Post (mas a votação continua lá) (16/12/2008)
POST (MAS A VOTAÇÃO CONTINUA LÁ) |
16/12/2008 5:48 am |
Hurtmold é muito bom. Texturas densas, contrastes bem criados, leveza clara, peso encorpado brilhante. Raramente a gente é levado a pensar tão exclusivamente no som. Contei aqui que gostei do disco de Marcelo Camelo, mas ontem no Canecão, com as muitas meninas bonitas e os alguns caras bacanas cantando tudo com ele – e o som do Hurtmold nunca sendo engolido, nítido que é – fiquei ainda mais bem impressionado do que já estava. Quando o show estreou em Pernambuco, li num jornal de Sampa que devia-se ao Hurtmold a grande diferença entre o disco de Camelo (que, segundo a crítica, era chato) e o show de Camelo (que, segundo a crítica, era bem melhor). Quem lesse aquilo ia pensar que a banda não estava no CD. Mas o fato é que o show é igual ao disco, inclusive pela definidora sonoridade (e competência) do Hurtmold. Claro que ver os caras tirando aquele som na cara da gente produz um impacto maior. Mas isso acontece com qualquer grupo que toca bem ao vivo. Camelo também impressiona muito tocando violão e guitarra. É muito natural o senso de tempo dele, a pegada, a relação entre cantar e tocar. O jeito direto e muito masculino dele se comportar no palco é outro elemento da concentração que o espetáculo impõe. Por um momento, por um período, Marcelo Camelo é a estrela solitária da canção popular brasileira – como no tempo em que uma estrela, para sê-lo, precisava ser solitária. Ouvi de novo (e melhor) Little Joy – o projeto que Rodrigo Amarante vem tocando com Fabrizio Moretti e acho que aquela bonitinha que estava com eles em Los Angeles quando eu fiz o pior show da temporada do “Cê” – e depois fomos para o mais hilário restaurante “brasileiro” do mundo. O CD é fenomenal. As comparações que vi publicadas entre o trabalho de Amarante e o de Camelo são tão idiotas que a gente tende a querer evitar até pôr os nomes dos dois na mesma página. Mas seria tão artificial fingir não notar que os Hermanos dominantes estão insinuando caminhos próprios ao mesmo tempo que isso não seria menos ridículo do que os disparates das comparações. Resumidamente, o que me parece é que Camelo estruturou um “trabalho solo”, no sentido em que Ney Matogrosso ou Sting o fizeram: exibindo seu gosto pessoal e adensando sua persona autoral. O que traz os riscos conhecidos. A meu ver, ele se pôs logo acima dos piores desses riscos. Mas resta uma gota de expectativa de ser tomado a sério. Uma gota a mais do que a que já havia nos próprios Hermanos pós (e algo anti) “Ana Júlia”. Já Amarante, participando de uma nova banda – e meio estrangeira – , já sai por uma vereda que o liberta dos perigos da super-autoria e do tomar-se a sério demais. Os temas de Little Joy são musicalmente próximos da “música adolescente” da época em que havia música adolescente: fins dos 50, começo dos 60. O capricho e a inspiração são tão evidentes quanto no caso de Camelo, mas essa marca estilística (teen late 50’s e early 60’s) e o fato de passar a ser membro de uma outra banda quebram qualquer empostação. Bem, o show de Camelo conquistou a juventude – e com isso já teve a empostação quebrada. Mas é quase evidente que o oposto não acontecerá com Amarante. O fato é que ambos, para nossa alegria e nosso orgulho, estão enriquecendo suas vidas e a história da música popular no Brasil. Esperemos Little Joy chegar até aqui. Vi e ouvi, na MTV, Karine Carvalho cantando “Tatuí” com 3 na Massa, banda pernambucana/paulistana, e achei sensacional. “Zii e Zie” (ou “zii e zie”) ia ficar só com 12 faixas. Mas, pelo poder dos meus filhos Moreno e Tom, voltou a ter 13: ambos querem “Diferentemente” na tracklist (track, sim: faixa: gosto demais dessas palavras para designar as unidades que compõem um LP, um CD, um álbum). Quem acha enjoado disco longo resigne-se. Eu mesmo acho. Embora não ache chato canção (ou faixa) longa. |
a letra de DIFERENTEMENTE é muito bacana. Que bom que entrará no disco!
opaa, post novo é revigorante, sinsinhô. o “hurtmold” já é velho conhecido, caetano, do pessoal de minha geração, o pessoal anos 90. cê tem que ouvir os discos deles [show deles também muito bacana mesmo]. os caras têm myspace, quem tiver curioso:
http://www.myspace.com/hurtmold
outra banda excelente [desta vez do rio, o "hurtmold" é de sampa], que também faz música instrumental-experimental-temperamental-etc e tal, é a “rabotnik”:
http://www.myspace.com/rabotnikrabotnik
moreno, tom e zeca são jóia. “diferentemente” tem que entrar, claro!
evamoquevamo!
alguns solos para mu, dança em algum cenario pós ana, onde anda los… angeles hermanos - strike na folha chata de s. p - , deve estar em algum título italiano, em sua macarronada com os filhos, não são faixas nem tracks, escolhas de disco, longo pelo blog… hola hermanos vianna bon giorno
Caetano: não podia concordar mais com o que você escreve sobre Camelo e Little Joy. Ambos entram na minha lista de melhores de 2008 - (por mera curiosidade, adoraria saber a sua…). Adorava Los Hermanos - o disco 4 é uma verdadeira obra-prima -, e acho magníficos os trabalhos de Camelo e Amarante.
Que bom o seu próximo disco ter mais uma faixa. Pai dificimente consegue dizer não aos filhos, não é?
Uma pergunta: a track (como você gosta) Lapa entra no disco? Deus queira…
Outra pergunta (à maneira dos discos de vinil de Milton Nascimento, que sempre tinham inscrito Um Lado, em vez de Lado A, e Outro Lado, lembra?): para quando a terceira e quarta caixas 40 Anos Caetanos?
Obigado, Caetano.
Fui no show do Camelo, sai de lá alucinado com tudo o que ouvi. Era nítida a vista do presente e do futuro da música brasileira.
Escutei o trabalho do Amarante e também gostei pacas!
!Essa turma veio para ficar e mudar tudo sem querer!
Temos que agradecer ao Moreno, ao Zeca e ao Tom por solicitarem “Diferentemente”. Tinha que estar em “Zii e Zie”.
bjs.
* entrei rapidinho e já estou de saída. (04:32 da matina).
acertou na crítica do marcelo camelo e do little joy. gosto bastante dos dois, também.
p.s.: conhece andrew bird? gosta de animal collective (li, acho que no new york times, que você estava num show deles)? e devendra, você gosta? eu sei que ele te ama, mas você gosta dos cds dele, também?
que lindo.
é disso que o povo gosta, Caetano falando e dizendo das coisas do Brasil, mais que tudo, porque o olhar de Caetano nos ensina a ver melhor nossas coisas…e também gostamos das músicas do Caetano e do Caetano cantando e tocando elas e as outras…Caetano é nossa Irradiação.
Quando falei da canção estar longa no post onde fui teclar meu voto, eu estava me referindo ao sentido comercial. A música boa não tem tamanho, ela se impõe.
Gostei da música, não tanto quanto de outras que você já interpretou. Mas acho que ela se encaixa dentro do projeto e é isto o que importa.
Jogaria o meu sapato nos “jornalistas” que insistem em dimensionar a crise financeira. E olha que grande parte deles não é especialista no assunto.
Senhor Veloso poderia nos informar por onde andam as pinturas que fizeram parte do LP “Bicho”?
13 é bom caramba, caets. não redondo e primo (já que é pra zii e zie…). os dois moços fizeram muito bem na reivindicação.
já escrevi isso aqui no outro post, mas quero repetir: camelo acertou muito em suas parcerias. a sonoridade que ele buscou foi alavancada pelo hurtmol. e mallu, clara sverner, e a fabulosa participação do dominguinhos fazem diferença.
aguardo ansiosa o disco: pode ser longo duplo triplo múltiplo com longas canções todas as canções
Interessante essa imagem involuntária de que há apenas um Camelo no deserto da canção brasileira. De fato, o panorama parece um tanto desidratado. Mas não acho que isso se deva à falta de outras nascentes.
Ainda temos a impressão de que só há líquido, quando despejado dentro do Canecão e destilado por uma major. É como se apenas Camelo e Mallu tivessem atingido o oásis do mercado. Pura miragem.
Sei que há, e como sei, outros afluentes no mapa da canção brasileira pra matar a minha (nossa) sede. Mas as companhias de águas já não dão mais conta da distribuição. E as nossas torneiras pingam.
Que procura música popular nas prateleiras de lançamentos da FNAC aqui em SP só acha remasterizações, compilações e discos de truque. São sopas requentadas que só fazem a sede aumentar.
O mercado de discos foi um rio que passou nas nossas vidas.
Sou um sedento comprador de álbuns e as lojas de discos foram, durante anos, o local onde bebia as novidades. Não são mais.
Resta saber, onde estão as novas fontes. A internet parece o oceano ideal, mas a gente pode se perder navegando. Navegar é preciso, mas na web parece ser um tanto impreciso.
Gostei muito do álbum do Camelo. Ainda não escutei Amarante e sua banda. Mas o admiro muito.
O problema é: visibilidade no grande deserto. Mesmo com o MySpace, Creative Commons,e-commerce, espaços pra bandas novas e Cds encartados nas revistas, a gente ainda não descobriu a forma ideal de jorrar e beber canções no planeta Água.
Não me contento com a idéia de que Camelo é estrela solitária. Uma estrela solitária leva anos para chegar à Terra. Pode ser ilusão. Ou até uma estrela cadente.
Gostaria de ver um céu mais estrelado sobre o deserto. Ligando estrelas a gente brinca de dar nome às constelações.
Deve haver muita música popular entre o céu e a terra aparentemente seca. Mas tá difícil de escutar.
Não quer só um Camelo. Quero uma jangada pra me levar.
Não sou eu quem me navega quem me navega é o mar.
beijo molhado na testa
salem
Imbecil, Caetano, a tentativa inócua (mas maldosa) da revista Época de jogar você contra Roberto Carlos. Acompanho, desde o início, a carreira dos dois e sei que são excelentes intérpretes, e conscientes da importância de ambos para a Música Popular Brasileira. Não foi à toa que, cedo, alertado por Bethânia, você chamou atenção para Roberto (em Baby). Claro que o crítico, sabedor da vaidade humana – exacerbada nos artistas –, tenta tumultuar. Mas recorro a palavras suas:“alguma coisa no Brasil é grande”. Os dois, digo eu. Sou médico otorrinolaringologista aqui em Aracaju, formado pela UFBA. Freqüentava seus shows e acompanhei episódios especiais, como sua resposta braba “vão pra puta que os pariu e não tem mais show porra nenhuma”a gaiatos provocadores, na Concha Acústica. Estava também no espetáculo do Vila Velha em que você cantou – acredito pela primeira vez em público – a música QUALQUER COISA. Esqueceu parte da letra e o músico Albuquerque ajudou.Morei na rua Francisco Ferraro e via seu pai, da varanda do fundo do apartamento, passar dezenas de minutos observando o vale que ali existia. Vieram várias estrelas, mas você continua sendo, para mim, a maior. Afinal, têm razão os que dividem a história da Música e da Poesia Brasileira em AC/DC (antes e depois de Caetano; antes e depois de Carlos Drummond). Sou um deles. Abraços, Marcelo Ribeiro.
Mais sobre o reino animal da canção popular:
A volta do Lobão ao mainstream e seu discurso a favor das majors não foi um recuo. Foi uma constatação de que era o único jeito possível de atingir seu público. Fez certo, mas já saiu se defendendo das críticas que viriam. E vieram. O Lobo sabe que a melhor defesa é o ataque.
Entre o Lobo, o Camelo me sinto um bicho estranho.
Poxa, Lacerdíssimo…
Quando você diz que “Caetano quando fala em juventude, só se refere a jovens de classe-média, supostamente “esclarecidos” ou mais “refinados’. ” está sendo injusto.
Quem frequenta esse blog (como você) deve ter lido as constantes defesas de Caetano ao funk, axé e outras bossas, essas sim consumidas com voracidade pelos jovens supostamente “não esclarecidos” brasileiros.
Você não gosta do Camelo e ponto.
Você conhece “segmentos da juventude brasileira”? O que significa isso? Suponho que você quis dizer que conhece jovens que, assim como você, não gostam do Camelo. Só isso.
E essa galera que você conhece? É mais “esclarecida”? Mais “refinada”?
Não estou defendendo o Camelo (gosto dele). Também acho que defender o Caetano é desnecessário. Mas tenho a ambição de te defender novamente da tua sociologia apressada.
Esse negócio de “segmento” da juventude parece pedagogês. Cada um no seu quadrado. Cada macaco no seu galho. E o galho do Caetano é a música popular.
Se ele não tivesse atento e antenado não teria formado a sua banda Cê com quem formou.
Caetano escuta a molecada da forma mais natural possível. E tem fontes maravilhosas ao seu lado. Graças a uma delas, Diferentemente entrou no álbum. Sewus filhos são seu melhor “segmento”.
Caetano não é um pesquisador. É um artista.
Música popular é um troço bem subjetivo mesmo e sua fala é a prova disso:
“O disco novo do Marcelo Camelo é bem FRACO. Poesia RALA, violão SEM GRAÇA, embora com uma BOA banda. não chega a ser RUIM, há canções BONITAS.”
Em um único parágrafo, com 6 adjetivos, cê disse que o disco “fraco”, mas não chega ser “ruim” e que tem canções “bonitas”.
O ouvido às vezes pune. É por isso que não falo de música sem me aproximar dela com cuidado.
beijo no segmento testa
salem
gosto de discos longos, faixas longas, cabelos longos
adoro big mac, coca cola e madonna
o capitalismo, ainda q não seja meu sistema favorito, ainda nos fornece coisas interessantes
ana júlia, a pop-cola dos hermanos, me fez sequer ouvir a banda em seus primórdios. só fui mimetizá-los-hermanos tempos depois…
tem coisa boa na mpb fm, mas tem muita coisa ruim, mas ruim mesmo: tem uma moça que canta que vai de camiseta branca não sei aonde, fazer não sei o que de camiseta branca, é camiseta branca praqui e pra lá, dear god! e o kiko????? e tem um cara que se gaba de ser classe média, e tal… e outro que diz que ele é gente do bem… tem hora que não dá, e eu mudo pra antena um, e sofro com a eterna hotel california. que que tem nesse hotel california tb, hein???? todo hora essa cousainjuada!
show da madonna: no rio, tem de começar com atraso. depois, a platéia carioca é meio mau humorada. reclamam do atraso, q o dj tocou rápido, q o metro fecha às 11. mas quando ela entra, a coisa muda.
até as estrelas-vips nacionais se curvam ao big bang infernal da menina de detroit.
capitalismo puro: telas hi-definition, passos ensaiados, p.a. flyer, super bass de estremecer, olá riodejaneira. gostei mesmo de like a prayer e boderline. a maioria eu não conhecia. mas foi bom, sem filas, sem chuva, no maracanã, cuja grandeza dispensa comentários.
passado o show, fui pegar um taxi pra rodoviária: 100 reais amiguinho. eu disse cacacacaca. num bom e velho carioquês: ce tá de sacanagem…
o rio é assim: cambistas desesperados vendendo ingressos que valiam 250 por 90, e taxistas cobrando 100 por uma corrida que valia 10.
enfim, o sol nasce pra todos… e a sombra, pra poucos.
Osório, Caetano GRAVOU “jenipapo absoluto” ! no CD ESTRANGEIRO.
Salem, seus coments(sobretudo qd comenta OUTROS coments) sao uma verdadeira aula ! obrigado.
abraços.
Estrela solitária? Nope.
Fábio Góes (confiram o belíssimo “Sol no Escuro”). Tanta gente boa por aí. Daniel Tendler (com o interessantíssimo CD “Sorte que Sou Triste”). Vários outros. Vamos ouvir mais e melhor.
Aqui vai então a lista que eu prometi. Vai por ordem alfabética. Aguardo comentários, correcções e acrecentos!!!
Caetano Veloso : Músicas dele que ele nunca gravou
Digam lá que destas todas não se fazia uma boa selecção e um bom cd…
abraços/bjs
Caetano: morri de inveja do seu show no canecão, eu gostava muito dos hermanos e não tive a oportunidade de ve-los. Agora só resta camelo!!!!
Acompanho Marcelo Camelo a um bom tempo por sugestão de minha esposa. O som dele me remete indiretamente ao assunto mais comentado da votação sobre MONOTONIA (que eu mesmo puxei, lamentavelmente).
O som que Camelo faz tem todos os elementos engarrafados (e não tem tanta pejoração assim quando falo pois não é fácil analisar e sistematizar o gosto do coletivo) e ao mesmo tempo tem um gosto pelo experimental (gerador de estramhesas e monotonias) embutido.
Talvez o experimental quando embebido no engarrafado tenha uma eficiência de assimilação (ou não assimilação) maior que o experimental puro e desconcertante.
Diferente do que SMETAK fazia que é outra onda, só é experimental para nós, pois é puro engarrafado no plano dele. Ele mesmo me disse isso (com outas palavras, quando eu já era uma criança careta).
Em ciência nada é totalmente novo, estão todos sobre os ombros dos gigantes. O totalmente novo é sempre um acréscimo ao todo. Mesmo que seja uma ruptura total. E se for uma ruptura total precisa ser de assimilação ainda mais intensa pois toca no fundo com menos e desconcertante.
Sr. Caetano,
É significativo ler o que o senhor escreve sobre artistas que aprecio. Tanto havia lido sobre sua biografia que passei a ter um senso crítico mais atento as variações estéticas da música brasileira pós tropicália. A sua influência sobre o Amarante e o Camelo são inegáveis (pra mim pelo menos).
O Sr. Caetano, o Gilberto Gil, Tom Zé, Mutantes e cia, são os maiores estimuladores/libertadores da criatividade musical moderna do Brasil.
Parabéns e obrigado!
Adorei o comentário sobre o show. Acho o camelo lindo também. Agora tem uma coisa que eu não entendi: quando voce fala “estrela solitária” voce está dizendo do ar de solidão do camelo e de suas músicas? Ou é como, por ex, o nando entendeu, dele ser única estrela?
grande abraço
Lacerda, obrigado pelas correcções.
Falha minha em relação a Genipapo Absoluto.
“Pipoca Moderna- Raro e Inédito” não conheço. Deve ser alguma colectânea que não chegou por aqui. Pode me dar mais informações sobre ela?
O comentário em que eu dizia que ia colocar essa lista aqui não saiu. Nela eu dizia que NÃO incluí músicas que estão nos discos de Caetano mas que ele não canta (como em Tieta e Orfeu). Dizia também que a maioria dessas músicas Caetano fez para Gal, Bethânia e outros. Dizia ainda que esperava que esta lista fosse mais extensa. Por isso para além das correcções espero também acrescentos.
Dos artistas deste post só conheço Camelo. Ou melhor, só conheço algumas músicas que ele fez para outros artistas. Muito boas por sinal.
Abr/bjs
Olá Julio Vellame
Acho que você leu a letra, mas imaginou outra música, no que escrevi.
Não tem melancolia alguma. Não falei de “subproduto massificador do mercado” e não acho que “mercado é o nome que damos a indústria amerciana programada para emburrecer e nos conduzir ao comportamento de rebanho.” Isso sim é melancólico!
Falei do encolhimento do mercado e da fase de adaptação pela qual ele e nós estamos passando. Sou um otimista do mercado! Disse que adoro lojas! Não acredito nesse papo de “rebanho”.
Sempre fui fã de artistas. Desde pequeno. Imitei Roberto Carlos cantando com a enceradeira da minha mãe se fazendo de microfone. Adoro ídolos! Adoro álbuns. Adoro rádio! Amo a música popular.
Se assim é, fui “emburrecido” por ela. E não tem mais volta.
O que afirmei e volto a afirmar é que o aparente deserto descrito pelo Caetano é reflexo também (não é só isso) do hiato que o mercado fonográfico vive.
Em contrapartida, nunca se tocou tanto ao vivo nas cidades. A Lapa é a prova viva esse fenômeno presencial da música.
Sou fã da Internet também e a uso além do google. Acabei de ter o prazer de receber um solo de bandolim gravado na Suiça para o meu disco, por um amigo músico.
A web é ferramenta poderosíssima. Mas ainda não está em movimento.
Gosto muito da palavra melancolia, mas não fui melancólico, não. Acredito no gesto, no movimento, na audição. Tem muita gente virando crítico amador de música. Eu optei por fazê-la, amá-la e ouvi-la. É por isso que luto e sem melancolia. Com uma puta alegria!
beijo na testa
salem
Eu acho até que a música sofre menos que outras manifestações como o cinema por exemplo. Vc deve morar no RJ (tentei entrar no seu blog para descobrir e não entrou…) e sem dúvida ainda tem mais acesso á vida inteligente que é vetado ao resto do pais (tirando SP).
Vc falou da internet sem fé. Acho que está nela a chave do cadeado. Vamos aprender a usar e antes que o google comece a buscar somente pelo que se paga muita gente legal vai conhecer o trabalho (ou só o pensamento) de muita gente legal
No meu coment anterior ficou um rabicho do copy and paste que fiz do texto do Júlio. Desconsiderem.
Paulo Osório
Mãe é uma música linda! Essa eu queria escutar na voz do Caetano.
as comparações entre os dois são mesmo ridículas, parece que as pessoas se sentem obrigadas a coloca-los lado a lado, mas um contra o outro. tipo: ah, little joy é legal, o camelo é chato. ou little joy é bobo e o camelo é que é bom. coisas assim. eu, como fã sensato que era dos los hermanos, gosto dos dois, e muito. mas de cada um à minha maneira. vi o camelo ao vivo aqui em sp e, de fato, é um grande show. graças, também e não só, ao hurtmold.
quanto aos cds longos, caê: eu gosto é de cds longos. os cds com meia hora de duração me deixam com um gosto de “faltou” no final. pra mim, 13 faixas é o número ideal. 12 ainda parece pouco. heh. um grande abraço deste teu grande fã, fã sensato e realmente tocado. beijo
Me afeicoei mais com Little Joy.
Acho que conseguiram uma fusão de Beatles e Bob Marley, puxando pro folk em algumas faixas.
Caetano, discos longos não são chatos. Discos chatos são chatos.
Um abraço
Caetano gravou “A Voz do Morto” (compacto duplo com os Mutantes, está em Cinema Olympia, CD extra da primeira caixa dos 40 Anos Caetanos - aliás, a série precisa continuar!). Creio que ele não gravou “A Voz do Vivo”, que consta de disco do Gil.
* * *
Pessoalmente, não fui com a cara de nenhum dos trabalhos “hermanos”, mas acho que Camelo trilha caminho mais seguro para o que virá a ser uma carreira-solo mais sólida. Amarante tem a banda com o moço dos Strokes e também a Orquestra Imperial, é um músico maravilhoso e tem tudo para fazer bem melhor do que o apresentado em Little Joy. Apenas não o fez, ainda.
* * *
Tenho ouvido muito pouco da Cibelle, embora ela não precise ser tão aplaudida assim no Brasil já que o fazem lá no exterior. Sua gravação de Refazenda (procurem no Youtube!) é uma coisa fantástica e aquela de London London com Devendra Banhart é maravilhosa. Como cantora e intérprete, ela ultrapassa a linha da normalidade, vai além e supera as expectativas. Dá orgulho, como assinala Caetano, saber que a música brasileira tem nomes assim - e ouso incluir Cibelle dentre tais representantes.
* * *
Tive ciúme de Nando que ouviu Caetano, pessoalmente, cantando Reconvexo. Agora essa mensagem linda do médico Marcelo Ribeiro falando sobre apresentação ao vivo, com participação de Perinho Albuquerque!
* * *
É o máximo este blog. Vai ser muito triste quando acabar. Mas não é bom pensar nisso agora. Quero aproveitar.
Também gosto de discos longos
3namassa é incrível!
…e a letra de Tatuí…
SALÉM, vc fala com melancolia do subproduto massificador do mercado. E mercado é claro é o nome que damos a indústria amerciana programada para emburrecer e nos conduzir ao comportamento de rebanho.
Eu acho até que a música sofre menos que outras manifestações como o cinema por exemplo. Vc deve morar no RJ (tentei entrar no seu blog para descobrir e não entrou…) e sem dúvida ainda tem mais acesso á vida inteligente que é vetado ao resto do pais (tirando SP).
Vc falou da internet sem fé. Acho que está nela a chave do cadeado. Vamos aprender a usar e antes que o google comece a buscar somente pelo que se paga muita gente legal vai conhecer o trabalho (ou só o pensamento) de muita gente legal
O Caetano é um dos poucos artistas brasileiros que fala (e com conhecimento), divulga e se interessa por hip-hop brasileiro, tecno-brega, axé, e tudo o que a “burguesia jovem supostamente esclarecida” não compra. E no post, Caetano fez referência ao seu gosto, ao seu pensamento, à sua visão das coisas na música popular feita no Brasil hoje. E é óbvio que existam jovens que não gostem do Camelo, que não o achem bom. Tudo isso é óbvio. Aliás, ainda bem que seja assim. Ainda bem que o Caetano não seja um Adorno… O argumento não é vazio e de forma alguma cumpre algum papel de “artista genial”. Essa sua raiva contra Caetano e Camelo que é um tanto quanto vazia e esquisita. Pobre, até.
Agora, se você reconheceu no Caetano, na crítica e na opinião pública um “erro canhestro de perspectiva, ou um desconhecimento brutal sobre música popular brasileira contemporânea”, nos diga sobre este movimento, as perspectivas. Mostre-nos seu conhecimento! =)
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Salem,
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Paulo Osório,
Abraços!
Trabalhei num projeto que tocava bandas novas e/ou fora do mercado - alternativas (Geringonça no SESC Tijuca), sei e vi o quanto os Hermanos influenciaram e influenciam uma galera independente de lugar, bairro ou classe.
O nome do cd do Marcelo é Sou (lido de cabeça para baixo: nós)… É uma estrela solitária que não está só, encontra-se separado dos seus amigos, mas está só e com todos (banda e platéia).
“Doce estar só,mas sou de todo mundo”
Quem foi ao show viu! É necessário ir ao show!!! É um som totalmente diferente do que já escutei em relação a música brasileira, sem cair num experimentalismo… é popular, diferente e bom.
Quando digo Marcelo Camelo, me refiro a tudo - o próprio e a banda.
*Guilherme tomara que seja verdade! Tomara eu haja um novo cd deles. Los Hermanos faz uma falta danada…
bjs.
eu ia mesmo comentar que já tinha ouvido a voz do morto com Caetano e mutante, na verdade, é só baixar pelo emule, rapidinho;
não sei se é delírio bicho, mas já ouvi caetano cantando “Mãe”, onde?
Muito legal a lista Paulo Osório! Que pesquisa bem feita, cara. Aliás, eu queria aproveitar pra tirar duas dúvidas:
1) a primeira música que voce citou foi gravada pela Gal com o nome de Abandono, mas o Quarteto em Cy já a havia gravado no princípo dos anos 80 com o nome de “Abandonado”. A Marina, quando a cantou no show Olhos Felizes, também disse que ela se chamava “Abandonado”. Qual será o correto? Ou será que os dois nomes estariam corretos?
2) É Jenipapo ou Genipapo absoluto? Sim, o fruto se escreve com j, mas a palavra que dá título à canção, não será com g, pra fazer referência aos gens, às origens?
Por falar no Quarteto em Cy, tem uma canção no disco Querelas do Brasil (e também no Alma Serena, da Nana Caymmi) que eu acho que o Caetano nunca gravou: Não Posso me Esquecer do Adeus.
Abração!
Ah, Julio
me esqueci. não sou de RJ. sou de SP. quanto ao meu blog, cliquei no meu nome por aqui e tive acesso rápido. de qualquer jeito tente esses links:
http://www.fernandosalem.com.br
ou
http://web.me.com/fernandosalem/FERNANDO_SALEM/HOME.html
ou
http://web.me.com/fernandosalem/FERNANDO_SALEM/BLOG/BLOG.html
beijo na testa
salem
PS: Lembrei de mais uma pra acrescentar à lista do Paulo: Luto
desisto.
QUEM VAI ABRIR OS SHOWS DO RADIOHEAD ??? SÓ PODE SER O CAETANO !!!!!
PS2: Com a ajuda do iTunes (eu sempre preencho as etiquetas com o nome dos autores) ficou fácil encontrar um monte delas pra acrescentar à lista do Paulo. Passível de correções, naturalmente.
Gostava de Los Hermanos que assisti no Via Funchal pouco antes de anunciarem o fim. Saí de lá muito bem impressionado, tanto com o som da banda quanto com a química que tinha entre músicos e público. 99% sabiam a letra decór. Só eu não sabia.
Saí também com a certeza que o caminho de Amarante e Camelo iria se abrir como numa encruzilhada. Dois estilos, dois talentos, duas marcas bastante definidas e próprias.
Caetano,
Me recuso a aceitar Camelo estrela solitária enquanto houver Céu no nosso cenário musical.
Aguardo ansioso o próximo trabalho dessa menina, maravilhosa.
Citando Salem e aproveitando a deixa de Heloísa:
Beijos provocativos nas bocas!
que coisa : um assunto, pela qde mínima de mulheres aqui, masculino … contei 6 m x 40 h … estranho …
aliás, sem me importar com as consequências, confesso que nunca tinha ouvido falar dos rapazes citados; mas segui os links postados aqui para suas devidas páginas, e agora já sei quem são.
e, para retribuir a lembrança, caetano, ‘track’, no michaellis, também é traduzido como “faixa de um disco de vitrola”.
enquanto não temos mais caetano para novos “my caetano”s, vou nessa :
http://vania37.multiply.com/video/item/52/TANGO_DE_ABERTURA_DA_NOVA_NOVELA_A_FAVORITA_CONJUNTO_BAJOFONDO_ARGENTINA
abrs paloma
Também fui no show e gostei bastante, realmente a banda Hurtmold da um show a parte. Só não gostei da relação Marcelo com a banda, não sei se é o próprio jeito do Camelo, ou um pouco de ansiedade do Hermano na expectativa de saber qual seria a nova postura do público carioca, acostumado a aquela histeria louca, mas depois de Doce Solidão, onde ele regeu uma orquestra de assibios, achou eu que ele relaxou. Little Joy do Amarantes é ótimo, acho uma pena não ter ao menos uma música em português cantada pelo ruivo. Sinto uma coisa no novo trabalho do Rodrigo que eu não sinto no do Camelo. É um “descompromisso” com a critica, casa cheia, etc…, isso me agrada, porque eu também não me sinto no compromisso de gostar. Li hoje em um blog que o amarantes disse que pra meados de 2009 eles, os LH, voltarão a gravar, tomara.
grande abraço.
Olá Salém,
Muito massa essa sua vontade de ser feliz.
Eu estou mesmo pessimista em relação ao mercado e acredito sim nas “forças ocultas” do capitalismo emburrecedor lutando contra nós (eu e vc).
A internet é a resposta, vá por mim.
caetano, não me entusiasmei com os discos de amarante e camelo, mas devo dizer que gostei mais de seus comentários a respeito que de qualquer coisa que tenha lido recentemente na imprensa brasileira.
vou reouvir os dois discos por sua causa.
e realmente, o salem diz coisas que interessam.
Eu sempre tive vontade de ouvir “Mãe” na voz de Caetano, aliás a primeira vez que ouvir essa música me apaxonei.
é preciso que a moçada se toque de que é burrice só ouvir o que róla na TV, na rádio, no mainstream. curiosidade é tudo. hoje, com a net, um link puxa outro. não tem desculpa.
só pra citar um único exemplo: o hurtmold tem 10 anos de existência. vamo se ligar, gente boa…
que gostoso Caetano gostar de Hurtmold e achar idiotas as comparações entre os sons do Camelo e do Amarante. concordo com tudo isso, ainda mais porque todos três fazem música sincera, o que já é muito mais interessante que toda essa discussão. prefiro me dedicar a ouvir a música com a mesma sinceridade.
Racionais Mcs, Luis Tatit, Dante Ozetti, o disco de mehimari com Ná Ozetti, José Miguel Wisnik, Monica Salmaso, Sérgio Santos, o disco novo do Francis Hime, Negroléo, Mário Sacramento,Mauricio pereira, Paulo belinatti, Fábio tagliaferi, Evelina Hecker e muitos outros, falar em Marcelo camelo, por favor!!!
Na lista do Paulo Osório, incluiria “Escândalo”, pois, nas duas gravações, no estúdio e ao vivo, Caetano omitiu os versos cantados na gravação de Rorô: “Também sou fã da lua sobre o mar/Todas as coisas lindas dessa vida eu sempre soube amar/Não quero quebrar os bares como um vândalo/Você que traz o escândalo, irmã luz.?
O que eu mais gosto nesse blog são os muitos comments, pois aqui vejo as varias opiniões das pessoas, são como varios olhos, olhares sobre uma mesma vista…gosto dos comentarios de Heloisa que não conheço mas se mostra uma pessoa intensa, culta e marcante e tambem o Gil, adoro o Gil, ele sempre amavel com o universo de Caetano, sempre doce com tudo que Cae escreve, reeafirmando sempre a ligação transcendental que existe nessa amizade perpetua, não gosto muito dos pos comments de Caetano, acho que ele sempre responde só aos seua amigos, vizinhos, companheiros sei lá, ao povo que circunda seu quintal mas respeito e nao deixo de ler e nem visitar seu blog por isso, não vou deixar de aproveitar um pouco do muito do necta cultural que existe nesse blog…è Camelo é Camelo…abração.
Jô, desculpe, mas respondo sempre a pessoas que não conheço. Nunca respondi a nenhum vizinho, que eu saiba. Lembro que celebrei o comment de Tom. Vai dizer que é nepotismo? Você é maluco (a)?
E “estrela solitária” não tem nada a ver com não reconhecer a grandeza ou existência de outras coisas. Tam a ver com sentido comum que se dá à palavra “estrela”. Eu disse que, por um momento, Camelo pareceu ser a estrela única do pop Brasil. Estrela, como Madonna ou Ivete Sangalo. É que antigamnente era assim: só tinha lugar para um. Isso acabou em 1968. O Brasil cresceu. Mas o fenômeno Camelo, com multidões cantando todas as músicas do CD novo pelo país inteiro, faz lembrar dos tempos em que havia sempre UM de cada vez. Claro que não é assim hoje. Escrevi sobre Rodrigo Amarante & Little Joy, lembram?
Adoro Rabotnik. Conheço muito bem o disco.
Escrevi sobre Camelo porque tinha acabado de ver o show dele. Hoje, por exemplo, acabei de ver o show do Chelpa Ferro. Fantástico: uma bateria enorme, tipo banda de heavy metal, subindo no ar, iluminada e crivada de incensos fumegantes - e os sons atonais muito bem controlados. Volume alto à beça. Mas superbacana.
Desde que participei de um disco tributo a Cartola, cantando mais uma versão tipo “prelúdio” de um dos sambas dele, que vi que o maior cantor do Brasil surgido depois dos anos 70 é Zeca Pagodinho. Até hoje não mudei de idéia.
Outro dia escrevi post sobre Luie porque tinha acabado de ver o show dele e tinha achado genial. Algumas pessoas disseram - às vezes quase em tom de reclamação - que não tinham idéia de quem fosse.
Gostei foi de tantos errarem ao citar Zeca entre Moreno e Tom na decisão de trazer “Diferentemente” de volta ao disco. Ele - que é o único que mora comigo - ouviu bem menos o CD do que os outros dois. Nunca o ouviu inteiro, de uma vez. Ouve outras coisas. Mas me disse hoje que ouviu quando Tom protestou contra a saída da música e teve vontade de dizer que concordava com ele.
Ouvi no rádo Roberta Sá cantando “A vizinha do lado” e achei outra vez que ela é uma cantora divina. Já tinha ouvido no disco. Mas na hora nem lembrei: era como uma revelação de luz pura. Cheguei à casa de Moreno sem ouvir o locutor identificar quem tinha cantado (entrou outra música) e perguntei a ele se não tinha sido Roberta. Moreno confirmou e me lembrou que já ouvíramos o CD dela que contém essa jóia de Caymmi juntos. Pode até ser que seja do primeiro disco dela.
Libbra é uma banda de um cara só (ou quase isso) que soa magnificamente. Profissional de glamuroso, Mario é um músico que merece nossa atenção. Mostra serviço. Pode encantar.
Olá Caetano…
faz tempo que visito aqui seu blog e sempr fico com vontade de comentar, mas a preguiça é uma droga e muitas vezes não deixa.
sem querer puxar muito o saco(teria motivos pra isso, te ouço desde que tinha poucos meses ate meus atuais 18), mas gostaria de dizer que admiro muito sua atualidade, sua atitude de estar afinado com tudo o que acontece no cenário musical nacional e internacional… infelizmente muita gente so sabe dizer que “hoje em dia nao se faz mais nada bom” e que a musica morreu há 20 ou 30 anos atrás. nao acho, acho que temos muita gente nova se destacando e acho louvável você estar antenado com isso.
a proposito, estive domingo também no canecão e concordo com todas as linhas do seu texto sobre o show… ja conhecia o hurtmold de um show deles em sp, e eles são sensacionais mesmo, com destaque para o cd “maestro” deles. achei justo aquele momento final que o camelo “deu” pra eles no final do show… é preciso que mais gente conheça som dessa qualidade.
tambem estou ouvindo o little joy e cada vez me agrada mais… estes mostram que quem faz música hoje em dia sabe que o passado foi sim muito bom e buscam referências la atrás pra fazer um som atual agora. sempre achei amarante o “hermano” mais antenado e genialzinho… nenhuma comparação faz um sentido, a não ser dizer que os dois colaboram muito para nossa musica atualmente, como alias, voce já disse
é isso, estou curioso e ansioso para o zii-zie, gostaria de saber se ja tem previsões de lançamento…
a partir de agora, comentarei aqui sempre quando puder.
abraço grande
Pedro Cardoso Freitas
tenho lido tudo atentamente aqui. sou virginiano, metódico e por motivos óbvios, capricho na atenção quando leio os comments e principalmente, os posts.
já tinha notado, por exemplo, que cê fala de coisas que viu, leu, ouviu, recentemente [no mesmo dia ou dia anterior]. afinal, isto aqui é um blog. também.
gostei de como você explicou sua expressão “estrela solitária”.
“pagodinho” canta muito mesmo. e não é só afinação, mas também inflexão, as divisões, a malandragi…perfeito.
falar em cantar, “descobrí” uma extraordinária cantora chamada fabiana cozza. excelência total. ela tem as qualidades das grandes cantoras de jazz dos EUA e cantoras brasileiras como leny andrade, outra voz incrível.
amanhã vou procurar ouvir “libbra”, que não conheço.
desculpe se meu texto tá mais noise que o normal…acontece.
abraço sincero procê.
Jô
O Gil não é o Gilberto Gil e, pelo que sei, ninguém por aqui é “amigo, vizinho, companheiros ou circunda o quintal” do Caetano.
Pelo contrário, Caetano conheceu a grande maioria dos frequentadores do blog por meio das conversas.
Marcos Lacerda
Todos os seus artistas citados têm mais de uma ou duas décadas de carreira.
Júlio
Dâ uma trégua pras “forças ocultas do capitalismo emburrecedor”. Ouça blues, vai te fazer bem.
Joaldo
saudades
Caetano
aparece
Beijos nas testas tostadas
salem
Querido Caetano
Tua explicação sobre o uso da expressão “estrela solitária” faz sentido. Confesso que quando li, fui arremessado pra outros pensamentos. Meus. Nada a ver com o teu sincero elogio ao show do Camelo e à sua presença incontestável na nova cena musical.
Depois que escrevi meu líquido coment, percebi que não o endereçava à você. Sei que você tem uma percepção gigante do que acontece por aí quando o assunto é música popular.
