Li: você está publicando comentários rápido demais (05/11/2008)

LI: VOCÊ ESTÁ PUBLICANDO COMENTÁRIOS RÁPIDO DEMAIS
5/11/2008 1:15 am

O discurso de McCain caracterizou a vitória de Obama como uma vitória dos “africanos-americanos”, como eles dizem lá. Foi um bom discurso. Elegante e, no todo, uma bela afirmação da energia histórica dos Estados Unidos. Mas as vaias que vinham da platéia (toda branca, até onde se podia ver na TV) terminavam soando como brados racistas. A menção à escandalosa ida de Booker T à Casa Branca em 1901, a convite de Teddy Roosevelt, foi oportuna e justa. Mas, ao fim e ao cabo, “na agradável noite do Arizona” (a meu ver onde há o céu mais lindo e as cidades mais feias do mundo - sem falar no deslumbramento que é o deserto de Sonora), ficou um gosto de racialização da eleição: eu a sentia como conteúdo mais fundo do que o equilíbrio civilizado da fala de McCain.

Sarah Palin (tipica personagem de Big Brother) estava mais que nunca imitando Tina Fey.

Mas vi tudo isso depois de ver Jesse Jackson chorando. Chorei junto com ele. Nem gosto das coisas que ele diz – seja no caso da palavra “nigger” que um rapper queria pôr como título de seu CD, seja na própria campanha de Obama: Jackson soa como um velho lutador racialista; Obama é um presidente mulato. Jackson chorava como um homem velho que vê a grandeza de um fato consumado suplantar a dos seus maiores sonhos.

(Isso acima ia num comment, mas recebi essa resposta do blog que transformei em título. Seguia assim: “vai devagar”.)



243 Comentários sobre o Post “LI: VOCÊ ESTÁ PUBLICANDO COMENTÁRIOS RÁPIDO DEMAIS”

  1. Janio disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:13 am

    A propósito, publiquei esse artigo no jornal A Tarde uns dias atrás.

    Barack da Viola e Obama Veloso

    Barack Obama é a bola da vez e a essa altura pouco importa se ele será ou não eleito presidente dos Estados Unidos. A sua simples aparição no cenário político mundial já foi mais do que suficiente para sacudir a mesmice e provocar uma série de reações, que vão desde os mais variados e apaixonados artigos até as mais estranhas teses, como as que sustentam que ele tanto pode ser o maior presidente americano de todos os tempos, como o pior, ou ainda que ele poderá ser assassinado por algum desses seguidores de Lee Oswald que adoram tocaiar um presidente com um Winchester cheio de balas escorado numa janela de um edifício qualquer.
    Mas o pior é perceber que todo esse alvoroço é causado por três motivos aparentemente banais: a sua cor, a sua descendência e a sua origem – negro, filho de mulçumano, nascido no Hawaí. Fosse ele um típico americano branco, desses que ficam horas a fio sentados diante da tevê comendo batata frita e tomando cerveja no gargalo e nada disso estaria acontecendo.
    Aproveitando esse assunto tão em moda e que atualmente só perde para as comemorações dos 50 anos da Bossa Nova (que, pelo visto, nunca terão fim), eu também vou dar a minha modesta opinião. No entanto, ela será um pouco diferente das habituais, mirando mais no aspecto físico dos candidatos, já que sobre as suas personalidades só os seus familiares e os mais chegados é que deveriam falar. Ou Arnaldo Jabor, é claro!
    Quando eu vi Barack Obama pela primeira vez foi simpatia à primeira vista. É que eu achei o seu estilo muito parecido com o de Paulinho da Viola quando jovem. Aquela mesma postura elegante e serena do nosso sambista maior, aquele mesmo jeito maneiro de sorrir e de quem carrega consigo um fair-play de berço sempre pronto para ser usado quando o adversário cair em campo, enfim, a elegância em pessoa.
    Ao mesmo tempo, em outras poses e atitudes, ele também me lembra muito Caetano Veloso depois que ele foi embora de Santo Amaro (quando deixou dona Canô chorando em ai, Mabel chorando em ui e partiu sem nem olhar pra trás), mais exatamente no Festival da Record, ao gritar aquele famoso discurso contra a rapaziada que vaiou a sua canção É Proibido Proibir.
    E é com essa mistura mais latina que novayorquina que Obama vai tentar chegar lá. Aliás, não sei até que ponto a soma dos trejeitos dessas duas personalidades tão distintas de nossa música poderá beneficiá-lo ou prejudicá-lo nessa sua caminhada. Talvez se ele souber dosar o tom conciliador do sambista carioca com o estilo rastilho de pólvora do baiano que adora uma boa polêmica, ele se dê bem no final.
    Enquanto isso, com seu jeitão meio Frank Sinatra de ser, John McCain fará de tudo para que a Casa Branca continue sendo um reduto do conservadorismo branco americano. Façam suas apostas. Eu já fiz a minha. Prefiro mil vezes Foi um Rio Que Passou em Minha Vida e Cinema Olympia a My Way.

  2. Janio disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:16 am

    Aliás, escrevi

  3. Luis disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:34 am

    Caetano,ce leu essa materia?
    (Why White Supremacists Support Barack Obama)
    http://www.esquire.com/the-side/feature/racists-support-obama-061308

    Ah, eu acho a palavra mulato muito feia. Obama é moreno.

    E viva Obama! :)

  4. glauber guimarães disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:40 am

    caetano,
    1] concordo com tudo q c disse aí. chorei com o jesse jackson tmb, pelo momento historico e tal. ri com o seu comentario sobre palin/fey. seu senso de humor me agrada muito.
    nao sei, sinto q o seculo começa agora.
    os EUA passam por um processo de mudança cultural [e toda mudança exige uma boa dose de dor, "denial" e mais dor, ate que as coisas mudem de fato]. obama eh importantissimo como acelerador desse processo, acho eu. eh como se diz, “a raça eh humana”.
    brasil e EUA são as grandes forças da america, com vigor, criatividade, etc. terão um papel decisivo.

    2] gostaria que vc fizesse mesmo a tal antologia do axé. sei que ficará muito bom. outro projeto bacana, seria fazer algo com o beck hansen [como c fez com o lindsay n'o estrangeiro]. talvez uma antologia do axé com o beck produzindo. geleia geral.

    3] notando seu interesse pelo indie/folk/rock, indico um disco: andrew bird & the mysterious production of eggs. belíssimo.

    abraço procê.

  5. teteco dos anjos disse:
    Novembro 5th, 2008 at 5:44 am

    e o planeta desperta diferente
    nesta quarta-feira, 05 de novembro de 2008.
    um negro-mulato alcança o Everest
    do poder. Obama é o novo presidente
    dos EUA (USA).
    também vi Jesse Jackson chorar
    e recordei um rock maravilhoso
    que Lou Reed fez pra ele (JJ)
    duas décadas atrás, quando
    a chegada de um negro ou mulato
    ou índio na Casa Branca era impossível.
    e a profecia de Lobato enfim
    se realiza.
    e eu não desejo a Obama o
    triste desfecho do presidente negro
    de Lobato, nem o dead-line de Lincon-Kennedy,
    mas um recomeço, um novo
    passo na história de toda
    a humanidade.
    e essa terça-feira-gorda (mardi-grass), 04/11,
    se torna tão histórica e importante
    quanto a queda do muro de Berlim,
    o fim da URSS, a tomada da Normandia
    pelos aliados, o trágico 11 de setembro.
    estou realmente mais otimista
    (e não é tão somente euforia momentânea)
    quanto ao futuro
    do nosso lindo
    e complexo planetinha azul!!!

  6. ANTONIO CARLOS OTAVIANO disse:
    Novembro 5th, 2008 at 7:03 am

    Caio, eu tb chorei… muitas lágrimas brilharam pelo mundo afora.. .há ESPERANÇA na Terra!! !

  7. paoladl disse:
    Novembro 5th, 2008 at 8:58 am

    e o brasil? quando o brasil conseguirà o presidente preto?

  8. ninfa leonardi disse:
    Novembro 5th, 2008 at 10:21 am

    Sono felice per Obama Presidente degli Stati Uniti, per tutto ciò che la sua elezione comporta,
    sono felice della sconfitta della Palin, donna da caricatura! Un bacio a Caetano.

  9. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 5th, 2008 at 10:44 am

    Puxa, você mesmo se deparando com o ‘terror’ da “janela esbranquiçada”, após tentativa de postar também um comentário, e ainda mais ante esses dizeres traumáticos surgindo de dentro do ‘brancor’!

    A primeira vez que vi isso, ora, ora, mergulhei metafisicamente, por segundos infindos, todo meu inescrutável orgulho no fundo de todas as minhas profundezas, como Moby Dick o faria no insondável oceano de todas as suas albinas e aterradoras mágoas, e com uns ímpetos tais de me reemergir…

    xxx

    Caetano, sou parado em Jota Velloso. E também em Tuzé, Gereba, Armandinho… Eles, como você & o Chico Buarque, fazem de mim um pássaro marinho, digo, um golfinho.

    Vou aproveitar este cantinho em que ainda não há tantos zumbidos como o outro pra emitir com nitidez o seguinte com meus sonares:

    Eu estou praticamente ’só’ acompanhando o papo sobre a música baiana na outra página - é que vim do sertão e, enfim, me litoralizei em Salvador, e esse papo me deixa muito um objeto ainda não identificado, e, a despeito disso, bastante dissecado. Venho fraturando vários de meus espelhos narcísicos por conta de tudo isso - acho que eu já disse lá. Alguns desses espelhos nem vou mais recompor. Quanto a outros deles, há ganas de reunir os caquinhos - mas me verei de modo tão des… transfigurado! Obrigado.

    Mas minto - não só acompanho: vou abelh(ud)inho zumzumzumbindo lá o meu maior interesse não pelo “novo que sempre vem”, mas pelo novo (o inventivo) que já veio, e que, mesmo sem ainda ter partido, parece não ter vindo. Ou seja, não encontra pauta fácil pra apresentações em auditórios maiores, ou mesmo em festas públicas. Sou, pois, parado, e, a um só tempo, propulsionado pela ‘novelha’ música baiana, mineira, pernambucanz, nordestina etc. etc, a novelha música humana.

  10. Marcelo disse:
    Novembro 5th, 2008 at 11:16 am

    A eleição de Obama, se comparada à outra alternativa (ou seja, McCain), me agrada bastante. E, claro, o quão simbólico há no gesto da sociedade americana, também. Mas sinto um incômodo com tudo que sofre um hype midiático (péssima palavra) excessivo, e com Obama não poderia ser diferente. O mundo, já nas primárias, escolhera “o candidato negro” em detrimento da “candidata mulher”, o que muito me entristece. Pra mim, o que estava em jogo era “o(a) candidato(a) democrata”. É claro que eu estaria sendo - no mínimo - ingênuo de não levar em conta os aspectos “emocionais” nessa disputa; só acho que a coisa não deveria se esgotar nisso, como (praticamente) foi feito. Hillary tinha projetos e uma trajetória de luta política institucionalizada dignos de atenção e nota. Tudo isso foi esmagado pelo rolo compressor do candidato pop, Obama. Mesmo que ele próprio, de fato, tenha até pouca coisa a ver com isso, devo dizer em sua defesa.
    Acho que o mundo vai se decepcionar bastante cedo com Obama, mas apóio a escolha por um democrata. E, é claro, não deixo de me deliciar com o simbolismo que gerou e restou disso. É bom ver Berlim em estado de graça frente à presença de um negro, ao invés de um nazista. Os tempos mudam. Deliciosamente.

  11. Marcelo Porciuncula disse:
    Novembro 5th, 2008 at 11:53 am

    Gostei muito do discurso de MacCain. Elegante, maduro, e sobretudo atento ao ideário americano que exige intransigência quanto aos princípios que eles entendem como democráticos. O mesmo ideário que obrigou Bush a recorrer às câmeras de televisão logo após o 11/09, por exemplo, para frear agressões difusas e ainda desortganizadas que naquele momento vitimavam os americanos de religião muçulmana. Ele dizia que ali, nos EUA, não podia haver espaço para a discriminação por motivo religioso, e que a batalha que se iniciava era contra o fundamentalismo que havia agredido brutalmente NY.
    Não importa o que ele pensava em seu íntimo. Importa é que ele se viu obrigado a repetir, como presidente americano, a “ladainha” com a qual talvez não concorde integralmente.
    A mesma ladainha que ele desrespeitou inúmeras vezes (Guantánamo, modo como se deu a invasão do Iraque, etc.). Motivo pelo qual se tornou uma figura detestável. Seu governo se tornava, para mim, desastroso na medida em que se mostrava capaz de protagoniozar medidas que me lembravam os criminosos que dizia combater.
    Inicialmente cogitei que as vais pudessem ter um fundo racista, Caetano. Mas desisti um pouco da idéia quando, logo em seguida, MacCain falou algo tipo “importância histórica de se ter presidente afro-americano” e ninguém disse nada. Seria o melhor momento para vaias. Aliás, uma voz masculina gritou alguma coisa, mas seja lá o que for não teve qualquer repercussão (e não acho que ela tenha gitado “viva os afro-americanos!”…rsrs).
    Não simpatizo com “afro-americano”, acho que neste caso o hífen termina por definir uma subcategoria e por exercer uma fnção excludente. Penso que do ponto de vista técnico o correto seja a feia estadunidense. Falo “americano” mesmo, sem nenhum problema.
    No final das contqas, me impressionou muito o fato de os EUA terem sido capazes de eleger um presidente mulato (não o acho moreno e mulato me parece uma palavra bem bonita) que tem como sobrenomes Hussein e Obama. Um candidato filho de um queniano com uma mulher do Kansas, um sujeito que passou boa parte de sua infância na Indonésia, um país de maioria muçulmana, mas que também estudou em Colúmbia e em Harvard. Um cara que não é entusiasta da política armamentista e que se diz favorável ao multilateralismo na condução das questões internacionais. Obama é uma figura que não se enquadra em esquemas rígidos, tão apreciados pelos americanos.
    Vamos ver o que ele é capaz de fazer, ou melhor, as políticas que ele é capaz de liderar e de propor. Penso que os vínculos afetivos que ele pode possuir com uma biografia tão rica e complexa são seu maior tesouro, e sinto que também são, no final das contas, minha maior esperança. Senti o mesmo quando da eleição de Lula.
    Como é bom poder ver tantas mudanças (pelo menos simbólicas) em tão pouco tempo. Viva a democracia.
    Não deu mesmo pra não chorar.
    Falei tudo isso por telefone com um amigo que me chamou de ingênuo, dizendo que na verdade a economia dita tudo, e que não foi diferente desta vez.
    “A eonomia está um desastre e o condutor é replubicano? Votemos todos com os democratas”, teria sido assim, acredita.
    Tenho certeza de que o ingênuo é ele.
    Bjs.

  12. Julio Vellame disse:
    Novembro 5th, 2008 at 12:05 pm

    Será que o mundo se comunicando e se trocando como está vai ter um presidente mundial? e a cor dele vai ser o marrom da mistura de todas as cores ou o branco da mistura da luz de todas as cores?

  13. Julio Vellame disse:
    Novembro 5th, 2008 at 12:32 pm

    Quando a gente se preocupar menos com o conotação das palavras como afirmação de posição socio-antropo-politica e mais com os nossos sentimentos com relação ao outro as palavras vão deixar de ter dono. Mulato é massa, moreno tb… Eu chamo vários amigos queridos de pretos pelo simples fato da cor deles ser essa.

  14. tita disse:
    Novembro 5th, 2008 at 12:39 pm

    Espetacular a vitória de Obama…não me lembro de ter visto tanta gente torcendo por algo assim. Uma corrente de muita esperança. Axé para Mr. Barack Obama…Que nossos tambores celebrem essa vitória e que o novo presidente americano realize as mudanças necessárias para promover a paz…esquecer os EUA das guerras…iniciar uma nova era. Quanto a ser negro, mulato ou amarelo…acho que não faz a menor diferença.Pensar que ele foi eleito porque é um negro é menosprezar a sua capacidade, sua formação.

  15. Socorro disse:
    Novembro 5th, 2008 at 1:22 pm

    Parabéns vovô. Quando nasceu minha primeira neta, 14 anos atrás, eu não gostei muito da idéia de ser avó. Hoje, que já são três, vejo como é bom ver que tem muito de nós naquelas criaturinhas que estão chegando agora a este mundo. Hoje tão diferente de quando chegamos nós. Aprendo com eles. Converso como os dois mais velhos, que moram na Itália, pela internet e eles me mostram um mundo que pode ser novo.
    Como disse Obama no belo discurso desta madrugada, é por eles que temos que mudar o que aí está. E penso que é esta esperança que faz a eleição de Obama ser tão emocionante no mundo inteiro. Viram o blog de Saramago? Perguntado ontem numa entrevista de rádio o que acha que seria a primeira coisa que Obama deveria fazer, ele respondeu: desativar Guantánamo.
    Não gosto d termo mulato. Prefiro negro. Obama é negro, é filho de africano. Por um desses maravilhosos acasos do destino, nasceu de uma mãe branca, mas é negro. É lindo vê-lo ao lado da mulher - mulata? - e das duas filhas. Arrumados pra festa como estavam ontem, me lembram aquelas pessoas que fazem a Noite da Beleza Negra ser uma festa tão bonita.
    Quem é da Bahia sabe que o quanto foi importante existir um bloco como o Ilê pra a auto-estima dos negros baianos. E, até hoje, eles se dizem bloco de negros, não mulatos. O que não aconteceu com o Olodum, lembram? A afirmação da negritude é importante. Ainda.

  16. Marcelo Noah disse:
    Novembro 5th, 2008 at 1:24 pm

    Auch, você sintetizou com perfeição o que a galera aqui estava pensando quando viu S. Palin ao lado de McCain no discurso do Arizona (nunca mais… never more).

    Tina Fey rocks!

  17. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 5th, 2008 at 1:59 pm

    Bruno Guimarães, vou… vou também como você festeja, trembalístico - no sentido lato. Devagar, devagar, a gente nunca embala. Piso mais fundo. Corrijo num segundo. Eu prefiro as curvas das estradas de Bertolt Brecht e Tosltói. E também não posso mais parar…

    Impregnado até a medula da monumentalidade de Guerra e Paz, a obra, mas principalmente de sua sondagem de que a história acontece deslocando-se placas teutônicas que podem reverberar em tremor nem sempre perceptível - e não menos impregnado pelo “efeito de distanciamento” legado por tantas das representações dramáticas brechtianas, várias eu vi montadas no antes Teatro Santo Antonio, hoje rebatizado Teatro Martim Gonçalves, em Salvador, na década de 1980 -, eu não acredito em heróis: mas que eles existem, ah, sim, eles existem; só que não fazem tudo sozinhos, mesmo quando são hábeis ou talhados para fazerem os outros e, em não poucos casos, a si mesmos acreditar nisso.

    Tenho um profundo receio desse fatalismo. Aliás, tenho horror a qualquer fatalismo, seja o que decide de antemão, em tudo, pela vitória (o norte-americano), seja o que decide de antemão, em aspectos cruciais da vida social, pela derrota (o de parte do povo brasileiro).

    Um amigo meu, de Tucano-Bahia - terra natal do ator Othon Basthos, o corisco de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber, e filósofo espontâneo, na sua irreflexão, afogou-me recentemente num banho de sabença. Disse-me, referindo-se ao resultado das últimas eleições municipais em boa parte do interior baiano por ele palmilhado, que teremos mais quatro anos pela frente de “políticas públicas não-afirmativas” e de uma burocracia baseada em “ingerenciamento”. No entanto, em meio a isso ele deposita uma fé tamanha no nosso país, quanto à qual quero sondá-lo sempre melhor (pra apreender mais do total de seu matutamento astuto), porque é uma fé em: nossa criatividade!

    Ele parece recitar palavras magmáticas que Jorge Mautner já andou salmodiando em prol de nossa civilização tropical. Vale resaltar que ele vive em lugar próximo ao que se deu a saga de Canudos e de um tal herói por nome “Conselheiro”.

    Eu vi, em algum lugar, que um historiador, irmão do poeta João Cabral, cujo nome não lembro agora, nem posso me demorar nesse instante na internet pra achar algo, dedica-se a estudar certo modo de ser fatalista do brasileiro, sobretudo do nordestino, propondo hipóteses explicativas.

  18. gil disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:01 pm

    Custou muito ter mentido ao Congresso, Bush sai pela porta dos fundos e a derrocada republicana é avassaladora. Nem Blair conseguiu passar no crivo, fez um arranjo e saiu para o anonimato, quem diria. Talvez mais do que ter apoiado a guerra nestes casos, a revanche foi contra a mentira. Outros presidentes que não apoiaram a guerra também perderam como na Alemanha e na França por exemplo. A questão da democracia e do Congresso que a corresponde é muito mais séria no eixo anglo americano. E não deixa de ser exemplar e, porque não, progressista.

  19. Leonardo Bernardes disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:19 pm

    De fato o discurso de McCain pareceu descontextualizado, o que só aumenta a minha admiração por ele. Era honesto seu apoio a Obama, assim como seu desejo de um trabalho em conjunto para resgatar o EUA da lama.

    Lamentável que tanta gente ainda se mantenha refratária — não à novidade, nem a posições diferentes — mas a abertura, ao diálogo. No entanto, é por causa delas que nós podemos divisar com alguma alegria quer o significado da vitória de Obama, quer a importância e a decência do discurso de McCain. Repito o que tenho dito: é um belo exercício de democracia.

    PS. É sintomática a imagem de uma loirinha, no meio do público que assistia McCain, rindo e bebendo (espumante?) enquanto as pessoas assistiam desconcertadas ao seu discurso. Ela parecia desinteressada, como se não lhe disse respeito tudo aquilo. É aterrorizante — essas imagens me aterrorizam.

  20. Exequiela :: Awakening.... disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:36 pm

    EL CAMBIO TIENE COLOR Y ES NEGRO.

    Estados Unidos despertó del “sueño americano”

    A fin y al cabo los sueños, SUEÑOS son, incluso cuando se trata del “sueño americano”. El pueblo estadounidense mostró un alto grado de madurez en estas elecciones. Por fin salieron a “revelarse” y decir “así NO”. Yo veo a los países como familias (donde el pueblo son los hijos) y siento que esta elección fue el breaktrough para que salgan de la niñez y dejen de ver todo como disneylandia. Estoy un tanto de acuerdo con el amigo de Marcelo que dice que esto se debió a los problemas económicos. Claro que sí! Si cuatro años atrás nos decían: “En el 2008, Estados Unidos tendrá un presidente negro”, yo hubiese dicho: “NO!!!! Faltan décadas para eso”. Si cuando se postuló con Hillary, decían: “Obama le va a ganar”, yo hubiese dicho: “NO!!! Si gana Obama, ganan los republicanos!!”. En fin… Obama rompió con cualquier predicción, y lo hizo porque el contexto se lo permitió (uno y sus circunstancias). Sin crisis económica, no había Obama. Paradójicamente, sin Bush tampoco había Obama. A mí me parece perfecto que se haga énfasis en el hecho de que es negro.Lo importante es que ganó un demócrata negro. Es importante porque las tendencias se marcan así, se construyen con ejemplos… que otros imitan (en el mejor de los casos)

    LeAozinho:
    No entendí ni el título del post ni el paréntesis…
    A mí también me hubiese gustado ver CNN en inglés pero en mi cable no viene. No me gusta ni afro-americano ni afro-estadounidense. Y odio que en todos los formularios de EEUU haya que poner el origen étnico (latino, afroamericano, asiático, etc) Eso es una forma de discriminación. Puede ser que afro-estadounidense no sea correcto pero ESTADOUNIDENSE es más correcto que americano. Reconocelo!!!!! Otra tema es que no te guste como suena pero no hay ningún error en decir: estadounidense. Y cuanto más lo uses, más te va a gustar como suena. Probá. Beso, beso!

    Lucesar: Conozco muy poco de Drexler. Voy a escuchar más.

    Gil: esa historia que contás de Orfeo es buenísima… será verdad? o el rumor sólo corre en Brasil?

  21. Exequiela :: Awakening.... disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:40 pm

    che! mi comentario quedó en cualquier orden. Lo acabo de publicar y quedó como 4 comentario antes del último. (Hermano!)

    TOTALMENTE de acuerdo con el comentario de Salem. Ya es hora de cambiar de película! O de entrar en la realidad.

  22. Bruno Guimarães disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:42 pm

    Sou um mulato nato. No sentido lato, Mulato democrático do litoral… Devagar nada…. vai mais rápido…….

  23. Guido Spolti disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:46 pm

    Não tenho nenhum problema com a palavra mulato nem com moreno, apesar da radicalização de determinados grupos sectários; também gostei quando soube da vitória de Obama; o mesmo pensei sobre as vaias “dos branquinhos” soando mesmo como um “lamento” racista TEM PRETO NA CASA BRANCA; aguardemos para ver onde tudo isso dará, que transformações poderão ocorrer nas segregações étnicas ainda muito fortes nos E.U.A e especialmente, como ficará a política econômica após o “horror terrorista” de Bush, haverá alguma possibilidade de pacificação Ocidente/Oriente Médio?

  24. Lucesar disse:
    Novembro 5th, 2008 at 2:54 pm

    Ainda estou em êxtase por essa vitória de Obama, tomara represente uma virada no pensamento dos estadunidenses (como quer Exequiela), e, o que é mais importante, no modo como o governo se relacionam com o mundo, com os direitos civis e políticos dos países invadidos ou não. Aliás, HERANÇA MALDITA é isso que o W. deixou, viu turma do PT.

    Exequiela, eu realmente não conheci o Rodrigo, uma pena. Adoro escutar Jorge Drexler, o que pensas dele, também não sei o que Caetano pensa sobre ele, mas acho que gosta.

    Beijos a todos.

  25. Susi Leira Lugrís (Galiza-Espanha) disse:
    Novembro 5th, 2008 at 3:40 pm

    Olá a todos/as, e a Caetano especialmente.
    Hoje tou tao feliz que por 1ª vez em minha vida tenho vontade de ir aos EE. UU. Sempre dixem que eu jamais iria a esse pais, nem aprenderia a língua que se impoe porque o poderio econômico e militar manda; já sabedes o que representam os EE.UU. para muitas pessoas que desejamos a igualdade de direitos, de oportunidades, de reparto da riqueza, de justiça, que odiamos a pena de morte, o racismo, etc. Espanha fez grandes manifestaçoes quando invadirom Irak, escutabas a gente quanto esse pais condenou o ataque as torres xemeas, mas a gente dizia se eles levam toda a sua curta história masacrando gente por todos os continentes, agora que os atacam a eles a vingança vai ser terrível. Assim foi tao desmedida como injusta, mitos paises tenhem ditadores que cometem atrozidades e EE. UU. nao os ataca, por que a uns sim e a outros nao. O das torres foi a desculpa que necesitava para matar e assasinar sem discriminaçao, como sempre fez.
    Bom, o 1º que sentim, na 1ª pessoa que pensei quando soubem que ganhara Obama (nome sensual e sonoro) foi no meu idolatrado Caetano. Eu sentim que ganhava um pouco toda essa gente que amo, os pretos, mulatos, negros, polos que Cae sente tb atraçao, amor, dos que gosta.
    Eu escutara todo o que Cae diz deles nas suas cançoes, a sua poética bonita quando uma letra dele fala de preto, o que gosta de Obama, etc.

  26. Caetano Veloso disse:
    Novembro 5th, 2008 at 3:47 pm

    A mãe de Obama levou-o para ver o Orfeu e Obama achou ruim, falso, uma visão folclórica dos pretos, do Rio e das favelas. Mas vendo a mãe chorar mais uma vez diante das imagens que a levaram a gerá-lo, comoveu-se com elas. Adoro essa história porque eu também achei o filme horrível quando saiu logo. Os brasileiros todos acharam: falo disso no artigo sobre o Orfeu de Cacá que está em O Mundo Não É Chato. Vinicius também detestou. Godard também. Mas Palma de Ouro, Oscar, culto entre estrangeiros. Hoje, longe daquele tempo, depois de Glauber, Sganzerla, Cidade de Deus e Linha de Passe, também sou capaz de me comover com algo daquele Orfeu. Obama é mulato.

  27. Susi Leira Lugrís (Galiza-Espanha) disse:
    Novembro 5th, 2008 at 3:56 pm

    e sentia tudo aquilo com muita força.
    Há 3 anos fui a Brasil pela 1ª vez, voltei o ano passado e este ano. Sempre fui a Salvador de Bahia e, como nao, a Santo Amaro. A 1ª vez a um congresso de estudos galegos, aí eu consegui entrar (por um milagre) no aniverssário de Dona Canô, a 2ª viajei sozinha com a esperança de voltar a esse aniverssário, igual que fiz este ano 2008. Ano triste, faleceu a minha mae e alegre porque cada dia sinto mais a presença de caetano em minha vida. Sinto-o se isto soa “cursi”, eu vivo feliz se ele tá aqui na terra creando, regalándo.nos todo esse amor, toda essa alegria, que há melhor para estar bem com o mundo?
    Este discurso se me vai, é tanta a emoçao, Cae que poderá fazer Obama? creio que criar ilusao, dar esperança, ser negro, ser bonitinho como ele é já supom tanto para esse pais, agora sim as minorias podem ter algo que esperar.
    Acho que já vou poder viajar a esse pais semavergonzar-me, sem sentir nojo, só porque ele tá ai. Esperemos que o deixem e quira fazer algo por todas essas minorias desfavorecidas, e sobretudo nao seguir sendo o gardiam do mundo com dereito de invadir paises, desreipetar direitos humanos, etc.
    Nao sei como estarás Cae, suponho que alegre e satisfeito de que ele ganhara. Guauuuuu!!!
    Cae espero ver-te ai em Brasil, quando eu voltar, em concerto, desta estadia quase o consigo, por uns dias nao puido ser. Desejo que o teu novo trabalho saia ajinha. Agora lerei o teu último artigo aqui, em Obra em Progresso. Amor e saúde a todos. Beijao.

