Gabeira e Mangabeira (24/09/2008)
GABEIRA E MANGABEIRA |
24/09/2008 11:53 pm |
GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIRA GABEIR Um tal Alain escreveu que só quem é de direita diz que “esquerda” e “direita” não existem. Acho que isso é um papo do século 19. Eu próprio muitas vezes, se for assim, sou de direita. Mas será assim? Bem, o fato é que essa tirada tem um fundo de verdade - que pode ser verificada cotidianamente. Mas “fundo de verdade” é um papo frouxo. No Brasil um cara como Fernando Henrique Cardoso é chamado de direitista. Mas não há quem não saiba que se José Serra tivesse vencido as eleições para presidente tocaria uma política econômica bem à esquerda da de Lula. E todos os petistas diriam que era uma política de direita. Meu problema é: estaríamos em melhor situação? Não creio. Talvez o caminho do país em direção à riqueza e à menor desigualdade social não tivesse andado tanto. É melhor assim: com os banqueiros felizes com um presidente a quem a esquerda não faz oposição. Teve um Encarnação aí que chiou de minha ignorância mas o que ele propôs é muito do que eu quero: “Para a nossa alegria, o Brasil está se tornando a primeira potência mundial em várias áreas, seguido pela China. Para alegria dos baianos, Salvador vai se tornar a capital mundial da cultura, asim como Atenas em V a.c. e Viena e Paris no fim do século XVIII e início do séc. XIX”. Paulo Francis dizia que quem escreve cartas à redação é maluco. Vejo que a Interenet é o paraíso desses malucos e os blogs são os jardins do paraíso. Mas como sou maluco também, cortei fora os faniquitos contra os Estados Unidos e São Paulo (por que será que é justamente contra os bem-sucedidos que esses ataques surgem?) e encarnei no Encarnação. Gaúcho querido, eu NUNCA diria que Veríssimo ia ficar do lado das bichas!!!!! EU é que ficaria do lado delas. Aliás, já estou. Sempre estive. Mas lembre-se de que não creio (nem creio que Veríssimo creia, a sério) que a luta futura será essa. Tá doido? Dei uma olhada no site das “crianças índigo”. Hm. Não toleraria sequer a hipótese de Lula pensar em terceiro mandato. Minha aprovação à figura dele tem como condição seu total repúdio a essa idéia horrorosa. Na verdade eu votei em Lula emocionado mas antes disso já dizia a um jornalista: “desejo que Lula se eleja, tome posse, cumpra o mandato até o fim e passe a faixa presidencial para outro”. Reeleição já me parecia demais desde FH: não votei nem num nem noutro para segundo mandato. Lula disse, no discurso da posse de Juca Ferreira no Ministério da Cultura, que eu ficaria “mais chato” se entrasse para o PSDB. E que Chico ficaria “mais chato” se entrasse para o PT. Então eu sou PSDB, uai? Será que é isso que ele está sugerindo? Quando o PT foi fundado andei com uma estrelinha na camisa por alguns dias. Mas tenho problemas com a esquerda desde o tropicalismo. E talvez mesmo antes. E, sem dúvida, depois. Quando diziam que os tucanos ficavam “em cima do muro”, disseram isso de mim também. Respondi que o artista tem de ficar é ACIMA do muro. Foi um ataquezinho de romantismo pró-arte. Que, aliás, foi o que Lula teve no dia daquele discurso. Meu interesse por Mangabeira vem de longe (como diria o grande Brizola, no tempo em que o próprio Mangabeira era do PDT). Nos anos 80 li, por sugestão de José Almino, um artigo de Mangabeira na Folha e nunca mais o quis perder de vista. Eu não sabia nada sobre ele. Mas gostei. Desde então falei muito dele em entrevistas. Por cerca de 10 anos todos os jornais e jornalistas cortavam essas referências. Coincidiu de ele unir-se a Ciro Gomes quando eu o tinha escolhido como meu candidato à presidência (e de ele se afastar de Ciro quando me desanimei com a campanha deste). Li alguns livros de Mangabeira. São de grande interesse. Fiquei irado com o boicote sistemático que seu nome sofria na imprensa (falo só de minhas entrevistas!). Aí decidi insistir. Acho que o Brasil não está na posição de jogar fora uma contribuição como a dele. Não sou tão maluco assim: também não gosto da frase que propõe serviço humanitário obrigatório. (Será que Nelson leu a resenha de Eduardo Giannetti?) O texto do Giannetti é ótimo. Mas resulta redundante na página de um órgão dessa imprensa que tem sido sistematicamente hostil a Mangabeira. A