Falando em Roberta Sá. A vi numa entrevista pra Marília Gabriela. Lá, contou que depois de participar de um desses realitys shows de revelação de “estrelas” (olha aí a palavra de novo) chamado Fama, ela ficou meio esquecidinha e abandonada.
Ao ler no jornal que o Gilberto Braga gostava de escolher pessoalmente as canções de suas novelas, a garota de Natal colocou pessoalmente um CD com a gravação de “A Vizinha do Lado” na caixa postal do apartamento do autor com um número de telefone.
Gilberto gostou e colocou a canção na novela Celebridade. A música estourou e ninguém sabia quem estava cantando.
Uma história bacana. Sem internet e nem gravadora. Gosto quando as coisas acontecem desse jeito meio inusitado.
beijo na estrela
salem
Marcos Lacerda,
Segue a lista com alguns artistas citados por você como “música popular contemporânea”. A lista foi organizada com o nome do artista seguido do ano de nascimento ou formação dogrupo e por fim a data e o nome do primeiro disco lançado.
Penso que você está um pouco perdido nos seus comentários…
Com esta PEQUENA seleção já da pra saber o que anda acontecendo em SP, MG e RJ. Ainda falta o resto do Brasil…
http://br.youtube.com/watch?v=6obOBUPDvOw
Castello.
Paulo Osório: não pode ficar de fora da sua lista “Baby Doll de Nylon” (Caetano Veloso e Robertinho de Recife).
&
Lamentei não conhecer o Luie porque adoro Dadi, Liminha e Cezinha e gostaria de ter estado no show. Se eles estavam junto, o negócio só podia ser bom. Mas é puro divertimento, delícia total e… covers de clássicos do rock; então não pode entrar aqui no “estrela solitária”. Shows deliciosos de covers de rock existem em toda parte.
&
O povo busca um tradutor para suas emoções ou frustrações, uma voz-guia (embora você ache que isto tenha sido sepultado em 68). Com a Legião Urbana era assim, como foi com “os Los Hermanos” (problema incontornável em fazer referência a eles: o “Los” já não é “os”? Como dizer? Os Los Hermanos ou Os Hermanos? Dizer “os Los Hermanos” é como dizer “Os The Beatles”) e como está sendo com o Marcelo Camelo. E aí vira larger than life.
É engraçado quando falam em “VERDADEIRA BOA MÚSICA BRASILEIRA”, né? Parece uma ciência exata, dá até um certo medo…
Voltamos aos festivais!
Mas vamos para a lógica: se quem decide é o povo, e ele gosta mesmo é deste ou daquele movimento, por que raios a “VERDADEIRA BOA MÚSICA” é qualquer outra coisa?
Não há espaço para todos? Tudo não pode ser “boa música” e, também, não pode haver “música ruim”, em meio a uma ou outra vertente?
Eu hein…
Mas o genial é quando ficam revoltados ou surpresos com o apoio a Calypso ou ao “axé” por parte de Caetano Veloso, como se fosse uma novidade ou não houvesse lógica ou fosse um estrelismo polêmico.
Falta um mínimo de conhecimento histórico. É como se não houvesse o show do Phono 73, é como se não houvesse nenhuma apresentação dos festivais, como se não houvesse o Chacrinha no lançamento da Tropicália etc. etc. etc. - ou aquele lance da “Patrulha Odara”, ridículo patrulhamento dos que exigiam justamente de quem foi preso e exilando um comportamento partidário e sectário em vez de liberdade estética.
Precisamos sair da adolescência.
(o relógio quântico me fez responder ao João André, no comment do Nando, antes do próprio comment do Nando!)
(Caetano, imagino que você não fique voltando a posts muito antigos. Acontece que tem gente que entra aqui e responde através deles! - provavelmente entram pela busca do Google, caem neles e mandam ver. Separei um a seguir, sobre recente declaração a respeito da banda Calypso:)
salve Jo, obrigado, adoro adorar também e me assusto às vezes com a coerência das minhas adorações, como duram, acho que também sou fiel aos meus cultos. Caetano como já disse foi uma aparição na natureza, um índio que desceu, é ele quem carrega isso pra diante. E tá aí, é só acompanhá-lo pra ver, é nossa irradiação, síntese, mesmo quando erra, tá certo…mas erra pouco. E se ele pode, nós podemos, mais que tudo ele é a concretude das nossas possibilidades, vamos com ele.
em tempo: como já disse também, sou fan de gilberto gil mas não sou gilberto gil…a parte isso tenho também essa ligação transcedental que muitos tem com Caetano…mas sou gil sim, é meu nome.
Será que foi um sonho que tive? me parece nítido ter ouvido “mãe” com o Caetano.
Encontrei uma gravação com o Djavan, mas não soa como a de Caetano “que ouvi algures”.
Los Hermanos sempre dividiu as pessoas entre as que os amavam e idolatravam e os que os odiavam profundamente.
Que gostoso receber um familiar elogio beijado do Salem. =)
Marcos,
Com relação ao Marcelo Camelo, penso que ele ocupa o suposto lugar de estrela solitária não apenas por isso que o Caetano comentou. Acho que o buraco que o Camelo cavou é bem mais embaixo…
Para contribuir com o debate!
Muito do que se está ouvindo hoje nas rádios comunitárias e principalmente nas ruas surgem de forma arrebatadora e penetra nos ouvidos da população. Sei que artistas e bandas que hoje fazem shows em grandes casas de espetáculos representam uma pequena parte do universo musical que o país anda vivendo. No norte ouve-se um tipo de música que grande parte da nação desconhece o brega. De várias formas e formatos. Lá aparecem artistas, bandas e produtores que jamais chegaram ao grande público, mas nem por isto deixaram de arrecadar grandes somas. No nordeste, além do já conhecido estado em forma de gravadora, a Bahia que brinda a todos com a Música Axé, tem algo que batizaram com Pagode. Neste caso particular a melhor definição é de que este som feito na Bahia é UM BARALHO ritmado. Que podemos de boa fé, acreditar ser música. Mas nesta região há alguns anos apareceu um movimento capitaneado pelo Forró, vindo do Ceará. O representante que melhor define este movimento é a Banda Mastruz com Leite. O sudeste que antes ditava o modismo musical. Para se ter uma idéia do poderia que esta região exercia sobre toda a massa de ouvintes, um cantor, cantora, banda teria que montar residência em dos dois principais estados, Rio de Janeiro ou São Paulo. Hoje são invadidos por produtos criados em outras regiões. Do Sul e as noticias que se tem de movimento musical é o mesmo que ocorre com o Norte. Música regional forte e restrita, mas com público garantido.
Falo isto para dizer que os anos se passaram e a pluralidade musical é que faz deste imenso País a beleza que é. Cada um curtindo um pouco de tudo.
Se o Senhor Veloso curte um tipo de som, não necessariamente teremos que amar ou odiar, para estarmos na vanguarda do debate. Não curto muito bandas “Gringas”, acho que pelo fato de saber “lhufas” do idioma. O Maximo que cheguei foi nas coleções quase que completas do Led Zeppelin, Pink Floyd, Beatles. Não compraria um disco do Prince, mas achei um dos melhores shows que já vi. (Rock in Rio)
Agora tem uma banda que tem uma excelente performance de palco e é do sertão de Pernambuco, a Cordel do Fogo Encantado. O show dos caras é simplesmente contagiante.
O gosto é pessoal, cada pessoa tem o direito de dar a sua opinião.
No mais!
O Natal ta chegando…
Feliz Natal… Oh, Oh, Oh…
m tempo 2: eu sou amigo, vizinho, companheiro e circundo o quintal do Caetano.
FALAÊ, MANO CÊ! COINCIDENTEMENTE ESTOU OUVINDO O ÁLBUM MAIS RECENTE DO HURTMOLD (homônimo, de 2007) E É SIMPLESMENTE SENSACIONAL. PARA ENTRAR NO UNIVERSO MUSICAL DOS CARAS É PRECISO SE DESGARRAR DO TRADICONAL E DO CONVENCIONAL, QUE É O FORMATO CANÇÃO. OUVIR ESSA GRANDE BANDA DE SÃO PAULO É VIAJAR PELO EXPERIMENTALISMO DE AGRADÁVEIS NUANCES. M. CAMELO FEZ A ESCOLHA CERTA AO OPTAR POR ELES COMO MÚSICOS DE ESTÚDIO. EM RELAÇÃO AO HERMANO: PREFIRO OUVIR “SOU” NA ORDEM INVERSA, (NO MEU CONCEITO) ACABA FUNCIONANDO MELHOR DO QUE A ORDEM DO CD.EXPERIMENTE!
Amigo Nando
só um rápido pingue-pongue:
Quando cê diz que “O povo busca um tradutor para suas emoções ou frustrações, uma voz-guia. Com a Legião Urbana era assim, como foi com “os Los Hermanos”, acho que foi ao ponto na questão da “estrela solitária”.
Essa história de Messias da MPB é que pega. Acho que Los Hermanos pararam muito por conta desse jeito de escutá-los. Num certo sentido, os Beatles foram os precursores desse tipo de recusa quando se encheram das apresentações ao vivo e se enfurnaram nos estúdio pra poder experimentar e evoluir.
Camelo me pareceu ter essa característica. Não o vejo como grande ídolo das multidões, embora possa sê-lo. Ele não é “aquele cara que traduz as emoções do povo”, se é que isso ainda existe.
O momento é de muita diversidade e pouca unanimidade. Isso até é bom e reflete que as pessoas estão à procura. Só espero que não procurem apenas o “salvador da MPB” e abram seus ouvidos.
Renato Russo e Cazuza de certa forma abraçaram essa função nas suas letras. Grandes recados para a massa de adolescentes.
Será que esse modelo de “ídolo” e de “idolatria” combina com nossos tempos? Talvez.
Mas quando vejo a molecada fuçando no samba, no pagode, no forró e no velho rock and roll, me dá a sensação que o que eles buscam é… MÚSICA. Muita música!
Gosto da idéia do “ídolo”. Do “mito”. Do “herói”. E como gosto! Tenho muitos no meu álbum de figurinhas imaginário. Mas não gosto do programa “Ídolos” da TV Record que traduz de forma meio patética essa falsa necessidade.
A listinha do Lacerda, sem querer, mostra bem como nos últimos 20 anos, esse modelo caiu. Não o modelo da “estrela”. Taí a Ivete, né? Mas o modelo do artista que diz aquilo que a gente quer escutar, dá recados, comanda comportamentos e é seguido pelo que diz e pensa.
Ver Camelo dessa maneira é um tanto constrangedor. Ele não é isso. E sei que não foi isso que Caetano quis dizer. Mas alguns órfãos dos Hermanos tendem a fazer esse tipo de mistificação. É assim que a estrela cai.
beijo na raquete
salem
Que beleza o diálogo da Família Lacerda!
Marcos, como sempre, meio apressado. César, paciente pesquisador. Adoro os dois Lacerdas. Eles representam muito bem a dinâmica deste blog. Marcos lança suas opiniões com fúria e caras como o César, param, pensam e ponderam. Precisamos das duas coisas.
Em comum, os dois têm a franqueza e a sinceridade.
beijo nos lacerdas
salm
Marcos Lacerda
Eu particularmente acho Luiz Tatit um gênio. Bem acima dos outros que você citou. O conheço pessoalmente e tive aulas particulares de semiótica com ele. Pedi pra ele fazer isso porque queria entender a sua obsessão pelo cano e a fala.
Luiz é um eremita que vive entre o violão e a USP. Não está muito ligado nessa história de fazer sucesso, mas acho pena que o Brasil não o tenha conhecido. Intuo que o que ele faz é “popular” no sentido pop da palavra.
No mais, ele ficou misturado em um saco de gatos de uma tal de “vanguarda paulistana” que eu abomino como referêcia. Luiz sempre foi maior do que aquele momento dos anos 80, com Itamar, Língua de Trapo, Arrigo e companhia.
Wisnik é legal, mas é mais cerebral. Pensa bonito.
beijo nas teses
salem
Em clima de pré-ressaca eleitoral do OeP, novas opiniões e novos vídeos. Tenho certeza que Caetano não vai se zangar, por motivos técnicos, tive que colocar João pra cantar a primeira parte de “Maria” de Ary no clip novo que acabo de postar. Várias marias presentes, algumas sabidas, outras não, mas credes, todas marias. Por falta de material “de acá tenemos solamente una maria”. Maria João Brasil e Maria, pensei em voces, sintam-se homenageadas!
http://www.youtube.com/watch?v=XXqSmPSQ6lA
Beijos ( nas Marias ).
acho engraçado [e nada engraçado] como se reduz a conversa a esse papo de diversidade. ora, diversidade sim, claro! mas o problema é que é 80% de manifestações populares[cas] + jabá mesmo e 20% de tudo quanto é tipo de coisa [de calcanhoto a jethro tull, passando pela caravan familia].
é isso que tá acontecendo no brasil. isso não é diversidade nem aqui, nem em santo amaro. se a moçada mais audaciosa e sofisticada nunca tocou na rádio, tá na hora de começar a tocar. enfim, é o que bethânia falou: “parem de dizer o que o povo brasileiro quer ouvir…”
“tá tudo dominado”, como diz o pessoal dos guetos e eu não gosto nada disso. já disse isso aqui, ninguém tá escolhendo nada se não existe um leque vasto de opções.
é preciso incentivar, principalmente a garotada, a usar a ferramenta que é a net, pra sair da matrix. existe um muro. e nesse muro, um pequeno buraco. qual de nós irá se dignar a dar uma olhada e ver o que há do outro lado? nós aqui neste happening-blog fazemos isso. quero que mais e mais pessoas façam isso, olhem através do wonderwall.
Cesar Lacerda
Muito obrigado pela lista, só a primeira,pois a segunda está muito confusa, parece uma apresentação de um apanhado de nomes, escolhidos de forma aleatória. Quanto a mencionar data de nascimento dos artistas que mencionei, ou mostrar os seus primeiros discos, isso é coisa de pesquisa da internet, até minha sobrinha de 8 anos pode fazer…Eu gosto do luis tatit depois do grupo Rumo,sobretudo o disco “Felicidade”, mas também o “Meio”. No “Felicidade” há canções espetaculares, como “Companheira”, “Haicai”, “Depois melhora” ( gravada por Ney Matogrosso)e a canção título “Felicidade”. O disco “meio” tem “Esboço” ( da época do grupo Rumo), Capitu, Meio, entre outras. O Wisnik do primeiro disco mencionado é ótimo, é só ouvir “Estranho Jardim” para entender o que digo, e considero um tipo de música mais inventiva que Marcelo Camelo, por exemplo. E por aí vai, mas não quero disputar “conhecimento” em música popular, acho bobo e infantil.Quero ter a liberdade para dizer do que não gosto,e poder desaprovar algumas afirmações de Caetano. Nós temos o direito de amar Caetano, não gostas de Marcelo Camelo, e discordar das afirmações de Caetano.Mas o próprio Caetano já explicou muito bem a indagação de muitos que discordaram dele:
“E “estrela solitária” não tem nada a ver com não reconhecer a grandeza ou existência de outras coisas. Tam a ver com sentido comum que se dá à palavra “estrela”. Eu disse que, por um momento, Camelo pareceu ser a estrela única do pop Brasil. Estrela, como Madonna ou Ivete Sangalo. É que antigamnente era assim: só tinha lugar para um. Isso acabou em 1968. O Brasil cresceu. Mas o fenômeno Camelo, com multidões cantando todas as músicas do CD novo pelo país inteiro, faz lembrar dos tempos em que havia sempre UM de cada vez. Claro que não é assim hoje. Escrevi sobre Rodrigo Amarante & Little Joy, lembram?”
Quer dizer, o comentário de Caetano é perfeito e resolve todo o problema…
pense em free download como um mal nescessário, se preferir. revolução é isso. haverá baixas, o compositor sofrerá, mas a democratização da informação justifica qualquer percalço. as pessoas vão continuar baixando, sem pagar, não ainda brigar com isso. há que se repensar a coisa toda.
opa, quis dizer “não ADIANTA brigar com isso”. inté!
Salém: O luiz tatit rules, mas quem tem criança em casa sempre lembra do Paulo (e da sandra, né?).
FICO COM A NUMERO 1
Não é o tema aqui, mas não resisto: li na Folha hoje que a Jake lançou outra pérola, além de ‘Pó pará com o pó’. Vejam o refrão da belezura:
O que é isso? Inquisição? Socorro!
Salém cada vez mais feliz….
Tenho um certo receio de comentar os assuntos muito específicos de música, porque de música eu não entendo, não é uma coisa com que sei lidar pelo racional. Boa música, para mim, é a que consegue me tocar estéticamente, e isso é uma definição estritamente pessoal.
Mas esse post me fez pensar nessa formato do “álbum”, que foi condicionado pelo meio LP, que era uma coisa perfeita. A gente tinha umarelação meio feitichista com o disco, a capa, o encarte. O fato de ter dois lados, formando uma pausa. O lado B. Quantas canções na minha vida eu já não emendo direto, inconscientemente, com a “faixa seguinte”! Era um objeto delicado, tinha vida própria, materialidade e simbolismo, fazia parte de nossa vida: “meus amigos, meus livros e discos e nada mais”. Ao se transpor isso para o CD, muito se perdeu. O CD é pequeno, as caixinhas são frágeis, é uma mídia muito mais descartável e um formato que vai se tornando obsoleto antes de conseguir se resolver.
Não vai aqui um saudosismo… embora haja alguma saudade. Mas acho que a indústria fonográfica, hoje agonizante, já vai tarde. Também não é o caso de culpar a “indústria cultural”: no caso do nosso cinema, p.e., o não conseguir se organizar enquanto indústria foi negativo. Acredito que a “superação do capitalismo” seja uma questão de desenvolvimento psicológico (tá, é uma deformação profissional, mas vou fazer o quê…?): enquanto a alma da maioria das pessoas funcionar numa lógica capitalista e individualista, é assim que as coisas vão ser. Mas num país com uma multiplicidade musical tão imensa, a indústria fonográfica funcionou como um achatador: quem não conseguisse espaço dentro dela dificilmente conseguia mostrar o seu trabalho. Houveram heróis da resistência, sim, mas também muitos artistas importantíssimos sumiam de circulação por serem considerados “fora de moda”. E tenho arrepios só de imaginar quantos Cartolas e Clementinas podemos ter perdido nesse processo.
Por isso, acho os novos formatos extremamente bemvindos. Com o MP3 cada um é o DJ de sua rádio, cada um cria a trilha sonora da sua vida, edita, compila da maneira que bem entender. No metrô, cada vez mais a gente vê pessoas de foninho no ouvido, balançando as cabeças cada qual no seu ritmo. A rede é mais democrática, permite mais autonomia, há sempre um nicho para cada estilo. Aqui mesmo é um nicho e muito particular: quem disse que blog não comporta textos longos?
Vivemos um momento especial, onde ainda não dá para ver o que vai acontecer, mas creio que haja possibilidade de muita coisa boa aí pela frente. Como aconteceu após o surgimento da fotografia, que libertou a pintura da representação figurativa para um de seus períodos mais intensamente criativos, expandindo-a até os limites de suas possibilidades, as novas tecnologias irão, no século XXI, transformar não só a música, mas tudo o que chamamos de audiovisual.
Caetano, sempre te considerei um dos grandes cantores do Brasil, mas agora ouvi um rapaz, com timbre parecido com o seu e personalidade própria, afinadíssimo, que está te passando pra trás…!
Como canta bem esse Moreno Veloso!
…risos…
Heloísa, a próxima vai ser:
Cesar Lacerda, eu respondi ao seu comentário, mas a resposta foi parar lá em cima. Você viu?
Gravataí, tem toda a razão, sai da lista a Voz do Morto e entra a Voz do Vivo.
Nando, que venha a Baby doll
Guido, o facto de você ter escutado “Mãe” não quer dizer que esteja gravado. Eu também já escutei ele cantar “Força Estranha” e que eu saiba ele nunca gravou. Todos nós já ouvimos “Diferentemente” (apresentada na tournée A Foreign Sound) e só agora irá ser gravada. Será isso??
Assim na lista temos para já 47-3+28+2= 74 e tenho a certeza que vamos encontrar mais.
Em suma, resumindo numa só frase todo este comentário: É um privilégio estar aqui!…
Abr/bjs
Já que vocês estão falando em cantar bem, vocês deveriam procurar ouvir Xangô da Mangueira cantando “Quando eu vim de Minas”, dele próprio, e gravado por Clara Nune. O exercício sonoro poderia ser complementado por qualquer interpretação de Lazzo Matumbi, um cantor cuja produção ficou restrita a Salvador.
Ainda sobre a excelsia do cantar,já que Zeca Pagodinho foi citado nesta roda, acho que Roberto Ribeiro dá de 10 no afilhado de Beth Carvalho.
Eu até arrisco dizer que estamos mudando pra melhor. Será?
Paulo,
*Cinema Olympia: Caetano Raro e Inédito 67/74
*Pipoca Moderna: Caetano Raro e Inédito 75/ 82
http://umquetenha.blogspot.com/search/label/Caetano%20Veloso
Abraço procê!
Marilia,
I found your musings on the music business very interesting. I have to say that I don’t share your feelings of nostalgia for the LPs. I still have 100’s of them, and what a pain they are! They’re heavy, hard to move, easily damaged. I’m slowly transferring my favorite tracks to MP3 … more hassle. I’ll be glad to see them go, at last.
While I love my own Ipod (with only 755 of my VERY favorite tracks on it), I wonder about everyone wandering about with their own personal worlds playing in their heads. Isn’t there something fragmenting about this? Isn’t there some value in everyone listening to the same few radio stations and sharing the experience? And with everyone choosing the artists to listen to, rather than the radio stations and music companies choosing them … Are the days of the big stars, like Caetano, coming to an end? Will people miss out on the shared experience of having cultural icons that the society can discuss and react to together? Is that a bad thing, necessarily?
I’m just wondering …
Believe me, I’m not ready to give up my own Ipod. And I absolutely love Pandora radio on the Internet. They play music based on my preferences and introduce me to other music and musicians that I didn’t know, but who share attributes of the music I like. It allows me to cut off playing a song I don’t like. Now I have a hard time even listening to satellite radio. Sometimes I’ll wonder, “Why are they playing this thing?” And then I realize it’s satellite radio that doesn’t just play things I like; they play whatever they want to. When they play something I don’t like, I just have to endure it or turn it off (how primitive!). I know there are other Internet radio services that do the same thing; I just use Pandora and love it.
I don’t mean to sound like a hypocrite. I just wonder if these wonderful technological advances (that I personally love) are really carrying us forward as a society, or are they splitting us off into exciting new micro-segments for the marketers.
Barbara
Lucesar, que linda sua homenagem às Maria. Posso mesmo me sentir incluída.?
Querido Caetano, ( permita-me a expressão de carinho. Você é mesmo nosso Caetano Veloso muito querido), Mas não entendi por que você disse que no Recife “geremeiras deveriam ser coisa familiar”, nnum comment do post anterior:
“e justo no Recife, onde gemedeiras deveriam ser coisa familiar.Talvez justamente por ser familiar e a platéia ter ali mais desejo de se desidentificar do sertanejo - e divertir-se como gente urbana moderna: fácil e rapidamente.”
Eu pensei que a gente aqui falasse cantando e não gemendo. Percebi muito a minha fala hoje ao celular, conversando com um amigo de Minas. Eu falo mesmo muito “arrastado”, mas não me ouvi gemendo não.
Penso também que as vaias para o nham nham de Asa Branca deve ter saído de um grupo de esquerda, que criticava a modernidade, naquela época 69/ 70. Acho que eles queriam divertir-se com o que eles achavam mais tradicional e não com “gente urbana moderna”. Não era por isso que criticavam o tropicalismo? por trazer o novo à musica? Corrija-me se estou enganada. Ou talvez eu esteja precisando voltar à leitura de Verdade Tropical, para estudar mais um pouquinho.
Maria
Acabo de me lembrar de outra canção pra acrescentar àquela lista, Paulo.
Pronta pra Cantar (Ready to Sing), que a Bethânia gravou com a Nina Simone.
E vamos em frente…
Abraços.
…. Ah!!!! Tem também “Cauby! Cauby!”
Isso não pára mais… rs
UMA PASSAGEM RELAMPEJANTE PEGADO NA CAUDA DE UM COMETINHA A PRETEXTO SOBRETUDO DA IMPERTINÁCIA
Não tenho podido participar das discussões saborosas acima, até porque não sou muito de discutir aqui na OeP - sou só de pôr asas nas minhas idéias ou inflar balõezinhos verbais… para usteds mirarem-me enquanto eu vôo ou para pocarem as minhas bexigas de palavrinhas. E além do mais, o pré-piloto da Impertinácia, uma revista web viva ins-pirada, imaginada graças ao que aconteceu e acontece aqui nesta infoecaetanave, vem me exigindo muito de meus pobres neurônios e absorvendo o meu tempo. O pré-piloto passará por Miriam Lucia e uma seqüência de confabuladores até chegar a Salem e voltar a mim para a proposição do piloto que irá ao ar.
Carolina, a Impertináaaaaaacia vem aí, geeeente!
Estamos registrando o domínio a qualquer momento. Pensamos num modelo de negócio (que não negue o ócio e o prazer de nossos futuros assinantes-comentadores) que dê sustentação financeira e lucro pra empresa que montaremos a fim de legitimar uma série de coisas, a exemplo do marketing. Avisamos que a remuneração dos foca-postadores e ombudsmans liga-pontos deixará tudo a desejar - ao menos no início. Depois, pensaremos em algum meio de redistribuir-lhes parte do retorno financeiro que obteremos vendendo tráfego e clicagens em links patrocinados. A outra parte a nós pertencerá, pelo risco e gestão do empreendimento. Qualquer dúvida adicional, queira aguardar minha sócia, a leodulceferina Exequiela, que, como ela já explicou aqui em outra página, já vive de web há um bom tempo, a exemplo de com o seu site de traduções, para outros esclarecimentos, ou também euzito - a partir de sábado terei novidades.
Para quem quiser conhecer o site profissional da tradutora Exequiela:
http://www.transpanish.biz/
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Salem, enquanto não posso voltar de vez, deixo aqui um b. na bunda pra ti, querido e diamantino impertinaz. (note bem: b.= beliscão)
Lenartei, nosso encontro infocaetaunático, na noitinha de sexta aqui em Salvador, está de minha parte confirmado, no Tijuana Bar:
http://www.tijuana.com.br/
(estou recebendo unzinho$$ pelos dois links acima: queiram clicar e me ajudar)
ah…e não é a primeira vez que isso acontece na história, é verdade, sempre houve a disfaçatez de passar a mão no que é do outro, sem a anuência dele, sempre houve isso. E qual é o nome disso em qualquer língua? vamos acabar com a propriedade privada, deles…a nossa ninguém toca. eu acho que a gente devia pensar um pouco mais nisso tudo…juntos.
Gravataí, sensacional! Vamos mandar para ela!
Laureano, aposto que Caetano e seu generoso coração não vão gostar, mas se essa crítica for discutida aqui, acredito que muitos vão concordar com o jornalista do Clarín, mesmo gostando do Roberto.Eu serei a primeira. E você?
Barbara, I don’t share Marilia’s nostalgia for the LPs either, though I have some sweet memories of the long hours I spent listening to them: everytime I listen to Saudosismo, one of my all-time favorite Caetano’s songs, I always picture a turntable in my head…Still, I do love all these wonderful new gadgets and Internet radio services, but I hadn’t stopped to really think about them yet. I guess technology might be carrying us forward as a different kind of society – a virtual one, divided in the micro-segments you suggested. It’s kind of scaring when you think it has just begun, as technology moves too fast. Will people in a few years only talk about music just like we’re doing here? I’m just wondering too…
Parece que al periodista no le cae muy bien Roberto Carlos. No?
http://www.clarin.com/diario/2008/12/15/espectaculos/c-00708.htm
Adoro Prince e acho “Parade” um super disco. Também vi o show no Maracanã: um dos melhores que já vi na vida.
Essa música que incita à perseguição do “cristão fujão” é realmente apavorante. É, ao contrário do “Poparacompó”, uma péssima idéia. Thanks, Heloísa, for warning us. Agora, a paródia imaginada por Gravataí é sensacional: “fogueira” da inquisição com a música de “Poeira” diz tudo.
Quanta música minha! Não lembro de tudo não. Quanta gravação minha! Não lembro de muita coisa.
Lucesar, de onde saiu essa gravação de “Maria”? E João Gilberto colado ali!!!!!
Salem é mesmo o cara.
I’m happy Barbara heard Roberta on Pandora.
Si yo dijera la verdad al crítico del Clarín, él diría que estoy fishing for (more) compliments: sé que no soy la mitad del cantor que es Roberto Carlos. Y estoy todavía más seguro que el crítico habla de “pajaritos” sin saber que letras como la de “Fera ferida” son buenas como las de los mejores tangos.
1 Beso a los devoradores…. devorados…. devorables. Es decir: un beso a Todos.
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importante seguir escutando vinyl também, até porque muito do que foi produzido no passado não foi digitalizado ainda.
Ponho-me a refletir,quando ouço falar em internet como terra de ninguém,espaço democrático,local livre de divulgação disso e daquilo.
Voltando ao assunto inicial;
Faturar é preciso.Viver não é preciso.
Errata.
Aquele acontece com ç (curuzes) foi um acidente de percurso,hein,galera.
Errata 2.
Descobri muito cedo na vida,que a gramática foi inventada para me humilhar.
Castello
Marília,
“Com o MP3 cada um é o DJ de sua rádio, cada um cria a trilha sonora da sua vida, edita, compila da maneira que bem entender. No metrô, cada vez mais a gente vê pessoas de foninho no ouvido, balançando as cabeças cada qual no seu ritmo”.
Observemos também o quanto isso dificulta a interação social, ensimesmando e isolando. O mundo ao nosso redor e a gente procurando a faixa 353 na relação de 500. Só um toque.
César Lacerda, o Kristoff está lançando (junto com outros músicos e pesquisadores) uma preciosidade: obra comnpleta do Elomar. Puseram tudo no papel, foram lá, conversaram com ele, trabalheira de louco para jogar na partitura, tamanha a erudição.
Salem, a diversificação é necessária. Mas também despersonaliza. A molecada quer tudo e acaba não querendo nada. Sabem de tudo, mas não conhecem nada a fundo. Superificialidade e promiscuidade cultural. A cultura musical virou um grande restaurante de comida a quilo. Lasanha com feijoada e um pouquinho de vatapá. É um risco, um salto no escuro. Só mais adiante para sabermos.
Camelo é o ídolo da multidão dele, né? Traduz as emoções dos fãs dele.
Particularmente não ligo pro Camelo nem pro Amarante (nem pra coisas bem mais importantes que eles eu ligo - porque não é possível ligar pra tudo, a gente enlouqueceria se fosse ligar para tudo, ver todos os filmes & ouvir todas as músicas & ler todos os livros; então eu elejo os meus amores e um abraço pros que ficam de fora), mas ligaria se fosse adolescente, pendendo mais pro Amarante - que acho um cara mais bacana, esperto e menos queixoso, além de cantar de cara limpa com voz de bêbado, coisa pouco comum.
Marcelo, tou contigo na campanha afavor do download. Não é uma questão somente de desobediência civil (mais é, para mim).
É uma nova ordem estabelecida, as palavras quando vão para o ar não tem mais dono, assim como os sons…
É claro que, se os artistas não tiverem reconhecimento (e o $ é somente uma faceta disso) eles param de produzir. Fenômeno que ocorreu em Cuba pós revolução.
Só que os criadores criam para as criaturas e muito menos o vice-versa.
A nova ordem é o download, quem enteder e se adaptar mais rápido sai na frente. Lobão e a Olivetti saíram na frente.
SALÉM, vc distribui seu material free? ainda não consegui entrar no site (tentei de 2 computadores)
…os hits “religiosos” estão parecendo guerra santa da canção e chegam a corroborar a idéia de alguns historiadores medievalistas quanto “a história de longa duração”: a idade média é aqui…
Ceumar tb é uma ótima estrela no nosso ramalhete constelado!
fomos acusados de profanar caetano com os remixes … posso sugerir um tópico ?
abrs paloma
Precado Paulo, (disculpe meu portugues horrivel!!)Eu ja fiz esse trabalho de juntar musicas gravadas por Caetano em diferentes discos. Primeiro trabalhei em listagems e quando achei que tinha mais o menos acabado coloquei em CDs, em forma cronologica e separando as gravacoes do Caetano so das gravacoes dele com outros artistas (convites, por exemplo). Foram uns 14 CDs de umas 20 musicas cada um. A argentina Evangelina Maffei(que algumas veces posta aqui) é uma pesquicadora increivel e ela ja listou, clasificou, pegou letras, de todas esas musicas tambem. Para mim Evangelina foi fundamental no meu trabalho pela seriedade em que ela enfrentou uma pesquisa de muitos anos. Ja esqueci os numeros, mas foram umas 250 musicas que eu juntei comprando em sebos durante os anos 80s e com a ajuda da Internet ja nos 90s e 2000s. Evangelina e eu temos a satisfacao de ter sidos listados nos creditos dos CDs das rariedades das ultimas caixas do Caetano que o Chales Gavin dirigiu. Fizemos tanto trabalho so pelo nos amor a obra do Caetano. O propio Caetano teria que ter recibido alguma vez uma copia desses CDs que eu enviei com o Charles e eu nunca soube sim ele recebeu, mas sei que ele viu algums dos meus CDs e gostou das capinhas que eu disenhei tambem. Pesquisei tanto que sempre pensei que muitas dessas gravacoes neo o Caetano tinha e sempre pesnsei em juntar todas em CD para ele ter todo junto. Jamas imaginei juntar tantas musicas. Sempre pode faltar alguma coisa e sempre esta a posibilidade de melhorar o trabalho. Dizer que um trabalho assim esta terminado é um pouco exagerado porque jamas saberei. Sim voce quizer, se comunique comigo e te mando copia de minhas listagems para voce vier que musicas foram incluidas nesses 14 CDs.
Mais uma coisa, sem ter leido a materia do Clarin, da Argentina. O preconceito no jornalismo argentino sobre o Roberto Carlos é enorme. RC representa a mesma coisa que Julio Iglesias o o argentino Palito Ortega que tambem chamamos de o Rei. Eu tambem teve esse preconceito embora foram gravacoes de Roberto Carlos as primeiras coisas da musica brasileira quando meu pai viajava muito no Brasil e chegava com discos dele cantado em portugues (porque na Argentina esse discos chegaram cantados em espanhol e eu ja achava muito mais lindo em portugues sem importar que nao consegui entender). Foi por causa do Caetano que eu perdi muitos de meus preconcitos com artistas brasileros e eu agradeco isso. Sei que nunca vou comprar discos do Roberto Carlos mais consegui gostar dele sem medo.
abracos para os obristas-progresistas!
Cláudia,
Chimbinha é ótimo, Joelma é ótima, Caetano é ótimo, Los Hermanos são ótimos, Wando é ótimo, Peninha é ótimo, Morris Albert é ótimo, Beatles são ótimos, Buddy Guy é ótimo, Tom Jobim é ótimo, Mozart é ótimo, Jota Quest é ótimo, Smetak é ótimo, Teclas Pretas são ótimos, Kristoff Silva é ótimo, Ron Carter é ótimo, Luie é ótimo, Salem é ótimo, Tati Quebra-Barraco é ótima, João Gilberto é ótimo, Elomar é ótimo, Fantasmão é ótimo, Zezinho da Esquina é ótimo, Padre Marcelo é ótimo etc etc etc ad infinitum.
Todo mundo é ótimo.
Reginaldo Rossi e Bob Dylan são ambos ótimos, bacana encher o ipod pondo uma música de cada, alternados; afinal são ambos talentosos.
:o/
Não há algo errado aqui? Lacerdas, Salem, Heloísa, Glauber, Gil, Gilliatt - estou ficando louco ou caminhamos a passos largos para a mais estúpida unificação de todos os tempos?
Eduardo,
o bom e o ruim existem sim, felizmente! A questão é que cada um tem a sua consideração do que é bom e do que não é. Dizer que tudo que é música é boa, aí não dá. E eu, de forma alguma, estou aqui para dizer “sei o que é bom”, ainda mais depois de ler tantos comentários e tantas sugestões de cantores/compositores dos quais nunca ouvi falar e fiquei curiosa (irei atrás assim que o tempo permitir).
Dizer que funks possuem letras interessantes não faz desse estilo uma boa música para mim. Dizer que Chimbinha é um bom guitarrista não faz da Calypso algo que eu consiga escutar por mais de 2 minutos. Da mesma forma que podem existir composições que vc não gosta e eu sim. São pontos de vista e não estou aqui para levantar a bandeira que tudo que se compõe é bom, que tudo que se canta é bom. A unanimidade (e o extremismo) pode emburrecer…
Respeitar a opinião de todos é um ponto chave desse blog. Assim como fomentar discussões, criticar e aceitar a crítica. Por isso, obrigada, mas não mudo meu post anterior. Continuo com a mesma opinião sobre “funks, kuduros e Calypsos da vida”.
eXequiela,
Please, envie algo de su repertorio para que possa me deleitar com su talento.
Ah, e el filme de Kusturica sobre lo dios Maradona???
Bejitos en las manos de dios!!!!
EXTRA, EXTRA: ESCOLHIDA A GAROTA DA “TAPA-CAPA” DA IMPERTINÁCIA!
Prometi que só retornava no sábado com novidades sobre a revista web que está sendo concebida com inspiração e em homenagem à grande sacada do Hermano que foi pôr esta caetanave na webosfera.
Quem tá acompanhando os toques, sabe que não é, evidentemente, uma continuidade - conquanto uma “República’ afim ao deparado aqui durante esses meses, ou seja, um espaço web vivo, baseado no conhecimento animado pelos afetos, misturando blog, bate-papo, comunidade virtual num mesmo lugar.
Com o crivo de minha adorável sócia, Exequiela, ao meu lado na empresa que dará corpo a esse ludo-empreendimento, antecipo a todos que a infocaetanauta Ana Cláudia Lomelino foi eleita a nossa garota-orquídea com essa foto:
http://www.flickr.com/photos/analomelino/3046415287/sizes/l/in/set-72157606128159186/
Como a imagem é emblemática de nosso orquideário, irá ser, na expressão feliz extraída contida na lengua e no sotoque irresistíveis de Exequiela, a nossa “tapa-capa”!
-Assim que o domínio tiver sido registrado, oportunizaremos um e-mail em breve para quem desejar receber um convite especial por correio eltrônico para ser assinante-comentador da Impertinácia, e ainda concorrer a uma encantadora promoção:
“Conheça Exequiela and Joaldo - pessoalmente!”
p.s.: amanhã, á noite, é bem possível que eu and Lenartei postemos pra esta OeP diretamente do Tijuana Bar da Pituba, em Salvador - já pedi a ele que, em minha presença, não beba nada, exceto água tônica…
Marilia Castello Branco
Moreno cantando e tocando,em especial cello, é inspirador.
devo a ele todas as minhas inspirações e aspirações a voltar ao canto e a estudar voz (fono). aliás, acabei de conseguir voltar pra federal…
Luiz Carias…
(…)” então eu elejo os meus amores e um abraço pros que ficam de fora”(…).
PS : Nada tenho contra religiões evangélicas.Conheço membros que são devotados à causa,e amigos que abandonaram a sarjeta com a ajuda desses religiosos.
A minha ojeriza é por alguns bandidos fantasiados de pastor,que vivem promovendo atrocidades,que nem essa que acabei de contar.
* Acho que agora o público tem a possibilidade de experimentar uma obra, curtir e tendo grana, comprar, ir aos shows, etc.
O que falar também das obras raras que encontramos pela internet? Muitas canções que nem foram digitalizadas oficialmente.
bjs.
Castello
A internet não é “terra de ninguém”, é “mar de todo mundo”. Tá bom, nem todo mundo acessa. Mas os CDs também sempre foram de acesso restrito.
