Marginal Pinheiros (28/08/2008)
MARGINAL PINHEIROS |
28/08/2008 3:22 am |
Estou tão enfronhado no Rio com esse projeto da Obra em Progresso que tenho me sentido longe à beça de São Paulo. Vim aqui fazer o show com o Rei no belo teatrinho do Niemeyer no Ibirapuera e senti o tamanho da saudade que eu estava de Sampa. O teatro é elegante e induz à quietude. Se o show fosse no Ginásio do Ibirapuera, o ruído dos aplausos assustaria a boba da Folha e o burro do Estadão que escreveram sobre o show. Há anos não leio nada tão errado sobre música brasileira - e, mais uma vez, envolvendo Roberto Carlos e este transblogueiro que vos fala. Se eu tivesse direito a convite, teria chamado Augusto de Campos para estar presente ao encontro: foi ele quem escreveu o primeiro texto de apoio crítico à Jovem Guarda, prefigurando o tropicalismo e opondo a energia da turma de Roberto e Erasmo à pretensão da turma de Elis. São Paulo é isso. Quando vi a Ponte Otávio Frias em frente aos prédios pós-modernos da Marginal Pinheiros (prefiro prédios pós-modernos aos chamados modernos que encheram nossas cidades de desarmonia, em nome da racionalidade) me senti esperançoso. Dei entrevista a Jô (onde disse isso) e segui para o lançamento do livro do Mangabeira na Casa das Rosas. Agora (já às duas e meia da manhã) o provincianismo fraco dos articulistas dos dois grandes jornais locais não conseguiu abalar essa sensação. O Brasil de Tom, que é o Brasil que precisa estar à altura da bossa nova, cresce para fora e para longe do Brasil dos débeis de cabeça e de coração.
Escrevo isso só para mostrar aos que comentaram as críticas hilárias da província paulistana que também li e que fiquei com pena dos dois fanfarrões que não sabem nem escrever. O do Estadão então é inacreditável. Como é que qualquer editor deixa sair um texto com tantos erros de português, tantas redundâncias e obscuridades, tamanha incapacidade de articular pensamentos? A da Folha não sabe pensar mas exprime de forma primária esse seu não-saber. O outro, nem isso. O texto dele é tão mal escrito que a gente tem de adivinhar o que ele pensa - e chega à evidência de que pensa errado. Mas de alguma forma o artigo da mulher parece ser mais prejudicial do que o do cara. Não respondo aqui a ela nem a ele. Nada digo aos jornais que os publicaram. Deixo aos leitores paulistanos que viram o show. Eles vão escrever protestando. Os jornais talvez publiquem algumas das cartas.
Chega de verdade. “Lobão tem razão” vai ficando muito bonita dentro de mim. Cada vez que a canto ela parece melhor. Fui cantar um trechinho no Jô e fiquei emocionado. “Lapa” nos pareceu - a mim e aos caras da Banda Cê - boa de cara. “Lobão tem razão” cresce com o tempo (em nós, pelo menos). Agora vamos começar o trabalho de estúdio: três dias de ensaio e, na segunda, começa a gravação do CD. O DVD, feito de números em construção, tirados das apresentações no Vivo Rio e no Oi Casa Grande, vai ser um documento da Obra em Progresso. Mas o CD será a prova dos noves (é dos noves, sim: a gente parece que tem medo de pôr os numerais no plural! - até o Oswald de Andrade, naquela grande frase de um dos seus manifestos, escreveu “a alegria é a prova dos nove”; bem, não está errado, mas a própria prova é sempre feita com o uso da expressão “noves fora…”; e como eu já gosto de nove, essa idéia de noves - muitos, múltiplos noves - me dá enlevo). Muito aprenderemos sobre essas canções e suas concepções sonoras quando as ouvirmos gravadas em estúdio. De minha parte, estou curioso e um tanto impaciente. Suponho que a gente vai lançar o CD ainda este ano. O DVD, como recordação do processo que chegou até ele, fica para um pouco depois. Depois do carnaval?