indignação com a ausência do tema “aquecimento global” também é pertinente. Mas seria novidade se a parte inicial do artigo sobressaísse. O que eu gosto em Mangabeira (além da grande energia mental) é que ele pensa o Brasil como uma tarefa de primeira grandeza. Não faz por menos. Eu sempre pensei assim. Por isso gostava do professor Agostinho da Silva. Talvez a rejeição a Mangabeira seja saúde, auto-defesa instintiva contra possíveis situações autoritárias. Mas alguém disse aí que ele quase desconhece a língua portuguesa. Isso é absurdo. Mangabeira fala português de modo virtuosístico. Não apenas correto: dá show de bola. Se a pressa em se descartar dele é tão grande, é sinal de que ainda é dever nosso insistir na afirmação de sua presença. Li o link de Lula sobre união civil dos homossexuais. Bem legal. Será que minha maior aprovação a ele se deve à combinação disso com a escolha de Mangabeira para ministro? Não. Mas, a posteriori, tem a ver. “Perdeu” é muito mais a cara musical do disco novo do que “A cor amarela” ou “Sem cais”. Adoro estas duas, mas “redondo” é tudo o que procurei evitar quando trabalhei nas novas composições. Confesso que tenho de fazer esforço para não me entregar a soluções composicionais que fazem a peça parecer “redonda”. Se me entregar à mera preguiça, é o que acontece. Mas tenho coisas a dizer (poética e musicalmente) que exigem que não me entregue a isso. “Redondo” é tudo o que adoro em Carlos Lyra, em Rodgers and Hart, em Donato e Berlin. Mas não quero fazer um “redondo“ menor. João Gilberto, o transredondo, me agrada mais do que todos por ser punk. Ele é o cara da Rolleyflex (que levou o “Desafinado” a sério – thanks, Rui Castro), o cara que gravou “Presente de Natal”, que leva anos para cantar no Rio e, quando pinta, exige um som baixo demais até pra mim – e toca com o violão desafinado. Ele não é perfeccionista. Ele é abusado como um verdadeiro artista deve ser. Mas as seqüências de acordes em “Samba do avião” são transcelestiais. “Perdeu”, “Lobão tem razão”, “Falso Leblon”, “Menina da Ria” – essas são as canções que iluminam a lembrança de “Incompatibilidade de gênios” – e põem em perspectiva a “redondeza” de “Sem cais” e que tais. A todos os que escreveram aqui exibindo histeria anti-americana recomendo a leitura do capítulo sobre os Estados Unidos no livro “O que a esquerda deve propor”, de Mangabeira. Aliás, mangaba é fruta bem baiana, Mangabeira é família baiana (o nosso Unger é neto de Otávio Mangabeira, de quem Jorge Amado contou que, ao passar o cargo a seu sucessor, ouviu de um operário: “Doutor Mangabeira, o senhor governou o nosso estado com muita delicadeza.”) Zizek menciona Mangabeira no livrão dele. E ressalta exatamente uma de suas idéias que o Gianetti bem que poderia ter aprovado de público: a sugestão de criar-se uma herança social, em vez de se manter a instituição da herança familiar. Mas Zizek lista Unger entre os que propõem mudanças pragmáticas “modestas”: ele quer “revolução com revolução”, sem esse medo tão pequeno-burguês do terror. Nem uma palavra ainda sobre a Revolução Americana (que precedeu a francesa e não teve terror). Mas estou perto do fim do livro, não acabei ainda. Escrevi essas coisas ontem à noite mas não tinha aprovado: achei muito texto. Não tive tempo de compactar: só voltei do estúdio agora porque estou febril, uma gripe. Toquei violão em “Base de Guantánamo” e “Diferentemente”. Legal. Vou dormir. Li o comment longo da moça que se zangou com o Encarnação e o Salem pensou que o tom irado era com ele (se bem que Salem tem razão – hm… - nas observações exigentes; mas como a moça veio em minha defesa, estou gostando dela; gosto mais do Salem há mais tempo mas não queria que ele brigasse com ela nem ela com o Encarnação – o Encarnação é tão engraçado!). Desculpem a confusão. Mas houve gente perguntando por mim. E, sim, a manutenção de muito do governo FH é parte crucial do sucesso de Lula: do Real ao Bolsa Família, do tom civilizado ao desembaraço para dizer bobagem em público, muito veio do que Zé Dirceu quis chamar de “herança maldita”. O Bolsa: homenagem póstuma a Ruth Cardoso, que começou esse negócio. Lula pôs fermento onde devia (não vamos lembrar agora do “onde não devia”). |
Caetano, queridíssimo, “ser desafinado ‘fêcha’ muito mais”?