Nando
A diversificação não despersonaliza, coletiviza. E que história é essa de “A molecada quer tudo e acaba não querendo nada.”? E esse papo de “Superificialidade e promiscuidade cultural e Restaurante por quilo”.
Isso não se parece com você. Definitivamente os ouvidos de hoje são muito mais democráticos. O Brasil um dia se dividiu entre Emilinha Borba e Marlene. Entre Chico e Caetano. Entre Disparada e A Banda. Nos criamos musicalmente com a escola do antagonismo. Foi isso que atentou Caetano quando falou da falza questão Camelo X Amarante.
Essa conversa converge para o papo sobre Internet. A possibilidade que a rede criou (que eu chamei de hiato) é um convite à escutar. Não acho que é restaurante por quilo.
Aqui, graças à Internet, a gente discutiu sobre a canção Pó Pará Com Pó, que seria “lixo cultural” no contexto do século passado.
A Internet aprofunda a questão da “escolha” e isso dá nó nos antigos “formadores de opinião” (odeio essa expressão).
Minha filha gosta de Debussy, Cage e Exaltasamba. Dá pra entender? Hoje, dá!
Toda essa história de “estrela solitária”, web, Camelo , downloads e diversidade é um papo só. Estamos falando da mesma coisa!
Marília
Também sou um fetichista quando o assunto é LP. Mas temos que entender uma coisa: a música é a única forma de arte 100% imaterial, sem suporte físico. Se manifesta no tempo. Até o cinema tem visibilidade, embora não possamos tocá-lo.
Essa é uma das características mais belas da música. É da sua natureza. Álbuns, shows e performances vieram depois pra materializa-la. Mas na essência ela continua se manifestando no tempo. O som que acabamos de ouvir não existe mais. Formamos um objeto musical nos nossos cérebros, depois da audição. Mas ela é temporal. Acaba. Em tese, a música não existe. Não é lindo?
Ter um disco nas mãos é uma forma simbolica de tê-la, pegá-la e amá-la. Mas… Não é ela!
Eu pessoalmente disponibilizo sim minha produção na web. Sei que existe muita coisa pra ser feita no sentido de tornar a prática do download algo civilizado. Mas é irreversível. Projetos como o Creative Commons propõem algumas regras pra isso.
Ainda estamos afinando esse violão. mas ele vai tocar. Isso vai.
Tive menos prejuizos econômicos com a web do que com o que lancei em CD. Okay. Não sou estrela do mercado fonográfico. Mas fica aqui o meu depoimento. Edito minhas canções na minha editora e não me sinto “alternativo” por isso.
Quero sobreviver de música, mas fundamentalmente quero que a música sobreviva.
beijo dowloadável
salem
PS: Caetano sim é o cara… e esse cara tem me consumido!
Pra quem é ruim? É ruim pra mim, ué! Não falo em nome de outros… De novo, meu ponto de vista, meus gostos, meus ‘critérios obscuros’. Não generalizei que todo funk é ruim, tampouco que todos devem não gostar de Calypso. O que emburrece é justamente isso: todo mundo ter a mesma opinião/atitude sobre alguma coisa. Felizmente não temos e eu estou sempre aberta a aprender com os que pensam diferente de mim.
Mas deixemos isso de lado e vamos curtir o que cada um preferir, pode ser?
Em tempos e em meio a tanta música brasileira, hoje me esbaldarei em Madonna! Viva a diva! Que trema o Morumbi (e que São Pedro nos poupe de uma chuva muito forte)!
Olha, tem coisas que eu achei no são soulseek (ou no rapidshare ou no loronix etc) que nem com todo empenho (e todo dinheiro) do mundo eu encontraria no mundo “físico”.
Se eu tenho discos e fulaninho também tem, que lei proíbe que eu troque meus discos/arquivos com ele? É complicado. Você vai dar 500 pratas num box importado quando você pode gastar 4 dinheiros com cd-r e gravá-lo? Precisa de regulamentação, claro, mas consumidor não aceita mais ser tratado como idiota. Se é proibido, por que vendem mídia gravável? Por que existem programas legais de gravação destas mídias e aparelhagem adequada? Zezinho vai pagar R$30 num disco - preço da prestação do super som dele ou do computador zero bala nas Casas Bahia? No way.
Então R$20? Ah, também não. R$10? - vai virando banca de camelô. “5?” “Ah, de graça, vai”. Ninguém quer pagar pelo que pode sair de graça - nem tão de graça, visto que é preciso pagar uma banda larga e outras coisinhas, como o próprio computador.
Artista não tem que trabalhar de graça. É preciso investigar o impasse e dar um rumo à coisa. Mas quem disse que há consenso? Tem artista que diz: “Cinquenta centavos por música? Sinto muito, prefiro que levem de graça, é humilhação demais”. Bob Dylan disse: “Elas (as canções) não valem grande coisa mesmo, por mim podem levar de graça mesmo”(?!?!)
Criou-se entre nós a dúvida se baixar música de graça, ou seja, sem a autorização de quem a fez e sem pagar por isso, é pirataria ou não é…impressionante…isso se instalou aqui de uma maneira impressionante. Por outro lado, a plataforma de download de música mais importante hoje no mundo, o Itunes, não tem similar nacional, IPOD quem pode tem, mas o Itunes pra que?…e ninguém se importa com isso, afinal pra que? a gente “baixa” mesmo. é que nem fazer xixi na rua, ou avançar o sinal vermelho…vai se estabelecendo que aqui é assim e pronto. Ninguém tem a menor vergonha de fazer e fazer escancaradamente. Há anúncios de produtos na Tv que anunciam e indicam a facilidade de “baixar” música …e tome de BASTA, e indignação com a violência. Não se desglamouriza (existe isso?) essas práticas, ao contrário, ai de quem coloca dúvidas sobre elas. O sujeito cospe na rua, joga lixo pela janela como se fosse absolutamente normal…baixar música então, nem se discute…e o pessoal das bandas novas se perguntam como é que faz pra ser Caetano na vida. Hoje um sujeito perguntou o que faz alguém ter se tornado um pintor…silêncio…ter vendido o primeiro desenho a alguém poderia ser uma resposta, quem saberá? Seremos capazes de assumir uma disciplina social que iniba comportamentos danosos e mais que isso, de glamourizar isso, tornar isso traço de cultura, símbolo cultivado entre nossa sociedade? ou ficaremos zanzando sem projeto daqui pra lá e deixando a vida nos levar…( mas Zeca Pagodinho não tem nada com isso, ele é o bicho!)
e as gravadoras deram tiro no pé, sim. o que acontece hoje é resultado de sua negligência e cegueira.
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não se trata de dizer o que é bom ou ruim, simplesmente [apesar de que isso é um exercício estético genuíno. além de um exercício de liberdade, acima de tudo], pra mim, a questão é que a moçada já teve calypsos, ivetes, detonautas demais. que tal frequentar outras linguagens? não dói, não. e só vai melhorar a capacidade de análise, o critério das pessoas, que hoje, basicamente, engolem qualquer coisa que use a psicologia da coca-cola. “o bagulho é doido”.
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mais que a opinião de um ou outro, é o atrito entre opiniões aqui, o mais bacana.
O show nao foi em Sauipe,( la foi a reunião dos presidentes etc…) foi no TCA. Acho que lá tbem teve um.
Dylan é bilionário( com méritos próprios e com todo direito)…de novo, ele pode dar o que quiser. que sempre haverá quem prefira o crime, isso não se discuti. O que temos que discutir é como vamos escolher nos comportar e de que maneira vamos viabilizar a nossa saída. A maior loja de música do mundo não se instalou aqui no Brasil….porque? será que deixamos de gostar de música? Queremos o nosso Itunes, demorou, é uma vergonha que não haja aqui. E francamente, o preço da banda larga não inclui música no contrato, se incluísse ( paroxítona terminada em e?) aí sim, mas querer “empurrar” isso como argumento…francamente. O computador também…e não se trata de lei, é vergonha mesmo.
Salem,
COMENTÁRIO EXCELENTE DO NANDO 138
“Chimbinha é ótimo, Joelma é ótima, Caetano é ótimo, Los Hermanos são ótimos, Wando é ótimo, Peninha é ótimo, Morris Albert é ótimo, Beatles são ótimos, Buddy Guy é ótimo, Tom Jobim é ótimo, Mozart é ótimo, Jota Quest é ótimo, Smetak é ótimo, Teclas Pretas são ótimos, Kristoff Silva é ótimo, Ron Carter é ótimo, Luie é ótimo, Salem é ótimo, Tati Quebra-Barraco é ótima, João Gilberto é ótimo, Elomar é ótimo, Fantasmão é ótimo, Zezinho da Esquina é ótimo, Padre Marcelo é ótimo etc etc etc ad infinitum.
Todo mundo é ótimo.
Reginaldo Rossi e Bob Dylan são ambos ótimos, bacana encher o ipod pondo uma música de cada, alternados; afinal são ambos talentosos.
:o/
Não há algo errado aqui? Lacerdas, Salem, Heloísa, Glauber, Gil, Gilliatt - estou ficando louco ou caminhamos a passos largos para a mais estúpida unificação de todos os tempos?”
NANDO, ESTAMOS CAMINHANDO A PASSOS LARGOS PARA A MAIS ESTÚPIDA UNIFICAÇÃO DE TODOS OS TEMPOS!!Concordo plenamente com vocÊ. O papo da diversidade cultural, que se transformou em argumento hegemônico, além de ser extremamente autoritário, busca esconder o vazio cultural brasileiro…
Que adianta o dicurso legitimista de não baixar músicas e baixar? (pois tem os que baixam e os que mentem).
O importante e entender o novo cenário e discutir de maneira séria e sem damagogia como a sociedade vai acolher o direito dos músicos (pois a sociedade precisa deles).
paloma: acusados de “profanar” Caetano por causa dos remixes? como assim??? não vi isso…
* * *
nando: cada um decide o que é ótimo para si, ué. não é ótimo?
Enquanto isso…Conto o que se passou no Rio.
Bem, diferentemente de Caetano Veloso eu não gosto de palavrão. Caralho, eu fico puta quando vejo essa gente que tropeça em um palavrão a cada três palavras que diz. Porra, as vezes dá nojo bicho. Sem sacanagem. Dá vontade de mandar o sujeito para a puta que o pariu. Que nem o taxista babaca que encontrei lá no Rio. Ah…Vai se foder!
Gente boa, cês acreditam que o escroto me deu o balão? Foi assim: Antes do show da MARAVILHOSA, fomos, eu e Ruth, minha amiga que não conhecia o Rio, passear no Pão de Açucar. Na volta resolvemos pegar um táxi ali em frente. Não é que o sujeito acionou um treco dentro do carro e disparou o velocímetro! Enquanto ele acionava ele ia tipo explicando a cidade e dizia: Tá vendo aquela cobertura lá longe, aquela lá ó… É onde mora o Roberto Carlos. Eu, espertinha que sou, fiquei de olho e saquei na hora.
RUTH RINHA E O ELEMENTO MULHER
Não quero me alongar, já me alonguei e Caetano vai ficar puto comigo. Mas vamos lá…Hermaninho não vai deixar isso passar mermo.
Gente Boa, eu ODEIO que me chamem de Romualdo.Ele nem perguntou o meu nome. Fui batizada Labi Barrô e Labi Barrô sou. Eu sei que na hora eu fiquei vermelha, roxa, azul, preta e pensei: eu vou voar em cima dele!
Horas antes do show eu já estava happy again. Deus me deu talento pra superar coisa muito pior! Estamos aí. Perdi sessentinha mas estou igual a Kely Key: tô nem aí, tô nem aí!
Gostei de ver que Caetano continua antenadíssimo. Eu ainda não ouvi o novo trabalho de Marcelo Camelo, mas fiquei curiosa! Vou seguri os passos pra onde isso vai dar.
Deixa eu ficar mais calma que eu volto, tá gente?
Labi Barrô, doce como sempre, mas puta da vida.
Falei da minha saudade da relação que a gente tinha com o objeto LP – mas eu não tenho mais nenhum. O último CD que comprei foi o de Elza Soares, maravilhoso, vendido em banca de jornal. Mas está junto com os outros, juntando poeira na estante, porque já digitalizei tudo. E eu baixo mesmo. Loronix é meu pastor e nada me faltará. Considero-o uma das pessoas que mais tem feito pela preservação da memória musical brasileira nos últimos tempos. Compartilhar arquivos não tem nada a ver com pirataria.
Pirataria é copiar para vender, mas está cheio de banquinhas por aí vendendo de tudo, e, o que é pior, dando lucro para o crime. É a mesma coisa que com a droga ou com o aborto: há uma demanda, as pessoas queiram ou não, e o que a gente proibir vai acabar caindo nas mãos dos bandidos. Até xerox de capítulos de livro para estudo, só não virou uma máfia depois que foi proibido porque agora todo mundo tem scanner e passa os arquivos pela rede. Ser contra ou a favor desse tipo de coisa é uma questão de gosto, opinião ou filosofia e, como dizia o pai de uma a minha, “gosto é que nem cu, cada um tem o seu”.
A contradição está embutida no próprio sistema; sempre esteve, mas agora está mais aparente e acessível. A Microsoft trava, a meninada usa Linux; inventam um plugin, eles craqueiam. Quem não pode ter ipod compra aipode. Pode? Ninguém está ligando muito. Não se trata de ter ilusão de que isso seja o início de uma utopia, sequer um sinal de fim de mundo. O capitalismo ainda está na alma das pessoas e a sua superação, se vier, nós aqui só veremos, quiçá, numa transpróxima encadernação. Trata-se simplesmente de encontrar a possibilidade de maravilhar-se com as transformações que nos é dado vivenciar.
Minha formação original foi em artes gráficas, em Florença. Nos anos 80, aprendíamos a desenhar letras na unha, serifa por serifa. O máximo de tecnologia que usavávamos na escola era Letraset e Xerox. Menos de dez anos depois, estava tudo obsoleto. Quem não se adequou às novas tecnologias, dançou. Agora, quem estudou tipografia, sabe desenho, etc., sai milênios na frente de quem só aprendeu a fazer no computador. Até eu, que não exerço a profissão, na hora de fazer um convite, um folheto, um powerpoint pra apresentar em congresso, dou de 10 em muito micreiro por aí.
Meu namorado é fotógrafo, e migrou para o digital há muitos anos, quando muita gente ainda dizia que isso era “bobagem”. Em fotografia comercial, quem pensava assim dançou. Ele cobra pelo trabalho dele, mas sabe que, depois que a imagem saiu das suas mãos, é muito difícil ter controle sobre ela. A fotografia em filme, com seus processos químicos, só vai sobreviver à medida em que se encontrar como arte, como a gravura. Antigamente a arte comercial era feita em litogravura, hoje não teria cabimento se fazer outdoors assim. Mas a litogravura não morreu, porque faz sentido em si. Já não usamos papel pra fazer enciclopédia ou lista telefônica, em breve nem para os bestsellers, mas estou certa e que teremos sempre livros em edições cada vez mais belas, que valham as árvores com que foi feito o seu papel.
E o que já aconteceu com a gente está acontecendo agora com a música. Músico vai ter de rebolar. Literalmente. Bemvindos ao futuro! O pessoal que baixa as músicas da Madonna não deixa de pagar, e bem caro, para ver o show. Como essa história vai se resolver, não faço a menor idéia. Mas estou certa de que a inviabilização de um certo modelo para a música comercial terá consequências profundamente criativas. Quem realmente tem a vocação vai se aproveitar das brechas no sistema e continuar criando. Tecotelecoteco eu batuco catando milho nas teclas do computador e sei que a música não vai morrer, a música é tão maior que isso!
E acredito profundamente nas novas gerações. Sou 100% a favor da molecada, mesmo quando não os entendo. Que exista uma maioria de imbecis não é privilégio de nenhuma geração, sempre foi assim. Mas também sempre foram as minorias criativas que fizeram a diferença, e a boiada acaba indo atrás. Sou uma otimista incurável, e para mim isso é uma questão de sobrevivência. É o brilho nos olhos de meu sobrinho de 11 anos, guitarra na mão, me dizendo: “formamos uma banda, vamos fazer um video e subir pra internet. Você gosta de rock’n’roll?” 11 anos…! I love it.
Heloisa,
Thanks for your sweet note. I like “Saudosismo” too. My favorite Caetano song changes (evolves?) all the time. My current favorite is “Dom de Iludir.”
For me, one of my strongest “turntable” memories was the Vinicius e Toquinho LP I bought for myself on my 21st birthday. I remember sitting on the floor of my dorm room, listening to it (in heaven!) and poring over the LP jacket. Wonderful memories!
Barbara
Baixar músicas: a Internet cria um ambiente no qual há certa dose de anarquia/anomia. Tudo pode e somos simpáticos até certo ponto pela idéia de que “está tudo liberado”.
Mas não é bem assim.
Não pode, por óbvio, fazer download de músicas, nem para “uso doméstico”. Ou alguém compra CD - bem protegido pelas regras da propriedade intelectual - apenas para a execução pública?
É claro que não.
Ao baixar músicas, o usuário arrasa o mercado. E isso não é mais uma ameaça ou uma previsão, mas uma realidade. A solução é o mercado se ajutar a isso, sabe-se lá como (shows? parcerias? músicas a preços irrisórios em pacotes imensos?).
Mas, falando agora como advogado (vejam só que profissão modorrenta essa minha…), é ilegal, sim. Pode-se concordar ou discordar, mas não se pode ter certeza da legalidade sem ler a Lei.
Baixar música que seja protegida por direito autoral - e sem autorização do titular -, seja para uso doméstico ou execução pública, obviamente não pode.
E tenho certeza de que não falei aqui novidade alguma, né?
que negócio é esse de chamar de mimado, quem tem opinião contraria a nossa? virou moda? isso sim, é infantil…
Nando,
Eu hein.
Erratinha: onde se lê “esaria”, leia-se estaria. Onde se lê “os pressupostos que permitam”, leia-se “os pressupostos que permitem”.
http://filmesbrasileirosdownload.blogspot.com/2008/10/meteorango-kid-o-heri-intergalctico.html
blog especializado em filmes brasileiros. já tô baixando “meteorango kid”, que verei amanhã. será um grande evento aqui no meu planeta.
se meteorango causar metade do impacto que me causou “copacabana me engana”, esse fim de semana vai rolar música nova, you bet…
cara, que alegria frequentar este blog. seis meses e não quero parar. obrigado, santamaro kid…
Castello
A internet não é “terra de ninguém”, é “mar de todo mundo”. Tá bom, nem todo mundo acessa. Mas os CDs também sempre foram de acesso restrito.
Nando
A diversificação não despersonaliza, coletiviza. E que história é essa de “A molecada quer tudo e acaba não querendo nada.”? E esse papo de “Superificialidade e promiscuidade cultural e Restaurante por quilo”.
Isso não se parece com você. Definitivamente os ouvidos de hoje são muito mais democráticos. O Brasil um dia se dividiu entre Emilinha Borba e Marlene. Entre Chico e Caetano. Entre Disparada e A Banda. Nos criamos musicalmente com a escola do antagonismo. Foi isso que atentou Caetano quando falou da falza questão Camelo X Amarante.
Essa conversa converge para o papo sobre Internet. A possibilidade que a rede criou (que eu chamei de hiato) é um convite à escutar. Não acho que é restaurante por quilo.
Aqui, graças à Internet, a gente discutiu sobre a canção Pó Pará Com Pó, que seria “lixo cultural” no contexto do século passado.
A Internet aprofunda a questão da “escolha” e isso dá nó nos antigos “formadores de opinião” (odeio essa expressão).
Minha filha gosta de Debussy, Cage e Exaltasamba. Dá pra entender? Hoje, dá!
Toda essa história de “estrela solitária”, web, Camelo , downloads e diversidade é um papo só. Estamos falando da mesma coisa!
Marília
Também sou um fetichista quando o assunto é LP. Mas temos que entender uma coisa: a música é a única forma de arte 100% imaterial, sem suporte físico. Se manifesta no tempo. Até o cinema tem visibilidade, embora não possamos tocá-lo.
Essa é uma das características mais belas da música. É da sua natureza. Álbuns, shows e performances vieram depois pra materializa-la. Mas na essência ela continua se manifestando no tempo. O som que acabamos de ouvir não existe mais. Formamos um objeto musical nos nossos cérebros, depois da audição. Mas ela é temporal. Acaba. Em tese, a música não existe. Não é lindo?
Ter um disco nas mãos é uma forma simbolica de tê-la, pegá-la e amá-la. Mas… Não é ela!
Eu pessoalmente disponibilizo sim minha produção na web. Sei que existe muita coisa pra ser feita no sentido de tornar a prática do download algo civilizado. Mas é irreversível. Projetos como o Creative Commons propõem algumas regras pra isso.
Ainda estamos afinando esse violão. mas ele vai tocar. Isso vai.
Tive menos prejuizos econômicos com a web do que com o que lancei em CD. Okay. Não sou estrela do mercado fonográfico. Mas fica aqui o meu depoimento. Edito minhas canções na minha editora e não me sinto “alternativo” por isso.
Quero sobreviver de música, mas fundamentalmente quero que a música sobreviva.
beijo dowloadável
salem
PS: Caetano sim é o cara… e esse cara tem me consumido!
Não gosto dessa idéia de unificação. De repente tudo é ótimo? Se não gosto de música sertaneja, posso dizer que não gosto - por que não? Mas não me dou o direito de dizer que ela é ruim, que não presta. É preciso pelo menos respeitar o gosto dos outros - essa é minha postura diante de tudo na vida, não só com relação à música.
Caetano, let’s get it straight: Fera ferida é muito bonita, tão bonita que ao ouvi-la pela primeira vez pensei ser sua. Preciso dizer mais? Gosto de várias músicas dele, mas sempre as mesmas. Gosto de muita gente, como Marcelo Camelo, embora não o considere uma estrela solitária. Mas escolhi a minha - a mais brilhante - sem tirar às menores seu direito de brilhar também.
…………………….
disse hoje pra merengue no blog dele, com outras palavras [menos inspiradas, reconheço] que sempre foram as minorias criativas que fizeram a diferença.
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esse negóço de tudo é legal, tô fora. sem [pre]conceitos. juro.
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Maria
Salem,
sem brincadeiras e com brincadeiras
snif……..snif………..snif…
Pergunta do Nandíssimo:
“Estou ficando louco ou caminhamos a passos largos para a mais estúpida unificação de todos os tempos?”
Resposta minha:
Nem uma coisa, nem outra.
bj na testa
salem
pros admiradores do tatit, como eu:
“Esboço” [luiz tatit]
essa letra é simplesmente genial.
Nando, também me incomoda essa massificação de ótimos, não por acreditar que caminhemos a passos largos para a mais estúpida unificação de todos os tempos, mas sim pelo empobrecimento do adjetivo, do pensamento e do debate. Diante de um “ótimo” não há o que dizer. “É ótimo” não diz quase nada, é uma forma cômoda de se referir às coisas.
Nando e Heloisa
Vamo lá…
Parece que está havendo uma ligeira confusão precipitada pela palavra UNIFICAÇÃO.
Vamos ver se entendi bem o que o Nando quis dizer em seus últimos coments:
1- A molecada ouve de tudo e acaba não sabendo de nada
2- Esse blog tende a achar tudo “ótimo” e perde assim a capacidade crítica
Li com cuidado as coisas escritas antes dos coments do Nando pra saber o que desencapsulou esse pensamento nele.
Acho que tudo começa a partir do uso de uma palavra que se banalizou nos últimos tempos: diversidade. De fato, ela é muitas vezes mal usada, como um elogio genérico que coloca tudo num patamar de igualdade.
Acontece que diversidade é justamente o oposto: convício da diferença. No conceito correto de diversidade, tudo não “é ótimo”, tudo simplesmente “é”, existe e está disponível. O “todo” é heterogêneo. A verdadeira diversidade pressupõe a escolha. E a escolha pressupõe critério. Critério é crítica.
Pessoalmente exercito a minha crítica, sem excluir a subjetividade. Não tenho nenhum manual pra isso. Não costumo relativizar. Mas sou extremamente zeloso com o que digo sobre música e músicos. Isso porque escolhi fazer música e escutar música, antes de construir um arsenal adulto de critérios. Comecei a amar a música, amando o rádio e pouco me preocupava intelectualmente com o assunto. Embora hoje me preocupe, perdi pouco dessa relação atávica com a música.
Me lembro que quando era garoto ganhei um disco do Toquinho e Vinícius do meu pai. Adorava escutá-lo e era duramente gozado e criticado pelas minha irmãs uspianas que ouviam O Pessoal do Cerará. Elas sim, tinham critérios já mais racionalizáveis a respeito da escolha. Diziam que o pessoal que vinha do Ceará iria ocupar o espaço dos baianos. Pra isso usavam alguns argumentos bem análogos a alguas coisas que leio por aqui pra defender um artista ou outro que parece “a bola da vez”. Veja como os critérios podem ser contextuais, sazonais e… perecíveis!
Hoje, tenho certeza de que o disco do Toquinho com o Vinícius que tem “Carta ao Tom” é belíssimo. Teria também argumentos bacanas pra dizer que esse disco é mais interessante, sensível, inteligente e musical do que o disco da Amelinha e do Fagner que nem as minhas irmãs aguentariam escutar hoje.
As pessoas que escrevem aqui não são críticos profissionais. Sinto que são, como você, apaixonados pela música. Ora, é claro que há uma tendência a falar de quem a gente gosta.
Tem (e como tem) muita música e músicos que não gosto, não escuto, não ligo ou não tolero. Mas tendo a falar pouco sobre ela e eles. Não tenho tanta vontade, como tenho de discorrer sobre quem me entusiasma. Por isso convoquei Nelson Cavaquinho com urgência para esse espaço.
Gosto eventualmente de falar mal de um artista quando acho que ele está atrapalhando ou confundindo. Mas, convenhamos, num cenário onde a diversidade (no sentido correto da palavra) reina, basta deixar de falar pra saber que o fulano/a é irrelevante. Na diversidade, a música ruim atrapalha menos. Não precisa ser apontada, espezinhada e atacada o tempo todo. Não é isso que chamaria de “crítica”.
Mesmo considerando a ironia, me senti honrado de estar na sua lista de ótimo, embora não seja. E mais: se alguém, por qualquer motivo que tenha, quiser intercalar canções do Bob Dylan com Reginaldo Rossi em seu iPod, não vejo problema algum. Eu acho que não faria. Intercalaria Bob Dylan com Chico Buarque, talvez.
Repare que não estou defendendo a idéia de entretenimento puramente. Defendo a escolha e a subjetividade contida nela. Por isso citei minha filha que gosta do Cage e do Exalta. Pode ser que daqui um tempo ela goste apenas de um deles, ou continue gostando dos dois, ou de nenhum. Mas, eu tenho que admitir, os critérios subjetivos e poderosos que a fizeram justapor essas duas “músicas” está aquém da minha capacidade crítica. Isso não é bonito? Isso é diversidade, não no sentido ONG do termo, mas no sentido estético.
Quando falei que a molecada anda escutando de tudo e em outro coment falei disse que a estamos em um hiato, graças à web, atentava para o fato de que num período inédito onde há tanta oferta no cardápio, é natural que se ouça muita música.
Gosto daquela história do Tom Jobim falando que viu Villa Lobos compondo e escutando rádio AM ao mesmo tempo. O ouvido de dentro e o ouvido de fora. Razão e dispersão. A música precisa desse fluxo.
Não penso tão racionalmente em música quando a escuto. Penso nela quando estou fora dela. Como aqui. E gosto mais de falar do que gosto do que daquilo que não gosto.
Você é ótimo.
beijo unificante
salem
ANAMNESE
Insisto, que este tropicalismo “que ainda ecoa” , e Caetano principalmente, ainda está para a recusa dos discursos de poder que ainda se manifestam (e um nariz surreal ainda aparece metido) atualiza expressões comportamentais e existenciais pela utilização dos meios de comunicação da cultura de massas, ora inserindo, observando, nova formulações para as linguangens de letras e músicas (veja-se o Cê, Caetano nunca fizera um CD como o Cê, veja-se o OBRA EM PROGRESSO) uso da técnica, do fragmentário, captando bem o que pode ser um divisor, ainda um divisor para uma “crise” de julgamentos estéticos, um divisor do “bom” e do “ruim” partindo, sacando, sempre, as novas linguagens destruidoras das metanarrativas da canção, ou como pretende Lyotard, da pragmática do saber, num deslocamento, desviando, “quebrando a machadadas” os propósitos institucionalizados pela arte “consciente” e pelos “INTELECTUAIS” da cultura ; contra-proposta narrativa fazendo APARECER o que seria dito desprezível, buscando categorias que estão muito mais para se pensar critérios avaliativos do “gosto popular”, que, ao que parece, Caetano continua destemido se embrenhando no mundo brega, tecno, funk e por aí afora. Os valores culturais parecem predominar sobre os estéticos (não que este tenha sido abandonado).
Salem, vi a “Banda Vexame” na Net, “um barato”.
NÃO SABIA QUE VOCÊ ERA VOCÊ, tenho até disco infantil em casa com composições suas.
Bem legal sua performance…
Parafrasendo você:
beijos nos centros psíquicos
Va a quedar lindinha esa capa-tapa de IMPERTINÁCIA con Anita.
Sobre la crítica del Clarín: Es que (como ya dije) en Argentina admiramos mucho a LeAozinho. Vos lo sentís LeAozinho?… o en todo el mundo te quieren así? Seremos objetivos? Además, el mismo Roberto Carlos se ha encargado de que nos olvidemos (o que no conozcamos) sus grandes composiciones, ne?
Lucesar…. ah cómo así que sabés que me llamo María? SIIIIIIIIIIIIII. Me llamo María Exequiela y entre un nombre muy común y otro original, elijo el original para mi vida diaria aunque…. muchas veces soy “Maria Goldini”, para trámites y cuando no quiero que me digan “cómo??”, “con z?” cuando digo Exequiela. “NO, con equis!!”
Alemao: Para serte sincera: no entendí tu provocación (no entiendooooo)… no sabía si mandarte a la mierda o decirte gracias. Ja-HAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Pero…. eh! no quise agazaparme por algo así. Mi repertorito (ya difundido por mi promoTor Joauuuuuuuudo) http://www.myspace.com/exequiela
Javi: Gracias! Musa es una palabra bien sexista, no? Habiendo tantos hombres que son inspiración para las mujeres.
EL/LA ESTRO, LA/EL musa, EL/LA ángel, EL/LA genio, LA/EL luna, EL/LA sol.
(ONE?)
El otro día viendo un videito de Tita Merello (QUE MUJER!!!!!), me acordé de algunos temas femeninos que se han tocado en este blog.
A MÚSICA é poderosa mas não tem esse poder absoluto de modificar totalmente caráteres humanos.Por isso dar-se tal importância a ela a ponto de julgar bom ou ruim,melhor ou pior é de uma precipitação abissal tão infundada como uma areia movediça sugadora e impiedosa.Armadilha mesmo!Música é apenas mais um Deus.No firmamento uma estrela se torna solitária quando apenas sua luz nos esta interessando naquele momento.
Me permite señor moderador?
Salem, Bonjour, preciso ir trabalhar mas não resisto a mais algumas palavras;
Acho incrível como na rede o inconsciente se manifesta. Há uma atemporalidade, uma sincronicidade que me fascinam e, às vezes, chegam a assustar. O relógio e o espelho de Alice ultrapassam a razão, e frequentemente a resposta vem antes da pergunta, a reação precede a ação. Einstein explica? Ainda vou escrever a respeito.
Você, Barbara e Heloisa notaram minha saudade da relação que tínhamos com os LPs, mas não chegaram a perceber que se tratava de um réquiem, canto para algo que já morreu, e que sou uma entusiasta das novas tecnologias.
A música é uma das “artes de performance”; como o teatro e a dança, elas não têm suporte, “não existem” – ou só existem temporalmente. Das três, a música é a mais imaterial, porque invisível. E essas artes tem uma relação direta com o ritual primitivo, com um tempo em que arte, medicina e religião ainda não estavam separadas.
A audição é o primeiro sentido a se desenvolver no feto, e o útero não é um ambiente lá muito estimulante do ponto de vista da visão, olfato, paladar, ou tato. Então, o bebezinho começa seu desenvolvimento dentro de um universo que é principalmente sonoro: o coração da mãe no baixo, e uma orquestra de peristaltimos, sangue circulando e sei mais lá o quê. Os sons de fora atravessam o líquido amniótico e também chegam, aquáticos, ao pequeno tripulante submarino. Por isso muitos bebês, ao nascer, reconhecem a voz do pai, não é lindo? Vai ver sua filhota, recém nascida, já conhecia também a musica do papai.
Não vou entrar em detalhes da fisiologia, mas o som é o estímulo que chega menos mediado ao cérebro; o impulso mecâncico é traduzido diretamente em elétrico (nervoso). E isso pode exlpicar o fascinante efeito da música enquanto instrumento terapêutico, que o diga Naná Vasconcelos.
Falei em outro comentário algo sobre “heróis da resistência”; queria que você soubesse que te considero um deles, e é com alegria que o vejo sobreviver enquanto artista nesse mar de tormentas. Eu, como atriz, nunca consegui entrar no “mercado” e acabei levando minha arte para outras praias. E quando disse, depois, “o músico vai ter de rebolar”, pensava justamente em ser “mais Fernando Salem”: você vem rebolando com graça esses anos todos, driblando as ondas com categoria. Demorou, mas chegou a nossa vez. Que bom estarmos vivos.
Termino com uma parafrasezinha de mau gosto (viva o mau gosto!):
Há os que rebolam toda uma vida, e esses são os imprescindíveis.
PS: Glauber, obrigada, copia à vontade! Está na rede pra isso. Se lembrar de copiar com meu nome junto, fico feliz.
Gravataí,
Vamos tentar retomar a discussão, bem pelo início? Pra tanto eu preciso deixar algumas coisas bem claras: (1) eu jamais pretendi policiar o gosto de ninguém. Acho mesmo que é um direito inalienável gostar ou desgostar do que quer que seja. Acho também que a gente se define, em grande medida, por aquilo que recusamos, por aquilo que desgostamos e condenamos. Agora, (2) podemos discutir os critérios, os pressupostos que informam as nossas condenações? O que nos autoriza a falar com tranquilidade que los hermanos é “bom” para a juventude “perdida” por entre os “kuduros da vida”?
Pois bem, eu quero saber quais são os critérios. Por que Calypso é ruim? POr que Los Hermanos é bom?
Não gostaria de ficar entrando nessa de comprarar. Mas já que o Nando nos exortou a comparar Bob Dylan com Reginaldo Rossi, vamos partir de seu exemplo.
Bem, queria dizer logo de cara que Bob Dylan pode ser um saco para um fã de Reginaldo Rossi; e vice-versa. O que não deve ser tomado como um demérito para nenhum dos dois.
O contra-argumento de muitos ao que eu tenho postado aqui parece residir mais ou menos no seguinte: há coisas “boas” e coisas “ruins”. Acreditar que tudo é válido é apagar as diferenças. Ok, mas eu acho mesmo que o discurso de alguns parte de uma premissa que merece ser discutida com maior profundidade. O que nos autoriza a afirmar que Bob Dylan é “bom”? E, ao mesmo tempo, que Reginaldo Rossi é “ruim”, ou menor? Seriam as qualidades intrísecas às obras de cada um?
Acreditar, no entanto, que há qualidades intrínsecas na música de Dylan (ou de qualquer outra música que julgarmos “de qualidade”) é recorrer àquela noção antiquada de autonomia da arte. Como se houvesse nas obras de arte, nas obras “de gênio”, qualidades imanentes que só os incautos ou “incultos” não conseguiriam apreciar.
Ou seja, quem não consegue apreciar e curtir Dylan (e sim Reginaldo Rossi) é alguém no mínimo com (a) pouca sensibilidade; (b) baixa educação; (c) pouca cultura.
Eu não fecho com essa de autonomia da arte. Gostar de Dylan exige familiaridade com a língua, com sua localização histórica, com seu papel ao renegar o título de ícone folk, seu flerte com o rocknroll ligeiro dos Beatles, sua religiosidade etc etc.
Gostar de Reginaldo Rossi exige certamente o mesmo tanto de familiaridade com o seu metiêr e com o que ele significa para os seus fãs (não conheço a obra de Rossi a fundo, mas sei que ele é uma referência na chamada música kitsch brasileira).
Então, Gravataí, eu insisto ainda: quais são os parâmetros e as disciplinas para medir o valoir das coisas? São universais? Independem de contexto? Emanariam de supostas qualidades intrínsecas de uma dada obra de arte? Por que quando vc se refere a “Valor” exclui o pagode e o axé?
Eu já me enfiei em inúmeras discussões com gente “esclarecida” que não vê nada demais em reificar parâmetros obscuros para afirmar atitudes que são, em última análise, decorrentes de puro preconceito, do tipo, “não gosto porque é ruim”.
Gostaria, por isso (ainda que correndo o risco de soar cabotinagem de minha parte), de indicar um texto antigo que escrevi sobre o assunto, um texto no qual pago tributo a Hermano Vianna, Caetano e a Richard Shusterman (que escreveu um livro delicioso chamada “Vivendo a arte”, editora 34). Os três, cada um a seu modo, me fizeram pensar muito acerca das noções de autoridade que se encontram implicadas nestes juizos de valor que afirmamos com tanta naturalidade.
Se alguém tiver interesse, o texto se encontra aqui:
http://diversidadecultural.wordpress.com/2008/03/16/critica-e-preconceito-quando-o-gosto-popular-deve-ser-repreendido/
perdón. lo último: Teteco… a ver si mostrás tus fotos así también son incluídas en nuestra IMPERTINÁCIA.
Nuestra… de todos nosotros, de nosotros todos.
Obrigada Sr. Moderador.
eXequiela,
A provocação e o elogio a Céu está no comentário 53. Se quiser, olhe, se não, tudo bem. Pode agradecer ou mandar a merda, tá tudo certo.
Obrigado pelo link no myspace.
Marília,
Também trabalho com artes gráficas desde o final dos 80, mas meu instrumento era a máquina de escrever. A minha adaptação foi tranqüila, já os diretores de arte… Brinco, dizendo que tiveram que aprender uma nova profissão depois da chegada do computador.
Concrodo: os que têm formação na prancheta levam grande vantagem sobre os “micreiros”.
Nossa vida era bem diferente. Criávamos um anúncio por dia. Hoje…
Beijos em arquivos compactados!
Ops, errata:
“A provocação e o elogio…estão”
Obrigado!
LO ÚLTIMO NO!!! JAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
FELIZ CUMPLEAÑOS A MI HERMANO RAFAEL RODRIGUEZ!!!
QUE LOS CUMPLAS… QUE LOS CUMPLAS….
FELIZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
Marília
Se pudesse, eu rebolaria mais. Mas não tenho a cintura de uma Claudia Leite. Mais do que viver “de” música, vivo “com” a música. E não sou eu. É ela quem rebola pra mim.
beijo na cintura
salem
Gil
Você apontou o caminho das pedras. O mercado no modelo antigo se desmobilizou. Mas isso não quer dizer que a internet é “terra de ninguém”. Há muita movimentação em todo planeta no sentido de regrar os downloads pra que se garanta a sobrevivência da autoria. Há também discussões bem interessantes sobre até onde vai o conceito de autoria/propriedade intelectual. Esse processo é lento e deve ser lento, porque tenta caminhar à margem dos caminhos institucionais. Isso porque apenas a discussão no âmbito dos Congressos coloca uma questão delicada e histórica na mão de lobistas e lobões.
A internet também deseja conservar a sua natureza livre e auto-regulável. Isso é bem interessante. Entre o legalismo exacerbado e a pirataria desregrada, há muita água pra rolar.
Estamos metabolizando a internet, mas o pulso ainda pulsa.
beijo na testa
salem
Uma vez escutei o Gilberto Gil tecendo um comentário sobre uma cantora pop da seguinte maneira, “A gente aprende a gostar”. Acho que achar tudo ótimo é um pouco por aí… não é ser ótimo por ser, mas por ver que ali pode sim haver algo de bom.
