Papo com Pedro (04/04/2009)
PAPO COM PEDRO |
4/04/2009 9:14 pm |
C – Mostrando “Zii e Zie” a andré t, em Salvador,… P – Cê mostrou a ele? C – Mostrei. P – Que legal. C - …ele estava conversando conosco muito relaxado, rindo etc. Quando botei o disco ele ficou sério e calado ouvindo. Permaneceu sério quando acabou de ouvir. Perguntei se não tinha gostado. Ele disse logo que esse disco era melhor do que o “Cê”. Eu ri e perguntei se isso era bom ou ruim. Ele disse: “o ‘Cê’ eu só ouvi até a metade”… P – Caramba! C – Como é que você sente “Zii e Zie” em relação a “Cê”? P – São muito diferentes. Quando eu estava fazendo o “Zii e zie”, eu achava que ele é melhor. Mas outro dia alguém pôs alguma coisa do “Cê” e eu achei o “Cê” do caralho. Então ficou mais difícil. Agora, tem uma coisa assim: o trabalho de Marcelo e Ricardo amadureceu muito e isso dá uma maturidade à banda, à gente tocando, que aparece no “Zii e Zie”. C – Eu vejo tudo o que houve de desenvolvimento, mas acho o “Cê” mais conciso. Você sabe que não estava só o andré t: tinha uma turma do rock de Salvador. Tava o Glauber Guimarães, o Fábio Cascadura, estava também o baterista do Cascadura, era uma turma assim. Numa coisa eles concordavam: achavam que esse disco tem muito mais unidade do que o “Cê”… P – Ah, e’? Engraçado. C – …o que pra mim é muito surpreendente… P – Mas ao mesmo tempo isso quer dizer alguma coisa. C – É. Todos não podiam se enganar da mesma maneira. P – E é o pessoal do rock. Mas é engraçado. Porque eu ouço o “Cê” como muito mais conciso no conceito. C – É. Ele se ateve ao que ele é. Quase não tem nuances pra fora. Mesmo “Musa híbrida” não vai muito longe. E eu lembro que muito dessa concisão se deveu a você ter me chamado a atenção para o disco dos Pixies na BBC de Londres. P – “The BBC Sessions”. C – Que é uma coisa incrível. Lembro de você falar que é João Gilberto – e é. E o “Cê” sempre me pareceu ser fiel a isso. A primeira faixa ser “Outro”, tão concentrada e original, com uma linha melódica radical, em três mas com a melodia em relação estranha com esse três, e a bateria dobrada em cima, tocando reto e rápido. E essa peteca não cai ao longo do disco. Eu não vejo isso no “zii e zie”. Eu vejo que o “zii e zie” tem mais densidade no som da banda mas não tem a mesma unidade do “Cê”. Eu disse isso a eles e eles até ficaram um tanto surpresos. E essa redução ao mínimo do “Cê” eu atribuo muito àquele disco do Pixies. Lembro que fiquei tão maravilhado que fui ouvir os discos de carreira do Pixies, que são bonitos mas nenhum é como aquele. P – Não. Nenhum. C – Nenhum é realmente tão bom. Pensando em tudo isso, eu queria te perguntar sobre uma conversa que nós tivemos sobre Iggy Pop, que eu tinha visto aqui no Canecão e que tinha achado bacana, que ele velho no palco fazendo aquelas coisas resultava melhor do que Mick Jagger nesse filme novo sobre os Rolling Stones. Você concordou e, quando eu disse que na época em que eram jovens, Iggy Pop não chegava aos pés de Mick Jagger, você fez uma cara de quem diz “sei não…” e falou do quanto Iggy Pop e Stooges são importantes pra você. Queria que você falasse disso. P – Eu acho que o Stooges é uma banda pedra-bruta. É meio tipo um Jorge Ben do rock’n’roll. Eu acho que é seminal aquilo, é muito verdadeiro e muito justo. E o Iggy Pop, ele é aquilo ali. Ele não poderia ser outra coisa. Ele não é falso. Ele não é hipócrita, artisticamente falando. Eu acho que isso é uma coisa do rock’n’roll. É o que se diz do rock’n’roll. É também o que a gente curte no rock’n’roll. É dionisíaco. É bruto. E aquilo ali foi dar no punk rock. Foi a senha pro punk rock. Foi uma linha muito importante que eles deram. Por exemplo, Velvet Underground, acho que está nessa linha também. C – Mas você acha Velvet Underground tão coesamente autêntico no sentimento quanto o Stooges? P – Não, eu acho que não. C – Eu também não acho. Velvet é divino, mas às vezes uma coisa é divina sem ser… Entendo quando você diz que Stooges é como Jorge Ben, mas Velvet Underground não é como Jorge Ben. P - Não. Mas o Velvet, logo depois do comecinho já é influenciado pelo Stooges. O Stooges foi uma banda muito influente. C – Engraçado, você diz que Stooges foi a senha pro punk, mas eles também foram para David Bowie, que não era punk. P – Ele ficou encantado com Iggy Pop. Ele passou ao largo do punk – e os punks até se opunham a ele em certa medida, mas ele ficou encantado com Iggy Pop e produziu um disco do Iggy Pop. C – É. Ele produziu Lou Reed também. P – Produziu o “Transformer” que é um grande disco. C – É um espetáculo. Eu acho que o melhor trabalho de David Bowie foi produzir o Lou Reed. P – Ha-ha-ha-ha-ha! C – Ha-ha-ha-ha-ha! Mas eu gosto mais de David Bowie hoje do que gostava antes. P – Eu acho que David Bowie se junta sempre com as pessoas certas. Ele sabe com quem se juntar. C – É, você falou isso naquela nossa conversa. Uma coisa que apareceu ali foi que eu contei que Ralph Mace queria que eu trabalhasse com David Bowie, ele me levou para assistir ao show dele na Round House, dizendo que eu ia me identificar muito com Bowie e ele ressaltava que eu adoraria Angela e que ela me adoraria também. Eu nem cheguei a conhecê-la pois eu não gostei do show de David Bowie e, embora fosse apresentado a ele por Mace no camarim, disse a Mace que não tinha vontade de trabalhar com aquele cara. Mace queria que eu fosse passar um tempo na casa que Angela e David tinham nos arredores de Londres. Eu não quis. Eu estava te contando que quando li na imprensa brasileira que Angela tinha dado entrevista à TV Americana dizendo que tinha pego Bowie e Mick Jagger na cama – eu pensei que se tratasse de uma ex-mulher ressentida querendo detonar o ex-marido – e quando eu te disse que eu tinha escapado de boa, você me cortou dizendo que tinha lido em “Mate-me por favor” uma entrevista de Angela em que ela parece não só ser mais inteligente do que Bowie como não ter nenhum ranço em relação à riqueza da vida sexual que eles levavam. P – É. Angela aparece muito bem no livro. Bowie diz coisas muito legais também, mas ela me pareceu superior a ele. Acho até que coisas como Iggy Pop e Lou Reed podem ter sido dicas dela. Ela sabe das coisas. C – Uma coisa engraçada é que o disco dos Pixies, essa visão que você tem dos Stooges, a comparação que você fez de Pixies com João Gilberto, o próprio Nevermind do Nirvana, tudo isso eu poria dentro dessa categoria de coisas que têm uma tendência minimalista. Não de semelhança com música minimalista – que isso o Police tem mais e Police é uma coisa totalmente diferente disso. Police aliás é um a que talvez eu volte porque é uma banda de que eu gostei muito quando saiu Synchronicity, acho um disco estupendamente bonito… P – Eu acho muito bonito também. C – Foi um dos discos de rock que mais me marcaram, desde os anos 60. Eu gosto muito, por exemplo, do disco dos Sex Pistols. Mais do que do The Clash. Eu até vi um show do The Clash em Paris. Gostei. Mas eles não tinham aquela coisa coesa dos Pistols. O som deles vai para muitos lados, tem muita coisa. Estranhamente os Pistols, que eram uma coisa meio inventada – e que tinham aquele baixista Sid Vicious que meio não tocava – fizeram um disco como aquele. Aquilo é uma verdade só. Já os discos do Clash, sei lá, tem sempre alguma coisa que sobra… P – Album triplo, né? “Sandinista”. C – “Sandinista”. Eu conheço gente que gosta de rock, conhece muito rock, mas não tem essa necessidade de coisas ultra-concentradas como essas de que a gente falou. Gente bacana e boa no que faz. Eu não sou como João Gilberto, nem como Jorge Ben nem como Iggy Pop. Eu sou quase um comentarista. Poderia nem estar fazendo música. Nada é necessário em mim. É tudo meio contigente, meio diletante. Tem gente que não gosta de mim e não sabe por que. Eu poderia explicar a essas pessoas que elas têm toda razão em não gostar se elas têm necessidade de algo assim. Eu mesmo não gosto muito. Eu gosto quando eu vejo um artista como Tim Maia: a pessoa tem que ser aquilo. P – Eu gosto também. Mas eu também gosto das pessoas que têm senso crítico. Eu admiro muito as pessoas que têm senso crítico. Valorizo. C – Eu não me desvalorizo. P – Eu sei o que você está falando. C – Não dá é pra eu curtir muito. Em primeiro lugar porque sou eu e depois porque artistas assim como eu não me impressionam muito. Me impressiona mais gente como Jorge Ben ou João Gilberto. E de todos os discos de rock que saíram depois dos Beatles o que eu mais gosto é o do John Lennon, o primeiro Plastic Ono Band. P – Eu amo esse disco também. E seu disco que saiu logo depois desse do Lennon – se bobear foi feito na mesma época – é um disco assim, que é o “Transa”. Não é à toa que a gente tocava duas músicas dele no show do “Cê”. Eu adoro a gravação de “Maria Bethânia”, aquele baixo! C – Vamos tocar mais duas do “Transa” no “Zii e Zie”. Mantendo o tema das coisas nucleares, unitárias – e das personalidades nucleares – como você vê a criação de música na sua geração? P – Eu sou otimista. O que eu vejo mais são cenas. Não movimentos, mas cenas. Tem umas cenas no Rio, tem em São Paulo, tem em Recife, tem em Salvador. O Pedro Alexandre Sanchez fala que a turma do Instituto tem muitas ramifações. Essa banda que eu produzi agora na Bahia, o Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, eu sou suspeito pra falar porque eu sou o produtor, mas eu achei muito bacana. E tem interrelações entre os grupos e as pessoas, não é só que as pessoas se conhecem, mas que elas têm participação efetiva musical no trabalho umas das outras. Tem um projeto em Salvador chamado Baiana System, de um cara chamado Beto. É um projeto experimental com guitarra baiana. É muito interessante. Tem um de Belém que eu gosto muito, um guitarrista chamado Pio Lobato, que produziu os Mestres da Guitarrada, que tem um lance misturando música eletrônica com carimbó, músicas do norte, que eu gosto muito também. O próprio Do Amor, eu curto muito o Do Amor. C – Quero ainda perguntar sobre guitarra. Guitarra no Brasil e no mundo, antes e agora. Onde você se sente como guitarrista? P – A guitarra eu acho que ainda é um instrumento mítico. Todo mundo quer ser guitarrista. Ha-ha-ha-ha. Não é isso. Mas a guitarra é um instrumento forte ainda hoje. Mesmo com música eletrônica, a guitarra ainda é um símbolo. Ela tem um negócio. Fora isso, pra mim é muito natural tocar guitarra. Não sei, tem muitos guitarristas interessantes hoje. Acho que tem uma onda, não sei, acho que se abriu muito o significado do que é tocar guitarra. Antigamente tinha sempre “o melhor guitarrista do mundo” do momento. Tipo Jimmi Hendrix, Jeff Beck, Eric Clapton, Jimmy Page. Depois Van Halen, Steve Vai, todos esses guitarrista hipervirtuosos, teve um momento em que um deles era o melhor do mundo. Hoje não tem isso. Antes era esse virtuosismo absurdo. Depois do grunge, que a guitarra voltou a ser uma coisa mais bruta, tocar guitarra passou a ser uma coisa muito ampla, ser guitarrista hoje em dia pode significar muita coisa. Você não tem de ser necessariamente um guitar hero, você tem milhões de possibilidades. De som, de ondas, de tudo. C – E você próprio, onde você acha que se situa como guitarrista? P – Como guitarrista, não sei, eu sou… não sei. C – Eu sei que é chato perguntar isso à própria pessoa. P – Não. Eu sou, acho que eu sou virtuoso, mas não sou tão virtuoso quanto um cara muito virtuoso. Acho que eu talvez não seja tão virtuoso quanto o Davi, por exemplo. Não sou um cara que sabe fazer uma coisa só na guitarra, como o cara dos Stooges, por exemplo. Ele faz pouquíssima coisa na guitarra – mas também ninguém faz como ele. Também não sou só um guitarrista solo, como o Catatau: eu adoro fazer base também. Eu acho que sou amplo. Eu toco violão, toco baixo. Acho que talvez eu seja um pouquinho de tudo o que eu gosto. C – E emocional e esteticamente, como você se identifica? Se você é mais blues, se é mais cool – e quais os guitarristas que mais te inspiram no seu gosto, você pode admirar mais um mas gostar mais de outro… P – Eu posso começar respondendo isso dizendo quais as minhas duas inflências no instrumento e na música, que foram Jimi Hendrix e João Gilberto. Foram os dois caras que me formaram. Na pré-adolescência eu fiquei tomado pelos discos deles. Abriram minha cabeça. Eu pensei música e aprendi a ouvir música ouvindo essas duas pessoas. Como uma coisa básica pra mim. Na verdade são dois caras muito diferentes, são dois caras extremamente diferentes. O Jimi Hendrix é um cara muito mais explosivo, ele é distorcido, saturado, Jimi Hendrix é saturado, ele é saturação, ele é descontrole, é dionisíaco, ele até se perde na coisa dele mesmo. E ele só faz música dele, ele quase não toca música de outras pessoas. João Gilberto é o contrario. É o cara introvertido, que calcula, que pensa aquilo, as passagens, os acordes, a harmonia, João Gilberto é harmonia. Jimi Hendrix é blue, que quase não é harmonia, né?, é outra coisa.. Agora os dois têm uma coisa, têm um feeling, têm um banzo, têm um negócio, os dois têm um suíngue, um molejo, um mambo, uma magia que nos dois me leva para a música. C – Magia é a palavra que mais define o que eu estava perguntando. P – É. C – Agora uma outra coisa que eu ia falar com você é que no livro do Ben Ratliff sobre John Coltrane, entre os músicos que foram influenciados por John Coltrane ele põe o Iggy Pop, e põe uma declaração muito bonita do Iggy Pop sobre Coltrane. P – Eu entendo isso pelo caminho do Coltrane ser um cara que não podia ser outra coisa, tinha de ser saxofonista, com aquele som, com aquele jeito. O Miles já é outra onda. O Miles é um comentarista. C – Eu me identifico muito com Miles Davis. Admiro muito ele mas acho ele assim. P – É. Eu me identifico com as duas coisas. Sou geminiano, não sei… C – Miles Davis também era geminiano. João Gilberto também. P – João Gilberto também. C – Você falou em Hendrix e João, que são duas pessoas que apareceram em épocas diferentes: João no final dos anos 50 e Hendrix no final dos 60. Além de João Gilberto, o que é que foi mais forte pra você na música brasileira e o que é que permaneceu mais? P – Em primeiro lugar meu pai tocando violão em casa. Eu ficava muito ligado no som do violão e da voz dele. Gostava de ouvir aquilo. Ele não era virtuoso mas ele compunha e tocava muito e isso ficou num lugar muito íntimo meu. Agora, de música brasileira, logo depois do João Gilberto veio o disco “Cantar” da Gal. O disco “Cantar” também abriu muito. Pra vários lados: pro Donato, pro Gil, pro Jorge Ben (que o Gil tá tocando como Jorge Ben naquela música “Barato total”). Eu tinha 10 anos, mais ou menos, e eu achava que o “Cantar” tinha a ver com João Gilberto. Eu não sabia por que, mas achava. C – Hoje você já sabe. P – Mas também aquilo pra mim era música brasileira. E música brasileira tem uma outra coisa. Além de eu entender a letra, tinha uma coisa que eu não encontrava no Jimi Hendrix nem no Police. Eu estava ouvindo Jimi Hendrix, voltava pra o “Cantar” ou pra o João Gilberto, aquilo me dava um relaxamento. Tem uma coisa que eu senti e que até hoje eu sinto: a música brasileira parece que está mais perto da música, num ponto. Um ponto menos virtuosístico, parece que ela não tem muito filtro, que ela está ali. É uma coisa zen, eu não sei explicar bem, mas é uma coisa que eu sempre sinto em relação à música brasileira. C – Eu também sinto. Mas a gente é um pouquinho suspeito porque a gente é brasileiro. P – Não, não. Eu estou falando isso mas eu não me basto nisso. C – O que você está dizendo implica outra coisa, que quem falou não foi um brasileiro, foi um americano. P – Melvin Gibbs. Um contrabaixista que trabalha com Arto Lindsay e que é um gênio. C – Eu lembro que ele disse a você que os músicos americanos estão preocupados com a proficiência, enquanto os brasileiros estão preocupados diretamente com a música. P – Ele não falava do músico. Era mais do ouvinte. O ouvinte americano dá valor à proficiência, o brasileiro dá valor à música. O americano exige de quem toca que toque bem, que apresente seu trabalho; o brasileiro vai pela música. C – Essa observação é bonita. Mas ela me faz pensar porque tem uma coisa… P – Mas ele não estava dizendo isso como se fosse uma coisa necessariamente positiva do Brasil. C – Quando alguém quer botar seu trabalho para competir com os outros nos Estados Unidos, ele já parte de um nível alto de exigência na fatura que o brasileiro não se impõe. Isso pode ser reflexo das responsabilidades da sociedade americana, que em tudo se esforçou para realizar o melhor que possa. Há uma coisa bonita nessa responsabilidade americana. Mas isso também pode distanciar daquilo que se quer atingir através do apuro técnico, que é o espírito íntimo da música. O que eu vou dizer pode, no fim, confirmar a observação de Melvin Gibbs, mas os americanos desenvolveram também um desrespeito à exigência da fatura muito mais do que nós. Quando eles já estavam gravando Bob Dylan, os Stooges etc., aqui ainda pedíamos desculpas para gravar Nelson Cavaquinho. E se exigia uma aparência de qualidade no acabamento. Digo porque quando lancei o “Muito” a crítica ficou irada, dizendo que era feito no fundo do quintal – e demonstrando deslumbramento com discos que parecessem produzidos. Ou seja, os americanos têm uma coragem de desrespeitar a fatura muito maior do que a nossa. Bob Dylan gravava com a voz de Pato Donald, errava o tempo, quebrava os compassos. Eu aqui, nem me deixavam tocar violão em meus discos. Só depois que eu voltei de Londres. Os americanos parecem que estão dizendo: nós podemos fazer muito mais bem feito o mal feito do que vocês, do que qualquer um. É uma coisa engraçada porque parece com a questão da arte moderna. Você pede a uma pessoa: “desenha-me um carneiro” e pode ser que a pessoa saiba desenhar um carneirinho. Mas na arte contemporânea é capaz de a maioria dos artistas plásticos não saberem desenhar um carneiro. Mas você vê uma ilustração na New Yorker, com traço aparentemente ingênuo, tosco, mas de propósito, cê vê que aquilo é sofisticação. Enquanto aqui alguém tenta fazer um traço destro. P - Pô, você foi num ponto que aí é um esculacho total. Nesse ponto aí… Se for comparar isso com a música… C – Tem isso com a música também. Não estou dizendo que isso é A realidade. Mas é um aspecto do qual a gente tem de ter consciência, senão a gente não tem lucidez sobre o que está fazendo ou sobre o que está ouvindo. Isso são as entranhas do poder imperial americano. Que nós vivemos. P – Vivemos. C – É uma realidade econômica, social, política, histórica, cultural. E estética. Se a gente não vir isso a gente não sabe como é que se passa o que está se passando conosco. P – É. Lógico. C – Às vezes pode ser doloroso mas é melhor assim do que você ficar enganado e ressentido. P – Isso também é um diálogo interno do Brasil consigo mesmo. O Brasil tem um tanto de dificuldade de ter um diálogo consigo mesmo. Os Estados Unidos têm diálogo consigo mesmos: eles têm dificuldade de ter diálogo com os outros. Porque o negócio deles é com Deus, né? O negócio do povo puritano é direto com Deus. C – Eles vivenciam um mito de eleição, de destino. Nós também temos algo assim: não pode haver nação sem um mito de si própria. P – Você tem muitas intuições verdadeiras. Você é um visionário realista. C – Você gosta mais de Caymmi ou de Noel Rosa? P – Gosto mais de Caymmi. C – Se vê que você é aquele que foi formado por João Gilberto, mesmo. P – Embora eu ame a Vila Isabel, ache um bairro incrível. E Noel é aquilo. Mesmo. É tudo bem feitinho, bem acabadinho. Eu gosto de Noel. Mas é que eu tive muito mais contato com a obra do Caymmi do que com a obra do Noel. Eu não tive um contato visceral com a obra de Noel Rosa. Eu acho muito bonito mas foi um contato de museu. Já Dorival eu escuto os discos dele, escuto as versões todas que são feitas. Pra mim é uma coisa muito mais internalizada. C – Você gosta de samba-jazz, daquilo que aconteceu no Beco das Garrafas… P – Eu gosto. Gosto do Edison Machado, Luís Carlos Vinhas. Donato daquele período eu acho psicodélico, eu acho muito louco aquilo. Eu amo o Donato dessa época. Amo de paixão. C – E Tamba Trio? P – Eu gosto também. Eu acho maluco. Eu acho todo esse lance bem maluco. C – E Zimbo? P – É legal. C – Elis com Zimbo?