Uau. Só agora localizei o coment do Encarnação. E eu na “encanação” de que a Miriam talvez se referisse a mim. Não foi paranóia, não. É que de fato, talvez sem querer, ela me cutucou. Apesar do tom bulímico e meio amargo do seu texto, também gostei dela. Como tendo a gostar de todos por aqui. Gostei de ser gostado também. Bacana essa história do Francis dizendo que quem envia cartas à redação é maluco. Me senti bem com a patologia. Sofro dessa terrível incontinência. De todos os jardins do paraíso, esse é o mais divertido. Viva a Mirian, o Encarnação e o Zizek que me dá preguiça intelectual. O Gianetti é mais a minha praia. pena que ainda tem gente que o confunda com o Gianotti, amigão do FHC, e um tanto pernóstico. Dona Ruth era pura elgância.
caetânico,
nasci em teresópolis mas morei muito tempo em minas. voltei a morar no estado do rio recentemente. não entendo o carioca. quando fiquei sabendo que gabeira seria candidato acreditei que ele seria eleito já no primeiro turno. vi gabeira falar, na década de noventa, em uma livraria em juiz de fora, e ao final, pensei: esse é o cara! sou a favor da legalização das drogas na medida em que sou contra seu uso enquanto elas forem ilegais. o próprio gabeira já se posicionou nesse sentido, ao dizer que não fumava no brasil porque não é permitido, mas que, eventualmente, quando vai à europa, fuma unzinho. a cidade do rio está perdendo uma grande chance, mas sempre achei o rio um mistério. por exemplo, essa relação que o carioca tem com o brizola: muitos o culpam pela ascenção da violência, já que na década de oitenta a polícia foi impedida (poe ele) de subir nos morros. e isso eu ouvi no posto 9…
já sobre os estadozunidos posso dizer que não invejo o seu sucesso. essa crise só confirma que “tudo que é sólido desmancha no ar”. os eua sempre me passaram a impressão que eles são muito menos do eles dizem que são. muita propaganda, apesar de consideráveis resultados.
fhc e lula entrarão para história (assim espero) como os governantes que consolidaram a democracia no brasil, estabilizaram a economia, e deram o start para a hegemonia brasileira no mundo. é importante que o lula passe a bola, pois jogador fominha não marca gol.
mas e o disco ? em algum momento (mesmo que só por algum momento) vc acha tudo chato ? as repetições, os acordes, um de ja vù ? vc podia nos contar as coisas que te passam pela cabeça quando estás no estúdio, hein???
o titulo do post da transamba….
caetano se vc quiser complementar e ou contradizer com poesia fique á vontade….
Ainda bem que eu gosto dos Estados Unidos, não gosto é dos colonizados.
Beijos
Eu admiro muito o Gabeira pela sua trajetória de vida,li o livro dele,chamdo “Entradas e Bandeiras” onde ele relata o exilio dele,entre outras,e assim como Caetano odeio maconha e qq tipo de droga,mas vou votar no Gabeira tbm,pq todos nós temos o direito de errar e experimentar o que nos der na telha.A falta de caracter vai muito além de experimentar quimica A ou B,acho o Gabeira capaz de colocar o Rio em condições de funcionabilidade,já que o mesmo se encontra em estado lastimavel,é uma pena que ele não ganhe,mas mesmo assim irei votar nele,porque o voto é ato de consciencia que o cidadão deve ter, e não votar em “A” porque o Ibope demosntra que ele esta bem nas pesquisa,eleição não é ato de maria vai com as outras,por isso vamos pensar, e vamos votar com consciencia.
