Imprensa (30/08/2008)
IMPRENSA |
30/08/2008 6:52 am |
Não, Leonardo, uma crítica negativa não é inaceitável. Essas de Sampaulo agora não tiveram peso dentro de mim. Não do ponto de vista da minha necessidade de ser aprovado. Nem sequer da de não ser injustiçado. Foi só minha vontade de ensinar. Quando moço, quis ser professor. Achei os textos da Colombo e do Jotabê tão ruins que quis alertá-los. “Boba” e “burro” são puxões de orelha. Achei a edição dos dois segundos-cadernos tão suspeita que quis mostrar aos responsáveis que eu tinha detectado algo. Isso me basta. Nelson Motta (antigo amigo de tudo o que é bom no Brasil - talvez o único jornalista a fazer carreira falando mais bem do que mal das pessoas) e o de Bárbara Gância (talvez um extremo oposto a Motta) já provaram que eu estava certo. Estou ensaiando e compondo para o disco. Começo a gravar na segunda-feira. Não tenho tempo para explicar. O português de Jotabê é muito feio e a Colombo ter falado mal de João Gilberto dá a medida da nocividade da empreitada conjunta (e desconjuntada) dos diários de S. Paulo. Acho gozadíssimo ler-se “S. Paulo” e não “São Paulo” no cabeçalho da Folha. Não lembro se no Estado é igual. Acho que é, mas não assino esse jornal, embora o respeite muito - de longe. Menos quando pede a quem escreve sobre música popular (o lixão da imprensa) para fingir que sabe ser tão mau quanto um jornalista da Folha (embora, é claro, ninguém saiba, nem de longe, ser tão mau quanto um jornalista da Veja). Minha opinião: Roberto Carlos canta extraordinariamente bem. Muito melhor do que eu. Mas sei disso desde 1966. Ao menos. Ele é mais bossa nova. Mais músico. Mais cantor. Eu apresentei um repertório que não é todo muito conhecido dentre as músicas de Tom. “O que tinha de ser”, “Caminho de pedra”, “Por toda minha vida”. Tanto no caso dele quanto no meu, eram escolhas naturais: ele cantou o que sempre ouviu muito. Eu, o que ouço desde a adolescência. O show ficou equilibrado e elegante. Claro que a impressão de upgrade das canções ditas bregas que canto não se repete nas minhas versões de Jobim. Roberto as elevou mais. Eu estava nu, com todo o reverente medo que tenho da música. Mesmo assim, não errei nem emudeci. De espécies muito diversas, Tom, Roberto e eu somos medalhões. Eles dois - merecidamente - muito mais do que eu. Mas o fato de eu ser um medalhão transviado confere um caráter particular aos meus eventuais brilhos e também aos pontos cegos. Visto do palco, o show me parecia bonito o tempo todo (mesmo quando eu sofria por minhas insuficiências). E muito emocionante em vários momentos. Cantar “O que tinha de ser”, com aquele arranjo, me enchia o peito de pranto - pranto que desatava quando eu me sentava na coxia e ouvia Roberto cantar de “Por causa de você” a “Samba do avião”. Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado: eis em quem penso agora. Começaremos as gravações por “Perdeu”, a primeira que fizemos no início da obra, ou por “Lobão tem razão”, a última? Hoje ensaiamos “Diferentemente” (com aquelas referências políticas algo datadas agora, o que lhe dá uma graça estranha) e revimos “Por quem?”. O resto foi tentar fazer um plano de gravação. Nenhum de nós tem paciência mais para esperar até entrar no estúdio. |
Não acho muito legal começar por Lobão tem razão!
Creio que começar por “perdeu” teria um toque “de protesto” maior! É como se fosse se cantar “enquanto seu lobo não vem (que coincidência com “Lobão tem razão”) esperando a chegada, ao final do show, de “Lobão”, deixando no ar a continuidade do diálogo com o “lobo bolo”.
Mudando de assunto:
Minha carreira está deslanchando agora, com um trabalho que considero de utilidade para a sociedade, com minhas duas Esposições/Livro “Arquitetura do Tempo”, a das rugas, e “Arquitetura do Medo”, sobre a violência nos centros urbanos, e que tenho recebido apoio da maior parte da mídia:
http://www.flickr.com/photos/angar/2737531030/
Mas sempre aparece um jornalista, principalmente da Folha, pra esculhambar com algo que você fez com todo o seu afinco, concentração e amor a arte que faz. Isso, exatemente num momento em que todos estão apreciando sua obra.