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Joguei tudo, depois volto para entender a minha própria confusão.
bjs.
Pessoas!
Curti a mençao ao Tatit. Como estamos falando de copyleft (pelo menos é como contemplei o assunto), aqui vai uma, curta e direta, do mestre Itamar Assumpçao:
“SE A OBRA É A SOMA DAS PENAS
PAGO
MAS QUERO MEU TROCO EM POEMAS”
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Vocês ja viram o livro Blues, do Robert Crumb? Ele traça as origens de musicalidades negras em contato com a ânsia capituladora de grandes gravadoras — no tempo dos fonografos! Estudiosos acadêmicos, Gil: eles, protagonizando uma espécie de etnomusicologia, indo de casa em casa buscar possiveis raridades a dois dolares e ostenta-las aos colecionadores, amantes do blues; todos confrontados com uma percepçao da industria fonografica como arma poderosa demais, que nos fornece algo mas que dificilmente se manuseia “para o bem” - e estes “bens” atravessam geraçoes… Nao falo demais sobre, mas Crumb assina a obra com um tom de saudosismo sobre a musica feita nas comunidades estas comunidades. Musicas para dança, musicas como agentes do principio catalizador… e o que isso têm a ver com hoje em dia?
Minha pretensao é de entender a amplitude da distribuiçao digital (amplitude que possui suas limitaçoes) como algo que nos proporcionaria o retorno à musica feita num territorio para dentro dele mesmo. É verdade que nao vivi muito, mas o suficiente para perceber uma profusao enorme de artistas locais sustentando cenas locais. Haverao ainda, coexistindo uma rede de desejos e aversoes, linhas de fuga para dentro e para fora; na forma das mesmas pretensoes de mercado global/nacional. Por parte de artistas e “consumidores” que nao quererao fazer parte disso, ou entao dedicarao seus projetos de vida para tanto… O que me atrai mais à critica do Gil, neste sentido, é a sustentabilidade dos que iniciam. Podemos pensar no acesso a instrumentos musicais (por exemplo, rs) que nao sao nada gratuitos, mas ao mesmo tempo assistimos à popularizaçao de instrumentos especificos - o proprio computador -, de repente aparecem fenômenos concretos de mainstream surgidos na contracultura que é o funk carioca. Outros, ainda, fazem das mesmas artes o proibidao - e o proibidao nunca pareceu ansear pelo mainstream. Ouvi um cd que um amigo meu trouxe de um camelô no Rio (sim, os camelôs nao sao interligados e reproduzem estas produçoes regionais alternativas). Fiquei contente por nao entender muitas das girias que estavam ali - além das alusoes a fatos, casos, amigos, parceiros! Pergunto-me, quando isso seria possivel, alguém querer gravar uma musica que parece fazer sentido somente entre os seus? Quando passei os olhos no livro Blues do R. Crumb, pensei na hora nisso tudo. Que pode ser bobagem minha, claro
=======
Bom, acho que eu é que fico ansioso de comunicar minhas “brainstorms” sem sentido aqui, e mudo de assunto a toda hora! Nao leiam.
Eu, que nao sou o pseudônimo Lenartei (a saber, misto de Lênom e Macártei) encontrar-me-ei, mais minha companheira, hoje, na cidade de Salvador, com o ilustre Joaldo.
Ps: A proposito Joaldo, nao lembro desse assunto de abstinências, mas adianto que gim tônica costuma me descer bem
não seremos essa gente que não se respeita…mas eu gosto de São Paulo e São Sebastião.
Nando, também me incomoda essa massificação de ótimos. Não acredito que caminhemos a passos largos para a mais estúpida unificação de todos os tempos, mas temo o empobrecimento do adjetivo, do pensamento e do debate. Diante de um “ótimo” não há o que dizer. “É ótimo” não diz quase nada, é uma forma cômoda de se referir às coisas.
em tempo: quisemos tanto a nossa mtv, juntamos som e imagem, fizemos nossos video clips…e perdemos tudo numa tacada só. O avanço tecnológico nos deixou sem pai nem mãe, não temos nem o som nem a imagem, a nossa MTV foi pra onde? onde passa a imagem da nossa música? qual a imagem que passa? quem tem a imagem do som? ficamos com o Ytube e olhe lá…
……………………..
as gravadoras, muito antes do MP3, não se interessavam em lançar artistas novos, nem relançar discos antigos. eles querem lucro fácil e rápido [e a escolha e/ou "fabricação" de seus artistas segue nessa direção].
aqui no brasil, por exemplo, concentrou-se investimentos nos artistas de “massa”. só que o povão não liga se o CD é pirata, basta que ele custe 3 reais.
……………..
perceba, você SALVOU sua filha da lavagem cerebral que 4, 5 canais de TV fazem todos os dias na cabeça das pessoas. o exemplo dela não conta. a realidade dela não é a da maioria.
não adianta fazer concerto gratuito na favela vez ou outra contra o que se vê na TV e nas rádios todos os dias.
não existe “o gosto do povão”. isso é subestimá-lo. com educação e incentivo, as pessoas crescem. é como disse bethânia:
“parem de dizer o que o povo quer ouvir”.
por que tô dizendo isso? porque as pessoas NÃO têm escolha, na verdade. isso é uma ilusão. nós é que temos escolha, a maioria não. a maioria tá sendo tratada como gado. aliás, como sempre.
debate jóia, abraço procê e todos…tô meio corrido, mas é basicamente isso [inda bem que tem a marília pra dizer o que eu penso, melhor do que eu, haha]
Acho que se estivéssemos vivendo a Revolução Francesa, tem gente aqui que estaria achando um absurdo o povo destruir e saquear o palácio. Está acontecendo algo maior.
Eu também não gosto e não ouço muita coisa do que aparece no cenário musical contemporâneo. Não me interessa a maior parte. Eu procuro respeitar, mas não faz parte da minha discografia.
“Não gosto dessa idéia de unificação. De repente tudo é ótimo? Se não gosto de música sertaneja, posso dizer que não gosto - por que não? Mas não me dou o direito de dizer que ela é ruim, que não presta. É preciso pelo menos respeitar o gosto dos outros - essa é minha postura diante de tudo na vida, não só com relação à música”.
Helô Baby, você é maravilhosa e acho que seu comportamento é exemplar. Mas não é de respeito ao gosto alheio que estou falando. Glauber entendeu bem o que eu quis dizer. A mim pouco importa o que as pessoas ouçam. É que têm coisas valiosas em jogo.
Caetano disse no encarte do Foreign Sound “Guimarães Rosa, o maior escritor brasileiro…”, acho que todos concordamos. Senão o maior, um dos maiores. Maior em relação a quem? A ele mesmo? Ou aos outros? Se alguma coisa é “maior” só pode ser em relação a outra(s) coisa(s).
Ninguém tem pudores em chamar um texto de mal escrito. Mas com música, não; todas têm que ser aceitas como boas, ótimas; quem acha que não é que é chato, exigente, por fora etc. Por que isso? Todas as artes gozam de uma hierarquia conceitual, cinema, teatro, artes plásticas, de coisas que valoramos como boas, excelentes etc. Com a música, não. Tudo virou bom, tudo virou ótimo. Tudo é uma coisa só. É a padronização completa.
Tudo pode ser bom em termos de gosto (ou de mau gosto). Não quer dizer que tudo seja bom musicalmente.
Me dou o direito de dizer que tem coisas ruins, que não prestam. E isto nada tem a ver com ofensa ao gosto alheio (nem ao meu). Tem a ver com aspectos da criação artística que merecem respeito. Ou será que não merecem?
O problema do “excesso de ótimos” é que a classe média cultural morre de medo de deixar de ser a “elite da pobreza”, não é mesmo?
* * *
Baixar música ilegalmente é uma coisa ilegal. Roubar também é ilegal. Podemos escrever trezentas mil laudas sobre isso, e é possível usar boa retórica para defender o ato. Mas é ilegal - e errado.
Não pelo fato de que a fria letra da lei proíbe, mas porque - como assinalou gil - há conseqüências ruins que transcendem à vontade mesquinha e egoísta do sujeito que faz download ilegal.
Vamos supor que essas pessoas sejam, vá lá, publicitários e passássemos a invadir suas agências ou usássemos seus trabalhos sem pagar coisa alguma.
Na hora de cobrar pela contraprestação financeira em razão do uso de sua critividade, diríamos: “não, fizemos apenas um ‘uso social’ de sua criação”. Os publicitários detestariam.
E o mesmo podemos dizer de qualquer categoria profissional. Sim, claro, os exemplos são grosseiros e cada caso é um caso, mas dá para se ter uma idéia do quanto é fácil falar de uma categoria quando não se pensa na harmonia de todas as outras com seus direitos respeitados simultaneamente.
Há uma roupagem lingüístico-ideológica a legitimar essa bobagem; pela Língua, atacam com eufemismos como “difusão da informação e da cultura sem barreiras” e, pela ideologia, alegam que não é possível a imposição da indústria.
Um discurso e tanto, só falta tocar o Hino Nacional. Mas na verdade o que querem é baixar música gratuitamente, sem pagar por isso - mesmo tendo dinheiro para tanto (já que os realmente pobres não têm conexão rápida à Internet, nem bons computadores, tanto menos espaço no HD ou iPod etc.).
Nando: se eu entro em um restaurante, com dinheiro para comer, mas alego que não quis pagar porque simplesmente não me deu vontade de fazê-lo por um simples capricho, não há crime algum. Mas se não tenho dinheiro algum, nem lastro para isso, vou preso por estelionato.
Resumindo… Um milionário pode comer sem pagar e fica pro isso - quanto à justiça criminal -, mas se um mendigo fizer a mesma coisa vai preso em razão do nosso glorioso código penal.
Também acho que é preciso rever uma porção de Leis e saber que “cada caso é um caso”. Para cada exemplo que alguém der, darei outro e assim por diante.
Não se constrói soluções para o caso na base das exceções das exceções das exceções, né? E, sim, as fitinhas eram “crime”, mas não havia a proliferação propiciada pela Internet. Era inofensivo ao mercado e, de certa forma, não prejudicava as principais vítimas, que são os artistas.
“Ah, mas quem ganha é a gravadora!” - que seja. Mas é ela que investe no artista, para que este possa ganhar em seu show. A parceria se estabelece assim, então é bom que cada parte tenha êxito com o que lhe cabe.
E o incrível disso tudo é que não estamos aqui para assegurar um direito dos descamisados, mas sim de uma classe média altíssima, pra lá de remediada, que pretende continuar baixando música ilegalmente para tocar em seus iPods e fazer disso uma posição política.
Na boa, né?
(respondi ao nando antes dele falar, porque houve aquele lapso no contínuo espaço/tempo do relógio doido internetiano)
ainda que sabendo que a cronologia daqui é muito loca, vou enviar meu novo comment (mesmo sabendo que o último ainda não passou pela moderação). Vocês já perceberam que as coisas ficam meio fora de ordem por aqui?
Bem, lá vai:
Guido: valores culturais parecem predominar sobre os estéticos? Mas os valores estéticos não são valores culturais?
Salem: eu lembro dessa fase da canção popular brasileira que vc fala, porque eu escutava muito o tal “pessoal do ceará”. pô, Fagner tem discos lindos naquele período. S ele tivesse gravado apenas o Orós (de 1977, eu acho) em toda a sua carreira já bastava para perdoá-lo por tudo o que ele fez depois de Beleza (DE 1979)
E Belchior? Pô, ele tem coisas lindas também. Enfim, eu lembro da patrulha ideológica (eu acompanhava as revistas do Henfil) e lembro que eu gostava imensamente do Muito de Caetano.
Mas o que eu quero dizer é que, naquele período, com todo aquele papo da esquerda universitaria (poxa, me vem à mente a força que tinha entre a estudantada grupos como Tarancón e toda aquela conversa de “pela união da américa latina…) eu lembro de que eu não gostava da disco music - aliás, ela não tinha prestígio intelectual algum. Hoje, pouco aqui, e mesmo aqueles que sustentam que Bob Dylan é melhor que Reginaldo Rossi ou Calypso, negariam a importância de Madonna ou de tudo o que aconteceu por conta da disco music.
Em retrospecto, hoje, re-escuto maravilhado grupos e artistas como Chic e Santa Esmeralda, Kool and the gang e Tina Charles. Uma música que, naquele período, eu detestaria.
Enfim, eu ainda gostaria de saber qual é a diferença entre Madonna e o pagode baiano.
Valeu, Salem, pelo post,
eduardo
Errata errata! Onde se lê “Hoje, pouco aqui, e mesmo aqueles que sustentam…” Leia-se: Hoje, por aqui, e mesmo entre aqueles que sustentam…”
É assim que tem funcionado com músicas, filmes (cineclubes + youtube), políticos (Gabeira no Rio de Janeiro).
A Trama pagava ao artista por cada música baixada; eu ia lá no site me interessava por uma banda, baixava uma música sem pagar mas o grupo ganhava dindin com isso. Não sei se esse sistema continua.
Os fãs do CSS (Cansei de Ser Sexy) ao invés de baixar os cds pelo rapidshare, utilizavam-se do sistema que contribuia com a banda e assim aconselhavam aos outros membros da comunidade do Orkut.
As gravadoras perderam muito tempo, agora que estão acordando para o que já era fato. Preferiam bloquar cópias de cds ao invés de procurar novos meios de comercialização da música. Cópiar cd é um processo antigo, quem aí não fez uma cópia do LP para a fitinha? Ou usou um durex na própria fitinha já gravada para gravar alguma música da rádio? É a mesma coisa, apenas mudou a mídia.
Tenho um programa em meu pc que baixa vídeos do Youtube e tira o áudio, isso é o máximo! Possuo canções que nunca saíram em cds, fitas ou lps.
A questão toda é essa, mas é outra. É simples. Basta virar a cabeça e olhar para o outro lado.
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Exequiela, beijão!
.mercado.
Por que será que o CÊ AO VIVO custa R$9,99 numa loja e R$29,90 numa outra? Comprei na segunda-feira e me surpreendi com essa diferença. Além de vários outros cds de diversos artistas.
Acho que alguém já fez esse questionamento por aqui…
Será que a solução é realmente essa, lançar cds em celulares?
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gente amiga…
gravatai, salem,nando, sra castello branco, nando heloisa e por ai vai sem contar caetano tb pra muito alem do twitter…
não tem suporte?o que é o you tube?o myspace?o cd que ja morreu?a fitinha cassete?o wax?
sejamos francos …e a legislação sempre á reboque do fato economico social e da natureza humana….musica com internet acabou por gerar a seguinte equação:
acesso gratis, simples,facil e rapido.. detalhe nenhum humano vai querer pagar por algo se isto pode ser disponibilizado de graça….um grupo d rock disponibilizou na internet seu “album” e pediu as pessoas pra “contribuirem” com o o que achassem melhor…e ai quanto este grupo faturou?
como um cd virgem pode custar 1,99 e um cd do keith jarret pode custar 199 reais…experiencia recente em uma loja de cds detalhe eu ainda frequento lojas de cds e não compro nada…e nunca comprei um cd ou dvd pirata..
baixar pra ouvir e socializar a informação…coisa que caetano ta fazendo aqui… é uma coisa…
baixar pra comercializar e lucrar é outra coisa…
e caetano que ao que tudo indica não é dono de seus fonogramas?to certo caetano?que desconhece sua obra não em progresso mas consolidada no sentido de deter todo o seu acervo de criação e disponibilizá-lo como bem enteender…e esta historia não sei se vcs perceberam da dificuldade de formatar a votação de incompatibilidade de genios por questões de direitos autorais…
sinergia,just in time,novos suportes,gratuidade ou parcerias ..como a de caetano com a escola que deu “apoio” cultural ao blog e que gerou pra caetano uma palestra.. não sei se vcs perceberam, tem que disponibilizar aquilo que vai gerar por meio de outros produtos a informação cultural musica …musica não é imaterial não cara palida ..musica é educação..é informação…é lógica poesia sentimento e arte…arte enquanto informação não é produto…a “industria” fonografica quer comoditizar a informação….a sociedade informacional sempre vai vencer sempre
legislação é uma falacia unitizadora e redutora de uma realidade que a suplanta …
caetano sempre com gente jovem …caetano é esperto…
eu não sou tão jovem… mas no fundo a vida é musica(guitarra), sexo e energia criativa e realizadora…isto a lei não regula…
abraços
por favor não me espinafrem muito este blog esta em construção..assim como minhas opiniões..
e menina da ria por que não apareceu…e a camera on line no estudio por que não?e a mixagem da guria que coisa mais bacana….melhor que a gravação de caetano..olha a juventude ai e sua potencialidade criativa…
http://www.youtube.com/watch?v=5TosVvhiyXU
Adorei “convício”.
Meteorango Kid é um dos mais lindos filmes brasileiros.
“Elemento mulher” é tudo. E a narrativa de Labi, genial.
Fitas cassete, se lembra delas, gil? Sabia que já naquele tempo era proibido fazer cópias? Sabia que se você quiser fazer uma cópia para você mesmo dos seus cds, uma coletânea qualquer, sabia que isto também é proibido por lei? Quando for viajar e quiser ouvir cds num carro, gil, você tem que levar toda a sua coleção ou poucos cds. Ou nada. Coletânea, não. Mesmo que seja dos seus discos, pagos com o suor do seu trabalho. É o que a letra fria da lei diz.
A legislação precisa ser revista e atualizada, sem dúvida. O herói aí de cima que disse que reuniu toda a obra do Caetano (gravada em discos espalhados, participações, raridades etc) em vários cds, certamente não merece cadeia. Se Paulo Osório resolver gravar um ou mais cds com as canções que Caetano nunca gravou, certamente ele não merece cadeia.
GLAUBERÍSSIMO
Eu não “SALVEI minha filha da lavagem cerebral que 4, 5 canais de TV fazem todos os dias na cabeça das pessoas”. Que papo é esse?
Como “o exemplo dela não conta. a realidade dela não é a da maioria.” Que história é essa?
Você pressupõe que a minha filha tem privilégios culturais superiores a quem? De quem você está falando? De gente pobre? Você acha que eu fiquei dando Machado de Assis pra minha filha ler? Que bloqueei canais de TV que julgo ruins pra formação dela? Que a levei a um monte de concertos de música clássica no Municipal?
Uma criança que toca na bateria mirim da Mangueira é pior do que a minha filha?
Todos assistem à Rede Globo, todas adolescentes menstruam e se emocionam. O fato de nem todos terem acesso à educação de qualidade, saúde e cultura não faz da minha filha um “exemplo que não conta”. Pelo contrário, ela é rodeada de patricinhas e também de filhos de artistas que não necessariamente têm boa vida cultural.
Esse papo de estatística é furada quando o assunto é arte. As Casas de Cultura do Gil estão aí pra mostrar. O que falta é ferramenta, instrumento e grana. O resto é máquina de calcular. Os maiores mestres da nova geração da tecnologia na arte, web designers, DJs e animadores que conheci são de origem humilde.
Cacilds! Onde o samba nasceu? Na Casa Grande? E o forró? E o rock and roll que você tanto ama? Vamos parar com esses vícios de sociologia de botequim, né?
não adianta fazer concerto gratuito na favela vez ou outra contra o que se vê na TV e nas rádios todos os dias.
não existe “o gosto do povão”. isso é subestimá-lo. com educação e incentivo, as pessoas crescem. é como disse bethânia:
“As pessoas não tem escolha” Que pessoas? Minha filha, eu e você temos e o resto Brasil não? Você está nos hiperdimensionando.
“trata-se de ajudar as pessoas a expandir seus horizontes e não incentivá-las a regurgitar o que já conhecem.” Ajudar? Quem a gente é? Um grupo de ajuda? Uma ONG da boa cultura?
Cacilds… Vocês tão me pirando.
NANDO
Vou tentar de novo:
Cê disse: “Ninguém tem pudores em chamar um texto de mal escrito. Mas com música, não; todas têm que ser aceitas como boas, ótimas”
Eu repito: não tenho pudores de achar uma música mal feita. Não acho tudo ótimo. Mas, assim como textos e livros, nunca estaremos livres do que não é “ótimo”. Se estivessemos, aí sim teríamos uma “unificação”. Essa é a sua contradição.
O que rola por aqui é que as pessoas dividem com prazer as suas preferências. E daí? Quando alguém quiser meter o pau numa música ou num músico que meta. Pronto. Eu, pessoalmente, não tenho mesmo muita prática nesse ofício. Sou péssimo pra isso. Mas não tenho nenhum problema com o que os outros “não gostam”. Ou não acham ótimo.
Parece que você aponta uma certa ditadura do ótimo como se todos aqui gostassem de tudo de uma forma dissimulada. Eu não acho que é assim.
Não gosto de uma pá de artistas que foram elogiados por aqui, mas não saí comentando porque achei que não teria desdobramento algum.
Quando o Lacerda citou Mônica Salmasso, Ná Ozetti e cia, atentei para o fato de que não eram novos artistas, como ele fazia parecer.
Quando disse que Luiz Tatit era maior que o balaio da vanguarda paulistana oitentista, também achei que aquilo tinha uma função que ia além de desprestigiar Itamar e Arrigo.
Comigo é assim que funciona. O que não gosto fica na sombra. Mas se a sombra confunde o brilho do outro, eu me manifesto.
De resto, imaginar um mundo sem fuleiragem é que m parece uma utopia unificadora.
Mas você é “ótimo”.
beijo nas testas
salem
Nando queridão
Escrevi a primeira réplica, sem ler sua segunda resposta. Coisas do relógio virtual.
Não entendi o que o faz pensar que uma pessoa que goste do Dylan e do Rossi não saiba a diferença entre eles. Também não entendi que “pessoa” é essa da qual você fala. Percebi que não sou eu, nem você e (através do Glauber) que não é a minha filha.
Que baita pretensão a nossa, né?
“Como adquirir discernimento?” Cada um a seu modo. O seu, o meu, o do Glauber, o da minha filha e os de todo mundo. Discernimento não é privilégio nosso apenas.
Bob Dylan não precisa de advogados desde 1962 e Rossi também.
Não gosto da idéia de que tudo é ótimo, mas odeio a idéia de que o meu “ótimo” seja mais “ótimo” do que o dos outros. Não há apenas um “discernimento”. Há infinitos.
Falei do pessoal do Ceará em oposição Toqunho e Vinícius dentro da minha casa (discernimento pessoal de moleque). Falei da oposição Chico X Caetano (discernimento do pessoal que na época parecia ter discernimento) e que provavelmente na estatística do Glauber, não entraria.
Isso aqui não pode virar o Observatório da Música. Pelamore de dio.
beijos nas testas
salem
Caetaníssimo
Confesso que “convício” foi um erro de digitação. Mas também gostei quando reli. Ficou bom.
beijo na testa
salem
Glauber
Cê disse:
“então o [psirico] tem o mesmo valor do [caetano]?”
Eu diria:
tem outro. diferente. (perceba como sou contrário à unificação.
Aí alguém diria:
“mas Caetano é “melhor”.
Aí, a gente concordaria e o papo terminaria. Percebeu como o caminho da diferença é melhor? Podemos falar de Psirico e de Caetano. Mas se o papo é comparar e fazer rankings, aí sim estamos unificando.
Acho que agora fui claro.
beijo único e diferente
salem
O mais bacana dessa conversa sobre UNIFICAÇÃO X DIFERENÇAS é que ela surgiu no POST que anunciou a canção DIFERENTEMENTE no CD.
Tá faltando uma não é?
E vocês?
pô, velho, você nos entendeu errado.
não tô falando nada pra poder baixar música de graça, não. e não costumo usar de subterfúgios. sou direto e claro. acredito que qualquer parcalço virá para o bem. continuo seu amigo e te respeitando, mas por favor, não coloque palavras na minha boca. todo mundo aqui tem caráter e é suficientemente sincero, baixando discos ou não.
evamoquevamo!
Salas, minha questão não é que alguém resolva intercalar Reginaldo Rossi e Bob Dylan. O que me assombra é que não se saiba a diferença entre um e outro - a internet e a contemporaneidade parecem exigir pessoas de alma já formada. E quanto aos que estão chegando agora? Como adquirir discernimento?
*
[O que nos autoriza a afirmar que Bob Dylan é “bom”? E, ao mesmo tempo, que Reginaldo Rossi é “ruim”, ou menor? Seriam as qualidades intrísecas às obras de cada um?]
[mesmo aqueles que sustentam que Bob Dylan é melhor que Reginaldo Rossi ou Calypso, negariam a importância de Madonna]
Não sou eu que sustento, Eduardo. Bob Dylan não precisa de advogados desde 1962, data do lançamento do seu primeiro disco. Mas suas observações me convencem de que eu estou desgraçadamente certo.
Labi;
se você não existisse, precisaria ser inventada.
Bjs
o ótimo é um ponto final; o belo … in progress.
…
labi - “elemento mulher” é ótimo (vide definição), é quase mitologia !! vc não é uma “ser humana” qualquer … ah, labi, se vc não fosse inventada, precisaria ser remixada … ops, já é?
exequiela, i’ve changed … you
abrs paloma
“a internet e a contemporaneidade parecem exigir pessoas de alma já formada. E quanto aos que estão chegando agora? Como adquirir discernimento?”
“Intercalaria Bob Dylan com Chico Buarque, talvez.”
“Baixar música ilegalmente é uma coisa ilegal”
“hurtmold é muito bom”
“Nossa vida era bem diferente. Criávamos um anúncio por dia. Hoje…”
“Um discurso e tanto, só falta tocar o Hino Nacional. Mas na verdade o que querem é baixar música gratuitamente, sem pagar por isso - mesmo tendo dinheiro para tanto (já que os realmente pobres não têm conexão rápida à Internet, nem bons computadores, tanto menos espaço no HD ou iPod etc.).”
“E o incrível disso tudo é que não estamos aqui para assegurar um direito dos descamisados, mas sim de uma classe média altíssima, pra lá de remediada, que pretende continuar baixando música ilegalmente para tocar em seus iPods e fazer disso uma posição política”.
So vou comentar o seguinte :
ABRAÇOS PRA TODOS
tô ouvindo “time out! time in for Them” [1968, pós-van morrison] e os 60s correm azul em minhas vêias…cê já sabe, sou apaixonado pelas coisas da tua geração. tua e do meu velho, que foi um dos primeiríssimos sujeitos a ter cabelo comprido, usar camisa florida e calça apertada em itapagipe. ele passava e neguinho gritava “vai viado!”, haha [ele e uma tia me contaram isso, claro].
falar nisso, teu visual em 67 era maravilhosamente alienígena. mais audacioso que dos ingleses na swingin’ london, em geral [tô certo?]. e a cena que você descreve no “verdade tropical”, os militares, gente correndo, você discursando…cena surreal, gostaría de ver isso em filme. você era ali, passado/presente/futuro do brasil todo, num só sujeito. coisa poderosa.
não sou do tipo fã-gotejante [como disseram, não sei onde], mas acho bacana lhe dizer essas coisas que vêm do fundo do meu coração lóki.
êee, vidão…conosco ninguém fodosco! labi barrock!
Em segundo lugar, parte-se também da premissa de que “nós” sabemos o que é bom para os “outros”. Precisa comentar?
Nando: vc continua com suas certezas. Talvez eu deva capitular, uma vez que não há dúvidas: Bob Dylan é “melhor” que o psirico. Bem, custa perguntar por que?
cheguei de viagem e fiquei um tempão aqui lendo os comentários pra me atualizar. achei tudo bárbaro e deliciosaente confuso, ao mesmo tempo esclarecedor. o que é bom?? o que é ruim?? Rossi ou Dylan?? ah..estive com a galera descolada do Osho, os sanyasins, e meditei para além do bem e do mal, além do belo e do feio, e só posso dizer, da berlinda ou do ôco de onde estou, que tudo é uma questão de gostar ou não. ual.Exequiela, querida miga portenha, terei o máximo e múltiplo orgasmo de te mostar minhas fotos, mas há um pequeno problema. fui repoórter fotográfico há 10 anos e minha fotos são analógicas, estão no papel ( papel jornal ainda por cima ). preciso escaneá-las e isso leva tempo. ficarei realmente feliz em publicá-las novamente e mandar para o querido Joaldo e ver se ele tem o interesse para sua bela “Impertinácia”. farei, sim, assim que possível, pois tenho trabalhado bastante nesta época (também sou marceneiro…um trabalhador braçal…talvez um animal bem diferente de todos vocês). besitos!!!Heloisa??? de fato..inquisição…cruz-credo.Salem, sou super mega ultra plus fã daBanda Vexame e do Rumo…diletantismo. ual.Lacerda, nem tudo é bom, nem tudo é ruim..oshiano novamente.Rafael…nome de escultor..assim como Michelangelo…happy birthday fratello mio. adorei o 3 marias. afinal, não me deixa ansioso, você recebeu meus poemas..e curtiu???Caetano; “everybody knows that uor cities were built to be destroyed…” que linda mesmo essa sua canção da fase londrina. você é o cara!!!eu vi Prince no Maracanã, no dia em que Bush (o pai) começava a Guerra do Golfo. Prince fez um pequeno discurso emocionante contra a guerra e mandou bala num dos melhores shows que eu também já assisti, quando eu era novinho novinho. depois vi Rolling Stones no Pacaembú debaixo de um dilúvio - o primeiro show deles em solo brasileiro- e foi lindo de morrer.agora tenho que dormir queridos irmãos..domani cortarei mais madeiras, lixarei e dormirei a madeira ( só uso de reflorestamento)mas, meditei positivamente por todos nós..OMMMMMM OMMMMMM..e vi o ôco da existência bailando lindo e sereno em todas os seres e coisas, viva a careca e as barbas do Osho
Madonna continua a gostosa da bunda pequena. sou fã. mas tenho ouvido muito mais a linda da Roberta Sá do que Madonna e também mais as lindas da Mariana Aydar e Andréia Dias. adoro o Camelo e não vi nada do Amarante (mas vou ver sim). também piro na textura sonora do Hurtmold, que ouvi já faz tempo no Sesc em São Paulo. eu sou o armador de caravelas no deseto, onde os mares não golpeiam, nem pululam. bjs!!!
sapatos no Bush!!! sapatadas épicas com sapatos feitos pelo pai de Lincon. é!!!
Caetano; o Mautner estava analisando tão lindo na TV a letra de “Água de Beber”, o sobre-humano verso “eu nunca fiz coisa tão certa/ entrei pra escola do perdão”. fiquei extasiado com o coração pleno do Mautner.
http://www.youtube.com/watch?v=mZih5Vk6oW0
Governo britânico obriga ISP a controlar pirataria
Adoro este blog e adoro vocês. Perdoem qualquer excesso ou qualquer outra coisa.
Hermano: muitíssimo obrigado por ter proporcionado a todos nós um espaço tão belo.
Caetano: meu lindo, a vida é muito mais bela porque você mora nela. Love you forever.
Gosto de quando nos posts do gil, tão apaixonados e indignados (que muitas vezes me leva a pensar “esse rapaz está estressado”), ao final ele põe “skindô, skindô”, me desmentindo totalmente. Aí, adoro.
Dr.Gravataí: você está certo quando à ilegalidade. Só temos que pensar nas várias nuances. Beijo pr’ocê.
Heloísa: Não suma tanto. Sua ausência causa abstinência. Linda. Beijo.
Salem: não o citei por “ironia”. Ter te citado já deveria ter sido suficiente, mas se não foi, esclareço: amei seu Disco. Queria que todos aqui o ouvissem - sua voz é linda e cantar tão joãogilbertianamente com uma suingueira danada ao fundo é coisa que nem o próprio João ousaria. Beijo no chinelo.
Glauber: meu amor por seu trabalho vem de outros carnavais. Pensa nas coisas que te falei por e-mail. Sorte e sucesso nas entranhas da Boa Terra.
Carolina: você sobrevive bem sem nós. Mas ao menos eu sei que passo bem mal quando você some!
Todo mundo: não pensem que ataco nada que seja pessoal. É amor demais pela música, ao meu modo. Só isso. Este blog me ensinou tanto e me ajudou tanto que nem dá pra dizer. Adoro vocês todos. Amiguismo rules.
Cito Clarice Lispector e nem ponho aspas: que façam harpas dos meus nervos quando eu morrer.
Devo postar ainda neste fim de semana e vou tentar postar em viagem, mas não posso garantir. Boas Festas e maravilhoso Ano Novo a todos!!!
meu caro gil….
vc foi ou é de alguma gravadora da area de marqueting?
letras maiusculas aqui na net….é meio agressivo e vc me parece meio raivoso tb…alguns de seus argumentos são validos outros pifios tudo zen faz parte…
abraços e keep on moving….
eu acho esses ’smiles’ meio sinistros, afinal quem vê cara não vê coração, mas é o futuro : ícones, - elementos-textos - e música.
no filme ‘inteligência artificial’ os andróides hiperfuturistas se comunicam por música e seus veículos se decompõem no ar … belo !
e o futuro é meu elemento-assunto pq eu estou nessa de remixar, reconstruir meu mundo, “caetaneando” como alguém já pregou, que é me divertir, fazer arte e me prevenir contra o alzeimer no … futuro.
e se o futuro custar a chegar?
foi nisso que pensei quando visitei os sites de música dos artistas citados por caetano no post. obviamente o “meu” caetano não é essa pessoa que ama aquilo.
não pode falar sério que aprecia tanto essa música ‘de época’, e não me refiro ao talento, profissionalismo, nem nada artístico, mas à essência e o contexto, que ja nasceram arquivados no museu da imagem e do som.
o virus quase me pegou e quando dei por mim já estava quase remixando uns betoguedes … nossa!
mas - never surrender! - fui salva pela ciência e por um email desses com pps, provando a existência de universos paralelos.
respirei aliviada : é isso !
abrs paloma
ps: a saga incompatível continua lá … mandem sugestões. repaginem seus ídolos!
vai estar fora de sequência mas preciso desabafar : eu amo “feira moderna”!
abrs paloma
digo isso porque cê falou
“Uma criança que toca na bateria mirim da Mangueira é pior do que a minha filha?”
parafraseando caetano, “cê tá maluco?” CLARO QUE NÃO FOI ISSO QUE EU DISSE!!!
por favor, volte e releia meu comentário com calma. acho que você não me entendeu. o que eu quero é que TODOS tenham acesso à informação. e nós somos sim, privilegiados. melhores que ninguém. mas privilegiados, sim.
se eu sei que um disco é bom, que um livro é bom, indico. é isso o que chamo de incentivar as pessoas a expandir seus horizontes. agora imagina indicar ali na feira de são joaquim, o novo disco do mastruz com leite…ora, eles já conhecem!
muito melhor é dizer “que tal se a gente ouvir um lance diferente pra variar? não compare o calypso com debussy. compare com genival lacerda e você vai entender.
a classe “c” já criou obras-primas [veja bem, OBRAS-PRIMAS!] neste país. hoje não róla. por que? ora, esse estado de coisas é SINTOMA. e se comprometer é querer mudar isso. paternalizar o povão não tá correto. é mantê-los sempre onde estão.
cê disse também:
“E DIFERENTEMENTE entrou no CD pelo “discernimento” do Tom, que segundo o raciocínio do Glauber, não conta, porque deve ter sido SALVO pelo Caetano, né?”
sim. exatamente.
se não fui compreendido até aqui, desisto. fui suficientemente claro. outras palavrasssss.
abraço, velho.
………………..
dylan criou a segunda metade do século xx, grosso modo. se preferir, ele ajudou a criar, diretamente. e fez isso em suas canções.
………………..
falar nisso, que elegância, altivez [com simplicidade], bom senso e mais outras tantas qualidades puder testemunhar vendo essa entrevista de bethânia.
………………..
minha total admiração para sua irmã, caetano.
Glauber,
Obrigado por postar a letra do Tatit. Sampa agradece.
Vc viu o especial Caymmi ontem? Lindo, lindo e emocionante,
O que que é aquela Emanuelle Araújo? Linda, simplesmente.
Margareth Menezes? Uma entidade.
Labi,
que excelente que voltou. Isto aqui tava ficando careta demais.
Beijos sotero-paulistanos a todos!
Para dizer o mínimo - e ser gentil - é contraditório defender o download irrestrito e, na mesma toada (talvez fazendo média), lutar pelo “combate à pirataria”, apontando para os camelôs que vendem CDs falsificados aos peões pobres que os compram nas feiras populares.
Enquanto a classe média abastada e debatedora de botequim bebe cerveja Original “de garrafa, porque latinha tira o gosto, sabe?” na Vila Madalena, debatendo o efeito sociológico da divulgação da cultura “enquanto arte imaterial”, mas sempre pensando em quanto economiza diante do preço do CD, condena os que compram discos falsificados para salientar que estão sempre “do lado da Lei”.
Ê, lasqueira!
E DIFERENTEMENTE entrou no CD pelo “discernimento” do Tom, que segundo o raciocínio do Glauber, não conta, porque deve ter sido SALVO pelo Caetano, né?
beijos sem discernimento
salm
Lembro que lá pelos 97 a gente baixava arquivo midi, era tosco mas na época era gostoso.
Teteco, nas primeiras vezes que vi seu nome, li em samba: telecoteco teco - é lindo!
“canção da carniça amiga no curtume dos teus olhos”
“lá vai o malabarista de ventos e perfumes”
Frequento lojas de cds/dvds/livros e vejo o quanto ainda tem gente comprando ou querendo comprar. Lojas lotadas!
O que faz um artista de rua estar na rua se a princípio lá não terá lucro algum?
bj.
Relevem as minhas falhas gramaticais…
Então Eduardo,
exagerei ao “separar” estética de cultura; evidentemente, sei os vários significados que a palavra “cultura” possui; mas estava querendo falar mesmo num sentido mais social, antropológico, coisas como a canção Haiti, a ligação com o trabalho artísticos das favelas, interesse pelo surgimento, por exemplo, do pagode, a expressão do funk, atenção pelas “canções de protesto” dos Racionais Mc’s, Mv Bill, um lance assim (Gil já fazia isso com o a série Re:refestança, refavela desencadeando numa espécie de ruptura quando faz Realce), o axé, o hap, estes lances todos que não desprezam o “jeito do corpo” a beleza, a estética, mas que olhe com maior profundidade a efervescência social humana, manifestadas pelos diversos fenômenos culturais…
Té mais.
Glaubito
Não fiquei nervoso, não. Mas continuo discordando. Minha filha teve acesso à Debussy, tanto quanto não teve à produção da ala de compositores da Mangueira. Por isso o exemplo. O moleque da bateria mirim escutou os sambas destes compositores e a minha filha não. Entendeu a comparação?
“A classe “c” já criou obras-primas [veja bem, OBRAS-PRIMAS!] neste país. hoje não róla.”
Cacilds. Você fala da Classe C como se fosse um outro tipo de homo sapinens. E com uma propriedade. Como se fosse superior por saber tanto das coisas, ter acesso à tudo e os pobres excluídos serem uns coitados incapazes de porduzir por falta de cultura.
Hoje rola, sim… E rola (sem acento)!
Também sou seu amigo e agora quero morrer sendo. He he…
beijo calmo
salem
Nelson: agora que vi seu comentário agressivo a gil e, antes desse, um outro com colagens do que disse, tudo fora de contexto.
Naquele, comentando o que falei dos downloads ilegais, você pôs suas palavras em letras maiúsculas. Ao falar de gil, avisou que as mesmas letras maiúsculas (usadas por ele) eram um sinal de falta de educação ou algo assim.
Não entendi, ou talvez tenha sim entendido. Mas o curioso é que em momento algum você trouxe qualquer tipo de subsídio material para o debate, apenas opiniões e achismos.
Sim, nelson, é ilegal. A lei não permite. Assim como não permite uma série de outras coisas: com algumas concordamos, com outras não.
O debate sobre downloads ilegais é válido sob qualquer ponto de vista, mas em geral ele é firmado numa base jurídica, sobretudo quando discutimos sua “legalidade”.