Acho que todo o mundo devia ler o livro “O Que a Esquerda Deve Propor”, de Roberto Mangabeira Unger. É um livro pequeno, denso mas muito claro, que faz renascer o sentimento de “ser de esquerda” em nós. Há propostas concretas interessantes e sobretudo uma visão do mundo hoje que nos liberta para pensar. De minha parte, vejo ali formuladas muitas das idéias que tentei eu próprio encontrar dentro de mim. O capítulo sobre os Estados Unidos e seu papel no mundo hoje é obrigatório - e independe de você querer ou não apostar nas sugestões de mudanças institucionais que Mangabeira oferece. Leiam e vejam se não está ali tudo o que precisamos saber agora sobre a morte das formas de política de esquerda que conhecíamos - sem que seja necessário passarmos a ser conservadores. Há décadas que venho dizendo que Brasil não pode jogar fora a contribição que nos quer dar esse pensador. Agora vejo que o Brasil não vai fazer isso. Temos um dever de originalidade. Temos algo a dizer ao mundo. Mesmo que nunca o disséssemos - mesmo que nunca o digamos - nós o temos. Mesmo que o calemos ou nos recusemos a articulá-lo, temo-lo (e é com prazer que o digo assim, homenageando o português lusitano, que também é nosso e que não devemos ignorar: um dia desses vou escrever sobre lingüistas que agridem os gramáticos em nome de uma demagógica receptividade ao que às vezes é mera limitação opressora dos falantes - mas não vou voltar aos erros do carinha do Estadão).
Estou escrevendo qualquer coisa hoje porque fiquei muito pegado com os shows de Tom/Roberto e nunca mais tinha escrito nada. Mas voltarei.
Caetano Veloso.
quando vi de manhã a Folha e O Globo na hora concluí:estava demorando…soube depois do Estadão. A contra política age no seu tempo e desce com toda força. Ainda bem que temos Caetano e Roberto, costas largas, que podem aguentar o tranco. mas quanta gente fica no caminho…os articulistas? Pobres homens…os editores são os responsáveis. Admitir manchetes com tamanho desrespeito? Quem quer isso e pra que serve isso? Mas é ingênuo protestar no varejo, entender o processo e o que isso representa, entender as forças da contra política cultural no Brasil…e enfrentá-los. Salve Caetano, Viva Roberto Carlos.
Amigos,
Sem rasgação, pura sinceridade, fui tomado por todas as novas músicas. Imagino o quanto “Sem Cais” ficará bonita dentro da concentração do estúdio, no show já é linda… Outra tão esperanda quanto é “Por Quem”.
Não vi o encontro com o Roberto, meus amigos foram e demostraram-se emocionados com o que viram. Li em algum site que há a possibilidade de novas apresentações. Tomara! Se depender de pedidos, aqui vai mais um!
bj.
Caetano,
http://www2.uol.com.br/augustodecampos/criptocardiograma.htm
Recomento a todos a leitura dos comentários de Pedro Alexandre Sanches em seu blog (www.pedroalexandresanches.blogspot.com)
Pois é… eu não vi os shows, apenas soube deles pelo Fantástico… Pelo pouco que vi, não consegui adivinhar o que a jornalista da Folha esperava do show… Caetano vestido de Samurai e cantando “corcovado” em japonês? O Rei ateando fogo à sua guitarra? Mais um pouco e ela gritava: TOCA RAULLLL.
O Rei e o Deus: Por los videos que vi, estuvo lindo. Igual, a mi Roberto Carlos mucho no me gusta. Perdon para los que le dieron el titulo de Rey, se que habra tenido su contribucion a la musica brasilera pero no me gusta como evoluciono. Es un gusto personal. Si RC es “O Rei” entonces Caetano es “O Deus”. Tambien… un gusto personal. Mas que este show con grandes arreglos orquestales, me gusto la sencillez del concierto memorable que dieron Joao Gilberto y Caetano hace ya varios años en Buenos Aires (no fui a verlo, que pecado! pero en ese entonces no estaba convertida al Caetanismo).
PD: Los digitos del 1 al 9 simbolizan los estadios por los que ha de pasar una idea.