… P – É legal, é bem legal. Eu não gosto do excesso de convenção. C – Eu na época detestava. Hoje eu gosto. Mas também é como um negócio que é muito bem feito dentro de um gosto um tanto ingênuo. P – Mas eu gosto do Edison Machado. Entendo quem não gosta, mas eu gosto muito. Prefiro Tutti Moreno. Mas gosto. Tutti se diz influenciado pelo Edison Machado mas eu me interesso muito mais pelo jeito dele tocar do que pelo do Edison. Luciano Perrone eu gosto muito também – que é diferente deles dois, é só tambor, bateria de tambores, que eu acho lindo. C – Eu gostava muito de Edison mas confesso que eu gosto mais de Tutti também. Agora: Mutantes, rock dos 80, rock no Brasil, Rita Lee… P – Rita é minha musa total. Amo Mutantes e amo o disco dela Tutti Frutti. É um desses discos que… C – Mutantes anos 60 ou Mutantes progressivo? P – 60 total. O progressivo é legal mas não me faz a cabeça. Tem muita masturbação. É uma vaidade musical que não me interessa na música de jeito nenhum. É um TIPO de vaidade musical que não me interessa. C – Os grupos que os influenciaram, tipo Yes, você gosta deles? P – Eu admiro. Acho que eles tocam pra caralho. De verdade. C – Genesis, Yes ou Emerson Lake and Palmer? Digo isso porque eu achava esses 3 os mais difíceis de engolir. Hoje estou aprendendo a gostar. P – É, são difíceis de engolir. Mas acho que desses 3 prefiro o Yes. Mas tem um grupo considerado progressivo que eu gosto mais que todos que é o Can, um grupo alemão. C – Isso que eu ia te pergutar: esse grupos alemães… e os italianos, como Forneria… eu me lembro de ouvir. P – É. Todos esses grupos… C – Mas você não acha que Pink Floyd era diferente? Que foi antes e tinha um espírito diferente? P – Acho. Eles eram psicodélicos. C – E rock Brasil anos 80? P – Rock anos 80, quando eu comecei a tocar, quando comecei a estudar violão é que essas bandas apareceram. Foi entre meus 10 e meus 13 anos. Eu gostava de ouvir Gangue 90 no radio. “Nosso louco amor” , eu achava essa música engraçada. Gostava da Blitz. Gostava muito do primeiro disco da Blitz. Até hoje eu gosto, eu acho. Se eu ouvir vou gostar. Mas, por exemplo, Paralamas eu demorei pra gostar. C – Eu gostei quando saiu o “Passo do Lui”. Levei pra a Bahia, ficamos ouvindo o verão inteiro. P – Muita gente gostou do “Passo do Lui”. Eu só comecei a gostar no “Selvagem”. Mas foi do caralho o show no Rock in Rio. Titãs eu sempre gostei. Quer dizer, eu não gostei de “Sonífera ilha”. Mas “Cabeça Dinossauro” é genial. Agora, tem um disco que eu tava até falando com Kassin outro dia, que eu adoro, que é o ultimo disco com Arnaldo: “tudoaomesmotempoagora”. Eu adoro esse disco. Acho que eles chegaram numa maturidade musical que não tinha nos outros discos. C – É, tem uma unidade! P – E não soa como uma banda gringa. Tem uma originalidade. O que também me fez a cabeça, antes, foi Ultraje a Rigor, o primeiro disco. Eu adorava. C – “Vamos invadir sua praia” é uma obra-prima. E o samba no Rio de Janeiro? Vamos sair da reserva indígena do rock e vamos para a reserva indígena do samba. P – É muito importante para mim, véio. Bem, sempre me fascinou a escola de samba, as baterias. C – E Paulinho da Viola? P – Paulinho da Viola foi uma coisa depois. Tinha dois sambas-enredo que eu adorava. O “Bumbupraticumbum” e “Mangueira é um canto de fé”. Meu pai me levava no Morro dos Prazeres, tinha um amigo que tocava e eu perguntava a ele “como é o samba, como é a batida?”, e ele batucava com a mão, tocava pandeiro. Eu ficava fascinado. Já aos vinte anos, descobri o Fundo de Quintal, o Zeca Pagodinho. Eu adoro esses discos dos anos 80 de samba. ADORO esses discos. Têm um som! Acho bem gravado. Acho que foi a primeira vez que no Brasil foi gravada a percussão como a coisa principal. Você ouve os discos antigos, a percussão fica enterrada na base, um sonzinho. “Fala Mangueira”, é lindo esse disco, mas a percussão fica ali assim, escondidinha. E nesses discos dos anos 80 é percussão quase na frente da voz e é bem tirado o som do surdo, você escuta tudo. C – Isso era um cara que era dos Cariocas até que fazia essas gravações. Eu acho. Luís Roberto. Depois passou a ser Rildo Hora. Mas antes de Rildo era ele. P – Eu acho essas gravações dos anos 80 de samba mais bonitas do que as de agora. Tem uma gravação sua que eu amo: “Samba da cabeça”. É anterior a essas dos 80. Mas tem isso. A percussão na frente e o som da percussão não é um bolo. Acho que saiu numa coletânea japonesas que o Gavin lançou. Depois ele botou na caixa. C – E Beth e Clara? Elas puxaram um pouco o cordão. P – Puxaram sim. O disco da Beth, “Pé no chão” já tem o Fundo de Quintal, toda a galera. É o máximo. Eu adoro esse disco da Beth Carvalho. C – E agora tem umas moças que cantam samba. P – É. Roberta Sá, Mariana Aydar e… C – A própria Maria Rita. P – Sim. Maria Rita. Eu acho ótimo essa leva de meninas. Mas eu gosto messsmo é da Mart’nália. C – Porra. Ha-ha-ha-ha. Isso é uma humilhação, isso não é uma opinião. Ha-ha. P – Foi mal, foi mal. Mas é que a Mart’nália é maravilhosa, sou fã incondicional. Ha-ha-ha. Acho que ela é tudo aquilo e mais um pouco. C – Eu estava falando de umas meninas, não estava falando de “o samba em pessoa”. P – Eu tava falando com a Inti sobre chegar tarde em show, acho que a gente estava atrasado pra ver o show do Lenine, aí ela disse: “depois que um dos melhores shows que eu vi na minha vida foi o bis da Mart’nalia, eu agora chego qualquer hora em qualquer show porque tudo pode acontecer”. Foram 40 minutos de bis da Martnália e foi o melhor show que nós vimos em não sei quanto tempo. C – Então vamos ouvir o Rodrigo Campos. “São Mateus” é um belo título. |
Luiz Carias.
André Tiganá?
Caetano!
Muita gente tem ciúme de amigo, de namorado(a) etc. Fiquei com ciúme do PAPO! Como não pude estar aí/lá, vamos pitaquear:
-Pedro Sá, Mutantes fase prog é masturbação, mas Yes “toca pra caralho”? Deixando de lado o trocadilho creio que involuntário com o ‘tocam pra caralho’, Sérgio Dias manda muito bem quando diz que não eram os Mutantes que estavam progressivos: o mundo todo de então estava progressivo. E ele considera progressive rock tão rock’n roll quanto Little Richard ou Chuck Berry. Rock progressivo tem muito disco chato, como qualquer estilo. Mas os discos bons…
-Caetano parece se interessar por Astrologia. No Verdade tem algo impreciso sobre Câncer e Leão (Gil e ele). Invista, nêgo. Astrologia é pop. E surpreendente. Geminianos também são Chico Buarque, Maria Bethania, Fernando Pessoa, Nick Drake e Bob Dylan; junto com os exemplos que vocês deram é mais que suficiente para considerar Gêmeos o signo dos gênios!
-Sobre David Bowie: não mesmo. Por favor: discos como “Hunky Dory”, “The Man Who Sold the World”, “Rise and Fall of Ziggy Stardust”, “Young Americans”, “Station to Station”, “Low”, “Heroes”… Ter produzido Iggy e Lou Reed foi maravilhoso mas jamais o ponto alto da carreira do cara. Nem de brincadeira.
Saudações!
oi pessoal, tudo bacana!?
gostei desse papo concreto com pedro sá e caetano.
tomara que todo esse material sirva para a divulgação
do zii e zie na imprensa.
fico chateado quando vejo coisas do tipo
( o caetano é leitor de heráclito, kant, nietzsche,
deleuze, derrida, haroldo de campos, augusto de
campos, gregório de matos, antonio cícero, chico
buarque, sérgio buarque de holanda entre outros mas
a imprensa tem mais interesse pela forma como o caeta-
no segura uma folha de rúcula.
esse papo com pedro já tá pra lá do leblon e me
ilumina.
um abraço carinhoso
vou sentir saudades desse porto da barra em silício.
axé
.
“Eu vejo que o ‘zii e zie’ tem mais densidade no som da banda mas não tem a mesma unidade do ‘Cê’”
é ISSO que eu acho. a gravação é mais coesa, a voz entre as guitarras, o pesão, o lance orgânico, a banda tocando junta e tal…mas falando de composição, o “cê” é mais denso. engraçado é que o que eu gosto muito no “cê” é que ele é meio sujo, meio “exile on main street” cambaleando com uma pitada de smiths, quase joão gil ben barroco, hahaha. mas as letras são robustas, vigorosas, doídas, feitas por um sujeito com muita experiência de vida. não poderia ser feito por um cara de 20 e poucos anos.
“Sincronicity, acho um disco estupendamente bonito…”
acho o melhor disco do police, principalmente a faixa título, grande letra.
“Eu acho que o melhor trabalho de David Bowie foi produzir o Lou Reed.”
hahahahahaha…cê é uma figura, caetanino. o “the idiot” de pop e o “transformer” de reed são excelentes, prefiro o segundo.
coltrane influenciou quase que todo mundo do rock dos 60s. iggy, lennon, crosby, waters…
o “big bang” dos paralamas é o que mais gosto, acho perfeito, melodias e letras. “perplexo”, “pólvora”, “nebulosa do amor”, putz!
ouço ecos de raul e rock brasil 70s no refrão de “não me arrependo” e gosto muito disso. comove.
pra mim, prog e mutantes prog nunca foi o lance do virtuosismo, mas as melodias mesmo, o punch da banda. mas se for pra escolher apenas uma música dos mutantes, é “dia 36″.
um samba-enredo que eu adoro dos 80s é aquele que falava de zumbi e no meio rolava um toque de afoxé…coisa linda. tem outro: “…senhor, ai, senhor, eis a luta do bem contra o mal/que tanto sangue derramou/contra o preconceito racial…”. é de chorar.
tava ouvindo “pássaro proibido” aqui no repeat, ouvi uma 10 vezes, agora vou ouvir o “cê”. inté!
Eu ainda não escutei o disco novo, mas acho que o cê é até agora o melhor album de Caetano, podem me chamar de ‘ Burro” ou dizer que eu não conheço a obra de Caetano, mas a esses digo que conheço cada música de cada cd, agora o que me faz firme nessa posição de que cê é o melhor é o fato de depois das músicas de cê eu não tenho mais saco de escutar as outras, não que sejam ruins, mas eu só tenho 18 anos, prefiro cê e até agora é o único cd dentre todos que tenho de artistas diversos que eu não ejoei de escutar. amo…
Lucio Jr: Por acá también fue noticia lo de los mapas cambiados en diarios y tv. ¿Vio como tenía razón y no exageraba?. Peor suerte corrió Ecuador que ni siquiera figuraba. Me causó mucha gracia. Un beso para você y gracias por acordarse de mi.
Caetano: Adoré este post. Amo Transformer de Lou Reed y es clara la presencia de “Walk on the Wild Side” en Cê. Hasta yo que no se nada de nada de música me di cuenta enseguida.¿Fue a propósito?.
En fin, me encantó leer los comentarios sobre tanta gente que me gusta y que me ha acompañado tanto. También me gustó leer sobre Legiao Urbana (en el otro post). Hace un tiempo participé en un homenaje que le hicieron por estos lados como ya comenté y estuvo genial. La mayoría de la gente cantaba todos pero todos los temas. Me invitó mi hermano, gran fanático en su época, quien me contó que la unica vez que Legiao salió a tocar afuera de Brasil fue a Montevideo y a partir de esa vez se creó un vínculo muy fuerte con la gente de acá. No estoy muy al tanto y puedo meter la pata, pero últimamante veo que se está dando un mayor intercambio entre gente de acá y de Brasil. Pienso en Drexler con Arnaldo Antunes, Moska y Maria Rita y nuevamente en Arnaldo Antunes con Martin Buscaglia. Bueno, en realidad son solo dos casos, es ridículo, pero algo es algo.
Adoro a Arnaldo. El año pasado lo ví con Edgar Scandurra y me encantó. Recuerdo que nos estábamos yendo, ya con parte del teatro vacío y había un grupito de personas que no paraban de aplaudir y pedir otra. Finalmente salen los dos nuevamente y hacen una versión de “O pulso”. Volvimos corriendo, esta vez para ubicarnos en la tercera o cuarta fila de la platea, con la gente como loca bailando y cantando. Hubo una energía muy especial por cierto. Ultraje a Rigor y ” .. Vamos Invadir sua Praia..” adoraba esa canción gracias al insportable de mi hermano, gran fanático de Jorge Ben también.
Pienso que soy mala en no comentarle a mi hermano sobre la existencia de esta OEP. Adoraría todo esto. Es que leyendo esta “conversación” entre Caetano y Pedro se me representa una típica conversación entre él y alguno de sus amigos. Pueden estar horas y horas comentando sobre tal acorde o tal melodía o que la guitarra de A en la versión de XX es impresionante o que el 7 de agosto del año 1904 a las 14:42 horas YY sacó el disco ZZ pero en realidad un amigo le dice que no fue el 7 de agosto sino el 8 de agosto a las 14: 43 y así seguir discutiendo por horas y horas. A veces pienso que esto se da más entre los hombres, al menos entre la gente que me rodea. Las mujeres nos terminamos abriendo de estas discuciones y por lo que he visto en esta OEP, virtualmente tiende a ocurrir lo mismo.
Pero bueno, no me gustaría que mi hermano o sus amigos aparecieran por acá y leyeran lo que escribo, me daría vergüenza. Quizá alguno siga esta OEP, no lo sé. Sorry Caetano, soy egoista pero lo siento así y no lo puedo evitar. Pero cuando salga el disco se lo comento a todo el mundo, eso si. Por las dudas voy a cambiar de tema para que no me reconozcan. Si alguno de mis conocidos anda por ahí, aclaro que no soy Lucre. Lucre es un “invento”, no se quien es.
Caetano, no voy a estar por acá durante una semana y tengo miedo de que al volver haya desaparecido esta OEP. Me muero, no se vaya todavía, no sea malo. Estuve leyendo mi horóscopo para esta semana y me di cuenta que también es su horóscopo. Le juro que es el horóscopo que leo todas las semanas, al único que le hago caso y mire lo que dice:
Viernes, sábado y domingo serán días claves, tendrán que tomar decisiones importantes que redundarán en su beneficio inmediato. Vienen de una época de altibajos emocionales, necesitan dar con el amor de su vida, no bajen los brazos, falta menos de lo pensado. Tienen gastos importantes e inevitables. Terminen de una vez ese trabajo que les está llevando más tiempo de lo pensado y les quita energía y concentración para otras tareas. Acuario los llenará de dudas y Piscis no los dejará actuar, aléjense de esos signos ni bien los vean venir. Vistan de rosado o celeste, puede ser en su versión pastel. Mucho de lo que hagan en estos siete días será tomado muy en cuenta por los demás.
Ay, Catano, me asusté. “Terminen de una vez ese trabajo ……”. OBVIAMENTE, ese trabajo es esta OEP. Si, si. Please, no le haga caso. En cuanto a mi, hoy estuve todo el día trabajando en la compu para poder irme tranquila mañana y terminé lo que a mi me correspondía. ¿Que me aleje de Acuario?. ¡Vivo con un Acuario!. Por Dios, que horrible este horóscopo. ¿Y los colores?. No me gustan ni el rosado ni el celeste. No se que hacer.
Por lo pronto necesito una semanita de descanso, me va a venir bien. Sigue retumbando en mi cabecita su frase. No me la puedo olvidar. No se si empezar a estudiar los ismos. Por lo pronto m e llevo mi tejido de crochet. Estoy aprendiendo y me encanta. Parezco Penélope preo nno destejo nada, al contrario voy a mil por hora. Estoy tejiendo una bufanda y un gorro de todos los colores porque se vine el frío nuevamnte. Estoy copada. 3 cadenitas, lazada, agarro el punto, luego tejo uno y luego otro para volver a empezar con 3 cadenitas….. Es como un cantito que voy haciendo mentalmente y mientras puedo “viajar” a cualquier lado. Es muy terapéutico y me permite encontrarme conmigo misma. Si quiere le puedo tejer una para cuando comience su gira y tenga que cuidarse del frío. Si me queda bien le prometo una. Un beso y espero verlo a la vuelta.
tudo dito.
“cê” foi de importância máxima em minha vida. boa parte ( ou quase tudo) do que entendo de caetano, de música brasileira, de rock, de música, teve como ponto de partida as apresentações no circo voador em dezembro de 2006.
se eu fosse músico, seria guitarrista. adoro qualquer som que sai desse instrumento. meu irmão tinha um pedal digital(sintetizador), a guitarra fazia vários sons.
ontem escutei a gal cantando, “meu nome é gal…”, lindo o jogo entre a voz e a guitarra. “gal. tuun / gl. tun / gaal. tuuun”.
vou reler o post. adorei!
fiquei curioso e quero entender mais, vou procurar todas os trabalhos citados.
glauberovski, meu camarada
“mas as letras são robustas, vigorosas, doídas, feitas por um sujeito com muita experiência de vida. não poderia ser feito por um cara de 20 e poucos anos”
ha ha ha ha. mas e as almas velhas, em jovens corpos? eu acho o cê um disco de alma velha num corpo de menino.
do post anterior:
lucre: ganhei o livro dos abraços do Galeano de presente de uma grande e especial amiga, e ainda estou me apaixonando por ele. vou procurar o que vc postou há uns tempos atrás. gostei muito de suas histórias de banheira!! felizes marcas e lembranças!
teteco: não o conheço não. trabalho com hatha yoga tradiconal. geralmente em grupos pequenos como uma via de consciência corporal e como estruturação e organização da energia circulante no organismo, mas meu forte é o trabalho terapêutico individualizado, desconstruindo bloqueios, reestabelendo padrões saudaveis de relacionamento e possibilidades de expressão corporal e vocal criativa. aeee! escrevi pacas, hein! é o meu lado velha ( a que trabalha), num corpitcho de trinta e tantos (não muito cuidado, mas dando pro gasto…)
oi, pedro. tais bem?
isto é cultura…é sociologia…é filosofia pura…
Wesley, brigado pelas suas palavras, dirigidas a quase todos…
este tom de despedida me dá uma sensação de puta estranheza…
Yeah, Glauber!
