Liberdade de Imprensa (11/09/2008)

LIBERDADE DE IMPRENSA
11/09/2008 6:06 am

Meu único problema com as esquerdas é que percebi ser o credo liberal mais resistente historicamente do que o comunista. Assim, a liberdade de opinião - a de imprensa em particular - é (até que um Zizek desses me convença) sagrada. Agradeço a Renato por ter me mostrado o forte texto de Jotabê Medeiros. Lembro que Osias já tinha me dito, educadamente, que achara o texto de Medeiros mais próximo de uma verdadeira crítica musical do que o de Syvia. Não pense que não sei que seria mais calmo, mais seguro, mais nobre, não comentar os comentários negativos que fazem sobre meu trabalho. Dezenas de vezes já se passou coisa semelhante comigo. Sou escoladíssimo nesses assuntos de reagir à imprensa. Nos anos setenta isso fazia parte de minhas apresentações públicas: eu lia e comentava (inclusive o português) de vários críticos nos palcos dos shows. Achei esse trecho do Jotabê que Renato mandou excelente. O português está muito melhor e os argumentos são bonitos e corretos. Muitas vezes, ao longo dos anos, já ouvi e li jornalistas dizendo que eu estava pedindo suas cabeças. Quase tanto quanto ouvi de colegas que se sentiram prejudicados por matérias de jornal. Não acredito que tenha o poder de destruir carreiras jornalístcas. O jornalista com quem mais violentamente briguei é ainda, anos depois de ter morrido, o mais influente do país: Paulo Francis. Brigar com jornal é brigar para perder. Quem tem coragem não se incomoda com isso. Mencionei os editores, no caso do show com Roberto, porque sempre ouvi de jornalistas (e li impresso) que títulos, manchetes e destaques são decididos pela editoria. Muitas vezes ouvi isso em tom de justificativa ou de pedido de desculpas. E disse que algo semelhante significaria, nos Estados Unidos, a demissão do repórter porque esse é um argumento que venho repetindo há anos: se um cara quisesse escrever no New York Times que “o chato do Ray Charles está no Madison Square Garden outra vez” ou “ninguém agüenta mais Tony Bennet”, o editor perguntaria se ele sabia onde estava. Isso é simplesmente verdade, é uma observação antropológica: americanos não acham normal ver desrespeitados os medalhões que são o orgulho do país. No entanto, já li na Ilustrada, em crítica a que o editor deu meia página, isto: “não ouvi nem vou ouvir o novo disco de Chico Buarque; não preciso disso para saber que não vale nada, repete as mesmas rimas” etc. Informo aos leitores brasileiros que coisas assim só se lêem nos tablóides de rock’n'roll ingleses (porque, mesmo na Inglaterra, no Guardian ou no Times não sai). Agora você acha que estou seguro de que isso só é negativo? Não. Nem isso. Acho graça em o Brasil ser assim esculhambado. É um país punk rock, em que a grande imprensa tem sotaque de tablóide marginal. Sou um medalhão transviado, como já disse, e me sinto até bem com esse negócio. Mas em linhas gerais me esforço para levar o Brasil a aprender a se poupar mais. Talvez eu não faça a coisa do modo mais eficaz. Mas algo se aproveita. Fico feliz em ver Jotabê respondendo tão bem e encontrando espaço e liberdade para fazê-lo. É disso que eu gosto. Tenho tanto poder de impedi-lo de manter seu posto no Estadão quanto ele de convencer o Itaú a não me contratar. E menos vontade.