Os jornais do Rio, ao contrário dos de SP, não carregam o nome da cidade nos seus títulos. Já pensaram como seria? “O Globo do Rio de Janeiro”. “Jornal do Brasil do Rio de Janeiro”, “O Dia do Rio de Janeiro”. A FOLHA e o ESTADO, apesar da sua circulação nacional, ainda têm o nome da província em destaque. Isso perpetua a ilusão provinciana de que SP é a antena intelectual do Brasil. Não sei se Caetano se lembra do que vou falar. Tive o prazer de conhecê-lo no camarim do programa Circo do Edgard, do qual sou roterista. Tive também a honra de escrever os especiais de aniversário do Tropicalismo e do próprio Caetano, com direito a um reencontro histórico com o guitarrista Lanny Gordin. Então. Na ocasião comentei o biotipo de alguns críticos da FOLHA. De texto másculo e agressivo, tinham corpos franzinos, frágeis e fala adocicada. Me referia a Pedro Alexandre, Giron, Caio Túlio e tantos outros que, como Otávio Frias, tinham uma entonação quase feminina. Não era um comentário homofóbico. Apenas uma percepção de um estilo. Rimos disso. De onde viria essa anatomia raquítica de verbo feroz? Agora a FOLHA achou uma garota. Não sei se é uma garota mesmo. Mas parece. Mas a Garota da Barão de Limeira não conhece a Garota de Ipanema. Difícil imaginar uma moça que não produza nenhum hormônio sequer vendo Roberto e Caetano cantando Tom. Ela disse que se Caetano rebolasse e Roberto distribuísse flores e cantasse Jesus Cristo não estranharia. Sem querer, deu alguma pista do que ela queria que tivesse acontecido para poder produzir sua crítica. Não teve. Foi a um recital. Não entendeu Roberto sentado a beira do Caetano. Ficou vendida. A garota da Folha não é de ninguém. Não pode ser sua, nem minha também.
Mais uma: cada um tem o JB que merece. São Paulo tem o Jotabê e Rio, o Jornal do Brasil. Vamos mal de JB. Saudades do Tom. JB para o maestro era whisky ou Jardim Botânico. Jazz e Bossa. Jo Bim. Tom disse que o Brasil estava de ponta cabeça. Mas agora está meio do avesso. A Bossa Nova teve seus 50 anos comemorados em diversos “eventos” criticáveis. Mas quando generosamente João, Caetano e Roberto fazem uma homenagem a altura, um ignorante vem falar de de um tal “barroquismo” de Orlando Silva. E “nem ao menos Mário Reis pintou ali”. Orlando nunca foi barroco. E como ele imagina Mário Reis “pintando” ali? Caetano, Mário, Roberto, João e Orlando são cantores maravilhosos e com estilos diversos. Jotabê é o crítico engarrafado. Não tem estilo.
Não é só provincianismo paulista.
É, como diria o Hobsbawm, falta de perspectiva histórica.
Incomoda muito a argumentação supostamente bem fundada da jornalista da Folha, segundo a qual “o público esperava algo diferente” (acho que foi mais ou menos isso que a Folha publicou hoje).
Típica generalização apressada… O público quem? Com quem ela conversou? Fez pesquisa na porta do teatro?
De qualquer forma, daria pra pensar também nesse “imperativo do diferente”, prontamente citado (e mecanicamente exigido) quando o assunto é Caetano (ou Roberto), mas desprezado quando se trata de outras “novidades” musicais…
Mas a ponte Otávio Frias é horrível.
Qual a intensidade, qual o valor, qual a originalidade de alguém ter o poder para escrever o que pensa sem análise do que é certo ou errado.Se é?, foi chato? O mundo não precisa saber dessas opiniões, o mundo precisa de verdades.Querido Caetano vi sua entrevista no programa do Jo e dei boas risadas ao papo das manias! ” Em São Paulo então é uma diversão”, ao voce comentar das placas de carro.Sucesso pra ti sempre!
Estranho é que nos comentários da matéria publicada hoje, a respeito deste post, todo mundo critica o Caetano e defende os jornais. Estranho é pouco. Isso é chamar o povo de ingênuo.
Nem tudo está perdido
Roberto e Caetano mostram seus Tons. E seu Tom, qual é?
O Tom de Roberto pode ser em ritmo de bolero, letra em castelhano, guitarra espanhola ao fundo. O de Caetano é parecido com a tristeza que balança de Elizeth Cardoso, que ele ouvia na infância com Bethânia. Todo mundo tem um Tom Jobim. Qual é o seu?