O ambiente histérico parece inevitável, é todo mundo ligado no radinho de pilha roendo os dedos torcendo para que o Congresso libere logo a salvação mais que da lavoura, a salvação do mundo. O que pode ser mais que isso? Ao contrário do declínio que insistem alguns, o poder sobre as finanças e a guerra está mais que afirmado. Nestes tempos de hegemonia explícita sobra análise na periferia. Gabeira por exemplo está proibido de entrar nos EUA, quem seria histérico nesse caso? O preço baixo da moeda amplia o fenômeno cultural importado e para lembrar Brizola: o que são os tubos de sucção? E dizem que a dívida externa acabou. Trocar minério por idéia? Vale? Somos brasileirinhos, é o que podemos. Mangabeira e César Maia eram as duas estrelas do neotrabalhismo que foi insuficiente. Condenar Zé Dirceu ao pelourinho? Condenar ninguém ao pelourinho, a história anda. E viva Caetano entre nós, não estamos sozinhos.
Pois é… essa história do Gabeira não me sai da cabeça. Quando vi que ele seria candidato à Prefeitura do Rio, imaginei que seu índice de intenção de votos seria estratosférico. Afinal, sua integridade e retidão de caráter beiram a unanimidade (Até a “Veja”, revista favorita do Caetano, lhe rendeu capa e elogios).
No entanto, para minha surpresa, os eleitores do Rio apontam tristes números em sem favor, dispensando o melhor dos candidatos a prefeito do país. Detesto acreditar que “cada povo tem o governo que merece”. Nós merecíamos muito mais do que está aí, mas desperdiçamos solenemente as chances que temos. Fico triste.
Eu não pensei que Caetano fosse conseguir manter esse ritmo de ler todos os comentários e continuar interagindo bem - ainda mais em paralelo com o movimento todo de estúdio, de escrever e tal, e as visitas e os comentários aumentando tanto por aqui. Danado, né? Pegou a internet de jeito.
olha eu só entrei aqui pra dizer o seguinte: eu não ouço caetano veloso, não dou um centavo meu pra alguma coisa que tenha o nome dele, (comprei no camelô da uruguaiana por cinco reais aquele disco com músicas americanas e achei chato pra caralho!!!: joguei fora,,,)os discos que eu tinha vendi, joguei fora ou dei para uma instituição de surdos, não leio seus livros, não vou a seus xous, não vejo entrevistas na tv, não leio suas reportagens, blogs ou coisa que o valha, ou qualquer coisa que tenha a ver com esse senhor, pois há coisas muito mais importantes no universo , e antes que ele possa me responder do seu jeito arrogante: quem é voce? qual o seu nome? eu direi como scarlet ohara “Frankly, my dear, I don’t give a damn”.
Mas eu pergunto;. naõ seria “O pé da roseira” (que estava nas primeiras apresentações) que coloca em perspectiva “Por quem” e “A cor amarela”?
Gilberto Gil pode ser um transredondo também?
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Tomara que esse disco novo de Caetano, que ainda não tem título, chegue até novembro hehehehe.
a questão é se Caetano tem pique para rolar imediatamente uma tour para divulgar o album.
A ideia do CASA GRANDE foi muito boa. Primeiro porque é o melhor teatro do Rio em termos de acústica - ao contrario do VIVO RIO [ o CANECAO melhorou muito... ]
Mas se eu fosse indicar ao Caetano, eu diria: faça um teatro do CENTRO do RIO. EX.: Joao Caetano / Carlos Gomes / Nelson Rodrigues / ou até… CCBB…
Senti que na última temporada de OBRA EM PROGRESSO no LEBLON, fechou-se demais aquilo que poderia ter movido montanhas.
E indo de encontro ao que Caetano mesmo disse na explicação da letra de FALSO LEBLON… eu digo: o Leblon hoje está para além de bairro, é uma vibe, quase ideologia que muitos não conseguem, ou não admitem, ou nao querem ser e ter. / A mídia é cruel.
Então, o CENTRO capta pessoas de todas os jeitos. É a gema carioca.
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Mas sobre Gabeira…ele não vence…ouve-se muito por aí um papo careta que ‘votar em candidato que só defende viados e maconheiros’… hahaha
bom, por falar em viado… Caetano no livro “Verdade Tropical” diz: “VEADO”
mas esse termo vem de TRANSVIADO… não dos bichinhos veados, quase dóceis e quase pueris…
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BEIJOS.