Gostei demais da parte que fala sobre Bob Dylan e sofisticação (aliás, que belo entrevistador é o Caetano, nâo?!). Acho que depende muito da proposta toda, das letras e da estética. Chico Buarque também nunca foi um primor de cantor e aqui ninguém nunca parou nisso, porque ele é mesmo demais. Juca Chaves também tem voz de Pato Donald. Tom Jobim, um dos maiores de todos os tempos em qualquer lugar, sempre cantou só pro gasto. Herbet Vianna sempre foi (assumidamente inclusive) um cantor sofrível. Ainda bem que nenhum deles deixou de fazer suas coisas por causa de excessiva auto-crítica. Mas Bob Dylan teve um papel precursor aí, sem dúvida. Inclusive incentivando Jimi Hendrix a cantar, na base do “se ele pode, eu também posso” hahahahaha. Os caras do folk e do blues também pouco de importavam em cantar bonitinho. Um fator importante é que lá fora mesmo com proposta ou deficiência técnica, os discos sempre foram bem produzidos. Aqui, só quando Liminha chegou junto nos 80’s, depois de ter feito um intensivão lá com os gringos.
Wesley, não esquecerei suas palavras. Nunca. Valeu mesmo.
Saudações!
Nossa Caetano fazia tempo que eu não ia passeando pelo youtube mas o papo seu com o Pedro tem muitas coisas legais mesmo, e como gosto disso! Lou Reed sempre foi um dos meus favoritos. Bom para começar vou colocar ai alguns dos vídeos que andei vendo, sobre o que se falou do Transformer, para quem tem curiosidade e gosta de se interar e se aprofundar no papo delicioso de Caetano e Pedro vale conferir.
Lou Reed - Transformer - 1a Parte
http://www.youtube.com/watch?v=yGXNMBWsDV4
Lou Reed - Transformer - 2a Parte
http://www.youtube.com/watch?v=A0LdixMI0Lk&feature=related
Lou Reed - Transformer - 3a Parte
http://www.youtube.com/watch?v=ANwzGUjAi-8&feature=related
Lou Reed - Transformer - 4a Parte
http://www.youtube.com/watch?v=TR1uRoQjmx0&feature=related
Lou Reed - Transformer - 5a Parte
http://www.youtube.com/watch?v=LxhOXGU1bAg&feature=related
Beijos a todos
Como Pedro fez falta por aqui e como deixou de fazer agora. O papo passou por muita coisa que a gente resvalou por aqui durante esses 9 meses. E por muitas outras que renderiam zilhões de conversas. Cada assunto proposto por Caetano daria um POST com 500 comentários.
Mas há um momento particularmente precioso:
“Os americanos parecem que estão dizendo: nós podemos fazer muito mais bem feito o mal feito do que vocês, do que qualquer um”
Isso é um arremate. Faltava alguém pensar e dizer essa coisa. Me abriu um baita horizonte pra reentender uma porrada de coisas. Também ouvi muita gente falar da precariedade das gravações de Muito e Cinema Transcendental. Ficava contrariado. Mas também estava feliz com as conquistas que Gil fazia com Realce e o padrão de produção quase-americano das suas gravações.
Nunca havia pensado sobre esse poder americano do fazer o mal feito bem feito. É um achado!
Os discos que eu gosto de Nelson Cavaquinho são os “precários”. Os produzidos (sem seu violão) são bons porque são Nelson. Mas há muito o que se desconsiderar na audição.
Donato e psicodelia. Outro achado da conversa. A Bad Donato é um super disco que mostra o quanto essa turma do beco era mais do que nossos preconceitos com o virtuosismo e as convenções. Falamos disso por aí.
Pedro é grande músico. Mas Caetano providencialmente o revelou como ser pensante musical. E foi duca!
in test
salem
Caetano Bowie, David Veloso!
O que mais gosto em Caetano Veloso é sua constante busca de ficar longe da mesmice. Produção em ritmo acelerado é com Vô Velô! É disco-livro, disco e livro, rock, samba, música latina, canções italianas, cd em inglês, outras palavras, carnaval, disco ao vivo com canções nunca gravadas em estúdio pelo mestre, projeto de cd de axé, programa de Tv com Chico, bolog, disco com amigo, encontro com o outro Rei, caixa com tudo, filho, neto, mulher, ex-mulher, Lebilon, Bahia, Brasil e o resultado, meus amores, é Caetano em escala planetária! Saravá Pai Caetano! Mucho Axé procê!
Quem vê assim pensa que tu é muito, meu filho! Mas na verdade você é MUITO MAIS, meu pai!
Ora minha gente, mas o que é David Bowie senão um quase Caetano? É verdade que o camaleão inglês não é tão refinado quanto o nosso camaleão brasileiro mas… É tudo camaleão não é mesmo?
http://www.youtube.com/watch?v=EL2ukERsID0
É um saco esse negócio de ficar elogiando. Parece uma rasgação de seda sem fim, mas, porra, diante de CAETANO VELOSO o que mais se pode fazer? Eu não sou de ficar enchendo a bola de ninguém de graça não. Mas eu quero dizer que amo demais Caetano. Apesar dele não ouvir meu apelo pra trazer Betá aqui. Vão dizer que sou bregona por falar assim na lata, mas foda-se.
Pai Caetano, meu bichinho bonito, tu és mesmo muito grande assim porque Deus quer! És uma jóia!
http://www.youtube.com/watch?v=s6Wwh9BraLc
http://www.youtube.com/watch?v=IXQrW-Bd4s0
Músicas que eu, a estonteante Labi Barrô, gostaria de ouvir no show do Zii e Zie:
Labi Barrô, longe da fábrica de prestígio que existe em Brasília, mas perto do coração de Vassilissa!
- Pra ler tudo isso mais os comentários, tive que adiar uns cinco compromissos. No final das contas, valeu a pena (domingo, né?).
- Li também a matéria na Bravo online: logo após o pontapé inicial (com a citação de Invasões Bárbaras!) e já armando a jogada, “o texto” compara o Caetano com o Bowie e o Chico com o Dylan. E termina, o texto, como todo lugar comum, dizendo que o Dylan sempre fez músicas blues/country “de protesto”. Nessas alturas a comparação já sai de foco, mas sei é que o Dylan odeia isso (engraçado, quase escrevi que ele ‘deveria estar se revirando no caixão’, que absurdo! hahaahah)
- Labi, quanto a mim, gostaria de ouvir Trilhos Urbanos num arranjo transreggae, com direito a solo de uns dois ou quinze minutos de contra-baixo (na dúvida, com hífen). Sério.
HERMAN ESSE VALE QUANTO PESA
Rafaelíssimo
Grande contribuição a sua ao linkar o blog do MINC que discute a Lei Rouanet.
Uma das coisas legais lá é o VT na íntegra do debate da FOLHA. Com imagens a coisa pega mais no breu e ganha luz.
São muitos os aspectos da proposta da reforma da lei que devem ser discutidos com lupa.
Elegi os meus dois favoritos:
1- A tal comissão de notáveis.
2- E a liberação compulsória de Direitos Autorais para uso educacionais.
Quanto ao primeiro ítem, sempre tive dois pés atrás quando se monta esse tipo de time. O primeiro mandato do Governo Lula já tinha levado muito tomate quando se propunha algo semelhante para Ancine e para a Imprensa. É estranhíssimo que haja um número restrito de gente “da área” que tenha esse poder nas mãos. Os defensores costumam dizer: melhor do que burocratas. Pois eu prefiro o critério careta técnico, do que o subjetivo feito por colegas. Os políticos agora adoram usar a expressão “atores sociais” como uma designação de gente que “atua” no “cenário” político. Já que existe tanta apropriação das expressões do teatro eu me pergunto: quais artistas se sujeitariam à “representar” esse “papel”? Mesmo que a intenção do Juca não seja o “dirigismo”, acho impossível não haver influência de grupos. No entanto, a favor do Juca, há o argumento de que já há um dirigismo com o monopóilo de grupos organizados do Sudeste. Mas dá pra pensar. Será que isso não é um mérito da Região que se desenvolveu o suficiente para lidar de forma madura com as leis?
Um pouco como o biscoito Tostines que se pergunta “se é gostoso porque vende mais? Ou vende mais porque é gostoso?” Num paralelo, eu me pergunto: a Lei é para regiões mais sofisticadas? Ou as regiões é que sofisticam seus métodos para lidar com a lei? Tenho dúvidas ainda.
Quanto ao segundo tópico que pincei: tenho muitas letras de canções que fiz para o Castelo Rá-Tim-Bum e outros programas infantis, são usadas em livros paradidáticos. E tenho quatro livros infantis da Série “De Onde Vem?” com compras feitas pelo Ministério da Educação para leitura compartilhada em sala de aula. Em ambos os casos ganhei por isso um valor de Cessão de Direitos para publicação. Nunca foi muito dinheiro, mas o suficiente pra que houvesse um reconhecimento do autor.
No primeiro caso, acho bem lógico: os livros são vendidos no varejo, não são obrigatoriamente adotados por escolas particulares e foram editados por grandes empresas como Editora Globo, Saraiva, Cultura etc. Ora, essas empresas lucram com as transações. Mesmo que tenham objetivos educativos, estão comercializando. Acho natural que o repasse de Direitos Autorais seja garantido. O segundo caso é um pouco diferente. O Ministério comprou uma tiragem dos meus livros a um preço extremamente abaixo do praticado para que ele fosse adotado em sala de aula do Ensino Público. Se a Editora topa não obter lucro nesse tipo de transação e apenas cobrar o preço de fabricação, eu topo feliz ceder sim os meus direitos sem ganhar nada por isso.
No entanto, esse aspecto da reforma da Lei parece um pouco superficial ainda. Do jeito que está, qualquer comédia, ou música eletrônica, depois de um tempo pode virar freeware. Basta “achar” nela um objetivo educativo e… vapt! Vai de graça pra uma sala de aula de Escola Particular. Convenhamos, isso pode gerar exageros e descompensações. Se um coordenador pedagógico resolver passar “Meu Nome Não É Jonny” em sala de aula e convencer uma comissão integrada por sei lá quem, que o filme “educa” as crianças no sentido de uma conscientização sobre “o mundo das drogas”, pronto… Todo um investimento cai por terra. Milhares de adultos terão o DVD em casa porque foi distribuído na escola. Se, como acho que entendi, a lei deixa essa brecha, está numa roubada. Mas posso ter entendido mal.
Só com esses dois ítens dá pra ver como a discussão rende. Imaginem o resto. Os que gostam do assunto devem sim ler com “isenção” a proposta e discuti-la sem clima de torcida.
Eu tenho muuuuita preguiça, confesso. Sonho com um mercado desatrelado do Estado, mas sei o quanto isso ainda é utopia. Ter um Ministério da Cultura preocupado e honesto, mesmo que errando, é um grande avanço. Devemos essa à Lula e a Gilberto Gil. O resto é processo, negociação, dinâmica e política. E eu sou daqueles que mete o bedelho no boteco, mas fico embriagado antes dos outros… e odeio pagar a conta da birita.
in test
salem
HERMANO, CON TU “PERMISO”…ESTE VALE Y “VALE MUITO, MUITO DEMAIS”…
Para Mami,
Mami, agradezco ser de tu “ser”, alma de esta alma…”María”, es tu nombre, y el sintetiza el puro Amor, bien aventurado amor…que precisamos para vivir!. Gracias Mami…por todo…y más…te prometo no llorar más.
—————————————————
Teteco,
Sim, meu nome é Verônica…é Vero!, significa “autentica imagem”, é de origem grego. Minha personalidade encontra soluções aparentemente “descabelhadas”, apoiando-se na imaginação e intuição a problemas insolúveis para outros. Meus logros aparecem cheios de obstáculos…que vou tratando com tenacidade. Mas sou uma pessoa organizada mentalmente….organizada, vero!…eu acho.
—————————————————–
Caemío,
Deixo pelas minhas dúvidas, aqui também o link HTTP://www.myspace.com/verinhoo, para quem tenha a “curiosidade” de conhecer a minha “carinha”. Fazendo um clic nas fotos, podem ver-las mais grandes e “apreciar-me” melhor…espero não decepcionar…pelas dúvidas peço perdão…mais foi o que natureza me deu…e claro!..mami e papi. Enfim….gracias.
Terminei o “Leite demarrado” de Chico.
Confesso a vcs que botei ele na frente para ficar “plugado” aqui noo blog.
Engracado como parece que todos (fazenda modelo nao lí. Aí já é demais) os personagens de Chico estao desconectados do mundo produtivo, vivem num transe pelas ruas, desconfiando dos porteiros, motoristas de taxis, camareiras e enfermeiras. O mundo é hostil a eles… O que será que o analista de Chico diz disso?
SALÉM, aqui na Alemanha a TV aberta é paga (€18/mes) e vem por cabo em todas as casas. Se vc optar por nao pagar, vem de vez em quando de surpresa um fiscal em sua casa ve se vc tem TV.
**********************
quais são as outras músicas do Transa que daria para brincar com essas coisas nucleares? fiquei aqui pensando em “neolithic man” e “it’s a long way”. elas tem a densidade das demais canções do “zii e zie” e talvez uma complementariedade conceitual.
———————————-
lembrei logo da capa do “zii e zie”:
bjs.
Lenartei,
Eu comecei a ler o Leite Derramado e imediatamente me lembrei dAs Invasões Bárbaras (um cara num leito de hospital público, etc). Fui ler a matéria da Bravo… E lá estava a referência, por outro caminho, mas estava!
Concordo com André T (Vellame, esse é outro. Tiganá é contrabaixista da Volante do Sargento Bezerra, além de técnico de gravação. Já gravei com ele tb. Ah, te mando os mp3 hj). Cê é muito legal (”Odeio” é foda), mas Caetano & banda botaram pra f**** em Zii e Zie.
saudades amigos
Thanks for posting great interview about “uncles and aunts” (more probably translated to “guys and girls” in English, since, if I understand correctly, it was loosely inspired by the Spanish/south American version of “tios y tias”, which, at least in Spain, means “guys and girls” or “dudes and chicks” to be even more informal…but I digress) and the various influences.
I found Cê to be about the most raw record Caetano has released in all these years. I greatly appreciate the more “classic Caetano” sound of years past, but Cê stands among the very best, so am greatly looking forward to hearing Zii e Zie.
When will it be released in the US?
ps: lucre: el horóscopo de la semana que viene está equivocado (el problema se trata de un planeta no muy conocido, a causa del cual no está el resto del universo ajustado propiamente….no te preocupes, que todo será resuelto antes de que vuelvas, y aqui estaremos todos). En vez de alejarte de los acuarios, debes juntarte a ellos al maximo.
Bom Dia Blogueiros de plantão…
Já que o tema é set list do show, gostaria de dizer o que eu gostaria de ouvir com a banda Cê, ela continua entitulada assim, para este trabalho?
Pois bem, gostei da lista da Labi.
Teria mais uma lista de canções, mais estas acho que tem tudo a ver com os moldes do cd.
Acho que tudo que cito vem de uma obra há tempos em Progresso.
Bom por momento é isso,
Abraço aos blogueiros que expressam a opinião de canções aqui.
Meu set list tá pronto,
Luiz Carias.
Os Mutantes anos 60 são uma obra-prima. Mutantes progressivo é uma ilusão da cabeça do Sérgio Dias.
E do rock brasileiro dos anos 80, eu gosto do Titãs, do Camisa, do Ira, do Paralamas, Blitz. Sinceramente, não curto muito Barão, nem Cazuza e nunca curti o Legião, embora, já disse aqui no post anterior, que sempre achei que o Russo tinha cara de gênio. Mas, a sua mistura de Velho Testamento com Camões sempre me deu tédio. Sou mais Barão que Legião. E Lobão falava mais do que fazia som…ainda hoje é assim.
Beth Carvalho e Clara Nunes. Amo. Faço minhas reverências. Sobretudo para Clara.
A Martinália, a Roberta Sá, A Mariana Aydar, a Maria Rita, a Céu, Ceumar, Anelis Assumpção, Andréia Dias e a Carolina Soares de Iguape (menos conhecida, mas boa de capoeira) são minhas musas no momento.
Nunca gostei muito daquilo que ocorreu no Beco das Garrafas não. Perdão.
E também acho o baixo da canção Maria Bethânia uma coisa linda. Adoro os dois discos londrinos do Caetano. O Transa é melhor. Mas London London é a canção mais bonita que ele fez na Inglaterra.
pessoal, não confundir ronei jorge com roney george. eu sei bem quem é quem. ambos são baianos. não é incrível? um dia um deles me disse que o nome do outro era a transcrição do seu em escrita portuguesa. eu próprio pensei que o que era esse era o que não era esse. o nome, digo. não a pessoa, que nunca confundi. ronei jorge é músico, líder dos ladrões de bicicleta. noney george é artista visual e poeta diletante. tudo gente boa.
adorei os comentários de ronei.
É isso mesmo, Gl.
Mas o achado de Caetano coloca um interessante novo vetor pras nossas mentes viciadas: onde e quando o Brasil fez seu mal feito bem feito.
Citei Cabeça Dinossauro como um marco muito graças a Liminha (um especialista em “bem feito” no sentido clássico de produção) ter apostado suas fichas no jeito “mal feito” dos Titãs. Timbrou guitarras sem injetar efeitos, evitou overdubs e (grande momento do filme do Branco Mello) peitou Charles Gavin para que tocasse com menos viradas e mais testosterona. Uma cena que fiz questão de rever em função da fala de Caetano. Charles (um grande e virtuoso batera) à medida que se sentia à vontade no estúdio, colocava mais síncopas e viradas. Liminha deu um esporro, desses de técnico de futebol ou diretor de teatro. Mexeu com Charles que fez um take enfurecido. Ao final, Liminha gritou no talk: É isso! E foi abraçar o Charles. O mal feito voltou a ser bem feito.
Outros exemplos: o programa Ensaio do Fernando Faro, onde vimos grandes momentos de artistas tocando de memória, lembrando e esquecendo letras. Alguns lá fizeram mais que em seus álbuns.
O início do nosso Rap também teve esse charme do tecno-pobre com muita criatividade nas velhas baterias eletrônicas. Quando ganhou uma produção “banho de loja” ficou com cara de primo pobre dos gringos. O bem feito solapou o mal feito.
Mudando ou não mudando de assunto: pra mim o melhor álbum que ouvi em 2009 até agora é o de Arlindo Cruz. Madureira é clássico. A gravação das timbas, tamborim, cavaco, surdo são maquinais! E Arlindo surpreende com doses de tradição e novas sutilezas harmônicas. É de fuder!
Luiz Tatit, que além de semiótica, leu muito Freud. Dizia que Jorge Ben era a psicose e João Gilberto a neurose. Todos nós temos essas polaridades. Mas os dois exemplos sobrepostos às teorias de Freud me fizeram entender um dos mais lindos mistérios da mente. Na psicose, a entrega ao delírio, ao pensamento não-linear, anáriquico, melodia caótica sobre dois acordes. Na neurose, a sistematização, o cálculo obsessivo, a repetição detalhista, o golpe exato, o acorde certo sobre a palavra certa.
A psicose do mal feito e a neurose do bem feito. Uma pode matar a outra. Excesso de produção pra embrulhar um artista pra presente pode acabar com tudo. A MPB dos anos 80 é cheia de álbuns assim. Voz lá na frente cheia de reverb e músicos de pochete, sindicalizados tocando lá atrás, cordas no teclado e chuvas de timbres que já ficaram datados.