Por João Gabriel de Lima
”Caetano, encontrei novo amor no Leblon…” Tereza da Praia, sucesso de Dick Farney e Lúcio Alves, é uma das poucas músicas que Caetano Veloso e Roberto Carlos cantam juntos no show em que eles homenageiam Tom Jobim - o autor de Tereza, e casado com uma Tereza na vida real: ”Que amor de pequena, amar é tão bom…” Na maior parte do show, eles ficam separados. Cada qual com seus músicos e com seus respectivos maestros - Roberto com Eduardo Lages, Caetano com Jacques Morelembaum. Na saída do show, é inevitável ouvir: ”Caetano e Roberto estão competindo”. Como se cada um tivesse levado seu exército - os músicos - e seu próprio general - o maestro.
O que acontece no palco do Auditório Ibirapuera, no entanto, é mais sutil. Caetano Veloso e Roberto Carlos estão querendo mostrar, cada um, seu Tom Jobim particular. Todo cantor brasileiro tem uma história com Antônio Brasileiro, nosso maior compositor de música popular em todos os tempos. Antônio, um dos dois ou três brasileiros que pode ser chamado de gênio.
Roberto Carlos chegou a gravar Insensatez em espanhol - misturando o ritmo da Bossa Nova com a batida do bolero, ao fundo um solo de violão quase flamenco. Ele mostra essa música no Auditório Ibirapuera. Um grande momento. Outro é quando Roberto, como já havia feito num show anos atrás, contracena com ele próprio, mais jovem. No telão, vemos um dueto entre o Rei e o Gênio cantando Lígia. No palco, Roberto muitos anos mais velho (Retiro o que disse. Segundo ele próprio, o artista nunca envelhece) e entoando a mesma música, acompanhado pelo piano de Daniel Jobim, o filho de Tom. O passado transformado em presente por arte da tecnologia.
O Tom de Caetano remete à infância em Santo Amaro da Purificação, quando ele ouvia Elizeth Cardoso no rádio, ao lado de sua irmã Maria Bethânia. Elizeth Cardoso, a cantora cuja voz dramática é a melhor tradução do verso de Vinícius de Morais, que diz que o samba é a tristeza que balança. Para evocar Elizeth, Caetano ralenta a pulsação de Inútil Paisagem, e o clássico da Bossa Nova se torna o que ele realmente é: uma canção tristíssima. O grande momento, no entanto, é a recriação de Caminho de Pedra, música do álbum seminal Canção do Amor Demais. No original, as dissonâncias de Tom, a clareza de Vinícius e o drama de Elizeth. Na recriação de Caetano, tudo isso mais a quebra de ritmo tipicamente tropicalista - o ontem e o hoje soando como a mudança de Chega de Saudade em Saudosismo. O passado transformado em presente por arte do arranjador.
Nós, que não somos Caetano nem Roberto, também temos nossos Tons. Lembro da minha infância, indo passar férias no Rio, sempre de ônibus. Lembro da primeira vez em que fui de avião, fugido do surto de meningite que assolava São Paulo, com suspeita de ter a doença. Eu com febre de 39 graus, o avião pousando no Santos Dumont, o sol batendo nas montanhas e no mar, o verde, o azul e os reflexos prateados parecendo delírio. Lembro de como, muitos anos mais tarde, ouvi o Samba do Avião e senti de novo a febre. A canção mais bonita da música brasileira, a melhor cidade do mundo, a combinação perfeita: Samba do Avião é o meu Tom. O passado transformado em presente por arte da memória.
E o seu Tom, qual é?
Caetano é um ótimo polemista e tem gosto pela coisa, como se sabe. Só isso explica os ataques que ele desfere contra os dois jornalistas, um impulso iconoclasta que teria sido mais frutífero se canalizado para o show, onde o grande compositor e cantor baiano esteve intimidado pelo carisma do Rei e apresentou versões muito aquém do seu talento. O show foi uma merda? Não, impossível, em se tratando de dois dos nossos maiores ídolos musicais. Foi deslumbrante? Também não. Me emocionei somente em dois momentos do show, ambas com Caetano: nas belíssimas Por Toda a Minha Vida e O Que Tinha Que Ser. Mais pelo que elas têm de Tom do que pelo que Caetano fez por elas. (Vamos esperar para ver se um comentário distoante como o meu será respeitado ou defenestrado)
It’s just a show, bud. Just a lovely, lovely, show.
