o Escocia…. y definitivamente los puertorriqueños.
Se as novas igrejas evangélicas têm mesmo essa vantagem de incutir em grupos de brasileiros a grandeza da prosperidade, ainda assim a sua ganância, má fé, oportunismo, posturas discriminatórias e ou bizarramente conservadoras, castradoras, são o suficiente pra que apoiar estas igrejas seja uma mancha política extremamente desanimadora.
O crescimento evangélico é realmente algo tão importante (não necessariamente bom), que irá influenciar cada vez mais na POLÍTICA, uma vez que os crentes tendem a votar nos seus pares.
Uau! Isto deve ser algum artigo de Telecurso 2000, algo assim…
Eu não consegui ler a explicação sobre gramática da lingua inglesa até o fim…
Esse Caetano é pórreta!
Há uma liberdade ainda mais valiosa do que a que se pretende ao se defender a descriminalização das drogas (supondo ser este um e apenas um dos motivos em defesa): aquela que permite a você, Caetano - poeta que é -, ver de cara limpa coisas que muitos pretendem ver ao se drogar.
Só que é uma liberdade (e seus benefícios) que dá trabalho para ser construída - e você sabe bem disso. Seu cuidado com sua biografia e o respeito com seu Eu não comportariam o impacto que drogas causam. É louvável que você defenda o direito a algo a que você nem faz uso, porque não gosta. Entretanto, isso (o cuidado e o respeito consigo mesmo) não é patrimônio só seu, é da humanidade.
Nada é mais urgente do que ser livre por seus próprios meios e você é um exemplo disso.
Um pouco mais de drogas! Maconha e Paz, evidentemente não é para todo mundo! Como garantir que pivetes crianças e adolescentes estejam em paz com tanto maconha em fase imprópria (lembra o documentário do Falcão?; não entendi o período que abre o texto do Caetano “Mas será que tem gente que pensa que o que todo mundo quer é se drogar?” porque não consegui identificar nos comentários nenuma apologia ou sei lá o que ao uso das drogas;aliás, se toda a droga do mundo fosse maconha… O fato é que se a maconha não garante “paz profunda”, embora uma droga muito mais legal que outras, especialmente as derivadas, as raspas, os restos dos restos; assim, ela garante, não para todos (lembra quando o Caetano fala da viagem de baseado dele?, quem fumaria um baseado quase inteiro, ainda mais um cabeça de nêgo?, me pareceu coisa de principiante, digo isso bem numa boa, mas foi a sensação que tive quando o Caetano faz a narrativa, pensei, o Caetano é doido!), para alguns usuários, um estado levemente alterado de tempo e espaço, uma ótima sensação, também inspira, enfim, não é uma droga ruim, e está muito mais associada à tranqüilidade, ao relaxamento (claro, dependendo do estado de espírito do indivíduo), do que a uma “droga dos diabos”; isso me faz pensar quando o Jonh Lenon e a Yoko Ono foram visitar a rainha Elizabeth, creio que o barato do baseado que eles fumaram associava-se à paz, embora eles “não procurassem a paz”!
Esqueci de dizer, que prosperidade esperar de um pensamento tão fundamentalista quanto o dos evangélicos, não só deles, outras religiões também, mas os evangélicos, a não se que mudem radicalmente essa “coisa”, esse dogma de achar que todo mundo tem que aceitar Jesus (o deles, é claro) em seu coração, e pararem, em suas manifestações de ficarem gritando as asneiras mais diversas pensando que todo mundo é obrigado a ouví-las, ou seja, enquanto não pararem de deturpar o que de mais legal pode ter numa proposta verdadeiramente religiosa, a metafísica profunda dos alquimistas, etc. etc; caso contrário, não entendo, mas gostaria de entender a prosperidade de Mangabeira/Caetano…
Oi,você falou sobre um texto Rio/ São Palulo. Posta ele ai. Acho que falar de cidades, amplia e particulariza cada pedaço do debate que se ler e discute no Blog.
Hahahah, Caetano engole uma corda…! E é tão bonitinho.