Mas o bem feito pode ser a chave do progresso: Chico Buarque é um case! Os arranjos do Luiz Claudio Ramos (que parece o Andy Wharoll) adquiriram com o tempo um grau de simbiose com as canções que fica difícil separá-las das idéias camerísticas do maestro.
Tom Jobim cantando! Eita mal feito bem feito, sô!
Se a gente olhar pras inúmeras bandas que estão surgindo pelo Brasil podemos constatar: o mal feito no bom sentido está vencendo. O recalque de não saber tocar ou ler música é cada vez menor, a necessidade de produtores à moda antiga virou piada, coisa pro programa do Faustão ou Astros ou Fama ou Ídolos.
Tem um mundão de gente fazendo o seu som ao seu modo, sem medo.
Num certo sentido, a palavra escrita também está ganhando essa nova possibilidade com a web.
Espero estar escrevendo mal o suficiente para me fazer entender bem. E bonito.
abraço
salem
O papo é esse:
The Creation and Internet law is the fair and balanced way to protect creators’ rights
By Paul McGuinness, Manager of U2
An intense debate is raging over how to stop the erosion of creators’ rights in an era swamped by free unauthorised music. It is a critical debate that I believe will shape the lives and the working conditions of creative professionals for years, even decades, to come.
France is leading the way on this issue, with its new “Creation and Internet” law, and where France goes, the rest of the world may follow. This is certainly not about the future of U2, the band which I have managed for over 30 years. But it is about the future of a new generation of artists who aspire to be the next U2 - and about the whole environment in which that aspiration can be made possible.
I have followed this debate closely in the last two years, as a number of governments have woken up to the need to tackle the deep crisis facing their creative industries. The proposals tabled by President Sarkozy and Denis Olivennes in November 2007 gave France moral leadership in the debate, a position the country retains today. The “Creation and Internet” law is the right solution to an enormous problem. It is a fair and balanced solution, and I believe it will work in practice.
There are a few simple reasons why the new law deserves strong support. First, the crisis in our music community is very real. A generation of artists, all over France, and further afield, are seeing their livelihoods destroyed, their future career ambitions stolen. Investment that should help them build careers is draining out of the industry. This isn’t just a shift in the business model from recorded to live music. It’s a catastrophe for all the business models, old and new. It is a myth that artists can build long-term careers on live music alone. U2 will this year fill out huge stadiums around the world, including two shows at Stade de France at a capacity of 93,000. That is because they have had parallel careers as recording artists and live performers since inception 30 years ago.
The world of music is rapidly changing, and new business models are developing fast, but all of this progress is threatened in a world where 95% of music downloads see no reward going to the creator. Critics who speak of the victims as “fat record and film companies” are evoking tired caricatures which I don’t believe the majority of people today accept - certainly not those who have recently spoken to an aspiring music professional, a film producer, a TV researcher or the owner of an independent music label.
You only have to look at the sharp fall in the share of new album releases accounted by French artists in the last four years to see the damage that is being done.
There are clearly people who oppose the new law – but I have not heard of any viable economic alternative to the system now being introduced, committing ISPs to helping protect copyright. The only other proposals offered look like solutions produced for the laboratory, not for the market place.
In fact the very appeal of the Creation and Internet law is its balance and proportionality. Far from repressing freedoms as some of its critics charge, the graduated response approach goes out of its way to be fair and to respect the rights of internet users. A system of escalating warnings, with the ultimate deterrent of temporary internet disconnection for the wilful lawbreaker, is a transparent and proportionate way of influencing consumer behaviour. And it has absolutely nothing to do with a surveillance society.
This is also a dramatic improvement on the old, unworkable solution of mass lawsuits against individuals – a policy which was pursued by record companies in the past, and to which I was always very strongly opposed.
That is why, by engaging with and obliging ISPs to deal concretely with infringement on their networks, the French Government has made such an enlightened step forward. The internet needs the protection of sacred freedoms, yes – but, as in real life, it also needs rules, and ones that can be practically enforced. The answer doesn’t lie in thousands of lawsuits. It does, I believe, lie in a sensible strategy whereby ISPs prohibit illegal use of their networks, and actually enforce those rules.
Another simple but crucially important judgement by the government has advanced this process - namely that ISPs were not going to offer this cooperation without being required to by law. That is not because ISP chiefs are bad people: it is because it is impossible to imagine any of them voluntarily conceding to steps that could put them at a commercial disadvantage to their competitors. Legislation to require a pan-industry solution was the right step, and a visionary one.
It is clear some still have concerns, but in many cases these are being enormously exaggerated. If we believe that artist rights need respecting and that musicians deserve to be paid – as surveys show the vast majority of people do – then we should defend their rights in practice and not just in words . I believe a society that cares about creators’ rights should not shy away from enforcing the law that protects them.
The French Government should be congratulated – it is proposing a law that is a workable solution to the problem of online piracy. It has brought together ISPs and content industries in a way that will effectively protect music and film rights, while respecting important consumer freedoms. There is a crucial lesson here for governments all over the world.
Glauberito,
vero
carinhos pra vc.
lembro qd vc contou aqui na OP que sua mãe estava aos seus cuidados. vc é uma linda mulher. carinhos, bençãos e confortos pra vc nesse momento.
Poxa… Que delícia!!!! Queremos mais!! Muito mais!!
Falta falar de Milton e música mineira contemporânea (que parece que o Caetano conhece muito pouco ou quase nada), faltou Radiohead (eu vi o Pedro no show do Radiohead, o Caetano não, mas li no jornal que ele tava lá), faltou falar de São Paulo (Pedro fala ‘dionisíaco’ umas duas vezes na ‘entrevista’, com uma entonação paulista, daquelas de Wisnik ou Zé Celso), faltou falar do Rock do Sul, do Rock Goiano, faltou Chico…
Queremos mais!!!!
OI pessoal.
Ficava aqui só lendo, mas Pedro falou da gente e aí eu tomei a ousadia de escrever.
Acho que esse bate papo tem pensamentos incríveis que tão em falta em algumas resenhas de música pop.
Pedro, também sou suspeito, mas te digo que você é um músico incrível: quando toca e quando observa.
Caetano, eu ouvi rápido com Pedro o novo e gostei mais que o Cê: também achei a banda mais madura. Gostei também da diferença das canções, desse pequeno desapego com a unidade que pra mim deu uma unidade da porra. E achei as músicas lindas.
Tenho que te dizer que acho o Noites do Norte um discão e que já bati boca com muita gente por aqui por causa dele. Quem me chamou a atenção pra ele foi Edinho guitarrista da ladrões - eu tenho que dar o crédito.
Isso que vocês falaram sobre os que são o que são e o os que são o que observam é sensacional. Amo os dois tipos.
Tava conversando com uns alemães, falando sobre jorge ben e tentei dizer pra eles que Jorge era um artista que os estilos chegavam nele e se cristalizavam. Têm horas que parece que o cara fundou todos os estilos, né?
Agora amo também esse seu lance de o Ciúme e de Jeito de Corpo. Gosto de me surpreender com isso. O mesmo cara não sendo e sendo muito por não ser só uma coisa.
Acho que é isso.
Grande Abraço.
Ah! De Bowie eu concordo muito com tudo que disseram: prefiro Transformer e as coisas que fez com Iggy do que seus discos.
uma pergunta: alguém musicou “cogito” do torquato neto?
“cogito” [torquato neto]
Verônica, meus sentimentos.
pô, ronei jorge comentou, finarmente. grande sujeito, grande compositor, grande amigo!
abraço pro ladrão de bicicleta e seus roneijorges! hahaha
Teteco dos Anjos!
De modo algum os prog-Mutantes foram uma viagem só de Sérgio Dias. Em “O A e o Z” só Rita havia saído. Mesmo antes, no “País dos Bauretz” havia progressivo: a faixa-título é claramente dedicada ao estilo. No solo de Rita, considerado por todos um disco dos Mutantes “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, a mesma coisa.
Havia outras bandas que faziam prog-rock no Brasil, como o Som Nosso de Cada Dia, Saecula Saeculorum, Recordando o Vale das Maçãs e mais um montão de nomes. Os aficcionados pelo gênero vivem descobrindo raridades.
Ramones e o Thriller de Michael Jackson saíram do mesmo solo americano, assim como Velvet e Stooges. O Velvet chega a ser precário de tão primário (e maravilhoso), por pura opção (John Cale é um virtuose desde sempre). Eles, os americanos, se permitem a transitar por toda parte, esteticamente. Algo admirável, a meu ver.
Glauber!
Como falei acho que no tópico anterior, os caras do Vzyadoq Moe eram de Sorocaba. O então Fausto Marthe (hoje Marcelo Marthe e escreve na Veja) deixou creio que algumas das letras mais surpreendentes da época:
(”Não Há Morte”).
Isso escrito por um moleque de uns 17 anos, na época!
Saudações
Glauber,
Pedrecal,
Sei disso. Os prog-Mutantes não foram uma viagem só do Sérginho Dias. Mas foi predominantemente Sérgio Dias. Ou estou falando bobagens novamente rs?!
Vero, querida, meus sinceros sentimentos.
Verônica Vero Única
Meu pai também se foi durante essa nossa aventura por aqui. Era final de agosto. Fiquei alguns dias sem escrever mo O&P. Quando voltei, fiz como você. Contei. Fui carinhosamente acolhido por muitos em especial pelo Joaldo. É incrível que tenhamos conquistado em um ambiente virtual (além dos debates) a possibilidade do acolhimento, da solidariedade e do carinho.
Fico comovido vendo que você também teve essa confiança na moçada.
Um beijo do seu amigo virtual
salem
Obrigado Wesley, mas estou longe de ser poeta, quem dera!
Legal o papo com Pedro! Interessante as comparações que ele faz entre os opostos de João Gilberto e Hendrix.
Que bom que o Caetano está gostando mais de rock progressivo; um dos motivos, disse ele, de não gostar da psicodelia de Pink Floyd é que dava sono, haverá outro motivo?
Gostei de ter visto a cara do Glauber Guimarães, e morri de rir com a tirada “o homem que virou suco!
Como que pode alguém ouvir o “Cê” pela metade, maluco.
Vero, o amor não é só o longo adeus que você imagina agora. Um dia, esteja certa, só o amor fica. Se eu pudesse encurtar seus dias de plafón bajo, eu o faria com prazer. Um abraço apertado, minha amiga.
VERO,
Bem, sobre o som de Brasília eu sugiro que ouçam Superquadra. Na página deles tem o disco inteiro, clique em áudio. O nome do disco é Tropicalismo Minimal:
http://www.superquadra.com
Caetano, cê podia convidar bandas novas para abrir seus shows este ano. Aqui em Brasília eu acho que a Superquadra cumpriria bem a missão. E seria legal. O público conheceria novos sons! Que que tu acha?
Labi Barrô, fugindo das atitudes mecânicas, do choro compulsivo, do riso histérico, completamente eufórica, curtindo os estados alterados por que passam minha mente neste momento. Hoje sou a sexta Tita! Beijo.
Tem duas bandas de Baltimore, terra do genial John Waters: Animal Collective e Beach House. Elas trabalham muito bem esse aspecto levantado por Caê no trecho: “Os americanos parecem que estão dizendo: nós podemos fazer muito mais bem feito o mal feito do que vocês, do que qualquer um. É uma coisa engraçada porque parece com a questão da arte moderna”. E assim estão na ponta do que é chamado de freak ou weird rock ou mesmo pop. Valem a pena demais!
Para Vero Veriño:
http://www.youtube.com/watch?v=v0CLYpYKHNY
Com carinho e respeito,
Labi Barrô
Verônica, no hay duda; nuestros padres son tesoros de los más preciosos qui pueden existir…mis condolencias…
Deixo um poema de Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) ditado pelo poeta no dia da sua morte:
Sobre meninas brasileras: Qué pasó con Céu? Es la que más me gusta! Casi no se habla de ella acá. Va a sacar algún CD nuevo?
Oi, Caetano, Pedro e pessoal.
Gostei muito de ouvir vcs falarem sobre Iggy Pop e Velvet! Obrigado!
Esse post é como chocolate, cada vez eu volto para ler um pedacinho.
Vcs falaram sobre as diversas cenas musicais e eu queria pontuar uma coisa: existe uma cena em BH atualmente, só comparável em efervescência com a dos anos 90 que teve Náuplio, Eletrica Uzifur, Virna Lisi e de onde saíram Skank e Pato Fu. Agora Fernanda Takai resolveu reencontrar o seu lado Nara Leão: eles estiveram sempre numa de releitura de Mutantes 60. Eu gostei assim que vi em 94. Vi que ia dar certo, pois era uma banda pop com personalidade num tempo de bandas em inglês imitando outras de grunge e industrial rock.
A nova cena em BH tem bandas como Dead Lover´s Twisted Heart e Junkie Dogs e, por enquanto, dela saiu Malluh Magalhães. Mas é curioso que os caras se conhecem (tem uma cena de MPB tb) e tem contato e amizade com o pessoal do Vanguart e Supercordas, por exemplo.
Ah..uma grande amiga minha, super bem-humorada, disse certa vez:
Adorei a comparação. Dormir é uma de minhas atividades prediletas…quando consigo rs.
Erica, Hatha Yoga tradicional é bem legal. E que papo é esse de grilo com seu “corpinho depois dos trinta”??? Com todo respeito, pelo que pude ver no seu myspace você é muito bonita.
Glaubito, vai nessa irmão. Com certeza vocês têm mais colhão que nós para musicar Torquato Neto.
Teteco dos Anjos,
Vejo o progressivo na história dos Mutantes como uma consequência natural. Foi uma opção pela complexidade musical. Não que complexidade só possa ser achada no progressivo, longe disso. Pelas viagens sonoras.
Arnaldo diz que na fase com Rita eram meio circenses e que na fase progressiva ele tentou o outro lado do circo: o globo da morte. Dá um pouco a idéia do que os levou a tentar algo mais experimental, de improvisação. Não é que a fase progressiva dos Mutantes seja inferior (sob qualquer aspecto) à fase anterior: quem ou o quê poderia fazer frente aos Mutantes da fase inicial? Mutantes estão no patamar dos Beatles. Acho que eles esgotaram tudo naqueles cinco primeiros discos. Fazer o quê depois? Optaram ir adiante no progressivo. Mas tenho cá minhas dúvidas se não foi uma saída buscada pelo Arnaldo para justificar para si mesmo uma expulsão da Rita (alegando que ela “não sabia tocar”). Dores de amores. Que sabemos nós.
Após a saída do Arnaldo, eles tentaram com Manito. Depois Liminha saiu. Aí veio o Rui Motta. Depois Tulio Mourão, Luciano Alves. Sérgio tentou até o fim e pra mim a frase dele que sintetiza tudo (o que chamam de oportunismo, viagem, delírio, falta de noção etc) é a seguinte: “Eu sou um Mutante. Como posso deixar de ser o que sempre fui?”.
Então você está certo em dizer que era essencialmente uma viagem do Sérgio. Mas isso só depois que o Arnaldo deixou a banda. Veja que no Divina Comédia ou Ando Meio Desligado já tinha umas duas faixas lá pelo final explorando a parte instrumental, então a coisa toda teve muito a mão do Arnaldo, o grande gênio. Mesmo em “Ave Genghis Khan”, do primeiro disco.
Caetano
falar que a entrevista com o sá é do caralho é chover no molhado, mas é do caralho.
ps2: Weslwy gracias por suas belas palavras,você mostrou que tem um coração ainda maior que o meu. beijos
pô, esqueci de dizer uma coisinha aqui:
“space oddity” de bowie é melhor que tudo que fizeram iggy pop e lou reed, juntos, até hoje! pronto. agora é que me mandam pro espaço [na melhor das hipóteses, hahaha].
http://www.youtube.com/watch?v=uhSYbRiYwTY&feature=related
Vero,
O amor não passa, a morte não consegue vencer a nossa história de vida compartilhada com alguém.
A minha solidadriedade e um grande abraço.
Bom esse Rodrigo Campos, heim? gostei… foi um bom final pro bate-papo.
Beijo fraterno do Castello.
oi glauber, tudo bacana!?
há uma pesquisa bem completa sobre o torquato
( torquato neto ou a carne seca é servida )
e o poema cogito não aparece entre os poemas
que ganharam melodia.
um abraço pernambucano do df
.
Caetano,
Pessoal, a filha do nosso gal~a do sert~ao Joaldo, parida do blog, a Impertinácia, convida a participac~oes, sempre especiais através do info@impertinacia.com.
Oi, Caetano e pessoal.
Estou adorando o papo…agora, Caetano, me diga: vc curte alguma coisa de ópera? Ou fica só no Nietzsche X Wagner? Carmen de Bizet?
Pedrecal Pedra e Cal
Verdade: Mutantes progressivos estavam no globo da morte e lá morreram. Rita estava fora em progresso não progressivo. E Arnaldo já havia se machucado. Depois se atirou mesmo. Sem rede de proteção. Tentou morrer e não conseguiu. Arnaldo é um gênio. Os Mutantes progressivos descobriram o desquilíbrio da corda bamba. E Sergio ainda tinha força de malabarista da guitarra. Mas a mágica acabou ali. O circo da vida real foi mais forte. Rita era mesmo um tanto palhaça. Mas os palhaços representam muito mais para o circo do que alguns pensam. Sem a magia e a palhaçada, sobrou o virtuosismo circense.
Não colocaria Mutantes no patamar dos Beatles. Não há um ranking pra isso. Beatles são um fenômeno de outra espécie. Nossos filhos escutam Beatles com imensa naturalidade e entendem tudo.
Mutantes foram a maior banda de garagem que conheci. Tinham conceito. Flertaram com a música brasileira, o tropicalismo e Duprat, ainda bem molequinhos. Na essência, Rita permaneceu mais mutante que Sergio e Arnaldo, embora negue.
Sergio é um músico gigantesco e teve um momento antológico ao lado de Gil em Montreaux.
Embora, possam me matar por aqui, eu gostei da volta dos Mutantes. Mesmo com Zélia meio fora do contexto. Que Sergio faria bonito, eu imaginava (ele cantou muito bem e foi um grande MC), mas o que eu amei mesmo foi ver Arnaldo feliz e verdadeiro no palco.
Apesar do clima cover da reaparição, aquilo tudo era mais Mutantes do que o descaminho do progressivo. Seo progressivo foi o caminho pra morte, o cover não foi a ressurreição. Mas, um belo álbum de recordações verdadeiras.
Eu ouvia Mutantes e Novos Baianos alucinadamente quando ganhei um LP do Emerson, Lake and Palmer. Fiquei apavorado por não reconhecer o Brasil naquilo. Eu tinha mania de procurar Brasil em tudo. Via Brasil nos Beatles. Nos Stones. Em Dylan, Hendrix. Eu tinha a cisma de que tudo deveria ter algum recado musical para o Brasil. Continuo com essa bendita doença.
Bowie (me matem), nunca gostei. De nada. Impliquei com Bowie desde o início, até vê-lo como ator. Foi atuando que ele me chapou. Depois disso ficou mais fácil vê-lo cantar, mas não ouvi-lo.
Beijo na testa
salem
Caê - ADOREI O PAPO COM PEDRO. Uma pequena aula sobre a canção.
PESSOAL - POR FAVOR OUÇAM RODRIGO CAMPOS - HÁ DE FATO ALGO LINDO, ALGO MUITO ELABORADO QUE SOA SIMPLES, PURO, NUNCA HAVIA OUVIDO DELE E HÁ MUITO UM COMPOSITOR NÃO ME ENCANTA TANTO. QUERO ESTAR COM CERTEZA PRESTIGIANDO-O NO SHOW DE LANÇAMENTO DO CD “SÃO MATEUS NÃO É TÃO LONGE ASSIM” E CONVIDO AOS QUE MORAM EM SAMPA QUE FAÇAM O MESMO.
Gostaria de saber de Caetano que pensa sobre o novo livro do Chico.