RF
Por que uma crítica desfavorável parece tão inaceitável e absurda? Todos tem o dever de admirar Caetano incondicionalmente para evitar a condição de “bobos” ou “burros”?
E você, Caetano, deve estar de saco beeeeem cheio a julgar pela resposta, matizada pelo tom agressivo que apenas reforça aquilo que quer rebater.
Que bonita a expressão….”fiquei muito pegado”…usarei! Como é linda e sonora nossa língua, a lingua dos poetas!
Há muito tempo que eu já perdi a esperança de ler algo que preste da crítica musical brasileira.
Particularmente os críticos de São Paulo querem sempre transformar o desvio da regra na regra do desvio. Parece que se não “falar mal dos consagrados” eles se sentem apriosionados pelo cerebelo. Quanta insegurança!
E sempre se escondendo atrás da cartilha da democracia. Alguém falou com muita propriedade que o termo “democracia” neste país sempre foi usado com a pior das intenções. Foi afirmando defender a “democracia” que os militares barbarizaram este Brasil, por exemplo.
Nobre Caetano, creio que você pode ser ainda mais elegante nos comentários. Sua carreira e sua obra possuem relevada expressão; não são algumas críticas que as macularão. Por isso mesmo, permita-se criticar e responda, com seu talento, e à altura de sua nobreza, às críticas feitas: é assim a vida de homens públicos, sobretudo em regimes democráticos. Parabéns pelo show!
Ah! Cuidado com o que vai falar sobre os lingüistas! Pude notar, já em seu anúncio sobre esse próximo tópico, uma certa discordância em relação às pontuações desses profissionais. Lembro que a Lingüística não é, nunca foi e nunca será um refúgio de “terroristas dos gramáticos”, como eu pensava nos anos propedêuticos do meu curso de Letras na UFAL. Ser lingüista é, antes de tudo, aceitar o desafio de revelar à aristocracia da palavra que a língua não tem “dono”, é, antes, uma construção interativa, viva e democrática.
Um abraço e não esqueça:
“Estrelas estarão sempre no olhar de alguém que o amor te elegeu pra amar”.
Eduardo Sampaio - seu fã, lingüista e professor de Língua Portuguesa em Maceió-AL
Caetano,”trem das cores” me salvou muitas vezes…isso é incrivel, mas verdade.explico no final.. sinceramente,chega a ser desprezivel a maneira como essa imprensa pasteurizada e auto destrutiva se comporta.eu vivo aqui em Los Angeles,sou produtor e musico,e digo isso para exemplificar porque sai do Brasil.Ricardo Silveira,amigo,e tantos outros sairam.Dori….e tantos mais…Tim Maia era um grande amigo,de visitar..e lembro que ele dizia, com sua thunder voice….”no Brasil ou voce segue o esquema ou esta morto” nem tanto la nem ca….mas te digo…voce e o rei sao maiores do que isso.trem das cores abre em mim sempre um canal de alegria e suavidez…..incrivel. parabens.
Cara, tu é muito doido! Amei a entrevista no Jô. Grande abraço.
Por uma dessas facetas dos Mistérios que pintam por aí, ainda hoje guardo na memória o momento exato em que, com 10 anos de idade, fiquei hipnotizado com a capa de um disco de Caetano. Num supermercado, na cidade de Feira de Santana, pedi e meu pai comprou, sem entender muito o meu interesse, um vinil com a foto de Caetano na capa.
Não sei dimensionar o impacto que a obra, ainda em progresso, de Caetano teve sobre a minha vida, mas sei que foi a partir dele que talhei a minha relação com a arte, com a música e com o desejo de ir além da superfície e mergulhar nessa “correnteza sem paragens”.
Ainda ontem, a propósito dessa nova “polêmica” entre Caetano e a imprensa conversava com uma grande amiga e dizia: Os franceses devem a Proust. Os ingleses à Shakespeare, eu devo a Caetano. Esclareço de logo que não vão aqui comparações. Me refiro a uma dimensão pessoal que, no meu universo, vai muito além do intelectual.