32 Comentários sobre o Post “LIBERDADE DE IMPRENSA”

  1. Nassau Santiago disse:
    Setembro 11th, 2008 at 8:19 am

    Tenho acompanhado com certo interesse toda a celeuma que se deu em relação às apresentações de Caetano e Roberto. Meu interesse é, senão, o de um fã fervoroso dos dois. Ao ensejo, protesto!! – Por residir fora do Eixo, não fui contemplado com uma apresentação em minha cidade, Belo Horizonte. Um absurdo!!!. Pois bem, em razão de não ter assistido à apresentação conjunta, não posso emitir qualquer oponião sobre a qualidade do espetáculo. Entretanto, mesmo já me revelando fã de ambos, ouso tecer alguns comentários isentos sobre o tema atual, que não é mais o show, mas sim a Crítica brasileira. É inegável a necessidade que alguns críticos têm de acreditar que, para se alcançar prestígio e credibilidade, devem, quase sempre, destoar do senso comum. A empresa que contratou os ícones da MPB para homenagear os 50 anos da Bossa Nova, o fez propositalmente para atingir a máxima notoriedade pretendida, ciente de que não apenas seus clientes/público se encarregariam da repercussão, mas também e principalmente, a Crítica, trataria de causar a “ressaca” do dia seguinte. Todos nós conhecemos esse hábito!! Adoro ler uma crítica sobre os assuntos de meu interesse, além das informações de praxe que me fornecessem, tais como set list, reação do público, surpresas na apresentação, etc., elas me fazem exercitar, como deve acontecer com todo mundo, meu próprio senso crítico, quer seja em relação ao tema, se for de meu domínio, quer seja em relação á própria crítica, quando analiso se o crítico age como tal ou quando ultrapassa seus limites e age como se fosse um professor ao corrigir a avaliação de seus alunos, aí eu me divirto muito mais!! Finalizando, deixo um trecho de uma música de mineiros, que intuitivamente me revelou um dia: “Nessa caverna o convite é sempre igual… meu coração é novo e eu nem li o jornal…”

  2. sugestão disse:
    Setembro 11th, 2008 at 9:10 am

    Caetano, faço um desafio: depois de toda essa polêmica sobre a crítica, o idioma etc etc, você poderia gravar, ou pelo menos por favor cantar em algum próximo show, uma música do Lupicínio Rodrigues chamada “Torre de Babel”? Ela tangencia essa questão do desentendimento verbal, mas, no fim das contas, o protagonista diz que continua adorando a amada. É uma música maravilhosa, e acrescentaria um final feliz e doce a esse episódio. Abração!

  3. glauber disse:
    Setembro 11th, 2008 at 9:37 am

    Em um lugar onde jovens não conseguem fazer o básico que é uma interpretação de texto,acho que jornalistas deveriam estar melhor preparados, ao escrever sobre os alicerces da nossa cultura.Se mostram anti- patriotas em relação ao tio Sam, onde deveriam valorizar bem mais o que temos de melhor, me orgulho de saber que existe um caetano,e que posso ter o prazer de ver um show, ou ouvir um disco do mesmo , e dizer “esse esta entre os melhores”

  4. robson disse:
    Setembro 11th, 2008 at 10:19 am

    ah, então os medalhões não podem ser “desrespeitados” por uma crítica? Se Tony Bennet ou Ray Charles não sofreram críticas decorrentes de shows ruins, é provavelmente porque a imprensa norte-americana não vale a isenção e imparcialidade que prega…

  5. Exequiela @ Mar Dulce.... disse:
    Setembro 11th, 2008 at 10:44 am

    Si, puede ser… en EEUU hay mas respeto en todo sentido. No se puede negar pero… si (en cualquier parte del mundo) un icono musical no puede ser tocado porque tiene la etiqueta de leyenda entonces mal hecho!

    Me pregunto: Si una obra artistica de un icono es mala a los ojos del critico y se la critica justamente y respetuosamente, esta bien o mal? Yo, que estoy muy lejos de ser un icono, preferiria una critica respetuosa y con buenos fundamentos que una sin fundamentos e irrespetuosa… por supuesto… Sin embargo al recibirla pensaria: vaffanculo!! (perdon por la groseria). Es decir: a todos nos lastiman las criticas. No hay mucha vuelta que darle.

    Las criticas deberian ser como mucho una persuasion y no una sentencia… pero bueno, hay cosa mas graves en esta vida, ne?