Caê - NÓS DE SAMPA GOSTARÍAMOS DE ESTAR NO LANÇAMENTO DESSA OBRA FINALIZADA. QUANDO E ONDE?
Embora quase não tenha postado, tenho lido e acompanhado a esse site desde o princípio e gostaria muito de sugerir que cê continuasse a nos brindar com posts. FAÇO MINHA A VOZ DOS LEITORES DESTE BLOG - PODE ATÉ MUDAR O NOME DO SITE. DE Obra em Progresso para “Papo em Progressa”
Beijo,
w.w.
Peraí,Caetano.A sociedade americana exige porque paga caro pela qualidade.Aqui no Brasil vence o apelo visual porque apuro técnico sonoro é caro e exige educação.Voce como eleitor afinco de Brizola sabe bem como o cara foi massacrado porque criou os Cieps e a gente tem que ficar escutando toda noite o William Bonner e a Fátima Bernardes queixarem da violência no Rio.O João Gilberto é na verdade um cantor de bolero que toca samba ao violão.A Mariana Aydar tem que escutar muito bolero para cantar melhor um samba moderno.É fraca na melodia.Clara Nunes no início foi grande cantora de boleros.Não é atoa que Nana hipnotiza Martnália.
.
Martnalia é o samba em pessoa. Mas Marisa Monte, embora com historia diferente de Martnalia, também tem.
.
Por falar em samba, lembrei de uma gravação de Leila Pinheiro, de uma música do Caetano, chamada TIRANIZAR, que é uma bela gravaçao de samba.
.
.
E que venha o show!
TY.
cinematranscendental@hotmail.com
“Eu ouvia Mutantes e Novos Baianos alucinadamente quando ganhei um LP do Emerson, Lake and Palmer. Fiquei apavorado por não reconhecer o Brasil naquilo. Eu tinha mania de procurar Brasil em tudo. Via Brasil nos Beatles. Nos Stones. Em Dylan, Hendrix. Eu tinha a cisma de que tudo deveria ter algum recado musical para o Brasil. Continuo com essa bendita doença.”
pois é, salemzito, isso explica tudo. não acho mesmo que mutantes prog foi caminho pra morte. acho que a rita lee deu 2.795 entrevistas diminuindo o que o sergio fez e isso colou. o “tudo foi feito pelo sol” tem mais punch e é mais bacana que muita coisa mezzo-disco que a rita fez com o marido [embora eu goste de "doce vampiro" e tantas outras, mas nem tudo é tão bom assim]. “cavaleiros negros” é belíssima.
mas não me entenda mal, prefiro mutantes com rita e acho que o sergio deveria ter usado outro nome pra fazer o som prog com outra moçada [de responsa, diga-se de passagem].
cê sabe, complicado e excessivo é tudo aquilo a que não nos acostumamos ainda. detonar mutantes prog é chutar cachorro morto, porque prog não tá na moda. a onda agora é jonas b[r]others [que tão dizendo por aí que são os novos beatles...acho que a imprensa fala essas barbaridades só pra me pirraçar, nepussível! hahaha. os carinhas assassinaram "hello goodbye"...não são páreo nem para os monkees!!! hahaha]
bom, falei pra caramba, então pra dar um relax, algo que influenciou muito sergio, arnaldo e rita lá nos 60s. small faces - “lazy sunday” e “itchychoo park”. preciosidades:
http://www.youtube.com/watch?v=yhyEMZkfLMo
http://www.youtube.com/watch?v=LCYbuj60aiA&NR=1
fui!
Lúcio Jr.
As bandas que vc citou de BH são só a pontinha do iceberg’zão!
A cena lá é muuuuuuuuuuuuito forte, muito musical. Tem rap, samba, canção, rock, pop, música erudita contemporânea, música eletrônica…….
Márcio Junqueira:
A batida de “uns” sempre me impressionou - amo profundamente a canção, também fiquei imaginando seu imaginário canto/CD e UNS interpretado por Caetano e Nação Zumbi, deve ficar tão legal quanto a batida de Maracatu Atômico com Caetano no “Eu não peço desculpas”.
Como sua referência é o “Narciso em Férias” acrescentaria à sua lista, se ela fosse minha, para dar uma quebrada, a seresta “Súplica” que Bethânia gravou mas Caetano não.
André T disse sobre o Caetano em Zii Zie : ele esqueceu um pouco do conceito roqueiro ou o que for, e conseguiu algo que transcendeu o rock ou qualquer estilo que o valha”
E eu acrescento: o que vem corroborar o título inicial do prefixo trans: rock/samba/ e por aí vai…
Oi, Salem, tudo bem?
A cena a que você se refere no filme do Branco sobre os Titãs rolou na gravação de “Violência”, que virou faixa bônus da versão em CD de “Jesus não tem dentes no país dos banguelas”, não no “Cabeça Dinossauro”. E o “Jesus” não é um disco cru ou “mal feito” (apesar do esporro do Liminha no Charles). Há muitas camadas ali, muita coisa eletrônica, samplers de monte. Foi mais uma opção pela simplicidade na execução de um instrumento do que o registro e a aceitação do cru, da pedra bruta.
Bob Dylan com voz de pato - e errando compasso - e Stooges garageiro são “só” aquilo (tudo) ali, não é a célula, é só o núcleo dela, é essência. Não dá para pedir para o Nelson Cavaquinho tocar um violão mais limpo ou mudar a voz, ou falar para Mauro e Quitéria tentarem outro timbre sem destruir o que eles são. É achar a melhor forma de gravar aquilo e mandar bala. Com os Titãs, ali no “Jesus”, Liminha tinha opção (e escolheu a melhor delas, na minha opinião). Acho diferente, não sei se fui claro.
É estranho dizer que optar por uma bateria simples é escolher o mal feito. As baterias, as linhas de baixo, os temas de guitarra de toda a discografia do Pixies são minimalistas, ninguém é virtuoso ali, mas são sublimemente bem feitos, bem resolvidos. O solo do Joey Santiago em “Hey”, por exemplo, não é tosco nem mal feito, mas é extremamente simples. É um dos solos de guitarra mais bonitos que já ouvi.
Ao mesmo tempo, Tom Jobim cantando à flor da pele no “Ao vivo em Minas” - e desafinando, e errando letra - é bonito demais. Aqui sim um exemplo de mal feito bem feito. Você gosta do Arnaldo Baptista em “Singin’ Alone”? E do Syd Barret em “Opel”? Quando o “Loki”, do Arnaldo, foi lançado, o que disse a crítica? Foi um pouco antes do “Muito” e tem bastante “mal feito” ali. É um disco fantástico.
Abraço!
Não gosto de ópera. Mas já gostei de ver um vídeo de Callas cantando árias em Paris. Bem, Carmen é pop (Nietzsche também). Wagner faz cenas de morte compridas demais (como comentou Jorge Mautner, lembrando algum europeu). Adoro tudo de Webern. Shoenberg tocado por Glenn Gould. Fui ouvir “Moisés e Arão”, ópera, e achei impressionante. Mas é ópera. “Lulu”? OK. Li um livro bacanérimo chamado “The Queen’s Throat”, sobre bichas gostarem de ópera (é um livro eruditíssimo, escrito por um acadêmico americano), que é muito engraçado. É um aspecto da veadagem que eu (ainda) não assimilei. Também achei chato o charme anos 80 de yuppies novaiorquinos irem à ópera e ópera aparecer nas trilhas dos filmes etc. Mas hoje gosto mais de ópera (e de David Bowie) do que antes.
Salem, é incrível como sua reação a Bowie foi exatamente idêntica à minha. Eu atribuía minha falha em captá-lo a um lance de geração: amante dos Beatles e dos Stones, achava Bowie uma reedição da formalidade palco-platéia. Acho que eu era muito hippie. Mas ele é um ator ótimo. Nesse ponto, o oposto de Jagger.
andré t: que bom que vcê pintou aqui. Gostei de suas explicações. E obrigado por reavivar a memória sobre a cantora. Ainda estou devendo escrever sobre o CD que você deixou na minha mão.
Fábio Cascadura: valeu lembrar aquela tarde: você voltou aqui e suas observações iluminaram muito. Saí da Baia sem ter tido tempo de ir lá no andré t gravar alguma coisa naquele coletivo louco espetacular. E sinto falta do Cury até hoje. Foi ele quem primeiro planejou um encontro meu com toda a turma do rock da Bahia. Terminamos combinando, você, Glauber e eu, sem que eu voltasse a falar com ele. Mas vou falar dele antes de acabar este blog. E com ele, certamente, depois.
Marcio Junqueira: eu acho que é isso que o Glauber quer dizer quando se refere a Bethânia como “a irmã rock’n'roll de Caetano”. Em “Verdade Tropical” eu tento dar uma ideia do que significa tudo isso que você descobriu.
“CNatar”, sim, “Cantar” é um dos grande momentos da entrevista de Pedro. A geração dele ama “Cantar”. Quando o disco saiu, foi mal recebido pela crítica e pelo público. Fizemos um show, com Donato ao piano (sem nunca se atrasar ou faltar) e Oberdan no sax - mas até o Nelsinho Motta falou mal (Nelsinho é o único jornalista brasileiro que fez carreira falando bem). O show era lindo. O disco está aí com as flores do serrado e de maracujá, com a rã e lágrimas negras. E a grandeza de Gal. O aspecto burro do Brasil empurrou Gal pra longe de tudo o que estava naquele disco e naquele show.
Exequiela: você não viu nada. Eu falei muito mais do que transcrevi. Pedro ria.
Vero: um beijo muito carinhoso.
Céu: adoro Céu. Já falei ela aqui. Vi um show de Céu no Rio e achei excelente. Os discos dela são muito bons. Ouvindo Rodrigo Campos, lembrei de Céu, nas faixas em que uma moça canta (ouvi um CDR, sem créditos, sem nada). Falei muito em Roberta Sá e Mariana Aydar porque a linha Folha Ilustrada tem seqüelas engraçadas da abertura para o internacional que o caderno significou nos anos 80. Então eu já era amigo grilo. Daí, ressaltar mais cantoras que parecem muito “brasileiras”, muito “ligadas à tradição” me excitava mais. É um desejo de compensação crítica. Mas Céu é maravilha. Também em Tiê (que me encantou) reencontro algo desse refinamento na abordagem do idioma contemporâneo de eletrônica e cool que se ouve em Céu. Ela é referência obrigatória. E pode ser um deleite.
Tem mil outras coisas de que não lembro agora. Mas tenho de ajeitar post(s?) para fechar este ciclo. Obra em Progesso está acabando (cadê a barra de percentagem que não anda?). Vou tentar falar com Marcelo e Ricardo.
Vi Animal Collective em Nova Iorque com Arto Lindsay e Barbara Browning naquele cais do sul. Achei sensacional. Há um ano e meio? Dois? Comprei disco. Muito louco. O show era melhor. Mas dizem que o disco novo é bacana como aquele show. Vou ouvir. Eles são mesmo weird. Não entendi nada das letras (em eral não entendo inglês cantado, mas sempre uma palavra, uma expressão se destaca; com o Animal Collective, nada). Meu consolo foi que Barbara e Arto, americanos, tampouco entenderam. Mas gostamos muito.
Aê Caetano e toda gente boa do O e P
Salém, engracado vc falar que nao gosta de David Bowie. Hoje mesmo comentei com um violinista muito bom que Pedro Sá ia trocar Caetano por Bowie.
O cara me disse que era “downgrade”.
Nao estou emitindo opniao só relatando o que o cara falou….
Muita gente divulga CD aqui tocando na rua. O pessoal compra se gostar. Nao é como no Brasil que seria confundido como pedinte. Os bons vendem mais. O rádio das casas tb é cobrado por mes.
Glauber,
“This is grand control to major Tom”… Space Oddity. Vc tem toda razão.
Falaram de Zimbo, Psicoldelismo, Bossa Nova… Galera, vcs conhecem a trilha sonora da novela “O Semideus?” Baden Powell e Paulo César Pinheiro. Inacreditável, um dos melhores discos que já ouvi. lembrei também da trilha de “O Rebu”, que é de Roberto e Erasmo. É massa tb.
Salem, esse negócio de “procurar o Brasil” é interessante. Quando ouvi Jamiroquai, gostei pacaralho, achei a melhor coisa gringa dos últimos tempos. Depois, fui notar numa canção deles que o que eu achava de legal era a harmonia “brasileira” que eles usavam. Melhor ainda: harmonia de Djavan. Melhor ainda: harmonia da canção “Samurai” de Djavan!! Hehe!
djavan - “se acontecer” [não liguem para o video]. gal gravou essa? se não, demorou…
http://www.youtube.com/watch?v=4cWx0S1vKQs
A cada hora a gente descobre coisas novas pra falar sobre esse papo bacana demais!
Achei a fala do Pedro Sá sobre o Hendrix interessante e correta, no geral. Nos particulares, algumas coisinhas a acrescentar:
Hendrix é bem mais que saturação e distorção dionisíaca: ele sabia muito de harmonia, por exemplo. E sobre o “quase não é harmonia” nos blues seria recomendável uma escutada em um disco como “The Bosses”, de Count Basie com Big Joe Turner. Acho que Lou Reed detestaria, porque Lou diz que mais de dois acordes ele já começa a achar chato(?).
Hendrix gravou bastante outros colegas: Cream, Beatles, Dylan, vários mestres do blues etc. Um dos seus primeiros sucessos, “Hey Joe”, é uma regravação. Sem falar em algumas jams, que saíam direto pro acetato (com feras como Steve Winwood e Jack Casady). Mas, no geral, é isso mesmo, praticamente o extremo oposto de João Gilberto, que dedicou e dedica toda a sua vida a gravar e regravar outros compositores.
Felipe Schuery, “Singin’ Alone”, que coisa bela! Tristemente bela e profundamente rock’n roll. No limiar.
Fernando Salem, entendo seu ponto de vista mas me sinto mais próximo do que Glauber falou aí. E realmente não acho que os Beatles sejam um fenômeno de outra espécie. Se o fossem, não seriam sempre considerados os melhores. Para mim, os Mutantes estão entre os melhores, daqui e de fora. Fizeram cinco Sgt.Pepper’s, nas palavras do Duprat, com as quais humildemente concordo. Mas cadum, cadum!
Saudações!
HERMAN- ESSE VALE O PESO
Oi Felipe Schuery
Você foi claro sim e tem toda razão. Quanto ao esporro do Liminha (apesar do meu erro de cronologia) acho que serve como um exemplo extrapolante para o que Caetano chama ludicamente de “mal feito”.
Eu penso assim: há um território perigoso e maravilhoso entre a criação e a produção. O estado bruto e a forma com que ele se transforma em gravação.
Pra mim não há regra. Há mistérios. Por isso, insisti em não querer saber muito dos bastidores de zii e zie.
Há discos e canções que crescem no estúdio. Há outros que perdem muito com a produção. As expressões “bem feito” e “mal feito” estão ligadas à aceitação desse fato. Uma aceitação que Caetano descreve como mais assimilada na cultura americana. E que talvez, hoje, comece a ser melhor assimilada no Brasil.
Lembremos que Cartola e Adoniran só gravaram suas músicas depois de velhos. E hoje, há uma unanimidade em torno da constatação de que são eles os melhores intérpretes do seus repertórios. Nos anos 40, tanto um como o outro eram vistos como bons compositores e péssimos cantores. É desse “mal feito” que falamos.
No caso do Titãs, todos ali (exceto Charles) não eram, de início, especialistas nos seus instrumentos. Eram compositores que tocavam violão. Paulo se virava na flauta como auto-didata. E Britto tocava um pouco de piano. A formação “mal feita” do octeto permitiu experiências sonoras incríveis com Nando “aprendendo” o baixo, Fromer e Tony se arriscando nas guitarras e Britto assumindo um casiotone fuleiro. Charles, que tocava com mais preparo e experiência musical (fazia bem feito) , poderia ser um risco. Havia um esforço para que ele tocasse “menos”. A expressão “tocar mal” ou “tocar simples” pode confundir. Era uma questão hormonal e estética. Coisas do rock and roll.
Fromer me contava que eram inúmeras as discussões na banda quando alguém começava a se sentir “tocando bem”, enfiando frases ou propondo convenções. E é aí que o exemplo do Liminha, mesmo tendo sido em Jesus Não Tem Dentes, também serve.
Deus e o Diabo (um anti-exemplo) era uma música problema para os Titãs. Eles gostavam dela, mas não a executavam em shows. Foi tanta produção “bem feita” que a base era irreproduzível ao vivo. Música de disco. Era uma quase música do Liminha.
Jack Endino foi convocado nesse limite. E foi essa a sua missão. Redescobrir a fúria dos Titãs e injetar boas doses de distorção e sexo. Algo que também exige técnica valvulada. É o estilo Felipão!
Agora, uma outra confusão deve ser desfeita. Gravação ruim é outro papo. Algumas faixas de discos de Caetano com A Outra Banda da Terra foram à época mal mixadas. Não sei se isso é a mesma coisa do que a voz de Dylan ser assumida e aceita pelos americanos como é, esquisita e fanhosa. Os discos eram bem gravados e mixados. Dylan é que era daquele jeito mesmo.
Estamos aqui falando de terrenos que se misturam. A execução basal, precária, bruta e forte de uma canção popular. E a gravação e mixagem tecnicamente mal feitas. Há diferença.
Quando eu era um pivete, diziam que Chico cantava mal. Mas todo mundo hoje sabe que ninguém canta Chico melhor que Chico. Acho que Caetano fala disso.
A voz de Chico. O violão de Caetano. A guitarra do Fromer. 3 exemplos de interpretação que ilustram o tema. Mas Chico canta cada vez melhor. Caetano toca violão muitíssimo bem e cada vez mais colado na banda. E Fromer se tornou um mestre na guitarra. Talvez porque apostaram em fazer bem feito aquilo que faziam mal feito.
Eu adoro “Loki”.
Leal
Esse negócio de procurar o Brasil em tudo (que eu disse que tenho) considero um erro de formação, um defeito meu.
Já tentei me curar. Não consigo.
Fui ouvir Chet Baker por causa do João Gilberto. Fui descobrir o punk gringo, depois de ir a um show dos Inocentes. E Marley, por causa do Gil.
É um saco! Não é um troço pensado. É assim. Só não foi com Beatles, Coltrane, Miles e Hendrix.
Descobri esse meu defeito de fabricação quando escutei Sevie Wonder pela primeira vez. Foi como o Lula dizendo “esse cara podia ser baiano” se referindo a Obama.
beijo na testa
salem
Glaubitz
Você deve ter toda razão do mundo quanto aos Mutantes e sua obra em progr.
E meu defeito de fabricação deve explicar tudo mesmo.
Admiro e invejo muito meus amigos, meus colegas músicos e meus filhos que se apoderam da produção gringa sem esse meu filtro brazuca.
Mas, como disse ao nosso Leal amigo, não sei fazer diferente. Procuro o Brasil até onde não há.
Meu feixe de interesse é esse. Mas entenda: isso não quer dizer que seja um nacionalista que não escuta coisas dos outros mundos. Escuto e muito. Mas minha acefalia logo me põe a fazer relações daquilo com o Brasil.
Espero que Lulu tenha razão. Toda raça experimentará para todo mal a (há) cura!
beijo na testa noise
salem
amor(es) da minha vida
teteco: não tenho muitos grilos de corpo não(a não ser os mais normais: “minhas veias salientes”, “celulites”, “estrias”! rs rs rs) , foi uma brincdeira pq apesar das aparencias dos corpos (o meu por exemplo), tem muita coisa que a imagem enrola. as fotos do myspace tem 2 anos, tou de cabelo curto e talvez um pouco mais magra. mas ali não aparecem minhas muitas sensibilidades corporais, como a que me fazia ter que sentar no meio fio da calçada a cada quadra que eu tentava andar com uns seis meses da minha gestaçao de gemeas, como a que me fez parar no hospital e não voltar mais pra casa bem antes da hora, tipo nessa mesma época há alguns anos atrás qd, tipo esse cd, tava eu nos “nascimentos”, e muitas outras coisas mais. as pessoas se confundem comigo, olham demais e me cuidam de menos, por isso sempre brinco, e aviso. os olhos e imagens as vezes enganam. amei o “bonita”!!. carinhos sempre são bem vindos. bj pra vc.