Na época da crítica também me incomodei.
Mas agora, aprendi a acreditar no que meus olhos vêem, e não no que meus ouvidos escutam.
E no caso do encontro Roberto/Caetano, o que vi, foi um momento histórico muito bem sucedido, independente dessa historia que veio a tona, das manias. Quem não as tem?
Ao se falar delas, deixou-se de falar na história desses dois monstros sagrados, que têm uma carreira impecável. Quero ver conseguir manter-se anos e anos na mídia, tendo sempre o reconhecimento do público, por estar fazendo um trabalho bom , de qualidade. Geralmente cai-se no descartável, que é o que mais vemos. É, no mínimo respeitável, estar esse tempo todo nos ouvidos e corações das pessoas, brasileiras ou estrangeiras.
São tantos “detalhes”…
“It’s a long way”…
Aquele abraço!
Cae,
Os críticos e os Leonardos não merecem tanta atenção. Lembro de você - anos muitos atrás - respondendo a Paulo Francis que olhava o próprio umbigo porque era bonito. Continuo concordando com você. Você, Roberto, Tom, a Bossa que foi e a que virá são umbigos do Brasil. Bonitos. Merecem compor a identidade dessa rota de fuga para uma esquerda possível. E diversa, claro.
Caetano, moro em um Estado que infelizmente, apesar de ser Brasil, parece viver a parte deste país em alguns aspectos. Um deles se refere a shows com as “grandes estrelas” da nossa MPB. Sonho, e eu e muitos conterrâneos, com o dia em que poderemos nos deleitar por aqui com um espetáculo seu, de Gilberto Gil, de Chico Buarque, Milton Nascimento etc… Quem sabe um dia o Amapá tenha a honra de recebê-los.Quem sabe um dia esses caboclos que vivem aqui às margens do Amazonas possam ter ao vivo o prazer de constatar que esses mitos não são apenas “mitos”. Acompanho a sua carreira há anos e, a cada vez, admiro mais a sua obra! Um abraço!!!
É por essas e outras que continuo te admirando cada vez mais, não como cantor, não como poeta ou um músico, mas sim pelo conjunto de ter tudo isso dentro da dignidade de um homem. De estar sempre reconhecendo que podemos crescer sempre um pouco mais.
Parabéns por tudo.
Querido Caetano,
Seria esta nota, um pedido de desculpas, após ter metralhado verbalmente profissionais de respeitados veículos de comunicação? A mesma sensação que o Caetano sentiu ao ler a crítica dos colegas jornalistas, foi a que eu tive ao ler a contra-resposta ( ou contra-ataque) do Caetano. Será se vão permitir essa minha opinião ? Caetano, querido, ” e o leite mau na cara dos caretas?” ???
caetano veloso, enquanto espiava o tal artigo na folha, de imediato, estiquei meu sangue até a prateleira de discos, que mantenho sob pétalas, descerrei as cortinas , aguei os girassois e ouvi 5 discos teus. a beleza tem modos de espanto
de caetano:
“aprendi a cantar ouvindo o rádio: não me preparei para realizar um trabalho rigoroso na espinha da linguagem; mas, a super-vulgaridade, a super-redundância super-exposta pode balançar a estrutura toda. Jorge Ben me interessa mais que Pasolini.”
você é poeta-poema-beco-sem-saída. do haroldo de campos.
e eles, mesmo que entendam, nunca vão entender nada.
Caetano,
abraços carinhosos,
Porto Alegre
ÂNGELA VIANNA
Caetano, querido, numa boa… o melhor a se fazer é voltar a despender esforços para “postar” material atinente à elaboração do disco e do DVD, estes sim interessam. O que dizem jornalistas e lobo bobos são irrelevantes ao que se propõe nesse espaço, em que pese a questão Lobão dizer respeito diretamente ao projeto. Vai me desculpar, mas esmiuçar um texto “jornalístico” para apontar, em detalhes, seus defeitos é perda de tempo que só faz levar crer que tais críticas te afetaram de fato, quando, em verdade, sabe-se que não o fizeram.
Não vi e adorei
Infelizmente não deu para ver a apresentação de Roberto Carlos e Caetano Veloso no bacanésimo auditório do Ibirapuera, homenagem a Tom Jobim e aos 50 anos da Bossa Nova.
Não vi, mas adorei.
Principalmente depois que li as críticas desfavoráveis publicadas nos dois principais jornais de São Paulo, Folha e “Estado”.