  28. Guido Spolti disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:10 pm

    Pro cara do post 1: É Proibido Proibir ocorreu no Festival Internacional da Canção no Teatro Universitário Católica - TUCA, aproximadamente um ano depois do Festival da Record. É só para diferenciar a datação histórica musical.

  29. laurene disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:14 pm

    Oi, Caetano. Bora lá comentar. Vá mais devagar, meu nego. Obama é O HERÓI e CÊ é o PROFETA! Integração do negro na sociedade de classe x Casa Grande e Senzala, que tem fotos de Santo Amaro & sua doce cana. Bastide X Freyre =Cê, Caetas. Jessie Jackson e Obama parecem Florestan Fernandes e FHC em 1994.

    Alguém falou em Cinema Falado. Encontrei-o na web: uma moça que fazia fotos do filme num blog e perguntava coisas como “de quem é essa piroca azul?” Outro dia li Não Quero Prosa, do discípulo do Schwarz e poeta marginal Cacaso. Poderia chamar: Não quero prosa, quero caso, Cacaso! Ele não entendeu nada de Cinema Falado. Ele queria um discurso linear como de um ensaio sociológico e pirou na “gelatina burguesa espatifada” do Falado.
    Um filme riquíssimo e pouco explorado. Tem um tal de Carlos Adriano fazendo tese sobre ele na USP, que bom!

    A crítica do guru de Cacaso, Schwarz, que ama Adorno, sobre Verdade Tropical dizia que Caetano dissolve as contradições e toma partido do comercialismo. Mas como, se as contradições estão aí, no último post, abertas diante de nós!

    O jornal mostra a festa no Pelourinho: Obama venceu! Viva Caetano, viva Obama!

  30. gil disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:38 pm

    pois eu acho o negão parecido com o Sinatra, mais que tudo. será que esse papo de raça ainda vai rolar? será que lá ainda tem esse papo, o negão é branquinho, de mãe e avó e de criação, cresceu na roda dos brancos das escolas, mesmo sendo pretinho, e é pretinho, tintão de pai, que importa? já foi…acho o jeito dele Sinatra, mais que da Viola ou Caetano. O rei é preto!…que lindo…grande orador, charme total, Sinatra, tomara que tudo melhore, mas já melhorou.

  31. gil disse:
    Novembro 5th, 2008 at 4:48 pm

    impossível não contar aqui. Aderbal disse que viu na internet em algum lugar que a mãe de Obama viu o filme ORFEU baseado na obra de Vinícius e que ganhou Cannes nos anos 50…diz que ela ficou tão emocionada, tocada, entusiasmada, ligada no filme que a partir daí resolveu se relacionar com um negão, que viria a ser o pai do nosso novo presidente Obama. A atriz do filme que interpreta Eurídice, a paixão de Orfeu, era americana, isso, uma americana fazendo o papel de uma favelada carioca. O filminho está por aí pra todo mundo ver e de certa maneira não seria um excesso (?) dizer que Obama também é filho de …Orfeu, portanto. Gracinha essa história hein…

  32. gil disse:
    Novembro 5th, 2008 at 5:21 pm

    aí está:

    http://jorgeroriz.wordpress.com/2008/11/05/se-nao-fosse-o-brasil-jamais-barack-obama-teria-nascido/

  33. Fernando Salem disse:
    Novembro 5th, 2008 at 5:55 pm

    Casa Branca & Senzala

    A eleição de Obama vem repleta de significados. A derrota de McCain também.’Ma quem era esse senhor? Não sei quem ele é hoje. O velho republicano foi um cara bonitão. Vocês devem tê-lo visto fotografado na sua juventude bélica e bela. Um herói do tempo em que matar vietnamitas não parecia crueldade aos olhos dos americanos. Os EUA são uma super-produção. Um filme que parece sempre estar chegando ao clímax. A troca da figura do herói é bem representativa nessa curva dramática.

    Obama, como Ismael Silva, parece um cara cool. Não o vi aos berros nos palanques. Isso já é uma mudança de estilo bem interessante. Mas também não o conheço. Me parece um sujeito calmo, altivo e um tanto enigmático.

    O fato é que estamos em um momento de suspense e a entrada do personagem parece perfeita para o curso da história. O homem cordial, talvez.

    O mito do herói está no imaginário do povo norte-americano e de seus filmes.

    Nós por aqui, sempre tivemos dificuldade na construção e personificação do mito político. Desde Vargas. Temos muitos traumas.

    Mas temos um mito imaginado por pensadores como Darcy, Gilberto Freyre e Mautner. E ele passa pela miscigenação. Nesse sentido, a eleição de Obama nos toca. Talvez mais por ser mulato do que preto.

    Bush foi desnecessariamente necessário pra que os Estado Unidos tivessem um choque de humildade. Produziu 2 guerras intermináveis e caríssimas; e assolou a economia mundial. Um anti-clímax fundamental para a reconstrução do mito do sucessode sse longa-metragem.

    A história dos norte-americanos é um blockbuster. E a cena de tiroteio cansou. Os roteiristas entraram em greve no ano passado. Parece que retomaram o fio da narrativa, escrevendo certo por linhas tortas.

    Torço por cenas emocionantes e pra grande entrada dos coadjuvantes “emergentes” nesse campeão de bilheteria.

    O Brasil tem que entrar nos créditos.

  34. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 5th, 2008 at 6:30 pm

    Há quem aponte certa misoginia nas críticas que se faz a Sarah Palin, mas a verdade é que Palin não encarna a mulher-mulher, mas a mulher-gostosa-protótipo, uma coisa que difere do feminino.

    A troça feita a ela não é um sarro do feminino - tanto que sua principal gozadora é Tina Fey, outra mulher, cujo centro do humor passa longe do sexismo.

    Assim como o principal símbolo da vitória de Obama, o fato dele ser preto, passa longe da demarcação equivocadamente raivosa que Jesse Jackson fazia antes da coisa brancos x pretos em tempos idos.

    Depois do discurso de ontem, quando Presidente e Vice fizeram lá seu cumprimento, não havia branco ou preto no palco. Havia, de forma muito clara, o Presidente dos Estados Unidos da América.

    Bush nunca teve aquela postura.

  35. Suely Rouco disse:
    Novembro 5th, 2008 at 8:26 pm

    Obama é mulato… Caetano é moreno…Moreno é branco… e eu? sou neguinha ?

  36. Ana disse:
    Novembro 5th, 2008 at 9:14 pm

    Caetano, antes de tudo, parabéns por ser novamente avô! Isso, da continuidade, dá um baita sentido até ao que não tem sentido. Parabéns ao Moreno pelo segundo filho!

    Sobre Obama: não senti esse racismo todo, nem por parte dos conservadores. O que se percebe na ala conservadora hoje em dia, é mais um medo de que a vida não volte a ser o mar de rosas que sempre foi (como se fosse justo o mar de rosas deles existirem em desfavor do mar do restante do mundo) do que ter por presidente um homem negro. Por Obama não ter embasado sua candidatura na questão racial, acredito que ele seja, hoje em dia, o protótipo do homem moderno, aquele que vê tudo com uma seriedade gigante, que não está no mundo a passeio, e acredito no potencial intelectual dele. Ele é acima da média.

    Espera-se o mesmo de outros líderes, doravante.

    Estou sem tempo para comentar suas gravações, mas volto para me inteirar.

    Já, me desculpe, mas Lobão nunca terá razão. Deram espaço demais a ele. Ele não tá com essa bola toda. Nem ele, nem o Nelson Mota, e hoje ambos desceram a lenha no Chico Buarque, na Bossa Nova, e eternizaram a coragem de Odair José em gravar “Pare de tomar a pílula”. Às vezes o Brasil surpreende. Pela auto-estima que não tem.

    Link, aqui.

    Sobre Jesse James: a gente tem que entender que a dor de alguém lhe dá o direito de nomear vulgarmente aquilo que para nós, poderia ser expresso de outra forma.

    Foi uma grande emoção ver ele chorando de emoção.

    Foi uma grande emoção ver os Estados Unidos da América elegerem Obama! Não por ele ser negro. Mas por ele propor mudanças tão próximas do humanismo, e os americanos estarem num momento propício à essas mudanças.

    Que seja uma nova era política, mais antenada com o diálogo e com propostas sustentáveis, do que com poderios que se respaldam em guerras (sejam por territórios, financeiras, ou meramente ideológicas).

    A propósito, o mapa (astral) do céu de ontem à noite estava uma coisa!

    Bj!

  37. Ana disse:
    Novembro 5th, 2008 at 9:18 pm

    Meudeus! Acabei de chamar Jesse Jackson de Jesse James! Sem perceber… e sem saber por que…
    Mas já que isso aconteceu, aproveito para emendar: o que estaria pensando Michael Jackson, agora que se branqueou o suficiente, ao ver as pessoas tão comovidas com Obama negro, de nariz largo, e peito aberto?!

  38. Ana disse:
    Novembro 5th, 2008 at 9:20 pm

    Perdão, mais uma vez: link correto para o vozeirão do Lobão, gritando que Chico Buarque é chato e suas canções anêmicas (o código criou um espaço que não levará ninguém ao link correto, que é o a seguir): http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever/2008/11/05/chico-buarque-e-um-chato/

  39. Lucesar disse:
    Novembro 5th, 2008 at 9:35 pm

    Amém Teteco

    Pensei um coisa
    escrevi outra
    errei na concordância

    Perdoem

  40. João Renato disse:
    Novembro 5th, 2008 at 9:56 pm

    Obama não é só o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Ele também é o primeiro presidente negro dos países desenvolvidos. E talvez seja o primeiro presidente negro dos grandes países fora da África. E eu acho estranho que isso tenha acontecido justamente nos Estados Unidos, e não no Brasil.
    Mas tem um imenso detalhe: ele não descende de escravos afro-americanos. Obama é filho de um africano que não conheceu a escravidão e uma ativista norte-americana. E eu acho que isso dá uma grande diferença na visão de mundo dele.
    JR.

  41. Bruno Melo disse:
    Novembro 5th, 2008 at 10:26 pm

    Acho que, ainda que eu me desiluda com o Obama - e acho difícil -, terá valido a pena ver o que vi. Foi histórico para as coletividades. Por tudo em si mesmo. A vitória quase que polarizada do Obama veio redimir e coroar séculos de injustiça e opressão. Veio como um desagravo àquela cena em que uma negra sentou, num ônibus, ao lado de uma branca e deu origem ao racismo explícito. Veio como um desagravo a uma igualdade criada por Deus e negativada pelo homem… Porque ainda que não queiramos, torna-se impossível dissociar a questão da cor do fato consumado lindamente. Mas muito para além disso, fica a competência, o carisma, aquele brilho que o Obama tem e que dá um gosto danado de assistir na tv; sem falar daquele sorriso tipicamente franco, tão longe do falso sorriso do Bush. Tudo isso tem a ver com o caráter, embora pareça não ter… E o caráter é o primeiro passo para feitos corretos. Não sou estúpido o suficiente para achar que o Obama dará jeito em tudo, rapidamente. Porém, repito, quebrou-se um paradigma. E isso, por si só, já é uma imensa realização.

  42. teteco dos anjos disse:
    Novembro 5th, 2008 at 10:55 pm

    mas logo a Califórnia proíbe casamentos homossexuais? fui isso mesmo que li? os mesmos eleitores que ajudaram a catapultar um negro para a Casa Branca acabam, por outro lado, ou paradoxalmente até, ferindo os direitos humanos. estranhezas americanas, si si.
    não sou gay, mas se o mundo fala em direitos iguais, porque então preterir uma parcela tão grande e importante dessa nossa famigerada humanidade? ou será que os gays não são humanos, demasiadamente humanos?
    e eu que pensava ser a Califórnia o mais modernex dos states americanos. poderia esperar isso do Texas, onde claramente existem muitos Billy the KidS. mas, nunca imaginava tal coisa da Califórnia, o celeiro da contra-cultura, o berço dos beatnicks, a Meca do cinema.
    estranho.
    mas o mundo é estranho.
    fui visitar um artesão-marceneiro que trabalhava numa réplica ( não no tamaho original, couuuuurse) do David de Michelangelo Buonarroti. Sugeri que ele fizesse o “pinto” do David um puco maior, já que, notadamente, o pinto do original é muito pequeno para um “homem” daquele tamanho.
    ele o fez. maior e “ereto”.
    numa expo em Sampa, num grande centro cultural, o tal curador ( sem cura) solicitou gentilmente ao artsão que retirasse o david do pinto ereto ds coleção exposta, pois “incitava os gays”. Ual…que sacada…tirem então todos os exemplares do Kama Sutra das livrarias..podem “incitar os taradões”.
    como diriam os Ramones..”MONDO BIZARRO”

  43. teteco dos anjos disse:
    Novembro 5th, 2008 at 10:58 pm

    perdoem
    os
    erros
    de
    digitação…
    aliás,
    perdoem,
    se puderem,
    todos os meus
    e seus erros.
    grazie!

  44. Heloisa disse:
    Novembro 5th, 2008 at 11:32 pm

    Acho que ninguém comentou ainda o discurso de Obama. Sereno, sério, quase triste. Pela perda da avó-mãe, sabemos, mas não só: consciente do caos que o espera, dispensou as láureas e já se mostrou pronto para atacar de frente o que vier – e o que já veio. E agora?
    Na platéia o choro dos pretos, os brancos com esperança inédita no rosto, as meninas brancas festejando o provável primeiro voto, tudo me emocionou muitíssimo. Mas nada como a mulata de olhos claros, séria, com lágrimas no rosto bonito: só aí pude entender porque Caetano insiste tanto em afirmar que Obama não é negro, é mulato.

  45. Fernando Salem disse:
    Novembro 5th, 2008 at 11:47 pm

    As coisas que o Lobão disse sobre o Chico são até previsíveis. Lobão hoje faz uma espécie de cover dele mesmo. Já ouvi ele falar esse papo de anemia e falta de tesão da bossa-nova umas 9537 vezes. Do quanto “cagou” pro Joãogibas ter gravado Me Chama mais umas 3758. “Sacralização” e “culpa católica”, uma 8354.

    O tom de concordância do Nelson Motta é que surpreende. Um pouco. O Nelson é bacana, mas é meio Zelig. Ele mimetisa quem está ao seu lado por admiração.

    Se estivesse ao lado do Chico, iria babar eleogios. Ele é assim.

    Lobão é meu amigo, mas está se repetindo. Há um tanto de esclerose no seu discurso repetitivo. Às vezes é engraçado, às vezes chato pra cacete.

  46. Enzio Andrade disse:
    Novembro 5th, 2008 at 11:52 pm

    Cara Laurene:
    fui eu que em outro tópico,falando com o teteco dos anjos,que mencionei o “Cinema Falado”.Eu adoro esse filme, o vi no cinema,depois comprei o vhs,e quando saiu em dvd eu o comprei tb,e o dvd tem uma porçao de extras lindos.É um filme que mexe com vc,com sua cabeça,seu humor,tem sacadas geniais e até hoje ele é olhado de maneira enviesada,porque não admitem os chatos de plantao que Caetano possa dirigir um filme.Digo olhado,porque creio que ninguem no Brasil tenha feito uma analise merecida dele.mas fica aí a recomendaçao,comprem,vejam,aluguem,o Cinema falado,ele é o grande culpado da minha transformaçao( :-) ).
    abraços sovieticos.

  47. glauber guimarães disse:
    Novembro 6th, 2008 at 12:02 am

    achei o lance do lobão e do nelson motta extremamente equivocado, principalmente as opiniões sobre a bossa nova. o SPIN ta virando mania nacional. um desserviço.

    engraçado, pra mim, o brasil eh um país em que se sacraliza o sucesso. esse sucessinho babaca, não o sucesso do neil young, do marcelo camelo, walter franco, lenine, ben folds. sim, pra mim, o conceito de sucesso eh outro. sempre foi.

    dinheiro, fama, que venha. ou não. mas o importante mesmo, eh escrever o nome no livro. fazer parte da historia pela porta dos fundos…bullshit.

    quando vejo entrevista de 90% dos autistas…oops, artistas brasileiros, sempre lembro das entrevistas dadas por tom zé e/ou arrigo barnabé.

    o bom senso eh uma ferramenta em desuso.

  48. glauber guimarães disse:
    Novembro 6th, 2008 at 12:07 am

    perdão, não posso deixar de dizer isso: chico buarque, um chato, parnasiano??? palhaçada.

  49. Rogério Grillo disse:
    Novembro 6th, 2008 at 12:30 am

    Olá..

    Concordo com Gil, lá em cima… esse papo da negritude de Obama já se mostra um pouco enfadonho.. deveríamos esperar pelo que ele vai fazer quando ASSUMIR de fato… e não elucubrar sobre o que é e/ou o que poderia ter sido… sob o aspecto racial…

    ..xx….

    caetano, costumo dizer que sou músico/cantor por sua “culpa” ..sempre esperei(espero) o melhor de vc..e vc sempre me surpreende. Essa idéia da compilação do axé é ótima ! cruzarei os dedos !

    beijos.

  50. Jorge Portugal disse:
    Novembro 6th, 2008 at 1:05 am

    De volta ao “infosenado do adro da matriz”de Caetano.Escrevendo aqui me sinto sentado nas escadarias da igreja da Purificação ouvindo e participando de todos os papos sobre tudo.
    Não me interessa imediatamente como Obama vai abordar a cena mundial;vibro em pensar como o seu feito vai afetar as cabeças dos “meninos do Pelô” e dos “erês do Curuzu”.Esta já é, para mim, sua obra principal.
    Aliás, o Novembro começou mais negro do que nunca:OBAMA, HAMILTON, e LÁZARO RAMOS colocando todo o bando de teatro Olodum na tela da hollyood brasileira.
    Mais do que nunca “Yes, we can!”

  51. Ana disse:
    Novembro 6th, 2008 at 1:11 am

    A “coragem do Odair José” deveria estar assim, também entre aspas. Não que o cara não tenha o seu valor. Todos têm. Mas dá para qualquer um imaginar o abismo gigante entre ir contra o controle da natalidade em uma época em que bispos e arcebispos tinham infinitamente mais poder do que hoje, e ir contra a ditadura numa época em que ditadores tinham o apoio da CIA.
    Eis o Cálice ou o Cale-se.

  52. Ana disse:
    Novembro 6th, 2008 at 1:23 am

    Fernando Salem falou tudo at 5:55 pm! Tu-do!

  53. fabiano carlos disse:
    Novembro 6th, 2008 at 1:38 am

    Jackson chorava como um homem velho que vê a grandeza de um fato consumado suplantar a dos seus maiores sonhos.

    muito bom isso Caetano.
    eu escrevi umas coisas sobre Obama, vivemos num tempo hitórico. sou feliz de viver essa época.

    sempre saudável ler aqui.
    ancioso pelo disco, beijos meu grande.

  54. Rosana Tibúrcio disse:
    Novembro 6th, 2008 at 2:10 am

    Obama é mulato, lindo, gostosão e ao que me parece: feliz.

    Não entendo quase nada desse assunto - e de 39.715 outros temas que rolam por aqui - mas essa euforia que eu sinto no ar, me faz lembrar, guardada as devidas proporções, à euforia que houve no Brasil, quando da eleição de Lula. Receeeeeeio!

    Agora, bom mesmo foi ver a cara de tacho do bucho, opppsss, do Bush que, aliás, é intragável!!

  55. Guido Spolti disse:
    Novembro 6th, 2008 at 2:47 am

    o cinema falado é o grande culpado da transformação.

    Parece Noel prevendo um título para sua canção em forma cinemetográfica.

    Como gosto deste filme que pouco decifro!Filme pra se ver sozinho; adoro o texto sobre casamento/não casamento; gosto de tantos fragmentos, regina casé, samba no recôncavo,gosto.

  56. Eunice disse:
    Novembro 6th, 2008 at 2:54 am

    Olá Caetano, ponto para todos nós negros com a vitória de Obama. Mas o que me preocupa no momento é o extermínio dos jovens negros daqui da Bahia. O crack está disseminado e não se publica uma linha nos jornais, não se vê uma matéria em programas de TV (a não ser os sensacionalistas tipo: Varela, Bocão, etc., q chutam cachorro morto), o Governo Wagner não se pronuncia. Há um silêncio total sobre este momento tão triste da nossa cidade. Caetano, por favor fale sobre esse assunto, só assim despertarão!!!!

  57. teteco dos anjos disse:
    Novembro 6th, 2008 at 3:15 am

    é..querida ‘frenética’ Exequiela,
    hoje os gays da Califórnia
    são mesmo “sad gays” y no “gay gays”.
    belo trocadilho-sacação
    well, no Brasil existem sex shops de luxo sim,
    mas a maioria é “antro”, como vc diz
    que é na Argentina. tais antros
    se espalham pelas galerias pop
    do centro de Sampa, onde artigos
    e acessórios para sexo se misturam
    as drogas e a prostituição. não sei como é no Rio.
    mas, enfim, sei que aqui ainda não é como
    San Francisco (If you going to San Francisco..) onde “se puede comprar un consolador como quien compra una pollera”.
    purtroppo, os americanos parecem avançar de um
    lado e regredir de outro.

  58. Caetano Veloso disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:22 am

    quando eu morava em Londres, “straight” (usado como gíria) queria dizer “careta”: você era um “freak” ou um “straight”, um maconheiro ou um “straight”, um bissexual ou um “straight”. Chamavam “straight” ao cigaroo comum, de tabaco, em oposição ao “joint” de “pot” (maconha): “have you got a straight?” era o jeito mais frdeqüente de se pedir um Benson & Hedges a um amigo. Com o passar do tempo, “straight” virou antônimo exclusivo de “gay” (que, por sua vez, deixou de ser usado com o valor semântico original). Adorei ouvir Obama falar “gay or straight” no discurso.

    Hoje um jornalisma me pergutou o que achei da vitória de Obama. Eu disse que me emocionei, adorei, entre outras coisas por ele ser um presidente americano mulato. E completei: aqui no Brasil a gente já está acostumado a isso.

    E, Exequiela, “estadounidense” não tão correto assim. (Em português escrevemos “estadunidense”, assim evitamos o ditongo “ou”: ouço às vezes, leio muito, até já escrevi uma vez ou outra.) Mas, veja bem, “Estados Unidos” não é o nome do país: é um genérico (aliás usado pelo Brasil até os anos 70 - e pelo México até hoje: Estados Unidos do Brasil, Estados Unidos do México), uma designação como “República Federativa” ou “Províncias d’Além Mar”. O nome mesmo é América, que tampouco pode ser tomado por um país só do continente que já ganhara esse apelido quando as províncias inglesas do norte se libertaram e se uniram. Às vezes penso que o racismo institucionalizado que os EUA e a África do Sul conheceram tem a ver com isso: ambos tomaram o nome do continente, como se só a parte colonizada por aquele grupo branco, protestante de língua inglesa é que valesse. Mas às vezes - como quando ouvi o discurso de Obama ontem - me orgulho de ter sido na América que os conseguimentos da democracia e do respeito à busca da felicidade se deram: sou americano e me sinto incluído no nome. Não quero que isto se torne uma discussão bizantina (e aparentemente teimosa da minha parte) como foi aquela sobre as vogais inglesas com Heloísa. Mas pense um pouquinho nessas coisas que eu disse.

  59. Patrícia disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:40 am

    Gostei do discurso de McCain, Caetano. Teve sensibilidade e postura, falou da derrota política sem fazer cena e lembrou que o futuro norte-americano deve ser mais importante que a rixa entre os dois partidos.

    Obama nas alturas, rezava minha bisa sem nem ter tido a chance de conhecer o presidente moreno, ou quase negro, ou quase mulato de tão rico quase branco. Obama…
    Marca o fim da era Bush, o texano do óleo por olho, a piada mundial sobre a ignorância do presidente dos EUA (anti-Bushismo garantiu muitos votos);É um presidente negro em país majoritariamente branco e país que carrega um racismo sensível e aflito. A vitória do candidato negro dá um tapa na cara de países ditos mais integrados racialmente. E nem vou falar em Europa, com fatos recentes na história da França e Itália. Que tal Brasil, que tal São Paulo, que tal o Rio?; Diz ser contra a guerra. Se bem que essa terceira colocação vamos assistir de camarote: será?

    Sobre a capacidade do democrata para reconstruir a economia dos Estados Unidos, ainda pouco sabemos. Obama defendeu idéias de mercado protecionistas e o fortalecimento do estado, um governo pai que seria capaz de salvar a classe média quebrada dos últimos oito anos. Sobre seu talento para conseguir apoio político e popular, sabemos. Ele tem torcida e leva esperança.

    Ana: não entendo o comentário ‘como se fosse justo o mar de rosas deles (dos americanos) existirem em desfavor do mar do restante do mundo’. sou contrária a esse tipo de argumentação, pois normalmente implica em dar, encontrar, apontar culpa. Nao gosto de culpa. Tem culpa demais em tudo.

  60. Claudia disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:52 am

    CAETANO

    TODO AQUELLO QUE BROTE DE TU BELLA BOCA ES SABIDURIA PARA MI (BESO)

    ANOCHE ME QUEDE HASTA MUY TARDE VIENDO TV, ESPERANDO EL TRIUNFO OBVIAMENTE… COMO ME IBA A PERDER ESTE HECHO HISTORICO.

    HACE 10 AÑOS QUE ME ACOMPAÑAS CON TU MUSICA… HOY TENGO 28 Y ESPERO SEGUIR POR MUCHOS MAS.

    SALUDOS DESDE CHILE

    BUENAS NOCHES

  61. Exequiela :: Awakening.... disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:57 am

    Sí, que mal lo de los gays en California. Hoy hablé con mi mejor amiga (paulita!! JA! si venís por acá y lees esto) que vive en SF y me dijo que sus amigos gays estaban desesperados, muchos se casaron estas últimas semanas por el temor de que esto ocurriera. Y que eso pase en el estado que más los apoya! Ir a SF es toda una experiencia! Los gays casi desnudos por la calle… los sex shops que son como supermercados, se puede comprar un consolador como quien compra una pollera (nunca pensé que hubiesen tantos accesorios para el sexo!… no me interesan pero qué entretenido verlos en las vitrinas!). No sé én Brasil pero acá en Argentina los sex shop son prácticamente antros. En fin.. hoy los gays de California son “sad gays” y no “gay gays” .

  62. Ricardo Matos Damasceno disse:
    Novembro 6th, 2008 at 6:27 am

    Algumas personalidades, no Brasil, intuídas por um senso de que o discurso pode favorecê-las, acabam por levar aos últimos consectários a incontinência verbal, mesmo que a título de honestidade intelectual ou de suprema franqueza. Honestamente, quantos indivíduos existem que, à sombra alheia, vivem e sobrevivem do discurso excêntrico - na acepção mesma de fora do centro ou da centralidade, criticando os outros em vez de se criticarem?! A excentricidade não se afigura má em si própria, porém ela mesma há de ter um ritmo e um movimento periódico, haja vista não ser o excêntrico o anárquico ou o antinômico.
    Desse modo, a crítica - velada?! - de Caetano à referência de McCain aos “afro-americanos” pareceu-me lógica na exata medida em que se desencadeia uma segregação retórica: trata-se de uma vitória de uma faixa da população americana em face de outra a presumir-se mais norte-americana do que a anterior. Ora! Vitória sim, mas não da faixa afro-americana dos estadunidenses. Vitória de uma percepção democrática do poder! Aliás, eu aproveito o ensejo de referir-me à eleição norte-americana, para - em insurgência democrática - reforçar a antítese do discurso de autopromoção pela heterocrítica: exatamente o que disseram Nélson Mota e Lobão acerca da Bossa Nova. Tratou-se de uma crítica balofa, estéril, oportunista, incapaz de sustentar-se por si própria e encontrável em http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever/. Lamentável a excentricidade sem ritmo próprio, sem cadência pessoal, sem periodicidade necessária à própria estética lógica do comentário. Para Lobão, todo o mundo deve ser chato, insulso, sem sal e sem açúcar, menos ele próprio, é claro. Nélson Mota (bem), malgrado respeitável pelo seu trabalho - quiçá de primeiro time - nem merece a pena. Amplexos fraternais.

  63. Labi Barrô disse:
    Novembro 6th, 2008 at 8:47 am

    Bom Dia Gente Boa! Voltei!
    Vivendo e aprendendo. Eu não sabia que o nome do país é América. Eu sempre achei esquisito chamarem os EUA de América. Eu pensava:aqui também é América! Agora teacher Caetano explicou e eu entendi!
    Acredito que estamos caminhando para uma época em que todos serão tratados apenas como seres humanos e não como negro, branco, gay, europeu, americano, africano, brasileiro. Todos terão oportunidades por serem, em primeiro lugar, seres humanos. Espero poder ver isto! Euzinha, além de ser um ser solar, sou movida a otimismo darling.
    Agora a parte chata.
    Não gostei dos comentários de Salem sobre Lobão.Se você é amigo de Lobão, Salem, imagino como seria se fosse inimigo. Eu nunca vi Caetano falar assim de Gil, de Gal ou de João Gilberto. Isto sim é amizade.
    Vamos deixar Lobão em paz gente boa.Ele não participa deste blog. Ele não vai responder. E além do mais, Lobão não tem nada a ver com este post.
    O blog precisa ser mais coerente na mediação dos comentários. É ruim ver ataques gratuitos a outras pessoas. Geralmente este blog não tem isso.
    Eu amo a música de Caetano Veloso e estou gostando cada vez mais da figura de CV, justamente por causa deste blog. Venho aqui para participar com bom humor e falar sobre as coisas boas da vida e também sobre alguns problemas. Mas sem ataques. Eu quero deixar registrado que não gosto quando falam qualquer coisa do Lobão. Quem fala do Lobão, fala por que não entende nada do ele fala, do que ele quer, do que ele pensa. Sempre que tiver falatório deste tipo aqui no blog eu ficarei do lado dos mais fracos. (Caetano é muito forte gente) E quero poder participar.
    Cadê a Preta Gil? Chama a Preta Gil aí. Chama a Preta Gil pra dar um jeito no Salem. Ora…
    E especialmente para Caetano Veloso:

    http://www.youtube.com/watch?v=i2P-ghDgp3c

    Um ofereicimento de
    Labi Barrô, ainda emocionada com os últimos acontecimentos e profundamente feliz.