  6. tyrone medeiros disse:
    Setembro 11th, 2008 at 10:51 am

    ROBSON,

    o que Caetano disse não é a mesma coisa que você está dizendo.

    uma coisa é você ser profissional, e fazer uma resenha, e mesmo não gostando, colocar ali pontos que são negativos.

    outra coisa é ir além da resenha, ir além do carater sério que a revista, site ou jornal seu propõem…

    por exemplo: “a chata da M. fez um disco monocordico e sem brilho”. Você já induz o leitor a pensar que a cantora é sempre chata, como você pensa - independente do que ele-crítico achou.

    como foi o caso do “rei da naftalina”… e muitas outras coisas que esses meios escrevem que são de mau gosto.

    No mais, conheço muita gente aqui no Rio que deixa de ir em show porque a crítica do espetáculo no segundo caderno foi meia-boca.

    mas agora, cá pra nós, Caetano já está vacinado de agressões nesse estilo. Brindemos.

  7. Flávio Alves disse:
    Setembro 11th, 2008 at 11:17 am

    Também não acho que medalhões devam ser imunes a críticas. Mas pelo que entendi do que Caetano escreveu a questão maior está na “facilidade” que existe no Brasil para se criticar os medalhões. Há uma espécie de antipatia prévia, que parece que deseja afirmar a independência e a modernidade da crítica.
    E quem fala em liberdade de expressão deveria entender que criticar a crítica também está dentro desse conceito. As matérias foram mal feitas e, embora, tudo bem, Caetano estivesse na condição de suspeito, não há, por si só, problema em questionar a competência profissional de jornalistas que escrevem matérias mal feitas.

  8. gil disse:
    Setembro 11th, 2008 at 11:56 am

    o jornalista que colocaram para criticar nossa GLÓRIA, Roberto/Caetano cantando Tom, sugere no seu blog para o fim de semana : Whatever you WantClub 8
    Mistaken for Strangers/The NationalConvict ColonySaulWilliamsMGMTHit the Wall
    Brendan Canning and Broken Social Scene
    Sintomático. A crítica de música entre nós detesta a música na língua, prefere a outra…seria como se aqui todo mundo só lesse o New York Times…como diz o outro: mas quem escolheu esse microfone? Brigar pra perder é nossa sina, Chico uma vez disse algo assim quando o chamaram de pé frio em eleição, mas a história anda. O Itaú é um gesto, há um imenso vazio, a crise na indústria da música é mais cruel com a música na língua. O ataque do jornalista, mesmo que ele nem saiba disso, serve a que? A música e o mercado da música no Brasil dependem da opinião, é preciso multiplicar os Itaús entre nós e para isso é preciso fazer frente a esse vento todo que vem de onde?

  9. Paulo Tabatinga disse:
    Setembro 11th, 2008 at 1:35 pm

    Adorei Slavoj Zizek.

    —————————————–

    Introjetaram um espaço
    No sonho do homem
    Tele-transporte – tele-visão
    Banda-larga cibernética
    Virtual cidade da solidão

    de Paulo Tabatinga - Teresina

  10. antonio schultz disse:
    Setembro 11th, 2008 at 2:16 pm

    sao tantas informaçoes e tantas identidades, uma plena confusao midiatica,
    Me identifiquei com seu ultimo texto tanto quanto voce com Bukowski.
    Parabens por brigar, bater o pe.
    Eh muito bonito ver um artista assim tao bravo, coragem moral eh o que falta à maioria dos brasileiros.
    Você sabe disso e vai contra tudo o que possa mascarar a realidade. Nao tem nada haver com esse papo de ser leao, muito menos lobao.
    Tambem nao sou modesto.
    Experimentando tomar na cara… nao eh bom, mas tambem nao eh ruim, serah que eh a dor vaidosa?
    Escrevo daqui onde moro, o sertao, que mata as pessoas que acreditam no poder da chuva.
    Mudando para um lugar que chove, as pessoas nao acreditam no poder da chuva e a vida eh que fica seca.
    Voce fura ate o chao de bater o pe e eu nao posso deixar de admirar tal situaçao.
    um abraço forte, do fortissimo
    Antonio Schultz