Para quem é assinante da Folha ou do UOL, recomendo tanto a leitura da crítica publicada na quinta-feira quanto dos textos de Bárbara Gância e Nelson Motta na sexta, acessíveis pela internet.
São emblemáticos das maneiras diversas ou de olhares antagônicos sobre Brasil e a música que aqui se faz.
Roberto Carlos e Caetano Veloso são dois ícones. Tom Jobim é outro mito, assim como mitológica, iconográfica e emblemática é a Bossa Nova.
Todos eles, ainda mais juntos, podem, sim, ser muito, muito chatos.
Assim como Carnaval é chato, Beethoven é chato, balé clássico é chato, chorinho é chato, heavy metal é chato, techno é chato. Para quem não gosta tudo isso é ou pode ser chatíssimo, chatérrimo…
Quando digo acima que não vi e adorei o show da dupla desses senhores da nossa música, dos quais conheço cada cantinho de suas carreiras, mais ainda interpretando todas aquelas músicas que cansamos de cantar, é porque sabia exatamente o que iria ouvir.
É porque sabia exatamente o que queria ouvir.
Esperar interpretações ousadas, arranjos hiper-criativos ou algo que não seja reverência e comedimento num show dessa natureza é querer, como se dizia lá na Vila Esperança, procurar pêlo em bola de bilhar.
Tempos atrás, décadas de 80 ou 90, era comum determinados jornalistas cobrirem certas manifestações artísticas de que notoriamente não gostavam só para falar mal. Era uma atitude que fazia parte de uma certa postura “polêmica” de então.
Não acredito que isso tenha ocorrido agora.
Não, acho que se trata apenas de pessoas certas que estavam no lugar errado.
Porque Roberto Carlos e Caetano Veloso cantando Tom Jobim é para quem gosta.
Luiz Caversan, 52, é jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e Dinheiro, entre outros. Escreve para a Folha Online.
Um forte Abraço.
fã desde sempre. tentei pegar um show na europa,mas sempre cheguei uns dias depois.jantei em ravello com domenico de masi,que amou o show e disse:”caetano é eternamente jovem”. voltei pra minha curitiba de meu outro idolo e amigo,jaime lerner e fui rapidinho pro rio assistir ao teu show no oi casagrande. tudo lindo,belo e nobre.ao final ,cumprimentei paula pela incrível competência dela. puxa,como é bom ter caetano na minha vida.e que legal essa possibilidade de interagir e manifestar meu amor.agora que vc poderia incluir long way e la mer nesse seu pop disco,poderia né? pedro sá,marcelo e dias gomes são gênios. leminski já me falava da tua capacidade de “vampirizar” o novo todos os dias. estou ansioso pelo CD. Suerte !!
Um saudoso abraço, Fabiano.
“Diferentemente” é a antiga “Americanos”? O homem velho com sua banda de rock (para quem achava rock coisa “infantil”) continua pesando as possibilidades de Utopia desse Novo Mundo (que só assim pode -merece- ser pensado.
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=57403281
disco novo chegando.
já são:
1 tarado ni voce
2 perdeu
3 a cor amarela
4 base de guantanamo
5 falso leblon
6 diferentemente
7 lapa
8 lobão tem razão
9 sem cais
10 por quem
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é quase cd de 12, parecendo LP de 12.
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caetano, você em 92 fez uma canção chamada “Olho D’água”, mas acho que não colocaram a letra dessa música em seu site oficial. Bethania lançou um disco com essa música no ano.
um dia quem sabe você faria com o trio Ce, uma versão de “Vaca Profana” - que voce gravou nos 80, no meia-bomba “Totalmente demais”.
e por fim, gravar “O Amor” - daquela peça que a Dede fez, que mais tarde a Gal gravou… / eu nem era nascido quando rolou isso, mas eu sei a peça tinha uma versão sua de O AMOR - que nunca saiu.
Deixa eu complementar. O Mário Quintana dizia que críticos de arte, canudinhos de refrigerante e padres são totalmente dispensáveis. O que vale é a comunicação direta. E, nessa linha de pensamento, o restante do Brasil, além do Rio e Sampa, querem assistir ao vivo vocês dois juntos, tu e o Roberto Carlos, interpretando o inesquecível Tom.
bjs,
alem da falta de conhecimento de causa mesmo, o problema da critica eh q, invariavelmente, jornalistas [qndo nao usam de má fé] têm extrema dificuldade em lidar com abstração. eh um terreno em q nao se sentem confortaveis.
quanto aos erros de portugues nos artigos, sinal dos tempos. lamentavel.