  64. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 6th, 2008 at 9:57 am

    Não tenho podido voltar com tempo à outra página - que gerou aquele zumzumbido infindo e transfigurador sobre a música baiana -, e em que aquela postagem desenfreada de Caetano, com tantos temas por desbordar, ainda nos convida a pegar, lá, um Expresso direta ou indiretamente ao comentário 2222!

    Mas meu impedimento momentâneo não tem me impedido de pintar aqui pra conferir este papo, e percebo que a tônica maior é de euforia, de um fervor até religioso. Eu torci e vibrei com Obama. Agora, adoraria que alguém viesse resumir mais os pontos de sua futura política com repercussão sobretudo mundial, e divisar as suas possíveis consistências e inconsistências, as correlações de forças que podem se traduzir em sucesso ou não, e, indispensavelmente, como será “elababorado” o ’significado’ da superação-sufocação da última crise financeira, a bolha hipotecária, pro conjunto da sociedade ‘globalizada’.

    Retorno, quanto a isso, um link com entrevista de Zizek que já postei em página diversa da infocaetanave, dada bem anteriormemnte à promclamação do resultado eleitoral norte-americano, contendo provocações que não serão facilmente ultrapassáveis pelo fervor da vitória eleitoral e pela conjuntura histórica que teremos pela frente:

    http://www.elpais.com/articulo/opinion/gafas/leer/lineas/McCain/elpepiopi/20081002elpepiopi_13/Tes

    Sobre a emergência dos negros na cena política norte-americana e internacional recente, penso ser produtor de sentidos considerar também o significado e a atuação destas duas personalidades que estiveram sob os holofotes do lado republicano:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Condoleezza_Rice

    http://en.wikipedia.org/wiki/Colin_Powell

  65. paoladl disse:
    Novembro 6th, 2008 at 10:41 am

    CAETANO DIZ:
    “Hoje um jornalisma me pergutou o que achei da vitória de Obama. Eu disse que me emocionei, adorei, entre outras coisas por ele ser um presidente americano mulato. E completei: aqui no Brasil a gente já está acostumado a isso”.

    E negro, caetano? quando se falarà de um presidente negro no brasil, pais com a maioria dos descendentes africanos que nao seja aquele do Monteiro Lobato?

  66. Exequiela :: allah hee allah.... disse:
    Novembro 6th, 2008 at 11:21 am

    LeAozinho: Paramnesia. OK, obbbvio que pienso en lo que decís (e incluso entendí un poco los diptongo que escuchan tus oídos). Y las discusiones con teimosia pueden ser un poco excitantes pero me excitan más otras cosas. No me gusta tanto relacionarme con las personas mediante: “lo que decís es incorrecto” (pero reconozco que soy terca JA-HA). Ahora hacé un ejercicio y pensá vos también lo que digo yo. Cuando alguien escucha estadounidense piensa en EEUU y no en Brasil o México. Cuando alguien escucha americano piensa en EEUU o en americano de las Américas. Yo, que salí un poco despavorida de EEUU, ayer pensé que podría volver a vivir allá…. pero tiempo al tiempo. Además sentirse orgulloso de los logros de EEUU no quiere decir que nos tengamos que mimetizar con ellos. Beso, beso?
    No es sugestivo que gay sea alegre y que el “straight man” en un dúo cómico sea el personaje serio? Los gays se divierten más que los straight?

    Y sobre lo que dice Nobile de la intolerancia de los gays o bisexuales es interesante. Ni hablar de la intolerancia de los negros en EEUU. Y ese país de África donde asesinaban o mutilaban a los negros albinos porque eran blancos!! Lo leyeron??

    Teteco: Como si fuera poco, allá hacen reuniones del tipo “tupperware party” donde se reúnen amigas y va una vendedora de consoladores y se aconsejan cuál usar.

    Roberto: Condoleezza y Powell. Me dan vergüenza ajena!

    Yo, al contrario de o LeAo, no puedo estar sin música. Me parece que no hay escena en mi vida donde la música no produzca un estímulo……….trascendente.

    Acá paso un videito de música sufi (o persa?). Me parece que le gustaría escucharlo al maestro Morelenbaum. http://www.youtube.com/watch?v=91pMQfuZf04 Los transporta a algún lugar en especial? La sangre árabe llama!

  67. Ana Cecília disse:
    Novembro 6th, 2008 at 11:31 am

    Querido Caetano,
    visito sempre seu blog, gosto tanto que nem tenho coragem de escrever…Você tem um radar especial para o que acontece ou persiste de significativo.
    Mas hoje entrei, para concordar com tudo que disse meu amigo Jorge Portugal.
    Grande abraço.

  68. laurene disse:
    Novembro 6th, 2008 at 11:48 am

    Oi, Caetas. Obama é o Orfeu Negro, passou de branco, preto é, é fashion, é folclore urbano internacional como o Orfeu Negro. Acho que o termo correto para Orfeu seria “estilizado”, ou seja, exagerado no que é típico.
    Vc poderia republicar aqui aquele texto do Panis et Circensis que dizia que o Cascudo poderia achar que o bumba-meu-boi e o ié-ié eram a mesma coisa depois daquele disco! O texto sumiu do disco depois e não saiu em CD.
    Quanto ao Lobo e Nelson, olha, adolescência hoje é estilo de vida. Nelson poderia ser mais justo: num livro recente, chamou Sergio Ricardo de “nacional-socialista”. Mas Sérgio, em seu Quem Quebrou meu Violão, reconheceu inúmeras coisas, que o discurso do Caetano era lúcido em 68, que O Dia em Que eu Vim-me Embora o emociona, etc. Nelson nao perdoou. Nelson, quem vive de passado é museu!

  69. Nando disse:
    Novembro 6th, 2008 at 11:51 am

    Nelson Motta toca num ponto interessante no lance em que aparece com o Lobão: assumir responsabilidades.

    Isto vale para tudo, inclusive para o escamoteamento em origens, cor de pele, preferência sexual ou o que quer que seja.

    Já fui discriminado por ser “straight” (”todo mundo é homo, cara, só que não sabe!”); por ser branco (ou claro ou mulato claro ou pardo ou); por não comer carne; por ser baiano, nordestino; por usar cabelo comprido; por usar brinco e anéis; por fumar. Eu assumo o que sou e o que faço; e tenho por princípio aceitar o comportamento alheio, suas origens e preferências. Continuo esperando que façam o mesmo; e que eu não precise sempre compreendê-los nem vibrar achando que com “pela primeira vez na história” a coletividade finalmente irá se mirar num exemplo grandioso e assumir suas responsabilidades - todas elas.

    Não à toa o discurso do Obama foi sério, quase austero. Ele sabe a pedreira que tem pela frente. A gente aqui é que (embora acostumada, como disse o Caetano) comemora o que nem ele (sabiamente, acho) fez questão de comemorar. Acho que Obama está olhando lá na frente. E ele é leonino, leoninos a priori não se identificam com grupos (o que não quer dizer que não lute nem assuma compromissos em favor de), têm por jornada a assunção da própria individualidade como tarefa sagrada, honrando a própria biografia e encerrando no próprio centro (com suas “dores e delícias de se ser quem se é”) a razão maior da existência. Entretanto a sombra do autoritarismo e de um egocentrismo muitas vezes doentio estão sempre à espreita. Oxalá ele saiba domá-los e pô-los a seu serviço, não o contrário.

    Torço por ele, que parece se assumir integralmente e ter a competência necessária para o tamanho da empreitada que decidiu encarar. Que saiba honrar seu posto.

  70. Nobile José disse:
    Novembro 6th, 2008 at 12:42 pm

    por enquanto, ainda não absorvi inteiramente a vitória de obama. levo um tempo pra entender tudo. sou lento…

    de qualquer forma, a primeira impressão que me fica é a alegria de bonner e de toda a equipe da globo ao cobrir as eleições lá nos isteites. percebi a utilização dessa nova tendencia de trazer ao (tele)espectador a emoção que o próprio reporter está sentindo.

    sinto tb uma euforia que ainda não sei dizer se excessiva. parecia um show de michael jackson nos anos oitenta. entendo por hora o poder simbólico da cor da pele de obama e espero que isso transceda.

    sobre lobão… ah gente, é o lobão, né??? figura folclórica que a gente ouve e dar risadas. e quando fica chato, é só trocar o canal…

    no seriado “the L world” teve uma cena que me chamou a atenção. tem uma das moças (tina) que depois de um longo relacionamento gay, encontra um cara e decide se casar com ele. as amigas passam a chamá-la de straight, mas com significado pejorativo. a personagem papi, ao ver as amigas debochando de tina por ter virado straight, atacou: isso é preconceito de preconceito…

    nunca entendi o termo “entendido” utilizado pelos gays brasileiros. entendidos em quê? essa intolerância de boa parte dos gays com os bisexuais é incompreensível.

  71. Rafael Rodriguez disse:
    Novembro 6th, 2008 at 1:32 pm

    Desculpa mudar um pouquinho do assunto. acabei de levar um susto…

    A Jandira Feghali foi nomeada por Eduado Paes para a secretaria de cultura do Rio de Janeiro. Agora a cultura irá para o brejo, naturalmente.

    bjs.

  72. wilson loria disse:
    Novembro 6th, 2008 at 3:03 pm

    Caetano,
    Só queria mencionar que, por outro lado, quando Obama, em seu maravilhoso discurso, mencionou o nome de McCain, o público presente — aliás muito maior do que aquele visto no Arizona — permaneceu quieto e até se ouviram algumas palmas. Está aí provado que os republicanos não passam de pessoas atrasadas politicamente falando, para não chamá-los de outra coisa. Power to the people!

  73. Miriam Lucia disse:
    Novembro 6th, 2008 at 3:11 pm

    O admirável mundo novo, não o que pensou Aldous Huxley, mas o mundo fantástico descoberto por Colombo, as terras promissoras que o “velho mundo” almejava conquistar, hoje se revela em toda sua rebeldia jovem De imaginar que os primeiros negros que imigraram para a América eram apenas para servir seus senhores e nada mais. Ao meu ver, o grande conquistador da historia de Obama foi seu pai que saiu lá do vilarejo queniano para cursar uma universidade no Havaí e acabou conquistando a mãe dele, mulher americana, com toda sua negritude africana, mostrando ao filho que uma pessoa pode alcançar todo aquilo que desejar, ate mesmo a presidência do pais mais cobiçado do mundo os Estados Unidos da América. Mais do que a imposição de uma raça miscigenada (ou raças globalizadas), típica nos paises das Américas Obama representa a força e determinação humana e, pessoalmente, representa minha geração. Fruto da década de 60, que nas Américas ficou marcada na historia contemporânea mundial como a década de grandes revoluções musicais, políticas, culturais, repressões e liberações, e isso para mim tem sabor de infância, e a gente cresceu no meio desta confusão toda, no meu caso, sem entender bem as estórias de que os comunistas queriam comer todas as criancinhas, ou o que a copa de 70 tinha a ver com a política, ao mesmo tempo que a mini saia era tão legal, e a mini blusa também, e o novos baianos chegavam em São Vicente e vinham com uma promessa de mudanças também revolucionarias, na verdade, tive um contato muito próximo com eles nessa ocasião, eu com meus 12/13 aninhos, dar mamadeira e banho no bebe de Baby Consuelo foi o maximo, eles eram tão irreverentes, tão libertários, pareciam muito com meus amigos ripes da época, o Jorginho e o Davi e custava acreditar que iriam se apresentar no Ilha Porchat Club, tão socialite! Mas, voltando ao assunto, fiz questão de pontuar estas coisas porque não vejo Obama somente como o mulato americano que conquistou a presidência dos EUA mas como um cara de 47 anos e, isso me parece igualmente importante. As vezes fico na minha fantasia imaginando o assombro que o “admirável mundo novo” causa no “velho mundo” que o descobriu, já parecia muito um torneiro mecânico Lula comandando um pais como o Brasil, depois um índio Morales comandando a Bolívia e agora um mulato de 47 anos Obama comandando um das maiores potencias do planeta. Vou falar pra vocês uma coisa, é bem isso que eu gosto nas Américas, este gosto pela inovação, esta miscigenação, esta coragem maravilhosa de mudar tudo num repente. Pena que os grandes pensadores, filósofos, poetas, músicos, escritores e outros que marcaram suas épocas não possam estar aqui presentes para ver tudo isso, da mesma forma, pena que o pai de Obama não esteja mais presente no mundo dos viventes para ver o que representou o seu ato. Parabéns Obama e também a todos seus eleitores. E viva a democracia! Enquanto escrevia estava aqui escutando musicas diversas e, inusitadamente, quando termino começa a tocar Amanhã na voz de Caetano…, genial! Daí a gente chora mesmo.

    Ghetto rima com preto, e na América do Norte
    Não existe “meio negro”, mulato ou moreno
    Michael Jordan nunca foi afro-americano
    Mas um dos melhores americanos no basketball
    E ele é mais negro que Obama, o dito afro-americano
    Que queria dizer que ele era africano
    Isso antes dele nascer americano
    E não teve nada mais racista e ariano que tenha tentado
    Negar a ele o seu berço americano
    E a menina preta de biquíni amarelo
    Virou onda, a cor da onda,
    Na negritude de Obama
    O mulato presidente americano

  74. Miriam Lucia disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:03 pm

    Exequiela: Obrigada pela dica já fui atrás e vi algumas coisas de Daniel Pipi Piazzolla, não conhecia, muito legal mesmo, vi também uma entrevista dele onde ele conta sobre sua vocação e porque escolheu a bateria como sendo seu instrumento principal, mesmo sabendo tocar piano desde os 4 anos de idade. Como a gente aprende por aqui!

    Roberto você é o detentor de muito poderes mesmo, mas, penso que já se deu conta disso não? Imagina ai a curiosidade que você aguça quando fala que agora tem algumas pessoas queridas do blog como amigos no teu orkuto-circuito. Poderosíssimo mesmo! Obrigada pela dica viu!

    Teteco tenho visto aqui pela tv que a chuva não anda perdoando muito a tua querida Sardenha, toda cheia de água da chuva e do mar, uma coisa incrível e triste, e eu que pensava que estas coisas só aconteciam por ai, fico boba de ver como a gente se engana na vida com esta falta de visão global, mas sigo aprendendo muitas coisas. Ah! sempre que vejo o noticiário da Sardenha não tem mais como não pensar em você, é gostoso como a gente vai aos poucos se vinculando as pessoas. Vero?

    Nelson a gente nunca se falou entre a gente mas eu já vi que temos muita coisa em comum com relação a gosto musical, desde Bob Dylan e muitos outros que você coloca ai pra nossa querida Heloisa e que vou xeretando também. Algumas vezes pensei em comentar alguns de seus comentários que achei tão precisos e concisos, mas, ao mesmo tempo não teria nada que acrescentar porque você já tinha falado tudo. Gosto muito do seu humor. Olha estou fazendo um textinho para te ensinar como chegar ate o orkuto-circuito viu!

    Nobile José olha fui pesquisar este negocio do “entendido” para ver se eu também entendia isso de uma vez por todas, porque na minha imaginação, entendido seria sinônimo de homossexual (mas acho também que este termo seria fora de moda nos dias de hoje, diria que é um termo meio quadrado, ou ultrapassado), descobri inclusive que mesmo no mundo gay existem controvérsias sobre este termo, este debate se deu para a realização da cartilha do governo para ser distribuída durante a parada gay em São Paulo, se quiser “curiosar” ta ai o link.

    http://gaybrazil.com.br/notas.asp?Categoria=Radar&Codigo=1770

    Beijos a todos

  75. Vianna Vana Caravana disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:09 pm

    Caetano também acho que já tivemos antes deles um presidente mulato:o FHC.Mas sempre foi muito diferente ser negro por lá.Pobres e negros sempre tiveram muito mais respeito como cidadãos.Digo em termos de educação,assistência social,cuidados básicos.Raça pura nunca existiu e nunca poderá existir desde que exista a verdade da possibilidade de fusão.As ascendências sempre serão inconsistentes a nível investigativo do tempo.Então racismo é utópico.Acredite e se conforme com ele quem o quizer.

  76. gil disse:
    Novembro 6th, 2008 at 4:17 pm

    a negra linda de olhos azuis chorando, gordinha, também foi a que mais me tocou, acho que chorei ali, com ela…que mulher linda e que mistura linda. Obama é branquinho, Obama é pretinho, é nós…mas o pau vai comer.

  77. Alexandre Greco disse:
    Novembro 6th, 2008 at 5:17 pm

    Caetano,

    O problema é; e se Obama não começar agradando, será que poderemos ver um Ku Klux Khan renascendo?

    Enfim…

    O que fica de interessante é vermos que a “maior” nação do mundo é agora uma território do mundo; um negro, filho de muçulmano é atual presidente norte americano. Barbaro né?

    Abs

  78. gil disse:
    Novembro 6th, 2008 at 5:19 pm

    o japones estava sentado à mesa falando que adorava as frutas, os sucos cariocas. Era apaixonado por maracujá, passion fruit…mas porque passion frut?…ah, caetano sabe porque, caetano sabe tudo…caetano ouviu e na hora explicou o porque da coisa, do nome passion fruit…não lembro agora mas a história é bacana e se pudesse contava pra vcs…eu por exemplo agora fico pensando de onde vem mulato, qual a origem disso, não me soa bem esse nome não sei porque, prefiro preto, negão…mas mulato, não sei…caetano sabe.

  79. Heloisa disse:
    Novembro 6th, 2008 at 5:38 pm

    Decididamente, o day after da euforia americana e mundial - fora a voz dissonante da Rússia - não parece muito animador. Um artigo do NY Times aborda a primeira tarefa de Obama: diminuir as expectativas criadas pelo entusiasmo inesperado.Low expectations?

    http://www.nytimes.com/2008/11/06/us/politics/06expect.html?hp

  80. Nando disse:
    Novembro 6th, 2008 at 7:30 pm

    (((gil, você não sabe o que é “mistura”: um amigo meu (negro) se casou com uma japonesa e tiveram uma filha: negra (negra mesmo, não mulatinha nem moreninha) de olhos puxados. Ele a chama de “minha japoneguinha”. A-coisa-mais-linda-do-mundo!!!!)))
    Abraço,

  81. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 6th, 2008 at 8:23 pm

    Caetano, não há muita relação com o post mas é importantíssimo: você conhece alguma música brasileira - uma que seja - com nome de homem, composta por mulher e com temática amorosa?

    Como as milhares de músicas compostas por homens, com nome de mulher e temática romântica.

    Há algum exemplar disso em nosso cancioneiro? Não sei se outra pessoa saberia a resposta. Tenho medo de perguntar para o Chico Buarque e ele inventar alguma coisa na hora, imputando autoria à Júlia da Adelaide, irmã do Julinho.

  82. Marcos Lacerda disse:
    Novembro 6th, 2008 at 9:48 pm

    Obamma…sei não. Não dá para saber até que ponto é justificável esta euforia com Obamma. Talvez por causa de todos os problemas causados pela turma do Bush, deva-se ver tal vitória como uma vitória de grande parte do pensamento mais progressista em política. A questão a saber é como o novo presidente irá se comportar com algumas das questão mais importantes deste nosso tempo. A crise econômica, por exemplo. E não só a crise. Como o novo presidente vai se portar em relação à política internacional, aos países que não são grandes e nem tem a economia divesificada.
    Ainda é uma dúvida.
    Agora, mais duvidoso é chamar dois dos partidos mais importantes do país , PSDB e PT, e que possuem os qaudros políticos mais interessantes em São Paulo, de “raminhos da esquerda da USP”. A pergunta inevitável: O que se propõem para superar as conquistas históricas de PSDB e PT em São Paulo? Um aventureiro “do bem”, ou qualquer coisa do tipo?

  83. Laureano disse:
    Novembro 6th, 2008 at 10:02 pm

    Es la primera vez que veo y/o escucho una explicación clara y convincente de porqué llamar “americanos” a los nacidos en USA es correcto.
    Yo no soy amigo de llamarlos asi, también prefiero, decir “estadounidenses”. Soy de apoyar la idea de Eduardo Galeano: “en la escuela me enseñaron que América es un continente, no un pais”.
    Pero ahora lo voy a dudar…

    Ya que mencionaron a Drexler: El que no lo ha escuchado, que empiece a recuperar el tiempo perdido (Exequiela! Vamos!).
    Hay una canción que me parece hermosa, y me produce unas ganas increibles de ir a pasar mi cumpleaños a Brasil (soy del 2 de febrero…je!)

    Flores en el Mar - Jorge Drexler
    (del Disco Llueve, de 1997)

    Hay flores en el mar,
    hay flores en el mar.

    En el borde de tu falda
    hoy te vienen a entregar,
    madre fuerza de las aguas,
    flores blancas en el mar.

    Hay flores en el mar,
    hay flores en el mar.

    En el borde de tus barcas
    una tenue claridad,
    y en los ojos de tus hijos
    se te puede adivinar.

    Hay flores en el mar,
    hay flores en el mar.
    Hay flores en el mar,
    hay flores en el mar.

    Se van las barcas de Iemanjá,
    se van las barcas de Iemanjá.

    En el borde de tus aguas
    hay un murmullo de sal,
    son aladas tus espumas,
    es salado tu cantar.

    Hay flores en el mar,
    hay flores en el mar.

    Todos saben que en febrero crecen flores en el mar
    Quién no sabe que en febrero crecen flores en el mar

    Y, como yapa: Drexler cantando Dom de Iludir:
    http://br.youtube.com/watch?v=aJAljdo6DKA

    y cantando Sampa:
    http://br.youtube.com/watch?v=XHrdbUazq4k&feature=related

  84. Fernando Salem disse:
    Novembro 6th, 2008 at 10:07 pm

    LABI ESCREVEU:

    “Não gostei dos comentários de Salem sobre Lobão.Se você é amigo de Lobão, Salem, imagino como seria se fosse inimigo. Eu nunca vi Caetano falar assim de Gil, de Gal ou de João Gilberto. Isto sim é amizade.”

    Oi Labi. Sou amigo do Lobão e por isso mesmo emito a opinião sobre o desgaste de seus depoimentos sem constrangimento. Digo isso a ele pessoalmente sem nenhum problema. Como emito duras opiniões e também recebo dos caras que considero amigos meus. Ah! se amizade fosse só elogio! Que saco, né!

    Outra coisa: Caetano já emitiu e recebeu opiniões adversas do Lobão. E também já mandou elogios e recebeu. Relacionamentos são assim mesmo. Do contrário, seriam uma chatice.

    Lobão tem musculatura emocional pra aguentar coisa muito pior do que a minha humilde opinião publicada num blog.

  85. Fernando Salem disse:
    Novembro 6th, 2008 at 10:22 pm

    Esqueci de uma coisa, LABI:

    Olha só o que você mandou também naquele coment:

    “Vamos deixar Lobão em paz gente boa. Ele não participa deste blog. Ele não vai responder. E além do mais, Lobão não tem nada a ver com este post. O blog precisa ser mais coerente na mediação dos comentários. É ruim ver ataques gratuitos a outras pessoas. Geralmente este blog não tem isso.”

    Bom… se todo mundo que fosse assunto por aqui tivesse que participar do blog, teríamos que chamar o Obama, o Fidel, a Ivete Sangalo, o Lula, ressuscitar Noel e trá lá lá..

    Ao meu ver não fiz um ataque gratuito. Comentei um outro coment da Ana que nos sinalizou com o link.

    Ao meu ver coments como o da Ana é que enriquecem o papo. Todos estão enviando links, trocando idéias livremente sem esse papo de tudo ter que ser a respeito do POST do Caetano. Não somos comentaristas do que o Caetano diz. Colocamos a conversa pra correr.

    Você conversa em botecos com moderador? Sai com amigos com moderador? Namora com moderador?

    Você disse que “sempre que tiver falatório deste tipo aqui no blog eu ficarei do lado dos mais fracos.” Ora, o Lobão é forte pra cacete!

    Quanto ao “Chama a Preta Gil pra dar um jeito no Salem.” , gostei. Mas queria mesmo é ser seu amigo Labi, mas sem tanta moderação.

  86. Tuzé de Abreu disse:
    Novembro 7th, 2008 at 1:17 am

    Puxa!! , Não sei mesmo o que fazer para ter um comentário meu aqui. Estou com todos , simbolicamente Obama é o máximo , por tudo eu sempre quis ele (como todos nós) , mas pressinto (como Gil) que “o pau vai comer”. Aliás , também mandei uma mensagem super elogiosa para o e-mail da GG , comemorando o excelente Banda Larga Cordel, mas não tive resposta. Me prometi que esta seria a última

  87. Renata Roizenblit disse:
    Novembro 7th, 2008 at 1:38 am

    Também fiquei emocionada com Obama, e adorei o fato dele ter filhas pequenas, com certeza esse fato vai conduzir Obama por caminhos diferentes. Chorei com o discurso e parece que ainda não caiu a ficha…

  88. teteco dos anjos disse:
    Novembro 7th, 2008 at 2:08 am

    Miriam, ringrazio della cordiale attenzione. é recíproco. vc mora ao sul de Napoli, certo?!
    chove chuva forte na Sardenha né, tô sabendo.
    devo voltar à Costa Esmeralda em maio de 2009.
    estou super feliz que Pierpaolo, um amigo de Cagliare, me trouxe semana passada uma bandeira sarda de regalo. a nova - dos direitos humanos - já com os “mouros” com os olhos abertos, livres da imposição cristã do passado. realmente era triste aquela bandeira da Sardenha com os negros-mouros de olhos vendados e a cruz vermelha dominante ao centro. Obama não iria gostar se a visse; uma bandeira molto racista. ainda bem que cambiaram.
    aqui em Sampa só se fala em Obama esses dias. um “bródi-fratello” disse que Obama vai colocar a Mangueira para desfilar em Wall Street. mas, qual? como foi a repercussão aí na Itália? baci sorella!!!

    Exequielinha, legal essa coisa de “tupperware party” e engraçada. vocês usam o termo “consolador”, aqui no BR é mais conhecido como “consolo” ou “vibrador”.

    FHC é mulato sim. mas Obama é bem mais mulato que FHC.
    para os “padrões norte-americanos”, Obama é negro e é bom que seja mesmo.

  89. Ricardo Matos Damasceno disse:
    Novembro 7th, 2008 at 5:29 am

    Alguns participantes não gostaram de que se haja comentado sobre o Lobão e sobre o Nélson Motta, mas, como asseverou o Salem, há nomes que naturalmente se entremeiam nos comentários. Não se trata de um “processo judicial”, em que se haja de propiciar o exercício da ampla defesa e do contraditório. O que houver de vir por contrariedade a uma idéia virá, como de fato veio, em moldes naturais. Quando eu deparo com o Lobão referindo-se a João Gilberto e a Chico Buarque, com indisfarçável animosidade, eu tenho a impressão de que ele julga a crítica em si como uma forma de autovalorizar-se. Se o João gravou aquela música, o notável intérprete não o fez na tentativa de apropriar-se daquela, devido à pretensão de torná-la melhor ou mais vendível. Lobão, em uma particular leitura da opinião, pareceu ver a gravação da música por João como uma tentativa de fazê-la mais audível ou mais bem cantada. Não seria nada disso. Lembro-me de um comentário do Caetano acerca de uma invectiva do Merchior (?) contra ele: aquela história do “intelectual de miolo mole”. Caetano, então, respondeu mais ou menos desse modo: - Não é tão ruim assim! Seria pior se eu fosse um “intelectual do miolo duro”! O nosso Caetano deixou o “hômi” em palpos-de-aranha. Tratou-se de uma resposta bem-humorada e bastante sagaz (não sou puxa-saco, além de Caetano não carecer de encômios de minha parte). Naturalmente, há de manter-se equilíbrio em tudo, a tal ponto que se evitem opiniões bombásticas, as mais das vezes cáusticas e erosivas. Para quê?! Soam como autopromoção em cima dos outros.

  90. antonio schultz disse:
    Novembro 7th, 2008 at 5:32 am

    Nossa sao 2:00 am e o relogio do blog esta marcando tres horas e meia a mais!

  91. Carlos Andreas disse:
    Novembro 7th, 2008 at 5:39 am

    Quando um Obama exausto começou seu discurso, sem ao menos ensaiar um sorriso aliviado pela vitória, pensei, triste, na paranóia que seria para ele ser o primeiro presidente negro nos EUA, mas esse pensamento logo se tornou uma euforia quando Jesse jackson aparece na televisão aos prantos e foi difícil não chorar e não chorar muito,

    vendo Oprah de sorriso largo
    na multidão em Chicago

  92. Heloisa disse:
    Novembro 7th, 2008 at 6:51 am

    Caetano e Exequiela,

    Uma vez perguntaram a um americano, com uma certa revolta, por que o país é chamado de América, sendo a América um continente. Ele respondeu o óbvio: se o país não tem um nome, como todos os outros, então que palavra deveria ser usada? Da mesma forma o povo pode ser chamado americano, norte-americano, estadunidense (ou estadounidense em espanhol). E pronto. Ninguém precisa implicar com eles por isso.
    Não queria dar palpite, mas não resisti. Meu atrevimento às vezes é mais forte do que eu.

    Teteco, ri muito da história do David de Michelangelo! E por que será que o curador achou que incitava só os gays? As mulheres, não?

  93. glauber guimarães disse:
    Novembro 7th, 2008 at 7:31 am

    Gravatai Merengue,
    pensando na sua excelente pergunta sobre se existe musica com teor romantico cantado por mulher, com nome de mulher no titulo, no nosso cancioneiro [creio que nao existe, mas so mesmo caetano pra responder com mais propriedade], lembrei que existe musica cantada por homem para homem, com nome de homem no titulo:
    “mauricio” do renato russo [ta no "quatro estações" da legião urbana]. bela e bastante melancolica.
    tem tambem “rubens” do premê, essa com aquele humor paulistano tipico de sua vanguarda.