  11. marcodaRua disse:
    Setembro 11th, 2008 at 3:17 pm

    “Y si no lo digo yo, no lo hace nadie” (Pilar Bardem,la Madre de Dios)
    essa é uma piadinha que adoro reproduzir,a Mãe do Javier Bardem que também é atriz ,vc deve saber ,é ótima,um dia soltou essa frase,apenas acrescento Madre de Dios,deus erótico,pelo menos pra mim.

    Oi pessoal!!
    E agora um Oi especial pra vc querido Caetano!!
    Te adoro desde q te escutei lá em 1978! qto tempo e q maravilha a tecnologia e a casualidade nos aproximarem , poderia dizer que “materializei” essa possibilidade, acho que comecei a materializar lá no séc.passado qdo sentí necessidade de estar do teu lado,em situações de desespero absoluto saía de noite pra olhar o mesmo céu que voce olhava,as mesmas estrelas,a mesma lua…assim conversava com voce,só vc poderia compreender minha situação de adolescente rebelde…hehehe..
    Choveu muito!!!! e……
    pensando na vida…me achava estúpido por dar importancia aos que me criticavam e pensavam diferente de mim,me sentía péssimo por dar ouvidos à ignorancia…um dia achei um blog d um “iniciado”, lá encontrei que o “iluminado” respondia a algumas críticas,hoje vejo que vc tbem se perturba….será que não sou estúpido qdo tbém me incomodo?…
    pensei,pensei….sabe o que ? acho que é a injustiça o que incomoda aos que propõem!! é a puta INJUSTIÇA, que vem sempre vestida na “tendência”,que não canta nem dança e carrega uma mochila cheia de amargura.
    Quantos leões mais terás que matar pra ser considerado um bom caçador? Não é o que dizem que incomoda,acho,é o que não dizem,o que esquecem,o que não sabem ainda e nunca saberão, precisamente por isso,porque esquecem..
    Voce e Roberto Carlos poderiam estar calados num palco, contando piadas um pro outro e sería fantástico,cantar parabéns a voce,ciranda cirandinha,iluminados com lanternas e desafinando como Carmen,Chabela,Clementina e Cesária.
    Penso que tudo isso é o outro lado da moeda,o Yang,o que precisa existir…Te animo a seguir contra-atacando a ignorancia e mostrando o perigo de quem tem uma faca na mão,deveriam saber dividir/separar e aceitar que a justiça ensina que quem divide não pode escolher.
    só pode escolher quem soma,quem acrescenta e oferece,talvez nem esses…mas ainda não cheguei nesse ponto …ehhehee
    :)
    Mestre Caetano,hehe..não repare meu Brasileiro (prefiro dizer assim,vivo há 20 anos em Barcelona e aprendí o respeitar a cultura aqui na Europa, acho positivo chamar o Português do Brasil como Brasileiro,não seria incorreto,né?)
    enfim,meu “escrito” aqui é uma salada gramatical,uma suruba entre as “pretinhas” mas é completamente orgânica (a salada,digo) e… particularmente, tem mais valor.(tá vendo? já tô me justificando,mas e se voce me detesta pela minha ignorancia gramatical? p.q.p!! precisamos mesmo é de muito amor e menos ego,eu sei que te amarei pra sempre e adoraria saber que vc tbém,que sacanagem,né?)

    um beijo apertado,demorado e barulhento na tua buchecha!!