Nesse aspecto, simplesmente “achar que não é crime” não ajuda em nada, é apenas blablabla.
Mas você está certíssimo. Errado é quem dá razão a você
compactuo com glauber “o fã” do Beto e “seus pares”
TUDO QUE MOVE É SAGRADO.
beijo procê, “pela claridade da nossa casa”!
ói, só pra deixar claro:
quando escreví “então o [psirico] tem o mesmo valor do [caetano]? os caras têm a massa, a grana, e querem, além disso, atribuir a eles os valores de artistas como [chico]?? pô, deixa alguma coisa pro [alceu valença], coitadinho…”
os parênteses eram pra que se pudesse substituir os nomes pelos seus similares, apenas…
Música “di grátis” ou música paga. Muito antes de falarmos de downloads na internet ou CD’s piratas, poderíamos discutir o papel do ECAD nessa história toda. Sociedade civil, de natureza privada, instituída por Lei Federal e mantida pela atual Lei de Direitos Autorais brasileira exerce sobre os produtores de eventos uma pressão de polícia. O intuito desta associação que mais parece um bando é o vil metal, chegando inclusive a cobrar de um mesmo estabelecimento uma tributação em dobro, o que é vedado pela receita federal. Mas o ECAD faz isto. Ex: um clube social paga mensalmente o imposto por ser local onde há execução de música, quer seja com banda ou mesmo mecânica. Todos os meses a fatura vem. E este mesmo clube resolve fazer um evento com Caetano. O que o ECAD faz? Manda um de seus “educados” trogloditas cobrarem pelo evento. É certo que o letrista, o músico e o arranjador, ganhem pela criação da obra. Mas deve se buscar uma outra forma que não seja um bando de mercenários em busca de dinheiro. E porque só os compositores que não são conhecidos nacionalmente reclamam da forma de distribuição dos direitos autorais? Porque os “medalhões” quando falam na mídia todos escutam. É o caso de… Quando fala rodos nós queremos saber o que está acontecendo.
E o que acontece quando alguém questiona o ECAD? Foi o caso de Tim Rescala. Eles movem processos para calar a boca do transgressor.
Há de surgir um novo modelo para arrecadação de direitos autorais no país que passe longe do formato atual. Se você compõe uma música e quer que ela seja conhecida, quem deve pagar por isto, primeiro é a gravadora que irá prensar o disco e depois o cantor que a irá interpretar.
O formato civil do ECAD, sem que haja fiscalização pública, sem que esse pessoal dê satisfação alguma do que arrecado da população é errado e deve ser revisto.
E aqui chegamos à encruzilhada da música grátis.
O autor para ver sua obra fazer sucesso depende de um(a) cantor(a) para interpretar o que ele criou. Sem isso a obra não sairá da folha de papel dentro de uma gaveta num canto escuro. O cantor precisa da rádio e da Televisão para se visto e para obter sucesso imediato. A Rádio e a TV precisam de boas músicas, de bons artistas para ter sua programação vista pela população, mas é aqui que mora a encrenca. Só a rádio e a TV entram com dinheiro nessa brincadeira. Na ponta da exploração ficam os produtores de eventos que não tem nada com essa história de compor e são eles quem paga o pato dos problemas criados pelo ECAD para arrecadar dinheiro sem que preste contas de um centavo arrecadado do evento. Quem paga nunca teve o direito de saber a quem foi repassado o dinheiro que lhe custou dias de trabalho para que a festa desse certo. Neste caso o ECAD “justifica” que usa critérios próprios. Não é de mais perguntar, que critérios são estes?
Estamos em época onde baixar música livre é o modelo que se estabelece. Inclusive com a concordância do Ministério da Cultura do Brasil. Basta ver a discussão que está sendo feita por todo o país sobre Direitos Autorais.
O governo está colocando a mão na cumbuca, se conseguir sair ileso, sem arranhões, conseguirá um feito. Desmascarar a caixa-preta existente neste bando que se diz defensor dos autores de músicas no Brasil.
MEU CARO GRAVATA
minhas letras maisculas tinham o tom de enfase não de agressividade….
não são “achismos” são fatos…
são opiniões sim e muita gente concorda e muita gente discorda …
subsidios materiais neste campo são caminhos possiveis….
o debate meu caro não deve ser visto do ponto de vista unica e exclusivamente juridico ..o juridico é o final da linha….antes do juridico vem a sociedade, a liberdade, o mercado, o artista, a industria, e por ai vai…
legalidade e patrimonialismo em se tratando de cultura, informação, educação e bem extrapatrimonial com aspectos patrimoniais merece uma reflexão mais rica que não a manutenção do status quo pelo simples fato de que este é a demonstração cabal daquilo que vc chamou de “fora do contexto”….
fazer um remix da canção de caetano para fins de exposição em um blog é ilegal?, deveria ser considerado ilegal?deveria ser considerado legal?precisa de um termo de cessão dos direitos do autor pelo autor com firma reconhecida em cartorio?e se eu quiser escutar o remix vou ter que pedir autorização a quem fez o remix e ao autor da obra?e se o remix tiver colagens de videos eu vou ter que pedir autorização para cada pessoa que aparecer no video?
a logica do tudo ou nada aqui meu caro não da conta do recado….
e você está errado. a moçada dos blogs, como o loronix, tem nada a ver com o tráfico e/ou pirataria…são colecionadores, gente que ama a música, que não ganha um tostão com isso, só gasta. grana e energia. faz por amor à coisa mesmo. e mantêm a memória do século xx, mais viva pras novas gerações. caetano foi lá e adorou. informe-se.
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pra que reduzir o debate a essa bobagem de “vocês da classe média que se acham melhores e tal…”. que absurdo! que deturpação do que se está tentando dizer…claro que não é nada disso! “pra cima de mim, porque tanto veneno?” quando eu era boêmio inveterado, sentava em butiquim copo-sujo, com roqueiros, sambistas, travecos, alienígenas, etc na carlos gomes, rua da lama [zona], não ficava só no rio vermelho, não…falei classe “c”, porque é a maioría em nosso país, quis salientar a importância de educar as pessoas, só isso.
meu velho e minha mulher me chamam de glaubito. acho legal. abraço calmo também.
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Papo espinhoso esse de downloads, há uma linha muito tênue entre o que não penaliza o autor e o que lhe trás prejuizos, devemos lembrar que a mesma fonte que cede ao ávido por cultura e informação, também abastece a pirataria , que, como sabemos, tem um “ou os dois” pés no tráfico. Diferente de quem se vangloriou por ter baixado a discografia completa de Cætano, eu completei, no início desse ano (2008), a compra de todos os CDs (Mais aquelas caixas especiais, etc…) desde “Domingo” até “Cê ao vivo” (mesmo já tendo os LPs até 1987), ajo dessa forma com todos os artistas que gosto ( ok, talvez não lhes compre a coleção completa ), coisa de fã e me sinto bem por ter agido assim (talvez eu tenha colaborado com as fraldas do Zeca e do Tom “rsrsrs”). Acho que o negócio é ser escritor, é até relativamente fácil baixar livros, mas lê-los no pc!!!
Esperando 2009 para COMPRAR “Zii e Zie” (ou “zii e zie”)
Abraços
Luciano Cesar
Bob Dylan ouviu os Beatles e pirou. Quando se encontrou com Lennon a piração já estava mais controlada e a chicotada veio firme: “Suas músicas são boas mas não querem dizer nada”. Lennon se sentiu desafiado e as canções dos Beatles tomaram outro rumo. Dylan, por sua vez, influenciado pelos Beatles adotou a guitarra e mudou novamente o rumo da música (desta vez, do rock; do folk ele já havia mudado, com letras fluentes, instigantes e intrigantes nunca antes vistas).
Ninguém escreveu como ele antes, nem depois; e muitos foram influenciados (Beatles, Stones, Bowie, Hendrix, Springsteen, Van Morrison, Lou Reed, Byrds, The Who, Neil Young, Tom Petty, Clapton, Willie Nelson, Kris Kristofferson, REM, Pretenders, Counting Crows etc, todo o pessoal do country e do folk; aqui no Brasil, Belchior, Ednardo, Zé Ramalho (que acabou de soltar um disco só com versões dele), Geraldo Azevedo, o próprio Caetano etc). Artistas que influenciaram e ajudaram a criar parte da história da música popular ocidental contemporânea. Artistas que interessam, que importam, que têm o que dizer.
Reginaldo Rossi não tem importância nenhuma, exceto para quem gosta dele. Na história da música, nenhuma. Dylan não precisa de defesa porque seu trabalho fala por si. Reginaldo Rossi não precisa de defesa porque não há o que defender, Salem. E isto independe de se gostar dele ou não.
Salém: Concordo com alguém que gostou de ouvir cantar. Sou suspeita, gosto tanto das músicas do castelo como das músicas do palavra cantada e da arca de noé (São os hits infantis da minha lista).
Nando: Obrigada por notar a minha presença por aqui.
Cadê heloísaaaaaaa!!! Caetano chama ela de volta!!!
Bom no meio dessas discussões encontrar o Beto que canta: “a lição sabemos de cor, só nos resta aprender!”
Bjs na moleira da galera!
Rafael, querido Rafael, então vc os recebeu. os poemas. e que alegria tê-los no colorido mágico de tua verve. beijos!!!
Nando e Gil (e demais…),
penso que a questão central nesta história de diversidade, de bom X ruim, de ilegalidade, de gosto de classe e tudo mais, é acreditar que se ensina algo a alguém. Uma coisa meio My Fair Lady…
Abraços!!
SOBRE TANTAS COISAS QUE CRUZAM MINHA MENTE E CORAÇÃO, E, ENFIM, SOBRE CONSUMIR-SE E CONSUMIÇÃO (Ah, esse Caetanino me tem consumido…)
-Beliscão na bunda de todos, e com maior açúcar e afeto na de Labô (Labi Barrô)
Acordei neste sábado lembrando dos anos difíceis pro país e pra mim, economicamente falando, em que morei em São Paulo (1990-1993), e, dentro desse período, a fábula que foi conhecer, num fim de semana, defrontando na ida uma congestionadíssima Dutra em variados pontos, o Rio de Janeiro, tendo me hospedado no ótimo Albergue Chaves, em Botafogo.
Para São Paulo tenho voltado, e tenho um círculo de amizades mantido desde aquela época - que vem bater de vez em quando como onda aqui na Bahia. Para o Rio nunca mais voltei - mas jamais esqueço a chegada por via rodoviária: as paisagens próximas ao destino, com aquelas formações encadeadas e concêntricas de montanhas despenhando-se e despenhando-se. Depois disso, só voltei a ver esse cenário suspenso no ar, de avião, em escalas de viagens.
A magnitude natural do Rio. A magnitude de concreto de Sampa.
Lembro isso e por tabela me lembro que Caetanino nos prometeu um paralelo ente as duas metrópoles - que ele jamais termina de reeditar.
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Saibam que a revista web viva brotada, a princípio, no meu orquideário, a Impertinácia, iniciativa para a qual encontro a companhia adorável como sócia de eXequiela, e é inspirada na experiência de participação e encontro com tanta gente bacana através desta OeP, se tornará, e já conceitualmente, obra aberta nas próximas semanas, quando abriremos discussão com interessados pela formulação do piloto.
A qualquer momento já contaremos com domínio registrado na web e com e-mail próprio.
Andei conversando por outras bandas virtuais com Miriam Lucia, a respeito de uma proposta: extensível à cidade onde ela mora na Itália. A de criar, através de abas na home da revista eletrônica, páginas para roteiros com os melhores serviços, e os mais alternativos e tradicionais espaços para shows e manifestações culturais de cada uma das principais cidades onde teremos um núcleo de foca-postadores, ou algum foca-postador com devoção especial à Impertinácia. Salvador, Buenos Aires, Montevídeo (sondaremos Vero sobre isso), São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, João Pessoa etc. Publicaremos isso mediante pequena taxa por um certo período online, como reforço para a manutenção da revista orbitando na web, ou como acréscimo ao retorno financeiro que se exigirá para que o empreendimento se consolide, possa crescer ou ser incrementado. Evidentemente, quem se encarregar dessa página em sua cidade, terá participação no resultado financeiro alcançado.
Estou persuadindo empresários à frente de uma construtora local, e outros ligados a uma distribuidora de combustíveis de ação regional no Nordeste, para colocarem suas marcas na home como nossos principais patrocinadores iniciais.
Para a página de serviços local, enquanto aguardo respostas de numerosos contatos já efetuados, e só a título exemplificativo, já fechei com a Escalpo, comandada pelo meu amigo e cabeleireiro Jerson, que faz a minha cabeça há duas décadas, e também a de Juca Ferreira, atual Ministro da Cultura em substituição a Gil, Jussara Silveira (a nossa rouxinol) e Armandinho (o bárbaro da guitarra baiana). E na noitinha de sexta, conversei com Flávio Pugas, do Tijuana Mexican Bar, de quem também recebi sinal afirmativo para apoiar o nosso ideário.
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Queria aproveitar e me dirigir ao Hermano, a fim de saber se ele gostaria de escrever para a primeira edição da Impertinácia um post no qual avalie a trajetória e a experiência que foi pôr na webosfera durante todos esses meses a OeP - um texto em que ele, com sua reconhecida acuidade intelectual, discorra sobre aspectos da vida online até então insuspeitados, que, no caso desta infocaetanave, transformaram-na em algo mais que blog, uma fusão de blog com sala de bate papo e com comunidade virtual ou rede social de relacionamentos. E, é claro, sobre o que mais (im)pernitentemente a ele interessar tratar.
E Caetanino bem que podia nos responder de vez se aceita o convite feito semanas e semanas atrás para assinar o post principal da edição inaugural de nossa revista web viva.
Para o número inaugural ainda, diversamente do que propus para Salem recentemente pelo Orkut, pediria a ele um post-depoimento pelo qual possa nos contar a sua experiência como o infocaetanauta mais presente nesta nave em praticamente todas as estações da viagem, e, no mais, sobre o que ele, a esse pretexto, estiver afins.
Penso, no transcorrer das coisas, em solicitar textos alheios, já publicados ou não, de qualquer fonte, a pessoas de gabarito intelectual ou artístico que conheço pessoalmente e as aprecio, e aceito sugestões nesse mesmo sentido de todos os impertinazes. E mesmo, com a devida autorização, textos de outros blogs, em situações especiais, serão repostados em nossa revista.
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Na sexta, conheci pessoalmente, enfim, o primeiro infocaetanauta, o pseudonômico Lenartei, que encerra temporada de um semestre na Bahia, onde viveu com sua namorada Lídia, preparando-se para carreiras acadêmicas, respectivamente, em Ciências Socias e Cinema, ela já em fase de pós-graduação. Ela de Minas, ele do Rio Grande do Sul.
Seria bem bacana, pelo substrato de pesquisas e estudos que tanto interessa a Lenartei, sobre a questão das narco-substâncias e a abordagem que prima pela chamada “redução de danos”, uma interação maior com uma turma daqui, inclusive com troca de e-mails para faciliar o contato, a exemplo de Marilia Castello Branco e Suely Rouco, dentre outros.
Já havíamos trocados dois e-mails bem divertidos, em que eu, alimentando uma saudável impertinência, já promovia que as nossas saudações fossem mediante beliscões na bunda. Ao nos vermos no Tijuana, consegui beliscá-lo, mas, pela carinha que fez, preferi não beliscar Lídia.
São muito jovens ainda e têm toda a vida pela frente para serem consumidos: como eu adivinhei, não iriam se afundar no álcool (Lenartei quase não saiu de um suquinho). E eu, como há um demônio da comparação em mim (ou vários demoninhos, que às vezes aceitam a autoridade de um Zeusmônio) logo vi que, ao inverso deles, como já estou de cara pra vida, devorando e sendo devorado - implacavelmente - por que não beber só mais um pouquinho?
Ensaiaram, logo ao sentar, uma dialética do desentendimento na minha frente, tudo por conta de Lídia detectar nele um tarado por web e que isso interferia na relação. Eu logo saquei do bolso a minha politeologia da libertação pela compreensão e contribuí pra mudar o rumo da discussão - ou melhor, pra permanecer nessa mesma trilha da web, mas nos sentido de tentar escravizá-los pra divulgarem a futura Impertinácia, postando o link em trocentos cantos da internet com que se defrontarem. Pelo que percebi, Lídia resistirá a ser escravizada por mim - não sabendo ela o quanto isso me atiça…
Soube dos projetos individuais de cada, e curti também muito o envolvimento de Lídia com cinema. Já andou não apenas escrevendo roteiros mas filmando curtas - e me deve a localização de um deles que teria sido youtubado pra gente ver se é bacana pra integrar o canal de vídeos da Impertinácia.
Aproveitei e contei a Lenartei a minha única e definitiva experiência com cocaína, num contexto lúdico e boêmio no finzinho da década de 1980, em ambiente universitário da UFBA, e a situação degenerada em que se enredou quem me levou àquela experiência. Relatei ainda como vi a relação de outras pessoas com o pó em ambientes de trabalho com que me deparei até aqui.
Pouco antes de nos despedirmos, Lenartei me contou que Tom Zé estava chamando os leitores de seu blog para discutirem, ou um texto, ou um livro em particular, do Zizek. E vou já já no blog do coboclo de Irará saber o que ele quer aprontar.
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Acordei nesta manhã de sábado ouvindo Wave, com Caetano e Roberto, na Nova Brasil Fm. Tenho um excelente fone por perto da cama e, zás, pluguei-o. Que balanço a canção tem! A voz de Roberto se extrai límpida e solta. A de Caetano, retesa. Caetano faz “escada” pra Roberto. O que não diminui o brilho do dueto. Fica tudo ainda muito mais bonito, distinto, delicado, e parece que é isso que dá mais balanço, onda, pra canção. Caetano parece caidinho and contido por Roberto. É uma pena que Roberto seja tão cristão - se eu cruzasse com o Caetanino, aí pelos caminhos, com alguma quedinha por mim, jamais perderia a oportunidade de lhe aplicar um delicioso créu tibetano. E eu fiquei caidinho pelos dois… pelo tempo que durou a canção.
Caetano é um dos caras que - sempre e sempre - eu quero mais e mais consumir: porque ele é… inexaurível! Mas nunca deixarei que ele seja para mim uma consumição. Sou forte. Uma estrela do norte. Agora, admiro que Salem aja diferente, e se deixe ser consumido pelo mano. Salem pode. Diamante não some.
(Eu quero ser devorado pela e na vida, mas de modo a que eu siga, com voracidade, também devorante!)
Por falar nisso, que belo o encontro de Chico and Caetano emendando Tatuagem com Esse Cara! Que consumição - musical - estes dois nos provocam, não é mesmo eXequiela?
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N.B.: pronto, eX, encontrei nesse trecho acima algo pra apimentar ainda mais o roteiro de Sonho Meu, a nossa co-produção Basil-Argentina, uma comédia de costumes e musical que tanto deixou em polvorosa a poeta perigosa Heloisa: vamos retomar o roteiro? -oba!
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Javi, beijo docemente cada uma das palavras que você diz sobre eX e o insuperável que alguém até aqui afirmou sobre a interpretação dela para I-You’ve Changed. Amo todos que verdadeiramente amam a ela. Por amarem, a princípio, ou como consequência irresistível, a eX, comecei a amar também Ana Claudia Lomelino, Suely Rouco, Vero, Rafael Rodriguez… a lista seguirá um dia até as estrelas: e por eles sou amado. Meu coração é comunista and democrático.
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PARA CONTRIBUIR COM A DISCUSSÃO INTERMINÁVEL SOBRE OS MODOS DE PRODUÇÃO, CIRCULAÇÃO E FRUIÇÃO DA MÚSICA
-Vejam o que ganhei de presente no meu Orkut de um amigo russo:
Kuka Juke Bot
xxx
Puto na vida, mas um doce de pessoa:
a)Roberto Joaldo - um imperniTinaz
Gostei do coment do Eduardo Luedy. Bate com o que eu disse e penso. E a pergunta final dele:
“Bob Dylan é “melhor” que o psirico. Bem, custa perguntar por que?”
Viram como o pensamento crítico baseado apenas na comparação é a base da tal unificação que o Nando demonizou? Caímos no horroroso fantasma do “gosto não se discute”.
Nando. A História da Música tem muitos capítulos e ramificações. Você falou de uma das vertentes desse rio. O rock and roll. Bonita por sinal. Eu falaria de outros percursos que me interessam. Não vou discutir se Reginaldo Rossi tem ou não alguma importância no que você chama de história da música. Cê sabe que eu não tô nessa barca enciclopédica. Se estivesse não falaria da importância de Reginaldo Rossi, mas falaria de Odair José, que provavelmente não está no teu espectro de interesses.
Glaubito
A origem da expressão composta “obra-prima” que é uma versão de “chef d’ouvre” do francês, não é exatamente ligada somente à e validação de uma obra de arte que tem mais qualidade que outras.
É a obra-mestra. A primeira no seu gênero. Por isso “prima”. Esse é um conceito bonito. Chega de Saudade é uma “obra-prima” porque é a matriz de muitas outras criações.
Por isso, acho que pra que uma obra se reconheça como tal, leva algum tempo. É na sequência de décadas, ou séculos, que percebemos o quanto uma obra foi desencadeadora de um gênero.
Não me sinto credenciado pra dizer que uma música feita ontem é uma obra-prima. Mas nem eu, nem você, podemos afirmar que nesse instante uma obra-prima esteja sendo composta.
Asa Branca, por exemplo, ganhou esse status maravilhoso de “obra-prima” graças ao seu percurso poderoso rabiscado no tempo.
Assim foi com Águas de Março, Carinhoso, Alegria Alegria ou Que Tudo Mais Vá Pro Inferno.
Clar que algumas canções contemporâneas tem cheiro de “obra-prima”. Afirmar que não as temos mais por conta dos graves problemas de educação e distribuição de renda no Brasil é um equívoco gigantesco.
Ou tinhamos boa escola quando Qui Nem Giló foi composta? Devemos à boa educação brasileira a existência dessa obra-prima.
Canto em uníssono com você em relação a necessidade de amplificar o acesso à cultura no Brasil. Mas pressupor que eu, você, minha filha e todos aqui somos mais aptos seria afirmar que nós somos mais capazes de fazermos as tais obras-primas que você sente falta. Uma inferença alucinada, né?
Estamos em época de obras-filhas. E das boas.
Beijo nas testas
salem
Quando disse:
“Caímos no horroroso fantasma do “gosto não se discute”.
Deveria dizer “Ghost não se discute”
beijo fantasma
salem
Nelson,
Também acho que é uma discussão pobre, quando restrita apenas à questão da legalidade. Ocorre que você disse o seguinte:
“BAIXAR MUSICA NÃO PODE SER ILEGAL.MUSICA NÃO TEM CLASSE.”
E, em seguida, eu fiz meu comment. Não é justo, depois do meu comentário, você tripudiar da discussão sobre a legalidade, quando antes dele você emitiu juízo de valor a respeito exatamente disso.
Ou só vale a sua opinião - a contrária é que é a ruim?
E, desculpe, mas essa sua visão do que é ou não jurídico é muito superficial. Não veja isso como uma ofensa, mas sim como um problema grave de muita gente. É decorrente de uma carência pedagógica, talvez, e isso é sério porque vivemos num país positivista.
Em suma: no Brasil, tudo existe em função das leis - aquela coisa do ‘império das leis’ etc. Ninguém pode ser condenado sem Lei prévia; tudo que não é previsto em Lei, com sanção ou punição expressa, é permitido ao cidadão - e ao Governo é obrigatório o cumprimento do que consta da letra legal.
Esses são alguns dos princípios que norteiam aquilo que vez por outra chamam de Estado Democrático de Direito, no Brasil derivado da estrutura germânica - graças a Hans Kelsen -, que vem da idéia de que tudo decorre da Lei.
Não, nelson, a Lei não é o fim da linha.
Isso independe da minha ou da sua opinião. Quer saber? Eu acho uma porcaria. Por mim, seria como na Inglaterra ou nos EUA, mas não é. E gosto demais do Brasil para simplesmente ir embora; e covarde o bastante para arriscar minha vida numa revolução constitucionalista para modificar o padrão secular jurídico (sem contar que sou péssimo para juntar pessoas até mesmo para um almoço de confraternização, imagine para derrubar o status quo…).
Em suma, é um lugar-comum bem aceito na sociedade e nas rodas bonitinhas esse do ataque ao direito e às normas jurídicas, mas é bom saber que, em países como o Brasil, acredite, a lei não está no “fim da linha” nem em posição tão pouco louvável como você presume.
É também por isso que chamo atenção para esse negócio dos downloads e de tudo que é legal/legítimo e juridicamente correto. Acho fundamental que conheçamos a estrutura política de nosso país antes mesmo de acreditar que possamos entender seu funcionamento orgânico e político.
Sou o chato da vez, sei disso. Conheço as teses em favor do download das músicas, mas nenhuma delas consegue subsistir no mundo real dentro de mínimas condições de eqüidade; nesse caso, permitindo também que outras aquisições também sejam gratuitas.
Temos, na Internet, um meio poderosíssimo para construir. E também para arruinar. Precisamos usá-lo com cosciência, portanto.
Acho que não estou falando nenhuma besteira, né?
Abraços.
Depois leio o resto dos comentários: parei nos do Rafael (também adoro comprar livros, odeio ler em tela, gosto de papel.
(Ufa, falei mais que a mulher da cobra)
Nando, é óbvio que vc conhece e gosta de Dylan. Assim como me parece óbvio que vc não tem interesse algum em Reginaldo Rossi. Será que, ao seguir seus argumentos, a gente deveria concluir que os fãs de Rossi, ao contrário dos fãs de Dylan, devem ser uns tapados?
Acho que poderíamos discutir também o que vem a ser esta “história da música” que inclui alguns, exclui outros, e hierarquiza tudo, ao que me parece, com base em critérios de sofisticação formal. No caso de Dylan, penso que vc se refere à sua poesia - que, no entanto, deve ser considerada no contexto da música popular, né?, porque comparativamente ao lieder romântico de compositores como Schumman, Schubert, isso para não falar em compositores que radicalizaram no tratamento musical dos textos, como Hugo Wolf, e tantos outros da chamada “art music” européia, as canções de Dylan são um tanto toscas. Veja que estou me valendo de seus critérios de sofisticação. Eu mesmo não penso assim.
Mas vamos permanecer nesta seara, a da música popular. Então, os Beatles “evoluíram” após tomar contato com Dylan, abandonaram as canções bobinhas e pasaram a escrever coisas mais “intelectuais”. No entanto, permita-me pegar um outro exemplo de música que deve ter prestígio por aqui e que, não tenho dúvidas, faria parte desa sua “história da música”: James Brown, mais particularmente a bela e vigorosa “sex machine”
Como é que a gente vai justificar, seguindo os seus parâmetros de sofisticação formal, sua inclusão (merecida!) numa história da música popular? Pôxa, é música “tosca”, repetitiva, com uma letra “pobre” e “obscena”. E é aqui que eu me pergunto: se a gente pode justificar a importância da música de James Brown com base na importância de toda música que apela a uma poética do corpo e do prazer - e que, para tanto, tem quase sempre que prescindir de textos e formas musicais elaboradas - a gente deveria incluir também um monte de coisa igualmente importante e bacana como “os funks, calypsos e kuduros da vida”.
É curioso que muita gente que se considera “antenada” legitime Madonna e tudo o que há de interessante na chamada techno, house, club, acid e sei lá o quê, e não veja importância alguma no Calypso. Pra mim, isso é puro preconceito. É o receio de ser confundido ou de ser identificado com um determinado segmento social que não não tem muito prestígio.
Voltando à Reginaldo Rossi - que eu confesso que conhecço pouco - eu acho que se dá a mesma coisa. Eu que gosto de Waldick Soriano, Fernando Mendes e Odair José. Eu que gosto das belas canções “bregas” de romantismo derramado de Candido das Neves, mas também de Herivelto Martins (”atiraste uma pedra”, lembram?), de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, de Altemar Dutra etc etc não posso concordar com estes critérios que Nando usa para atestar qualidade. Fosse assim, o que seria de Roberto e Erasmo. O que seria da Jovem Guarda?
Bem, tentando sumarizar: acho que há muito mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Tentar estabelecer critérios racionais para atestar qualidade a um universo tão amplo de experiências estéticas proporcionadas por músicas tão diversas é uma tarefa ingrata.
Fico por aqui, já escrevi demais.
moçada, buenos dias!
até compreendo que seja tentador para alguns fazer essa analogia, mas é um total equívoco. peço que guido spolti fale um pouco sobre a relação da música do início do século xx e antropologia, sociologia e cultura de massa.
a música negra do sul dos states é de um tempo em que nem existia indústria fonográfica, muito menos suas distorções e abusos.
comecei a tocar aos 15 anos de idade e advinha qual era meu repertório? delta-blues, folk-blues, essas coisas…minha ligação com esse tipo de música era algo além do compreensível. até hoje é. mas “se eu sou algo incompreensível, meu deus é mais…”
é preciso valorizar as coisas pelo que elas são e não importar valores outros, no intuito de fazer valer uma tese fraca, que não se sustenta, através de falsos sofismas. sejamos mais lisos, ma non troppo.
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bom, acordei animado e agora vou ver “meteorango kid”. eita, meu pai…
Glauber, o meu “falso sofisma” termina sendo verdadeiro. Você só conheceu a música do delta do mississipi por conta da mesma indústria fonográfica que, segundo você, parece “distorcer e abusar”. Obviamente que nós, esclarecidos (apesar dos critérios obscuros) saberemos discernir entre o “bom” e o “ruim”.
Glauber, a linha tênue citada pressupõe dois lados, também baixarei, graças a sua dica, Meteorango Kid (que infezlimente não interessa a nenhuma distribuidora ) mas não faria download de um filme recém lançado. Talvez minha opinião não seja de grande valia, pois sobrevivo de comprar filmes ( tenho locadoras e a ilusão de que trabalho com cinema ) e criei um vínculo táctil, quase amor, com essas pequenas caixas de dvds e cds.
Perdoe não ter percebido a brincadeira com Cætano.
Abraços
SALÉM, para vc entender o PSIRICO vc precisa vir a Bahia e ouvir, ver e sentir Márcio Vito arrebentar na frente da multidão.
O cara é energia vital pura. Contamina, num nível mais tribal que só no verão e a bahia podem produzir.
Escute “toda boa” e depois agente conversa.
Gosto se discute: viva o PISIRICO!
Um abraço
Cacilds…
Eduardo Luedy caminhou pra frente. Em mais uma discussão que se tornaria uma “dízima periódica” encontrei um coment conciso que faz muito sentido e se soma ao que penso.
A Jovem Guarda é um exemplo matador! Na minha casa, só eu (com 6 aninhos), minha Vó (com 70) e a minha empregada (com leveza e liberdade de escolha) gostávamos de Roberto, Erasmo, Wandeca, Martinha, Demétrius, Os Vips, Eduardo Araujo, Ronnie e Cia. Ou seja, pelo raciocínio sosciológico de alguns: um pivete desinformado, uma senhora conservadora e uma mulher de origem humilde, sem acesso à educação.
Sabe o que eu ouvia das minhas maninhas? O dia em que você “entender” Vandré e Chico, vai entender como essa história de Jovem Guarda é uma bobagem. Esses caras vão sumir. Isso é música comercial. E mais: aliena.
Não preciso explicar, o que o tempo fez com esse raciocínio, né?
Não gosto nada da idéia de que a classe-média educada pode gostar de Reginaldo Rossi de um jeito diferente. Combati esse preconceito por 15 anos com a minha Banda Vexame. É como se do alto da nossa cultura, pudessemos escutar o “lixo” com uma visão crítica, menos amorosa. Uma ode à paródia e à farsa. Estou fora disso.
Escutando música popular desde que era um feto, desenvolvi parâmetros um tanto anárquicos não apenas de gosto, mas de associações, contrapontos, antagonismos, verdades e mentiras.
Meu cérebro é não-linear. Por isso refuto qualquer expressão do tipo História da Música como algo reto, linear e lógico. Há sim histórias das músicas. Cruzamentos, ramificações, bifurcações, afluências e influências.
Sou pela desunificação total! Quero escutar Doamor tocando Pinduca! Chitãozinho e Xororó cantando Rancho Fundo! Caetano cantando Bosco. Fernanda Takay cantando Nara. Roberta Sá cantando Moreno.
Esse foi o raciocínio d Caetano quando disse desejar escutar Claudia, Ivete ou Daniela cantando Pó Pará Cum Pó. Canções tomam rumos diferentes à medida em que circulam no espaço e no tempo. Isso é História!
Dylan provavelmente não concordaria com o raciocínio enciclopédico desenvolvido precariamente aqui para qualificá-lo. Ele talvez citasse autores e influências que a gente mal conhece e que não estão nessa enciclopédia de notáveis.
Notável foi também a lembrança de James Brown, que assim como Tim Maia, virou referência de boa música depois de um bom tempo.
Sabe o que eu acho? O que eu procuro!
beijo na testa do Eduardo
salem
Sobre Internet, acesso e dowloads
Pros que acham que o acesso à informação e à música hoje é pior do que os velhos tempos, vale uma informação. São mais de 180 milhões de computadores conectados à rede em todo Brasil. Os que acham que a situação anterior era melhor podem me responder quantos CDs e vitrolas existiam em média nas casas dos brasileiros? O que piorou nesses tempos? A programação das rádios. Essa sim, ainda atrelada à lógica vencida do mercado fonográfico. Leiam o livro de André Midani!
Eu baixo muito pouco, porque ainda gosto da minha prateleira de vinis e CDs. Baixo apenas o que não está disponível no mercado.
Meu sonho (realizável): disponibilidade total na rede com preços determinados pelos intérpretes e autores. Desde o “de grátis” ao “super caro”. Os perdulários não sobreviverão nessa nova realidade. Outra coisa: pode-se determinar algum tempo pra que a obra vire domínio público virtual.
Sou autor. Vivo também disso. Já tive adiantamentos generosos por ter canções gravadas em discos com boa previsão de venda. Também já fui roubado à beça. Claro que desejo sobreviver da minha música, mas também quero que ela sobreviva.
Não acho a regulamentação tão complicada do ponto de vista do artista. Acho complicadíssima do ponto de vista dos que se acostumaram a enriquecer com eles.
Por isso disse que leva tempo. Enquanto isso, prefiro a relativa permissividade e o eventual abuso, do que a regulamentação feita por esse congresso que legisla em causa própria.
Vejam o site do Creative Commons. Lá há boas reflexões e reflexos objetivos dessa discussão que por aqui me parece um tanto bi-polar.
Eu não saqueio supermercados, mas se estivesse com fome provavelmente saquearia. Hoje, os supermercados da música estão defasados e estamos assistindo a um histórico saque virtual.
Ele revela o apetite mundial por música. Cabe aos produtores do alimento atualizar seu modo de produção e distribuição. Estão com dificuldade de fazê-lo.
Mas a geração de músicos e produtores que já nasceram nessa realidade estão aí com soluções inventivas. Essas sim, em um futuro breve servirão talvez para a redação de regras institucionais.
Por enquanto, a bagunça parece mais saudável. Esse negócio hipócrita de “eu” só baixo, porque não tenho outra alternativa, parece o Maluf dizendo “estupra, mas não mata”.
A palavra “legal” no Brasil. por caminhos bem malucos, virou uma gíria pra qualificar. E a palavra “ilegal” continua a mesma, justificando que tudo que está fora da nossa gorda constituição é crime.
Por que será que tudo que a gente gosta é ilegal, é imoral ou engorda?
As leis em geral chegam com um delay de décadas. E enquanto isso, ninguém pode ficar parado produzindo discursos moralistas.
Caiu na rede é peixe. Mas vamos aprendendo à pescar pra nossa alimentação, sem precisar acabar com a “reprodução”.
É um problema político e ambiental. Mas uma coisa eu garanto. Pra molecada que tava sem grana pra comprar CDs, essa que o Glauber diz que carece de acesso à educação, a net tem sido um porto seguro. Torná-lo apenas inseguro é legislar em causa própria.
iTunes brasileiro? É claro que sim! Mas com canções a 2 dólares? Chegamos de novo ao ponto inicial: O novo CD completo do Caetano sairia por 60 reais! Voz doce por preço salgado. O portal UOL já faz esse estelionato. Sem custo de prensagem e distribuição.
Enquanto isso os famintos saqueiam.
Não existe civilização sem música e sem comida. E qualquer um com fome é capaz de fazer loucuras.
Distribuição de cesta básica? Bolsa MP3? Não sejamos paternalistas. Luxo para todos.
beijo na testa
salem
“ESTOU NA REGIÃO ONDE O CONCRETO SE FAZ ABSTRATO. E O ABSTRATO CONCRETO”
andré luiz oliveira fez esse filme aos 21 anos??? um gênio, um prodígio mesmo. que orgulho. que orgulho de todos vocês. de ser filho disso tudo.
“ACRE E LÍRICO, SORVETE”
o cartaz de rogério duarte…que coisa incrível, sem palavras. farei uma camisa com ele. rogério e setaro foram professores de minha mulher. quantas conexões…
“DEDICO ESTE FILME À MEU CABELO”
“krig-ha, bandolo!” - disse lula bom-cabelo. meteorango era a peça que faltava no quebra-cabeça da minha cabeça. agora ninguém “meseguraqu’euvoudarumtroço”. frank zappa na parede do quarto. viva frankzappata! “na capital do mundo, tudo barra limpa!” transbunde.
“9 OUTTA 10 MOVIES STARS MAKE ME CRY”
i’m alive.
“É PRECISO ESTAR POR FORA, PRA ESTAR POR DENTRO”
filosofia rogérioskylabiana.
“RÓTULO NÃO-IDENTIFICADO…FUNDA A CUCA, MEU FILHO!”
este ano foi mais um ano histórico aqui no meu planeta. desta vez, muito se deve a este blog.
“oolalaquizila!”
uns batem palmas pro suicídio. uns comem alpiste. outros, palavras. fome de tudo.
e tom zé fará leitura coletiva de zizek em seu blog. conexões, conexões…
curti adoidado.
Vellame
Conheço Psirico. Não vi ao vivo. Cê diz que “pra entender o PSIRICO vc precisa vir a Bahia e ouvir, ver e sentir Márcio Vito arrebentar na frente da multidão.” Pode ser, mas não precisei ir à Bahia para gostar.
Talvez você tenha lido com pouca atenção o que escrevi, vitimado pelo copy and paste que fiz de uma frase do Glauber que relativizava valores colocando Psirico, Caetano e Alceu Valença no mesmo baú de critérios.
Gosto do Psirico e gosto do Caetano. Sou da turma que pode ser vista como apologista do ótimo e me senti na obrigação de esclarecer o assunto. Psirico aí, foi um exemplo.
Sobre o negócio de “gosto se discute” é uma questão apenas de como lidar com as palavras.
Glauber falou da carência contemporânea de “obras-primas”. Isso também ativou minhas opiniões.
Pra quem gosta de futebol (como eu) as mesas redondas adoram dizer que não existem mais craques. Ou chamam de “craque” o primeiro moleque que pedala por aí.
Assim como as “obras-primas”, os “craques” conquistam o reconhecimento com o tempo.
Foi também por isso que refutei a expressão “estrela solitária” à Marcelo Camelo, embora ela tenha sido usada com sentido pelo Caetaníssimo.
De resto, “gosto” tem a ver com “sabor”, “trago”, “travo”, “língua”, “paladar”. Se discute? Ora bolas, quem quiser discutir que discuta.
Eu saboreio e converso. Em geral sobre aquilo que toca meu paladar. Tem coisa que nem engolir eu engulo, mas não perco muito tempo discutindo o que não me apetece.
Sou assim. Fazeroquê?