  94. Fernando Salem disse:
    Novembro 7th, 2008 at 10:51 am

    Pois é Damasceno

    Há os que defendam um certo protecionismo na cultura. Ou seja: artistas podem criticar políticos, mas não devem criticar artistas. Essa confusão nasce de uma coisa boa: há um respeito no ambiente da música popular maior do que outros segmentos. Os artistas da canção brasileiros costumam se visitar com menos preconceito. trufo olímpico e histórico do Tropicalismo.

    Mas, infelizmente, alguns levam isso como premissa ética politicamente-correta. Isso desmerece o gesto Tropicalista que não tem nenhum coorporativismo em sua gênese. Pelo contrário. É o movimento mais crítico (no melhor sentido da palavra) às algemas da MPB do B.

    O que seria da nossa canção sem a rivalidade de Noel e Wilson Baptista. A falsa rivalidade entre Chico e Caetano, nascida de um mal-entendido e responsável por um bem-entendido histórico. Algumas declarações retumbantes de Tim Maia, outras de Raul Seixas também desafiaram o coro dos contentes.

    Caetano é PHD nisso e já sabe fazê-lo com um puta humor. Mas também faz. O que é ótimo.

    E é aí que o Lobão tem até razão e se manifesta quando fala da Máfia do Acarajé. Ele percebe uma cumplicidade no mundo da MPB que o irrita. O problema é que essa percepção foi se cronificando e embaçou sua imagem. Ficou com o papel de “do contra” que acaba sendo “a favor”. Ele é telentoso e muito inteligente, mas não renova a sua retórica. Isso que chamei de “chatice”. É datado.

    No fundo Lobão adora João ter gravado Me Chama. Tenho absoluta certeza. Mas não pode dar o braço a torcer. Não se livra do personagem.

    A melhor polêmica de todas é aquela que travamos com a gente mesmo. Devemos nos desdizer a vontade, nos contradizer sem medo. O artista é um auto-provocador. A manutenção do discurso pronto transforma a ARTE em folclore.

  95. Exequiela :: paroxismo histérico.... disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:00 am

    Heloisa: Pero ellos SI tienen un nombre para su país: Estados Unidos de América. Lo que digo yo es que nosotros tenemos la opción de llamarlos “americanos”, “norteamericanos” o “estadounidenses” (o estadunidense uds.). Deberíamos elegir “estadounidense” por el simple hecho de que acota más al nombre (lo q dije en el comentario anterior). No dejemos de usarlo porque suena “feo”. Imagínense si los países o continentes fuesen marcas comerciales o registradas. Flor de juicio le podríamos haber hecho a los estadounidenses por apropiarse del nombre del continente!

    Cambiando abruptamente del tema recurrente…………….

    Teteco: Cuando me dijiste que llamaban ahí al vibrador “consolo”, me acordé! Claro! Consolador de consolar! Qué nombre! Prefiero dildo que viene de “diletto”. O sino, acá en Argentina simplemente lo podríamos llamar “alegrón”.
    Y también me acordé cuando se los recetaban a las mujeres histéricas (cuando se creía que la histeria era una enfermedad del útero: “el útero ardiente”). Al principio, el propio médico se encargaba de aliviarles la histeria a las mujeres mediante masajes en el clítoris. Claro, corrió el rumor de esta cura para la histeria y cientos de mujeres somatizaron y comenzaron a comportase de forma extraña: ansiedad, irritabilidad, fantasías sexuales. Diagnóstico: histeria. Así fue que se formaban largas filas de histéricas que acudían a sus médicos para que les induzcan un “paroxismo histérico”, más comúnmente conocido por orgasmo. A los médicos se les comenzó a acalambrar la muñeca y entonces surgen los primeros vibradores.
    “ La vibración es la vida” – rezan algunos anuncios – “ Porque tú, mujer, tienes derecho a no estar enferma”.
    Leí que se pusieron a la venta todo tipo de vibradores, incluso algunos se convertían de vibradores a batidoras (batedeiras). No lo creo!!! JAAAAAAAAAAAAAAA.

    En fin, este tema da para mucho eh! No me imagino ahora diciéndole a nuestro esposo o novio o amante o…: “Estoy súper histérica! Me voy a al ginecólogo a que me haga unos masajes”

    Robertiño: Sí, me imaginé que los mencionabas por eso pero no pude dejar de comentar…

    Laureano: OK, ok!! Te prometo por mi Dios Caetano que voy a verme varios videitos de Drexler.

  96. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:34 am

    QUEM FAZ A HISTÓRIA

    Quem construiu a Tebas das sete portas?
    Nos livros constam os nomes dos reis.
    Os reis arrastaram os blocos de pedra?
    E a Babilônia tantas vezes destruída
    Quem a ergueu outras tantas?
    Em que casas da Lima radiante de ouro
    Moravam os construtores?
    Para onde foram os pedreiros
    Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
    A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
    Quem os levantou?
    Sobre quem triunfaram os Césares?
    A decantada Bizâncio só tinha palácios
    Para seus habitantes?
    Mesmo na legendária Atlântida,
    Na noite em que o mar a engoliu,
    Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
    O jovem Alexandre consquistou a Índia.
    Ele sozinho?
    César bateu os gauleses,
    Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
    Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
    Ninguém mais chorou?
    Fredrico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
    Quem venceu além dele?

    Uma vitória a cada página.
    Quem cozinhava os banquetes da vitória?

    Um grande homem a cada dez anos.
    Quem pagava as despesas?

    Tantos relatos.
    Tantas perguntas.

    BERTOLT BRECHT
    (1898-1956)
    __________

    Não sei quem falou, em outra página (nesta, dei rastreada agora com ajuda de um robôzinho embutido em meu computador, e nanica de nada), sobre certa “brancura” que já estaria sendo identificada subjazendo à negritude de Obama… Há até um meio de sair pelo blogue procurando isso através do milagre que é pressionamento das teclas Ctrl+f. Só que é muito demorado. E é uma pena que o robô-buscador embutido no blogue (emcima, na canto direito) só rastreie ou indexe o conteúdo das postagens de Caetano…

    Mas olhem, mirem - vejam: Não sou da turma que torce contra, não. Só quero fazer com que saia mais e mais cachorros do mato de nosso pensamento…

    Pois e então!

    E eu não havia dito a Caetano, em outro momento e página, algo sobre uma entrevista dele, especialmente dada pra sair durante a reativação frustrada (na década de 1980) da Revista Ângulos aqui da Bahia (famosa na década de 1960 pela participação constante de Glauber, e esporádica de Caetano)? Como eu já disse, a entrevista foi contrabandeada prum jornalzinho alternativo do qual eu era co-editor. Encontrei-a nesta manhã em meus arquivos históricos!

    Em certo momento dela, pasmem, não é que Caetano fala de uma certa “brancura” que ele identificava em Gilberto Gil! Mas acalmem-se! Isso não me deixou assim tão intrigado, porque Gil, desde a canção Oriente em diante, em muito de sua obra já tornara-se, verdadeiramente, um dos meus principais gurus-guris.

    Como, curiosamente, a entrevista contém muito mais pontos reverberando com o contexto histórico atual, e é reveladora por demais do pensamento político caetânico, e ainda do panorama cultural brasileiro desde a Bossa Nova, o Cinema Novo e a Tropicália que ele veio a desenvolver em Verdade Tropical, não resisto. Eu insisto. Eu insisto. Eu insisto.

    A qualquer momento, vou trazê-la por inteiro pra ele se lembrar e todos vocês saboreá-la nesta página. Não é tão grande, nem comporta uma boa coleção de parágrafos catatômicos, quanto e como Verdade Tropical. E só vou republicar as respostas, tá?

    N.B.: Vou pedir a alguém que se dispõe, esporadicamente, a sofrer a dor e a gozar a delícia de se deixar escravizar por mim, pra digitar o texto. Assim que esse maravilhoso trabalho forçado for terminado, a entrevista surgirá aqui.

    _________
    Ó, Mía rosa amarilla, eu quis só exemplificar que negros já freqüentaram recentemente o poder nos EUA. Miriam Lúcia, asssim eu fico sem palavras…. O mínimo que eu poderia responder: Que me habituei tanto com máquina de escrever mecânica, desde os meus 13 aninhos de idade, que este teclado aqui integrado ao notebook é soft demais pra suportar a alegria que eu poderia agora desprender. Salem, quando vier à Bahia, meu nego, ou quando este “galego” (chamam-se assim no sertão) for sulear por aí, como eu curtiria estar num bar contigo sem qualquer tipo de moderação!

    Tuzé, meu ídolo e elfo da música greco-baiana - os shows no Gamboa não param de rodar e rodar em câmera lenta dentro da minha cabeça! -, seu silêncio significa que não aceita meu convite de parceria pra composição da canção “Peter Pã”? Eu só teria algum tato pra letra, nada mais.(Triste idéia minha. Gilliat inclusive já declinou de me colaborar com a letra…)

    Assim que eu puder, voltarei na outra página (”ZAMBUJO…) com mais uma comentação geral, na qual convocarei todos a pegar lá de vez o Expresso em direção ao comentário 2222! [Aquela postagem de Caetano é inesgotável tematicamente, e há uma plêiade de interações que de minha parte eu condenaria minha alma se não a lançasse na bruta flor do querer de as realizar.]

  97. Lucia Alves disse:
    Novembro 7th, 2008 at 12:33 pm

    A eleiçao de um negro (na verdade, um mulato, como bem disse Caetano) para presidente dos EUA não é o fim do mundo!!

    Fim do mundo é um James Bond louro. E que não come a bond-girl…

    PS: um país como o Brasil eleger um torneiro-mecânico é muito mais “histórico” que os EUA elegerem um mulato mauricinho, com todo respeito ao Obama. Mas é oba-oba demais para um Obama só.

  98. Bruno Guimarães disse:
    Novembro 7th, 2008 at 1:09 pm

    antonio schultz, sem dúvida este é um blog a frente do seu tempo, em todos os sentidos….

    aos demais: Sinto muito, mas, para aqueles que não prestaram atenção, informo que a barrinha no topo da tela mudou para 80%. O FIM ESTÁ PRÓXIMO!!!!!

  99. Renato disse:
    Novembro 7th, 2008 at 2:06 pm

    O termo “America” faz parte do nome completo dos Estados Unidos, então não vejo problema em utilizar “americanos”. Não são os únicos americanos; mas são americanos. Estadunidense eu acho péssimo, parece nome de time de futebol.

  100. Nobile José disse:
    Novembro 7th, 2008 at 2:20 pm

    mirian lúcia, acabei recorrendo ao bom e velho aurélio, que nos diz: 3.Bras. Gír. Que aceita, entende e/ou pratica variantes do comportamento sexual, em particular do homossexualismo.
    de fato deve ser ultrapassado - ouvi muito essa expressão nos anos 90, e na época “não entendi direito”, achando que se referiam ao outro significado aureliano: 4.Aquele que é sabedor, douto:
    Os entendidos aprovaram sua exposição.
    o que não compreendo mesmo é pq boa parte deles não “entendem” a bissexualidade…

  101. laurene disse:
    Novembro 7th, 2008 at 2:51 pm

    Oi, Pessoal, um recado: neste sábado, domingo e segunda, sempre à meia noite, no SESC-TV (Net, canal 137), exibição dos filmes de José Agrippino de Paula. De quebra, entrevistas com Jorge Bodanzky, Hermano Penna, José Roberto Aguilar, Solange Farkas, Jotabê Medeiros, Rubens Machado e Walter Silveira, todos falando sobre a obras cinematográfica e a vida de José Agrippino de Paula.

  102. nelson disse:
    Novembro 7th, 2008 at 3:10 pm

    caetano,
    Sugiro MUDAR titulo da canção lobão tem razão para:

    lobão bobão…
    e mixar lobo bobo na tua faixa.

    esta questão moreno mulato negro…..peloamordedeussss gente …discutir cor de pele ainda á esta altura do campeonato é perda de tempo…os desafios reais dos eua e do mundo passam ao largo desta questão faz tempo á par do simbolismo da eleição de obama que esperemos nós não traduza o mesmo que ocorreu aqui com a gente e lulla.

    obama é um prenuncio de um novo mundo do “novo mundo”
    que se tornou “mundo rechaçado” pra ser “mundo inclusivo” no sentido globoal do dialogo da energia limpa,do comercio sem protecionismos,dos valores demovraticos e de mercado em sua praxis mas evoluida…

    miriam sinta-se a vontade para expiar sempre e pricipalmente comentar sempre…é conversando que a gente aprende e reflete e acrescenta…obrigado pelas palavras carinhosas…heloisa não vai ficar com ciumes rsrsr…

    e tem irmã do nosso cae aqui no rio no caneco.
    eu vou por que não por que não.

    canção de hoje:
    http://www.youtube.com/watch?v=1w_44HATUpo

    por favor contextualize que “rainbow” de sinatra apesar da palavra entendido rsrsrsrs ter sido discutida aqui não tem qualquer conotação que não seja a heterosexual rsrsrsr.

    semana obama de musica apresenta:

    http://www.youtube.com/watch?v=1vxVyaYuGYE

    “for once in our lives we have light we can make it”
    CHANGE CHANGE CHANGE CHANGE OBAMA WE NEED.

  103. gil disse:
    Novembro 7th, 2008 at 3:57 pm

    uma curiosidade, o filme Orfeu dirigido pelo frances Camus que ganhou Cannes e o Oscar em 59, exibido a Obama pela mãe dele em 1980, traz pela primeira vez o Brasil, no caso o Rio de Janeiro filmado a cores. vale a visita, no mínimo…é pré bossanovista e contribuiu pra mitologia do Rio. É o outro lado do rio, Godart fica na outra margem…olhando sem entender nada a negra “recebendo o santo”…a mãe de Obama 30 anos depois fez questão de mostrar esse filme, estrangeiro, para seu filho, hoje o presidente americano…é lindo demais, vamos rever o filme?

  104. Ana disse:
    Novembro 7th, 2008 at 4:09 pm

    Se Obama é negro o Lula também é?

  105. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 7th, 2008 at 4:30 pm

    -Passada rápida, antes de postar a prometida entrevista:

    Que massa! Sinto um humour e ironia patafísicos no ar… em toda a forma com se desenovela esse papo! Esse papo tá qualquer coisa para além do que o dialogismo ou a polifonia bakthtinianos pudessem teorizar!

    Se não mudar a ordem dos cmts., o parágrafo final de Salem no de n. 94 é para mim o mais irretocável que já li em todo o blogue - definidor do espírito da trupe dos mais ávidos artistas e demais infocaetanautas que embarcaram em cada postagem que rolou até aqui. Nando, você poderia me dar uma pista sobre em qual mina encontrar mais matéria cristalina dessas em que sua alma se gemina! Bruno Guimarães, sobre a seta com a maldita porcentagem de sobrevida que nos resta, ainda expressarei, com toda a minha fúria, palavras que estou remoendo, ao Heer-mano AND Caetano!

    _____________

    Helô & Exequielinha, estou relendo Vereda Tropical, ops, digo, Verdade Tropical, e não é que o Caetanino, lá, já conseguiu ser insuperavelmente poético sobre a ‘problemática’ denominação? E o fez logo na Introduçao, num paralelo magnífico em relação ao nome “Brasil”. Como ele não se relê, transcrevo pra ele e vocês (salivai-me, ó deuses, de meus erros de digitação):

    “…Os Estados Unidos são um país sem nome - América é o nome do continente onde, entre outros, os estados de colonização inglesa se uniram, e a mera designação da união desses estados não constitui uma nomeação -, o Brasil é um nome sem país. Os colonizadores ingleses deixaram a impressão de ter roubado roubado o nome geral do continente para o país que fundaram. Os portugueses não parecem ter chegado a fundar um país propriamente, mas deram um jeito de sugerir que não aportaram a uma parte da América e sim a uma totalidade absolutamente outra a que chamaram de Brasil.”

    -Mas MUITO mais vale voltar pro livro e reler, no contexto, o panorama-paraleo completo de onde extraí o trecho. É demais: o escriba Caetano parece ali um Pero Vaz que nos desencaminha! (Estou frito, comecei ontem, e não consigo parar de relê-lo: Livro total. Vascular. Visceral…)

    p.s.: Helô, o que Zizek diz (no link que eu postei) sobre a “elaboração” do significado da crise mundial, e o artigo “Obama Aides Tamp Down Expectations” que você nos trouxe, botam-me pra pensar - agudo - feito Guimarães Rosa fazia ao mastuto do Riobaldo!

  106. Fernando Salem disse:
    Novembro 7th, 2008 at 4:43 pm

    Oi Labi

    Você não precisa pedir desculpas. Não foi destemperada, nem equivocada, não. Foi sincera. E eu respondi, não pra polemizar. Só pra mostrar que posso ser amigo de alguém discordando, sem nenhum problema. E deixei claro, que quero ser seu amigo desse jeito. Pode continuar discordando. Quando você disse que gosta de ficar do lado dos mais fracos, tive uma vontade danada de ser bem fraquinho só pra ser acolhido pela sua doçura.

    beijo

    Fernando

  107. Fernando Salem disse:
    Novembro 7th, 2008 at 4:45 pm

    Sei lá porque a minha resposta à Labi caiu antes do seu coment já aceito pela moderação. Às vezes parece que a ORDEM está progredindo meio desordenada.

  108. Beni Borja disse:
    Novembro 7th, 2008 at 5:19 pm

    Laurene , obrigado pela informação…

    Aliás porque será que a SescTv e o Canal Brasil são muito melhores que essa bodega de TV Brasil, que custa um dinherão??

  109. Lucesar disse:
    Novembro 7th, 2008 at 5:30 pm

    ACHEI !!!! aquela bendita gravação em VHS do especial de TV comemorativo dos 50 anos de Caetano. Acabo de postar Cabelos Brancos/Mané Fogueteiro. E Também , atendendo a pedidos, Clever Boys Samba e mais algumas raridades para quem não teve a sorte, ou é muito novinho(a), de assistir.

    PS. Eu também sou novinho. Tenho só 42.

    Cabelos Brancos/Mané Fogueteiro:
    http://www.youtube.com/watch?v=PcO-_ZqULTM

    Clever Boys Samba:
    http://www.youtube.com/watch?v=8EOsOUQx7Yc

    Caetano e Dona Canô cantando Juntos + Serra da Boa Esperança:
    http://www.youtube.com/watch?v=XQ_mpgW-EEk

  110. Jary Cardoso disse:
    Novembro 7th, 2008 at 5:39 pm

    Queridos caetanistas, vou tratar de um tema aqui que se liga a Obama e Gabeira.
    Mas antes quero exaltar o fato de este blog nos dar tanto alimento cultural e espiritual! Agora mesmo estou ouvindo uma rádio americana na internet muito boa, dica de uma comentarista daqui, a Lucky 777 Radio, que tem links para um grande número de gêneros musicais; a comentarista indicou o link piano-jazz, que realmente é sensacional -, mas ouço agora o link de roots reggae, também fantástico. Me desculpe chamá-la de “comentarista”, porque não estou lembrando o seu nome e é uma loucura sair agora procurando em todo o blog esse seu comentário; mas para não cometer mais esse tipo de gafe, criei uma pasta no Word só pra guardar os comentários deste blog que me tocam mais - e são tantos! Pô, a quantidade de dicas que colhi aqui, SOBRETUDO de Caetano, e incorporei à minha vida!
    Vou agora dar uma retribuição chamando a atenção para o artigo “Gabeira presidente”, publicado sábado passado no blog de Noblat, de autoria do jornalista baiano Vitor Hugo Soares, caetanista da gema que escreve todo sábado naquele blog. Embora caetanista, Vitor Hugo ainda não deve ter descoberto o blog Obra em Progresso, ao demonstrar nesse artigo que não o tem lido, pois não sabia que no 2º turno da eleição no Rio Caetano estava em Roma. Viu, Vitor Hugo, você precisa ler este blog/ Precisa aprender o que eu sei/ E o que eu não sei mais (…) baby baby I love you.

    Caetanistas, vejam o artigo de Vitor Hugo e a partir dele convido à reflexão geral: será que este blog, reunindo tanta gente maravilhosa e amante deste país, não poderá ser a centelha de um movimento que empolgue todo o Brasil com vistas a instaurar uma nova política, cujo líder poderá ser o próprio Gabeira?

    Gabeira presidente

    Domingo, 26 de outubro. Depois das 19h, as urnas do Rio de Janeiro já não permitiam dúvidas ou ilusões sobre a escolha do peemedebista Eduardo Paes para prefeito da cidade. Uma das redes nacionais de TV começa a transmitir sons e imagens do salão de conferências de um hotel da Zona Sul, à espera da entrevista coletiva do verde Fernando Gabeira, para reconhecimento da derrota. Mesmo na agitação geral da entrada do candidato, dá para ouvir o grito do fundo da sala, captado com nitidez pelo microfone em cima da mesa: “Gabeira Presidente!”.

    Na Bahia, de onde acompanhava o anticlímax da eleição carioca, deu para ver também o ar de sobressalto exibido por Gabeira, diante da palavra de ordem. Reação, aparentemente, causada pela descarga de eletricidade que costuma percorrer a espinha em momentos assim. O impacto é visível igualmente no rosto de alguns integrantes do grupo de aliados e amigos que acompanhavam o candidato, naquele momento dos mais complicados para qualquer político, por mais sereno e sem ambição que ele seja.

    Mais tarde comento com alguns colegas de profissão e amigos mais próximos, em Salvador, o episódio do grito “Gabeira presidente”, que passou batido nas perguntas da coletiva. Até onde sei, não mereceu também referência específica nos noticiários daquela noite nas rádios e tevês, nem nas matérias sobre o “day after” da votação, nos jornais impressos de segunda-feira. Ouvi de alguns: “este fato é irrelevante”. Outros completaram: ninguém “de bom senso” pode imaginar Gabeira aventurando-se em disputa presidencial, pois ele acaba de sair das urnas com a sua eleição de Senador praticamente garantida, pelo Rio de Janeiro. E, se forçar um pouco, de governador em 2010.

    Ainda assim fiquei “meio encucado”, para usar expressão tão cara e familiar aos sobreviventes dos anos 60. Só senti algum alívio quando deparei esta semana com uma enquete no Blog do Noblat e, principalmente , ao ler o artigo “O voto que não dei”, assinado por Carlos Heitor Cony, na edição da Folha de S. Paulo, dois dias depois da apuração do mais empolgante pleito municipal de 2008.

    Cony revela não ter comparecido à sua secção eleitoral para cumprir o chamado “dever cívico” de votar, no último domingo. Tudo bem. Caetano Veloso, um dos mais destacados cabos eleitorais de Gabeira na campanha, também não votou no segundo turno - a constatação coube ao incansável repórter do CQC, Felipe Andreolli, que passou horas de plantão sob um sol de ferver miolos, na frente do prédio onde vota o artista, até o derradeiro votante, e o autor de “Sem lenço nem documento” não apareceu. Estava na Itália cumprindo compromisso profissional, como se saberia depois.

    No texto primoroso de seu espaço na página de Opinião da Folha, Cony dá justificativa mais prosaica para a sua ausência. Disse que votaria nos dois candidatos que se apresentaram ao eleitorado carioca, mas a lei proíbe esse gesto de solidariedade e reconhecimento, e seu voto seria anulado. “Queimando etapas, preferi ficar em casa”, explica.

    O escritor e jornalista, apesar da abstenção, exalta a mensagem positiva dada mais uma vez ao Brasil pelo eleitorado do Rio de Janeiro, “ao escolher um prefeito tradicional em termos políticos, jovem, preparado administrativamente para o dia-a-dia inglório de uma cidade cheia de encantos mil, mas de problemas também mil. Em seguida, o justo reconhecimento de que a grande novidade mesmo foi o candidato derrotado, que trouxe uma idéia nova em termos eleitorais.

    “Sem experiência de executivo, pensador em horário integral”, Gabeira, segundo o autor de “O Ato e o Fato”, um dos livros de textos básicos da minha formação profissional, explicitou uma proposta conceitual para o debate político. “Perdeu eleitoralmente, mas ganhou politicamente”, constata com precisão o articulista.

    Mas onde eu quero chegar mesmo é em outra conclusão emblemática do texto publicado na Folha. O autor confessa que se fosse obrigado a votar domingo passado, com uma arma nas costas, teria votado em Paes para prefeito, mas guardaria Gabeira - “prefeito ele seria um desperdício” - para votar na próxima sucessão presidencial. “Não estaria votando num candidato, muito menos num partido ou ideologia. Estaria votando numa visão nova de encarar a sociedade e o Estado”.

    Na mosca, Cony! “Gabeira Presidente!” A esperança continua!

    Vitor Hugo Soares é jornalista.
    E-mail:vitors.h@ig.com.br

  111. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 7th, 2008 at 6:01 pm

    Glauber, nem se trata de música “cantada”, mas COMPOSTA por mulher, com nome de mulher, e com temática amorosa.

    Procurei - e muito -, mas não encontrei nada na música brasileira.

    Achei várias com nome de homem e temática amorosa, mas compostas por outros homens (como “Rubens”, do Premê).

    Mas é incrível esse deserto. Cadê uma mulher compositora para fazer uma música para um homem com nome de homem dizendo que o ama ou, sei lá, não o ama mais? :)

  112. Labi Barrô disse:
    Novembro 7th, 2008 at 6:27 pm

    BOA TARDE GENTE BOA!
    Salem, querido, você tem razão! Peço desculpa pelo meu destempero. Li com atenção seus comentários e digo que aprendi muito e ainda tenho muito o que aprender.Eu sou mesmo uma equivocada! Mas não vou desistir, vou continuar tentando…Um dia eu chego lá! Em dezembro estarei no Rio para ver Madonna. Vamos combinar de tomar uma água de côco e caetanear bastante na praia em frente ao Lebilon. Quem sabe Velô desce e fica um pouco com a gente, né? Anota meu e-mail aí: labibarro@hotmail.com
    Um super beijo pra você lindo!Quero conhecer o seu som.
    Bruno Guimarães é verdade! O marcador já está em 80%! A obra está progredindo. Tá chegando ao fim…Que pena.
    Quero deixar registrado o quanto gostei de visitar este blog. Aprendi a gostar um pouco mais de Caetano. E, gente, é uma grande oportunidade né? Quando Caetano dizia: “Estou gripado. Estou em Roma. Já voltei. Desejo ser solar. Conheço o empresário de Nick Drake” etc e tal, eu me sentia como se ele fosse meu amigo, pode? Uma coisa, assim, próxima. Não sei, parece que o blog quebra um pouco do gelo que é essa distância entre artista e fã. É bem legal. Gostei muito da experiência. Caetano participou bastante e de uma maneira tão próxima. Essa coisa de escrever no espaço dos coments é muito legal. Olha, sem querer ser piegas e já sendo, agradeço a todos os envolvidos por esta oportunidade. Caetano é grande e forte. Ter uma interação como esta com ele é uma oportunidade única. Parabéns aos idealizadores.
    E aprendi bastante também. Eu não fiz curso superior porque não pude, mas leio tudo o que cai na minha mão. Muitas coisas que foram ditas aqui eu não entendi, mas gostei de ler assim mesmo. Me fez pensar um pouco mais e atiçou minha curiosidade.
    Só não gostei do fato de Betá e Preta Gil não terem participado. Eu sou fã das duas.
    Para Salem e Caetano:

    http://www.youtube.com/watch?v=7W59uAhthw0

    http://www.youtube.com/watch?v=19IGKkE4eGQ

    Um oferecimento de Labi Barrô, louca para ouvir o resultado final da Obra em Progresso

  113. Ricardo de Alcântara disse:
    Novembro 7th, 2008 at 7:38 pm

    A melhor coisa que já li aqui é o comentário 110 da Ladi Barrô. É claro que esse comentário só existiu por causa da generosa idéia da obra em progresso, dos inteligentes visitantes e, principalmente neste último pôste, da limpidez do raciocínio e escrita do Fernando Salem. Tudo muito bonito e emocionante. Confesso que não me emocionei tanto com a vitória do Obama. Gosto dele ser mulato, gosto da diferença, mas humildade não tem cor e a Ladi Barrô, que é um arco-íris, tá aí pra provar.

  114. Gilliatt disse:
    Novembro 7th, 2008 at 8:01 pm

    Pergunta-queixa: por que ainda não temos aqui sequer a letra de Menina da Ria?

    Notícia-brinde: semana que vem sai o DVD do filme Doces Bárbaros (o original) do Jom Tob Azulay!

  115. Lucesar disse:
    Novembro 7th, 2008 at 8:25 pm

    A presença de TUZÉ enriquece nossos comments.

    Para Exequiela e a quem interessar, postei Caetano cantando Mano a Mano com o auxilio divino de Jacques Morelembaun. Segue o link:

    http://www.youtube.com/watch?v=pOSMAW541ug

  116. Ricardo Matos Damasceno disse:
    Novembro 7th, 2008 at 8:28 pm

    Caro Salem,

    De fato, intui-se, mesmo na própria crítica do Lobão a João Gilberto, uma espécie de satisfação não verbalizada nos moldes de um elogio. Por outro lado, se existe uma personagem,não no sentido do fingimento propositado ou da dissimulação, mas no de uma condição necessária à manutenção de uma certa imagem pública, eis maior razão de compreender o Lobão mais como um ser derrisório do que como um crítico mordaz. Aliás, eu assisti, há poucos dias, a uma entrevista dele no programa do Zé do Caixão, havendo-me surpreendido até o tom conciliador, porém sempre cáustico mesmo nas entrelinhas. Ri bastante das histórias do centro de umbanda. Eu só não concordo em que ele seja, não raro, um borquirroto, mas eu tenho a impressão de que ele tem propósito - pessoal ou artístico?! - em tudo isso.