Caetano, nao vou comentar sobre a “Bolsa Familia” dos americanos, que nao deu certo - a nao ser para os oportunistas -; nao vou comentar sobre a agressividade do americano que esta perdendo dinheiro no mercado financeiro e se tornando paranoico, afinal ele merece minha compaixao porque nao tem o jogo de cintura e a experiencia do brasileiro em tempos de crise; nao vou comentar sobre boa parte do povo que gastou o dinheiro que nao tinha - muito as custas de investidores internacionais - e agora esta perdendo o que nunca teve e pode ter; nao vou comentar tambem sobre a inflacao que nao e nada para quem viveu as piores fases de inflacao no Brasil; nao vou comentar sobre a reclamacao do preco da gasolina que ainda e a mais barata do mundo; nao vou tambem fazer nenhum comentario sobre a campanha presidencial republicana que nos apresenta alguem vindo de Marte como candidata a vice - com chance de, digamos, 85% de se tornar presidente - e de repente se torna a estrela de quase metade do povo, etc.Eu so gostaria de dizer que como moradora deste pais ha quinze anos eu nao tenho direito - e nao quero - de assumir uma postura anti-americana, mas sou bastante realista - o que seria o meio termo entre ser cegamente otimista e ser pessimista.E se for para este pais aprender um pouco com a Cartilha da Humildade, eu sou pela crise financeira e, claro, por um presidente democrata.
oi, caetano, tudo bom? sou repórter do Correio Popular e estou fazendo matéria a respeito de como os blogs aproximaram fãs e ídolos e entrando em contato com diversos artistas. Gostaria que você participasse dela fazendo um breve relato a respeito. agradeço desde já a atenção. um abraço
Olá Caetano. Só pra dizer OBRIGADO, por dar essa atenção toda a nós, súditos mortais, por abastecer esta fonte quase que diariamente, onde bebemos gratuitamente. Muito Obrigado.
HerMano e ManoCae
Desculpem a minha ignorância com siglas e emoticons, mas não decifro o “hm” que o Caetano usa eventualmente.
abçs
fs
Hoje aconteceu um fato inusitado que me deu um sentido de sintonia muito interessante, assim que terminei de postar o comentário ao Salem e a Ana, liguei a tv para ver o noticiário local e passou uma reportagem que falava de cinema que me chamou a atenção porque falava de Brasil e de Caetano e logo em seguida veio aquela imagem sua cantando Coração Vagabundo e tudo foi tão incrível! Os Italianos, pelo menos alguns que conheço tem muita admiração por você, inclusive alguns jornalistas (que não conheço), quando divulgam seu trabalho ou shows o fazem com grande entusiasmo, isso me deixa muito feliz.
Depois entrei aqui e li o teu post que começava com: GABEIRA GABEIRA GABEIRA, e eu que passei as ultimas duas semana pensando nele, maquinando uma forma de contribuir para a aprovação de uma lei de sua autoria e que estamos esperando a aprovação pelo senado faz tantos anos, mais isso é outra estória. Sempre me simpatizei com ele, seguramente teria meu voto.
Quanto ao lado que o Veríssimo assumiria, depois que li em Historias do Analista de Bagé que “todo gaúcho tem ego, superego, id e Noemi”, “joelhaço” a parte, não me causaria espanto algum se em um dado momento ele ficasse também dos lados dos gays, afinal, homens inteligentes são sempre surpreendentes.
Beijos
Caetano: pensei que conhecia muito de sua vida, mas essa faceta de dominar tão bem o poprtuguês não!Sou o velho Carlos Pinto que escrevia no jornal A Tarde e produzia shows nas boates Dêndê (onde organizei o show ‘despedida’ com Gal) e XKbar. Parabéns pela sua trajetória de vida.
Sensacional o comentário 14, me lembrou um tio meu. Só que meu tio emenda: “Mas ele toca um violão que só ele toca”.
Aproveitando, pergunto ao Caetano: como você se relaciona com o violão? Você os escolhe de acordo com o quê? Nunca pensou em usar cordas de aço, violão de 12 ou craviola? Para o tipo de som que você faz atualmente alguma coisa cairia bem aí, sem dúvida, mesmo que parcialmente.
Eu gosto do modo maravilhosamente amador (como maravilhosamente amadora era a insuperável Outra Banda da Terra - amadora por convicção, creio eu, porque só tinha fera ali) que o Caetano tem de empunhar seu violão mundo afora. Talvez o melhor exemplo do violão do Caetano seja a estupenda versão de “Tu me acostumbraste” (com direito a canja rara ao piano).