ainda sobre esse lance da ciência de cantar música popular:
roberto carlos não têm a capacidade vocal de milton ou djavan, mas eh econômico, preciso, inflexiona nos momentos certos, sabe destacar os momentos dramáticos de uma canção.
olha q coisa…bethânia é, sem dúvida, das maiores cantoras do mundo, mas pra mim [diferentemente do q se costumar achar], ninguém canta chico buarque como ele mesmo. sério.
falando de cantores sofisticados, o paulinho moska me impressiona, o cara não erra. tem um controle total de sua voz e da inflexão, etc. lenine eh outro.
mas se vc, internauta, quer ouvir um absurdo de capacidade vocal, recomendo youssou n’dour cantando “no more”. absurdo. o sujeito toca o céu.
caderno 2 no brasil, ta virando uma piada de mau gosto. aqui em salvador, não existe. massa crítica eh um boato. são woody allen das causas impossíveis, venha me valerrrrrr…
bj.
Jornalista devia ser alguém que sabe muito de alguma coisa e faz uma especialização em jornalismo.
Essa história do cara passar cinco anos estudando pra ser jornalista, na melhor das hipóteses, faz com que se aprenda a redigir pra falar sobre o que não se conhece.
Se na MPB já é assim, imagine na música dita clássica, ou erudita (não sei qual o pior dos dois termos). É um horror.
Mas é como dizia meu amigo Xaxá : “eu quero jornal pra saber das notícias, e não pra saber das opiniões…”
Maestro Eduardo Lages
Cara….Vcs são muito engraçados….Sei que não vão postar, mas é de matar de rir como vcs são arrogantes e patrulhadores…Demais! rsrsrsrs
Poxa Caetano, santa modéstia. O Roberto canta bem e tem uma voz muito bonita mas não existe nada mais musical do que tua elegância e versatilidade. Sem querer comentar a poesia porque esta não se comenta se sente. Grande abraço.
Olá Caetano,
Oi, Caetano!
Um grande abraço,
Fabiano.
Obs: adoro o seu português! É um prazer ouvi-lo falando e escrevendo. Estou curioso pra saber o que vc vai escrever para os lingüistas que criticam os gramáticos. Fiz Letras, e tenho “mixed emotions” com relação a esse embate entre lingüistas e gramáticos. Por um lado, acho que devemos respeitar todas as variantes lingüísticas, por outro, é tão bom ler as coisas que vc escreve, por exemplo, que misturam respeito às regras da gramática e uma criatividade boa de se ler.
Olha, eu não lí as críticas - nem vou ler - , o que me chamou a atenção foi a sua resposta e essa polêmica toda.
Beijos
Por uma dessas facetas dos Mistérios que pintam por aí, ainda hoje guardo na memória o momento exato em que, com 10 anos de idade, fiquei hipnotizado com a capa de um disco de Caetano. Num supermercado, na cidade de Feira de Santana, pedi e meu pai comprou, sem entender muito o meu interesse, um vinil com a foto de Caetano na capa.
Não sei dimensionar o impacto que a obra, ainda em progresso, de Caetano teve sobre a minha vida, mas sei que foi a partir dele que talhei a minha relação com a arte, com a música e com o desejo de ir além da superfície e mergulhar nessa “correnteza sem paragens”.
Ainda ontem, a propósito dessa nova “polêmica” entre Caetano e a imprensa conversava com uma grande amiga e dizia: Os franceses devem a Proust. Os ingleses à Shakespeare, eu devo a Caetano. Esclareço de logo que não vão aqui comparações. Me refiro a uma dimensão pessoal que, no meu universo, vai muito além do intelectual.
Lembro que há alguns anos comecei achar Caetano acometido de muito “estrelismo”, e fique “de mal” de Caetano. Pensava assim: “porra, esse cara ficou pequeno diante da obra”. Assisti, então, o documentário “Outros Doces Bárbaros” do Andrucha. Há no filme uma cena em que Caetano conversa com Gil sobre o fato de ser artista popular e se pergunta “é só isso?”. Naquela cena enxerguei Caetano de novo, o real (pelo menos para mim), não o midiático. O artista, não o personagem que ele cria para brincar e ensinar ( ele sempre quis ser professor). Brinquei uma vez com um amigo aqui de salvador, Beg, que conhece caetano pessoalmente, e disse: “Beg, briguei com Caetano, fiz as pazes e ele nem sabe”
Vida longa para Caetano Veloso
Prezados Caetano Veloso e Roberto Carlos,
Escrevi ha dois anos atras um texto (link abaixo) q foi publicado no Observatorio de Imprensa, do jornalista Alberto Dines, sobre duas infelizes criticas, publicadas na Folha, uma de autoria de Sylvia Colombo e outro de um tal de Coutinho, pifios e canhestros comentarios em relaçao a obra e ao pensamento de José Saramago.