  117. Edmilson Silva disse:
    Novembro 7th, 2008 at 9:10 pm

    sá o qu’eu acho: Barack Obama é o JK deles. totalmente bossa nova: anda com chinela havaiana, a mão “direita”, digo a esquerda, pois ele é canhoto de fato, enfiada no bolso, pega jacaré no Hawaí, interrompe a campanha para ir visitar à avó, nas últimas, usa boné e bem, complementa a leitura enquanto anda, entra na van e segue para um outro compromisso, e por aí vai.
    e tem mais: a avó dele é a cara de muitas das mulheres extrativistas que vendem mercadorias em balaios usando as roupas que deixariam qualquer estilista de vnaugadra boquiaberto na Praça do Mercado de Santo Amaro da Purificação.
    e tem mais: Barack Obama tem formação consolidada. quem quiser ficar na superfície do tom da pele (dele) que se revele. e eu peço que se releve esse fato meramente ocasional.
    e viva a mestiçagem!

  118. Rafael Rodriguez disse:
    Novembro 7th, 2008 at 9:15 pm

    Tudo bem! Tudo bem! Gabeira presidente será maravilhoso.

    Acontece que a campanha do Eduardo Paes foi marcada por vários crimes eleitorais, dos mais leves aos mais agressivos… É injusto para o Rio aceitar um resultado desses, simplesmente porque é mentiroso, esse resultado é uma farsa. Milícias, lanchinhos, panfletos com mensagens ridicularizando o Gabeira, etc. O Paes tem um carrinho de processos no TRE. Será que será julgado? Claro que não, pois perdemos para a politicagem, para os conchavos e as boquinhas. Se Eduardo Paes for impugnado o governo estadual sairá manchado e Lula dirá que não viu e nem soube de nada.

    Eu e mais um monte de gente não estamos aceitando isso, já fomos para rua na sexta passada (5 mil pessoas) e iremos novamente no próximo dia 17/11 (Candelária, 12h). Não queremos mais esse tipo de política. Não vamos mais nos calar. Vamos gritar, dançar, sorrir de verdade e caminhar exigindo justiça. Já mostramos que não somos um bando de gabeiristas inconformados com o resultado, agora vamos fazer valer a ética.

    Assistam:
    http://www.youtube.com/watch?v=BeH99nkGtiY

    Tem uns errinhos de português mas foi causado pela empolgação, pelo grito que ficou durante anos sufocado. Abaixo a ditatura do sorriso amarelo, chega de conformismo.

    http://www.pro-democracia.com

  119. Exequiela -X- disse:
    Novembro 7th, 2008 at 10:29 pm

    Qué es ese aire de despedida?

    En mi computadora la barrita se clavó en 70%.

    LeAozinho: Cómo es la onda? Este blog tiene que cerrarse cuando la barrita llegue al 100%? Noooo!! Decime que no!!

  120. Fernando Salem disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:04 pm

    Lucesar

    Obrigado pelos links. Por essa e por outras que este blog é colossal!

    Serra da Boa Esperança na voz do Caetano me levou às lágrimas.

    Valeu

    Salem

  121. Nando disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:10 pm

    Bem curiosa a indagação sobre a ausência de nomes masculinos como título de canções compostas por mulheres. Só consegui lembrar de uma: “Itamar é”, que Alzira Espíndola fez para o Itamar Assumpção. Mas não serve porque não é de amor (pelo menos não parece ser), é de admiração, amizade; e eles eram realmente muito amigos, parceiros.

  122. Nando disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:45 pm

    Roberto Joaldo de Carvalho,

    Levando ao pé da letra tua perguntafirmação, senti vontade de te recomendar enfaticamente um livrinho chamado “Breve Conto Sobre o Anticristo”, do pensador, poeta e místico russo Vladimir Soloviev, Ed.Antroposófica - se é que já não o conheces. Levando ainda mais ao pé da letra: meu sustentáculo e meu alimento estão na Astrologia e na Antroposofia - sem prejuízo de Literatura, Música, Filosofia, Cinema e conversas de esquina, boteco e blog. Mais do que em qualquer destas coisas, no olhar dos meus filhos.

    Uma vez mais, obrigado pelo carinho e pelas delicadíssimas palavras.

    Afetuosamente,

  123. Heloisa disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:50 pm

    Gravataí, não consigo parar de pensar no assunto desde que você comentou.Será que até hoje nenhuma compositora, absolutamente nenhuma, resolveu homenagear um amado dessa forma? Por que será? Ah, se eu soubesse fazer música…!

    Labi e Salem: vocês se desentenderam, se explicaram, e acabaram por resolver tudo de forma elegante, com palavras extremamente carinhosas. Que aula para Caetano e para mim, que não conseguimos resolver tão bem nossas pendengas! Vocês só podem ser pessoas muito lindas. Beijos.

    Exequiela, querida, entendi. Só que é uma questão de costume, nesse caso: estadunidense aqui no Brasil é palavra rara - como o Renato disse, parece nome de time de futebol.
    Ah, e você perguntou sobre o título do post do Caetano. É que andou acontecendo uma coisa estranha no blog: quando a gente ia mandar o comentário, a tela ficava branca a aparecia um aviso ameaçador: ‘Você está publicando comentários rápido demais. Vá devagar’. Aí, foi acontecer isso com quem? Com o dono do blog, que - com o ‘humour’ que lhe é peculiar - resolveu adotar o aviso como título do post.

    Enquanto isso, o post anterior avança de forma incontrolável: já ultrapassou muito o 202. Talvez as pessoas estejam querendo aproveitar os últimos 20% do blog até a última gota.

  124. vania disse:
    Novembro 7th, 2008 at 11:58 pm

    Caetano,

    Parabéns!!! Você conseguiu escrever um post com apenas 14 linhas (incluindo o ps). Inacreditável!!!

    rsrs

    Beijos,
    Vânia

  125. Fernando Salem disse:
    Novembro 8th, 2008 at 12:44 am

    Mestre Damasceno

    Sábias palavras sobre Lobão! Sim… ele tem mesmo propósitos artísticos e pessoais que impõem respeito. E mais… é mestre em causos engraçados! Suas desavenças contadas no âmbito pessoal e coloquial são deliciosas. Só me incomodo com esses ciclos de debates, palestras, diálogos impertinentes, onde artistas dão comidinha na boca dos jornalistas. Caem na tentação da “frase de efeito” que vai virar teaser e manchete. Do mesmo modo que algumas celebridades adoram a câmera de um paparazzi, outras adoram o bloquinho de um jornalista pronto pra publicar mais uma frase pseudo-polêmica. É uma keito de fazer oposição bem ao gosto da situação.

    Você escreve com muita elegância!

    abraço
    Salem

  126. Rosana Tibúrcio disse:
    Novembro 8th, 2008 at 12:47 am

    Heloísa,
    só você pra me acalmar. Já estava azucrinada e me sentindo a maior das idiotas sem compreender o porquê do título do post. Imaginei 999 mil coisas. Botei Tico e Teco pra trabalharem, fui atrás de 339 comentários e NADA.
    Salva!
    Também gostei da forma com que Labi e Salem conduziram o quase entrevero. Elegância gostosa de ver/ler.

    Pessoas,

    como assim o blog termina quando findar o disco? Né possível!!

    Um lindo final-de-semana a todos e juízo moçada.

  127. Nanda disse:
    Novembro 8th, 2008 at 1:44 am

    A compositora Isolda fez a linda música OUTRA VEZ para seu marido morto, MILTINHO. Não pôs o nome dele no título da música e quem gravou foi Roberto Carlos, por isso, talvez a maioria não saiba disso. Não tem nome de homem no título, mas é música de mulher falando do amor a um homem. Já é progresso…

  128. Nanda disse:
    Novembro 8th, 2008 at 1:47 am

    Descobri porque os comments estão saindo fora de ordem… é o horário de verão. Acabei de postar depois do 130 e meu comment ganhou o número 127. É que na Bahia não tem horário de verão. Só pode ser.

  129. laurene disse:
    Novembro 8th, 2008 at 1:49 am

    Oi, Pessoal. Vitor: fui eu quem indiquei a tal rádio, que escuto sempre. Beijos.

    Caetano: hoje vi Obama se definir como vira-lata, dizendo que quer um cachorrinho mestiço para as filhas. Se ele tiver usado o termo “mongrell”, é o mesmo termo que deu origem ao complexo de vira-lata brasileiro. Ele surgiu quando um viajante norte-americano veio ao Brasil e falou da “fearful mongrell aspect of the most of the population”: o aspecto assustadoramente mestiço do povo. Esse depoimento correu mundo. O fato é que Obama se definiu não como black mas como algo como mulato.

    Outra: Caetas, onde eu poderia ler uma crítica sua dos anos 50 ao Barravento e ao Orfeu, por exemplo? Vc republicou suas críticas de juventude?

  130. Ricardo Matos Damasceno disse:
    Novembro 8th, 2008 at 2:28 am

    Dileto Salem,

    Grato pela referência ao texto, a qual eu acolho por incentivo à continuidade partipativa. Recordo-me, nesse entremeio, das alusões do trespassado Bruno Tolentino a Caetano. Sempre exageradas, as críticas daquele pareciam ressentir-se de um grau de equilíbrio. O Bruno olvidava-se de que a cultura se mostra polissêmica e irrestrita à dimensão acadêmica ou intelectual. Ha fenômeno cultural na fricção dos seres em inter-relações subjetivas. O mesmo se dava relativamente às críticas do Tolentino a Wilson Martins e vice-versa. Dentre os renomados críticos de literatura brasileiros, segundo eu compreendo, somente o Antonio Cândido se manteve um tanto à parte dessas contendas, transparecendo respeitável sobriedade intelectual. A meu juízo, a crítica, por mais azeda que se nos afigure, deve carregar em si um “toque” de equilíbrio, sob pena de ser desvirtuada. Por óbvio, momentos existem em que nos descoroçoamos e perdemos a diretriz, razão por que, em postagem anterior, eu afirmei não ser o excêntrico a própria anarquia ou antonomia. Eu posso não gostar de alguém ou recusar-me a admirá-lo, mas não posso, a bem da verdade, reduzi-la a pó, quando ela, evidentemente, tem efetivo contributo para a cultura pátria, cultura essa entendida por Tolentino como a dos vestíbulos universitários e das carteiras acadêmicas. Parabéns pelas opiniões sempre equilibradas e sadias, caro Salem. Amplexos.

  131. Nanda disse:
    Novembro 8th, 2008 at 3:10 am

    Doce Vampiro, Banho de Espuma e “Meu bem você me dá água na boca”, tb são de Rita Lee, fala de amor para um (uns) homem (ens)… inominável. “José” tem tema romântico, é de Rita? Vale?

  132. glauber guimarães disse:
    Novembro 8th, 2008 at 3:27 am

    é verdade, o brasil eh prafrentex, mas parece-me que na musica popular, existe certo tabu nesse sentido. nao consigo encontrar uma musica composta por mulher para um homem com o nome dele no titulo, como se nao fosse de bom tom, ou esteticamente aceitavel. interessante, isso…

  133. Exequiela-Re-Chiflada- disse:
    Novembro 8th, 2008 at 5:18 am

    Lucesar!! Mil Gracias!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Hace mucho que quería escuchar esta versión. Esta en la lista de canciones del show de obraemprogresso y la pedí acá pero como decimos en Arg, no me dieron bola. Podrían haber puesto alguna con Morelenbaum….

    Me gustó la versión con la cadencia brasilera. Del LeAozinho ya dije bastante (quizás no lo suficiente o quizás demasiado). Morelenbaum es un GENIO y lo demuestra en esta canción.

    Seguro que ya viste a la Gata Varela cantándola pero paso el link para los que quieren escuchar a la mejor cantante de tango (para mí): http://www.youtube.com/watch?v=SdYivfEu2FM

    Y la letra: otro pobre guapito despechado y amurado.

    Mano a Mano (con el glosario abajo para mis queridos brasileños)
    Rechiflao en mi tristeza, te evoco y veo que has sido
    de mi pobre vida paria sólo una buena mujer
    tu presencia de bacana puso calor en mi nido
    fuiste buena, consecuente, y yo sé que me has querido
    como no quisiste a nadie, como no podrás querer.

    Se dio el juego de remanye cuando vos, pobre percanta,
    gambeteabas la pobreza en la casa de pensión:
    hoy sos toda una bacana, la vida te ríe y canta,
    los morlacos del otario los tirás a la marchanta
    como juega el gato maula con el misero ratón.

    Hoy tenés el mate lleno de infelices ilusiones
    te engrupieron los otarios, las amigas, el gavión
    la milonga entre magnates con sus locas tentaciones
    donde triunfan y claudican milongueras pretensiones
    se te ha entrado muy adentro en el pobre corazón.

    Nada debo agradecerte, mano a mano hemos quedado,
    no me importa lo que has hecho, lo que hacés ni lo que harás;
    los favores recibidos creo habértelos pagado
    y si alguna deuda chica sin querer se había olvidado
    en la cuenta del otario que tenés se la cargás.

    Mientras tanto, que tus triunfos, pobres triunfos pasajeros,
    sean una larga fila de riquezas y placer;
    que el bacán que te acamala tenga pesos duraderos
    que te abrás en las paradas con cafishios milongueros
    y que digan los muchachos: “Es una buena mujer”.

    Y mañana cuando seas descolado mueble viejo
    y no tengas esperanzas en el pobre corazón
    si precisás una ayuda, si te hace falta un consejo
    acordate de este amigo que ha de jugarse el pellejo
    pa’ayudarte en lo que pueda cuando llegue la ocasión.

    GLOSARIO
    Rechiflao: chiflado, loco.
    Bacana: Una mujer adinerada, con buena presencia
    Remanye: En este contexto: Perspicacia, seducción
    Percanta: mujer
    Gambetear: esquivar. Gambeta que viene de gamba (en Argentina muchas palabras derivan del italiano) es la maniobra que hacen los jugadores de fútbol para esquivar a los contrarios cuando tienen la pelota.
    Morlaco: dinero los tirás a la marchanta: malgastar
    gato maula: gato cruel
    mate: cabeza
    engrupir: engañar
    gavión: seductor, Don Juan
    “el bacán que te acamala”: el amante que te mantiene
    cafisho: rufián, proxeneta. Derivaría de la palabra inglesa stockfish. Quizá los proxenetas usaban la palabra stockfish para referirse en clave a los “cargamentos” de mujeres inmigrantes que llegaban en los barcos desde la empobrecida Europa. Stockfish fue italianizada dando por resultado cafisho.
    descolado: deteriorado

  134. Fernando Salem disse:
    Novembro 8th, 2008 at 5:25 am

    Bem a propósito de nomes masculinos em canções de mulheres e bem ao gosto de algumas garotas daqui, Rita Lee tem uma canção chamada PETER PAN.

    Areia da grossa
    Areia da fina
    Areia me faça
    Ficar pequenina

    Peter Pan, Peter Pan
    Peter Pan, Peter Pan

    Toda noite vem me visitar
    E a gente sai voando pela janela!
    Peter Pan me leva namorar
    Pelos quatro cantas da Terra

    Peter Pan, Peter Pan
    Peter Pan, Peter Pan

    Perto dele eu me sinto em paz
    Parece tudo um sonho, mas não é!
    Peter Pan me leva e me traz
    E a fada Sininho dança um belo balé!

  135. Gilliatt disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:15 am

    As mulheres são mais espertas. Fazem canções de amor que servem pra vários musos. Os homens, não: engessam a canção a um nome que, às vezes, nem é o da homenageada (o Tom e o Chico já confessaram fazer isso) e despertam o ciúme de suas mulheres ou até mesmo daquela que queriam , talvez, conquistar com a canção. Ponto pras mulheres!

  136. teteco dos anjos disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:22 am

    Salem: o verso original na música de Torquato Neto e Jards Macalé diz “desafinar o coro dos contentes”. Não “desafiar”. Baci.
    Hum…acho que a Perla cantava uma música com nome de homem…”Fernando”.

    Pois é Heloísa, também não sei porque o curador encanou que “um pinto grande ereto na réplica do David” de Michelangelo poderia “incitar” somente os gays e não, também, as mulheres. “Bo”.

    Exequiela, você me/nos surpreende. Você é cem vezes melhor que o Maradona. Beijos!!!

  137. Gilliatt disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:29 am

    Exequiela: já ouviste Caetano recitando El tango, de Jorge Luis Borges, com música de Astor Piazzola? Está no disco “Astor Piazzola-El tango”, de Gidon Kremer. Vale muito a pena procurar. Digo pela segunda vez: tinha que ter um player aqui pra que a gente pudesse mostrar essas belezas.

    EL TANGO
    ¿Dónde estarán?, pregunta la elegía
    de quienes ya no son, como si hubiera
    una región en que el Ayer pudiera
    ser el Hoy, el Aún y el Todavía.
    ¿Dónde estará (repito) el malevaje
    que fundó, en polvorientos callejones
    de tierra o en perdidas poblaciones,
    la secta del cuchillo y del coraje?

    ¿Dónde estarán aquellos que pasaron,
    dejando a la epopeya un episodio,
    una fábula al tiempo, y que sin odio,
    lucro o pasión de amor se acuchillaron?

    Los busco en su leyenda, en la postrera
    brasa que, a modo de una vaga rosa,
    guarda algo de esa chusma valerosa
    de los Corrales y de Balvanera.

    ¿Qué oscuros callejones o qué yermo
    del otro mundo habitará la dura
    sombra de aquel que era una sombra oscura,
    Muraña, ese cuchillo de Palermo?

    ¿Y ese Iberra fatal (de quien los santos
    se apiaden) que en un puente de la vía,
    mató a su hermano el Ñato, que debía
    más muertes que él, y así igualó lo tantos?

    Una mitología de puñales
    lentamente se anula en el olvido;
    una canción de gesta se ha perdido
    en sórdidas noticias policiales.

    Hay otra brasa, otra candente rosa
    de la ceniza que los guarda enteros;
    ahí están los soberbios cuchilleros
    y el peso de la daga silenciosa.

    Aunque la daga hostil o esa otra daga,
    el tiempo, los perdieron en el fango,
    hoy, más allá del tiempo y de la aciaga
    muerte, esos muertos viven en el tango.

    En la música están, en el cordaje
    de la terca guitarra trabajosa,
    que trama en la milonga venturosa
    la fiesta y la inocencia del coraje.

  138. Gilliatt disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:37 am

    (cont.)

    Gira en el hueco la amarilla rueda
    de caballos y leones, y oigo el eco
    de esos tangos de Arolas y de Greco
    que yo he visto bailar en la vereda,

    en un instante que hoy emerge aislado,
    sin antes ni después, contra el olvido,
    y que tiene el sabor de lo perdido,
    de lo perdido y lo recuperado.

    En los acordes hay antiguas cosas:
    el otro patio y la entrevista parra.
    (Detrás de las paredes recelosas
    el Sur guarda un puñal y una guitarra.)

    Esa ráfaga, el tango, esa diablura,
    los atareados años desafía ;
    hecho de polvo y tiempo, el hombre dura
    menos que la liviana melodía,

    que sólo es tiempo. El tango crea un turbio
    pasado irreal que de algún modo es cierto,
    un recuerdo imposible de haber muerto
    peleando, en una esquina del suburbio.

  139. Fernando Salem disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:54 am

    Caro Damasceno

    Meu texto é um tanto vulgar perto diante da fluidez da tua reflexão. É preciso que a gente saiba separar a função do crítico, como sujeito reflexivo que mergulha nas produções científicas, literárias ou artísticas, para dissecá-las, analisá-las e reencontrá-las num outro registro, que não o do produtor do conteúdo visitado. Esse é um indivíduo essencial. Ele traz novos parâmetros objetivos e subjetivos à obra. Gente como Antonio Cândido tem sensibilidade e suporte acadêmico para essa difícil missão.

    Acontece que passamos a chamar de crítico aquele sujeito que que julga ou maldiz, ou elogia, apenas por deter um espaço dado, nem sempre meritório. Os artistas têm uma espécie de atração e repulsa a esses sujeitos. Se elogiam, mesmo escrevendo mal ou com bases duvidosas, eles são provedores de felicidade e satisfação. Se metem o pau, são uns “incompetentes” ou “despreparados”. Nós artistas temos de fato um comportamento mimado.

    Nelson Motta, por exemplo. É um bom cronista, autor de boas letras, simpático à boa produção musical, antenado e tudo mais. Mas não é crítico. Quando se mete a fazê-lo desliza entre o encantamento e a comparação fácil.

    Como no glorioso futiba, todos os brasileiros são meio técnicos em música popular. Isso é até bacana. Mas também é resultado da lacuna deixada pela incompetência intelectual dos nossos críticos jornalistas.

    É aí que caras com sagacidade e inteligência como o Lobão surfam à vontade e presenteiam os seguradores de bloquinho com frases “pára-choque de caminhão” que os deixam excitados.

    Tais frases, via de regra, viram as manchetes entre aspas dos artigos publicados pelos jornalistas. Parece que nesse momento, os artistas se fazem de críticos e dizem: “olha só o que você poderia escrever seu trouxa. Se é pra ser crítico, sou melhor do que você”. Uma romântica senhora tentação, como diz o samba.

    Compositores populares são grandes frasistas e dão um banho nesses caras. Mas correm o risco de morder a isca e engolir o anzol. Não se dá parceria a jornalista.

  140. Caetano Veloso disse:
    Novembro 8th, 2008 at 9:01 am

    As canções deslumbrantes de Dolres Duran foram escritas para homens. Dizem que algumas para o próprio Tom Jobim. Canções de amor escritas por mulheres com nomes de homens são raríssimas em toda parte, não só no Brasil. Gostei das lembranças. Eu tenho uma “José”, mas não sou mulher e não se trata de uma canção “romântica”.

    Fiquei apaixonado pelo tema tanto quanto Heloísa, que é injusta consigo mesma e comigo quando diz que não conseguimos discutir com elegância e carinho. Como assim? Eu achei tudo cheio de graça e doçura. E continuo.

    Que luxo ter Tuzé aqui!!!!! Túzeas, você tentou mandar comment e não conseguia? Isso aconteceu até comigo. Mas eu estava mandando muitos mesmo. Você, não creio.
    Salem, você é p nosso ponto de equilíbrio. Em tudo.

    GABEIRA PRESIDENTE.

    E “Lobão tem razão”.

  141. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 8th, 2008 at 9:28 am

    - A ENTREVISTA DE CAETANO VELOSO DADA NA TENTATIVA DE REATIVAÇÃO DA REVISTA ÂNGULOS EM 1983 -

    Como eu anunciei no cmt. 96, estou trazendo a entrevista, que só publicamos três anos após, isto é, em 1986. Lembro de ter escutado mais de uma vez as fitas com a gravação e que numa audições fui responsável pela conferência com a fala transcrita. Minha edição para este blogue se concentrou mais em não transcrever declarações desacompanhadas de um argumento minimamente desenvolvido, mas que mesmo assim foram publicadas. Cito, como exemplo: “a gente não pode falar sobre música e ficar botando a música como determinada pelas forças sociais e pelas interpretações sociológicas”. Houve outros casos assim, por exemplo, sobre a juventude baiana, os americanos do norte etc. É bem possível que Caetano se lembre de por intermédio de quem a entrevista foi conseguida, a quem foi dada naquele verão de 1983, e não sei se lembrará sobre as circunstâncias pelas quais certas declarações não foram desenvolvidas.

    O texto saiu em pílulas ao longo de três números da publicação alternativa “O Canibal” (inspirada na antropofagia de Oswald de Andrade!), que circulou no meio universitário da UFBA na década de 1980, e desde lá só constando as respostas de Caetano. Curiosamente, no ano seguinte à publicação que fizemos, conseguimos entrevista também com Gabeira que reverbera em importantes pontos com esta - por isso, em outro momento, também a postarei aqui.

    Ei-la (os intertítulos, em caixa alta, foram feitos agora por mim):

    -POLÍTICA & SOCIEDADE

    “Quando falavam em Revolução, eu realmente tinha medo. Eu era um menino de classe média e filho de funcionário público. A idéia de uma luta armada era muito distante de meu repertório de desejos profundos. Eu não posso ser tão alienado a ponto de falar numa coisa só porque acham que tá certo, que é bonito. Eu me acho suspeito para falar contra porque não era o meu gênero.”

    “Uma parte da elite que estava namorando o resto da população e ficava meio fantasiando uma idéia de revolução amedrontou, de certa forma, porque acenou com a possibilidade de haver pelo menos reformas e uma mudança estrutural menos elitizante. Isso assustou. Uma para-esquerda estava meio no poder. Aí veio o golpe.”

    “Você não tinha o direito de dizer que era contra o governo militar porque havia o pressuposto de que todo o mundo era contra mesmo. Quem tinha tribuna, lugar para se expressar, ficava numa posição de contra meio inexplicada. Foi legal o Glauber falar coisas a favor do golpe de 64 porque liberou, violentou esse pacto esterilizante.”

    “Acho que nesse ambiente de elite, e periferia da elite, sem dúvida nenhuma houve uma abertura considerável; mas também o golpe, tudo, a pobreza brasileira, quer dizer, a gente que esteve sendo desprezada, está desprezada através de todos os períodos históricos e por todos os sistemas e governos. Eu vejo é isso. Eu acho que 64 é uma coisa assim para que não houvesse o risco de isso se modificar. Isso que sempre foi.”

    “Eu não acho que a elite brasileira seja uma verdadeira elite. São os fracos unidos para manterem a fraqueza. Uma coisa mesquinha para manter o Brasil dentro do esquema de submissão à economia internacional, para manter uma vidinha bunda-mole.”

    “Ser de esquerda é uma das sofisticações da elite brasileira. Um país muito pobre onde as pessoas são de esquerda, são de ultra-esquerda, e de esquerda da esquerda. A elite são 58 pessoas, o resto é gado.”

    “Na verdade, eu sou elitista. Eu tenho uma tendência muito aristocratizante. Um elite que impõe belas e fortes coisas deve se impor.”

    “As revoluções devem ser feitas quando necessárias e imprescindíveis. Eu desconfio delas e acho que não são melhores que as outras coisas. Você vive o tempo todo como se a vida real não valesse nada. Uma coisa ideal que, quando aquilo acontecer, tudo será verdade, mas aqui nada é verdade.”

    -CINEMA NOVO & TROPICALISMO

    “O pessoal do Cinema Novo, como eles tinham de ficar em contato direto com a indústria, ou com a criação de uma indústria, eles eram bem sabidos quanto a isso. Eles deixavam o CPC [Centro Popular de Cultura] e os músicos populares, todo o mundo, numa posição artesanal e paternalista, sem enfrentar a barra de um pensamento capitalista mais moderno que o Cinema Novo tinha que ter. Eles eram de esquerda, mas tinham esse conhecimento. Eles foram, na verdade, de uma certa forma, sobretudo por causa do Glauber, o qual soube viver e expressar isso, infelizmente ainda de uma maneira muito de mártir, se botando nessa encruzilhada dessa situação, aqueles que tiveram a visão da coisa da modernidade industrial e da situação trágica do Brasil: do produtor de cultura ser de esquerda e saber, ao mesmo tempo, reconhecer a modernidade do capitalismo e querer implantar uma indústria. Era uma situação bandida e trágica que acabou influenciando e determinando o aparecimento do que em música, e a partir da música para outras coisas, se apelidou de Tropicalismo.”

    “Um artigo do Roberto Schwarz fala que o tropicalismo era uma coisa do moderno e do arcaico, uma velha coisa brasileira. Mas esse lance não vinha acontecendo. O arcaico e o moderno acabam, assim, justapostos na temática das canções tropicalistas, exatamente porque a gente estava pondo na ordem do dia esses dois assuntos para as pessoas que faziam música popular e consumiam cultura no país.”

    “O Tropicalismo chegou assim, um pouco com o contato mais ou menos brutal com essas realidades. Por um lado, o reconhecimento da ausência da maioria das pessoas na determinação da vida brasileira. Por outro, um elitismo estéril, um elitismo mesquinho e puramente defensivo. A gente sentia a necessidade da presença do povo, mas da presença do povo mesmo, do povo real. Não do operário de Lênin, operário que não é ele mesmo, que só é representado por Lênin e pela célula do Partido. Queríamos a presença do operário mesmo. Aquele que quer comprar uma geladeira e não fazer a revolução. Esse era o operário real.”

    -AMOR, SEXO & AMIZADE

    “Me disseram que as minhas canções de amor não se parecem com canções de amor. O amor é uma coisa nebulosa, um saco de gatos. Eu não gosto de suas temáticas. A amizade e o sexo são coisas mais universais. Como é que gregos e romanos se amavam A. C.? Os índios amam? Sexo eles fazem. É o amor, então, judaico-cristão! E o cristianismo é apenas uma forma de reafirmação do judaísmo.”

    -’PRETITUDE’ & ‘BRANQUITUDE’ COMO COLORAÇÃO SOCIAL

    “O Gil é preto mas era mais rico do que eu. Teve automóvel desde menino. Eu sou pobre – ele é rico – de origem. O Gil é mais branco do que eu, na formação, porque era da elite mais econômica: filho de profissional liberal, de um médico bem sucedido.”

  142. glauber guimarães disse:
    Novembro 8th, 2008 at 11:56 am

    teteco dos anjos,
    “fernando” foi composta originalmente por benny anderson, stig anderson e bjorn ulvaeus. fez muito sucesso com o abba. a versão que perla gravou foi escrita por um sujeito chamado wally, entao não conta. abraço procê.

  143. glauber guimarães disse:
    Novembro 8th, 2008 at 12:00 pm

    aah, se não me engano, os carpenters tmb gravaram “fernando”, essa perola kitsch.

  144. Nando disse:
    Novembro 8th, 2008 at 1:00 pm

    SALEM: o pior é que o lado chacrete que acomete muitos artistas acaba levando para seus trabalhos uma antipatia do público que deveria permanecer no ambito, digamos, pessoal. Acho “A Vida é Doce” um dos grandes discos brasileiros de todos os tempos, não sei se você concorda. Mas aposto como muita gente não vai querer nem chegar perto de nada do Lobão por conta das suas declarações.