…o mal feito bem feito que adoro em Hendrix é ele cantando/falando/delirando com
LIKE A ROLLING STONE
JOÃO GILBERTO SÓ TEM COISAS BEM FEITAS
And in the end…
Boa Noite blogueiros de plantão…
Poxa porque a Obra está se encerrando???
Vi o post de Caetano dizendo que está perto do fim…fiquei triste.
Gostaria de convidar os blogueiros de plantão a continuar os encontros em orkuts, spaces, blogs, etc.
Se é mesmo que este blog irá acabar. Foi tão bom o tempo aqui, as matérias, comentários, idéias e tudo mais.
Um abraço bicudo a todos…
Luiz Carias.
Oi, César. Na verdade, sou de BH, mas quem me dá os toques é meu bróder que toca nos Dead Lover´s.
Ele me falou que, da cena de MPB o melhor que ele acha é Graveola e o Lixo Polifônico (eu achei que era Graforréia Xilarmônica! Já teve uma banda com esse nome, não foi?)
Teve umas coisas boas dos anos 90 que sumiram: a banda Beijo aa Força de Santa Catarina, acho, que musicou Yeats (pise com cuidado, são meus sonhos…), e Os Cachorros das Cachorras de Brasília que musicou o poema sujo do Gullar (azul era o galo, azul teu cu…) Alguém lembra? Vamos fazer um a la recherche du temps perdu indie?
Ty,Marisa Monte e Roberta Sá são neo-tropicalistas outra praia em que Gal é a sereia.Poxa cadê Gal?Tá difícel viver sem Gal!Elis também cantou muito bolero e tgambém teve que engolir Elza Soares que como Martnália também é o samba em pessoa.Caetano outro dia Lenine disse que os mineiros(citou o Clube da Esquina 1) são bons no disco e sofríveis nos shows ao contrário dos baianos.Pois é se os mineiros tivessem a produção de um Radiohead com aqueles adereços visuais todos,o impressionante colossal nível técnico sonoro e a capacidade de reunirem para ensaiar sistematicamente…Quer dizer a coisa financeira,né?
quero ouvir esse zii e zie araçá nublado
o caetano havia falado na sala são paulo
e aqui segue o link pra dar um rolê de 360 graus
dentro dela:
http://www.br360.com.br/sp/flash/sala-sp01.html
eu quero esse sá assim mesmo, descabelado…
e viva nelson rodrigues
e viva os 70 anos do glauber rocha que voa
um abraço carinhoso
pk
Acho que este blog naõ deve acabar. Ele tem que transformar.virar um diário de bordo da turnê que acredito está para começar. Seria muito dez saber como está os ensaios e a impressão dos musicos e Caetano dos shows que vão percorrer o país.
Caetano, voce citou muitos artistas atuais, acho que faltou mencionar com Pedro sobre Beck. Pra mim ele é o mais espetacular roqueiro americano desde de meados dos anos 1990.
Fica aqui minha campanha pelo não fim deste blog.
HERMANO, ESSE VALE
Glauber, perfeito: o começo da melodia do refrão de Virtual Insanity é “arrastado” do solo de harmônica de Stevie Wonder em Samurai. Como se diz na Bahia, quer ver, repare! Mas a harmonia é de Djavan…
Tudo bem, já que ópera você não curte, isso aqui você há de gostar:
http://www.youtube.com/watch?v=qVaEPx_VyXs
Se Caetano disser que não gosta disso aí gente boa, vou dar um grito e chamar Preta Gil para dar um jeito nele. E cuidado, meu grito acordará não só a tua casa, mas a vizinhança inteira!
TOM WAITS, RAIN DOGS, LABI BARRÔ E A CONTAMINAÇÃO NUCLEAR NAS ILHAS DO PACÍFICO SUL
WELUMA BROWN
http://www.youtube.com/watch?v=3kiVou2FHik
E BIANCA EXÓTICA
http://www.youtube.com/watch?v=cBnCvl4oANc
Labi Barrô, esperando, com fé, a ERA DE AQUÁRIO e a MUDANÇA TRANSCENDENTAL! Beijo.
Era impressionante, Alceu falava que a música brasileira estava arrasada, no nordeste verdadeiras máfias impunham shows e execuções em rádio, tudo dominado e sem graça.O mercado parecia que se extinguia. Eu ouvia e falei pra ele da nova plataforma. Que o fato de não estarmos conectados com a nova plataforma da música nos condenava ao anacronismo e formas reacionárias. Perguntei a ele se tinha Ipod, me disse que sim, olha aqui, e como vc coloca música…ah, isso é com minha mulher…continuamos falando e eu notava que ele ainda não tinha ouvido falar em tudo isso, que tudo isso era uma absoluta novidade…e observo que mesmo aqui, durante essa Obra, vimos que o assunto ainda é tão novo que ainda provoca debates ehehe…enquanto na França por exemplo um passo adiante está sendo dado, na Suécia tribunais, O Japão já é o primeiro mercado do mundo, enfim…aqui nada, baixamos de graça e não tem parada…tudo é pequeno, para poucos, tudo foi e está irremediavelmente diminuído, como o disco de Roberto Caetano e Tom por exemplo. Estamos reduzidos ao supermercado, e continuamos de axé pagode sertanejo e padre, não evoluímos, não há caminhos. Evidente que no ambiente de criação ainda despontam estrelas solitárias, e com pouco poder de fogo e reprodução. Estamos finalizando os anos 2000 e só nos referimos as décadas de 80 e 90, nada se passou de lá pra adiante, só o desastre, o desmonte. Mas colocamos uma pedra aqui, vamos adiante sabendo que temos algo a fazer e que muita coisa está acontecendo e o Brasil precisa da nossa intervenção. GIlberto Gil nos fala de criativo comum e desobediência civil contra a criminalização de quem circula arquivos de música ou filmes, há um outro mundo ao lado que fala de afirmação de direitos, novos procedimentos civilizatórios para conviver com a nova realidade virtual que disponibiliza instantaneidade e contemporaneidade, novas responsabilidades sociais entre os agentes e provedores. É preciso muita coragem para formar opinião e ação, como estar em desacordo com GG? O pai de todos, quem nos deu régua e compasso…como? Vamos andar com essas interrogações, mas temos que andar, precisamos andar, não tem jeito, há um desastre à nossa volta, é preciso reconstruir o caminho.
…the love you make…
E se gente grande ainda sonha alto com o fechamento do Congresso aqueles que acreditam na democracia tem mesmo que estar muito atentos, a irradiação é poderosa e entre nós, sobretudo na América Latina, o que temos visto é que quando fecha fica pior pra nós. E para defender a democracia precisamos de instituições fortes, poderosas, que nos representem…uma delas é a Academia Brasileira de Letras, e como aqui vimos que as palavras const’ruídas com as letras tem poder, podemos ter nossos candidatos a Academia, ao nosso sonho de Academia…e vcs sabem, eu tenho o meu, qual é o seu?
Olá, minhas gentes!
Eu pagava pra OUVIR esse papo de Caetano e Pedro. Muito mais que ler o que Caetano escreve (tô relendo Verdade Tropical e adorando mais que adorei em 98); ouvir as canções que ele canta o que mais gosto é de ouvi-lo conversar. A-DO-RO! Não consigo explicar o que acontece no meu coração…
Labi, Labi… sempre tão admirável. “Não se perca de mim, não se esqueça de mim, não desapareça” quando o Obra acabar. Nos encontraremos aí na Capital, me aguarde. Cadê o seu blog?
Vero, beijo e carinho, carinho!!!
Beijos a todos
fiquei pensando sobre o fim do blog. vai dar uma saudade louca a gente ficar sabendo que eu, você, nós todos já temos um passado meu amor.
Eu não sei lidar com finais não.
Não gosto de despedidas e vira e mexe faço fade-outs pra terminar as minhas músicas. O Abujamra vive dizendo que eu sou que nem ele: não sei terminar música direito. Botar final bonito.
Desde pequeno, ficava triste quando lia FIM na tela do cinema. Até em comédia.
Fim é bonito. Mas eu não entendo muito disso não.
beijo nas testas
salem
Caetano, o Obra em Progresso vai acabar. Ok. Mas uma coisa é certa; você ficará com saudades de nós. Hermano também.
Heloisa: the love you take…
Glauber: ouvi esse Djavan no rádio do carro e adorei. Gal tinha de cantar.
Labi: adoro abacate (embora deteste abacaxi). Acho o fim da picada as sorveterias brasileiras teem abandonado o sorvete de abacate, as lanchonetes e os botecos terem abandonado as vitaminas de abacate; as famílias terem abandonado o abacate com açúcar. Atribuo à moda americana de comer abacate na comida slagada, à moda do México.
Salem: eu também sempre filtrei tudo pelo Brasil. Jovem Guarda antes dos Beatles inclusive. Isso diz tudo. Fui anti-nacionalista. Briguei com Tinhorão desde os 18 anos. E com Suassuna desde a Tropicália. Mas o fato real de que nasci aqui e cresci falando português brasileiro é determiante para mim. Ah: e obrigado pela distinção entre cantar torto e gravar mal. É isso aí.
Pedrecal: Pedro falou sobre a gravação de “All Along the Watchtower”. Eu que cortei quando transcrevia. Agora, o que Pedro disse sobre blues quase não serem harmonia tem que ser entendido com mais complexidade. Claro que Pedro conhece os exemplos que você cita - e outros mais. Mas blues, por mais complicados tratamentos harmônicos que recebam e admitam, são intrinsecamente algo aquém e além da harmonia ocidental. É disso que Pedro falava, sorrindo e esperando que o interlocutor cmpletasse o pensamento com a sensibilidade.
A barra andou?
Vi que não.
Gil: tou lendo “The Pirate’s Dilemma”, uma ode inteligente à pirataria. Você talvez ficasse revolado. Eu, como sempre, estou apenas com um pé atrás.
Bom dia blogueiros d plantão…
Achava interessanteste blog continuar por dois motivos únicos: primeiro o fato de Zii e Zie ter uma turnê, a gente debater sobre como foi cada show, a reação da platéia que não participou deste blog, sentir a experiência d quem sab chegar at´o camarim do mestre Caetano, e relatar nossa emoção ao ver, ouvir e conhecer toda obra do qual participamos, mesmo que indirtamente; segundo porqu isso aqui é bom demais, todos que postam, o Caetano, o Hermano, são muito mais que demais.
Me apeguei demais a este blog, e não quero qe ele acabe, já é quase que um vicio constante vir aqui trocar idéias.
Mais vejamos o que acontecerá.
Abraços a todos,
Luiz Carias.
HERMANO, ESTE AQUI É 0 QUENTE!
“Is equal to the love you make…”
Melhor meddley do mundo.
Caetano, ouvi uma vez de uma amiga a seguinte frase: “Os Beatles fundaram a Jovem Guarda!” Quase me mijei de rir, achei lindo isso!
pra começar, uma rosa para labi barrô:
@}-,–´–
emmylou harris é uma lenda da country music. seus discos são super bem produzidos. aquela precisão, aquela higiene, que em nashville é ainda mais evidente. ali, funciona. tem uma bela voz e muito feeling. gravou um disco com mark knopfler, recentemente. ói ela aqui, cheia de dignidade:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/ba/Emmylouharrissf2005.jpg
fui completar heloisa, mas tava meio sonolento e errei, ao invés de “take”, escrevi “make”, haha. foi o espírito de brian jones…
vixe, caetano, no mesmo disco do djavan tem uma chamada “verdadeiro”, que ficaria perfeita contigo e a banda cê. até porque tem um pouco da sua música ali, acho, e algum amarante/camelo, no que eles têm de caetano. excelente, dá uma ouvida.
Valeu minha gente, quero dizer que cheguei aqui com um ídolo e estou saindo com vários. Exequiela com seu carisma e sua doce voz e os talentosíssimos Joaldo, Salem, Glauber, Heloisa e é claro, não há como deixar de recordar de pessoas que me fizeram emocionar, rir e aprender como Vero, Réa, Teteco, Rafael, Gil, Labi & Siboney, Osório, Lucre, Vellame, Castello, Nobile, Gravataí, Carias, Maria, Luedy, Guido, Vianna, Clarinha, Pedrecal, Lúcio e Lícia, Eduardo, Tyrone, César, Javi , Emerson, Érica, André, Rosana …enfim todos, sem exceção, que fizeram, nesses 9 meses, parte dos meus dias e foi muitíssimo bom enquanto durou. Acompanharei quem pode ser acompanhado e espero revê-los em breve por essas bandas virtuais.
Obrigado Caetano & Hermano.
Sucesso para “zii e zie”.
A todos, Boa Páscoa
finis
O bom é comer abacate cortando na metade, tirando o caroco e enchendo o lugar com leite condensado.
Labi Barrô, quem é vc?
Vai no show de Caetano em Brasilia em Maio? que poltrona vc está?
e o “vaidade” de 2004 é mesmo perfeito, inspiradíssimo.
Y por que no?
Casi como una rebeldia innata… porque no?… porque tendria que aceptar reglas que me alejan… porque deberia intelectualizar …una experiencia una emocion.
es obvio que hablar de tu ultima produccion es para entendidos… pero entendidos en tecnica… o quizas en historia de la musica… pero para aquel que solo te siente… que solo se encanta…. que queda?
nada… leer cosas muy interesantes sobre tus producciones… pero que nada dicen.. y nada podrian decir… porque tu musica hay que respirarla… sentirla… vivirla… abandonarse a ella… y eso no puede ni debe traspasarse, transcribirse, ni menos analizarse.
asi es como te busco Caetano por distintos mundos… a traves de la experiencia de tu musica… de la emocion que provocas con tu canto…
porque te alejas?…. si con tu musica me acercas?
estas entre los dioses del Olimpo… y alli te mantienen… pero cuando te escucho no oigo clarines… ni trompetas ni fanfarrias… oigo una bella alma… una profunda melancolia… una proximidad tan cercana.
en fin… he roto las reglas… y por supuesto espero respuesta… porque al fin y al cabo… las reglas se hicieron para romperse… sobre todo cuando mi busqueda sin fin no cesa… y creo que a muchos les sucede lo mismo…
sigue… adelante… acercanos.. encantanos… hechizanos….
Caetano, que pena, o blog vai acabar mesmo? não´há nenhum jeito de continuar para ouvirmos comentários sobre os shows de Zii e Zie?
O que você achou da experiência?
vai sentir falta de nós, como falou Teteco?
O blog te deu alguma idéia para futuros projetos?
Já definiu o que vai fazer com ele?
Se não quiser responder, tudo bem. Isso é mania de jornalista.
Gil, putz, não consigo te alcançar.
Tetequinho: ainda acho que a turminha do O e P deveria se reunir para uma festinha. Podia ser no lançamento do Zii e Zie.
Rafael,
“Oferecendo soluções concretas que permitiriam frear a atmosfera inconseqüente e narcisista da web, O culto do amador é um alerta dirigido a cada um de nós”.
Rapaz, lendo isso assim, na bucha, eu fico até com medo. Ora, o espírito da coisa não é esse mesmo? Quem vai filtrar tudo somos nós, internautas. Vai estar tudo aí. Cada um escolherá o que quiser…
Caetano, me arrependo de não ter frequentado este recinto virtual antes. É sensacional papear com você, Salem, Glauber, enfim, todos aqui. E gostei pacas do comment do Bruno, uma reverência e tanto, honesta, emocionada. Vai ser uma perda da porra!
Pergunto: todos aqui têm e.mails de todos? Quem mora onde? De repente conversas de boteco virtual podem ser levadas a um boteco de verdade, digamos!
Grande abraço a todos.
Caetano,
Acho que sou muito ansioso e só agora me dei conta, relendo com atenção, da sua entrevista com o Pedro Sá. Além de tudo você também é um excelente “jornalista”.
Já conhecia alguma coisa dos grupos do Pedro e gostava, mas ele falando, incentivado por você, do seu universo musical foi genial.
A gente que já rodou os cinquenta e acha que sabe tudo, fica encantado com a lucidez dos novos talentos como ele.E também tem o Amarante, o Camelo, a Fernanda Takai, toda a turma da nova Lapa e muitos outros. Ainda bem!
Digo isso, porque quem não está na ativa como você e ele fica meio desesperançado com o que aparece na grande midia.É muito ruim.
Eu detesto os sertanejos e pagodeiros de butique e sinceramente não suporto a Banda Calypso.É quase uma tortura. Só não é pior que a Tati Quebra Barraco.
Pra não dizerem que é puro preconceito, dessa turma do funk romântico eu gosto da Pepê e Nenem.Tem uma coisa de Motown(aproveitei e revi, no Youtube, Michael Jackson, cantando e dançando Billie Jean, que fantástico!!!!) nelas que me agrada muito.Claudinho e Buchecha e Leozinho também me mobilizam.
O gosto do Pedro é praticamente o meu também e muito parecido com o seu.Então parece auto-elogio, mas eu achei o máximo as suas referências, tanto no rock, quanto na música brasileira.
Eu já disse isso aqui, mas acho que pela oportunidade do acesso que eu tive a toda e qualquer espécie de música e pelo meu próprio interesse, é claro, consegui fazer algumas pontes entre o som estrangeiro e o brasileiro quase exatamente como vocês o fizeram.
Tem uma brincadeira que eu faço com meus amigos que é colocar para tocar o Chet Baker (Love Songs- cantado) e dizer que é um disco seu que só saiu no exterior.Todo mundo fica meio grilado, mas acredita por alguns instantes.
Mais uma coincidência Caetano, também não gosto de ópera, mas isso é uma outra história.
Por favor, quero fazer coro para que não acabem com o Blog.
Grande abraço,Eduardo Adauto.
Adorei!!! Quer dizer, não sei exatamente o que me instiga mais na conversa. Há uma colcha de retalhos inteligentemente construída e genuinamente brasileira. Somos um povo da colcha, diferente de ser feito nas coxas. Isso alude à reflexão sobre o “desrespeito à exigência da fatura” por parte dos EUA. Nos apropriamos (se me permitem a generalização) da imagem da “gambiarra” para argumentar. Isso é brasileiríssimo e é ótimo. Aliás, não sei se já foi dito em algum dos textos do blog, aqui em Sampa, há uma festa aos domingos, por volta das 22h, que está “causando”, chamada Gambiarra. Ela acontece nos bares do antigo Hotel Cambridge (Av 9 de Julho) e há duas pistas (uma com ritmos regionais… e outra pop rock…). No entanto, existe uma terceira que é aberta mais cedo (18h, talvez), freqüentada (não consigo tirar o trema) por uma tribo meio punk meio gótica, em que é possível ouvir um rock industrial. Não entendo porque essa pista está apartada da festa. Por que ela não acontece com as outras e vice versa? Voltando às discussões Sampa/Rio, concordo com uma série de coisas, mas Sampa ainda tem essa paranóia de criar tribos e subdividir tudo em mundinhos. Quando vc para e observa cada uma, tudo é cafona prá caralho. Se a proposta é ser gambiarra, tem que ser gambiarra. E se tiver “porrada” vai ter sandália se degladiando com coturno e ponto final
Que estranho!
Não consigo fazer contagem regressiva em uma obra progressiva. Estamos num gigantesco acorde de “dominante”. Será que vai ter refrão no final? Ou vai soar um tutti de batera, baixo, teclas e violão? Fade-out não combina. Nem dá.
Fico imaginando a gente clicando em http://www.obraemprogresso e lendo uma mensagem tipo “blog em desconstrução”.
Não falo tchau pra ninguém, não. Gosto muito de todo mundo pra ficar ritualizando o final.
Hermano. Apareça. Dê uma dica de como esse jogral de doidos vai acabar. Você já sabe o que vai fazer com esse monte de Sem Blog?