Gosto não se discute, lamenta-se, meus caros e notáveis representantes do que de mais belo se produz na nossa Pindorama.
esse blog deixou o caetano mais transnudo do que nunca …
Caetano…
Parece que os cri-críticos estão realmente atacados. Veja isso:
Luis Antonio Giron escreveu, no site da revista “Época”:
“Zuza repetiu o termo criado por Chico Buarque, chamando Tom de “maestro soberano”. Vamos e venhamos. Tom não era maestro – ele se valia do talento de arranjadores mais tarimbados que ele, como Lyrio Panicalli e Alceu Bocchino e Lindolpho Gaya. Não era maestro, muito menos soberano. Talvez tal honraria coubesse a Heitor Villa-Lobos ou Radamés Gnattali. É simplesmente inadequado a Tom – um título jubilatório bajulatório que não faz jus ao compositor. E foi este o clima do concerto de segunda-feira: um bonito elogio fúnebre ao mestre, por dois discípulos, com direito a aparições fantasmagóricas de Tom no telão e na cortina. Que medo!”
Me estristece profundamente um país acha normal que existam seres musicais como Tons, Chicos, Caetanos, Miltons e seus tons geniais.
Caetano, continue com esse espaço do blog, é importantíssimo para a nossa cultura.
Você não sabe, mas pode ter certeza que é meu amigo, pois suas palavras me acompanham, me alimentam e me dão força.
Abraços!
Guiándome por lo que vengo leyendo en este blog y especialmente por este post donde en cada párrafo hay un personaje…. me pregunto: Quién es Caetano? El personaje de “profesor” arrogante o el personaje más sencillo y terrenal que le tiene miedo a la música. Con respecto a lo último: podemos elegir la música pero no siempre la música nos elige. La música ya te eligió… FEAR NOT.
Puxa…Nem um comentário “contra”? Caetano, você está com a bola toda! Como é bom ver um artista ser unanimidade. Continue assim!
No Brasil temos um sério problema com o entendimento das coisas. Parece que para entendermos temos que achar ruím. Se você achou bom é porque não entendeu. Entender de música é críticar música, falar mal. Temos que criticar, mesmo que sem embasamento para fundamenta-la. Por causa deste entendimento equivocado, as redações estão cheias desses “críticos”, que sempre utilizam lugares comuns e mal sabem fundamentar o que querem expressar.
Lucas, do comentário 37…”Obra em Progresso” não tem nada a ver com a nossa bandeira….(credo!). É apenas e tão somente a tradução de “work in progress” que significa uma obra, um trabalho que ainda não está terminado…
Abraços
Eu joãogilbertolizo
Tu tomjobinas
Ele caetaniza
Nós chicoburcamos
Vós viníciusdemoraes
Eles pasmam
acredito que os criticos que vc cita estao sendo postos no mapa por vc.Sao ,alem de mediocres e miopes esteticamente,pessoas de relaçoes diplomaticas rompidas com a Lingua Portuguesa.Para se ler hj em dia Pepe Escobar tem q se ir ao Asia Times,e Paulo Frtancis recorrer a arquivos(livros e seu site)e Olavo de Carvalho nao escreve sobre Cultura,lamentavelmente,o que significa que so tolos consumados dao razao ao que esses parasitas tentam escrever.Ja disse em post anterior que esse sera teu melhor disco desde Caetano de 87 e o reafirmo e sei que essas picadas de insetos so contribuem para tal.Pq vc nao escreve o sucessor de Verdade Tropical tratando dessas polemicas e de figuras como Paulo Francis,Diogo Mainardi e Olavo de Carvalho?Adoraria ler o que vc pensa sobre esses caras sempre relevantes.Que tua fome de guerra se mantenha exigente e furiosa,um abraço
Quero ver quando não tivermos mais, os Caetanos, os Tons e os Miltons, o que será dos críticos de musicas, vou ficar com pena deles, ou melhor já tenho.