    Ps.Não lí nenhuma crítica desse show,não ví nada,nada,nada e morro de vontade de ver (o Show,obviamente,a crítica seguramente me irritaria) pelo que Voce representa pra mim e pra cultura do Brasil.
    marcoDaRua
    ( ex “fashion designer”)

  12. Luiz Carlos Cunha (Belém do Pará) disse:
    Setembro 11th, 2008 at 3:23 pm

    No Brasil há uma confusão muito grande entre “liberdade de imprenssa” com “libertinagem de imprensa”. Nós somos um país que ainda engatinha na questão “Democracia”, como por exemplo, a decisão secreta de salvar Renan Calheiros da degola. Isto foi considerado por uns como uma reforço necessário á democracia. Não. Isso foi um ataque à democracia, pelo fato de impedir o conhecimento democrático do voto de cada político. Entrteanto, a liberdade com que a imprensa se refere a você, Caetano, ajudaram a mitificar você, Caetano. Tenho a certeza que muita coisa que sai na imprensa como crítica a você, não corresponde aquilo que seus autores realmente pensam. E os que verdadeiramente pensam o que escrevem de crítica a você, têm a certeza de que estão fora do senso comum e, por isso, se sentem intectuais.

    Beijo…

  13. Luiz Carlos Cunha (Belém do Pará) disse:
    Setembro 11th, 2008 at 3:28 pm

    Caetano:

    Penso que a música “Infidelidade”, de Ataulfo Alves, cantada por você no documentário “Circuladô”, é mais do que nunca Trans-Samba. Fiz uns amigos meus, que têm uma banda de rock, cantarem a música citada. As estão adorando.

  14. Nobile José disse:
    Setembro 11th, 2008 at 4:45 pm

    não entendi o que o jb quiz dizer com deslealdade. até aqui não detectei nenhum pusilânime. caetano e roberto fizeram o show. jb a crítica. caetano discordou da crítica. jb rebateu a crítica da crítica. e caetano replicou a crítica da crítica. com o retorno da democracia a imprensa vem mal usando de sua liberdade. mas ianda melhor um mal uso que um não uso. por isso, de vez em quando tem que rolar um enquadramento, uma dura, sim! mas não de cima pra baixo, como no velho esquema publicidade -> editor-> reporter; mas sim, por parte do publico que lê, vê e ouve. nessa caê tá certo, e não digo quanto ao mérito, mas o que o antecede: a liberdade de confronto. noutras palavras: da mesma forma que o artista se expõe à crítica, a crítica se expõe a quem a lê, seja o próprio artista ou não. é o jogo.

  15. Eduardo Luedy disse:
    Setembro 11th, 2008 at 5:05 pm

    num post que trata dentre outras coisas de liberdade de imprensa (e, por extensão, de expressão), não deixa de ser irônico que não publiquem aqui o que a gente escreve.
    bem, espero estar enganado, mas a demora em ver o que escrevi aqui, em tempos de internet, dá a entender que alguém filtra os comments que escrevemos.
    em tempo: concordo em, gênero, número e grau com o que disse o robson.
    eduardo luedy

  16. Drumão Henrique disse:
    Setembro 11th, 2008 at 5:46 pm

    O tal do Robson, aí no comentário 3, escreveu desrespeitados entre aspas, como que considerando que se trata de crítica (meu querido, crítica não é isso!) chamar alguém de “o chato do fulano de tal vai cantar de novo no lugar tal” ou “Ninguém aguenta mais sicrano ou beltrano”. Nunca vi tamanha burrice. Ô desinfeliz, vai ler um pouco, vai estudar mais. Certamente que é permitido à imprensa fazer uma crítica séria e fundamentada de um show ruim de seja lá quem for, mas não cabe à imprensa desrespeitar (sem aspas) ninguém. Entendeu?

  17. Marcio Junqueira disse:
    Setembro 11th, 2008 at 6:53 pm

    esse papo sobre o roberto carlos já ta chato. o estudio, os linguistas e outras coisas mais são bem mais atraentes. vamos combinar assim, mandamos alguns criticos de musica para a literatuta( só pra falar um pouco mal de machado de assis, que se não estivesse morto eu mataria pq não aguento mais ouvir falar sobre ele) e e alguns criticos de literatura para a musica.resolvemos o probelma rapidamente: a musica vai ter criticos respeitando (muito) seus medalhões e a a literatura vai ter um pouco de agressividade mal educada, o único bode pode ser os novos criticos de literatura levarem bom ba no quesito gramatica e os novos criticos de musica levarem bomba no quesito legibilidade.
    acho bem bom quando você reclama e briga com quem quer que seja caetano. eu que acheva bem feio o nome transamba, depois da sua preleção comecei a curtir mais o nome. também tem um negocio tão solar afirmativo nisso, eu adoro.
    besos
    ps: pô, não da pra colocar um link com a musica do moreno pra gente baixar e ficar emocionado também ,não?