  145. Heloisa disse:
    Novembro 8th, 2008 at 1:32 pm

    Pois é, Roberto Riobaldo, aí eu pego a matutar aqui: a crise indica o despertar do sonho americano ou sua continuação? E as expectativas que Obama tenta diminuir se relacionam a qual das opções? Mire e veja: sei o que o mundo quer desse governo, mas não o que o povo americano quer. Embora eu queira muito pensar que Obama não foi eleito só pela crise - e levando em conta que Zizek fez a análise de uma possível vitória republicana -, um medinho de nada espreita bem no fundo do meu pensamento. Não podia o senhor, caminhante do sertão de fora e de dentro da gente, que anota tudo nesse caderninho aí, ajeitar minhas idéias embaralhadas num inteiro do entendimento?

    Lucesar, obrigada por nos presentear com a maravilha de ‘Serra da Boa Esperança’ com Caetano e D.Canô. Quase chorei também, porque minha mãe sempre gostou - e ainda gosta - de cantar essa música linda.

    Caetano, onde andarás nesta tarde vazia, tão clara e sem fim…? Beijos, que nunca retribuis em língua nenhuma - quem sabe em esperanto?

  146. Lucesar disse:
    Novembro 8th, 2008 at 2:10 pm

    Salem, eu tinha certeza que gostaria, assim como gostará do que postei hoje.

    Para Salem:

    http://www.youtube.com/watch?v=xrmaf4jSchc

    E também para Heloisa não ficar com ciúmes de Exequiela, postei, pensando nela, nosso herói cantado Cole Porter(Get Out of Town):

    http://www.youtube.com/watch?v=TrlQyzB7vdw

    E para Teteco, Caetano cantando Ave Maria no Morro:

    http://www.youtube.com/watch?v=N9bjRQSRhV8

  147. Nando disse:
    Novembro 8th, 2008 at 3:09 pm

    “Canções de amor escritas por mulheres com nomes de homens são raríssimas em toda parte, não só no Brasil”.

    Indeed. Mas em inglês me vêm logo à mente, de cara: “Last Time I Saw Richard”, com Joni Mitchell; “Henri Darger”, com Natalie Merchant; “I Really Loved Harold”, com Melanie; “John, I Love You”, Sinéad O’Connor. Com certeza deve ter mais algumas.

  148. Lucesar disse:
    Novembro 8th, 2008 at 3:10 pm

    Esqueci de agradecer Exequiela pelo Grossário, um primor. Essa menina, como no xadrez, pensa vários lances a frente. Já que Salem lembrou Assis, segue “Fez Bobagem” cantada por Deus:

    http://www.youtube.com/watch?v=XC4j3XbcrOs

  149. Fernando Salem disse:
    Novembro 8th, 2008 at 3:42 pm

    Oi teteco telecoteco

    Quando escrevi “Algumas declarações retumbantes de Tim Maia, outras de Raul Seixas também desafiaram o coro dos contentes.” fiz um trocadilho, do contrário usaria as aspas. Tim e Raul não “desafinaram” o coro dos contentes, mas desafiaram no sentido de provocar com frases desafiadoras pra casta intocável da MPB.

    Pessoal:
    Embora a infonave continue voando e flutuando entre divesos assuntos em órbita, Caetano começa a fazer falta por aqui.

    Quando não posta e não aposta num assunto perdemos um tanto do tônus. Embora, ache que os comentários de Joaldo, Nelson, Exequiela, Heloisa e tantos outros cyber-amigos cuidem de manter e aperfeiçoar o tom desse blog: informação com açúcar e com afeto. Polêmica com respeito. Dissonância com harmonia sofisticada. E o prazer de escrever, é claro, que tem sido o grande desrecalque promovido por esse espaço.

    Será que Caetano terminou de gravar as vozes? O tal dos 80% dá mesmo uma emoção. Novembro é começo de uma grande sexta-feira. A eleição de Obama, Felipe Massa perdendo o mundial na última curva. Há algo de “final” na atmosfera.

    Mas Assis Valente pode nos ajudar a sublimar a sensação:

    Anunciaram e garantiram
    que o mundo ia se acabar
    Por causa disso a minha gente
    lá de casa começou a rezar
    E até disseram que o sol ia nascer
    antes da madrugada
    Por causa disso nessa noite lá
    no morro não se fez batucada
    Acreditei nessa conversa mole
    Pensei que o mundo ia se acabar
    E fui tratando de me despedir
    E sem demora fui tratando de aproveitar
    Beijei na boca de quem não devia
    Peguei no pau de quem não conhecia
    Dancei pelada na televisão
    E o tal do mundo não se acabou
    Chamei um cara com quem não me dava
    E perdoei a sua ingratidão
    E festejando o acontecimento
    Gastei com ele mais de quinhentão / um milhão
    Agora eu soube que esse cara anda
    Dizendo coisa que não se passou
    Vai ter barulho vai ter confusão
    Porque o mundo não se acabou

    A Obra fica pronta, mas o Progresso nunca acaba.

  150. Evangelina Maffei disse:
    Novembro 8th, 2008 at 4:47 pm

    - Concordo com Gilliat, o blog precisa de um player. Eu gostaria postar “O Amor”.

    - Nanda, desculpe, “Outra Vez”, foi composta por Isolda depois da morte do seu irmão, Milton Carlos, cantor e compositor que faleceu em um acidente de carro em 1976.
    Na época com 20 anos, ela relembra o surgimento da letra: “… eu pensei, pensei… e lembrei do meu primeiro namorado, que foi a coisa mais pura, mais simples, e no meu coração foi a maior…”

  151. teteco dos anjos disse:
    Novembro 8th, 2008 at 5:23 pm

    Salem; saquei, o trocadilho !!!
    tenho um 78 rpm com Carmem Miranda cntando essa do Assis, o “Valente”. E o mundo não se acabou, nem vai se acabar. Sou “Oshiano” ( se é que isso é possível) e há muito já percebi que esse mundo nunca foi criado, nem vai se acabar. Apenas existe e pronto.
    Você manda bem. grazie!!!

    Lucesar: orra meu…Ave Maria no Morro é de fazer chorar. Por si só essa canção é magnífica. Na interpretação de Caetano então…que lindo. Obrigado. Ah…a canção do Wando ficou linda também. Dizem que foi alquimia- toque de Midas- mas aí também é injustiça com o Wando. Minha prima tem uma calcinha que ele jogou do palco. Ela diz que essa calcinha lhe dá sorte no amor. Então, meu nego, Wando é cupido, é Santo Antonio. Caetano é alquimista, é São Jorge matabndo o dragão!!!
    Pena que nenhuma cantora jogue para o público cuecas abençoadas. Ando precisando de uma. Thank you!!!

    Glauber: é mesmo, então a versão de Perla para “fernando” não vale. Rosinha de Valença não fez alguma canção com nome de homem? Dolores Duran; certo, Caetano disse que ela teria feito canções pro Tom Jobim, mas não citou seu nome..então também não vale.

  152. Bruno Guimarães disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:23 pm

    Vi que muitos se identificam com essa minha agonia de que o blog chega ao fim…. Pensando sobre isso hoje, faço uma análise muito positiva de tudo. Já disse inúmeras vezes por aqui o quão bacana acho ver um medalhão como Caetano expôr suas entranhas dessa forma ( exemplo maior disso, para mim, foi um post em que ele dizia que havia dormido pouco porque pediu para ser acordado para acompanhar a saída do Zeca para a escola….que coisa legal)
    Passo por aqui pelo menos uma vez ao dia, alguns dias, passo muitas vezes….
    Fiquei muito feliz quando minha citação de caetanetes gotejantes deu certa repercussão, mas sei que não contribui com quase nada por aqui, que não sou um Salem, Heloisa, Exequiela,….
    Não recebi posts ou comments de Caetano, mas estou satisfeitíssimo porque troquei uns dois ou três emails com o Hermano, cujo trabalho só conheci melhor depois disso tudo aqui, antes, confesso a ignorância, era, para mim, só o irmão do Herbert), mereci comentários do Salem, .. e por último da engraçadíssima Labi Barô, que me lembra muitíssimo a Dorinha (Dora Avante) do Veríssimo… (a propósito, alguém me explica a origem do termo “´biba”?!).
    Dessacralizei Caetano numa forma muito positiva e com reflexos diretos na minha vida (Meu filho que nasce daqui a um mês se chamaria Caetano, mas vai se chamar Vinicius… )
    Enfim, valeu a pena.
    Por fim insisto na campanha a que peço adesão de todos: RELANCEM EM DVD O DOCUMENTÁRIO DA TV MANCHETE EM HOMENAGEM AOS 50 ANOS DE CAETANO. E lanço mais uma: RELANCEM “O DEMIURGO”
    Beijos a todos

    Bruno

  153. Ricochete disse:
    Novembro 8th, 2008 at 6:50 pm

    Lobão tem razão: Chico Buarque é parnasiano. Ainda bem.

  154. JORGE ENCARNAÇÃO disse:
    Novembro 8th, 2008 at 7:43 pm

    Ó PAÍ Ó, LEWIS HAMILTON, OBAMA…
    CAETANO: ESTÁ NA HORA DE VOCÊ LANÇAR UM CD BREGA E UM COM PAGODE BAIANO…
    TENHO DITO!!!

  155. glauber guimarães disse:
    Novembro 8th, 2008 at 8:47 pm

    nando,
    tmb acho “a vida é doce” das melhores coisas feitas nos ultimos anos. o “cê” tmb achei excepcional. teve o “bloco do eu sozinho” dos los hermanos, o “fome de tudo” da nação zumbi. o cascadura fez o “bogary”, com letras de rock espetaculares, acima da media. geralmente em suas obras, artistas se saem melhor que teorizando.

    salem,
    tmb acho que vc têm sido o ponto de equilibrio aqui.

    caetano,
    li o verdade tropical, que pra mim foi importantissimo. full circle. conheço bem a situação do rock nos anos 50, a invenção do art-rock pelos beatles e dylan, a contenda jazz vs. rock [so um adendo: o jazz perdeu sua selvageria primordial bem depois, com o fusion jazz. o be bop, mingus, monk, são muitas vezes, mais selvagens que a maioria das bandas de rock].
    digo isso pra que vc saiba que minhas opinioes sao embasadas, e repito, livres de qualquer ressentimento ou autocomplacência [so me faço de vitima nas canções! haha]

    bom, agora me dêem licença que eu vou ali desatinar no choro dos cantantes. volto. abraço sincero a todos.

  156. glauber guimarães disse:
    Novembro 8th, 2008 at 9:05 pm

    muito do que tem acontecido aqui eh panis et circense. se colocar um “s” depois, fica mais interessante, não? haha

  157. Paulo Osório disse:
    Novembro 8th, 2008 at 10:34 pm

    Vamos ver.
    A figura de Obama está para o mundo inteiro quase como D. Sebastião está aqui para Portugal.
    É certo que o efeito psicológico de esperança na mudança é importante, mas vamos ver.
    E espero bem que não matem o cara…

  158. joana disse:
    Novembro 8th, 2008 at 10:42 pm

    gentes…

    não sei se vou ser muito do contra, mas tou gostando desse movimento de término. acho que quando sabemos que algo tem prazo pra acabar nos entregas e dedicamos mais. com mais vigor e apreço.

    só consigo pensar nos coros do Tudo Passa qd leio sobre os 100%. pode até virar outra coisa depois, mas tou gostando desse cheirinho de término…

    pra vcs todos, dedicados:
    um tudo passa, com carinho…

    http://br.youtube.com/watch?v=Avmzfj5wPOQ

  159. joana disse:
    Novembro 8th, 2008 at 10:44 pm

    e direto lá de sua terra Caetano!

    correção:

    nos entregamos e dedicamos mais
    e mais
    e mais…

  160. Labi Barrô disse:
    Novembro 8th, 2008 at 10:54 pm

    BONSOIR! SALVE SIMPATIA!
    Já passa da hora do jantar e a noite segue o seu caminho! Peço licença para dizer o seguinte.
    Acabo de chegar de viagem. Fui visitar meu pai. Toda vez que vou lá sinto a falta de minha mãe. Sinto a ausência dela com mais força. Parece que falta alguma coisa na casa. Pai e Mãe, ouro de mina. Coração, desejo e sina. Tudo o mais, pura rotina. Eu tive pais maravilhosos.
    No som do meu fusca rolava Benjor na maior altura. Eu e minhas amigas curtimos muito.
    Li todos os comments. Adorei!
    Fernando Salem, Heloísa, Bruno Guimarães, Ricardo de Alcântara, Rosana Tibúrcio: não sou Flamengo, não tenho uma nega chamada Teresa, mas ofereço, com amor e com afeto uma música para vocês, que são, também, maravilhosos

    http://www.youtube.com/watch?v=eoca1Jb33Ts

    Velô e como anda o disco? Eu queria dar um pitaco em alguma coisa. Não ia ter uma votação? Eu adoro dar pitaco. Quem sabe na capa? Eu amo capas de discos. A minha predileta na sua discografia é a do disco Estrangeiro.
    Depois do mp3, eu agora sinto falta dessa coisa do álbum. Tudo a gente baixa na internet. Era legal comprar o álbum na loja também. Tinha todo um conceito. Será que isso vai acabar?

    Caetano você já foi visitar Dona Canô este ano? Eu a vi dizendo no filme de Bethânia: Bethânia sempre vem aqui, Caetano é que aparece pouco. Olha aí…

    People, eu tive um sonho. E preciso da ajuda de vocês para interpretá-lo! Pensem Seurat e pensem impressionista. Mas não pensem surrealista que é outra onda.
    Sonhei que Caetano estava sentado no sofá da sala aqui de casa comendo jabuticaba comigo. Pode? Nós não conversávamos. Ele olhava pra mim e ria. Eu olhava pra ele e ria. E assim ficamos. Olhando, rindo e chupando jabuticaba. Quando de repente…Não mais que de repente…Entra Joni Mitchell na sala. Eu, assustadíssima com aquela situação né, ter duas das pessoas que mais admiro na sala de minha casa, peguei um copo d’água que estava perto de mim e fui tomar um gole pra ver se eu acordava. Foi quando Joni disse:
    - Il n’y a pás de papier toillete dans la salle de bain!
    No momento em que ela disse isso, eu engasguei com a água que eu bebia e o sonho acabou gente boa!
    Este sonho eu não consegui interpretar.

    Labi Barrô, intrigada com essa história.

  161. Rafael Rodriguez disse:
    Novembro 8th, 2008 at 11:17 pm

    Lobão tem razão, quando não, é engraçado.

    bjs.

  162. Exequiela - Re-Cuerda disse:
    Novembro 9th, 2008 at 12:05 am

    quiero comentar algo de AMOR, SEXO & AMIZADE pero quiero tener un poco más de tiempo y ahora estoy en la pileta con el calor húmedo de BS AS.

    T-T-co: Epa… nunca me compararon con el 10. JA!! Viste que ahora lo tenemos de DT de la selecciòn de FUCHIBOL (como dicen uds).

    Lucesar: Me olvidé de los Fabulosos… que van a tocar en diciembre. Para los que no lo conocen: una de las voces más atractivas Vicentico-oh!!!! http://www.youtube.com/watch?v=fPNX9BL5v1w (estoy con una conexiòn chotísima así que no sé si el video está bien porque no lo ví)

    Gilliatt: Sì!!! Ahora que tengo la letra, la voy a volver a escuchar. Gracias!!!!

    LeAoZinHo: Conociste a Piazzolla? Contanos dale!

    Es un placer enviarles los glosarios y mostrarles un poco de mi Buenos Aires Amado. Cuando pueda voy a hacer unos videos caseros para que conozcan esas callecitas de Buenos Aires (desde mi visiòn).. que tienen ese no sè què, viste? Mientras tanto les paso un video q hice de la marcha gay… el video no està muy bueno pero bue… se hace lo que se puede. Quería sacar fotos pero estaba oscuro y salieron horribles (no tengo la cámara verde). Despuès de lo que puse, no lo van a querer ver pero en el minuto 2:30 entra un garoto gostoso bailarín (a mi càmara le gustò!) http://www.youtube.com/watch?v=7sKhTN7qIN0

  163. André Prada disse:
    Novembro 9th, 2008 at 1:45 am

    Caetas e moçada do blog,a questão de uma mulher que tenha composto uma canção para um homem com teor romântico, moveu discussões aqui em Campinas-SP, e o DJ Erik conhecedor profundo da blak music,mandou bem…
    Há uma chamada Frankie do grupo Sister Sledge cuja história vou copiar logo aqui em baixo:
    Não consegui…mas entrem no Google e se interem da coisa sem haver engano…vou tentar achá-la no you tube e, se conseguir,apresento…
    É papo firme, e a moça bacana se chama Denise Rich…
    Um beijo,beijo! prá Exequiela!!!
    “Caetano quase sempre tem razão”

  164. André Prada disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:05 am

    This was written by Denise Rich, the wife of the controversial American billionaire Marc Rich. After falling asleep on a plane going from the US to Switzerland, she dreamt the song, after which she woke up and started singing it before quickly writing it down.

    CONSEGUI!!!

  165. Fernando Salem disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:10 am

    Oi Lucesar

    fiquei curiosíssimo pra ver e ouvir Caetano cantando Judiaria do Lupcínio, mas o link está com algum problema. O youtube abre, mas a telinha fica inativa.

    envie novamente se não vc vai fazer uma judiaria comigo.

    abraço

    salem

  166. Fernando Salem disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:18 am

    Aê Bruno

    Saravá pro pequeno Vinícius!

    abraço

    salem

  167. Fernando Salem disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:50 am

    Puxa vida… “o ponto de equilíbrio”. O elogio me desequilibrou. Quase caí da cadeira. Não me sinto com esse papel, nem o pretendo, mas a percepção do Caetano me deixou feliz.

    Quanto ao Lobão e suas razões, acho que vale a pena vocês assistirem a esse depoimento dele. Tem Ivete e Claudia Leitte no que ele discorre sobre o showbizz. Depois, digam o que vocês pensam:

    http://www.youtube.com/watch?v=ZiThjenzYdo&NR=1

  168. laurene disse:
    Novembro 9th, 2008 at 3:03 am

    Oi, Roberto, Caetano e pessoal: adorei a entrevista. Um dos grandes assuntos do Schwarz é essa justaposição de arcaico e moderno, nem tanto de Caetano. O tropicalismo foi mais um apelo à necessidade da modernização, né? É pobre pensar assim, tão simplesmente: preto ou branco, esquerda ou direita, essa esquematização pobre implodida por Nietzsche.

    Parece que Brasil Ano 2000 era citado, indiretamente, naquele artigo do Schwarz que parece citado aí em cima, Cultura e Crítica 64-69, não? Num artigo que li do Cacaso, ele conta que o texto do Schwarz, originalmente, dizia que o método Paulo Freire era tropicalista! E Cacaso apontou isso e Schwarz tirou! Como disse Caetano e é verdade tropical, o tropicalismo veio em sentido contrário a esse método.

    A versão instrumental de Coração Materno que apareceu nesse filme foi linda, uma alegoria: passava quando falavam sobre uma cristaleira na casa de uma família, uma cidade em ruínas e alagada, a família lutando com garfos e facas enormes, toda uma paisagem de sonho, sonho de Sueli Batom, de Labi Barrô.

    Enfim, Schwarz é contra a vanguarda tropicalista porque acha que a vanguarda é ele. Muita gente manifesta-se negativamente em relação a verdade tropical até hoje: o poeta Rick Aleixo disse nos anos 90 que Caê e Gil estão “mortos”, ou seja, não são mais experimentais. Agora Rick mesmo indica esse blog, símbolo da vida da nova obra de Caetas.

  169. Fernando Salem disse:
    Novembro 9th, 2008 at 3:09 am

    Glauber

    Esse papo de música independente X música dependente é que eu acho datado. Eis o Lobão que eu gosto:

    http://www.youtube.com/watch?v=iJrS40pbibc&NR=1

    abçs

    salem

  170. glauber guimarães disse:
    Novembro 9th, 2008 at 4:28 am

    salem,
    vou falar por mim, ta?
    lobão insiste nisso [sempre muito divertido].
    primeiro, eu, particularmente, não acho que ele se vendeu ao fazer o acustico. mais que isso, disse a ele pessoalmente aqui em salvador, que o formato lhe cai perfeitamente. lançar por uma grande gravadora? nada mais natural.
    tocaria no faustao tranquilamente, desde que fazendo o que eu quero, do jeito que eu quero. bob marley dizia algo como “com minha musica vou ate o inferno e volto”. penso assim tmb.
    mas se eu abrir mao das minhas escolhas esteticas, das minhas ideias, quem vai estar no faustao nao sou eu, eh uma outra pessoa usando meu corpo. e o que eh pior: a concessão eh imposta. e pelas cincunstancias de um mercado ainda muito infantil [o brasileiro].
    nos 70s, lobao, ritchie, lulu, vinicius cantuaria, guilherme arantes, faziam prog [muito influenciados por bandas como o yes]. eles escolheram fazer nos 80s o que se chama de musica de radio. acho joia tmb. mas se todo mundo for pensar assim, artistas como o pavement, foetus, walter franco, nunca existiriam.
    entao qualé a ideia? sejamos cínicos? flexiveis no carater? chame do que quiser, mas esse papo eh que eu acho babaca. e mais uma vez, sinto que o lobao joga pra arquibancada. e a claque ri.
    uma outra coisa interessante: a historia, e mais que isso, a dinâmica das [nas] ruas não eh feita apenas pelo mainstream.
    nao quero ser “independentezinho”, nem “mainstreamezinho”.
    venho do rock, mas admiro muito mais o “é o tchan” que um roqueiro fisiologico.
    resumindo, lutar usando a arma do inimigo eh uma questao de escolha. a questao eh muito menos etica, que estetica. eu e os meus estamos cansados de colocar agua no ketchup. e somos muitos, acreditem.

  171. Nanda disse:
    Novembro 9th, 2008 at 4:32 am

    Oi Evangelina,
    Fico feliz pela correção. Era ainda menina e ouvi Isolda e Roberto falando da Outra vez. Entendi que Miltinho era seu marido. Lembro que na época pensei que Miltinho era um cantor antigo de voz anasalada que meu pai gostava. Acho que era baiano… Mas não errei de todo, se ela fez a música pro primeiro namorado… Mas se não pos nome, não valia mesmo a lembrança.
    um bj

  172. glauber guimarães disse:
    Novembro 9th, 2008 at 4:58 am

    gravatai merengue,
    o acustico lobao nao eh numerado??? nao sabia disso. menos um ponto pra ele. ah, e medo eu so tenho de barata, haha.

    salem,
    o lobão que eu curto eh o que fez o “a vida é doce” e escreveu outras canções belíssimas. que toca cello, bateria e violão de aço com maestria. que eh fan do aerosmith e nelson cavaquinho.

    lobão,
    eu não quero mais nenhuma chance. eu não quero mais revanche.
    as coisas conversam, coisas surpreendentes. fatalmente erram, acham solução. e nao foi qualquer caetano que escreveu isso, hahaha

    abraço aí nesse pessoal todo que gosta de ver o sol nascer.

  173. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 9th, 2008 at 6:20 am

    Eu acho que o Lobão se vendeu, sim. Não que vender-se seja “bom” ou “ruim”, sei lá, mas houve, de fato, uma venda. Não há como negar isso.

    E essa venda é inequívoca quando comparada ao discurso feito por ele poucos anos antes, com aquele proselitismo de centro acadêmico universitário.

    Disse que não aceitaria fazer coletânea - topou fazê-lo e, não obstante, fez da maneira mais manjada, um ACÚSTICO!

    Disse que todos os discos deveriam ser numerados - topou lançar sem numeração. Disse que não lançaria por grande gravadora - topou lançar. Disse um monte de coisas e, na prática, as desdisse em troca de grana.

    Estão todos com medo de Lobão ou o quê?

    Ele que arque com o ônus da própria contradição! Se ele encontra argumentos bonitos pelos quais tenta escapar desse labirinto, ok, ótimo. Mas o problema é dele.

    Pela lógica, é inescapável. Parece que há um certo pudor em falar de Lobão. Parece que falar o óbvio é “careta”. Parece que falar o óbvio é “óbvio demais” e, por isso, é “errado”.

    Então todos dão uma opinião “diferente” para fugir daquilo que é nítido e claro, como na roupa nova do rei nu.

    Acho que o Lobão está rindo de todos vocês. Não sei se o rock errou. E nem sei se o Lobão entrou numa grana boa, porque o acústico é muito ruim. O do Caetano, de 1986 - gravado pela Nonesuch e lançado aqui em 1990 - é muito mais bonito e doce e tem “O Pulsar” daquele jeito lindo e “Terra” com o arranjo bonitinho.

    Lobão pôs os meninos do “Cachorro Grande” porque são contratados de seu próprio selo. É o Lobão-lobinho sentado, com aquele monte de cordas indecifráveis e um vocal que se traveste de rebelde mas, em verdade, é a desafinação real resultante da impossibilidade de cantar.

    É um disco ruim, feito talvez por necessidade. Não é uma história bonita. Alguns aqui tem medo, outros o defendem por amizade.

    Eu não tenho nada a ver com isso. Mas é engraçado ver Lobão na condição de vidraça e as pedras em potencial com medinho de triscar o vidro… :)

  174. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 9th, 2008 at 6:21 am

    xi, a URL foi errada… era http://www.gravataimerengue.com.br (arruma aí, vai… :))

  175. André Prada disse:
    Novembro 9th, 2008 at 12:19 pm

    Volteio,volteio e gotejo…
    Segue abaixo o link e a letra da música…não é lá essas coisas (nada contra amores adolescentes, muito pelo contrário, me lembro que Caetano escreveu sobre um em Verdade Tropical, tão intenso em Santo Amaro) mas cumpre os requisitos propostos.
    Acho que seria interessante discutir quais seriam os motivos de tamanha raridade.Elas não nos acham inspiradores?Caramba,que pena…

    http://www.youtube.com/watch?v=vfdfwQF2A10

    SISTER SLEDGE

    FRANKIE - 29/06/1985
    4 weeks at #1 - 16 weeks on chart
    Denise Rich

    Hey Frankie

    Oohooh
    Oohooh

    I was walkin’ down the street one day
    When I looked up I saw a friend
    Hey Frankie
    Do you remember me
    You looked at me and then I blushed
    ‘Cause I remembered I loved you so much
    Way back when we were friends
    Goin’ together but then you left me
    Frankie
    Do you remember me
    Frankie
    Do you remember

    You were 15, I was 12
    It was summer, we were so in love
    I never loved anyone this much
    Look at me, I’m thrilled to your touch
    Hey Frankie
    Do you remember me
    Frankie
    Do you remember me

    Oh, how you brought me down {Down, down}
    All you did was run around {Around}
    You’ll never know
    How much I loved you

    Frankie
    Do you remember
    Do you remember me
    Frankie

    He walked me to the deli then
    We sat on the roof where it all began
    I looked into your big eyes and
    Said to myself, We coulda had twins
    Hey Frankie
    Do you remember me

    Oh, how you brought me down {Down, down}
    All you did was run around {Around}
    You’ll never know
    How much I loved you

    You looked at me and then I blushed
    ‘Cause I remembered when I loved you so much
    Way back when we were friends
    Goin’ together but then you left me
    Frankie
    Do you remember me
    Frankie
    Do you remember me

    Frankie
    Do you remember me
    Do you remember me (Me)
    Frankie

    Oh, Frankie, oh, Frankie, my baby
    Do you remember me
    Frankie
    Do you remember me

    Frankie
    Do you remember me
    Do you remember me (Me)
    Frankie

    My Frankie, my baby, Frankie
    Do you remember me
    Frankie
    Do you remember me

    Frankie

    Frankie

  176. Lucia Alves disse:
    Novembro 9th, 2008 at 12:44 pm

    Fernando Salem,

    mais um indício que o mundo está perto do fim:

    além de louro, de não comer a bond-girl, o último James Bond também não fala “Bond, James Bond”…rs.

    Tudo que o Caetano canta fica lindo, de Cole Porter a Wando, de “minha perereca quer voar” a “eu não me arrependo de você”.

    Só não entendo porque ele insiste em dizer que não é um grande cantor. Será porque é um compositor fora-de-série? Será que ser bom demais em uma coisa abafa o talento em outra?

    Sei não, mas gostaria de ouvir Caetano cantando mais. Quem sabe assim o mundo não acaba?

    Lilu

  177. Ingrácia disse:
    Novembro 9th, 2008 at 12:46 pm

    Por causa das referências em “Verdade Tropical”, fui há pouco buscar detalhes sobre Torquato Neto no google e descubro que hoje (09/11) é data de nascimento dele. Sabia Caetano? Vi no youtube parte de um programa feito em homenagem a ele por uma TV de Teresina que traz depoimento do pai de Torquato, dizendo que ele “voltou” e vive com ele no Piauí. A propósito, é verdade que Cajuína (AMO a música) é fruto de um encontro seu com um pai nordestino -talvez piauiense, não sei- que lhe deu uma flor de presente, em homenagem ao filho que era fã seu e morreu dias antes de um show que vc faria por lá?

  178. Gilliatt disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:24 pm

    Hoje, depois de ler os comentários sobre a polêmica do Lobão, visitei o blog do Antonio Cicero e lá encontrei essa frase de Voltaire:

    “Não basta gritar, é preciso não ter razão.”

    Foi uma coincidência curiosa.

    O comentário do Cicero (que obviamente nada tem a ver com o Lobão) é imperdível, vejam porque:

    http://antoniocicero.blogspot.com/search/label/Voltaire

  179. Gilliatt disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:32 pm

    Hoje, depois de ler os comentários sobre a polêmica do Lobão, visitei o blog do Antonio Cicero e lá encontrei essa frase de Voltaire:

    “Não basta gritar, é preciso não ter razão.”