Ah, e senti falta no seu Verdade Tropical de referência (entre os melhores violões brasileiros - e não são poucos) àquele que é o melhor que já ouvi até hoje (e que você conhece do tempo do “Jóia”): Gereba, um violão incomparável e de uma delicadeza nunca antes vista na história deste país.
Fernando, pra mim “hm” é uma onomatopéia, tipo “huumm”. Não é isso não? Se não for, não entendi tb !
na verdade não era o som que encarde, era o sol, mas acabei trocando as palavras do Manoel de Barros, e enfim… Virei o autor da frase anterior.
Que como vc sabe, do seu ofício de poeta, o saque é a gênese da poesia.
BRUNO GUIMARAES,
A apelativa e tola REVISTA VEJA nunca foi favorita de CAETANO, e de muita gente…
Só pra engrossar o coro do Nobile José: também fico nessa vontade de ler mais sobre o progresso da obra, sobre os durantes de um trabalho em construção. O blog acabou tomando mais a cara de um intermezzo que de um making of da obra (o que é ótimo, também; é como um papo espontâneo que se bate sobre o assunto que ocorrer num intervalo de passagem de som, de ensaio, de gravação, enquanto se pára pra tomar uma água, e depois então se volta pro trabalho). E no fim tudo o que se conversa nos intervalos da obra lhe é relevante e a constitui, de alguma maneira. Vai ser uma delícia ouvir esse disco sabendo do que ele foi feito - sem o blog a gente nunca chutaria que ele passou por Saussure a Gabeira.
Mas mesmo assim, voltando ao Nobile José, seria outra delícia saber de mais fatos sobre a concepção e realização dessa obra. Grosso modo: é bacana que o clima por aqui seja sempre meio ensaístico mas um pouco de crônica também iria bem. Um pouco da coisa que antecede a opinião - fato, impressão. A “vida mental íntima” de que ele falou uns posts atrás, mesmo que ela não se desenvolva para publicar-se como ele também disse - mas o progresso da obra também não se desenvolve pra ser publicado e no entanto que idéia boa publicar!
(Eita como a gente se mete. Eu também acho feio pedir assim pra você falar do que você não tá falando e provavelmente porque não quer, fico com cara de quem pediu também o braço a quem ofereceu só a mão. Ou de quem ajeita um modelo sob a luz pra fazer aparecer melhor a parte, o ângulo, o jeito que a gente quer ver dele. Mas não dá pra evitar essa deselegância. Um blog seu, e com direito a comentários, provoca uma avidez essencialmente “desafinada”.)
Mmm(o hm) Si este blog tuviese sonidos me parece que escucharíamos algunos gruñidos, ladridos, y ronroneos…ronroms
Che, qué feo jose carlos pinheiro prioste regalando los discos de Caetano a los sordos! Eso no se hace! Es como darle un alfajor de dulce de leche a un diabético. (mmm-hm!!)
Leozinho, mejor “redondo” que “cuadrado”, no? Me pregunto: hay alguna canción (de todas las que hayas compuesto) que estuvo a la altura de tus expectativas de redondez suprema?
Una sugerencia para “Perdeu”: no quedaría más linda en una tonalidad más alta? Para mi gusto está un poco grave para tu registro vocal.
(por que será que é justamente contra os bem-sucedidos que esses ataques surgem?) Yo pienso que te equivocás cuando pensás que los que critican (criticamos) a EE.UU. es por “envidia” o poco entendimiento del progreso o “éxito”. Acaso no te preguntás por qué no se critican a países progresistas como Noruega, Dinamarca, Suiza…Yo particularmente no soy ni antiamericana ni antiestadounidense. Trabajo para estadounidenses y veo con claridad las cosas positivas que tienen (y cómo voy a estar en contra del país de donde viene el JAZZ!!!). Pienso que es uno de los mejores países para desarrollarse profesionalmente/laboralmente pero esa ventaja también los condena porque todo, absolutamente todo se convierte en un deseo voraz de hacer dinero y eso tiene sus consecuencias. No es casual que expresen muchos de sus sentimientos con la palabra business: To mean business, Mind your own business!, To get down to business (y hay muchísimas más del estilo….). Seguiría con otros puntos pero zzzzzzzzzzz… ya el tema se convierte en somnífero.
1 beso sanador para esa gripe! Espero que no levantes temperatura.