Vamos fundar o MSB.
in test
salem
Esses dias olhando a vitrine da livraria que tem no Arteplex encontrei o seguinte livro:
É a celebração do amadorismo. Qualquer um, por mais mal-informado que seja, pode publicar um blog, postar um vídeo no YouTube ou alterar um verbete na Wikipédia. Esse anonimato da web põe em dúvida a confiabilidade da informação. E a distinção entre especialista e amador torna-se cada vez mais ambígua. A pirataria digital já devastou a multibilionária indústria fonográfica e ameaça a indústria do cinema e a do livro. Oferecendo soluções concretas que permitiriam frear a atmosfera inconseqüente e narcisista da web, O culto do amador é um alerta dirigido a cada um de nós. Suas críticas podem ser radicais e polêmicas, mas levantam uma discussão extremamente necessária.
Um sucesso internacional, publicado em mais de 12 línguas. Por conta da discussão gerada pelo livro nos Estados Unidos e na Inglaterra, Andrew Keen participou de diversos programas de TV e rádio ao redor do mundo.
“Esse livro polêmico, escrito com acuidade e paixão, discorre sobre as conseqüências de um mundo em que não é clara a linha divisória entre fato e opinião, entre informação de um especialista e especulação de amadores.” Michiko Kakutani, New York Times
http://www.zahar.com.br/catalogo_detalhe.asp?id=1262
bjs.
…is equal to…
Caetano, penso que nenhum estilo musical deva ser escravizado em esquemas estruturais rígidos. Não é preciso complexidade para entender o que Pedro Sá falou sobre blues. Acho que é preciso apenas não se limitar ao que ele diz. Foi um aparte, não uma contestação direta. Sei que o que ele quiz dizer é que temas de blues, de modo geral, não primam pela complexidade harmônica (e claro que esta complexidade não necessariamente leva algum tipo de música “além”, pode ser aquém e não raro o é), mas isso não quer dizer que tudo se resuma a G-C-G-C-D ou G-Em-C-D. Segundo Jards Macalé, João Gilberto lhe disse certa vez que toda a bossa nova poderia ser cantada e resumida em D9/F#. Gil disse que quer terminar a vida tocando um tambor. Você sabe de tudo isso. De qualquer forma, perdoe qualquer obtusidade.
Saudações!
papo entre cae e pedro é anaconda total…
vero força ….
assistam o filme a valsa de bashir a trilaha sonora é do caralh….e o filme uma porrada no estomago…
paco de lucia ahhhhh isso é guitarra rsrsrsrsrs
a barra não andou, a gente que anda pela barra. rs.
bjs.
bjs.
Eiiii, galerinha da pesada!
Fim de blog? Que pap’é esse? Agora fiquei sério feito um menino cagado.
Mas logo de volta com os dentes no varal, porque serei papai again e estou me sentindo maior que o Farol da Barra! Heloísa ou Glauber, that’s my question!
Muita conversa massa, xô fim de blog!!!
Grande abraço, saudade de todo mundo e desse Heart of Gold que é a razão de ser deste cantinho mágico!
(paradiando Maia Neto)
__________
meus amados WESLEY and JAVI
Para retribuir o apreço que recentemente manifestaram por minha presença, todavia rareada há semanas e semanas, na infocaetanave, eu só teria a desejar alqo que me encantaria fazer: conhecer pessoalmente vocês!
Quanto a Wesley é facinho. Vive em algum ponto da Bahia - e já tem o meu telefone.
Javi, pela página do perfil, em meu blog, você acha-me por e-mail e MSN. Se aparecer no Brasil, terá em mim um anfitrião aqui em Salvador e no interior baiano.
Saibam também que eu adoraria ir visitá-los, estejam onde estiverem, no Recôncavo, em Eldorado…
Neste momento, preparo, enfim, o piloto (conceitual) da revista Impertinácia, e viajo na semana que vem até Sampa pra conhecer pessoalmente a equipe que montará o site. Aproveitarei a ida pra participar do início da preparação do layout de nossa publicação online e principalmente pra conhecer de perto toda uma trupe de colaboradores de dentro e de fora desta OeP vivendo lá e no Rio.
Acredito que em pouco mais de um mês a nave da Impertinácia estará, enfim, orbitando na webosfera!
Somente para quem ainda não sabe, será uma revista web viva voltada pra música, literatura, artes visuais e audiovisuais, política, comportamento etc. Fundirá características de blog com sala de bate-papo e rede social - ou seja, uma publicação híbrida, inspirada em boa medida nisso em que se transformou esta OeP.
Quem quiser receber um convite especial pra acessá-la no dia do lançamento, quem desejar participar colaborando, com conteúdo e inclusive editorialmente (ao lado de ser um ponto de encontro de gente que gosta de soltar o verbo comentando idéias e se conhecendo interpessoalmente, trocando links, será um espaço pra divulgar e desenvolver as mais variadas carreiras), basta escrever pra: info@impertinacia.com
A Impertinácia, brinco sempre, não será simplesmente uma República de idéias, mas sobreuto de afetos sem pecado, sem perdão, sem Platão, e sem juízo - final.
VERIÑO, o teu nome propicia ternura, e quer dizer: fina flor do carinho! E justo por isso saberá siderar com amor a desolação que te abateu o coração.
Bruno: claro que eu li. E agradeço muito. Baianos são preguiçosos? Não é a impressão que me dão Daniela Mercuri, Ivete Sangalo, Gilberto Gil e Carlinhos Brown. Todos esses, entre outros, trabalham mais do que eu. Entendo que você ressalta o trabalho permanente, que independe das tarefas profissionais. Nesse, Caymmi e João Gilberto foram sempre mais dedicados do que eu.
Labi: não gosto da idéia de reencarnação. Mas você é uma pessoa elevada espiritualmente. Desenvolvida em sua formação de pessoa. Interessada, generosa, responsável. Isso dá muito trabalho para se atingir numa vida só. Mas é numa só vida que conseguimos. Os outros trabalham com e pela gente também. Muitas vezes mesmo quando trabalham contra.
Boa Noite blogueiros de plantão…
Estou extremamante triste a barra andou e decreta 90% já da obra concluída…:-(
Será o fim, ou será um novo começo???
To triste á bessa se acabar isso aqui mesmo, gosto tanto daqui, fiz tantos amigos.
Os show já estão sendo divulgados no site oficial do Cae???
Abraço a todos os blogueiros de plantão,
Luiz Carias.
Maria querida.
O prana costuma ser apresentado, na ciência iniciática das idades, como a energia vital do universo, similar àquela que é narrada no começo da bíblia cristã “”Deus formou Adão do pó do solo, e soprou em suas narinas o hálito da vida; e então Adão se tornou uma criatura viva” (Gênesis 2:7)
O prana é uma realidade visível e desfrutável.
Se você fixar seu olhar num ponto azul do céu, e permanecer alguns segundos, vai perceber ao redor desse ponto, uma enxurrada de particulasinhas prateadas, semelhantes à poeira luminosa, espalhando-se em todas as direções.
É o prana manifestado.
Aproveite e inspire a maior quantidade possível. Visualize essa energia chegando aos seus pulmões, corrente sanguínea, células…
É um complexo vitamínico disponível em temnpo real na natureza, e é “free user”, hehe.
Mahatma Gandhi conhecia esses “segredinhos” e utilizá-va-os cotidinamente.O cara sabia das coisas…
Beijo fraterno do Castello.
sei lá.
bjs.
Márcio Junqueira, é esta mesmo, tem um trecho dela que o Caetano cita falando do comunista que conheceu quanto preso…
Caetano, a idéia da reencarnacao aumenta mais do que diminui nossas responsabilidades, vc nao vê isso?
Eba! Nandeleza de volta!
A promessa incluia ler? Ou era ler e escrever? Você acompanhou as coisas por aqui? Podia espiar?
Estou calçando as havaianas que você me deu. Tô feliz com sua volta, irmão camarada.
Ouça “O Portão” com Roberto. Foi feitinha pra você.
beijo na testa
salem
Maria! Nós estamos juntinhos aqui, quem te alcança sou eu, eu vou atrás de vc Maria, vc me guia. Sua intervenção nos contando o que aconteceu no Carnaval, me excitou ( essa de excitação nasce aqui no BlogCaetano, exprime com excelência o estado que nos acomete, tá dominado…), eu não parei mais de pensar naquilo Maria, acho que ali, no que ocorreu e vc narrou está contido muita coisa e tem muita a ver com todos nós. Comentei com Alceu que é daí num encontro fortuito aqui do Leblon, por puro acaso. Misturei tudo quando entrei com show em Roma, cenas de cinema, um jeito de falar de tudo ao mesmo tempo agora, como no cinema, corta…entra outra cena…e tudo está conectado porque é a Vida né? Mas estamos juntos aqui, eu e vc, juntinhos.
Nossa, agora que eu vi, estamos mesmo a 10% do final do O e P. shuift, shuift.!
Tetequinho, somente você aderiu a idéia da festinha. Para podermos fazer alguma coisa, seria preciso, pelo menos 50% concordar. E aí, galera, vamos nos reunir no lançamento do Zii Zie ou não vamos? Se todos concordassem eu até arriscaria ir a sampa, mas se o lançamento fosse no Rio seria bem melhor para mim. Lá eu tenho onde me enturmar.
Gil,
Maravilhoso o comentário do Jabor. Me deu saudades de coisas que eu nunca vi.
De tudo o que li/ouvi, concordo por demais. Lembrei de muita coisa que ouvi (e ainda ouço) com paixão: Sugarcubes (a primeira banda da Björk. Birthday, então, é de morrer…); Living Colour; Sonic Youth; REM…
Me lembro de um episódio inesquecível na época em que trabalhei na Fluminense FM. Renato Russo, muito louco, ligou para a rádio em plena madrugada. Agradeceu demais por tocarmos uma música do REM. O papo acabou entrando no ar. Mais uma história da Maldita… Luiz Antonio Mello com certeza se lembra deste episódio.
Curioso pensar no comentário da crítica para “Muito”, de tantas pérolas. Sem dúvida, é um dos meus favoritos.
Glaubito, o grande boteco que é o mundo ousaria refletir nossos sinais? Ah..pode crer que sim manito. E saca só…a gente vai se ver ainda, em Salvador ou Sampa.
Heloisa, incorporei toda aquela sua magia. Amei. Grazie sorella. Baci.
hey! nando, o pagador de e-promessas voltou! e vai ser papai! que beleza, que maravilha! parabéns, compadre!
queria servir o cafezinho nas gravações do “zii e zie”…caetano, com açucar ou com afeto? hahaha
olá,
eu vinha aqui só ler e tal mas não comentava. Agora li que isto ia (vai?) acabar e fiquei com medo.
Labi Barrô é qualquer coisa. Longe de ser nada. Nada é gente que se rege por princípios absurdos. Criança é quase tudo. Caetano Veloso é quase qualquer coisa… o resto é quase nada.
Mas o que eu queria saber mesmo é se eu já ouvi “Esta” de Chico César cantada por Caetano Veloso. Onde? Eu tenho a versão na cabeça mas não sei se de facto existe fora dela. Era isso. Eu pensava: “amanhã eu comento e pergunto”. Agora a ‘barra’ pesa.
Abraços.
Nando, que bom você ter voltado a tempo. Tive medo que o blog acabasse antes, e a gente nem pudesse se despedir. E parabéns pelo filhote a caminho: é motivo de sobra para colocar todos os dentes no varal.
Maria, sua idéia me agrada muito. Não dá nem para imaginar o que seria assistir ao show com amigos daqui…
Teteco, meu cantautor, a magia é só sua, não minha. Quero ver logo os Poemas Sardos se tornarem um belo livro, que vou manter sempre ao alcance dos olhos.
Nelson, vou sentir falta das musiquinhas diárias que você nem se lembra mais de postar.
Abacate eu gosto de qualquer jeito, mas comido na casca com açúcar, huuum… É uma das madeleines da minha vida.
Glauber,
Esse disco da Emmylou Harris não tem nada a ver com o som padrão Nashville. Foi produzido pelo Daniel Lanois e tem uma profundidade maravilhosa. Bem, a maior parte dos discos produzidos por ele soam parecidos, mas este é bom mesmo!
Caetano,
Será um enorme prazer para nós todos do Coletivo Louco ter sua participação. Quando você quiser! Se ficar mais fácil, estarei em São Paulo por um mês ou mais, a partir de maio, gravando um disco. Você pode me mandar um email e combinamos.
Abraços a todos
Essa noite no Instituto Moreira Salles na Gávea lançava-se O Serrote, uma revista cultural trimestral, cheia de textos. Estavam lá Antonio Cícero que escreve na revista, Marcelo Pies o figurinista premiado e responsável em Hamlet, com louvor, Luciano Figueiredo, artista plástico e curador de Hélio Oiticica, Matinas Suzuki e outros…onde estava Caetano esta noite? Chiei com Cícero o fim do BlogCaetano, mas ele tem tantos compromissos, concordamos. Cícero andou por aqui…Cícero e Figueiredo procuravam um casal de franceses pela festa, eu adorei o número, sugeri como comportamento: onde eles estão? os franceses…estar procurando algo o tempo todo…na saída lá estavam todos e o casal frances…a revista é trimestral já disse. Comentei com Cícero que tudo agora é muito texto, Hamlet, Serrote, blogs, muito texto…
abacate é o máximo, eu adoro abacate. Abacateiro do Gilberto Gil , um escândalo. Perguntado pelo segredo da longevidade, Niemeyer disse: a única coisa que lembro é que como abacate todo dia.
Glauber, “pagador de e-promessas” é demais hahaa. Brigadão, velhinho!
Salem, como a quaresma acabou domingo, de lá pra cá fiquei só lendo. Coisa demais, nóssinhóra. Antes, zero de internet. Pô, o Rei com “O Portão”, aí cê me acaba. Abração, cumpade!
Vero, muita Luz pra ti.
Que coisa linda essa capa do disco novo, não? Afff.
Vitamina de abacate rules. Com umas gotinhas de limão fica o bicho.
Vambora nesse rock. “Movimento dos Barcos” é um blues, né? Será por aí o argumento do Pedracal? Não entendi direito, mas tô gostando.
Aquele frevo axé pra todos,
PESSOAL…
Obra em progresso…(antídoto para meu coraçao) ha sido, serás, en mi…”el mejor hallazgo”, cuando…a pesar de mis pesares…fuiste hado, suerte. “Destino”. Creo, en que tenemos un destino “escrito”.
Quizás por nosotros mismos sin saberlo concretamente, salteándonos capítulos…mmmhhh…”destino”…podría ser aquel libro que uno (a gente) no lee. Tratando encadenamientos de los sucesos considerados como necesarios y fatales e independientes de nuestras voluntades que pueden o no ocurrirnos. Podría ser la consignación o aplicación de una cosa para determinado fin.
Como también es el “lugar” al que se dirige una persona o…al que se le envía algo. “Dirección”…la dirección de “mirar” hacia un camino secreto o…entonces, que rayos hago yo aquí sentada escribiendo, eh!?.
Cuánto? nosotros todos nos hemos “dirigido”…y cuánto todos nosotros nos hemos “llevado”…”cositas” de unos a otros…y cuánto “dimos”. Comunicamos e “hicimos saber”…consideramos, declaramos…nos situamos, miramos hacia ésta u otra parte…ejecutamos,… viva y reiteradamente una acción del “verbo”…y ese verbo fue: DAR…
Donamos, entregamos…”todos”…mucho de nosotros, pero mucho más aún, ha sido y es la entrega, que digo…la “ofrenda” de nuestro maravilloso SER: “Caetano Veloso”.
Para los que frecuentamos y yá somos “habitués” de esta OeP será para nosotros…“el CD…más, que especial de Caetano” , hasta para nuestro propio querido Caetano; creo sentirlo así “Transformado”, con su propia transformación.
Me gustó pensarlo así por lo de “Transamba”, “Transrock”…aquello de “Trans + formado” por…”samba, rock”, y todo lo que más y menos quieran, “cositas más”…cositas menos.
Siento, (digo, porque en mi todo pasa subjetivamente) “zii e zie”…un Cd “Esperanzador”, que es aquel…“estado de ánimo en el cual se nos presenta como “posible” lo que deseamos”. “Del Hombre que DÁ y tiene “o olhar…aberto…esperanzado”.
En cambio en “Cê”…encontré a un Hombre con los “olhos fechados”, donde había mucho que “ver” por dentro, y quien busca “mirarse” dentro, se busca en su propio bosque…tal vez la búsqueda de un “objetivo”, que aliviara su “dolor”…su inmenso dolor.
Debiéndose el aceptar como “única tiranía” la vocesita silenciosa de su interior. Dolor…que exorcizó…en gritos de virtuosas “guitarras Rockanroleras”…digamos…mh.. buscando um jeito de dar “porrada”, pra quanto lado vié!. Como un desahogo “preciso”…y necesario.
Bueno, a mí me llegó de esa manera…”dolorosa”, quizás concidentemente inconsciente…porque recuerdo que yo pasaba también, por una época dolorosa, en mi vidinha de separación, pero en este caso, fue con un- EXXX namorado-, al cual después de lo que me hizo…lo denominé “el in-nombrable”…-porque lo que me hizo- no tiene nombre. Pero, eso es otra historia.
Ahora, sólo me importa lo que sí tiene nombre… ”nombres de verdad”…y es por esa razón que a TODOS les doy primeramente las GRACIAS…GRACIAS, GRACIAS…porque en esta vida es muy importante el saberse agradecido, reconocerlo aún más, así que…
Erica,
Glauber,
Julio Vellame,
Teteco,
“Anjo robusto poeta”…seus sentimentos chegarem-me “tutti vero”. Bacho? É assim, bom melhor um beijo muito “brasileiro” pra ti.
Salem,…único!
Heloisa,
My friend, you speak English?…jáh! I was still not much….gosto muito mais do “português brasileiro”…assim que eu te digo, minha amiga, olha! pra meu orgulho é só você que eu tenho conquistado uma amiga igual…é só você minha amiga “neblineira” viu!…Helô mia, o ou um adeus com amor…nunca se acaba, fica eterno…no(meu) infinito particular. Porque o “amor” não separa…junta…e você já encurtou e encurta meus dias “plafonados a desnível”…quando?…cada vez que eu acho escrito: “Heloisa disse:”….apertadíssimo abraço minha amiga “neblineira”.
Barbara,
Labi,
Paulo Osório,
Exequiela,
Tu sueño fue el mejor de todos mis sueños ya soñados…y eso que sueño con Caemio hace 31 años…nunca antes se me había “acercado” tanto así…ya hemos danzado um sambinha juntos, pero nunca me había animado a “pedirle” un “cafuné” de naricitas…porque yo sé que él es “tímido”…a parte a mí no me gusta…respeto las voluntades ajenas, aunque me esté muriendo de las “ganas”…en realidad yo también soy tímida. Y siempre me quedo en la “espera”…de mi reza…pero ahora te tenemos a vos para “hacer realidad” nuestros sueños soñados. No dejes de soñar…nunca, porque el sueño que no se alimenta de sueños desaparece…afila tu barita mágica…”hada madrina” de nuestros sueños “soñados”. Adore tu sueño. Gracias,…por ofrendarnos la sublime creencia para construir la realidad. Besote de tu hermana rioplatense.
Lícia,
Você está certa…“amar” à alguém é como disser-lhe, “você” não vai morrer. E tudo o que o amor toca se volve imortal…amar é o mais sublime das aciones. Abraço grande.
Luiz Castello,
Javi,
Recuerdo haberte “leído” por aquí, poco, como tu bien dijiste, pero lo importante es “estar”. Te retribuyo con fuerte abrazo, hermano rioplatense?.
Luciano,
Sei que me andas também…por outras bandas…você está certo, que com os dias…e eu te digo: ”O Tempo”…é um excelente “Sr. Doutor”. Beijão.
Rosana,obrigada pelo carinho. Hoje te mando “dois” beijos grandes em suas bochechas. Viu!.
Nelson, obrigada…mas,.. tu andas muito ocupado!.Eh! Parabéns!…e que bom que você sempre volta. Beijo.
Rafael, obrigada pelo carinho. Você sempre “informando bem a galera”. Gosto disso é muito bom saber o saber. Beijo.