Me espanta sempre essa coisa de jornalistas (especializados ou não) comentarem arte. Os críticos de arte também me espantam, e os críticos literários ainda mais. A verdade é: a crítica brasileira é geralmente ostensiva e ofensiva. Se não, é aquela curriola de amigos falando de obra de amigos. Hoje em dia, no meio literário, se discute muito isso; quem é o crítico da vez. Que obras estão sendo lidas. E no caso da música, a crítica (entre aspas) é cruel demais. Porque a música, enquanto apresentação, não é uma obra estática. Nem enquanto mídia, veículo, mas enquanto apresentação ela, definitivamente, é uma obra em andamento, e pode se mostrar melhor num dia do que no outro. Mas me diga: quem está qualificado, hoje em dia, excetuando o Wisnik, para fazer realmente uma crítica imparcial, que fuja aos gostos próprios ou à antipatia pessoal do “crítico” em relação ao artista e/ou sua obra?
Roberval, me desculpe, mas discordo. Existe a crítica dita especializada, e existe o simples gostar e desgostar.
Quanto à música enquanto apresentação, trata-se do óbvio. Uma apresentação, sendo, por supuesto, ao vivo, é totalmente diferente de algo gravado, quando se fica horas atrás da perfeição, ou em busca de. Me refiro à busca da perfeição dentro dos limites técnicos que um arranjo, por exemplo, pode chegar.
Já a imparcialidade ao meu ver, aconteceria no caso de alguém apreciar o objeto da crítica totalmente fora dos seus gostos, totalmente desprovido de um reconhecimento anterior, mas atentando para a qualidade dessa em função de um conhecimento amplo a respeito do objeto analisado. No caso, e me desculpe a ironia, precisaríamos de críticos de shows ao vivo.
Sobre o sentido da vida, nunca me explique. Eu acho que o mistério que o ronda é tão instigante… Por exemplo: eu jamais veria o seu comentário, se não entrasse no site pelo histórico do navegador. E se, justamente, não clicasse no link exato. Isso não tem preço!
glauber, desculpe, desculpe - xi, já vi que vai ser um eterno pedido de desculpas - mas Elis, Milton, Fred Mercury, Waldick Soriano, Nelson Gonçalves, Amy Whinehouse e mais todos todos, somados aos primeiros dessas suas duas linhas semi-difusas- pró-separatistas (no final das contas) são mira da crítica. se é que há. a crítica.
Roberval, entendo o que questionou.
mas o que eu denomino como ‘andamento’ é o fato da música poder ser apresentada ao apreciador, ao vivo.
um crítico literário não lê o livro no momento em que ele é escrito, nem um crítico de arte assiste os momentos de um quadro, ainda que eu acredite ser mais possível do que no caso do autor com o livro. mas se pode ouvir alguém no momento exato em que esse alguém canta. e mesmo que um crítico literário pudesse ler um livro por um segundo monitor acoplado num pc ou mac, não sai som… não se trata de onda (no sentido da física). é outra coisa… o que será que é… nossa, travou.
Ana
Obrigado pela resposta.
Não quero polemizar muito, mas o que quer dizer “critica especializada”? Quer dizer apenas e tão somente, que esse ou aquele critico normalmente faz seus comentários sobre este ou aquele tipo de arte. NÃO quer dizer que o critico tenha que ser um artista ou que tenha um diploma universitário naquela área específica. Quer dizer simplesmente que aquela pessoa (um critico), desenvolveu um gosto por aquele tipo de arte e resolveu comentar o que os artistas fazem…É só isso..Gostar!
Mais uma vez…O “enquanto” sugere que é possível (e desejável!) separar a obra em fatias! Só se você for um engenheiro de som (no caso da música)..Mas aí, duvido muito que você esteja analisando apreciativamente a música.
Quanto à imparcialidade.. Se você está apreciando algo fora dos seus gostos, você deixou de ser um “especialista” e vai acabar dizendo bobagem, certo? Em suma, não existe imparcialidade.
Roberval, seria necessária aquela imparcialidade totalmente utópico, fora do contexto jurídico que a atrela justamente a um contexto. Ela existe, vai se expandir, e será, no final das contas a nossa salvação. O verbo compreensão passará a existir de fato quando isso acontecer. Sim, sou uma otimista.
O enquanto não sugere fatiar obra alguma. Mas quando há vários formatos de veículos, o enquanto se torna a exatidão para o que eu me referi.
Vivi: eu acho que não existe crítica comprometida com a arte (de forma imparcial) no Brasil. Existem as panelas, já mencionadas, e, de maneira mais obscura, o falar mal por não gostar. Isso não é crítica. O Hermano disse tudo. Releia o comentário dele no outro post sobre imprensa. É o primeiro de todos.