Lembro que há alguns anos comecei achar Caetano acometido de muito “estrelismo”, e fique “de mal” de Caetano. Pensava assim: “porra, esse cara ficou pequeno diante da obra”. Assisti, então, o documentário “Outros Doces Bárbaros” do Andrucha. Há no filme uma cena em que Caetano conversa com Gil sobre o fato de ser artista popular e se pergunta “é só isso?”. Naquela cena enxerguei Caetano de novo, o real (pelo menos para mim), não o midiático. O artista, não o personagem que ele cria para brincar e ensinar ( ele sempre quis ser professor). Brinquei uma vez com um amigo aqui de salvador, Beg, que conhece caetano pessoalmente, e disse: “Beg, briguei com Caetano, fiz as pazes e ele nem sabe”
Vida longa para Caetano Veloso
Tutto il mondo é paese.
Todo o brasil é uma vasta província do mundo.
Graças a deus. Quem a gente pensa que é?
E ainda,
Ninguém com menos de 30 (40?) anos sabe mais o que é a prova dos nove. Mesmo eu, de velha, esqueci.
Quanto à alegria, onde andará?
Fui ao show no auditório do Ibirapuera, no dia 26, pedi pro meu marido como presente de aniversário, foi difícil, mas ele conseguiu. Fiquei feliz e emocionada com aquele momento histórico que tive o privilégio de viver.
Quando li a Folha, nao acreditei em tamanho desrespeito com os artistas e com o público que assistiu e adorou o show, em nome de quem, cara pálida, voce está falando que o show foi chato? o sentimento dos presentes foi outro totalmente diferente, todo mundo adorou, abaixo a ditadura da opiniao dos críticos de que??????
caetano,gostei da entrevista no jo,embora tenha te percebido triste e cansado,a cabeça mal sustentando a coroa,se q que me entende.Pelo que tenho acompanhado do “Obra em progresso”,este sera um dos seus maiores discos,”Perdeu” e “Falso Leblon”sao duas pungentissimas cançoes,como desde “Caetano” de 87 vc nao faz.Sabe o que acho?Voce e melhor apanhando,e critica e Direita e Esquerda te bajulando e vc se prostra ante tanto aplauso,Quando todos correm pra te linchar vc devolve discos fundamentais,e economiza nas entrevistas,.Certo esta Lobao,nos devemos esta a ele,embora tenha adorado teu deboche em cima dele(ele deu entrevista dizendo que vc o julga caduco,pois ekle conhece a gravaçao de Joao Gilberto,so q se esquece que em duas entrevistas,uma delas pra Playboy ele se queixa da supressao do verso “nem sempre se ve magica no absurdo”).Mas concordo com ele sobre a bossa nova ,punheta que se bate com o pau mole.Continue na guerra,um abraço
BOA TARDE SENHOR CAETANO VELOSO!