Quando estiver na Bahia terei o maior prazer em experimentar o Psirico ao vivo. Se eu gostar, você vai me ver falando muito por aí. Se eu não gostar, é provável que não tenha vontade de falar.
beijo na testa
salem
http://www.youtube.com/watch?v=ClkIOLjkf8A
Glaubito
Marcelo Zona Sul é um filme que amo. Lá tem um Brasil que dá saudade.
Há um certo olhar para o Brasil (do qual Rubem Braga é pai) que passa por Domingos de Oliveira, Paulo José, Fernando Sabino, Roberto Santos, Antonio Maria e Mário Prata, que tem uma espontaneidade geracional.
O que há de melhor da produção da classe-média paulista e carioca tem esse estilo quase apolítico, comportamental, do mundo dos predinhos, dos fuscas, dos velhos de moletom, dos namoricos no Arpoador ou na Vila Beatriz. Adoro esse Brasil!
Só quem o conhece sabe escutar Marcos Valle!
beijo zona sul na sua testa
salem
heloisa cade vc?
Um jeito particular de te chamar rsrsrsrsrs.
http://www.youtube.com/watch?v=N3jnuDDB7kE
A saudade que mencionei quando Glauber falou de Marcelo Zona Sul doeu quando escutei Falso Leblon:
Caetano não costuma ser nostálgico. Eu é que fui ao escutar a canção. Pensei em Tom Jobim e José Lewgoy.
beijos saudosos
salem
Salem e demais,
Queria dizer também que acho que ninguém aqui ama mais Bob Dylan do que eu. Mas se for para botar as pessoas pra dançar, acho que Dylan, assim como Chico Buarque, Tom Jobim, ou Leonard Cohen ou… [vcs podem completar], ficariam todos em desvantagem em relação ao psirico ou à banda Calypso.
Ou seja, não vou procurar no psirico aquilo que eu encontro em Dylan. E vice-versa.
Abraço pro Salem que eu escutava muito com minha sobrinha naquele disco do Castelo Ratimbum!
eduardo
Por tudo que eu li no blog,e alhures até agora,sôbre downloads,direitos autorais,usos e frutos,enfim,desse festival de indefinições,incertezas e ambiguidades que permeia a rede como um todo ;
eu resumiria a lei que regulamenta o assunto em 2 artigos :
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E qual é o problema que existe num coment,que tenta de uma maneira coloquial,colaborar pra desmascarar esse arauto do capitalismo selvagem,que chamam de papai noel?
É preciso afastar essas forças sombrias que tentam embarreirar nosso caminho de volta ao sagrado.
Joaldo, ri demais de seu relato! rsrsrs
Seu arteiro! Fui pego de surpresa com o beliscao, por nao ter o habito de lê-lo, rsrs… Quanto à Lidia, nao sei que reaçao teria. Ah, e ela é interneteira esporadica; quem sabe a Impertinacia nao a convence? Belisquemo-nos uns aos outros!
Falando em sucos, este gaucho vai sentir saudades daquele que é feito a partir do caju.
Joaldo é uma pessoa muito viva. Em voltando à capital baiana, falaremo-nos!
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Glauber: sabe que disconcordo em partes? Na minha teimosia persiste para mim uma idéia, da musica de hoje para o delta-blues (por exemplo), no exato sentido de uma musica feita em um territorio para dentro dele mesmo. E acho que nessa volta toda do século anterior, mesmo persistindo-se as linhas de fuga megalômanas da industria fonografica, hoje eu assisto, como consequência do maior acesso a algumas “ferramentas”, a uma musica regional que nao dialoga somente com uma cidade para si, mas também (ou somente) para dentro de si, de seus bairros. E às vezes nem mesmo demonstra a preocupaçao megalômana de sair dali. É como vejo alguns “funks proibidoes”. Em muitas musicas de nosso cancioneiro podemos por certo encontrar referências territoriais (caetano em trilhos urbanos, citando um exemplo), mas ao contrario de uma musica de um artista distribuido no Brasil e no mundo, o funk proibidao nao parece se inserir num projeto de se comunicar com o que esta fora do territorio: faz de si para os seus. Nao existiriam outras produçoes que nos remetam à mesma idéia, por ai? Gostaria de saber o que acha disso.
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(ah, este comentario provavelmente vai sair como anterior às ultimas postagens, deve ser pelo horario de verao).
Abraços
pegando carona nesse lance de filme e rock, cena do filme espanhol “Un, dos, tres, al escondite inglés” [1969] com a banda inglesa “the end”. esse filme é muito divertido e a trilha é jóia mesmo:
http://www.youtube.com/watch?v=914JNlUAndE
capa do disco do “the end” que tem essa canção, “cardboard watch”:
http://2.bp.blogspot.com/__JYEjdyJ7pI/RuLEOMCNKiI/AAAAAAAABwc/PudmeIspn9g/s1600-h/The+End+-+Front.jpg
inté e bom domingo!
incrível salém, acho que a programação das rádios melhorou muito, não estão mais atreladas, estão mais livres. O que acontece é que não interessa mais ouvir música no rádio, rádio é pra ouvir conversa, reflexão, notícia e informação. Aí sim, informação…música não, música é portátil e a programação é pessoal. No entanto as rádios ficaram muito melhores, pelo menos por aqui, lá fora tem até programa com Bob Dylan, já imaginou um programa do Gilberto Gil na rádio? eu ouviria, quem não ouviria. Duro é Creative commons, legitimação da música grátis, isso sim é dureza, perca de tempo. Grátis é grátis e ponto…a dureza é a música comercial, que produz riqueza material, e portanto empregos, desenvolvimento, água encanada, iluminação na rua, hospitais…discutir isso é que é o borogodó e tem pouca gente interessada. Artistas, quase nenhum, Metallica se manifestou e foi o que foi…é preciso muita coragem, e não só…o empresário do Bono Vox se manifestou, mas é diferente do Bono Vox não é mesmo. É muita gente no muro, e é compreensível…no entanto, tem muita gente sem água encanada, e por aí vai. O mundo está repeleto de bens imateriais, até demais, a produtividade foi lá em cima, a riqueza imaterial é imensa…a questão agora é materializar riqueza, a questão é o pão e o feijão, não dá pra ficar criando mais figuras virtuais, papéis alavancados, é preciso construir economia real real caso contrário vem aí o beleléu…tudo é tudo e nada é nada não constrói solução para os problemas do mundo, e o mundo por aqui é mais cruel, não esqueçamos disso. é muito mais fácil jogar pra torcida e para os mimados, deixa rolar é isso aí…difícil é enfrentar a questão de frente e se colocar na frente. A crise está aí, o governo frances já se comprometeu, o inglês já fez a chamada, por aqui continuamos de olhos vendados e nossa público de elite, de vanguarda assumiu e não quer saber de largar o osso…é uma atitude vencida, isso sim, e reacionária. O pessoal que se diz socialista conhece pouco Marx, é preciso acreditar mais no desenvolvimento do capitalismo. No Brasil ainda se compra música na loja ou no supermercado, compra-se CD e DVD…na internet se rouba música, no entanto também não temos ITUNES, não temos lojas virtuais competentes para nos vender música pela plataforma mais moderna. Não tem o ôvo nem a galinha…precisamos dos dois. Da nova plataforma e de uma nova atitude. Se não sair daqui esse desejo e convicção, é melhor esquecer. Vou guardar o que se perdeu e continuar caminhando. Lembro do discurso indignado de Caetano para os universotários daquela época…é difícil mesmo. Caetano gritava que parecia que ficaria sem fôlego, nos momentos radicais de mudanças é difícil não se indignar com o que nos parece reacionário…faz parte. Mas a luta continua. O paralelo com a fome me parece inadequado, sorry my bróder, a gente não quer só comida, a gente quer uma sociedade melhor, mais civilizada…e vamos lá, fome é outra palavra. A gente tem fome de um ambiente menos violento, mais civilizado…fome de música pop? francamente…mas ó, tô dentro, vc é o cara viu, tô dentro, beijo na boca.
faustão campeão de audiência no youtube domingo. e aí, o que você me diz?
otimismo, sim. miopia, não.
os ensinamentos da tropicália não devem ser tomados como dogmas. nunca.
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classe media vs. classe “c”? tão loucos? quem é que disse isso??? voltem e releiam as coisas que foram ditas aqui, com atenção e carinho, por favor.
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beijo nocês, gente boa. cadê labi e helô? caetano tá acordando…o sono dos justos…
Genial, o Camelo… Mas igualmente genial a D. Edith do Prato, internada após um AVC. Que se recupere bem. Estou triste com essa notícia. Perdão, amigos, mas vamos todos mandar bons pensamentos para que ela logo se recupere!
entre um márcio vito e outro, vocês poderão ouvir gerônimo, dão & caravana black, orkestra rumpilezz, opanijé, lazzo, etc, etc.
não sou um turista em minha própria cidade. nasci e cresci no olho do furação da coisa toda. nos 80s, vovô do ilê era percussionista da banda de meu pai. a música da tia arilma, foi também meu velho quem fez…caetano o conhece bem. enfim, me faça uma garapa atômica!…
SALÉM, desculpa se pareci agressivo. Baiano defendendo a terra é foda.
Se vc gostou do Psirico só no som (que não é a parte MAIS forte) vai ficar doido vendo ao vivo. Tem muito a ver com sexo. E sexo depende de contato, cheiro etc etc etc
Em Salvador, para começar, eu recomendo o museu du ritmo, depois vc se embrenha pela cidade (com grana ou sem, aqui vc se arruma) e vai ouvir de tudo pela Boca do Rio, Liberdade, teclas pretas :o) e outras milongas mais.
Sobre não falar do que não gosta, eu pessoalmente não sou muito do tipo politicamente correto. Assim que vi a versão de Incompatibilidade de Gênios saí logo disparando que achei chato (MONÓTONA, outros até seguiram, mas a maioria detonou, Caetano saiu lendo a palavra monótona e achou que tava todo mundo achando) depois de ouvir e ler várias vezes comecei a ententer a onda e até retifiquei. Acho que se vc não gosta de algo vc tem obrigação de expressar (se não gera recalque, mais isso é tema para outro blog)….
“Cada um sabe a dor e delícia de ser o que é”.
Mestre Caetano, sempre muito genial!
Feliz Natal pra gente, galera! Pra todo mundo aqui do blog!
http://www.youtube.com/watch?v=Da9r7oOFJNE
Roberto Joaldo, eu gostei do beliscão na bunda. Cuidado que eu apaixono hein garoto!
E olha aí: Rosana Tibúrcio falou, tá falado. PAZ! Um beijo procê, Rô! Cê sabe tudo!
Labi Barrô, feliz e agradecida!
Gil
O Creative Commons não é o que você disse. Vá ao site e leia. Garanto que não é “perca” de tempo. Talvez “perda”. O que lá se tenta regrar é a possibilidade de “baixar” com critérios propostos pelo próprio autor. Sobre o iTunes, acho que fui bem claro. Não vou me repetir.
Sem o YouTube você estaria desinformado. Ou iriaq a uma loja comprar o Pó Pará com Pó pra emitir opinião? Vimos e escutamos Caetano cantando Moça. Vimos o ressurgimento de Maria Alice Vergueiro. Tudo graças ao YouTube. Mas você parece insistir na idéia de que “nós” somos privilegiados e devemos educar p “povão” pra que ele não assista o Faustão. Tê fora.
Gil
Artistas já precificam. Você deveria se informar. Os Racionais foram os precursores dessa possibilidade. Quanto à programação das rádios, aqui em SP houve avanço no final dos 90. Mas parou. A Rádio que toca MPB insiste num modelo jabá-trama dizendo que veicula a “Nova” MPB, mas é a velha-nova-MPB do B.
Eu sou daqueles que acreditam na rádio. Mas do jeito que anda aqui em SP é um sacrifício. Gosto de me surpreender com os playlists e gosto de descobrir músicas novas de verdade na rádio, mas a coisa tá bem chtata. Que bom que não é assim belas suas bandas.
beijos em todas as testas
salem
A tempo, Gil…
Não defendi a “marginalidade”. Ao contrário. Defendi o mercado!
Vou explicar melhor:
Antes da tecnologia digital de gravação, mais acessível, a gente chamava de “gravadora” a instituição que “gravava” os discos. Um cantor ou compositor fazia suas canções no seu “el cabongue” e as submetia a um produtor que as embrulhava pra presente.
Isso mudou. Compositores e bandas hoje são também produtores. A separação entre a canção composta e o arranjo não existe mais. Os músicos fritam seu bolinho e cabe às gravadoras apenas vendê-lo. Portanto, não são mais gravadoras, são vendedoras e distribuidoras de discos. E o fazem com notável dificuldade e incompetência. A despeito de produzirem menos, porque via de regra, recebem a gravação pronta, mixada e masterizada, não conseguiram baixar o preço e não se adequaram a um cenário novo. Ele não é marginal! Ele é a realidade mundial!
Nesse enorme vazio, surgiu o MySpace. Não defendo que artistas saiam com seus CDs debaixo do braço como Plínio Marcos fazia com seus livros, não.
Quero que a rede, a rádio e as lojas se inundem de música. Quero que autores e intérpretes possam se arriscar esteticamente e vivam disso. Isso é marginalidade?
Não conhecia o verbo “precificar”. Mas gostei dele. Eu precificaria e ficaria feliz com isso. E com mecanismos de economia saudável. Por enquanto, pode baixar!
beijo na testa
salem
“quem se habituou a enriquecer com os artistas?”
leia Andre Midani
engraçado que vez em quando eu vou pra sampa pra desestressar, hahaha. juro procê. no meio daquela loucura, fico zuzozen. e aquele samba da vela? coisa linda, rapaz…
adoro o interior de minas, moraría lá tranquilamente [com internet]…montanhas mágicas!
salvador tem uns lugares que eu adoro…onde moro, por exemplo, é muito bom, os barris. perto da biblioteca central. outro dia fui comprar cigarros, tinha um trio [bandolim, pandeiro e violão] tocando “desde que o samba é samba” instrumental. músicos excelentes mesmo, coisa fina. parei pra ouvir. aplausos. dei um tchau pra eles, que retribuíram e voltei pra ler os comments aqui do blog. conexões…
Meu último post não apareceu, não sei se foi bloqueado pelo Hermano - mas como aconteceu com o Glauber, sequer apareceu como “aguardando moderação”. Você descobriu o motivo, Glauber?
“Dylan provavelmente não concordaria com o raciocínio enciclopédico desenvolvido precariamente aqui para qualificá-lo. Ele talvez citasse autores e influências que a gente mal conhece e que não estão nessa enciclopédia de notáveis”.
Mais que isso, Salem. Ele provavelmente concordaria com você.
Não sabia que você gostava tanto de se elogiar. Parabéns pelo cérebro não-linear.
Eduardo, quem falou sobre “parâmetros de sofisticação formal” foi você. Sofisticação formal que Bob Dylan, aliás, não possui.
Deixa pra lá, vai. Viva Cacilda Becker.
*i-tunes e mtv…? uma merda! tô fora!
*manifestação do governo inglês e francês? ainda bem que o ex-ministro da cultura era o Gil(berto Gil). Que lançou o Banda Larga Cordel, é favor da democratização do conhecimento e disponibiliza suas músicas no site… Que assim seja!
*A mesma empresa que é dona de uma gravadora, produz aparelhos de som, aparelhos de copiar cd/dvd, e a mídia virgem. Será que as grandes corporações estão preocupadas com download, pirataria e ilegalidade?
*Viva o download, a mídia livre e a democratização do conhecimento! -É muito bom ter 21 anos =) -
Só aceito a liberdade de download sem fim quando também for permitida a venda de CD pirata pelo camelô.
Não é justo que a classe média alta abastada tenha direito a baixar a música que quiser pela sua “fome de cultura”, mas o pobre do viaduto não tenha o direito de comprar seu CD pirata pois “aí é crime”.
É tudo a mesma coisa. A mesmíssima coisa. A diferença é que um reamlente não tem condições de comprar CD. O outro tem, mas prefere baixar.
O resto é nossa discussão interminável, com retóricas lindas, figuras de linguagem impressionantes, e outros que tais.
Beijos nas catacreses.
ps - a venda de CD pirata representa para a indústria e para o artista um prejuízo muito menor do que o download ilegal; podem perguntar para quem estuda o tema.
Salém: o preço do iTunes tem como indexador a economia norte-americana. Há um sistema de vendas da Rússia, se não me engano, cujo preço da faixa é algo em torno de trinta ou quarenta centavos de real.
Trazido para o Brasil, seria algo assim - com velocidade absurda (pois é servidor dedicado de Download, algo como um ‘private rapidshare’).
Não é uma boa? Creio que sim. Não diminuiria a proliferação indiscriminada, pois um baixaria pagando, e depois doaria aos amigos (como se faz com filmes e afins), mas já é um “adianto”.
Claro que a indústria fonográfica, tal como a conhecemos, será remodelada, e inclusive já passa pelo processo.
Mas não tenho a menor vontade de me ver como partícipe dessa mudança quando percebo que o processo está muito mais asssociado ao “vandalismo tecnológico” do que a um progresso necessário.
Beijo testácio.
Pra mim o grande lance foi o exemplo “Sex Machine”/James Brown.
Glauber gostar assim de “Meteorango Kid” faz pensar em quão melhor ele vai entender, no futuro, os bons argumentos de Salem.
Estou indo dormir para ir pra a Bahia amanhã. De lá eu posto CHELPA FERRO E AVA ROCHA.
Glauber Guimarães eu não tive tempo de te agradecer por fazer referência a minha pessoa. É que aqui no sertão da Bahia São Pedro resolveu dar as caras e saí com dois dos meus filhos a tomar banho de bica pela rua onde moramos. Adoro correr na chuva com meus filhos. Acho até gosto mais disso que eles. Ademais. Quem vai saber quando cairá mais água por estas terras? Deus. É verdade!
Eu fico a me perguntar e também aos meus amigos sábios. O que é certo para mim, pode não ser necessariamente para você. O inverso é a mesma coisa.
Talvez não seja ético baixar música da Internet sem o devido consentimento do autor. Mas também foi imoral o que as gravadoras fizeram durante anos com seus consumidores. Tudo isto com a complacência dos que eram beneficiados.
Vejam bem. Mesmo um cantor que seja o autor de todas as músicas a serem executadas em seu show não poderá liberar o evento do pagamento de royalt. O Ecad não aceita. A pergunta é a seguinte: para que arrecadar algo que irá ser revertido posteriormente ao autor?
Download livre não é ético!
Prostituição da cobrança indevida não é moral!
Ética e Moral. Comportamento versos costumes.
Dimas, esse papo do ECAD é o bicho…já já vamos cair dentro se a moçada quiser…espetacular sua observação( mas pode sim, com a autorização do autor vc pode pagar direto sem passar pelo ECAD. Tem burocracia, mas pode)…não me contenho…uma ataração, benza Deus…alo alo Realengo, aquele abraço!
os outros caras [solovera, heitor, ricardo e tadeu ], têm seus próprios projetos e produzem discos de outros artistas.
que bom que cê baixou o disco, tomara que goste!
……………….
salem disse:
não foi isso que eu disse. foi mais profundo que isso. cê não me entendeu…
tô doido pra ler esse livro do midani. abraçossss…
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verbete lóki do meu texto lóki sobre o filme meteorango kid, pra caetano:
“DEDICO ESTE FILME À MEU CABELO”
— [dedicatória de andre luiz olivera, no filme]
“krig-ha, bandolo!” - disse lula bom-cabelo.
— [lula bom-cabelo é o protagonista do filme, o meteorango kid. “krig-ha, bandolo", nome do disco de raul seixas. quer dizer "cuidado, lá vem o inimigo" na língua de tarzan]
agora ninguém “meseguraqu’euvoudarumtroço”.
— ["meseguraqu’euvoudarumtroço" é nome de um livro de waly salomão]
frank zappa na parede do quarto. viva frankzappata! “na capital do mundo, tudo barra limpa!”
— [no quarto de lula bom-cabelo, tinha o poster de frank zappa na famosa foto dele na privada]. “viva frankzappata”, trocadilho. “na capital do mundo, tudo barra limpa!” é frase do meteorango kid no filme]
“9 OUTTA 10 MOVIE STARS MAKE ME CRY”
i’m alive.
—[trechos de "nine out of ten", música de caetano]
“É PRECISO ESTAR POR FORA, PRA ESTAR POR DENTRO”
filosofia rogérioskylabiana.
—[frase de um artista lóki carioca chamado rogério skylab]
uns batem palmas pro suicídio. uns comem alpiste. outros, palavras. fome de tudo.
— ["bater palmas pro suicídio" é uma expressão de tom zé, indignado com um monte de coisa que anda acontecendo no brasil.
"a juventude brasileira tá muito bem...comendo alpiste" é uma frase de raul em entrevista para o pasquim. "comer alpiste" é se contentar com porcaria, ser conformista.
"uns" é nome de um disco de caetano. "outros, palavras" é uma brincadeira com outro nome de disco dele, "outras palavras". "fome de tudo" é o nome do último disco da nação zumbi]
as frases em caixa alta são trechos do filme, em geral.
Sobre downloads…
O acúmulo de dinheiro nao constroi hospitais. É a rotatividade de dinheiro que constrói a cidade e a qualidade de vida coletiva.
Assusta-me, como profissional e cidadão esta falta de escala entre grandes empresas e ter seu próprio trabalho, seguir seu faro, etc. Parece que estou sempre sujeito a que uma grande empresa com fome de lucro me jogue pra fora do mercado como um tsunami ou nao me deixe entrar. Estar sozinho assusta. Quem tem muito mais dinheiro do que eu tem poder sobre a minha vida. Sinto-me desconfortável. Todo mundo tem que arranjar um ganha-pão garantido: trabalho numa grande empresa ou grande instituicao.
Acho que as grandes gravadoras tem o poder de decidir quem vai ter vez e o que vamos ouvir porque compram espaço na MTV, rádio, TV, etc. Acabamos tendo que ouvir isso tudo. Eu acredito que a maior parte da população nem sequer pode escolher ela mesma o que ouvir. Se se identifica melhor com alguém em especial. Há uma indução coletiva.
Eu protesto em ter que pagar tanto e correr tanto para poder ter acesso às pessoas que acredito fazerem um trabalho mais melhor. Que tornem mais densa a minha gotinha de sabedoria.
Eu acredito no download (nao pirataria) como parte deste processo de proporcionar melhor a grande diferença de escalas. Na minha visao, estamos nos aproximando diretamente dos músicos na internet. Isto assusta muita gente.
Acho também - como já foi dito por Rosana - que as leis foram feitas no passado para situações passadas, não foram escritas por nenhum de nós aqui e nem sequer nos perguntaram, e podem estar desatualizadas. Nao estou argumentando a favor da anarquia, não me entendam mal. Eu apenas não encaro a lei como algo absoluto - uma verdade eterna. Eu acho que isso tem acontecido aqui. Geralmente sou obediente e pago impostos, mas não me privo de algumas vezes cometer uma desobediência civil pra demonstrar a minha sensiblidade a algum desajuste.
Bj mágico na testa heheheheh
“Como é que pode, ver a juventude sendo insensibilizada, injetada com um monte de lixo, culturalmente inclusive, e dizer que ela está certa, bater palma pro suicídio? Tem dó! Não há planeta que resista. Mimar é um jeito de ferrar com a criatura. Falo de uma maioria que não é absoluta, não. Meu público, que exige, que fala comigo aqui, espera mais. Mas esses milhões de ilhas humanas, cercadas de solidão, isoladas por todos os lados, em vazio e formas brandas ou não de desespero…”
também deixei mais claro:
Eu acredito no download (nao pirataria) como parte deste processo de proporcionar melhor a grande diferença de escalas. Na minha visao, estamos nos aproximando diretamente dos músicos na internet. Isto assusta muita gente porque os músicos poderão decidir sozinhos como comercializar o seu trabalho. E isto não é muito democrático hoje em dia.
Nando, eu me baseei nas suas seguintes assertivas:
(1) “Me dou o direito de dizer que tem coisas ruins, que não prestam. [...] Tem a ver com aspectos da criação artística que merecem respeito.”
(2) “Dylan não precisa de defesa *porque seu trabalho fala por si*. Reginaldo Rossi não precisa de defesa porque não há o que defender, Salem. E isto independe de se gostar dele ou não.”
Quer dizer, foram inferências minhas a partir do que vc disse. Um “trabalho falar por si” me remete muito diretamente à crença na autonomia da arte (os valores estéticos emanariam da própria obra, uma vez que suas qualidades intrísecas lhe confeririam seu status arístico). Daí para a acreditar que você defenderia o valor de Dylan (ou de qualquer outro exemplo musical) com base em critérios de sofisticação formal foi um pulo
Abraço,
luedy
A primeira vez que entrei num Studio de gravação foi na Sonoviso,na Praça XI RJ.
Caro Gil, cê é um barato
Não debato, converso. Às vezes com versos.
As gravadoras não se adequaram ao novo modelo de veiculação. Têm dificuldade de garimpar. Claro que Caetano está na Universal! Caetano tem mais de 40 anos de carreira.
Rádio é também pra música.
Plataformas de desenvolvimento estão cada vez mais próximas de quem produz.
Pouca gente leva uma fita demo há mesa de um executivo de gravadora. As chances são ínfimas diante da proporção espetacular de produção musical no Brasil.
De uma forma geral tenho certa dificuldade de entender o que você diz. Pois boa parte dos argumentos arremessados corroboram com o que comentei.
Quando falei de artistas e produção, não disse que a figura do “produtor” foi dispensada. Disse que ela se integrou ao ao artista. Leio fichas técnicas com obsessão. Repare que caras como Liminha deixaram de ser funcionários das gravadoras para se unirem aos artistas que gostam. Muitos produtores são da própria banda, E muitos artistas se auto-produzem. Isso que jurassicamente se chamava de “música independente” passou a ser a prática constante.
Aquele produtor-olheiro (papel que Peninha desempenhou com talento) está em extinção. O Pena produziu os primeiros discos dos Titãs, Ultraje, Ira, Agentss e outros porque veio à SP olhar a cena. Levou-os para o estúdio, chamou arranjadores e “produziu”, conjugando o verbo no passado. No presente, produzir é outra coisa. Os músicos agregaram esse atributo ao seu “fazer”. Já nascem produzindo. Entre a canção composta no violão e o estúdio não há mais quilômetros de distância.
Eu me produzo assim. A molecada que conheço (e não tem grana) se produz assim.
Ah… e o iTunes roda em qualquer PC, mais barato que um microsystem. É freeware. O preço da song é caro. Se baratear, é um modelo de loja virtual bem legal.
Nando
Não-linear não foi um auto-elogio nam uma auto-crítica. Foi uma forma de me fazer entender.
A todos
Tenho falado mais que o meu hábito, por conta da excitação dos temas. Mas noto um tom mais bravo comigo nas respostas. Talvez por alguns lances de ironia que são do meu texto.
Adoro o Nando, o Glauber e o Gil
e agora os beijo na testa
salem
entendo perfeitamente o que você quer dizer, muito convenientemente, fazendo um link entre os argumentos de salem e o filme.
acredite na possibilidade de que eu seja inteligente e justo e discorde de vocês.
incentivar as pessoas a regurgitar o que elas já conhecem até demais, é um desserviço.
incentivar o povo a ampliar horizontes é tarefa dos educadores e do estado. mas cada um pode ajudar nisso. e se não puder ajudar, que ao menos, não atrapalhe.
suas idéias, mesmo que em tese sejam bacanas, na prática, estão sendo usadas para tratar o povo como gado. pense nisso, por favor. e por favor, esse não é um discurso esquerdista babaca, é uma coisa que tenho observado.
se acha que o que eu disse agora é bobagem, não espere que eu entenda algo no futuro. argumente agora.
beijo procê.
Não é só Tom Zé que está viajando, Glauber acabou de embarcar no lotação, hô Glauber, “quê que é isso companheiro?” logo agora que tô baixando sua “discografia”.
Exequiela, morri de rir com o “portuñol” será que era esse o “muchacho argentino” da Labi?
James Brown, aquele cujo nome é praticamente um sinônimo de soul e funk, gêneros que ele ajudou a criar? Aquele sem o qual não haveria Tim Maia (nem Cassiano, nem tantos outros mundo afora)?
Vocês insistem no “maniqueísmo gustativo” e em seus desdobramentos, eu tô falando de importância por mérito artístico - nem consegui chegar no desenvolvimento disso, que é o que Tom Zé fala aí citado pelo Glauber.
Comparar Calypso e James Brown é o mesmo que comparar Asa de Águia e Jota Quest - tudo uma coisa só, tudo faz dançar, tudo bacana e tudo contra o “preconceito das elites”(?).
Mas tem gente chata, como eu, que gosta de observar os desenvolvimentos das coisas. Asa de Águia, de onde vem esse som? Que ritmos estão em suas entranhas? Esse guitarrista deve ter ouvido rock, tem uma pegada rock. Jota Quest? Hum, esse caras devem ter ouvido bastante soul. E assim por diante. Mas devo estar ficando pra trás, ficando velho.
Gostar de José Augusto e de Luiz Tatit ao mesmo tempo é ótimo para o desenvolvimento de uma complexidade subjetiva e da tolerância com a diversidade. Além de poder ser bom simplesmente por… ser bom. Querer que um tenha a mesma importância que o outro é falta grave de discernimento.
A fuleiragem e os fenômenos de massa são importantes mas esta importância não tem a ver necessariamente com mérito criativo. Será que é tão difícil assim de entender (não precisa nem concordar, basta entender)? Ou devemos citar a famosa frase: “Milhões de moscas não podem estar erradas: coma merda!”?
Pois é, Salem, meu raciocínio enciclopédico desenvolvido precariamente também foi uma maneira de me fazer entender. Mas que doeu ter sido recebido dessa maneira, logo por você, isso doeu. Mas vai passar.
Olá Marcelo
Nem sempre as gravadoras dão grana para a produção de um CD. O que vem acontecendo, vez ou outra, é uma banda produzir e bancar o seu primeiro CD e a gravadora arriscá-lo no mercado. Contrato único de um álbum. Se o disco rola bem comercialmente, aí sim é possível, um segundo contrato melhor com grana para produção. O problema é a diluição do “lucro” num processo complexo e atrasado do ponto de vista comercial, que inclui máfias de distribuidoras, vendas em consignação em grandes lojas, jabá pra tocar nas rádios. Tudo isso está agregado no preço final do produto. Sacou?
Os músicos estão fazendo a sua parte. Uma produção hoje é bem mais barata do que há 10 anos. Mas o mercado mantém os seus vícios. Isso que chamei de delay.
Gostei das coisas que você disse.
Glauber
Disse aqui que sou zeloso ao criticar um artista. Não sou veloso, mas sou zeloso sim.
Então, preste atenção porque é raríssimo que eu diga algo como o que vou dizer agora:
Tom Zé está viajando!
Tenho a impressão de que ele está tendo um refluxo de uma má digestão de um longo período. Se contradiz no que diz. Ora, o reconhecimento do seu trabalho pela molecada é um reflexo nítido do período em que vivemos.
Foi graças ao fluxo de informação global que David Byrn o descobriu. Foi graças à internet e aos novos meios que ele ganhou notável visibilidade e respeito, mesmo sem vender milhões de CDs. Pode fazer sua música sem os parâmetros de produção polida e asséptica do século passado. Tom Zé vive em dois tempos. O hoje, que lhe é favorável e o ontem, que parece que foi bem duro mesmo.
Mas a verdade é que ele está usufruindo dos novos tempos. Está aproveitando o presente. Mas usa também esse espaço pra regurgitar o passado. Quem quiser embarcar nessa regressão pessoal, boa viagem. Prefiro olhar pra frente.
beijo na testa
salem
Querido Nando
Se doeu, começo pedindo desculpas. Não costumo chutar a canela. Ainda mais de alguém que gosto, e muito. A expressão “enciclopédico” foi usada pra mostrar a discordância que nós temos em relação à tal história da música que, ao meu ver, não tem uma linha evolutiva horizontal e bi-dimensional.
A belíssima História da Música de Mário de Andrade é uma delas. Chega de Saudade de Ruy Castro, um outro olhar. As histórias Folk rock, do Rock Psicodélico, do Rock Progressivo, do Glam Rock ou da Surf Music têm centenas de escritores, olhares, relações, discordâncias, polêmicas e etc. São muitos os escritores que escreveram sobre isso.
Você descreveu a linha de Dylan de forma correta e linear, mas como argumento, achei demasido lógico e simplificante. Só isso. Não foi porrada. Talvez um tapinha. Mas se um tapinha dói, eu peço sinceras desculpas sempre!
Quando Eduardo Luedy entro no nosso papo, senti até um alívio. Parecia que o que eu dizia era uma bobagem. Mas James Brown entrou pra encerrar o assunto. Foi mais forte que qualquer ironia ou humor que eu tenha usado e, sem querer, ofendido você. James sim, bate forte. É chave de cadeia.
O gozado dessa história toda é que eu tenho feito um grande esforço conciliador por aqui. É o meu jeito. E fui logo ter um embate com você e com o Glauber. Duas figuras com as quais desenvolvi empatia e afeto pessoais. Dois cars que gosto muito.
Se desculpas sinceras te interessam, eu me desculpo com grande afeto. Estava golpeando no campo das idéias. Um campo que você habita com grande desenvoltura. Quanto à comparação Calypso e James Brown, não fui eu quem a fez. Aliás defendi a idéia de que a simples justaposição comparativa de artistas (ghost não se discute) era cilada.
De resto, como diz Lupcínio na sua Torre de Babel, “eu continuo lhe adorando.”
beijaço na testa
salem
Si no fuese por YouTube, no podría mostrarles este video de un argentino tratando de hablar portugués. http://www.youtube.com/watch?v=qB6GAEXdv4w JAAAAAAAAAAAAAAAA-HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Se acerca Natal-Navidad. No me gusta tanto la faceta comercial y obligatoria de la Navidad. Paz y Amor pero la realidad es que siempre hay algún quilombillo (problema) familiar en estas fechas. Algún familiar ofendido porque no la pasamos con ellos. Y cuándo los familiares no se soportan y están con cara de culo (excuse my language) toda la noche esperando a que sean las 12 para brindar y salir corriendo? Y los que se ofenden porque no les regalaste nada? A mí me importa un carajo (excuse my language) regalar y que me regalen. Sí, soy rrrrrrrrre mala onda. Ja-HAAAAAAAAAAA. Para lo único que me interesa esta fecha es para la reflexión y para darme un espacio para pedir deseos. A quién? No sé. Soy atea. Pero los no-creyentes también tenemos derecho a pedir deseos y a creer que alguna fuerza exterior va a posibilitar que nuestros deseos se hagan realidad, no?
Les deseo a todos AMOR Y PAZ, PAZ Y AMOR. Y también deseo que puedan sobrellevar todo lo malo que les va a pasar el año que viene. Ese deseo lo recibí en un email de una amiga y me pareció que fue un deseo bastante realista porque si empezamos el año pensando que todo va a ser color de rosas……. (uy otra vez la mala onda!)
Deseo también que TODOS podamos festejar la Navidad y la llegada del año nuevo. Deseo más igualdad para los Juanitos Laguna http://www.educ.ar/educar/site/educar/kbee:/educar/content/portal-content/taxonomia-recursos/recurso/d2418ce3-569e-45b0-997b-e129834c6e85.recurso/f0e06b74-8f23-4408-9c4d-0af2ed8b0b1a/bg01_02.jpg . Deseo que los que creen en la Navidad y quieren regalos TENGAN EL DERECHO de poder comprarlos.
Deseo que IMPERTINACIA salga a la LUZ, y que Zii e Zie llegue a muchos oídos (oídos con o sin zumbidos).
Para terminar, envío mi video favorito de Navidad. Merry christmas (war is over) de Lennon. Increíble!! cuántos años pasaron y seguimos en guerra? No nos olvidemos de desear la PAZ para nuestros hermanos musulmanes.
http://www.youtube.com/watch?v=znjYati2Utw&feature=PlayList&p=36FCB58A96C36D94&index=18
Un agradecimiento final: Este blog se ha convertido en una parte significativa de mi vida. Gracias LeAozinho y Hermano. GRACIÑAS!
Nando, vc disse algo sobre o que devemos pensar: “tolerância com a diversidade”. É importante discutir isso, porque fica parecendo que vc reafirma aquela noção de que vc mesmo se encontraria numa posição mais esclarecida, uma vez que pôde ter “ampliado seus horizontes” - pelo menos em relação àqueles que vc julga presos a alguma amarra (alienação, marginalização, falta de educação apropriada, precárias condições sociais etc etc).
Acho que te entendo. Mas queria dizer que, não obstante suas nobres preocupações, há muita coisa boa que veio de onde a gente menos esperava - o rock’n roll, o funk, o rap, o tango, o choro, o samba, o samba-canção, a música “brega”. E, por que não dizer, o calypso, o psirico, o pagode, o axé, o technobrega, o arrocha, o funk carioca etc etc.
Os parâmetros de julgamento estético devem ser outros. Repito, vc não vai encontrar no Calypso o que encontra em Bob Dylan. Mas eu te garanto que para fazer a galera dançar é melhor ir de Calypso!
E não adianta falar que a massa ignara está sendo alimentada com a podridão. O Calypso é uma banda, ainda hoje, independente. Eles sempre cuidaram da produção de seus discos e dvds. Se muita gente gosta deles, pois, não é por conta de imposição de empresários gananciosos.
[Agora eu queria saber, por que ninguém aqui coloca Madonna no mesmo saco de "merda" em que põem sem cerimônia o Psirico, o Calypso e "os funks e kuduros da vida"?]
Eu não vou entrar no mérito de discutir se asa de águia é melhor ou mais ou menos relevante do que x ou y - simplesmente porque, da minha perspectiva, tem oputras coisas que são afirmadas aqui como sinal de bom gosto, de boa música e de boa estética que não me agrada em nada! Não é por aí que se deve dar a discussão. Citei Calypso e Psirico porque eles são fenômenos de massa. Não preciso gostar deles (e eu gosto - principalmente do Calypso) para tê-los como exemplos relevantes.
O curioso é que eu vivo tendo esses embates. Com a galera que curte rock, aqui em Salvador, eu era visto com extrema desconfiança, como um “inimigo”, alguém não confiável, só porque numa dessas arenas virtuais (num blog local devotado ao gênero) me atrevi a defender a legitimidade da axé music. Fiz, uma vez, até uma lista das dez mais do axé, para o completo horror de alguns.
Outro dia, num programa de rádio local, um dos apresentadores (músico de axé, até lançou um livro recentemente sobre o assunto) estava desancando o funk carioca, utilizando-se dos mesmíssimos argumentos que se usava na década de oitenta para desqualificar o gênenro no qual ele se fez e se criou!! Veja, não era um compositor de música “séria”, não era um cantor lírico, era um músico da axé music afirmando a baixa qualidade do funk carioca! Claro que eu não me aguentei e mandei um e-mail para o programa cobrando coerência. Eles leram no ar e s mesmos argumentos que Nando e Glauber apresentam aqui me foram ditos como resposta: “ah, então tudo é bom?”; “então, a gente não pode mais dizer que há coisas ruins?”.
Um abraço a todos,
Eduardo Luedy
tom zé não está viajando não.
ele sabe que formação é tudo. livros…e não só isso, mas a capacidade de discernir, de analisar, massa crítica…assim, a dança fica melhor.
pô, mandei a letra de um samba que fiz aqui e hermano moderou. não entendo porque, só queria dividir com vocês. será que ele achou que eu tava vendendo peixe? justo eu, este rockeiro-sambista da comunidade do nelson sargento pimenta? a intenção não foi essa mesmo…não vendo peixe, faço música…
outros colocaram poesia aqui, por que não a minha? não discuto a moderação do hermano, não. mas essa, realmente não entendi…xapralá. snif…
[Mas já que retomamos a questão, permita-me perguntar: por que Dylan é bom e Reginaldo Rossi não? Ou, por que James Brown é bom e Psirico não?]
Eduardo, a sua pergunta é mais importante (para o que eu estou tentando dizer) do que qualquer resposta.
A maldita neutralização.