  18. nelson disse:
    Setembro 11th, 2008 at 6:59 pm

    Pobre samba meu
    Foi se misturando se modernizando, e se perdeu
    E o rebolado cadê?, não tem mais
    Cadê o tal gingado que mexe com a gente
    Coitado do meu samba mudou de repente
    Influência do jazz.

    caetano escutei uma versão linda de uma contora chamada ana paula da silva no my space….

    adoraria ter uma versão sua e da banda cê desta canção.

    detalhe na interpretação de ana paula há uma contraposição jazz e samba….

    seria interessante fazer uma contraposição ou melhor seria justaposição jazz-rock -samba a tal da proposta trans….

    imaginei assim no espaço que ana coloca o sax colocariamos a guitarra de pedro sá.

    Quase que morreu
    E acaba morrendo, está quase morrendo, não percebeu
    Que o samba balança de um lado pro outro
    O jazz é diferente, pra frente pra trás
    E o samba meio morto ficou meio torto
    Influência do jazz

    No afro-cubano, vai complicando
    Vai pelo cano, vai
    Vai entortando, vai sem descanso
    Vai, sai, cai… no balanço!

    Pobre samba meu
    Volta lá pro morro e pede socorro onde nasceu
    Pra não ser um samba com notas demais
    Não ser um samba torto pra frente pra trás
    Vai ter que se virar pra poder se livrar
    Da influência do jazz

    abraços
    cansei de sua stand up comedy em relação á imprensa…..interessante caetano descobri neste blog que vc é um “provocador” da melhor qualidade
    e que esta sua caracteristica muito se assemelha á de paulo francis guardadas as devidas proporções.

    abraços
    lobão quase nunca tem razão..
    a lapa quase sempre tem sambão…
    caetano a imprensa é um sabão.

  19. Clara disse:
    Setembro 11th, 2008 at 7:22 pm

    Zizek é Maravilhoso. Só li um livro dele, conversas com Zizek (ele e o entrevistador), mas cada paragrafo, cada trecho, faz a gente pensar de forma diferente.

    Caetano, quando você finalmente for falar de Rio e Sampa, fala também de Salvador. O que a gente tem de bom e o que a gente tem de péssimo? Já digo logo que agora tá melhor, tem muito restaurante e pizaria novos, lojinhas que só Rio e São Paulo tinham, que mais(?), metrô não dá pra contar, primeiro que ainda não tá pronto, segundo porque o trecho que vai atender é muito curto…a orla tá em obra, mas o trecho onde era o portugues agora está lindo. Daqui da janela onde estou na cidade baixa, vejo favelas. Ok, elas estão em toda parte.Bom, fala aí daqui também.

  20. Andre disse:
    Setembro 11th, 2008 at 8:10 pm

    O que mais me irrita sobre toda essa questão entre imprensa e Caetano Veloso que há longas décadas acontecem através de conflitos saudáveis ou não, é uma parte de um público dito eleitor e intelectual que não acompanha a íntegra de suas declarações e tampouco seus mais recentes trabalhos ( cito o excelente cd não comercializado pelas massas Onqotô e o Ce ) e reproduzem opiniões de certos segmentos da mídia que só querem desrespeitar aqueles artistas já estabelecidos como o senhor Veloso e outros como Milton, Chico, Gil, etc…Enfim o que mais me irrita é falar mal do Caetano Veloso é “cool”, seja o que for envolvido ficou “cool”. Então sou anti “cool” ( risos ) .