EU RESOLVI ESCREVER ESTE COMENTÁRIO COM AS LETRAS MAIÚSCULAS, COM A TÍMIDA, MAS GRITANTE ESPERANÇA, QUE LEIAS ELE. COMO O GOLEIRO NERVOSO FICA NA HORA DO GOL, ASSIM ESTOU EU AGORA (OLHA, QUE NÃO ESTOU DIANTE DA SUA PESSOA)!!! NUNCA FUI TIETE DE NINGUÉM, ME DESCULPE A FRANQUEZA, NEM DO SENHOOR, SOU TIETE. DEVES ACHAR, QUE ESTÁ PENSANDO, QUE SOU UM LOUCO VARRIDO, ACHO QUE O SENHOR ACERTOU! NÃO SOU TIETE, POIS, TIETE TEM UM INSTINTO PRIMITIVO, TEM ADORAÇÃO FANATÍCA. EU PROCURO, ADMIRAR SEU GÊNIO, SUA POESIA… (EU ESTOU ME SENTINDO TÃO RIDÍCULO, PARECNDO UM PSEUDO-INTELECTUAL IDIOTA)…ONDE QUERO CHEGAR COM ESTE LEGA-LEGA TODO? É QUE NÃO SEI SE FOI POR OPÇÃO MINHA OU POR UMA IMPOSIÇÃO DA VIDA: EU SOU POETA. NA MINHA INFÂNCIA, NÃO TINHA QUASE NINGUÉM PARA BRINCAR COMIGO, EU SOU QUINTO FILHO DE UMA FAMÍLIA DE OITO REBENTOS, EU NASCI COM PARALISIA INFANTIL, NASCI CADEIRANTE, POR ISSO, OS MEUS IRMÃOS NUNCA QUERIAM BRINCAR COMIGO; A MINHA QUERIDA MÃE SEMPRE OBRIGAM-NOS Á BRINCAR, CONTUDO ERA UMA BRINCADEIRA MONÓTONA, MECÂNICA, ROBÓTICA, SEM GRAÇA, SABOR, O SABOR DOCE INFANTIL. PORÉM, NÃO TENHO RAIVA, TAMPOUCO, CULPO OS COITADOS DOS MEUS IRMÃOS… QUAIS AS CRIANÇAS ATIVAS, IMPERATIVAS VÃO QUER BRINCAR COM UMA CRIANÇA, QUE MAL SE MOVE, MAL FALA DIREITO, SENHOR CAETANO??? SEM TER NINGUÉM PARA ME DIVERTIR, EU, UMA CRIANÇA, FIZ AMIZADE COM OS POETAS: CASTRO ALVES, VINICIUS DE MORAES, CAETANO VELOSO, ÁLVARES DE AZEVEDO, MANUEL BANDEIRA, MÁRIO QUINTANA, DRUMMOND, PABLO NERUDA E O MILTON “O CEGO”. ELES ME MOSTRARAM A ALMA HUMANA, COMO EU JAMAIS HAVIA SONHADO OU PENSADO, ELES ME FIZERAM VER, QUE NÓS TEMOS NA ALMA UMA FAGULHA DE DEUS… FOI AÍ, QUE EU CONHECI UNS VAGABUNDOS MEIGOS - DENOMINADOS ESCRITORES, COM ESTES VIVI AS MINHAS EXCITANTES, EMOCIONANTES, APAVORANTES, ODIOSAS E PITORESCAS AVENTURAS, DENTRE ELES ESTÃO: JORGE AMADO, VICTOR HUGO, JOSÉ DE ALENCAR, ALOISIO AZEVEDO, MACHADO DE ASSIS, BERNARDO GUIMARÃES, LIMA BARRETO, HESS HERMAN, ERNEST, ÉRICO VERÍSSIMO, JOÃO UBALDO RIBEIRO, SIDNEY SHELDON E ANDRÉ VIANCO E VÁRIOS OUTROS… EU ESTOU AQUI Á QUASE 1H, PARA TE DIZER, QUERIA DE TODO MEU CORAÇÃO, QUE O SENHOR LESSE ALGUNS DOS MEUS POEMINHAS ORDINÁRIOS, PORQUE EU TENHO MUITOS GRANDES SONHOS, E UM DELES, É VER UM DOS MEUS POEMAS SER CANTADO POR UM DOS MEUS POETAS PREDILETOS… EU NÃO LIGO PARA DIREITOS AUTORAIS NÃO!!! EU APENAS QUERO VER A MINHA VIDA PASSAR, SEM QUE REALIZE ESTE SONHO… O SENHOR NÃO SABE O QUANTO A FELICIDADE VAI SORRIR PARA MIM, QUANDO ESTE DIA CHEGAR… EU NUNCA VOU DESISTIR DELE… VOU AQUI FICAR NO PÉ DO SENHOR… SE INTERESSAR POR MINHA PROPROSTA, AQUI ESTÁ MEU E-MAIL:gilvamendes@hotmail.com MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO…
ATENCIOSAMEMTE,
GILVÃ MENDES
Ja eu acho que sempre houve essa inaceitação do pessoal de São Paulo desde sempre, não do público mais dos grandes meios de comunicação local, eu sempre acompanho matérias que saem do Caetano em diversos jornais inclusive em são Paulo e por diversas vezes vi críticas pesadas e na maioria das vezes sem fundamento. Creio eu que o problema é que Caetano não quer ser um Chico Buarque, que se retem em seu canto pra não se meter em confusão, Caetano sempre esteve na mídia imcontestavélmente por seu talento que é maior que esse pobre mundo, mas com uma parcela de polêmicas e opiniões que desagradam uns e outros como ele mesmo diz.