Nando, sua volta…intensificou o meu “brilho”..um beijo iluminado pra você.
Joaldinho, Meu zefirocentauro,
Assim redunda no fruto prodigioso de sermos dois…e sei também que…
Adore conhecer vocês…todos!…até quem fica escondido…Gracias por el “encuentro” en otros reencuentros…sobre todo a tí HERMANO VIANA por la posibilidad de hacerlo POSIBLE. Gracias una vez más!.
Caemío,
…y ahora después…cómo vamos hacer?…mmmhhh!…
Cae, Cae, Cae…el beso más querido en mí.
Labios que me…”sonaron”…como… ¡Divino Beso!.Gracias…sentirlos…mmhh
Y son..”sentimentos”…comprenderás que estoy muy a flor de piel… pero que bien se siente “poder” decírtelo…que o meu “amor”…ahora… va en forma de…
PENTAGRAMA
Qué más?…e eu (”…”)…más que ayer, pero mucho menos que mañana…”um beijo muito carinhoso”…con un infinito de GRACIAS.
HERMANO, ESSE É O QUENTE
Salem, o filho de uma amiga minha (ele tem 16 anos), certa vez em que estava ouvindo música, falou assim: “pô, essa música é velha, é do tempo que terminava ‘baixando o volume!’” UAHAUHAUAUHAHAUHA! Eu nem me toquei disso! Ah, na Virada estarei por aí, já tô com a passagem de volta. Ou seja: a volta de quem não foi está garantida…
pedraroseira, quando ouvi “esta” no disco de Chico César, achei que era Caetano. Mas era o próprio Chico César. Talvez tenha sido esta mesma gravação, que você ouviu! E esse seu segundo parágrafo “fundiu a minnha cuca”!
Glauber, valeu pela informação! Vou atrás desse Stevie Wonder. Ele é massa. Vamos ver se qualquer dia a gente proseia em Salvador também. Certo, camarada? Apesar de Vellame ter dito que vc não sai de casa nem por um decreto!
Essa rapaziada já fez algo pra se comunicar independentemente daqui, tem comunidade no Orkut, ou sei lá o quê?
Beijos.
Diante dessa tragédia que aconteceu aqui na Itália nesses últimos dias, gostaria de registrar minha solidariedade a todas as vitimas do terremoto e todos os seus familiares. O meu primeiro pensamento vai para as crianças e para as pessoas idosas. Sinceros sentimentos de tristeza e dor por ver tantas pessoas vivenciando estes momentos tão difíceis. Desejo imensamente que Deus seja capaz de confortar todas estas pessoas, seja pelas perdas de seus entes queridos, ou mesmo pelas perdas materiais, imagino o quanto seja difícil ver tudo o que se levou anos para ser construído, muitas vezes gerações ate, ser destruído em poucos segundos. Muita força, muita luz e muita paz.
Caro Wesley muito obrigada pelo seu carinho, adorei esta visão de que sou maternal e sou mesmo! Você é que é uma pessoa muito inteligente e de grande percepção. Beijos.
Caríssima Vero, sinto muitíssimo pelo o que aconteceu a tua mãe, sei bem que as saudades serão grandes e insubstituíveis, mais acredito num plano espiritual maior, e isso me conforta. Quando vejo alguém querido partir desse mundo o meu pensamento divaga…, imagino um lugar muito lindo e cheio de paz e de coisas boas, de amor e, a coloco nesse lugar, assim me sinto mais confortável, segura e feliz. Crer em Deus tem as suas vantagens. Um beijos cheio de carinho.
Pelo visto o tal do reloginho andou… eu vi! Mais penso que um pouco de tempo ainda temos, Não? Assim espero. Tenho algumas coisas importantes para falar e tambem da nossa revista que em breve estara no ar. Escrevam para info@impertinacia.com que assim poderemos estar fazendo contato e atualzando sobre o lançamento da revista.
Beijo a todos
“pra swingar”
http://www.youtube.com/watch?v=RrnEsHzAwcA&feature=related
“água limpa”
e aí, quem se habilita??? hahahaha
Todos
A barrinha aqui no meu computador, que ontem estava em 90%, hoje voltou para os 80%.O blog ganhou vida própria.Recusa-se ao fim.
De qualquer forma, Hermano foi muito generoso em sua proposta.E Caetano também, ao abraçar a idéia. Um privilégio o debate e a troca de idéias com todos
Em sendo assim, e por fim…Serafim?
Saudações(in)finitas para todos.
Affonso
PS:Hermano/Caetano.Muito obrigado.Que vocês decidam o melhor quanto ao destino do blog.
Pois é Teteco, estou mesmo na torcida para nos encontrarmos no lançamento de Zii e Zie..
Tem mais alguém? dos assíduos no blog?
Maria
Maria, eu tô colado
Maria, assim que li o comentário do Teteco dizendo que Caetano não vai se esquecer de nós, me lembrei de uma canção. Mudei algumas palavras e virou um recado, que ele infelizmente ignorou. É mais ou menos isto:
Peguei pesado, né?
Vero, minha querida amiga, precisei segurar o choro com suas palavras. Infelizmente você não vai mais ler “Heloisa disse:”, mas sempre vai receber mensagens no orkut. E com minha carinha de brinde, sempre com um sorriso para você.
começamos a comentar o papo entre Caetano e Pedro e falamos agora de reencarnação, que loucura. mas sempre foi assim aqui no OeP e é justamente essa diáspora de idéias, que parte de uma mesma fonte, e vai se desenrolando por caminhos afins que eu acho demais…aqui. pena que vai acabar. e eu terei que continuar a tecer meus poemas estapafúrdios e imortais rs, de madrugada, diante do iniludível indiferente. caraca. ma vabene cosi.
outras idéias do pós-morte, sobretudo das grandes tradições religiosas, eu já acho fantasiosas demais. poéticas demais.Eis algumas;
para os Cristãos, quem merecer o céu vai pro céu e quem não merecer vai pro inferno viver lá com o Diabo. ual. mas antes terão que ser julgados no dia do Juízo Final. ual. mas para a turma do mal, há ainda uma chance de se pegar um atalho através do purgatório e alcançar assim os páramos celestiais.
para os muçulmanos, os féis entrarão num paraíso e terão direito a 72 virgens. ual. gostei mais dessa. mas, enfim, o que acontecerá com a ala feminina do Islã??
para os hindus, os devotos de Krisna alcançarão a iluminação e entrarão no Céu de Hindra. a galerinha do mal retorna à terra quantas vezes necessário, até que alcancem a iluminação também.
para os budistas, ah…a teoria destes se parece com as idéias “não-idéias” do Osho.
comigo bicho, prefiro respeitar a todos e não fazer idéia alguma do pós. Mas, sei lá né, se eu tiver que voltar pra ser “corintiano”…não. estadunidense também não!!!
mas, tava esquecendo de dizer, existem “visonários” que afirmam que a terra não é o único destino dessa eterna ida e volta. existem outros planetas, onde tudo é diferente. veremos rs.
uma coisa todos devem achar certo aqui: o Obra em Progresso, após sua morte, deveria reencarnar rapidamente aqui mesmo. não acham???
axé babá pra todos!!!
Ah….”o abismo e o inferno SÃO”..perdono, perdono rs.
maria
agora ja elegi meu post favorito a par das respostas de caetano a minha pessoa e citações de cae a minha pessoa e o carinho de vcs em relação a minha pessoa ….é este papo cae e pedro sobre musica…este post é delicioso..se é que post pode ser delicioso como abacate com granola ou muqueca de siri catado ou ainda bolinho de estudante, e dende alias como se escreve dende depois da reforma ortografica heloisa vc que foi meu VOCABULARIO ORTOGRAFICO DA LINGUA PORTUGUESA SEM O RIGORISMO DITATORIAL DA LOGICA DO CERTO E ERRADO QUE CARACTERIZA …vá lá …enfim
by the way ,porque uma pessoa, um academico, tem o direito de dizer o certo e errado em lingua portuguesa depois da reforma ortografica?
do ponto de vista geo politico (hermano tem hifem este diabo?)a quem interessou esta reforma ortografica?
Pois é Maria, eu também gostava de ir.Mas não sei se posso. Aliás, quando e onde é???????????
Se bem que continuo achando que não deveria ser nem no Rio nem em S. Paulo. Deveria ser em Lisboa… capital do V Império…eu até conseguia arranjar dormida para (pelo menos) alguns de vocês…
Li, não lembro onde, que o show de lançamento será no Canecão, em maio. Acho que 8 e 9..Confere? Eu vou.
‘Where the hell’d you get that idea, HAL?’
‘Dave, although you took thorough precautions in the pod against my hearing you, I could see your lips move.’
E isso é uma coisa fascinante…. a música transcende o cd, o show, e te acompanha para todos os lugares e compartilha várias experiências como uma espécie de trilha sonora feita ao acaso, e sempre perfeita para o momento.
Mal sabe Caetano ( ou super sabe) que ele foi importante para vários amores, várias cenas, várias brigas, de pessoas que ele nunca viu na vida, é muuuito louco isso ! Proporcionar momentos e memórias para completos estranhos….
Obrigado aê por todos os momentos proporcionados !
abraço pra todo mundo !
E é isso aí Heloísa, cutuca mesmo o Caetano com seus recados lindos que podem ir direto ao coração de leão do baiano, como uma flecha de Cupido, um toque de Midas, um sorriso de Vênus-Afrodite.
“Open the pod-bay doors, HAL”
“I’m sorry Dave, I can not do that”
Enquanto a luz não se apaga…
Mariana Aydar acaba de lançar novo cd, adivinhem quem escreve no encarte?
“Peixes pássaros pessoas”, por Caetano Veloso
“Quando ouvi o primeiro CD de Mariana Aydar (faz um ano, mais?) fiquei muito impressionado com a firmeza, a calma e a originalidade de uma jovem grande cantora dentro da tradição brasileira de cantoras grandes. O lançamento agora deste segundo álbum confirma a personalidade artística dessa paulistana com longas passagens pelo litoral sul da Bahia.
O vínculo com o samba amadurecido e modernizado se comprova. Os ecos da infância artística no mundo do forró estão talvez mais presentes do que antes. A parceria com Duani de música e de vida traz segurança e graça a essas filiações. O encontro mágico com a caboverdiana Mayra Andrade (encontro cuja dimensão celestial pode ser vista e ouvida também no filminho disponível no Youtube das duas cantando a canção “Tunuka” sentadas no chão da rua de uma cidade grande) mostra o poder da musicalidade, a sutileza do processo de modernização da música brasileira e o mistério do destino da expansão lusitana pelo mundo, no nascedouro da modernidade.
Escrevo com apenas os sons das faixas desse novo disco: não recebi nem pedi ficha técnica, títulos das canções ou quaisquer créditos. Talvez esse seja o jeito certo para abordar modestamente o trabalho de uma mulher de maneiras tão diretas, de clima tão saudavelmente carnal e de pensamentos e disciplinas tão transcendentalistas.
Mariana abre o disco com um samba super-samba e o fecha com uma melodia de samba ad libitum em diálogo com guitarras (violões) em sons experimentais. Entre os dois, há xote caribeado, baladas e muito samba. Em dueto com Zeca Pagodinho ela confessa que do samba não pode se livrar. O samba domina o álbum - sem fazer deste um disco de sambas. Pode-se dizer que assim o domina mais do que se apresentasse “oficialmente” como um disco de sambas: é a atração irresistível pelo samba que orienta o estilo e o repertório, não uma decisão pré-existente nesse sentido.
Há quem veja pouca importância ou novidade no aparecimento de uma geração de jovens cantoras atraídas pelo samba. Em geral são pessoas que confundem importância com novidade - e que não sabem onde há novidade de fato. Para mim é novidade que haja Mariana, com sua voz desaforada e tranquila reafirmando a riqueza do canto das mulheres em nosso país. E que o faça de uma perspectiva naturalmente moderna e relaxadamente consciente dessa modernidade. O Brasil nunca se curará do seu antigo ensimesmamento forçando um olhar só para fora de si: se fizer assim, estará se convencendo de que o relevante é necessariamente o que passa longe de nós. Parece que instituímos o seguinte: quanto mais evidente e radical se consiga fazer parecer que essa distância é, mais relevante se prova a música produzida. O que é a consequência extrema do ensimesmamento. Meu entusiasmo com o surgimento de cantoras-cantoras, conhecedoras de como se canta em português brasileiro há décadas - e ao mesmo tempo à vontade com a música popular global - se deve a minha desconfiança em face dos que fingem só amar o que pareça inalcançável pelo Brasil. Isso pode significar apenas que não se ama nada. Mariana - como Roberta Sá, Maria Rita ou Mônica Salmaso - é uma prova de que, ao encorpar-se em sua história, a música popular brasileira se reconhece relevante para o mundo. E o mundo só dá mostras de que continuará a atentar para isso.”
Até que o pano desça…
VERO: ¡Hola, Dulcita! Gracias por su mensaje. Y gracias por las palabras en el inglés. Yo voy a devolver el favor con mis pobres esfuerzas en el español.
¡Sí, sí! Hace sol, al fin, después de 6 meses de la lluvia. Todos están sonriéndose. Los árboles están floreciendo. He aquí un website con fotos.
http://www.kennedyscountrygardens.com/dogwoods.htm
Estos fotos vienen del estado de Maine, pero son los árboles populares por todos los Estados Unidos. No sé sus nombres en el español. En el inglés se llaman Dogwoods, Redbuds, y Crabapples. Hay mucha belleza en el vecindario hoy día.
La primavera no se dura aquí. Y los veranos hacen demasiado calor (40 a 45 grados centigrados). Es como bosque pluvial durante los inviernos y como un desierto durante los veranos. Estamos tan felices durante estas semanas templadas. Besos.
HELOISA: Eu gostei muito das letras que você ofreceu. Elas são perfeitas pra esta situacão. Obrigado por dizer o que não posso.
Eu estou apaixonada hoje duma cancão que ouvi na Pandora. O seu nome é “Throw It Away.” É uma cancão de Abbey Lincoln e Aminata Moseka. Tem uma gravação maravillosa da cancão por Connie Evingson e Hot Club of Sweden. Here’s a link to CD Baby que tem clip:
http://cdbaby.com/cd/evingson7
He aquí algumas letras:
Boa Noite Blogueiros de plantão…
Maria,
Poxa bem que queria estar presente no lançamento junto com vocês, mais infelizmente não rola.
Queria conhecer meus blogueiros de plantão…
Salemzitho, saudades de ti.
Hermano, o blog vai acabar mesmo??
Cae, não nos deixe assim tão só….
Andar de mãos dadas dentro desse blog, por este momento eu vou esperar…
Ah ontém tava pensando a canção mais bonita do cd Noites do Norte, é Zera a reza e a mais tocante é Rock´n Raul, é uma obra de arte, que deveria fazer parte do repertóio Zii e Zie.
É isso, abraços tenso a todos,
Luiz Carias.
Revista Cult deste mês:
Polêmico ma non troppo
» Revista Cult - Edição 134
bjs.
Boa Noite Blogueiros de Plantão…
Olhem a matéria que saiu sobre o cd Zii e Zie, no site da globo.com
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI67615-15220,00-O+BLOG+DE+CAETANO+ACABOU+EM+DISCO.html
Achei horrena a matéria, e critiquei o autor que falou essas coisas, vejam e espero que concordem comigo em minhas afirmações.
Abraços revolt a todos.
Luiz Carias.
li no jb que você fará show dia 8 e 9 no canecão. E quando vêm a S˜ ao Paulo?
Emerson Leal, obrigada pela resposta. Eu quando ouvi no disco sabia que era o Chico César. Mas sim, se calhar posteriormente a minha cuca ‘fundiu’ abaCaetano com abacaChico.
outro comentário que ficou engolido. Quando foi aquele post das cidades (o meu preferido) alguém escreveu que São Paulo era Tropicalistas e Tom Zé. E eu pensei: então está decidido? O Tom Zé não é Tropicalista? Ele fez um espectáculo aqui em Portugal chamado TROPICÁLIA JACTA EST do qual deixo aqui o programa. Reparem que às 20.00 horas ele fala na segunda pessoa do plural.
Neste espectáculo ele falou do Caetano Veloso de um modo bem carinhoso (o que confundiu a plateia que o tinha ouvido falar do mesmo artista de um modo insultuoso num espectáculo anterior). Achei curioso neste último post o Tom Zé não aparecer no papo. Se eu tivesse de falar de discos que são referência para mim eu punha “Jóia” e “Estudando o Samba” na linha da frente. Ao lado da “Banda de Pífanos de Caruaru” onde também tem Caetano.
Abraços não muito tropicais - aqui está frio - mas tropicalistas.
REPUBLICO AQUI O COMENTÁRIO QUE POSTEI NO BLOG DO GIRON A RESPEITO DE SEU TEXTO SOBRE ZII E ZIE:
Não entro no mérito da crítica. Mas há muitos erros no texto. 1- O link está errado. O que mostra que se Caetano é bom de blog, o crítico é descuidado. 2-Caetano “conta detalhes da sua incontida criatividade” é uma frase um tanto imprecisa, se desconsiderarmos a ironia intencional. Ora, ou Caetano é criativo ou não é. E se sua criatividade é incontinente isso não é tema de suas falas no blog. Ele apenas exerce a sua criatividade por lá. Não a exalta. 3- O disco zii e zie NÃO é uma “continuação do blog”. As canções são todas anteriores. O blog nasceu da idéia de uma aventura virtual paralela ao álbum. E dele se distanciou logo de início abrindo espaço para outros temas. 4- “Manina da Ria” NÃO é sobre uma africana de Aveiro e sim sobre uma garota de Niterói, apesar do uso sonoro de duplo sentido da palavra Ria. 5-”O arranjo ruidoso para banda de rock não consegue encobrir uma homenagem aos novos tempos de Lula e FH”. Por quê? Deveria? Isso é um elogio ou uma desqualificação. A frase não faz sentido.6- “Modismos atuais como distorção e internet.” Nem a internet, nem a distorção são “modismos atuais”. A internet já tem mais de uma década. E a distorção 40 anos. Se Caetano as usa, não é por “modismo”. Aliás, o violão de aço e o cavaquinho estão mais na “moda”, usando a expressão demodê do texto. O modismo de Caetano não é “atual”. Aliás o “incomodismo” de Giron também. E suas distorções na internet são parecidas com as que fazia no jornal.
oi caetanautas, tudo bacana!?
disse o blog:
mate-me por favor
o resto é cinema falado em zii and zie
la nave va santo amaro zamzibar eu quero
é abará lina moreno + kassin + tyrone
e sá é sim + sim + sim a imprensa até agora
não disse nada nem nelson mota assim pelo rio
pensando em sam paulo esse cd lapa menina é o canal
caetano é gregório nos sermões do bressane e
tudo assim segue meu hermano paralama mistério
do samba do blog eu vou com gil e joão e preta
e moreno e tyrore no orkut do mundo é a bahia
Cacild’s
“Modismo atual” é de doer!
Aliás, com todo respeito, Luiz Antonio Giron e Júlio Medaglia não são exatamente personagens pra assunto de um blog que está chegando ao seu grand finale.
Onde estávamos mesmo?
Edison Machado, Pixies, Stooges, João Gilberto, Nirvana, Police, Sex Pistols,The Clash, Jorge Ben, Velvet Underground, David Bowie, Iggy Pop, Maria Bethânia, Jimmy Page, Do Amor, John Coltrane, Caymmi, Tutti Moreno, Rildo Hora, Paulinho da Viola, Roberta Sá, Mariana Aydar e Zeca Pagodinho.
Reconvoquemos os Deuses. Dá até saudade do Possenti.
acabei de ler isso aqui:
revista época
Fiquei assustado com tanta desinformação. Percebe-se que o Luís Antônio Giron não entendeu nada e nem quis entender. O pior é pensar que está tudo registrado aqui neste blog.
bjs.
Caetano,
Maria/ Teteco, sou parceira para este encontro no lançamento, pricipalmente se for no Rio!
Beijos a todos!!