  21. clara disse:
    Setembro 11th, 2008 at 9:22 pm

    O livro de zizek eh “Arriscar o impossivel - (conversas com zizek)”. O entrevistador eh Glyn Daly)

  22. Nassau Santiago disse:
    Setembro 11th, 2008 at 10:32 pm

    Suavisando, mas nem tanto, notei uma coincidência no cometário n° 14 do Nobile José com um trecho de uma música de Gil e Chico, chamada Baticum, onde que:

    (…)

    “Zeca pensou: antes que era bom
    Mano cortou: brother, o que é que há?
    Foi a G.E. quem iluminou
    E a Macintosh entrou com o vatapá
    O JB fez a crítica <<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<
    E o cardeal deu ordem pra fechar
    O Carrefour, digo, o baticum
    Da Benetton, não, da beira do mar”

    (…)

    Não sei se o Nobile lembrou da música ao escrever, mas taí o registro, a coincidência, lembrando que o JB da música é o Jornal do Brasil e não o crítico do Estadão.

    Forte abraço!!

  23. Bianca Rosa disse:
    Setembro 11th, 2008 at 11:29 pm

    Caetano, é por isso que eu te adoro!
    Sou jornalista, e acho maravilhoso esse teu contraponto. Porque os jornais são mesmos desrespeitosos e não valorizam nossos ídolos como deveriam. Também vibrei quando você criticou a Veja, pois é de irritar a crueldade e arrogância de seus críticos.
    Em um país com liberdade de expressão devemos ouvir todos os lados e nada mais justo que você use o próprio blog para desabafar toda sua inconformidade com o que leu. Mesmo que não goste, o jornalista está ali para relatar o espetáculo, fazer uma resenha dela, e não ficar se achando o grande analista.
    Parabéns, Caetano, pela coragem.
    abraço

  24. Márcio Ulisses disse:
    Setembro 11th, 2008 at 11:34 pm

    Bem, acho esses críticos muito oportunistas, pois ao invés de se preoculparem com o nível das músicas que vêm sendo veiculadas em nossas rádios e na péssima programação das horripilantes redes de televisão do país (que demonstra uma total falta de assunto), criticam uma homenagem lindíssima aos 50 anos de um estilo revolucinário de canções como é a bossa nova. Isso é um sinal da inversão de valores que estamos vivendo, na qual se critica apenas o que há de bom.

    Além disso, acho também que nossos próprios ídolos não procuram ser mais populares. Se o povo tivesse mais oportunidade de ouvir coisas mais elaboradas (difetente das dos que pagam para tocar no rádio e aparecerem em todos os programas de televisão) nossa sociedade estaria bem melhor.

  25. Allan disse:
    Setembro 11th, 2008 at 11:55 pm

    Caetano, fugindo totalmente do assunto, você se incomodaria em me dizer, total leigo, qual é a marca e o modelo desse violão vazado que você toca nos shows? Ou seria propaganda?

    Obrigado!

    Allan

  26. Heloisa disse:
    Setembro 12th, 2008 at 2:13 am

    Falar mal do Caetano é esporte nacional de boa parte da nossa crítica. Aliás, tem um crítico de rock (rock, vejam bem) na Folhateen que há anos não perde a oportunidade de malhar a música brasileira e - claro - o prato preferido é sempre Caetano. Eu adoro você, Caetano, mas tem hora que você parece provocar os críticos mesmo. Você disse uma vez que é melhor do que Chico, Gil e Milton, apesar de “não saber fazer música” (palavras suas). Tudo bem que a modéstia passou longe de você, mas esse comentário não foi meio deselegante para com seus colegas de profissão?

  27. Vero (URUGUAY) disse:
    Setembro 12th, 2008 at 2:55 am

    Caetano,

    Esto de la libertade de imprensa me recordó un episodio familiar: mi sobrino de dos años, se puso a ensayar un día varios trazos sucesivos con un marcador de color verde. Sin ningún resultado, lo hacía ir y venir sobre el papel: la tínta no fluía. Desencantado, me lo extendió diciéndome: “Tomá, Tía. Esta lapicera(caneta) no sabe dibujar”.