(Aliás, Caetano: por falar em hahaha, tem um tema de gramatiquice que é muito pertinente hoje em dia - neogramatiquice, na verdade, porque é coisa recente e a polêmica não é em cima de normas, mas de panelinhas de tendências estéticas ou de modos de expressão. É o dilema da risada por escrito, na internet. Você já teve algum contato com esse impasse? Se a sua internetagem está restrita ao blog e a sites de crítica musical, crítica de cinema, política e afins, provavelmente não. E então você pode até achar que expressar que se riu, pela internet, é uma coisa desnecessária ou que vai tranqüilamente nas entrelinhas do que se diz. Mas se por acaso você se expandir pelo menos pro MSN, logo logo vai ver o quanto isso é realmente um impasse – ou mesmo por aqui pelos comentários do blog. Se se abre mão de “rir”, numa conversa longa e fluida pela internet, alguma coisa da peculiaridade mesma desse tipo de comunicação é comprometida – e não existe um paralelo justo entre uma conversa de MSN e outro tipo qualquer de comunicação possível, há algo de irresistivelmente lúdico e particular em bater um papo de uma madrugada inteira no MSN em vez de conversar pelo telefone, por exemplo - e não há um papo desse que não precise da eventual expressão dos momentos de risada. E aí entra o problema, o fator partidarista, com o seu jorro de estéticas: há um verdadeiro clube dos “contra kkkk”, dos “contra rsrsrs”, “contra emoticons”, etc, e uma legião de desavisados dessa militância da higiene textual que usam e abusam, em seus blogs ou conversas online, de qualquer onomatopéia - muitas vezes sem qualquer correspondência com o som de uma risada real, como o hauhauhauhuah, que eu demorei a entender como um riso e não como um latido. E fica-se com a dúvida: ou se usam as diversas formas de risada porque se admitiu que elas ocorrem espontaneamente, e o contrário seria uma auto-repressão pensada demais - o que seria fazer vista grossa à poluição inevitável que decorre disso; ou se preza por um texto limpo, com as risadas apenas implícitas, como sempre se fez e com sucesso antes da internet - o que faria com que se usasse a internet apenas para veicular mais largamente o modo de expressão vigente desde sempre, e não como um meio de vida própria, criador de seus códigos e facetas específicas. Essa polêmica lembra um pouco, por sinal, a da poluição visual de São Paulo e daquelas restrições à publicidade. A gramática nunca vai dar conta da linguagem da internet, mas as suas gramatiquices, que já são de todo modo bem mais pessoais que normativas, bem que poderiam lhe estender um ramo.)
“ABGLT lança manifesto pela não-eleição de Marcelo Crivella
A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais lançou nesta segunda-feira, dia 29, um manifesto pela não-eleição do candidato e bispo evangélico Marcelo Crivella (PRB) à Prefeitura do Rio de Janeiro.No manifesto, a ABGLT relaciona diversos motivos para que eleitores não votem no candidato do Partido Republicano Brasileiro, além de reproduzir algumas frases de conteúdo discriminatório e homofóbico proferidas pelo bispo.”A lei é uma excrescência” (referindo-se ao Projeto de Lei 122), “Ninguém pode ter neste país a obrigação de concordar que não se pode criticar o homosssexualismo” e “Acho que o homossexualismo é pecado, não é natural” são apenas algumas das declarações feitas pelo bispo. Crivella é ainda autor de um artigo intitulado “Perigo para as famílias brasileiras”, onde convoca manifestantes a lutarem contra o PL/122 e responsável por constantes articulações contra pessoas LGBT.A ABGLT acusa o bispo de não respeitar os princípios de igualdade e não-discriminação previstos na Constituição Federal; de não respeitar as resoluções do Conselho Federal de Psicologia; não respeitar a resolução da Organização dos Estados Americanos sobre orientação sexual e identidade de gênero como Direitos Humanos e de não respeitar a resolução aprovada pela Organização Mundial de Saúde, em 1990, que retirou a homossexualidade da lista de doenças.O manifesto é mais uma forma de a ABGLT declarar sua luta pela existência de um estado realmente laico, onde diversidade religiosa e sexual sejam respeitadas e seres humanos possam ser tratados com respeito, sempre sob as leis Constituição Federal.”
O que o Mangabeira teria a dizer sobre isso?
Beijos
Caro Caetano, sem pretensão, concordo com a maioria das idéias que você propaga neste espaço, porque eu asa defendo há muito tempo na coluna que assino diariamente no jornal Diário da Manhã, aqui do Maranhão. Sei que as pessoas mudam de idéias, ou seriam idiotas chapados. Mas me incomoda essa sua apologia do mangabeira. defendi várias das idéias dele, até que ele escreveu um artigo duro contra o Lula e, logo depois, aderiu ao governo, como se fosse um intelectual holerite. Não, com relação a Mangabeira, no mínimo fico com o pé atrás.
Oi, parabéns pelo show que passou na tv e foi ótimo. Não dá mesmo para jornalista de rock ver show de bossa nova e resenhar. Fica uma tristeza, vcs tem razão.
E detalhe: o “mixto” aí é o sanduíche, com “x”? Acho que deveria ser com “s”, de mistura, não?