    Foi uma coincidência curiosa.

    O post do Cicero (que obviamente nada tem a ver com o Lobão) é imperdível, vejam porque:

  180. Igor Lucas Adorno Santos disse:
    Novembro 9th, 2008 at 2:48 pm

    A Tropicália já virou fetiche. Sinal dos tempos.
    E o Lobão é um dos q mais fetichizam a Tropicália (pelo avesso, mas ainda é fetiche).
    E o Lobão virou fetiche de uma classe-média adolescente q assimilou os cacoetes de rebeldia q o mercado cultural propaga sem nenhum esforço.
    Ele tem consciência disso e sabe q suas opiniões e presepadas angariam atenção
    de uma galera um tanto “rebelde de boutique”, um tanto recalcada.
    Acho q ele gosta muito do Chico e como este não lhe dá atenção, ele esperneia.
    Não quer dizer q ele não tenha razão (mas dizer isso a ele piora muito a situação).
    Caetano me parece gente fina.
    No Verdade Tropical percebi honestidade.
    É o único artista consagrado q, de vez em quando, consegue suscitar alguma reação dos fãs q não seja um “Amém”.

  181. Maria disse:
    Novembro 9th, 2008 at 3:13 pm

    Agradeço a Lucesar por ter visto ontem o Caetano e Dona Canô cantando juntos, naquele cenário de quintal antigo, com lençóis pendurados no varal. Achei lindo.Depois, pretendo vê-la cantando num outro vídeo, com Caetano e Bethânia.
    A minha mãe que também é baiana, mas, do oestre da Bahia, também adorou.

    Caetano, quando irá colocar as versões de incompatilibidade de gênios? e qual a importância de diferenciar o mulato do negro, além das definições óbvias? Se puderes me ensinar mais essa, te agradeço.

    PS - 1: concordo com o jornalista do “A Tarde”, Obama é muito elegante. Para mim, extremamente elegante. Super simpático.Carismático. Ainda que eu não saiba exatamente a diferença entre democratas e republicanos - desculpem-me a ignorância -, torço por ele.

    abraços a todos
    Maria

  182. teteco dos anjos disse:
    Novembro 9th, 2008 at 3:17 pm

    Ingrácia, o “pai nordestino” que deu a rosa ao Caetano é o pai do próprio Torquato Neto, poeta fundamental na explosão do movimento tropicalista. O ” se acaso a sina do menino infeliz não se nos ilumina…” da letra da canção se refere ao fato de Torquato ter tido uma vida turbulenta e cometido suicídio, acho que em 1972, no dia de seu aniversário. Pra mim, Cajuína é uma das melhores canções de Caetano, música e poesia.

  183. Nando disse:
    Novembro 9th, 2008 at 4:30 pm

    Caetano, infelizmente não posso socorrê-lo com relação à canção da Celly (ela gravou mesmo, mas não identifico o(s) compositore(s). Como ela gravava muitas versões, aparentemente trata-se de mais uma).

    Mas, nem tudo está perdido!!! Olha do que lembrei!:

    “Vamos Comer Caetano”
    (Adriana Calcanhoto)

    Vamos comer Caetano
    Vamos desfrutá-lo
    Vamos comer Caetano
    Vamos começá-lo

    Vamos comer Caetano
    Vamos devorá-lo
    Degluti-lo, mastigá-lo
    Vamos lamber a língua

    Nós queremos bacalhau
    A gente quer sardinha
    O homem do pau-brasil
    O homem da Paulinha
    Pelado por bacantes
    Num espetáculo
    Banquete-ê-mo-nos
    Ordem e orgia
    Na super bacanal
    Carne e carnaval

    Pelo óbvio
    Pelo incesto
    Vamos comer Caetano
    Pela frente
    Pelo verso
    Vamos comê-lo cru

    Vamos comer Caetano
    Vamos começá-lo
    Vamos comer Caetano
    Vamos revelarmo-nus

    Gravataí, vai para o trono ou não vai?!?!?!

  184. quito ribeiro disse:
    Novembro 9th, 2008 at 4:45 pm

    Outro dia ouvi João Jorge do Olodum dizer que o próximo projeto do Olodum é eleger um prefeito em Salvador. Pode parecer estranho. Eu mesmo já vi o Olodum participar de várias campanhas políticas(segundo o próprio João Jorge, o Olodum tem uma afinidade natural com os opositores da ditadura, época em que o bloco surgiu). Ele se referia a eleger um prefeito negão. E continuou dizendo que da mesma maneira que Obama é fato novo nos EUA(a entrevista foi antes do dia 4/11) esta possível candidatura seria fato novo em Salvador. Acho que ele quis dizer e eu concordo que Salvador nunca teve um prefeito negão. Seja ele negro, ou negro-mestiço, ou mulato. João Henrique é mulato? Certamente é mestiço. Os antecessores: Mário Kertesz, Lídice e Imbassaí na Bahia são vistos como brancos. ACM e Manoel Castro também. Temos uma liderança constante no poder em Salvador que agora é vice prefeito e que sem dúvida é negro: Edvaldo Britto. Ele, como Celso Pitta não é visto como um representante dos negões. Por que? Será que é porque eles surgiram ao lado dos opressores da época da ditadura? Talvez por que se enquadrem no modelo do preto de alma branca tão comum entre nós. Quer dizer: não encaram as questões que têm relação com o fato de o Brasil tem tido uma escravidão tão pesada. Machado é igual? Penso que não. Mas essa discussão vai depois. Obama é igual? Penso que não. Na sua trajetória, ele sempre teve de se posicionar sobre esta questão. Inclusive apresentando seu ponto de vista de defesa da mestiçagem. Os nossos mulatos no poder não tiveram uma trajetória que passasse por uma discussão desta questão. Obama se apresenta contra as cotas, mas a favor das ações afirmativas por exemplo. Os nosso mulatos no poder o que propuseram ou propõem? Para mim no nosso caldeirão teremos negões no poder quando questões desta natureza estiverem em evidência. Pensando no slogan que diz que imagem é tudo, a aparência física importa. Por aqui, porém, falta discurso, ação afirmativa. Talvez por isto o Ile Aiye alguns anos atrás tenha colocado o presidente Lula na sua fantasia de carnaval como uma liderança negra. Para vocês Lula é negão? Perguntado sobre isto Vovó sabiamente respondeu: Pergunte a ele, o Ilê já tinha se posicionado

  185. C. disse:
    Novembro 9th, 2008 at 5:00 pm

    Olha quem anda blogando por aí também e eu não sabia:

    http://tomze.blog.uol.com.br/

    Tom Zé! Deixei um comentário lá, perguntando se ele conhecia o blog de Caetano. Será que ele aparece por aqui?

  186. C. disse:
    Novembro 9th, 2008 at 5:21 pm

    Salem:

    Os meus comentários também têm saído com números anteriores aos últimos publicados, mesmo antes de ser aceito pela moderação. Hermano tem alguma explicação pra isso? (Se não tiver, vou admitir que é obra da mais inexplicável natureza e começar a usar esses números pra algum jogo. E se eu ganhar pago um coco no Leblon pra todo mundo aqui.)

  187. Caetano Veloso disse:
    Novembro 9th, 2008 at 5:25 pm

    Nando, adorei a lista de canções em inglês feitas por mulher com nome de homem e tema romântico. Pensei que na música americana haveria. Mas só me vio à mente uma dúvida se Joni Mitchel não escrito uma.

    Glauber, adorei sua apresentação de credenciais para mostrar o embasamento de suas escolhas críticas. Você foi muito firme e, decididamente, muito mais erudito no assunto do que eu. Sinceramente, dá prazer discutir com alguém assim.

    Alguém falou em “Fankie”: lembrei logo de uma balada que foi super hit aqui no início dos 60: “Frankie querido, nunca me deixe, meu amor”. Era uma versão de música americana? Era cantada por Cely Campelo? Nando, você que sabe à beça, socorra-nos.

  188. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 9th, 2008 at 5:58 pm

    Que linda essa música “Frankie”, André! Gostei muito, não acho que o amor adolescente - exposto na composição - seja menos ‘culto’. Talvez, ao contrário, seja o mais bonito e sincero. E é uma música bonitinha demais!

    E o Caetano poderia ter um blog mesmo depois de terminada a Obra em Progresso, não? Poxavida, Caetano! Olha que beleza é isso aqui :)

  189. Lucia Alves disse:
    Novembro 9th, 2008 at 6:36 pm

    Como assim 5:25 pm ????

    Tem alguma coisa errada no relógio ou Caetano está “literalmente” e/ou “fisicamente” à frente de nosso tempo?

  190. glauber guimarães disse:
    Novembro 9th, 2008 at 6:40 pm

    caetano,
    vc sabe que se discordo e lhe digo isso, eh prq te amo e amo este país. sou fruto direto do que vc criou, junto com gil, mutantes e os beatles [sou da geração de moreno]. tenho muito orgulho disso e sou grato. vc eh um guerreiro generoso. e mesmo sendo enfatico, combativo, to aqui pra aprender, como aprendi muito e me emocionei lendo o teu livro.

    pessoal,
    nessa música do júpiter maçã, ele revisita a tropicalia e tropicalia, a canção. e rende uma homenagem ao disco de 67 e ao proprio caetano, claro. eu gosto pacas, tomara que gostem tmb:

    http://www.youtube.com/watch?v=Tz5ZRPd2dX8

    abraço a todos.

  191. Gilliatt disse:
    Novembro 9th, 2008 at 6:50 pm

    Caetano, se não me falha a memória, a canção a que voce se referiu, gravada pela Celly Campelo, é do Neil Sedaka. Vamos ver se o Nando confirma.

  192. Socorro disse:
    Novembro 9th, 2008 at 6:54 pm

    Como é bom assistir a vida passar. Aprender com ela. Ver como tudo isso é belo. Hoje o Torquato faria 64 anos? Tenho um filho de 28 que se chama Tiago porque o pai dele era fã de Torquato. Por onde andará o Tiago que inspirou o nome do meu? O que perdeu o pai com 3 anos. Mas que pode ver o pai vivo em tantas lindas canções que ele deixou. Falar nisso, alguém me manda a letra da Juliana que não tô conseguindo achar?

  193. Gilliatt disse:
    Novembro 9th, 2008 at 7:04 pm

    Isso mesmo! Frankie, de Neil Sedaka e Howard Greenfield.

    Não achei a gravação da Celly Campelo, mas a original da Connie Francis:

    http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=29095953

  194. teteco dos anjos disse:
    Novembro 9th, 2008 at 7:15 pm

    Nando e Caetano;

    quem responde pra vcs é Tony Campello, irmão da saudosa e querida Celly ( ambos aqui de Taubaté):

    “Sim, Frankie foi gravada por Celly Campello no lp ‘Broto Certinho’ e era, de fato, a versão de uma canção americana”.

  195. Nando disse:
    Novembro 9th, 2008 at 7:15 pm

    Joyce tem ao menos duas composições com nomes masculinos: “Moreno” (o marido dela é o fabuloso baterista Tutty Moreno) e “Antonio”. E ainda tem uma “Abrace Paul McCartney por mim”!!!

  196. Lucesar disse:
    Novembro 9th, 2008 at 8:18 pm

    Salem , meu “MODERADOR MOR”, o link tá funcionando. Segue outra vez o endereço:
    (para essas não precisamos de glossário)

    Judiaria de Lupicínio:
    http://www.youtube.com/watch?v=xrmaf4jSchc

    E de quebra, Infidelidade de Ataulfo Alves:
    http://www.youtube.com/watch?v=q_TEllEEpqw

    A mim me comove muito e tenho certeza à todos vcs. por isso tenho postado essas musicas.
    CAETANO sempre nos revela novas nuances e perspectivas à essas composições antigas ou mesmo as contemporâneas, como “Moça” que Teteco citou, e as canta em seus shows, no momento banquinho e violão, mas será que já pensou em gravá-las,como fez com Fina Estampa e A Foreign Sound, seria maravilhoso ver a memória da nossa música popular eternizada e completaria a trilogia.

  197. Marcus Minuzzi disse:
    Novembro 9th, 2008 at 8:39 pm

    Senhor moderador, acho uma injustiça. Publiquei um comentário absolutamente pertinente, de acordo com o post, e foi simplesmente ignorado. O comentário era este:

    Obama
    Acende
    A chama
    Do
    Clã.
    A
    Negra
    Vez
    Anterior
    Ao
    Medo
    Fará
    De
    Obama
    O
    Alto
    Ardor
    Incediário
    E
    Percursor
    De
    Um
    Novo
    Mito.

    O que há de errado nele? Fico sem saber o que pensar.

  198. glauber guimarães disse:
    Novembro 9th, 2008 at 9:12 pm

    blog do toinzé, o homem dos 5 cerebros?? que joia! obrigado, C.

  199. DJ Eric disse:
    Novembro 9th, 2008 at 10:03 pm

    Olá, eu sou DJ Eric, amigo do André Prada, de Campinas, que escreve por aqui. Sobre a polêmica a respeito de músicas feitas por mulher com nome de homem e temática romântica, lembrei de um dos maiores sucessos do grupo vocal feminino Sister Sledge – Frankie, lançado em 1985. Essa música é uma das poucas (raríssimas) canções compostas por mulher para um homem, com tema romântico. Ela foi escrita pela compositora Denise Rich, que conta em seu site oficial como se inspirou para compor Frankie - “Fui dormir no avião”, recorda Denise “, e de repente eu acordei com uma canção chamada ‘Frankie’ na minha cabeça. Essa música atingiu o topo das paradas de r&b européias e americanas na época e trouxe de volta ao sucesso o quarteto vocal Sister Sledge às paradas, que andava meio sumido, depois do enorme sucesso que fizeram na década de 70 com músicas como We Are Family e He’s the Greatest Dancer. Denise Rich compôs para nomes de peso na música americana como Aretha Franklin e Mary J. Blige, Celine Dion, Johnny Mathis e Diana Ross entre outros.
    Ah, sobre o comentário do Caetano Veloso, a respeito da música ‘Frankie’, gravada pela
    Celly Campello, em 1960, trata-se realmente de uma versão da original americana da dupla Neil Sedaka-Greenfield, a versão em português imortalizada pela Celly Campello é de Fred Jorge.

  200. Matilda Penna disse:
    Novembro 9th, 2008 at 10:12 pm

    Celly Campello tinha Frankie e tinha Billy, ambas versões.
    Celly Campello era ótima, divertida de ouvir e dançar para a menina que eu era na época; pensando bem, ainda é divertido ouvir e dançar Celly Campello.

  201. Raul Bertolucci disse:
    Novembro 9th, 2008 at 10:16 pm

    O povo norte americano deu uma demonstração cívica das mais bonitas ao eleger Barack
    Obama para a presidência da República dos EEUU. O período em que os democratas estiveram à frente do poder
    foi menos pior para os povos menos favorecidos.

    De Martin Luther King até Obama houve um extra-ordinário avanço em diversos aspectos que não
    se restringe apenas ao aspecto “racial”, como muita gente quer fazer parecer, caindo, ou lançando outrém,
    na arapuca do “racismo reverso”(pouco debatido).

    Quando eu leio alguém escrever frases do tipo “as vaias que vinham da platéia (toda
    branca, até onde se podia ver na TV) terminavam soando como brados racistas”.

    Esta frase, copiada no site de Caetano Veloso, subliminarmente embute uma manifestação do racismo reverso.

    Não é uma manifestação anti-racista. Mas uma manifestação descabida e que coloca pretos e brancos em extremos opostos.
    Até quando vamos encarar as pessoas com nossos olhares “morfológicos” e fenotipicos. Não seria melhor olharmos as pessoas
    pelo carater e pelas virtudes?

    Os estadunidenses ao elegerem Obama deram ao mundo um recado claro de que o racismo não é mais impedimento
    para quem quer que seja em um regime democrático. Quanto as discussões estereis de que fulano de tal é
    afro-eroupeu,afro-asiatico, afro-brasileiro, afro-europeu, afro não sei das quantas, se esqueçe que todos
    nós somos da mesma especie e do mesmo gênero, diferentemente do pato e do leão. Por outro lado o mundo precisa iniciar
    uma profunda revisão no que concerne a concentração de riqueza e acumulo de pobreza. Esta equação,
    cuja resolução esbarra na ganância e na usura dos poucos que tem muito, pode ser resolvida com uma distribuição
    das riquezas.

    Essa discussão racista, porque no fundo é racista mesmo, vez que prega uma separação nítida de brancos e negros,
    é políticamente incorreta. O racismo existe, eu reconheço, sou miscigenado, mas nem por isso eu vou ficar debatendo
    a cor dessa ou daquela pessoa, vou observar o caráter e buscar ver as virtudes e, “louvando o que bem merece”.
    deixo o que é ruim de lado. O mundo esta em franca evolução e o que vai valer daqui pra frente é o carater das pessoas.

    Acho que foi esta a lição que o povo estadunidense deu ao mundo.

    Seria prudente que Caetano evitasse valer-se, ainda que inconscientemente,da construção de frases que evoquem pensamentos e/ou embutam
    o chamado “racismo reverso, seja por algum tipo de recalque ou outra por outra razão de fundo desconhecido. Melhor evitar essa polarização.

    Sei que ele é expontâneo, mas a expontaneidade dele obedece a uma ordem “muito louca”.

    Parabéns ao povo estadunidense pela eleição histórica de Barack Obama e que a visão imperialista do mundo
    seja modificada e os povos do mundo possam viver em harmonia.

    Com relação a ÁFRICA eu gostaria de deixar aqui um registro: porque o mundo não se une e prega
    mais humanidade para um continente tão sofrido e que foi tão surrupiado, tão explorado pelos seus colonizadores?
    porque não criarmos um movimento de rehumanização da civilização africana?

    Porque os povos que tanto enriqueceram às custas deste continente não reconhecem esta realidade e passam
    a soerguer uma civilização quase destruída pelos próprios e que falece na mais triste das misérias?

    Já não é chegado o momento de ajudarmos - o mundo inteiro deve ajudar- a Africa e sua gente? Mas que ajudem mesmo,
    não é para criarcampanha do tipo que enche o bolso de particulares e que as doações, se por acaso acontecer - não tenham
    destino idêntico àquelas que o poder público manda para obras de modo geral.

    Grato pela atenção!

    Raul Bertolucci

  202. Gilliatt disse:
    Novembro 9th, 2008 at 11:21 pm

    Olha aí! Feita e gravada pela Dulce Quental, no disco Délica de 86.

    BOSSA DO BAYARD (Dulce Quental)

    Ele é cheio de poesia
    Calças sujas de tinta
    Pintando fora da tela
    Vivendo o próprio poema

    Seu sexo é um pincel
    Impressionando as mulheres
    Com toques claros e leves
    Colore lábios e peles

    Com uma garrafa de Whisky
    Imaginou um cavalo
    Solto no espaço
    Veio cair nos meus braços

    Seu único e último quadro
    Pintou com a vida inteira
    Linhas e trilhas vermelhas
    Ele é o próprio poema

  203. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 9th, 2008 at 11:40 pm

    Nando, a Adriana Calcanhoto não vai, ela já ESTÁ no trono, qualquer que seja o trono, ainda que um só para ela. Quando leio aqui que “A Vida é Doce” é uma das “mais belas coisas dos últimos tempos” e em seguida ouço, por exemplo, um disco recente da Adriana Calcanhoto, fico pensando se estamos todos vivendo os mesmos “últimos tempos”.

    Creio que não. Há um descompasso aí.

    Essa da Dulce Quental é ótima, mas caberia u m chiste com Bayard, que é nome de loja de artigos esportivos :)

    As conversas daqui são tão boas e bonitas. Vai ser triste o fim do blog. Já é triste pensar no fim do blog. O Hermano deveria criar alguma coisa para pôr no lugar, para quando o Caetano não quiser/puder mais escrever…

    Uma Caetanoweb2.0. Que tal, Hermano? CaetanOvermundo? :)

  204. gil disse:
    Novembro 10th, 2008 at 1:39 am

    Lobão não estava nem aí pra Me Chama ser gravada pelo João, que por sua vez nem tinha pensado nisso. A produção do disco da novela queria Me Liga dos Paralamas, mas o destino quis Me Chama e aconteceu tudo que aconteceu…era aniversário do Lobão e tudo seria também um presente pra ele…é o destino, é o destino…a bela música foi para o quadro na galeria imortal, a grosseria de Lobão também, João nunca mais cantou a música…Caetano Veloso na Academia Brasileira de Letras!

  205. Nobile disse:
    Novembro 10th, 2008 at 2:46 am

    de fato os homens não têm merecido muitas músicas na mpb… rs
    não tenho vasto conhecimento: marisa monte, ana carolina, dolores duran, fátima guedes, chiquinha gonzaga, ana terra, paula toller, … nenhuma delas fez uma música romantica cujo título tem o nome de um homem.
    eu acho que é por causa do machismo latino americano no qual uma mulher não pode “chegar” em um homem.
    as músicas feitas por homens com nomes de mulher geralmente são uma cantada, uma declaração. aquele negócio de musa inspiradora etc etc)
    mulheres são mais comedidas ao se declararem. as vezes simulam o que estão pensando. “não me venha falar da malícia de toda mulher…” não são tão explícitas - ainda mais com seu objeto de desejo.
    uma música que eu considero romântica, feita por uma mulher e quem tem nome de homem no título (que categoria difícil tb, né?) é:
    VAMOS COMER CAETANO, da adriana calcanhoto.

  206. Vero (Uruguay) disse:
    Novembro 10th, 2008 at 2:55 am

    Alô Pessoal!:

    En forma de agradecimiento por todos los links postados aquí (bueníssimos todos), quisiera presentarles algo made in Uruguay, ella es prima de Jorge Drexler; espero que les guste.

    http://www.myspace.com/anaprada

    Caetano querido:
    Terminé de leer Balance(o)de la bossa nova y otras bossas(Augusto Campos), este libro fué reeditado en el 2006, y definitivamente me quedo con lo que Augusto dice en el posfacio: “Lo que nació y nunca más morirá en la MPB d.C(después de Caetano)fue la conciencia absoluta de hacer y de la libertad de hacer, la noción precisa de la invención como proceso de revolución permanente y siempre inesperada. Guerrilla artística.
    De todo lo que hicieron después Cae y Gil, no da una visión sistemática. Después de publicada la primera versión de Balance(o), este libro , incluso con los agregados de…y otras bossas, no tuve, dice Augusto, la preocupación de registrar, paso a paso, el camino recorrido por ellos. Ni creo que sea necesario. Hoy ya hay mucha más gente que entiende lo que ellos están haciendo, que escriben y describen MUY BIEN lo que pasó y lo que está pasando”.
    (Adoré el libro, y es por eso que transcribo sus palabras sobre todo estas…y también estas: “Me jugué todo por los bahianos. Por Caetano. Por Gil. En el momento en que ellos eran más rechazados. Creí en ellos cuando la mayoría dudaba. Los hechos posteriores demostraron que tenía razón. La moderna música brasileña presenta dos marcos. 1958-BOSSA NOVA- 1968-TROPICALIA-
    (un secreto, ese es mi año el de TROPICALIA, ya que estoy te confieso el dia(3) y el mes(8), que nó,ni nó!!vamoo aaarrribaaa!!! otra Leaozinha!!).

    Caê, recuerdas que te prometí contarte sobre la venida a Mdeo.de nosso amado Gilberto Gil!?.

    Resumo: AAARRRRASSSOOOOOOUUU!!! Qué polenta!! esa Banda Larga Cordel. Cuando Gil subió “no palco ,..minha alma,… cheia talco,… como bum bum de bebé”…e pensei: “o melhor lugar do mundo é aqui e agora”(no la cantó, ni precisó)…Gil irradiaba, felicidade plena, estaba muy contento y emocionado, porque fue homenajeado ,con una placa, nombrándoselo Ciudadano Ilustre de la Ciudad de Montevideo.Qué tal!?… Ele merece. Qué energíaaa !!que tem nosso Gil, se bailo todo!!, puesto que el show que presentó nos iba ilustrando los diferentes estílos del Samba, pasando por el Baiao, siguiendo por el Xote, el Xaxado,(disculpa pero no sé muy bién como se escriben), Frevo..ainda mais…e samba a mil, pasó también por Beatles, llegando por supuesto al Reggae; estuvoooo alucinante, como no podía ser de otra manera.
    Sabes!?… Caetano querido, es en esos momentos cuando tengo el privilegio de asistirlos a Ustedes, (mis adoraciones más profundas), que repito la frase, que por curiosidad Gil repitió a la vez (creo que fue telepatía, es que fue tanta la energía allí trocada): “Gracias a la vida”. Y pensé también: “e a vocês por existir”….

    te mando beijos no teu coraçao. VERO;(claro!!por supuesto,… de VERÓNICA); e te “quero” sempre más… Até pronto.

  207. Gilliatt disse:
    Novembro 10th, 2008 at 3:15 am

    Não é brasileira, mas pra engordar a lista e porque ela faz canções que já nascem antológicas: Me and Mr. Jones, da doidona genial Amy Winehouse.
    http://br.youtube.com/watch?v=rtajrTlUhN8

    Essa também é dela, letra e música. Não tem nada a ver com o post, mas sugiro esse vídeo pra quem quiser encerrar o dia em alto nível. Que música!!!! O Stevie Wonder assinaria amarradão!!!!
    http://br.youtube.com/watch?v=4L9-AvjsB6g

  208. olivia disse:
    Novembro 10th, 2008 at 6:01 am

    muito bom blog beijos byington.

  209. Fernando Salem disse:
    Novembro 10th, 2008 at 9:38 am

    Bingo!

    Marisa Monte compôs GENTILEZA, cujo título (embora não pareça) é o nome do profeta:

    Apagaram tudo
    Pintaram tudo de cinza
    A palavra no muro
    Ficou coberta de tinta

    Apagaram tudo
    Pintaram tudo de cinza
    Só ficou no muro
    Tristeza e tinta fresca

    Nós que passamos apressados
    Pelas ruas da cidade
    Merecemos ler as letras
    E as palavras de Gentileza

    Por isso eu pergunto
    À você no mundo
    Se é mais inteligente
    O livro ou a sabedoria

    O mundo é uma escola
    A vida é o circo
    Amor palavra que liberta
    Já dizia o Profeta

    abçs

    salem

  210. Miriam Lucia disse:
    Novembro 10th, 2008 at 9:40 am

    Sem duvida uma grande perda para o mundo é o que representa a morte de Miriam Makeba, conhecida em todo o mundo como “Mama África” e famosa no Brasil pela música “Pata Pata”, faleceu na madrugada de domingo (9) para segunda-feira vítima de uma parada cardíaca depois de ter participado em um show a favor do escritor Roberto Saviano, ameaçado de morte pela máfia, na região de Nápoles. Para rever…

    Chove Chuva…

    http://www.youtube.com/watch?v=GemqUlXe1Jw

    http://www.youtube.com/watch?v=kCc61z9IFu4

    Paul Simon & Miriam Makeba - Under African Skies

    http://www.youtube.com/watch?v=yLVhjdzEszU

    Paul Simon - Under African Skies - Para quem quiser acompanhar a musica:

    Joseph’s face was black as night
    The pale yellow moon shone in his eyes
    His path was marked
    By the stars in the Southern Hemisphere
    And he walked his days
    Under African skies

    This is the story of how we begin to remember
    This is the powerful pulsing of love in the vein
    After the dream of falling and calling your name out
    These are the roots of rhythm
    And the roots of rhythm remain

    In early memory
    Mission music
    Was ringing ’round my nursery door
    I said take this child, Lord
    From Tucson Arizona
    Give her the wings to fly through harmony
    And she won’t bother you no more

    This is the story of how we begin to remember
    This is the powerful pulsing of love in the vein
    After the dream of falling and calling your name out
    These are the roots of rhythm
    And the roots of rhythm remain

    Joseph’s face was black as night
    And the pale yellow moon shone in his eyes
    His path was marked
    By the stars in the Southern Hemisphere
    And he walked the length of his days
    Under African skies

    Beijos pra todos!

  211. glauber guimarães disse:
    Novembro 10th, 2008 at 9:41 am

    caetano, hermano, salem, nando, gil, merengue e todos os outros amigos aqui,

    ontem à noite descobri mais uma obra prima esquecida dos 60s. não dá pra acreditar no quanto eh bom. o nome da banda eh “stained glass” [1966-69]. banda de san jose, california. na capa do vinyl, o trio está enforcado, como “strange fruits”. putz!

    e nunca acaba, toda semana descubro na net sons ingleses, americanos, brasileiros que não tiveram muita notoriedade, coisas incríveis. minha preferência eh pelo período 66-69, os psychedelic years, swingin’ london, verão do amor e tal.

    às vezes fico aqui imaginando quê que tinha na água que essa geração bebia, haha…

    acho que havia muito a ser criado, experimentado + uma excelente formação + contato com LSD + situação político-social, sei lá. caetano, fale um pouco sobre isso, se puder. claro que de lá pra cá muita coisa boa aconteceu, mas os late-60s ainda me parecem imbatíveis, ao menos na música pop.

    Joie de vivre!

  212. C. disse:
    Novembro 10th, 2008 at 10:59 am

    Mas essa história que já estão comentando sobre o fim do blog é verdade mesmo? Quando a barrinha lá em cima chegar a 100% acaba?

  213. anlene disse:
    Novembro 10th, 2008 at 11:28 am

    Miriam Makeba! Que mulher bonita, forte, negra, linda! Grande perda…

  214. gil disse:
    Novembro 10th, 2008 at 12:07 pm

    …aí está:
    Etimologia
    A palavra “mulato” teria sua origem em “muwallad”, termo árabe que significa mestiço de árabe com não-árabe, a qual deriva de “walada”, gerar, parir. Na Península Ibérica, no tempo da dominação dos muçulmanos (711 a 1492 d.C.), o não árabe poderia ser o descendente dos visigodos ou dos romanos, ou, ainda, dos antigos lusitanos.
    Porém, na versão mais tradicional, o termo mulato é de origem espanhola e passou a ser utilizada nos tempos da escravidão nas Américas, em que os retrógrados conceitos antropológicos de “raça” ainda eram vigentes, o que evidenciaria um tom ofensivo no uso deste termo.
    Alguns defendem a tese que o termo seria associado ao substantivo “mula”, que designa um animal fruto do cruzamento de diferentes espécies, em alusão ao fato de que negros e brancos formariam espécies diferentes.