    Que el mal rara vez está en las cosas y sí, casi siempre, en las políticas que administran su empleo. Caetano, te han hecho víctima de su propia mutilación, porque no comparten nuestros mismos dioses pero sí el altar donde se los consagra y necesitan acortarles la FÉ que ejercen sobre nuestras vidas. Yo me quedo promoviendo, y apoyo tu esfuerzo para que Brasil aprenda a un grado de buena disposición, apertura e interdependencia en el parecer, y los gustos, del todo favorables a una vida personal más rica. No veo mejor manera de combatir la mediocridad.

    Beijos no seu coraçâo; Vero.(Uruguay).

  28. Rodrigo Piscitelli disse:
    Setembro 12th, 2008 at 4:37 am

    Caetano,

    Descobri seu blog recentemente, mais propriamente após sa críticas ao seu show com o Roberto. Sou jornalista - não necessariamente corporativista. Achei sua postagem sobre a crítica do Jotabê, em que faz uma análise do ponto de vista da língua, destrutiva. Ainda assim atrativa. Sou mais recente comentário é mais construtivo. Não por ser em tese menos crítico e sim por ser focar mais no macro (a imprensa) do que no micro (uma crítica em si). Você tem toda razão - brigar com jornal é brigar para perder (sou editor de um jornal no Interior de São Paulo e sei do que você está falando).
    Vi que você lê os comentários dos leitores. Fico feliz. Adoraria saber que você leu este meu comentário. Abraços!

  29. Marcos Nunes disse:
    Setembro 12th, 2008 at 12:54 pm

    Robson

    O que falta neste país e respeito pelo trabalho dos outros, esse Jotabê, é um exemplo de desrespeito, ele foi além do que deveria fazer, ninguém é obrigado a gostar do Caetano, mas o mínimo que se pode fazer é valorizar o trabalho alheio mesmo não gostanto do artista.
    Se o Jotabê imprimir um artigo, claro que se eu não tiver empatia com ele, fatalmente tudo o que ele fizer, será um lixo, porém eu devo respeita-lo como ser humano e como profissional da imprensa.
    Falam-se mal do Caetano a vida toda, porém é um artista cultuadíssimo no mundo inteiro.E ai?
    Senhores Jotasbês(desculpem o neologismo), tenham respeito ao artistas em primeiro lugar, como seres humanos e depois como artistas.

  30. vertigem disse:
    Setembro 13th, 2008 at 9:46 pm

    ( adoro os comentarios desse blog…uma mistura de ego e adoraçao…e caetano na vertical dos desejos)

  31. Yuri disse:
    Setembro 15th, 2008 at 7:17 pm

    Só para corroborar. Há dois anos atrás, li no caderno informativo (veja só, informativo!) semanal de shows/filmes/bares etc do Estadão uma referência sobre um show do “famigerado grupo” MPB 4 em São Paulo, dia tal, horário tal, etc, etc. Ou seja, o cara trabalha informando shows e é isso aí, o MPB-4, independente dos mais de 30 anos de carreira, de um público estabelecido, etc e tal é simplesmente tratado de famigerado. Aqui inclusive não estou discutindo a qualidade, ou o momento do MPB 4. Poderia ser qualquer artista, peça, filme… É notável. Bom, é o Estadão.

  32. Talles disse:
    Setembro 23rd, 2008 at 1:20 am

    Caetano é mesmo melhor que Chico, Gil e Milton. Fico imaginando se ele soubesse fazer música, como então seria? Provavelmente ele seria melhor que Cole Porter, que inclusive eu já acho.

    O paradoxo de um paradoxo. O mais experimental. A maior pedra no sapato dos leigos e dos academicos. Tem que ter culhão pra entender.

    “Eu sempre quis muito, mesmo que parecesse ser modesto. Juro que eu não presto!”

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