Independente da simpatia por Mangabeira ou Crivella, eu não apoio a lei Rouanet para templos religiosos e assinei a petição abaixo, assinem também:
http://www.PetitionOnline.com/cult2007/
Beijos da Lau
acho bem interessante esse debate sobre a legalização de drogas. acho álcool e alguns medicamentos tão ou mais prejudiciais que algumas drogas consideradas ilícitas.
tenho uma tendência a querer acreditar que a legalização seria um meio eficaz de combater essa economia paralela que funciona através do tráfico de drogas, mas não encontro argumentos que me convençam. e, trabalhando com pessoas, sua energia e seus comportamentos, acredito mais que apenas estaríamos trocando um problema por outro (não tenho ainda opinião formada em qual proporção). e não acho nada eficaz essas soluções que apenas mudam de nome e endereço mas geram os mesmos padrões.
pensando mais amplamente, e de forma prática, a questão da legalização de fato acontecer ou não é algo pra muitos anos ainda , e esbarra também nestas questões que já foram levantadas pelo Aurélio no post anterior.
então, ao mesmo tempo que se debate essa opção precisamos exercer essa criatividade brasileira e pensar em outras soluções mais próximas do agora. é como abordar algo por pelo menos dois lados ao mesmo tempo. debatemos o legalizar e também ações menores, cotidianas.
acho que não devemos ser tratados como crianças se não somos, mas na maioria das vezes agimos como tal.
e não é a mudança na lei que nos fará agir como adultos, responsáveis por escolhas e consequências.
acredito mais nas moderações do que nas proibições, sem dúvida acho melhor, mas no caso da lei sobre a bebida, achei ótimo. acho que tem que fazer esforço mesmo. se a proposta é sair e beber e curtir, e pagar por isso, então paga o taxi também, ou cultive com esforço um bom amigo que vai ficar sóbrio enquanto vc bebe.
então, vamos lá: como adultos podemos pensar e debater mais sim, e ter mais idéias e sugestões criativas para resolver um mesmo problema de várias formas, com o mínimo de danos, e o máximo de condições reais de viabilidade, inclusive técnica, pra isso. e também para cortar o que alimenta o problema, pq se isso também não é feito, ele ressurge com outra cara…
O Renato disse:
“[i]Estou com Salem. Não devemos esperar que os poderes públicos nos tratem como crianças[/i]. Mas devemos esperar que os poderes públicos tratem as crianças como crianças - porque é a elas que os traficantes oferecem “amostras”, nas portas das escolas inclusive.”
Se eu entendi direito, o coment é a favor do estado como protetor e colocador de “limites”. Limite é palavra da moda entre os psico-pedagogos uspianos. O uso dessa palavra é equivocado e pouco criativo. Entendo o desejo contido no uso de tal substantivo, mas ele serve de pretexto pra reprimir. Adultos que um dia foram “liberais” agora precisam passar limites pras crianças não os surpreenderem com seus desejos.
Os solventes e fluidos de isqueiro são vendidos legalmente nos botecos. Nem por isso temos uma epidemia de inalação infantil. Isso é comércio legal. Ponto. Cabe aos vendedores, pais e escambau cuidar pra que a bagaça não seja espalhada entre a molecada.
Não tenho medo da droga. Mas morro de medo do Crivella. Entendo o fenômeno da evangelização no Brasil como um sintoma. A gente não quer só comida a gente quer a vida como a vida quer. Aqui e agora. E isso a Igreja Católica não promete. Pelo contrário, se muito, um lugarzinho no céu. Mas convenhamos, a exploração vil desse desejo tão legítimo é um estelionato.
Frequentei com relativa intimidade os bastidores da TV Record e fiquei chocado com o que presenciei por lá. Isso sim é droga pesada!
Mas quando Caetano fala do desejo de prosperar está correto. Os evangélicos de fato tocam na questão. Nada que um psicólogo de esquina não fizesse sem apelar pra ignorância.
Ao invés de cuidar dos “limites” das crianças, o poder público deveria cuidar é das “fronteiras”. A droga entra e sai do país e financia seitas e emissoras de TV.
Crivella não é santo, nem gosta de santo.
“Parental Advisory: Explicit Lyrics” (Aviso aos pais: letras explícitas).
Não é o Estado quem tem legitimidade para interferir no livre-arbítrio do indivíduo. Muito menos um indivíduo interferir na escolha de outro. Se uma pessoa quer se suicidar (eutanásia) quem sou eu para proibi-la? Se alguém quer se drogar pq devo proibi-la ou condená-la por isso?