  215. glauber guimarães disse:
    Novembro 10th, 2008 at 1:41 pm

    merengue,
    ta bão, nem lobão, nem calcanhoto. o FUTURO eh das melhores coisas dos ultimos tempos! haha
    respeito tua opinião. valeu.

  216. Exequiela-Frooty ooty boor- disse:
    Novembro 10th, 2008 at 1:45 pm

    Me acordé una canción con nombre de hombre, escrita por las Blacanblus (un grupo de mujeres bluseras de aquí) pero no sé si es de amor (aunque la letra diga la palabra “amor”)… me parece que es de sexo, vale igual? Igualmente…me imagino con mi cabecita voladora que entre la morena y el mulato vino el sexo, depués llegó la amistad y por último el amor.

    Maxi

    Maxi carga sus cuarenta
    enfundado en un viejo gabán
    su cuerpo se despierta
    su garganta seca de repudiar.
    Toma su trago de cerveza negra
    siente el frío parpadeo de la luz

    Maxi - chop chop chorobu Maxi

    Yo camino por la vida
    deslizándose mi estola de piel.
    Si me miran el escote
    con mi luz empiezo a resplandecer
    De repente me siente llegar
    voy cortando el humo y el jazz

    Maxi - chop chop chorobu Maxi

    Se clavan como navajas
    mis ojos negros en sus ojos de alchohol.
    Yo morena, él mulato
    con un blues metido en el pantalón
    Con este amor latiendo en los pezones
    Con este blues rompiendo

    Maxi - chop chop chorobu Maxi

  217. Nando disse:
    Novembro 10th, 2008 at 1:46 pm

    Estou me sentindo um replicante com essa barra de porcentagem.

    A percussão na música dos Stones foi mesmo fruto da vinda de Jagger ao Brasil!

    Glauber, em retribuição à sua bela dica, alguns nomes menos comuns para seu deleite: The Left Banke, Seatrain (estes produzidos pelo grande George Martin!) e Young Marble Giants (”Colossal Youth” é proto-PJ Harvey fase “Dry”, uns 20 anos antes!).

  218. Ricardo Pereira disse:
    Novembro 10th, 2008 at 2:51 pm

    Caetano,

    no post anterior, você escreveu sobre muitos artistas interessantes. Você conhece o Júpiter Maçã? É um portoalegrense que, agora está meio detonado por abso de álcool e drogas, tem tiodo dificuldade de faze bons shows, mas seu disco “Uma tarde na fruteira” ((muito influenciado pelo tropicalismo) é um oásis no desrto que tem sido a criação do pop brasileiro dos últimos anos. Consulte seus jovens músicos. Beijo do Ricardo, de Porto Alegre.

  219. Marcelo Porciuncula disse:
    Novembro 10th, 2008 at 3:01 pm

    Glauber,

    Se você gosta do período late 60s dá uma olhada nesse vídeo.

    http://www.youtube.com/watch?v=yR72OWWVJ4U

    Já o conhece? É muito provável. Mas, pelo menos nesse caso: “vale a pena ver de novo” (rsrs).

    O motivo pelo qual postei o link é simples. Li em algum lugar que Marianne Faithful escreveu uma autobiografia onde conta ter vindo de Salvador a inspiração para a percussão de Sympathy for the Devil. Ela e Mick Jagger passaram uma parte do verão de 68 na Bahia - isso é certo -, e parece que chegaram até mesmo a ir à Lavagem do Bonfim.
    Achei curioso, e no contexto desse nosso papo longo sobre Bahia, axé, rock, provincianismo, vanguarda, 60s, etc., acabei lembrando disso.

    Teria a percussão da Bahia dado palpite, lá atrás, no que há de melhor do rock and roll? Alguém aqui sabe algo sobre isso?

    Abraços em todos.

  220. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 10th, 2008 at 3:34 pm

    O Lobão é aquele primo-problema que arruma confusão nas festas de final de ano, de quem todos gostamos, e no fim das contas sabemos que faz tudo aquilo para chocar (sem deixar de amar a todos). No finzinho da festa, cobre-nos de abraços e beijos, quase aos prantos.

    É uma rebeldia bonitinha, não tenho dúvida. Mas às vezes acho que há um certo receio de se lhe dizer certas coisas - como se ele próprio não fosse um dos mais agressivos polemistas do país.

    Dizem que Caetano é chato - eu não acho -, mas nunca se pôs em dúvida sua obra e qualidade musical. Essa é a verdadeira riqueza do artista.

    O resto é a analogia da festinha de família, mesmo. E o Caetano acho que é aquele primo sempre mais bonito e talentoso do qual o primo “rebelde de mentirinha” morre de inveja (sem deixar de amá-lo).

  221. Gravatai Merengue disse:
    Novembro 10th, 2008 at 4:03 pm

    Por que sempre falamos “afro-isso”, “afro-aquilo”, mas nunca identificamos qual o país da África do qual veio determinado negro? O politicamente correto exige que se diga “afro-brasileiro”, mas não parece uma concessão ao escravagismo?

    Porque a África é imensa e o negro do Brasil não é apenas “afro-brasileiro”, mas talvez “congo-brasileiro”, “angolano-brasileiro” ou algo do gênero. Ou quando um branco nasce na África ele é denominado “euro-congolês” ou “américo-angolano”?

    Às vezes parece que essas denominações dão a volta completa em busca da ‘terminologia menos agressiva’ e acabam por adotar uma expressão muitas vezes pior que qualquer outra espontaneamente adotada pelas pessoas.

  222. unamuno disse:
    Novembro 10th, 2008 at 4:31 pm

    A vitória de Obama quase que imediatamente aliviou a vergonha que nossa elite branca sentia de Lula. Graças a Deus o EUA agora tem um presidente mais negro que o nosso…Agora os apresentadores dos canais a cabo já não apresentam o leve ar de desprezo, expresso com uma sutil contração da comissura labial, com que finalizam as notas sobre Lula. Os da TV aberta não têm sutilidade…

  223. glauber guimarães disse:
    Novembro 10th, 2008 at 4:46 pm

    nando,
    somos todos replicantes. dentro e fora deste blog. seatrain, não conheço. vou catar. left banke, eu adoro. c sabia que o steven tyler [na epoca ainda steve tallarico] gravou uns backings em faixas como “dark is the bark” do left banke? linda canção, por sinal.
    brigado pela dica!

    ricardo,
    “uma tarde na fruteira” do júpiter maçã eh um disco sensacional. “mademoiselle marchand” eh minha preferida.

    porciuncula,
    minha apresentação preferida no rock n’roll circus dos stones eh a do jethro tull. aliás, os primeiros 6 albums do tull são incríveis. e as letras do ian anderson são extremamente sofisticadas e belas.
    e sim, a percussão baiana, o candomblé, foram inspiração pra “simpathy for the devil”. eh a conexão boca do rio/gloucestershire, hahaha

    thereza,
    seu comentário me lembrou de “tradição”, do disco tropicália 2. obra-prima. letra e música.

    olivia byington passou por aqui?? que joia, sou fan. beijo pra ela. e pro francis, que eh gênio total!

    abraço a todos.

  224. Julio Vellame disse:
    Novembro 10th, 2008 at 4:49 pm

    Um tema que me passou pela cabeça agora foi a incorporação da “música de protesto” no ambiente de classe média alta (Hip Hop, música de periferia, O Rappa…)
    Esses dias fui num casamento super chic no Trapiche Adelaide em Salvador onde tomo mundo cantava “eu quero é ser feliz (…) na favela onde eu nasci” e “o negro segura a cabeça com a mão e chora” como se a letra fosse em mandarim.

    E como o assunto é US uma coisa parecida rola nas boates de Vegas com aquelas meninas da califórnia curtindo uma de “doidas por uma noite”. De fato lá me parece mais que o personagem entrou de propósito.

    O que vcs acham? é musica sem fronteira ou é a classe média imitando a felicidade de morro?

  225. Maria disse:
    Novembro 10th, 2008 at 4:55 pm

    Oi Gil, eu também já vi as mais grotescas definições para a palavra mulato, e a última que eu ouvi para ‘mulata” nem vou escrever, pois teria vergonha.
    Mas parece que o Caetano não está com muita vontade de responder sobre isso. Tudo bem.Mulato ou negro, tudo é muito bacana.
    E ontem assisti novamente a ‘Opai Ó. Lázaro Ramos é show.
    abraços e desculpem-me por ter saído do assunto em pauta.
    PS: Oi C.
    Isso do blog terminar quando a barrinha chegar a 100% parece ser o grande mistério por aqui. E olha que já está em 80%.

  226. Julio Vellame disse:
    Novembro 10th, 2008 at 5:02 pm

    Estou pensando em fundar um grupo de afirmação branca da Boca do Rio em Salvador.GABBR

    Nos bairros pobres de Salvador a discriminação aos brancos não é de hoje, a eleição de Obama já preocupa os moradores com teor <40% negro.

    Bem verdade que Obama “graças a Deus” me parece sensato nesse ponto. (Menos hoje que antes da eleição).

    A palavra “reparação” que anda muito citada por aqui no cu do mundo assusta…

  227. gil disse:
    Novembro 10th, 2008 at 5:06 pm

    Lobão sempre se disse o traidor…Lobão tem razão.

  228. glauber guimarães disse:
    Novembro 10th, 2008 at 5:07 pm

    ói, não confundi as duas olivias não, hein! sou fan das duas! byington começou cantando rock, e muito bem. byington rocks!

  229. Ingrácia disse:
    Novembro 10th, 2008 at 5:19 pm

    Oi Teteco, obrigada pelo esclarecimento. Já derramei lágrimas mil ao ouvir e ao repassar a versão que conhecia da origem de Cajuína..

  230. Thereza Eugenia disse:
    Novembro 10th, 2008 at 5:22 pm

    Caetano, Obama é mulato mesmo, e se ele morasse na Bahia nos anos sessenta e quisesse frenquentar o Bahiano de Tenis teria que esconder o cabelo duro com aquele corte senâo ele não entrava no granfino Club de Salvador. Um beijo

  231. joana disse:
    Novembro 10th, 2008 at 7:19 pm

    Raul Bertolucci

    seu coment deu uma refresco e uma impulsão em meu pensamento, pois a eleição de Obama estava me fazendo pensar em coisas semelhantes a muitas que vc escreveu.

    sou de pele branca, fina, quase leite, quase transparente, com veias aparentes…

    mas uma vez, qd ensaiava uma parte de um negro espiritual, a capella, fui surpreendida por um fato que nunca esqueci, e que sempre guardei no coração com carinho, e um tanto de agradecimento. eu ensaiava em uma parte da sala onde alguma pessoa ouviu minha voz, mas não me viu. e quando essa pessoa me enxergou comentou algo assim, com um tanto de espanto: eu achava que vc era negra! por causa do timbre da sua voz!

    hoje em dia, estudo em outra área com um argentino radicado em new york que tem um firme grupo de trabalho em porto alegre, no sul. tenho amigos e pessoas com quem trabalho, com vinculos profundos, no rio. estou começando a estudar também com outro professor que conheci em erechim, minha cidade natal (cidade de terra e nome indígena caracterizada pela imigração de povos europeus-conhecida por Capital da amizade ou terra dos povos). ele é sergipano, mas vive na Dinamarca há 38 anos. e esse fim de semana, participei de espetaculos anuais de um grupo de folclore polones chamado jupem, em seu aniversario de 40anos, que mantem laços profundos com a polonia, e com o qual já dancei, há uns 20 anos atras, por grande parte do brasil. encontrei meus amigos com quem suava pra realizar espetaculos com muitos sorrisos contruidos com a ajuda e empenho de todos que participavam (sem restrição de raças). havia e há tarefa e lugar pra todos. desde os mais antigos de 40 anos atrás, até as crianças de 6,7 e 8 anos (inclusive minhas filhas). e fomos assistidos ontem pelo encantador, carinhoso e criativo Hermeto Pascoal, que vem da outra ponta do brasil, e que pelo visto deve ter gostado muito (o que também me gerou um estado de gratidão por estar no palco, nesse momento, 20 anos depois, com meus amigos de juventude e minhas filhas).

    e não tenho nenhuma atividade fora do comum que me leve a viver assim, tenho até muitas mais situações e conexões pra exemplificar isso. e usando internet apensa como ponto de apoio! o maxio que me aventuro nela é aqui no blog, e no meu material na rede.

    pois acredito que essa é a nossa realidade como raça. é presente e futuro. creio que não há como voltar atrás.

    e apenas 1 vez me disseram que era dificil estabelecer uma comunicação comigo, ou algo tipo, existiam problemas por causa de “diferenças culturais”…ao que eu respondi e tentei deixar bem claro que não acredito em diferenças culturais e raciais. aliás, sou branquela que sabe sambar e com certeza ficaria feliz de me “perder em tambores do olodum, nos maracatus, tambores mineiros, ou nas cores africanas”. ou muitas outras coisas que não faço idéia que existam.

    acredito em diferenças de funcionamento de energias e estruturas corporais, densas e sutis, as vezes mais nos pés, as vezes mais na cabeça… diferenças de caráter, não entre raças, mas entre pessoas. e em todos esses exemplos que citei, sempre havia uma conexão, um fio perfeito alinhavando todos esses encontros. tanto que eles seguem firmes na teia de minha vida.

    Obama me lembra isso tudo. e muito do que Raul escreveu aí acima. e me dá esperanças de muitas descontruções que ainda poderão existir nesse simbolismo de sua imagem. e fazemos parte disso. do fato, da imagem e dos reflexos.

    bj.

  232. Gilliatt disse:
    Novembro 10th, 2008 at 7:44 pm

    Olha, pros que estão muito ansiosos com o possível fim do blog (que, convenhamos, já estava previsto desde o seu primeiro dia) eu recomendo calma… relaxem… se as coisas boas durassem pra sempre todos nós ainda estaríamos presos à continuação de tantas outras que nem teríamos tempo pra dar uma passadinha aqui. E depois, quem sabe uma medida provisória não nos contempla com uma prorrogação ou quem, sabe, instaura um universo paralelo.
    Mas se esse papo ingênuo e meio poliana não ajudar, caiam de boca na trilha perfeita pra esses momentos, digamos, de anunciada nostalgia.
    Não precisam resistir à curiosidade não, podem clicar, não se arrependerão:
    http://br.youtube.com/watch?v=n7IZvNvl-es

    Beijos e abraços!

  233. guto disse:
    Novembro 10th, 2008 at 7:51 pm

    caetano
    a bebel gilberto fez um show em campinas que ela terminou saudando a vitória do obama. o show foi maravilhoso. Ela cantou lindamente Tempo de Estio. Apesar de BG ser filha de João e Miúcha e sobrinha do CBH ontem vi que é em você que a moça encontra seu canto mais belo.
    A propósito escrevi um negócio no meu blog sobre o show dela:
    Sem Contenção de Momentos espontâneos
    O Show da Bebel Gilberto em Campinas, ontem, foi um momento de orgulho da carreira deste circo como produtora. Bebel Gilberto cantou para uma platéia sentada, ingressos esgotados, como ela é acostumada a cantar pelo mundo afora. Com a banda e um repertório especialmente construídos para essas três apresentações, BG abusou da espontaneidade - marca sumida das cantoras inseridas no showbizz - do improviso e da simpatia. Conversou com o público a cada pausa entre as canções do espetáculo.
    Começou com “Momento” do disco novo. Depois cantou “Um Segundo”;”Simplesmente”. Depois, surpreendeu com uma versão de “Tempo de Estio”, do Caetano do disco Muito – dentro da estrela azulada (1978). Mais Caetano, ela brindou “o reencontro com o velho amigo”, Pedro Baby, no violão, (filho de Baby Consuelo e Pepeu Gomes), e cantou “Menino do Rio”. Vieram duas da matula eletrônica: “Bring Back The Love” e “August Day Song” em versões não eletrônicas com grandes performances dos músicos Thomas Bartlett (piano e teclados), Masa Shimizu (viollão, guirarra e contrabaixo) e Magrus Magroove (bateria e percussão).
    Momento intimista e comunhão com o público cantando “Preciso Dizer Que Te Amo”.
    Na última parte do show ela avisou: “Agora é emoção pura”. E assim fez “Acabou Chorare” música composta por Moraes e Galvão, em homenagem à própria BG que aos 6 anos disse para os pais se tranquilizarem: “Acabou Chorare”. E Seguiu com “Baby”, “Bananeira” do Donato, a linda parceria com Carlinhos Brown, “Aganju” do disco Bebel Gilberto (2004). Finalizou com a melhor surpresa do show, “Mulher Sem Razão” (Dé, Cazuza e Bebel) recém resgatada por Adriana Calcanhotto e “Sem Contenção”. Terminou o show como qualquer novaiorquina, carioca, cidadã do mundo saudando Obama. Ainda sobrou Caçada para o bis. Eu quero bis. O show de SP pode ainda ser uma outra história, como o é cada show de BG, diferentemente da grande maioria dos artistas atuais que não se permitem qualquer improviso durante a apresentação. Confesso que sempre tendi ao show bem amarrado sem muita surpresa mas tem sempre uma Elis Regina, Cássia Eller, uma Ângela Ro Rô e uma Bebel Gilberto para nos brindar com essas exceções e deixar a gente babando e querendo, sem muita razão, Essas Mulheres.
    Mulher Sem Razão
    ( Cazuza / Dé / Bebel Gilberto)
    Saia desta vida de migalhas
    Desses homens que te tratam
    Como um vento que passou
    Caia na realidade, fada
    Olha bem na minha cara
    Me confessa que gostou
    Do meu papo bom
    Do meu jeito são
    Do meu sarro, do meu som
    Dos meus toques pra você mudar
    Mulher sem razão
    Ouve o teu homem
    Ouve o teu coração
    No final da tarde
    Ouve aquela canção
    Que não toca no rádio
    Pára de fingir que não repara
    Nas verdades que eu te falo
    Dá um pouco de atenção
    Parta, pegue um avião, reparta
    Sonhar só não tá com nada
    É uma festa na prisão
    Nosso tempo é bom
    Temos de montão
    Deixa eu te levar então
    Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
    Mulher sem razão
    Ouve o teu homem
    Ouve o teu coração
    Batendo travado
    Por ninguém e por nada
    Na escuridão do quarto
    Na escuridão do quarto

  234. Evangelina Maffei disse:
    Novembro 10th, 2008 at 7:51 pm

    - Olá a todos!
    - Nando e Caetano,
    Joni Mitchell tem várias cançoes com nome de homem no título(”Jeremy”, “Michael from mountains”, “…Saw Richard”, “Willy” (para Graham “William” Nash, seu namorado na época):
    “Willy is my child he is my father/I would be his lady all my life/He says he’d love to live with me/
    But for an ancient injury/That has not healed/He said I feel once again/Like I gave my heart too soon/He stood looking thru the lace/At the face on the conquered moon/And counting all the cars up the hill/And the stars on my window sill/There are still more reasons why I love him//Willy is my joy he is my sorrow/Now he wants to run away and hide/
    He says our love cannot be real/He cannot hear the chapel’s pealing silver bells/But you know it’s hard to tell/When you’re in the spell if it’s wrong or if it’s real/But you’re bound to lose/If you let the blues get you scared to feel/And I feel like I’m just being born/Like a shiny light breaking in a storm/There are so many reasons why I love him” [do álbum "Ladies of the Canyon, 1970].

  235. Heloisa disse:
    Novembro 10th, 2008 at 8:28 pm

    “Me disseram que as minhas canções de amor não se parecem com canções de amor. O amor é uma coisa nebulosa, um saco de gatos. Eu não gosto de suas temáticas.”

    Caetano, isso ainda vale? Porque você pode não ter muitas, mas tem uma das mais belas canções de amor que eu conheço - ou estou confundindo com sexo? Corrija-me se eu estiver errada, então:

    ‘Coisa linda, é mais que uma idéia louca
    Ver-te ao alcance da boca
    Eu nem posso acreditar
    (…)
    Coisa linda, desejar-te desde sempre
    Ter-te agora e o dia é sempre
    Uma alegria pra sempre’

    Essas palavras não tem explicação, de tão lindas. Já disse e repito: é também mais que uma idéia louca ter você ao meu alcance aqui, mesmo virtual. Ainda que não concorde que nossas discussões terminem - quando terminam - sempre de forma delicada, pois às vezes você me ignora, ou responde com frases secas. Mas quando você se mostra inesperadamente carinhoso, aí não tem jeito - me derrete e me reconquista com seu refinamento. Por isso eu continuo também.

  236. JORGE ENCARNAÇÃO disse:
    Novembro 10th, 2008 at 10:07 pm

    CAETANO VOLTAREI A SER SEU FÃ QUANDO VOCÊ GRAVAR UM DISCO DE PAGODE BAIANO. PSIRICO É O FUTURO DO ROCK. VIVA MÁRCIO VÍTOR E MICK JAGGER. E VIVA A BAHIA, CAPITAL MUNDIAL DA CULTURA. E QUE VIVA O BRASIL. E QUE VIVA GLAUBER ROCHA. E QUE VIVA CHICO E CAETANO.
    JORGE ENCARNAÇÃO.

  237. Roberto disse:
    Novembro 10th, 2008 at 10:45 pm

    Dresden Dolls, um duo interessante, faz uma música na linha cabaret punk – Kurt Weil e o já citado Bertold Brecht são referência. São cidadãos dos EUA, Boston, e acho que ela compõe as canções – a que interessa ao thread das canções de mulheres para homens, ao menos, é só dela. É ótima, e sexy, e… muito perversa. Ela é a Amanda Palmer.

    Missed me (Amanda Palmer/The Dresden Dolls)

    missed me missed me now you’ve got to kiss me
    if you kiss me mister i might tell my sister
    if i tell her mister she might tell my mother and my
    mother, mister, just might tell my father and my father
    mister he won’t be too happy and he’ll have his lawyer
    come up from the city and arrest you mister
    so i wouldn’t miss me if you get me, mister, see?

    missed me missed me now you’ve got to kiss me
    if you kiss me mister you must think im pretty
    if you think so mister you must want to fuck me
    if you fuck me mister it must mean you love me
    if you love me mister you would never leave me
    it’s as simple as can be!

    missed me missed me now you’ve got to kiss me
    if you miss me mister why do you keep leaving
    if you trick me mister i will make you suffer
    and they’ll get you mister put you in the slammer and forget
    you mister then i think you’ll miss me won’t you miss me
    won’t you miss me

    missed me missed me now you’ve got to kiss me
    if you kiss me mister take responsibility
    i’m fragile mister just like any girl would be
    and so misunderstood (so treat me delicately!)
    missed me missed me now you’ve gone and done it
    hope you’re happy in the county penitentiary
    it serves you right for kissing little girls but i will visit if you miss me
    do you miss me? MISS ME??
    how’s the food they feed you??
    do you miss me
    will you kiss me through the window?
    do you MISS ME? MISS ME??!!
    will they ever let you go???
    i miss my mister so!!!!

    http://www.youtube.com/watch?v=BpeWHPtviFQ

  238. glauber guimarães disse:
    Novembro 10th, 2008 at 10:54 pm

    errata:
    putz, falei num comentario anterior que “os late-60s ainda me parecem imbatíveis, ao menos na música pop”. mas tenho que fazer uma ressalva: a bossa nova, claro! ela tmb eh imbativel, principalmente tom jobim, que fez a musica mais bonita que ja ouvi na vida: “passarim”.

    uma curiosidade: venho do rock, mas tenho “jobindo” tatuado no meu antebraço direito, com aquela fonte bacana de caligrafia. tipo, jobindo a vida e tal…entao, o meu equivoco em esquecê-lo naquele comentario eh imperdoavel. saudade de tom.

    abraço a todos, pessoas bacanas.

  239. Roberto Joaldo de Carvalho disse:
    Novembro 11th, 2008 at 5:39 am

    UM PAPO JÁ QUASE QUALQUER COISA QUE DENTRO DE MIM MEXE E…

    Oi, Iaurene, tenho o maior interesse nesse lance da visada de Schwarz acerca da Tropicália. Acho que lá na outra página, assim que eu falar em breve - mas com atraso tamanho - um tiquinho mais sobre vanguardas, roçarei também nesse assunto, ainda mais por conta do oxímoro pronunciado ali pelo querido e impagável Marcos Lacerda, “vanguarda sudesenvolvida” - ainda não sei com referência a quê (seria mesmo em relação ao tropicalismo?).

    Iaurene e Rosana Tibúrcio, vocês não poderiam me passar um e-mail (localize-o em meu perfil no meu blogue) contando algo mais que saibam sobre o “nome em si” dessa usina cindida de poesia & crítica, que é o Altino Caixeta? Necessito!

    xxx

    Um papo também com as triguesas que já me aconteceram, ou melhor, essas três naus que se abalaram desde a Hélade caetânica e já aportaram em meus mares orkutianos:

    Exequiela, de repente, como um fenômeno daquele de A Rosa Púrpura do Cairo, eis que a sua Paquita invade-me o escritório e se enrosca em minhas pernas, afagando-me com uma argúcia felina tal, que salva-me por uns instantes lindos de meu afogamento cotidiano.

    Miram Lucia, você que parece se deixou fisgar um taquinho pelo Michel de Montaigne lá no orkuto-circuito - e sumiu da minha página -, se não quiser partir logo para os ‘Ensaios’, em que ele se pinta e se repinta como um homem de um mundo ainda sempre novo ao menos para mim, pode pegar atalho lendo “A evanescência canônica da verdade”, que é o capítulo sobre esse genial existencialista francês, mais veraz do que Sartre o foi capaz, contido em O Canône Ocidental, do Harold Bloom.

    Helô, minha Andorinhadiorim, o andarilho Zizek aceitou convite de Riobaldo para vir ter com ele no fundos de todos os matos brasileiros - onde o aguarda com um saco de risos pendido do braço -, quando, afinal, discorrerão sobre a latitude mulata de Obama no comando da sociedade e do poderio imperial americano, e ainda sobre esse capítulo do amor que você indagou ao mulato Caetano.

    Eu também não gosto do amor, mas que amor me “pegou”, ah, como pegou!

    ____

    Para quem curtiu ou está ainda curtindo a saborosa entrevista de Caetano postada por mim mais acima, dada há duas décadas e meia, reitero que ainda trarei aqui pra todos nós uma do Gabeira, que fizemos três anos após. O intuito é um só, é o de que a gente possa sondar agora como esses dois titãs de nossa cultura e política já reverberaram-se sobre pontos instigantes em outras eras. Aguardem-me.

    ____

    Vejo que na postagem à frente desta, Caetanino afirma sim que logo que o disco seja lançado esta infonavelouca chegará ao fim. Não entendo como - logo ele! - não vê que nenhuma obra chega completamente ao fim. Não percebe que o disco novo é também uma dobra desta obraemprogroresso.com.br? Ainda bem que toda obra grandiosa se desdobra - ganhando existência nova em todos nós, em vocês e em mim.

    Em todo caso, vamos comemorar o fim! Heermano e Allinmedia me esperem só mais um poquinho, enquanto salvo este blogue inteirinho! Convoco todos a um festim apocalypso, no espírito da variação que escrevi sobre obra de Rosalvo Gurgel:

    http://estreladecentauro.blogspot.com/2007/09/reveillon.html

    N.B.: “a festa mambembe para rastejar pela vida afora” do poeminha pode ser entendido também assim: Um convite para ingressarmos na IMPERTINÁCIA - uma revista web viva, ou seja, a nave que estou projetando para lançar no espaço sideral internético, construída com 75% de tecnologia nacional, e que será ejetada de - já reconhecida internacionalmente - plataforma nordestina, localizada no Rio Grande do Norte, com apoio poético-institucional fundamental de nossa Força Aérea:

    http://www.clbi.cta.br/

  240. Marcus Minuzzi disse:
    Novembro 11th, 2008 at 11:48 am

    A cajuína amorosamente liga-nos à lonjura de um Brasil aleitado pelo negro musicista e homérico que embala Caetano.

    Arde também um lusa recordação, onde moram claves heróicas que fazem do Brasil sempre uma esperança.

  241. Guido Spolti disse:
    Novembro 11th, 2008 at 12:19 pm

    A canção “de felicidade” - Lindeza - mencionada por Heloísa, sempre a vi como uma declaração para uma criança, não sei se pelo disco ter saído quando um dos filhos do Caetano, acho que o Zeca, ter nascido; provavelmente fiz a associação com aquela canção “Boas Vindas” daí, Lindeza ter ficado em minha psiquê como uma declaração de amor a um filho…

  242. Marcelo Noah disse:
    Novembro 11th, 2008 at 8:04 pm

    Eu já entrei na campanha pra 2010, fiz uma camiseta e usei pela primeira vez no show do R.E.M.

    http://www.flickr.com/photos/marcelonoah/3010206549/

    A hora de começar é agora, GABEIRA PRESIDENTE!!!

  243. Patricia 1 disse:
    Novembro 15th, 2008 at 3:45 pm

    Olha so que maravilha gente…estou com o ingresso comprado( são apenas 195) para uma apresentação de Maria Bethânia na Pupileira da Santa Casa da Misericórdia,dia 10/12 onde ela recitará poemas do Padre Antonio Vieira, cantará músicas sacras e outras coisitas mais…uma loucura né? E de quebra ja assegurei tbem o de Mercedes Sosa,28/11 no TCA e dia seguinte nosso querido colega de comentários,ministro, compositor, cantor e amigo de Caetano rssss, Gil,…overdose de delícias…Aviso: Não vendo , não empresto e não dou…bjbjbjs…farei comentários rsrss

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