É de se pensar na frase do João Gilberto, citado pelo Ruy Castro, olhando as pessoas da janela do seu apartamento: “Não adianta, eles são muitos…”.
Mas o ponto de vista do Glauber é ainda mais importante do que este. Falar em “neutralidade” é até otimismo meu, porque supõe uma igualdade mínima entre as partes. Na verdade é ainda mais grave. Mas tudo bem, reconheço que é brigar pra perder. Não me incomodo. Vou ouvir Carlos Dafé e fico zero bala.
Por enquanto me satisfaz que ainda possamos ler, como em “Verdade Tropical”, que “Bob Dylan é um traço forte do século” - e não Reginaldo Rossi.
PS: Caetano, lá você cita (com propriedade) que Hendrix deve tudo a Dylan e aos grupos ingleses (e ao público inglês), mas aparentemente se esquece do débito maior dele para com seus mestres, os bluesmen americanos.
Vocês me desculpem voltar à vaca fria do “sifu”, mas é que eu acabei de ler na coluna do Sírio Possenti um artigo sobre o famoso “sifu” de Lula. E eu achei o texto tão bacana! Sou fã dele (do Sírio, mas também do Lula) e achei por bem partilhar com vcs. Tá no terra magazine e o link é:
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3384389-EI8425,00-Diarreia+Sifu.html
Gente, prometo que vou dar descanso a vocês - antes que seja abatido a tiros pelo Hermano (ou por minha esposa).
Eduardo,
Falei em tolerância num sentido geral, não com relação a mim. Além do mais, a sensação de superioridade pode se dar de ambos os lados: tanto de quem discrimina quanto de quem vê mérito em tudo (ou em nada). Basta que se queira ou se necessite se sentir superior. Quem gosta de todo tipo de música também adora valorizar e destacar que gosta de tudo. Como se isso, por si só, atestasse algum mérito (seu e dos artistas). Pode atestar uma alma de boa vontade, superficialidade, falta de personalidade, otimismo tolo, despriorização, visionarismo desastrado, otimismo sadio, grande sacação, pode atestar várias coisas - nada disso tendo a ver necessariamente com o objeto de análise.
Claro que muita coisa boa vem também de onde menos se espera. Nenhum pensamento longe disso me interessa.
Eu quero encontrar Bob Dylan no Calypso AONDE, MÔ BOM?
Observe que nem entrei no mérito do Calypso. Mas acho que “música pra levantar a galera” é pobre em relação ao que pode se investigar como riqueza musical. Os grandes artistas que fazem ou fizeram música dançante fazem com que ela seja, também, motivo de fruição e apreciação estética para quem não quer dançar - sem prejuízo de qualidade.
[Agora eu queria saber, por que ninguém aqui coloca Madonna no mesmo saco de "merda" em que põem sem cerimônia o Psirico, o Calypso e "os funks e kuduros da vida"?]
Você está entrando num protesto “sociológico” e… ufanista? Ninguém aqui está criticando um tipo de música nascido em classes pobres e brasileiras.
Particularmente acho Madonna uma boa performer - e só. Não é uma boa cantora, não é a melhor dançarina, não é uma grande compositora. Não é nada muito. É mediana em tudo. Mas é uma personalidade carismática e boa entertainer.
Gosto de fenômenos de massa. Gosto de ídolos. Gosto da cultura pop. Mas gosto, mais do que de tudo isso, de acompanhar o desenvolvimento (& os entraves, surpresas, embustes, farsas, contradições & originalidades) da criatividade ligada à cultura musical.
Salem: beijo no Kichute.
Sendo totalmente impertinente: Ouvi branquinha hj durante a chuva que caia na marginal. Até o Caos ficou mais suave. Obrigada ao macaco complexo de sexo equívoco e mico leão.
GLAUBER, SALÉM E NANDO:
Vcs acham que se o povo tivesse cultura (acadêmica, leitura etc) eles não fariam o som que fazem? fariam outro som?
Um som CULT (abreviação de cultura?)
Eu ainda acho que isso tá muito mais ligado a sexo…
Caetano é Doutor pela UFBA e vai para nigrinhagem no Porto da Barra ou na Praia dos Artistas na barraca de Aloísio, vcs acham que ele tá fingindo que é povo ou o que?????
Glauber Salem Nando,
E me fizeram falar palavreado,coisa que detesto…he he
Tríplice abraço fraterno.
Castello.
…………..
……………..
muito do que está por aí é sintoma. sociologicamente falando, é genuíno, claro. mas é sintoma. dizer que o que hoje é, ficará, é blefar em altas! e vou repetir [atenção, muita atenção]:
antes de mais nada, a questão não é o que é bom ou ruim, mas que as pessoas tenham acesso. que provem os sabores todos e escolham. e que escolham tudo, se quiserem.
marcelo falou aqui que “há uma indução coletiva”. pra mim, ele está certo. ele e bakunin. a coisa vem de cima pra baixo. e é isso que deve ser combatido. no mais, toda essa gente se engana, eu nasci mesmo é pra ser o superbacana, gentes!
amanhã vou fazer o que salem fez: ouvir as canções em progresso novamente. amanhã estarei em obrasss!
é natal! ho-ho-ho…
Joana, estou me preparando para viajar e ia deixar pra escrever aqui amanhã após a chegada - mas você faz perguntas tão diretas. Antes de mais nada, obrigado pela apreciação do meu escrito.
Olha, adoraria poder entrar por inteiro nesse debate acima, para falar algo que me instiga quanto à produção e distribuição de bens culturais via web - e algo do que não posso me escapar, até porque estarei lançando, em companhia de vários infocaetanautas, justamente essa revista eletrônica, a Impertinácia, que você acaba de citar e que contará ainda com Rádio Web, canal de vídeos pelo YouTube, e em algum momento franqueará Selo Editorial para a publicação alternativa de obras impressas, e um Selo Musical pra lançamento alternativo de carreiras na canção popular.
Sempre me envolvi com iniciativas culturais afins, sobretudo no meio universitário baiano na década de 1980. Fui integrante do Núcleo de Pesquisas do extinto Jornal da Bahia, ocasião em que colaborei com o suplemento Fetiche, editado pelo poeta e antropólogo Antonio Risério. Sou um apoiador das Edições Mac, a editora dos Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana-Bahia, onde já andei publicando alguma literatura minha.
A par de produtor cultural na atualidade, com projetos na área de bibliotecas, edição alternativa de livros, cineclubes, escolas de iniciação musical etc, sou advogado com atuação civilista.
Sei que existe doutrinariamente uma visada jurídica interessante pra muito do que segue debatido acima.
Sabemos que o Direito reflete a estratificação social ou de classes de uma sociedade. Numa sociedade democrática, por admitir a livre correlação de forças sociais, teríamos que dar vazão à dimensão do “contra-direito”, uma pretensão de juridicidade alternativa, ou melhor, de reconhecimento da legitimidade de certas forças da sociedade em se contrapor ao Direito já estabelecido em normas, não no sentido de incitar o desrespeito generalizado à lei, mas de transformar ou flexibilizar a sua aplicação, quando não for possível inovar a legislação para atender a realidades emergentes. O que já é a tônica nessas transformações tecnológicas baseadas na explosão de possibilidades de interação e circulação de informação e cultura pela internet. Há muita “norma” não escrita já regendo muitos acontecimentos nessa esfera, e juízes já começam a ser levados a reconhecer a eficácia dessas “leis” não votadas em parlamento. Desejo trazer exemplos concretos em algum momento.
Não tenho podido vir me dedicar ao debate, justamente pelo engajamento em trazer à tona a Impertinácia, que, como digo, será uma revista web viva, tão viva assim como detectei acontecendo aqui nesta OeP num dado momento.
E muito do que persigo ler acima na atual discussão (assim como coisas ligadas ao mesmo tema salpicadas em outras páginas daqui), ainda não li satisfatoriamente tudo, irá ser valioso para a “política” cultural de nossa revista eletrônica.
Saiba que as idéias vieram sendo lançadas por mim aqui desde páginas atrás. Miriam Lúcia chegou a repropor e trazer-me sugestões interessantíssimas.
Quem tiver curiosidade, e usar o Google Desktop para indexar o conteúdo integral das páginas desta OeP, basta pedir no buscador pelo nome da revista e/ou por um de meus prenomens e Miriam, que todas as ocorrências relacionadas com a germinação dessa orquidéia serão apontadas.
As linhas guias já foram lançadas, sim, e aqui mesmo, e vão para além de Caetano, nada mais natural isso, por não ser mais o espaço web dele, conquanto, para o lançamento, seria uma honra, para mim e os demais companheiros impertinazes, a gente poder resgatar a experiência, que foi embarcar nesta infocaetanave estes meses todos, com um post principal escrito pelo Caetanino (bem que podia ser o tão anunciado em outro momento paralelo entre Rio-São Paulo), outro post adicional pelo Hermano, no sentido do que falei no meu último cmt. acima, e ainda um post-depoimento do diamantino Salem, a pessoa de maior presença dentre nós nesta nave.
Para o caso disso não ser possível, eu já tenho um nome de expressão nacional, que somente seria publicado na “segunda” edição da revista, pra ter o seu texto publicado no lançamento.
Penso que devam ser, nas edições normais da revista, liberados quatro posts por vez, variando bem as áreas de interesse: música; artes visuais, audiovisuais e cinema; literatur; e cultura no sentido lato. Será possível voltar a um post que não está mais na página principal e o comment novo aparecer sinalizado nessa página (numa tarjeta quase ao final da página), assim convocando mais interessados a retomar um dado assunto.
Tenho recebido por e-mail coisas maravilhosas para a Impertinácia, a exemplo de um trabalho sobre textos inéditos do Oswald de Andrade. Além do mais, mediante autorização, repostaremos na Impertinácia textos de destaque selecionados de outros espaços web, com os quais já venho formando parcerias.
O espaço que lançarmos terá, portanto, uma dinâmica afim com a que aconteceu e acontece aqui na OeP, misturando blog, fórum de discussões e rede social de relacionamentos virtuais num mesmo lugar.
Inclusive estarei deixando de lado de vez a advocacia forense, ficando apenas com a consultiva, a fim de me dedicar de corpo e alma a isso.
O pré-piloto está sendo preparado para ser discutido e aperfeiçoado por um grupo de interessados nas próximas duas semanas, até chegarmos ao piloto que será posto online. Ou seja, desde a concepção e, assim como quando estiver no ar, dada a sua própria natureza de revista web viva, será uma: obra aberta.
Caso você, Joana, e qualquer outro infocaetanauta, tenha interesse nessa trajetória que nos levará ao piloto, basta afirmar seu intuito que receberá, em breve, um e-mail com instruções de participação.
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eu volto amanhã, dentre outras coisas, para continuar beliscando Labi Barrô (Labô) - ela gostou!
adoraria que a turma daqui da Bahia me contatasse, dentre outras coisas, para sugestões e parceria na montagem, tal como explicitei no meu comment anterior, da página local de serviços e de divulgação cultural, acessável por alguma das abas da revista eletrônica
não demore pra postar. fiquei tão curiosa sobre o chelpa. tenho muita vontade de ver.
penso e repenso sobre o little joy. e sempre fico com a sensação que algo não encaixa. o som tá interessantíssimo, mas tem alguma combinação que tenho a sensação que não perdura. chego no rio 1 dia depois do show deles, mas nem tive uma só cosquinha de vontade de me antecipar pra assistir.
Joaldo: gostei mesmo do que vc me escreveu. acho que se a Impertinácia puder definir linhas guias claras, para além de caetano, que serviu como elemento propulsor e inspirador pra esse agrupamento, pode ser um passeio bem legal. aqui, no blog, tudo está mais amarrado em torno de Caetano e da Obra. interesses que mantém o foco da galera, orbitando ao redor do mesmo núcleo. então, me perdi um pouco: qual é o núcleo na Impertinácia? e pretende expandir em qual direção? e sua motivação, nasceu de que?
e que pra bom entendedor, meia palavra.
e que talvez, não se esteja lendo os comments direito, talvez por ser fim de ano e tal, não sei…
e que caetano poderá ir onde quiser, ele volta pra casa e vai ler. livros. livros que dançam. e ele estudou direitinho, fez faculdade. eu não, por exemplo. sou um torto. um câncer para o novo pensamento moderno[so] que ajuda a manter filosofia, história da arte e outras disciplinas num pequeno grupinho “sórdido”, multicolorido e privilegiado [como o nosso].
não fui eu que inventei o mito da caverna. foi platão. dei meu juízo pruma criança pobre…não tava usando mermo…
[claque]
então o que se está dizendo é que o povo não precisa das letras de caetano? que “ele é feliz assim mesmo, deixa o povo dançar…” isso que é excludente.
então o pedreiro não tem questões existenciais? claro que não.
a idéia é manter o povo na política de pão e circo? só por cima do meu cadáver, eu tenho um nome a zerarrrr…
[estática - chhhhh...]
gosto de dançar. e de pensar. e às vezes penso dançando. penso que nenhum experimento científico é confiável, se o cientista faz de-um-tudo pra chegar no resultado que satisfará sua nescessidade de dar uma resposta à folha de são paulo e quetais. é um lance reativo também. acho que a defesa de uma tese baseada em falsos sofismas é tiro no pé [não falo de você, não. falso sofisma é o que não falta por aí].
acho que me perco…mas me perdendo, me acho, diacho. acho que o exemplo do james brown foi sofrível, um equívoco total…
acho que vai chover…e como disse um dia, mário reis, “vai haver barulho no chatô”.
[corta para o papo do download]
“repressão”? usar a palavra repressão daquele jeito, aqui no blog de caetano? fiquei constrangido pelo gil, acho que foi uma idéia infeliz…já tivemos repressão demais aqui neste país [desculpe gil, mas não posso deixar passar essa, porque me incomodou muito].
[close no gil, fulo da vida comigo]
acho que “eles venceram e o sinal está fechado pra nós”. pra todos nós.
acho que se virgínia rodrigues estivesse aqui comentando, poderia dar importantes contribuições. ela saiu da caverna. e sabe disso.
eu vivia numa caverna também. achava quentinho, aconchegante, tipo um útero. mas aí veio um anjo louco com asas de avião e me disse: “toma, glauber, toma que o filho é teu!”
acho que o papo já deu.
CASTELÍSSIMO
Pra mim as dissonâncias são sempre excitantes no campo das idéias. Mas eu sempre pedirei desculpas quando alguém que gosto muito der algum sinal de dor. A dor sempre tem suas razões. Por isso dei razão ao Nando e pedi desculpas fraternas. Gosto muito dele pra me apegar a uma discussão que começou a virar um loop.
Gosto muito do Dafé!
GLAUBER
Tom Zé não é um intelectual. É um cara de formação empírica, embora tenha feito universidade. Fuçou Smetak, bebeu do dodecafonismo Koellreutter. Estudou o Samba, o Pagode e agora a Bossa com auto-didatismo e talento. Seus atributos não são de origem acadêmica. Ele é o rei da livre-associação. Isso é bacana. Uma qualidade que o leva a grandes acertos, mas também a erros bem bandeirosos. Aliás, erros que nunca me incomodaram e que, pelo avesso, parecem acertos. O que acho meio perigoso é escutá-lo ou lê-lo hiperdimensionando o seu discurso. Aí, o erro vira erro mesmo. E a alegoria começa a soar uma cagação de regra desembasada. Nunca dei muita trela pra esse lado do Tom Zé. Mas agora vejo que tem muita gente transformando o que ele diz em “pára-choque” de caminhão. Ruim pra ele que é bem melhor do que isso. A última coisa que quero ver é o Tom Zé morrendo pela boca. E torço pra que seus fãs não contribuam pra isso.
E mais: gosto de você, mas tenho lido com frequência você dizer que “eu não estou entendendo” ou que “estou maluco”. Já te adianto que isso não me fere pessoalmente nem um pouco. Mas faz com que a conversa tome um rumo desastrado. Eu nunca suponho que você não tenha entendido o que eu digo. Sempre entendo que você não tenha concordado. O que é legítimo, tranquilo e saudável.
Podemos entender muito bem o que o outro diz, sem necessariamente concordar.
EDUARDO
O papo sobre exclusão social X qualidade da produção cultural é bem interessante. Você tá certo. Eu antecipei que a cilada dessa discussão é a comparação, a justaposição sem critérios, o buraco fundo do gosto.
Você trouxe James Brown e pra mim foi tiro na mosca. Não aguento mais ouvir falar do Dylan. Prefiro ouvi-lo. Não calypso no Dylan e não há Dylan no Calypso. Em comum apenas o ipisilone.
Isso tudo revela a grande falta que o JOALDO faz.
beijocas nas testas
salem
NANDO, EDU and GLAUBER
Vocês repararam o quanto a nossa conversa mole afugenta as pessoas? Se a gente está preocupado com a diversidade e com maior acesso bem na época das festas, melhor vestir o abadá e “ir pra galera”. Férias para o intelecto.
beijos nas testas cansadas
salem
http://www.youtube.com/watch?v=Lp-cT8j5k8I
música do disco “CÊ”, de 2006.
Eu gostei quando disseram algo assim: “prefiro fazer download, e não pirataria”. É genial! Algo como “prefiro subtarir para mim o bem alheio, e não roubar”
Depois, disseram que a Lei é feita no passado. Só faltava ser feita no futuro, né? E depois punimos todo mundo retroativamente? Avemaria!
Enfim, Sérgio Porto faria a festa. Mas tudo bem, sei que é um papo chato, pra lá de Teerã etc.
Glauber! Quero ver também METEORANGO KID!
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É a coisa mais linda
não, salem. não fico bem de abadá.
aah, não “comprei” idéias de ninguém. tenho as minhas. beijo procê.
Enquanto isso…
Glaubito
Fiquei curioso. Quem disse que você “comprou” idéias?
beijocas sem aspas
salm
“vestir o abadá e ir pra galera” foi só uma metáfora carinhosa pra gente fazer uma trégua. Isso tá parecendo um jogo de tênis com o paredão. A bolinha sempre volta.
Férias pros neurônios. Só isso.
Feliz Natal pra todo mundo!
beijos nas testas
salem
Glauber meu velho. Tá massa seus comentários! Mais vc não respondeu minha pergunta:
O povo faria um som diferente se tivesse educação?
PS: Acho que Caetano largou Filosofia e o Doutorado dele (acho) é Notorium Saber. Minha mãe foi colega de sala dele e me disse que ele largou….
PS2: como sou o único que não tem site botei o link do meu orkut… Que vergonha rsrsrsr
pô, essa coisa de ser firme no que se acredita num debate é fogo, porque a gente gosta das pessoas, respeita, mas não dá pra ficar calado, senão danou-se, né?
quero mandar esse video do beto guedes pra todos aqui. os que comentam, os que não comentam e principalmente, meu compadre virtual salem:
http://www.youtube.com/watch?v=AeW8h7nXAYQ
pra mim, essa é uma das mais lindas canções já feitas.
aah, quando falei que nos 90s costumava ir com os amigos beber na rua da lama [zona], era nas mesas que ficavam na calçada, hein! nunca fui um adepto do sexo pago. nada contra também. é que fazendo parte de uma banda de rock, havia número de garotas suficiente pra manter o pessoal bastante ocupado, hahaha [que comentário chauvinista no natal, shame on me...]
cris, eu te amo pacas, viu, monamú! larguei aquela vida de cabaré, hahaha
fui-me. inté!
Glauber, você baixou idéias ilegalmente? Hein? Hein?
Vellame, voce é filho de Lourdinha? Que maravilha. Gostaria de vê-la para, entre outras coisas, agradecer a informação correta de que eu deixei a faculdade. Na verdade não estudei quase nada. Esse doutorado foi mesmo de notório saber (imagine!) - e me foi entregue em cima de um trio elétrico no circuito Barra-Ondina. É a pura verdade.
joana,
isso de “garotas”, depende de tudo, sempre. rock ou não rock. não gosto do jeito de rockstars que parecem imperadores romanos de filmede hollywood. acho vulgar e cafona. nem o ar de quem espera ser adorado nem da idéia de poder dispor de pessoas para sexo quando bem entender. lembro de fred mercury exigindo 15 rapazes à sua espera no copacabana pálace, quando o queen veio a um rock in rio. quando ele entrou no hotel os rapazes já estavam à sua espera. achei cafona. mas sou totalmente amor livre. se garotas e (por que não garotos?) se sentem especialmente atraídas (ou atraídos) por guitar heroes ou leading vocalists de rock bands, torneiros mecânicos ou integrantes do corpo de bombeiros, é, em princípio, bom que seus desejos sejam realizados. problemas de romance, relacionamento, essas coisas, são um outro papo. mas não é o caso de se decidir exclusivamente entre casamento (oficial ou não) e prostituição. muitas meninas que vão ver a ana carolina mostram ostensivamente que desejam transar com ela. não que ela vá.
ô, joanita,
1] foi apenas uma brincadeirinha [eu até salientei que foi chauvinista]. mas humor é isso, irresponsável…é meio cafona mesmo, terribly sorry.
2] acho que a prostituição tem um papel importantíssimo na sociedade. nunca dispus de ninguém, não.quando se tem vinte e poucos anos, a vida é uma festa. também não curto esse lance de rockstar ou mezzo-rockstar cult não. a gente cresce. cresci. mas foi importante ter feito todas aquelas pequenas bobagens, viver intensamente a coisa toda e ouvir as histórias das pessoas e transformá-las em canção, de alguma forma…
3] sou amigo de minhas ex-namoradas. que foram poucas, na verdade.
4] fui criado por mulheres muito fortes. minha mulher é das pessoas mais brilhantes que já conhecí. desculpe, não tive intenção de ofendê-la, nem às mulheres, a quem devo tudo. não sou o tipo “macho”, pelo contrario, combato isso também.
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gostaria de estudar filosofia no futuro. o que sei, fui catar em livros, por mim mesmo. precisava entender certas coisas…escrevi “necessariamente” e “calypso” errado n’algum lugar aqui…foi mal…typo.
os extras no DVD dos trapalhões são a cereja do bolo, da poltrona…
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poxa Glauber…
muito triste esse seu coment sobre as “garotas pra manter o cara ocupado…” melhor pagar pra ter sexo. sem hipocrisia…
não achei que veria isso aqui nessa Obra, tão espontaneamente dito. feliz natal.
já fui mulher de músico. já apaixonei por músico e é muito triste pra quem precisa colocar o falo dessa forma pra sentir que tem um. isso é o que penso enquanto mulher, que ama música e que já amou muito quem faz música. como vc deixou passar essa?
e mais triste ainda é, como já aconteceu comigo, encontrar um cara e ver muitas coisas maravilhosas nele, como homem, e ele, por estar acostumado a ver as mulheres como “meio de se manter ocupado”, não conseguiu ver o amor qd ele veio, e perdeu o barco. não só perdeu como mandou o barco pra outro porto e ainda ficou navegando onde não queria…
Caets?
a banda Cê, enquanto rocks, também é adepta das “muitas garotas pra manter o cara ocupado”?
e como fazem pra reconhecer e distinguir entre “mulheres pra se ocupar e mulheres pra outras coisas”? hummm…
Joaldo: sou direta sim, as vezes até não sou tanto pras pessoa não se assustar. mas só faço assim quando sinto que vale a pena criar uma conexão forte, profunda. fiquei mesmo a fim de me inteirar mais sobre seu projeto da revista. e pra isso sempre acredito muito nos vinculos e bases com lastro emocional, com história, sempre acredito que a motivação faz muita diferença nauilo que contruimos. por ex: vc contar mais sua história na cultura e no direito já cria essa sensação de ligação, de se saber um pouquinho mais. porque por mais que tudo na web seja muito ´rápido e cheio de informações, o que mais prende a atenção das pessoas é a possibilidade de ir criando um vínculo mais profundo com o que se faz, de onde vem, para onde pretende ir…já tinha visto seu orkut e o que mais me chamou a atenção foram suas fotos, pela historia que deu pra pescar nelas…escrevo melhor pelo mail pessoal. se eu conseguir entender como eu poderia colaborar contigo, na Impertinácia, colaboro sim. mas sinto essa necessidade de vislumbrar tudo o que é orgãnico: como qd vc contou da praia, convidou pro risoto, encontrou lenartei, orquideas, caminhadas, a chapada. isso tudo torna a web mais viva, na minha possibilidade de imaginar e fazer contato,mesmo com tela, letrinhas e separação. te respondi que não estou apaixonada pq entendi que tenho por mim mesma uma visão apaixonada de muitas coisas na vida, então vc não me leu erroneamente ao me perceber apaixonada por alguém. se eu fosse tentar ser mais precisa te responderia que estou apaixonada por alguém que talvez nem exista. se vc viu meu myspace, então viu aquelas orquideas. uma foto num fim de tarde sobre as orquídeas de minha mãe. escreverei melhor pro seu mail. sempre acho as conversas podem ser bem longas. que o bom é ir conversando um pouquinho de cada vez…sempre com pequenas novidades.
Joana, é sempre sublime poder encontrar uma interação como essa que você me provoca, tornando as coisas mais magmáticas, aguçando o meu próprio senso de identidade e atiçando em mim divisar melhor a sua identidade. Em papo com Exequiela por outras bandas virtuais, eu já contei como isso é uma marca muito distintiva minha. Adoro essa sensação da existência de outros eus. Talvez seja por isso que eu seja um ser nada soliplsista. Para mim, o outro não é, em si, nem o inferno nem o paraíso. O outo é primordialmente uma fresta, sem a qual o meu eu se enredaria no uno, e eu tenho ojeriza ao uno: eu quero o vário, o diverso, o plural, a alteridade - eu acho que peguei um visgo disso de minhas andanças com o Octavio Paz: que inclusive me impregnaram de uma sabedoria erótica da qual não quero jamais me escapar. Porque Eros é justo essa ligação com algo maior fora de nós, essa mendicância por algo que nos ultrapassa e nos extravasa: o outo, o Outro, o Super Outro. Uma divinização que sacrossanta, portanto, a alteridade. -Caramba, onde é que é fui parar?
Eu curto muito mais quando alguém vem aqui sendo em si uma mensagem - não significando com isso que desprezo os conteúdos, as idéias etc. Por isso, é que quando a gente vê, por exemplo, Labô (Labi Barrô) passar, dá vontade da gente beliscar-lhe (a bundinha), de tão consistente e pessoal que é o seu caminhar. Então, Joan, vem você com esse seu doce mistério, e a gente não pode deixar de se encantar. Você me reconvoca com as suas palavras recentes aqui, e já com aquele início de resposta ao meu e-mail miguilingüido que escrevei pra você, para o âmbito daquela amizade grandiosa que vivenciei na minha vida, perdida pelas razões que aprofundei no e-mail, e que faz uma falta tamanha. Mas me mantenho aberto a que algo assim novamente aconteça. E em todo o teu mistério eu enxergo uma clareira de que uma amizade assim me reaconteça.
Obrigado por tantas palavras carinhosas. O carinho me move. E eu me sinto ainda mais animado para acarinhar e mover outros. Pronto, esses verbos são pra dizer a você: que já a considera parceira do nascimento da Impertinácia. Estou preparando um e-mail com todo o projeto do pré-piloto. Nele, consolidadarei todas as idéias, conceitos e modelo de sustentação que pensei para essa revista web viva. A primeira pessoa que lerá isso será Exequiela, minha parceira de primeira hora nessa história - tão logo lancei a semente no campo das mentes de vocês aqui, ato contínuo ela se ofereceu pra ajudar: saibam que com a assistência dela, já dispomos de domínio registrado e um e-mail oficial para essa revista eletrônica que estará em breve se tornando uma obra coletiva. Depois da apreciação dela, já está combinado que o pre-piloto passará por outra parceira, Miriam Lucia. A partir de Miriam, definirei uma seqüência que passará, então, por você, viu Joana?, e por mais quem se interessar do grupo que me acompanha pelo Orkut, MSN e Gmail, até chegarmos ao diamantino Salem. O que Salem disser para mim valerá como substrato para a formulação do piloto, que voltará para cada um de vocês reapreciar mais uma vez e conferir a concretude de minha proposta desta obra: aberta. Uma obra que só pode ser boa, pra valer, se for feita por pessoas como você: com essa visão apaixonada da vida, ou apaixonada por coisas que sequer existam ainda - e com isso você está definindo o nosso orquideário! Ah, sim, eu vi esse orquidário de sua mãe no seu myspace - mas sobre isso aqui me calo.
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Venho tendo tantas conversas paralelas com gente daqui por outras bandas virtuais. Além de Joana, bem recentemente, já há um bom tempo com Exequiela, essa leodulceferina que rasgou com uma única unhada o meu coração verdadeiro do peito (sobrevivo com um de silício feito em laboratório, mas é um coração também bem bandidinho, viu Labô?), uma pessoa que tem o poder de provocar crescimentos no meu eu, e vibro por me sentir tendo esse mesmo poder quanto ao eu dela. Há Miriam Lucia, que tanto me reconfortou em momentos pessoais difíceis este ano por motivos de saúde em familia, e que é portadora de uma sabedoria prática e saborosa sem igual. Há Heloisa, que fez irromper o Miguilim que havia em mim: quando eu achava que só tinha ares de Riobaldo. Há Suely Rouco plasmando-me suas verdades - eu não gosto de verdades, mas da forma como Suely quer ‘ver’ de verdade, sim. Há Ana Cláudia Lomelino, um ser que parece existir num universo quântico próximo ao meu: a nossa garota-impertinácia. Há Gravataí, que adora ‘chatear’ com a gente pelo Orkut - como curti recentemente ser o cupido no barato dele com uma musa amorável: a Amanda. Há o Glauber, que curte pelo Gmail os meus comentários autocomplacentes sobre a sua música instigante e dilaceradora da noção de espaço-tempo. Há Nando, com quem, em momentos epifânicos - a gente se telepata. Hã Salem: um cara que consegue consistir e não se consome - diamante. Gente, e há o Gilliatt, como alguém pode ser mais bonito que Gilliatt, sempre nos oferecendo algo de sua vivência peculiar que se transforma para nós em ambrosia e estesia? Gilliatt descobriu em mim um talismã: e eu vou lutar para nunca o decepcionar.
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Por falar em Salem, estou com tanta dificuldade de ler tudo isso acima, porque ando mergulhado em criar as condições de montagem da rádio web que talvez vá ao ar antes mesmo do lançamento da revista Ipertinácia - que não entendi o que ele quer dizer com: “isso tudo revela a grande falta que o JOALDO faz”. Exequiela me ajude a gritar aqui: nãoooooo enteeeeeeeendo! Mas não compreender, eX, como você também diz, não é um maioral exercício?
Perdi o contexto, Salem. Do que você sente falta, de meus textos voadores? Meu caro, eu tenho tido necessidade de cortar as asas do que escrevo atualmente para que a Impertinácia seja um pássaro que vocês possam pegar na mão e dar alpiste, enquanto a gente decide em que região da webosfera vamos soltá-lo de vez. Ou você sente fata de meus beliscões na bunda. Saiba que você foi o primeiro dentre todos aqui a quem eu conferi essa deferência: veja a data da beliscada no Orkut e compare-a com a do meu primeiro beliscão impertinaz dado aqui através da OeP.
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Eduardo Luedy, vamos pensar mais essa história toda pela ótica do Direito, sim. Comecemos pela noção do “contra-direito” deliciosamente argumentada em O que é Direito, de Roberto Lyra Filho, um dos impagáveis livretos da Coleção Primeiros Passos, da Brasiliense.
Olha, eu vivo em Salvador, mas mantendo residência também em minha cidade natal, Araci, sentido norte da BR 116, antes de Tucano-Bahia. Mas tenho uma relação forte com Feira: ensinei Prática de Leitura e Texto, como professor substituto, na UEFS, entre 1994-1996, advoguei na cidade em seguida para a Petroserra Distribuidora de Combustíveis (possível patrocinadora da Impertinácia), sou aliado de Edson Machado na luta editorial que lança livros ao mundo através das Edições MAC (Museu de Arte Contemporânea) e é a terra do meu anterior grande amor de minha vida - por oito anos de vivências.
p.s.: Olha, a Carolina, ou Carol (configurada no Orkut civilmente como casada), que também é daqui da infocaetanave, lá no Orkut criou um fórum chamado: “Vem, Joaldo”. Pinte lá, e me ajude a descobrir o que Nobile José quer fazer comigo ali? Valorizo todas as formas de amar, mas até aqui só me desorientei sexualmente por mulheres. Meus paradigmas, pela ordem em que eu soube de suas existências: a estrela branca Marina de La Riva, a estrela amarela Exequiela Goldini… Mas tenho sempre um coração sobressalente - e bandolero! Oxalá que eu nuca pare de me enamorar… Vocês conhecem A Maçã, de Raul Seixas?
Um belo vídeo pelo Youtube
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sobre downloads de música vale a pena ler este artigo que o Lessig publicou na segunda-feira:
http://www.usnews.com/articles/opinion/2008/12/22/prosecuting-online-file-sharing-turns-a-generation-criminal.html
Seventy-five years ago, Prohibition ended. Just 13 years after launching an extraordinary experiment in social reform, the nation recognized that the battle against “intoxicating liquors” had failed. Organized crime had exploded. Civil rights had been weakened. And an enormous number of ordinary Americans had become “criminals” as they found ways to evade, and profit from the evasion of, this hopeless law.
We’re about a decade into our own hopeless war of prohibition, this one against “peer-to-peer piracy.” The copyright industry has used every legal means within its reach (and some that may not be so legal) to stop Internet “pirates” from “sharing” copyrighted content without permission. These “copyright wars”—what the late Jack Valenti, former head of the Motion Picture Association of America, called his own “terrorist war” in which apparently the “terrorists” are our kids—have consumed an ever growing amount of legal resources. The Recording Industry Association of America alone has sued tens of thousands of individuals. These suits allege millions of dollars in damages. And schools across the nation have adopted strict policies to block activity that the Supreme Court in 2005 declared presumptively illegal.
I do not support peer-to-peer “piracy.” In my books Free Culture and Remix, I condemn explicitly and repeatedly such uses as wrong. And in the hundreds of talks I have given on this subject, I plead with kids not to use technologies in ways that give others a justification for wrecking the Internet.
But though I believe kids should not use the Internet to violate others’ rights, I oppose these failed copyright wars: We have not reduced the amount of peer-to-peer file sharing. To the contrary, it has only increased. Nor have artists earned additional revenues from this battle—settlements don’t go to the artists but to the lawyers.
Instead, the single certain consequence from this battle has been one our government is strangely oblivious to: its rendering a generation criminal. A concerted campaign by rights holders, politicians, school administrators, and increasingly parents has convinced kids that their behavior violates the law. But that law breaking continues. We call our kids crooks; after a while, they believe it. And like black marketeers in Soviet Russia, they live life getting comfortable with the idea that what seems “obvious” and “reasonable” to them is a crime. They get used to being criminal.
This fact is deeply corrosive. As with Prohibition, it is profoundly corrupting. And over time, it will only weaken our kids’ respect for the law.
Old lessons. It is time we recall what the nation learned 75 years ago: The remedy to a failed war is not to wage an ever more violent war; it is to sue for peace. Rather than continuing to sue to stop what no lawyer could ever stop, Congress needs to consider the scores of proposals that have been advanced by some of the best scholars in the nation to legalize this sharing while enabling other ways to compensate artists.
These include a voluntary collective license, allowing individuals to file share for a low, fixed rate; a more expansive “noncommercial use levy” that would be imposed on commercial entities benefiting from peer-to-peer file sharing, to help compensate artists; or most expansive of all, that copyright give up regulating the distribution of copies and instead compensate artists based upon the estimated frequency by which their works are consumed. These and a host of other ideas all raise different advantages and disadvantages—but are better than criminalizing a generation.
The failure of Prohibition taught social reformers something important about regulatory humility: Too often liberals and conservatives alike simply assume that a law will achieve what the law seeks to achieve. Too rarely do they work out just how. Humility teaches us to rein in the law where it is doing no good, if only to protect it where it does good or where it is necessary.
Copyright law’s extremism is not necessary. We can achieve the objectives of copyright law—compensating artists—without criminalizing a generation. We need to start doing that, now.
Lawrence Lessig, a law professor at Stanford Law School, is a leading figure in the United States and internationally in cyberlaw.
eu adoro o ladysmith black mambazzo.
valeu, adoro saber o que está rolando por aí…
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hermano,
- …apparently the “terrorists” are our kids(…)We call our kids crooks; after a while, they believe it(…)We can achieve the objectives of copyright law—compensating artists — without criminalizing a generation. We need to start doing that, now… -
perfeito. é exatamente como eu penso.
sim, caets
também sou de amor livre. amor de fato, porque mesmo relações abertas só funcionam baseadas em combinações e respeito pelos limites de um e de outro, retorno em amor e prazer para ambas as partes.
me incomodou o pressuposto de que, em sendo “de banda”, dá pra contar que sempre vai ter sexo disponível.
resultado: antes existia apenas 1 lost-in-tyme. depois do acontecido, 150 “lost-in-tymes”.
é aquela estrofe do raul:
bzzzzzzzzz…
Sou filho de Lourdinha sim Caetano.
Que legal vc lembrar
Minha mãe está aqui mandando um abraço…
Vc tá na Bahia? Levo ela para vc ver…
“Nunca dei muita trela pra esse lado do Tom Zé. Mas agora vejo que tem muita gente transformando o que ele diz em “pára-choque” de caminhão. Ruim pra ele que é bem melhor do que isso. A última coisa que quero ver é o Tom Zé morrendo pela boca. E torço pra que seus fãs não contribuam pra isso”
2] esse papo sobre cultura e tal, a gente já teve lá atrás, em outros posts. e eu nem tinha lido o que tom zé escreveu!
outros grandes artistas pensam como eu. já ouvi coisas parecidas com o que digo em arrigo barnabé, ney matogrosso, boa parte do pessoal da bossa nova, boa parte do circuito undergroung [rock e hip-hop], nando, marcelo, gente bacana e tão diversa. como todos aqui. mas o que digo vem de conhecimento empírico e/ou observação. sou antes de mais nada, um intuitivo…
3] as aspas em comprar, foi pra dar inflexão, não foi veneno. não gosto de veneno, não.
4] não disse que você tava maluco. foi uma pergunta retórica ["cê tá maluco?"], no intuito de mostrar que o que eu tinha dito estava sendo deturpado e/ou mal compreendido. dizer que alguém não entendeu algo é ofender? se for, desculpe então. não tenho nenhuma intenção de ferir ninguém, muito menos você, que é do seu jeito, que é sempre gentil.
olha, se preferir, esqueça tudo o que eu disse que tenha lhe incomodado e fique com a canção do beto guedes. sinceramente.
5] eu, como arnaldo baptista, “sinto muito”, nos dois sentidos: o da sensibilidade aguçada e o da desculpa, mesmo.
pô, justo eu, o rockeiro-sambista da comunidade do nelson sargento pimenta? minhas intenções são as melhores, peoples…
Glauber e Salém,
Só lembrei de vcs agora jantando com minha comadre que voltou de Luanda falando dos sons (dança, performance, sei lá) que tá bombando lá:
Tarrachinha e Kizomba
Se vcs tiverem tempo de dar uma olhada no youtube e comentar tô curioso para saber das impressões.
Joaldíssimo
A falta que você faz não necessita de contexto. Só texto. Com texto seu a falta se desfaz. Já tô feliz de novo.
beijo na testolândia
salem
Hermano,
O artigo é ótimo, sem dúvida, e traz argumentos interessantíssimos, todos eles apontando para a sensatez quase salomônica do ‘copyleft’, ou creative commons etc.
Também acho que é estapafúrdio criminalizar (ou encriminar) toda uma geração e não sou biruta de supor que os petizes entram na Internet com a idéia de praticar crimes. Não acho que essa situação se resolva com algemas.
Mas é preciso entender que, para além do direito autoral musical - e agora também filmográfico -, há uma coisa maior, que é o direito à propriedade intelectual. Quer ver uma incongruência? Os dois maiores defensores, no Brasil, do Software Livre são Diretores do Campus Party. Pois saiba: a marca “Campus Party” é protegida por direito autoral. Isso mesmo. É uma “trade mark”. Está lá “Campus Party”, com o “tm” ao lado.