é, gabeira seria o cara certo para prefeitura do rio. mas não é só o carioca, em todos os estados do brasil continuamos sem aprender a votar. ou votando disciplicentemente. depois vamos ao boteco da esquina reclamar dos políticos. parabéns pelo blogue e pela interatividade…
a canção preferida de meu psiquiatra é “coração vagabundo”. ele tira várias conclusões dela e argumenta bonito, parece até um poeta parnasiano. ele já escreveu vários artigos médicos com base em letras de canções e enviou para inúmeros jornais e revistas e blogs etc. agora sei mesmo - longe de cair no lugar comum de dizer que psiquiatras são malucos - que o meu psiquiatra é doido mesmo.
” disseram que ele não vinha..olha ele aí..” lula com 77% de aprovação. “ai ai caramba”. eu sabia que ele podia. uma vez, na sede da cut em 2002 - antes mesmo que aquele jornalista americano falasse que lula era um pé de cana - o lulinha paz e amor me passou, de sopetão, seu copo cheio de uísque. eu beberiquei sim o uísque do então futuro presidente do brasil. mas, o interessante é que um amigo jornalista disse que votaria no cara pois o cara era um bêbado e que só mesmo um bêbado para impor alguma sobriedade ao país.
acho que o hm do caetano é uma transonomatopéia, que revela, de forma silenciosa, o pensamento que está por trás do huuuuuuuummmmm que ouvimos.
Tyrone, querido, isso foi uma piada (ou tentativa de…). Achei que o desentendimento de Caetano com a Veja fosse notório e que, portanto, estaria implícita a ironia…
Gabeira representa a face mais avançada da esquerda mundial, que não nega a modernidade, não rejeita o mercado nem a globalização e ao mesmo tempo defende as minorias. Ele não ficou embolorado naquela esquerda ultrapassada, albanesa!
Que vontade de ouvir o CD novo; que vontade de assistir ao DVD que só sairá no próximo ano!
Pra ficar mais picante os antagonismos, o Caetano bem que poderia falar um pouco (mal ou bem)do Raul, do Camisa de Vênus, do pessoal anti (?) Tropicália, como introdução ao “Lobão tem razão” com música incidental (Rock’n'Raul)
“Alguém me avisou” que os “Americanos” usando os seus “Podres Poderes”assim como seu “Dom de Iludir” fizeram a “Anunciação” do “Épico” e “Superbacana” “Remelexo” para tantar realizar “Sutis Diferenças” na “Errática” “Sina” da economia mundial. Enquanto isso, por aqui n “A Outra Banda da Terra”, aquela que fica abaixo da “Linha do Equador”, o “Menino do Rio” com ares de “Estrangeiro” Mangabeira, uniu-se ao meu “Herói” Lula para planejar “Um Sonho” “Divino Maravilho”, doce como “Mel” de “Um dia” proporcinar uma “Vida Boa” para todos, seja “Um Índio”, “Um Tom”, “O Homem Velho”, “Os Passistas”, “Os Argonautas”, “O Leãzinho”, “Os Doces Bárbaros”, efim toda “Nossa Gente”, seja em “Sampa”, no “Meu Rio”, na “Bahia com H” ou em toda “Terra”. “Eu Não Peço Desculpa” por ser “Essa Cara” que acredita que quase nunca “Labão tem Razão”, apenas sigo fazendo minha “Oração ao Tempo” por “Sete Mil Vezes” até que concluir minha “Zera a Reza”, mesmo sem saber se “Quero ir a Cuba” ou se “Quero um Baby Seu”!!
Obrigado por tudo Caetano!!
Eu acho carioca meio louco quando se trata de escolher seus governantes e representantes, basta analisar a últimas eleições, mas Gabeira achei que tinha unanimidade, se fosse aqui em Salvador tava eleito, somos loucos também, elegemos Gil, Pode… Gabeira é um político nato ser em extinção no Brasil o que vemos agora é ator em decadência, cantor ídem com alguma resalva, aqui em Salvador tem até um traveco candidato, e pasmem com chances de ser eleito é uma loucura, uma pena que o voto não seja levado a sério.
Quanto a Magabeira fiquei curiosa pois a mídia desse a madeira no cara, vou ler e me informar sobre o homem, claro que opiniões idôneas é calro.