Pq tenho pena dela? Pq não quero que ela sofra? Mentira! No fundo, nem eu nem ninguém está nem aí para ninguém! A nossa sociedade é um poço de egoísmo, as pessoas só fazem algo pelo outro se receberem algo em troca. Quem diz que é contra a descriminalização (que não é o mesmo que legalização) das drogas, usando este argumento é hipócrita. Pq se estivesse mesmo interessado no bem-estar do próximo estaria contribuindo de alguma forma para com ele, seja fornecendo alimento, medicamento, roupa ou afeto ou fazendo a “sua parte para o nosso belo quadro social”.
é bacana vc dialogar com uma pessoa pelo blog ao longo do tempo pois vc vai percebendo certas incongruencias ou contradições como é de qualquer ser humano e caetano é ser humano tb…..é isso a gente convive e vai se apercebendo que talvez caetano de utiliza da técnica dos topoi para ir camaleando pelo mundo e pelo tempo afinal caetano esta por ai há muito tempo…graças a deus…
mangabeira ta ligado ao crivella, crivella ta ligado a um ideario de reunião estado religião que já se apoderou do estado nada contra por favor …mais certa feita caetano perguntou se eu gostaria de ver uma ditadura do proletariado…..londe de mim…
Disse caetano neste blog “GABEIRA representa tudo o que o Rio tem deixado de lado para cultivar Chagas Freitas, Garotinhos, Rosinhas e Crivelas”….
EU TE PERGUNTO CAETANO:
enfim provocações provocações provocações aquele programa excelente de antonio abujamra na tv que ja foi de cultura e hoje bom hoje bom deixa pra lá
Dear Caetano,
And, just for the record, I find ‘rouge’ a much more charming word too. Kisses.
Caetano disse: “Agora, sempre houve (e haverá?) bêbados e drogados”. Estudos revelam que desde a pré-história o homem se droga, talvez este fato seja decorrente da vontade de se viver em “estado de sonho”, numa busca incessante de paz interior, ou daquilo de que certa forma possa confortar a “alma”. No mundo “moderno” onde as pessoas vivem sob pressão de toda sorte me parece razoável que cada vez mais as pessoas busquem uma forma de “tirar férias” da realidade, que cotidianamente se apresenta de forma violenta, desagradável e, porque não dizer, com falta de expectativas de um futuro melhor. Quem sabe um dia o homem será capaz de inventar um sucedâneo eficiente para estes “doces venenos” os quais chamamos de drogas. Não estou generalizando, é claro que muitas pessoas usam outros artifícios que são muito eficientes, como no caso o uso da musica, tão ancestral quanto o homem, serve tanto para me alegrar, quanto para me acalmar, acredito mesmo que o som por si é capaz de proporcionar prazeres indizíveis, viagens maravilhosas, os sons fazem cócegas na imaginação, emocionam e são grandes portadores de lembranças. Que os sons exercem grandes poderes sobre as mentes humanas não é novidade, sempre foi utilizado em rituais primitivos, nos mantras indianos que se utilizam da repetição de sons para entrarem em “transe”, ou da mesma forma que varias manifestações populares como no caso do candomblé que se utiliza dos ritmos de seus atabaques Rum, Rumpi e Le, com o mesmo propósito, ou seja, a preparação do “espírito“ ou da mente, como se vê também na hipnose. No entanto, imagino que seja necessário um pouco de imaginação e predisposição para que se consiga a eficácia na sua utilização do som.
Dentro disso andei lendo a respeito do I-doser, que se trata de um programa de computador que emite ondas sonoras que seriam “doses” sonoras que estimulam as ondas cerebrais do usuário, estas doses de áudio estão disponíveis no site oficial do programa. As doses devem ser compradas, e o uso delas é limitado, (apesar de muitas pessoas conseguirem doses através da pirataria e troca de arquivos de graça e ate já existem versões em MP3) e, segundo li, existem doses com efeitos de Maconha, Cocaína, Orgasmo, Anestesia, Ecstasy, Trip, Ópio e Café. Mas, na opinião de alguns neurologistas estes sons somente causam efeitos nas pessoas que se condicionam, o que não difere do que disse acima, sempre se precisa ter imaginação ou predisposição, dizem ainda os especialistas que são sons repetitivos em uma determinada freqüência que “se baseiam no que se convencionou chamar de batidas binaurais ou sons binaurais e isso seria tão velho, mas tão velho, que sua descoberta data de 1839”. Não provei este “negocio” ai, já que as minhas “doses” de musicas diária me batam, mas acho a proposta interessante porque, pelo menos este tipo de droga, embora possa causar alguns efeitos paradoxais, não causa dependência química ou danos físicos coisas que são comuns em outros tipos de drogas.
Concordando com Salem: Sou sempre favorável a esta desmistificação do Brasil como de um país ignorante e despreparado.
Beijos