Num mundo em que músicas são baixadas, remixadas e “copyleftadas”, presume-se que eventos como o Campus Party também podem ser reproduzidos, não é? Mas, claro que não! Ele é protegidíssimo, registrado em cartório e, quem o fizer - pode apostar! - pagará caro.
O mesmo vale para quem se atrever a reproduzir o livro de qualquer um desses defensores, modificando dois ou três parágrafos para vendê-lo em seguida ou mesmo distribui-lo gratuitamente.
Enfim, é preciso saber que quando mexemos numa parte que integra um todo, o todo também pode ser abalado. E, abalando-se o todo, nada resta desse grande grupo (no caso, a propriedade intelectual, o “bem incorpóreo” etc. etc. etc.).
Sim, concordo, prender crianças é um exagero, assim como soa exagerado usar como exemplo a encriminação de pequenos infantes. Ninguém quer isso. As gravadoras norte-americanas intimaram os que praticaram crimes, não sei se fariam ou farão isso no Brasil.
Mas, como venho dizendo desde o início, não há diferença alguma entre o download e o CD vendido em uma calçada (com a diferença de que o CD “gera emprego”, talvez). Numa análise mais abrangente, e intelectualmente honesta, também não há diferença entre isso e a difusão irrestrita de marcas, livros, discos, filmes etc.
É o fim da propriedade intelectual tal como a conhecemos - não apenas músicas e softwares - que são o que mais facilmente conseguimos copiar hoje (graças aos meios tecnologicamente disponíveis).
Convenhamos, cabe uma reflexão.
Trata-se de um “avanço inevitável” ou de uma espécie de vandalismo sub-reptício com respaldo sociológico meia-sola? Honestamente, a sério mesmo, fico em dúvida.
Usei o verbo “encriminar” duas vezes no comment anterior. Mereço ser preso, INCRIMINADO em alguma lei do mau gosto ortográfico
HACÉ ESOS CIERRES QUE TANTO TE CUESTAN, LIMPIÁ, DESPRENDÉTE DE TODO LO QUE TE PESA,
OXIGENÁ TU VIDA,…………Y SOLTÁAAAAAAAAAAAA!!!!!!! NO MIRES ATRÁS……..DECILE ADIÓS AL 2008……
…….Y DISPONETE A VIVIR UN 2009 CON MÁS ESPACIO PARA DESCUBRIR 365 DÍAS LLENOS DE MISTERIO,
SUEÑOS POR REALIZAR, NUEVOS PROYECTOS, AVENTURAS Y LO MÁS IMPORTANTE:
DE UN PROFUNDO REENCUENTRO CON TU SER ESENCIAL.
AFERRADOS A LAS COSAS VIEJAS E INNECESARIAS, A LO MALO QUE SUPUESTAMENTE VENDRÁ,
NOS ESTANCAMOS Y CORREMOS EL RIESGO DE PERDER MEJORES OPORTUNIDADES.
POR ESO, DAAAALE!!!, SOLTÁAAAAAAAAAAAAAAA!!!!. NO TENGAS MIEDO, CONFIÁ EN TI,,,,,,,,
Y POR SOBRE TODAS LAS COSAS, SÉ 2009 VECES FELIZ!!!!!
[salem] - “Uma criança que toca na bateria mirim da Mangueira é pior do que a minha filha?”
[glauber] - CLARO QUE NÃO FOI ISSO QUE EU DISSE!!! (…) pra que reduzir o debate a essa bobagem de “vocês da classe média que se acham melhores e tal…”. que absurdo! que deturpação do que se está tentando dizer (…) falei classe “c”, porque é a maioría em nosso país, quis salientar a importância de educar as pessoas, só isso.
sobre o lance do youtube, aqui:
[salem] - Quanto ao Faustão no YouTube (…) Pouco importa se na sua inauguração foi isso que rolou. Me importa é que no presente, graças a ele, você mesmo postou e viu uma pá de coisas interessantes (…) Mas você parece insistir na idéia de que “nós” somos privilegiados e devemos educar p “povão” pra que ele não assista o Faustão. tô fora.”
perdoe voltar o assunto. só copiei e colei isso aqui, pra demonstrar mesmo o meu suplício em não estar sendo compreendido.
um natal tranquilo procê e a famía e os amigos! sigamos adiante, que a amizade é mais importante! rimou!
O livro do André Midani é realmente fora-de-série, estou de queixo caído, leiam, leiam, leiam!!!
Não acho que Tom Zé esteja viajando, não, Salém. De coração. Depois, se houver oportunidade e interesse, quem sabe possamos retomar o papo-loop sem loop. Beijaço pra ti e para a Salemfamily.
Castello, adorei o puxão de orelha, demonstração de bem-querer. Beijão pra ti, irmão.
Eduardo, se tolerar a diversidade é se sentir superior eu quero me sentir superior e quero que todos nos sintamos. Sem, com isso, ter que desejar que tudo continue sempre igual como tal e qual. Grande abraço.
Belíssima Noite de Natal a todos!
Nando, eu prefiro ser mais modesto e acreditar que toda posição epistemológica é sempre contingente, situada, historica, social e culturalmente. Foi o Glauber oui foi vc qeum falou na maravilha que são os Trapalhões? Eu também guardo eles num canto especial de minha memória afetiva. Mas a gente poderia usar os mesmos argumentos que vcs usam para desqualificar ou deslegitimar uma porção de coisas por aqui - os tais ‘calypsos, funks e kuduros da vida”. Já pararam pra pensar nisso?
sim, joana, me machuquei muito mesmo. isso é fato. tô até apertando uns parafusos. temo que algum esteja luído…isso é um trabalho para o jairíssimo dr. jairo, hahaha
frase do homer simpson: a culpa é minha, eu boto em quem eu quiser! hahahahahaha
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Gente, acabei de encontrar no youtube música nova dos Racionais Mc’s - meus ídolos!! - “mulher elétrica”. Esse Mano Brown é uma coisa, viu? Das entranhas da escola pública falida brasileira, das favelas mais violentas do Brasil, da juventude sub-empregada… de tudo vem poesia e beleza.
http://br.youtube.com/watch?v=rmKxRVvGtGo
segue a letra:
glauber
sei que vc tem uma outra percepção dessas coisas e se revê, e que todos temos muitas fases em nossas vidas. bj.
Glauber
Entendi tudo desde o começo. Mesmo depois das olulâncias, continuo entendendo o que você disse e discordando. Quando não entendo o que alguém diz, vou logo avisando. Fiz isso diversas vezes por aqui.
Sou um defensor da melhoria da qualidade da educação no Brasil e trabalho na prática pra isso em diversas oficinas, no Instituto Criar, na Casa do Zezinho (que o Marcelo Tas e a Rita Lee descobriram pra mim). Mas não faço por filantropia, nem por diletantismo e muito menos por paternalismo. Faço porque é um caminho maravilhoso, com duas vias. Aprendo demias com os caras. Talvez mais do que eles aprendam comigo.
Agora… meu papo é MÚSICA POPULAR. E em nenhum momento da história da educação brasileira se aprendeu música popular na escola. Só na Escola de Samba. Dizer que estamos num momento pior, de menor produção cultural nessa área, por conta da falta de acesso à educação é uma inferença.
A música popular produzida em muitos países de alto nível educacional é flácida.
Isso não é uma apologia da ignorância. É uma constatação de que a aranha vive do que tece, vê se compreende.
beijo bem educado em escola particular
na testa
salem
O “vocês da classe média que se acham melhores e tal…” não é coisa que eu disse.
Glauber, acho que vc está se referindo à faixa “o tempo é rei” do disco do Kl Jay. É um relato lindo mesmo. Gosto desses lances deles, da liberdade de abdicar dos esquemas mais tradicionais, abdicar dos lances mais rítmicos e até das rimas, deixar uma faixa de 18 minutos num disco ou uma outra falando do dia das crianças (”12 de outubro” que está no último cd deles).
Vocês leram a Ilustrada hoje? A Folha ressuscitou André Barcinski. Depois de citar uma tira dos Skrotinhos do Angeli em que diz “Olha o João Gilberto soltou um pum, ele é gênio!”, o crítico diz que o alvo da piada não era o “compositor”.
André Barcinski não sabe que João Gilberto é “compositor”. Garanto. Ele errou acertando. João pra ele é um cantor. É que o Barcinski escreve rápido e sem o menor cuidado jornalístico.
João compôs Bim-Bom, Hoba La Lá, Um Abraço no Bonfá, Valsa (Como São Lindos os Youguis/Bebel), João Marcelo, Undiú, Minha Saudade (com Donato) e Você Esteve Com Meu Bem?
Essas são as que eu me lembro de cabeça. São poucas mesmo. E André Barcinski deve conhecer Bim-Bom e Hoba-la-la, talvez. Não passa disso.
De restp ele defende a idéia de que Caetano e Roberto foram “desperdiçados”.
Quanto ao André, não foi desperdiçado, não. Fez o que esperam dele: piadinhas sem graça do tipo karaokê ou amigo oculto.
Barcinski não é compositor, mas interpreta bem o papelzinho que a Folha lhe dá.
beijos despediçados
salem
Gosto muito de BOAS FESTAS de Assis Valente, mas a minha canção de Natal brasileira preferida se chama HOJE É NATAL de Cassiano e Paulo Zdanowski.
E é a letra dela que deixo como mensagem do afeto que tenho pelo Caetano e por todos que passeiam por aqui:
beijos na alma
salem
vem coisas especiais de todas as classes sociais. gente é gente, né?
querido hermano: podrías pasar mis saludos por estas fiestas!!!! Yo, desde Argentina, me siento más que hermana de ese maravilloso pueblo del Brasil.
les deseo a todos felices Fiestas!!!!, a cada uno de Uds., a todos!!!!!!
besos, siendo las 23:58′
BESOS HERMANO
BESOS CAETANO
BESOS A TODOSSSSSSSSSSSSSS
JU
Eduardo,
Você usa desqualificar e deslegitimar. Eu usaria qualificar e legitimar criticamente.
Prefiro as versões “piano solo” das canções de Camelo. Ele mesmo não resistiu, e pôs duas no álbum.
Caetano
Que alegria que Diferentemente não ficará de fora. Espero seu novo disco como Penélope esperou Ulisses.
Se por um acaso for gravar um disco só de músicas do Rei, sugiro “Eu só tenho um caminho”.
abraços
caets,
sim, grave um disco com músicas de Roberto! como já pediu majeca aí acima.
(que gente louca aqueles críticos esquisitos que não enxergam um palmo a frente das sobrancelhas e não prestaram atenção no melhor do show)
“que gente louca aqueles críticos esquisitos que não enxergam um palmo a frente das sobrancelhas…”
hahaha. perfeito, joanita.
…………………
rita lee jones é uma explosão de brasilidade!
as curvas da estrada de santos…putz! muito cool, no melhor dos sentidos.
bob charles fields forever!
Luedy e Possenti estão enganados. Luedy não viu que Possenti não viu que eu não descarto “sífu”. Prefiro “sifo”. Mas escrevi que “sífu” seria grafia correta para o paroxítono que se fala. Para as regras de escrita do português, que eu amo e acho necessárias, “sifu” é a transcrição de um oxítono. Fui à primeira sílaba de “foder” para chamar atenção para um sintoma. Nem o exemplo de Salem (”pênis”etc.) me convenceu do contrário: há desprezo pelas palavras não científicas relativas a sexo. Conheço “sífu” (que, aliás, o pedante Possenti grafa, como eu faria, com acento agudo no “i”) e “mífu” e tudo o mais que o Ziraldo lançou no Pasquim. Mas o próprio Ziraldo escreve “jaco” (para “já comi”) e não “jacu”, embora cariocas digam “cumi”. Possenti tampouco leu aqui os comentários que trouxeram o “sefo”. Não tem nada a ver. É uma questão de transcrição fonética. Mas duvido que alguém pronunciasse “sefô”: “sefo” é um paroxítono evidente. Alguém do Rio para baixo dirá “sêfo”; alguém da Bahia para cima dirá “séfo” (sempre com o “o” soando como um “u”). “Sifu” é um oxítono não tão evidente assim (inclusive pelas razões que eu já dei), mas para mim, pelas regras de escrita que aprendi na escola e que orienta os brasileiros em quase todos os casos (sendo justamente esse uma exceção desorganizadora que me incomoda), é um oxítono. Possenti não me pareceu um espírito muito atento e cuidadoso. Temo estudiosos assim apressados. E afinal não vejo por que “sifu” nasceu assim, errado, no Pasquim, e assim ficará para sempre. As palavras escritas também mudam. E podem contribuir para o destino da língua. Bem, hoje é dia de Natal e fui até Cabuçu (oxítono em “u”, sem acento, transcrição de palavra tupi) levar meus filhos para verem minha mãe: estou com sono. Essa é a razão por que não escrevo mais sobre esse assunto. Na verdade, me divirto em esmiuçar os moviementos do nosso português. Poderia, assim num blog, escrever muitíssimas linhas sobre cada detalhe. Sou um diletante apaixonado, um amador da observação da língua. Mas, pelo que li do Possenti, confio mais em minha percepção do que na pose de doutor que ele fez no quinau que julgou dar.
¡Si pudiera, MATARIA al pepino! ¡SI pudiera, MATARIA a la Navidad!
Bueno, en realidad no mataría a la Navidad pero el 24 de mañana, comprando los últimos regalos, muerta de calor y con un humor de perros me acordé de Caetano y lo que había leído en VT y se me fue el mal humor instantáneamente. Tengo un sentimiento encontrado con esta fiesta, me provoca lo que yo llamo una alegría-triste pero al mismo tiempo es una fecha que sirve para encontrarnos con algunos primos que viven en el exterior, aunque sea para confirmar que a medida que pasan los años tenemos cada vez menos cosas en común entre nosotros, al menos con algunos, y que lo único que nos une es el recuerdo de la abuela, la “Abu” que todos adorábamos. En fin, Caetano ha tenido tanta presencia en mis navidades como ya comenté, que no quise perder la oportunidad de saludar en este año tan especial, año de esta obra en progreso que por suerte descubrí, tarde, pero que acompaño diariamente a partir del encuentro. Digamos que este encuentro fue un regalo de Navidad adelantado. El más lindo por cierto de este año. Además ayer fue el “cumpleaños” de VT y de Ce. Para mi nacieron el 24/12 de 2005 y 2006 respectivamente. A las 12 brindé con toda mi gente “visible” y recordé a mis “amigos” invisibles, imaginarios o lo que sean que acompañan mi vida diariamente en esta página.
A Hermano Vianna, tan importante en este proyecto, un saludo especial. Digamos que fue el “culpable” de que me reprimiera al principio de escribir, luego de leer las instrucciones sobre lo que NO podía escribir y este primer encuentro con el fue bastante traumático. Le tenía terror ante tanta prohibición. Hasta que Caetano nombró a DB y se me fue el miedo por arte de magia y ya Hermano me dejó de parecer un “monstruo” malvado y se me reveló como alguien muy “querible” y tolerante. También me enteré de quien era, de su trabajo, ya que hasta ese momento no lo sabía.
Bueno, me despido. Un buen año 2009 para todos y para Caetano un beso especial (o mejor muchos, pero no más de 20).
También un saludo especial a EXEQUIELA y JOALDO que me han hecho reír (y pensar) mucho. Realmente me emociona la pasión que ponen. Exequiela con su estilo desenfadado, alegre y Joaldo con una manera de transmitir sus ideas, su pasión por algo, que no exagero, me ha emocionado alguna vez hasta casi las lágrimas. Estoy a la espera de Impertinacia por cierto.
Felíz 2009 para todos.
Comunicando
Cada um tem o seu jeito próprio de dizer as coisas.Com ironia,doçura,determinação etc,e essas nuances perdem-se quando passadas através da frieza de impulsos elétricos transmitidos por teclas de computador.
Quem sabe o webcam ajudaria a resolver a parada no OeP ?
Hermano-Caetano colocaram na websfera um caleidoscópio de múltiplas e fascinantes possibilidades.(muito alem de um blogchat).
_____x_____
Castello.
caetano, o lance de voce incluir INCOMPATIBLIDADE DE GENIOS no disco, as vezes me passa pela cabeça de ser um lance meio ” Nao me arrependo” do disco CÊ.
Uma coisa meio inconsciente de nao conseguir superar…
né naum? risos.
…………………….
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para a banda cê eu tiro todos os meus chapéus. e sinto um orgulho bobo, porque são de minha geração. uns mais, outros menos, haha. e porque é uma moçada que recebeu os mesmos raios gama que eu. da música pop gringa e da música brasileira.
mas falando destas novas canções, “falso leblon” [que nome sensacional], “lobão tem razão” e “lapa” são as minhas preferidas. esta última, então, é linda demais e a letra…”falta o mundo ver”, “amo nosso tempo”, que frases! simples e perfeito.
solidão é um tema recorrente [como no "cê"]. a solidão de quando se está só mesmo e aquela de quando se está numa festa de largo ou praça de alimentação de algum shopping ou num grande show de rock ou numa festa vip num loft qualquer e a última coisa que se quer é estar ali. e no entanto, nem se sabe onde se quer estar…divaguei, foi mal.
o disco me passa a idéia de que a vida é boa. e é.
aah, cê recebeu o vinyl de caymmi que deixei na portaria?
A Revista Trip fez uma bonita matéria/entrevista com o Rodrigo Amarante:
http://adm.trip.com.br/173/negras/01.htm
Falam do Little Joy, crise financeira, Marcelo Camelo, Los Hermanos, presente e futuro… Não encontrei a data, mas deve ser recente.
bjs.
Achei muito interessante o texto postado pelo Hernamo, da mesma forma que tenho uma idéia objetiva sobre este tema de donowload de musicas na internet, na verdade ainda não sei porque os artistas não se libertaram um pouco mais, ainda pouco vi um vídeo no youtube onde num programa de tv estavam Maria Bethânia e Alcione e a Bethânia falava da briga dela com a gravadora quando quis chamar a Alcione para cantar com ela e que a gravadora contestou dizendo que a Alcione cantava samba e ela (Bethânia) cantava MPB, mas o caso não é este o caso é que as gravadoras estão sempre querendo mandar na vida do artista e se tem um momento de revolucionar é este, não sei se os mais antigos conseguirão se desvincular deste elo, empresários x gravadoras x artista, mas os mais novos seguramente terão muito mais autonomia.
Para mim a solução deste problema de download de musicas acontecera quando os artistas perceberem que se pode ganhar dinheiro com isso também, tem uma infinidade de gente ganhando dinheiro na internet e, não somente com musica, tem sites ai que valem milhões, o myspaces é um deles: “O site de relacionamentos MySpace lança nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (25), uma iniciativa anunciada em abril para a oferta de músicas — pagas e gratuitas — de grandes gravadoras. Sony BMG, Universal e Warner Music já faziam parte desse acordo, que teve recentemente a adesão da EMI e da The Orchard, voltada à música digital independente.”. Mas na minha opinião eu pensaria um pouco mais alem que isso. A Apple já saiu muito na frente neste sentido e esta dominando um mercado de MP3 e vídeos com seus Ipod, ou mesmo os celulares com altíssima qualidade de imagem.
Aqui em casa o Franco pergunta: por que tenho a obrigação de comprar 1 CD inteiro quando somente quero 4 ou 6 musicas do mesmo? Porque tenho que pagar por outras 5 ou 6 musicas que não gosto e não quero? Não me importo de pagar mas quero pagar aquilo que vou usar, no caso escutar. Isso daí incomoda as vezes os artistas, mas é uma realidade que ele não pode fugir, o gosto musical é individual, e muitas vezes do mesmo artista você gosta de tal obra e não gosta da outra, e esta mentalidade, que foi imposta pelas gravadora é que tem que mudar, as pessoas hoje estão mais acostumadas a esta liberdade de escolha, os tocadores de MP3 são milhões e a maioria dos celulares hoje tocam MP3 e tem alguns com memórias de grande capacidade, então hoje ninguém pensa mais em levar consigo 12 ou 20 musicas se pensa em 300 ou 1000 ou 5000, enfim depende da capacidade do seu tocador de MP3, mesmo assim, eu por exemplo tenho 3 memórias para o meu celular, cada 1 tem 2 GB de espaço e uso 2 somente por musicas e 1 somente por vídeos, dependendo do dia coloco 1 diferente.
O maior problema dos downloads é que tem muitas empresas interessadas nas vendas de tocadores de MP3 e vídeos, o mercado esta ávido e a todo vapor nesse sentido e querer remar contra a maré não vai dar certo.
O problema do “contrabando de musicas” ou seja dos downloads ilegais existe e existira ate que não se mude este tipo de comportamento bitolado, se todos os artistas se propuserem a vender a musica avulsa em seu próprio site se poderá começar a querer mudar a mentalidade das pessoas que fazem downloads, mas se estas pessoas não tiverem outra opção não se muda nada. Falar que as pessoas são criminosas não creio não, as pessoas estão sim é sem opção, querem mante-las presas nos moldes que as gravadoras impões e abusam dentro do mercado e que ninguém mais esta disposto a atender.
A pirataria para mim é uma outra coisa, seria você vender os CDs ilegalmente, mas isso também somente é possível pela mesma razão colocada acima, o dia que as pessoas tiverem acesso a todas as composições e puderem comprar a baixo preço, porque se compra 1 musica e não mais 1 CD, o interesse de se comprar um CD destes pirata acaba. Trabalhei na área de informática e posso afirmar que hoje muitos brasileiros possuem um PC e nele no mínimo tem uma gravadora de CD, a maioria tem os tais do tocadores de MP3 e tem acesso a internet, os que não tem PCs vai numa lan da vida e pegam musicas por lá mesmo.
O que falta hoje é um bom empresário que tenha esta visão voltada para a musica, as lojas virtuais estão ganham muito dinheiro, tem loja virtual ganhando muito mais que loja real, e isso inclusive com vendas de CDs, imagina se vendessem 1 musica, é que isso ainda não foi regulamentado, como muitas outras coisas ainda não o foram, (falando do mundo virtual, em internet) mas tem que mudar, se perde mais lutando contra do que vendo uma solução a favor.
Idéia Miriam Lucia: O Caetano por exemplo tem o site dele, bom ele ali no site vende as musicas em formato MP3 ou Wav, ou o formato que se desejar, cada delas por um qualidade melhor e por ocuparem um espaço maior (mais gastos de armazenagem etc.) podem ter um valor diferente (as mesmas coisas pensando em videos), as pessoas se cadastram e compram com cartão as musicas que lhe agrada e compõe seu próprio disco ou discos, isso alem de ter um baixo custo para o consumidor, dará a este a possibilidade de montar seu CD como desejar, ou apenas colocar as musicas no seu tocador de MP3. Na minha opinião isso é o que mais leva as pessoas a fazerem os downloads por ai, as pessoas buscam “aquela” musica, montam os seus próprios arquivos com varias musicas de diferentes artistas, mas como ele gosta e não como o artista idealiza, ou pior como a gravadora pensa que tem que ser para ser “mais comercial”. O artista pode lançar no seu site outros artistas e ganhar alguma coisa com isso também (porque não?) certamente se ele não fizer algum outro o fará, pode ganhar com propagandas nas paginas, patrocinadores estão em todas as partes quando se trata de internet. Isso não impede o artista de criar um CD, pode-se dar esta opção de fazer o download do CD inteiro e tem muita gente disposta a comprar.
Ah! as “crianças” imitam os adultos acho que isso não foi dito.
Beijos a todos
Miriam, desculpa, vender CD pirata é o mesmo que fazer download ilegal - lógica ou juridicamente. Pode ser uma questão de ponto de vista, e aí trata-se de respeitar a opinião alheia. Mas, na prática, trata-se de subtrair para si a propriedade intelectual alheia.
No caso da venda de CD ilegal, quem o faz é o cidadão desprovido de boa conexão à internet. Quando ocorre o download, a prática é realizada por quem possui esses requisitos. Simples assim.
O resto, como dizem, é história.
E concordo com vocÊ. Podemos mudar muito tudo isso. Enquanto não mudarmos, porém, é preciso cumprir a lei - como cumprimos em razão da Pena de Morte, da escravidão e de tantas outras coisas. A desobediência civil é uma bandeira razoável quando se trata daquilo que, curiosamente, faz bem ao que queremos imediatamente. Mas nem sempre é uma bandeira inteligente.
Pensemos nisso. Vejamos, por exemplo, a insensatez daquela passeata inconseqüente contra o resultado das urnas no Rio de Janeiro, contra o que Caetano Veloso protestou na primeira hora aqui no blog - aquilo é uma forma de desobediência civil que tem muito mais a ver com “birra” do que com um pleito fundamentado.
Besos natalinos.
Fernando/gravata etc.
Miriam, confundi as bolas aqui graças aos espumantes traiçoeiros natalinos.
Mencionei a escravidão como o exemplo mais bem acabado de desobediência civil que culminou com uma mudança de ‘legislação’ para o bem comum.
É um exemplo extremado, sem dúvida, mas serve para dizer que não acho ruim que pressionemos autoridades constituídas e todos os demais para que possamos modificar as leis. Não, mesmo.
O que não admito é a conversa-mole de que “uma coisa não é uma coisa”. Isso não dá, né? O sociólgo tal diz isso, o jurista tal diz aquilo. Poxavida! Não é assim. Claro que estão errados.
Vamos mudar as leis? Mudemo-las. Mas, antes disso, nada do que disseram tem validade alguma, são pressupostos estranhos, estapafúrdios, até.
E, repito: o download não difere em nada do CD pirada. Nada. São a mesmíssima coisa. Não há meio de se fazer uma diferenciação normativa. Qualquer que seja o instrumento a permitir download ilegal, ele obrigatoriamente permitirá a circulação de CDs piratadas - talvez não por meio de comércio, mas de outras formas escamoteadas (mais ou menos como o Lobão fez com seu CD, que não era exatamente um CD, mas uma revista dentro da qual vinha gratuitamente um CD; para fins tributários, portanto, era uma revista).
Os brasileiros somos criativos. Não só para a parte dos tributos, mas para explicações tergiversantes quando se trata daquilo que gostamos e do que precisamos e fazemos. Em suma: para tirarmo-nos da reta.
E agora eu vou, mesmo
Miriam
Interessante o seu raciocínio sobre o donwload como destino comercial. É por aí mesmo que as coisa estão caminhando. A única dificuldade que tenho (isso é pessoal) é essa individualização da canção (track). Eu, como a maioria aqui, aprendi a observar canções colocadas uma ao lado da outra. Os álbuns têm sempre uma “curva dramática”. Impossível pensar em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band ou em Tropicália ou em Transa sem a sintaxe da obra fonográfica.
Claro que isso também está mudando. Canções tendem a ser um produto mais avulso. Mas uma canção se torna outra canção quando ao lado de outra e de outra e de outra.
Por isso não gosto dos CDs de compilações.
Mas a realidade é essa aí mesmo.
Caetaníssimo
Que bela réplica ao tal de Possenti! Logo que li o texto dele também me lembrei dos coments daqui que já mencionavam o “sefo”. Não dá pra um cara criticar um POST de um blog em outro blog, sem ler os desdobramentos.
Você sabe que no caso do “sifu” eu pouco me envolvi porque estava mais perplexo com o desvio humorado que a expressão causou em um ambiente onde o assunto era a morte de brasileiros.
Mas adorei você ter lembrado do meu pênis, he he. Aliás temo que agora os nossos amigos daqui comecem a ter inveja do pênis do Salem.
Mas o que achei deprimente foi o cara escrever que se você discorda da grafia, “então ela deve estar correta”. Com a piadinha sem graça: “de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada.”
Cacilds… eu não espero nada desse Possenti. E dele não saiu nada. Que raciocínio enviesado o dele. Afinal, daqui esperamos muita coisa. E daqui sai muita coisa!
A cada dia fico mais feliz com esse blog. E aproveito pra dizer que aposto as minhas fichas nos “7% da nossa capacidade total de nos fazer entender” através da palavra escrita, contrariando nosso querido Castello.
Imaginar Dona Canô rodeada de netos é uma grande inspiração pra entrar em 2009.
Beijos nas testas de Tom, Zeca e Moreno.
Feliz Ano Novo aos grandes amigos que fiz por aqui.
E um grande abraço digital ao Hermano.
Obra em Progresso foi das melhores coisas que rolaram desse 2008 maluco.
besos
salem
Vale a leitura…
Kuduru, tecnobrega, funk, novo mercado musical, etc…
bjs.
NÃO,não e não.
Não é simplesmente reclamar do resultado da eleição, mas sim de como transcorreu esse tal pleito. A sujeirada não foi somente no Rio de Janeiro, o Brasil foi tomado pela legitimação do crime eleitoral.
Faço parte desse movimento que você cita, é o Movimento Pró-democracia, e o que ocorreu na referida manifestação não tem nada a ver com o que você escreveu aí em cima nem com o que Caetano disse há alguns tópicos.
Foi, ao contrário do que você se refere, uma passeata mais pela obediência civil do que o contrário. Você lembra daquelas propagandas da abelinha, do sapateador, etc? Lembra do pronunciamento do ministro do Tribunal Eleitoral? Pois é… Fizemos o que qualquer cidadão deveria fazer, fiscalizar e denunciar os crimes eleitorais… Grande parte da imprensa não compreendeu que não éramos pró-Gabeira,mas sim a favor de uma outra forma de se fazer e pensar política.
Infelizmente o seu comentário faz coro a todos aqueles que não veem com bons olhos aos que desejam mudanças. Somos pessoas que desejam fazer algo mas que ainda não sabem como e esbarram no cinismo do coro dos calados.
Que prefeito eleito é esse que no dia de sua diplomação saiu pelas portas dos fundos da Câmara com medo de meia dúzia de manifestantes? Não havia ninguém para aplaudir o cara, ninguém.
Acredito que sua falha tenha sido por falta de informação.
Desde já peço desculpas pelo tom.
Esse meu comentário foi para o Gravataí.
Caros Fernandos… hahaha!
Fernando Gravataí eu não acho que download de musica seja licito, ao contrario eu valorizo muito o trabalho do artista, a criação seu trabalho no desenvolvimento de um CD como este em que estamos participando aqui é sempre grandioso, depois tem também a questão dos vários shows para promover o CD e tudo isso pode ser ate exaustivo, então não seria “maluca” de ir contra este trabalho, jamais. O que falei e, pode acreditar, é que o penso que será o futuro das musicas, ou os artistas e as gravadoras decidam dar uma outra possibilidade ou a infração vai continuar existindo, isso porque, como já coloquei, as grandes empresas tem interesse nisso, se tem uma coisa que move o mundo é a grana, e isso se da por vias legais e ilegais também, um exemplo esdrúxulo seria o jogo do bicho. Pirataria de musica poderá sim ser combatida quando se der outras possibilidades de uma aquisição de musicas a baixo custo, não disse que seria a mesma coisa pirataria e download, a minha sugestão foi inversa, a pirataria é sempre crime e, nesse caso, para o governo o que mais importa não é a questão dos direitos autorais, ela esta mesmo preocupada é com a falta de arrecadação de imposto, pode crer.
Como regulamentar? Pois é eu estou vendo as grandes empresas que estão a cada dia investindo mais em tecnologia para tocadores de MP3 e telefonia celular com este propósito, como a que citei a Apple, mas tem a Samsung, a Sonny, Motorola, Nokia e por ai vai, e sabe em que mais as empresas de celulares investem hoje? Em conexão a Internet, hoje as pessoas fazer os downloads pelos seus celulares. O Windows é um dos produtos mais pirateados do mundo, deste seu lançamento ate hoje e, olha que isso tem anos, é difícil controlar pirataria neste tipo de tecnologia, falando de internet então isso daí fica muito mais complicado, por isso que falei que não dá para ir contra, se tem que estudar uma forma de abrir para que as coisas não sejam assim tão descaradas. Esta semana li a respeito da policia federal americana ter “jogado a toalha” com relação a downloads de musicas na net, agora se começa a pensar em punir os provedores que permitem que seus usuários façam isso, mas isso daí não adiantaria nada porque existe uma serie de “programinhas” para escamotear a conexão, tem sites que te escondem e você navega dentro deles sem identidade, sem contar que os provedores não tem interesse em punir, veja aqui na Itália alguns negaram aos seus clientes o acesso a programas como o e-mule, foram processados porque não existe lei que o autorize a isso, se o provedor diz que vende acesso a Internet irrestrito então não pode sair bloqueando, em 1 semana estava tudo normalizado e agora ninguém mais fala nisso, mas veja que se desejarem a coisa poderia ir por ai mesmo, mas a “coisa” é vender. Se pode pensar em fechar as portas, mas não se pode pensar isso sem abrir uma outra porta que seja licita. Não se pode colocar no mesmo balaio quem faz download de musicas para escutar com quem o faz por comercializar. Estes ilícitos da maioria dos downloads é cometido por pessoas comuns, não são criminosos, não tem índole de criminoso, não visam lucro, na verdade nem o prejuízo do artista visam, querem apenas poder ter determinada musica, só isso. Eu acho que a gente esta restringindo a questão a Brasil, mas a Internet é mundial e download de musica acontece em grande escala.
Hoje fui ver esta banda que o Caetano falou no post novo Do Amor, li uma matéria que eles fizeram um CD com 5 musicas e custava R$ 5,00 reais, me pareceu muito original. É por ai aos poucos as pessoas vão se enquadrando na realidade atual, apenas não encontrei um MP3 deles para comprar porque ate compraria. Da mesma forma que compraria umas do Teclas Pretas do Glauber Guimarães que andei escutando por ai.
Leges bonae malis ex moribus procreantur = Dos maus costumes nascem as boas leis (vamos esperar)
Fernando Salem creio que é muita informação e nada de querer virar monge no Japão hein! Adorei seu clip fiquei mesmo viciada nessa musica, muito legal mesmo, vi outro dia no youtube e hoje vi também no Myspace, gostei de tudo mas, esta daí me fisgou e não me saiu mais da cabeça…!
Olha eu concordo com ti com relação a elaboração do CD, também não sou fã de compilações, mas tenho meus arquivos de MP3 que carrego comigo por onde vou, uma que nem da para levar os meus CDs favoritos por toda parte, e estes arquivos pequenos fica bem mais fácil de transportar. Na minha idéia eu não aboli os CDs, apenas acho que os artistas tem que dar estas possibilidades de se fazer estes downloads de forma legal, nem penso que isso ira reduzir a compra de CDs originais, porque quando a gente vai a um show ou vê um show tem uma serie de outras coisas que envolvem a interpretação do artista que quando você baixa uma musica isolada isso não existe. Inclusive esta idéia que coloquei é exatamente por valorizar o trabalho do artista se a musica é dele ele tem direito de vende-la e não se pode continuar a dar possibilidade de que a coisa continue assim como esta hoje. Num post, que não achei qual era, o próprio Caetano fala da dificuldade de colocar as 2 versões de Incompatibilidade de Gênios em formato MP3 inclusive no próprio blog, daí os clipes do youtube, e daí o remix da Paloma que usou somente a musica, e bobear já se tem MP3 com as 2 versões.
Ri muito com a estória do pênis do Salem!
Agora pularei para o novo post que tem muitas coisas interessantes tambem.
Beijos a todos
Eduardo
Sigo a tua pista. Não sou de polarizar, ainda mais quando um dos pólos é distante e desconhecido. A sócio-linguística (acho que o hífen aí está de volta) é assunto que não domino, em oposição ao raciocínio do Caetano, que no caso específico do “sifu”, é bem mais consistente do que o do Possenti (que aliás parece ter posse de um conhecimento).
Prefiro a semiótica ao pouco que toscamente sei sobre sócio-linguística, porque a semiótica tem um distanciamento e uma precisão que me encanta.
No entanto, do outro lado, no pólo em que trafego com mais frequência, o da música popular, nem Possenti, nem Pasquale, escrevem coisas que me acrescentam. Acostumei a respeitar os textos jornalísticos e as conversas na TV sobre língua portuguesa e canções, porque gosto da aproximação que esse tipo de intervenção produz entre a língua e as pessoas que nunca param pra pensar nela.
Aceito a recomendação, afinal você é bambambã! Mas não dá pra negar que o Possenti (que eu desconhecia) apresentou um cartão de visitas de péssimo nível. O texto é pouco elegante e a argumentação em tom pessoal é de lascar!
Caetano não pensa a língua. Pensa “com” a língua. Está nela, ao lado dela. É um produtor de língua, prosódia, paródia e neologismos. Como ele, são Outras Palavras. E o cara parece não querer conversa nesse registro.
beijo na testa
salem
Enquanto continuamos aguardando da parte do Hermano e do Caetanino a resposta sobre o convite para participarem especialmente da primeira edição da Impertinacia, queria que todos soubessem que bem possivelmente a nossa Rádio Web irá emitir os seus sinais antes do lançamento oficial de nossa - y de nosotros todos - revista web viva. Penso que nossa revista eletrônica, ora tão maravilhosamente saudada por Castello e Lucre, poderá deixar pra ser lançada no momento em que esta infocaetanave estiver prestes a ser retirada da webosfera. Que acham disso?
Queridos Glauber and Salem, obrigado pela apreciação dos verbos deste centauro de treva e fogo. Ainda antes da infoacaetanave ser recolhida, virei aqui dar um depoimento especial quanto à reciprocidade na minha apreciação de suas presenças nesta OeP, e sobre a honra que será contar com vocês para dar concretude à Impertinacia, uma obra-revista sempre aberta.
LUCRE, uma saudação especial devemos a a ti, eu and Exequiela: em forma de um convite para se unir a nós desde o nascimento da revista, apreciando (via e-mail) o pré-piloto e o pilto. Queira nos contatar: a mim, você me achará através da página do perfil, em meu blog, ou pelo Orkut.
É muito belo saber que atingimos seu coração assim em cheio. Essa será para sempre a maior ambição de minha vida: chegar até as pessoas e acender-lhes a própria estrela com a chama da emoção. Ou captar o brilho de alguém e reprojetá-lo a todos, como eu amo fazer com todos que eu consigo divisar, e em especial com a leodulceferina Exequiela há vários e vários meses.
Eu propus a Exequiela que em alguma das edições da Impertinacia a gente leia Tirant lo Blanc, e você, Lucre, e, por certo, para ficar com só mais um exemplo agora, a poeta “perigosa” Heloisa (onda andará Helô, em que ninho terá repousado minha Diandorinha?), irão se deliciar com eX “representando” para nós toda a graça feminina da princesa Carmesina e eu o destemido galanteador verbal Tirant - além de podermos retomar a qualquer momento o “roteiro” daquela co-produção Brasil-Argentina ‘Sonho Meu’. Tudo naquele tom de folguedos que tanto curtimos fazer já há algum tempo aqui na OeP.
Sim, amado Castello, por que não incrementar a Impertinacia, a ponto de contarmos com uma presença “viva” dos impertinazes?
Isso não será possível a toda hora, nos posts, nos comments e no acompanhamento de perto que, enquanto ombudsmans ou ombudswomans, faremos dos verbos de nossos assinantes-comentadores…
Mas teremos a nossa Rádio Web e o nossal Canal próprio de vídeos, por certo através do YouTube. E em situações ou pragramações especiais, não somente eu, Exequiela, Labi, Salem, Glauber, os que você cita, como também você, impagável humorista, e quem mais se dispuser, todos mostraremos nossas caras e vozes em peças gravadas. E, em situações ainda mais especialíssimas, poderemos mesmo entrar online, sim, através de uma webcam, para aprontar alguma coisa deliciosa: eu, por exemplo, adoraria fazê-lo em alguma de minhas idas no Tijuana Mexican Bar, uma dos espaços da noite soteropolitana que figurará na nossa página de serviços local!
Sua idéia já seguirá para a apreciação da equipe que discutirá o pré-piloto, da qual você é um dos mais animados - e recentes - integrantes. Obrigado pela dica!