E quanto ao Lula a bicharada e a sapataria de plantão agradece, talvez essa seja a melhor maneira de fazer espero, que muita gente saia de vez do armário, pois tá todo muno lá dentro só que com a porta aberta. Notei um certo sarcasmo de alguns jornalista ao dar a notícia, séra?
Beijos baianíssimos meu ídolo.
Porque do jeito que está não pode ficar. O sistema atual só contribui para o aumento da violência em torno do tráfico. Na guerra entre traficantes e policias quem sai perdendo são as famílias destes e os moradores das favelas, cotidianamente massacrados em meio a esta guerra.
A política exclusivamente repressiva até agora não deu resultados. Penso que já é hora de mudar o foco em relação às drogas, o que não significa, necessariamente, num “liberou geral”, mas certamente também não pode ficar numa “proibição geral”.
Jorge Encarnação: em suma, um gênio.
Coming soon.
Como o Salem, também me sinto confortável por ser portadora da mesma patologia. Aliás, acaba de saltar sobre (ou sob) a minha cabeça, um excelente nome de livro: “Cartas á redação”. E o que vai dentro do livro também já começa a se mostrar mais palpável, melhor, legível, melhor ainda, inteligível, ou ainda mais, inteligível por fazer sentido. Mas para quem está há uma década para lançar um livro de poemas, e ainda não se decidiu por… sei não. Capaz do “Cartas á redação” ficar só no plano imaginário.
Sobre as drogas: sou contra a idéia de criminalizar o seu uso. Pq primeiro existiu o uso, depois a criminalização. E a justiça não aprende, infelizmente (em alguns casos), a trabalhar com conceitos a priori.
Sobre o Mangabeira: Caetano,vc conseguiu. Deixou todo mundo com vontade de conhecer o pensamento do homem. E lá vamos nós saber o que a nova esquerda deve propor.
Já, tudo o que é obrigatório, em essência não está embasado no que é natural. E tudo o que não é natural não está afiançado numa verdade maior que o detentor da decisão possa ter como elemento para que a ação salte, não pela imposição, mas pura e simplemente para a ação livre, orientada por uma vontade, vocação, ferrenhas. Coisa que nas crianças Índigo e Índigos adultos é normal.
Serviço humanitário teria de ser natural, e servir de base a todos os outros serviços, ditos humanitários, mas todos subvertidos em favor do capital.
Sobre Dna. Ruth. Ponto de vista meu, muito particular. Mas eu ouso dizer que se não fosse ela (tirante algumas posições contrárias à todas as leis naturais, como a da miséria gerar ou não violência), FHC não teria sido o melhor diplomata do Brasil. Porque foi isso o que ele foi. Se o que Lula rega hoje são sementes deixadas por ele, pode-se ter a certeza de que havia uma mão feminina ali, que conhecia profundamente o ciclo das sementes, e como elas devem, com suprema delicadeza, ser lançadas em um terreno. E olha que na época o terreno estava um lamaçal de dar dó.
Em tempo: sua canção “Sem Cais” é belíssima!
Caetano, meu querido.
Você é o Caetano Veloso, eu não sou ninguém. Mas sou blogueiro velho, então queria falar de um negócio aqui que me incomodou: você salta de assunto sem dar nenhuma pista. E não é assim que você fala; quando o vejo na TV dando entrevista, você tem muito cuidado para escolher a palavra exata e seguir um eixo de raciocínio. VocÊ o faz também aqui no blog, mas em blocos cuja divisão não fica assim tão clara.
Você bem que podia sapecar um * * * entre um bloco e outro, né? Do jeito que está, parece o desfiar dos pensamentos de um doido.
Te amo, Caetano.
cheguei atrasada, mas não consigo concordar com essa de que direita e esquerda não fazem mais sentido… porque são pensamentos, atos, comportamentos introjetados e reproduzidos socialmente. não se restringem à política, são ideologia ( no sentido amplo ) e por isso presente onde quer que haja pensamento e ação humanos. mas concordo que essa coisa bipolar, excludente, direita ou esquerda foi ultrapassada pela realidade quântica… ( o Jabor, citado em algum e mail, por exemplo, é “de direita” e “de esquerda”, é só observar seus momentos!) rs…. e Caetano é um querido, um amado, que deu tantos presentes ao Brasil - poesia, é claro, o mais importante! - que passaríamos bem sem os políticos mas muito mal sem Caetano ou Chico. e não olhei o link das crianças índigo - fiquei com medo!!!…