Recados de Caetano, agora em Luxemburgo (29/06/2008)
Caetano manda outros comentarios e uma foto do meio de sua turnê solo na Europa: “Postei conversa fiada sobre Moscou e, como não mandei foto da catedral de São Basílio, o comentário sobre esta apareceu perto da foto de uma das catedrais de dentro do Kremlin, com elegantes cúpulas douradas. Esta aqui é que é a foto da São Basílio, com suas cúpulas transbrega: Há uma blasfêmia aí: “brega” originalmente quer dizer “puteiro” e, se a palavra ainda tivesse essa conotação, seria escândalo usá-la para caracterizar uma catedral ortodoxa. Aliás, que choque a palavra “ortodoxa” ser usada para descrever uma peça de arquitetura como essa. Mas transbrega pode ser bom mote para um transamba. Para Sandroni: Só quero te lembrar que minha fala no show é entretenimento, comédia (um jovem espectador disse a um jornalista que Obra em Progresso era legal porque, além de cantar, eu fazia “stand up comedy”). Como um comediante, além de divertir posso querer provocar discussão em outros níveis, mas ali é um número, espetáculo. Não se pode perder isso de vista. Foi preciso fazer isso para chegar a dizer que eu estava sendo “miolo duro”, quer dizer, expressão séria intelectual apresentada como tal. Mas valeu a pena. A parte final do seu argumento vai fundo no assunto. Me fez também pensar mais sobre a canção de Noel.” PS DE CAETANO, 18/07/2008: “Voar da Russia ao Luxemburgo é sair de um dos maiores para um dos menores países do mundo. É também sair das ruínas monumentais do comunismo - com avenidas de oito pistas engarrafadas, prédios que se parecem com o antigo Ministério da Guerra no Rio, onde Gil e eu ficamos inicialmente presos durante o período militar, e onde hoje fica o Comando Militar do Leste, tão próximo ao Morro da Providência, de onde onze soldados levaram três rapazes e os entregaram à tortura e ao assassinato no Morro da Mineira, sendo que os prédios de Moscou não me contam nenhuma história clara, metrô superlotado, olhos de um azul estranhamente intenso - para a urbanidade equilibrada e minuciosamente higienizada, quase esterilizada, das bolhas de perfeição do ocidente moderno - com moças de cabelo curto louro e olhos azul-cinza claro, quase sem cor, andando de bicicleta pelo asfalto impecável, prédios em proporção com o tamanho das elevações, carros caros e sóbrios, estátuas pequenas e com certa estilização modernista (a da grã-duquesa Charlotte fica entre personagem de conto-de-fada, mendiga e modelo; o monumento aos comediantes na Praça do Teatro parece cena européia vista por desenhista de Walt Disney), enfim, para um mundo que é como que o núcleo do que é real hoje mas que transpira irrealidade. Moscou, em comparação, é, ao menos aos olhos de um brasileiro, muito mais real. Luxemburgo, um grão-ducado parlamentarista, tem muitos bancos. Mais sigilosos, me diz o motorista português, do que os suíços. Paraíso? Bem, o vale que corta a cidade é deslumbrantemente profundo e é misterioso sem ser ameaçador. Luxemburgo é tudo o que desejamos em matéria de civilidade, é o que amamos no legado de Jaime Lerner em Curitiba, é o céu dos pedestres. Muitos portugueses e um bom número de brasileiros (os portugueses são 16% da população do país). O show foi num teatro esplêndido - feito pelo mesmo arquiteto que está fazendo a Cidade da Música no Rio (coisa de que os luxemburguenses me falaram com muito orgulho) - com uma acústica perfeita. Os protugueses e brasileiros na platéia cantaram “Terra”, “Desde que o samba é samba” e “O Leãozinho”, o que ajudou os luxemburguenses (sempre quero escrever “luxemburgueses”, mesclando uma ponta de crítica ao relativo tédio local e de elogio da classe vitoriosa na Revolução Francesa), mas o silêncio profundo e o som bonito é que fizeram do show em Luxemburgo um dos mais bonitos que já fiz. A sala me induzia à concentração. Até o violão saiu bem tocado. Quer dizer, dentro das minhas imensas limitações consegui só fazer interveções adequadas, sentidas, sinceras - e todo ornamentozinho que me ocorria era equilibrado e mesmo bonito. Fiquei emocionado. Escrevi para um amigo dizendo que tinha sentido alívio por sair de Moscou e alegria ao chegar ao Luxemburgo, à sociedade ocidental moderna, liberal, mas que no segundo dia já sentia saudades de Moscou, já que o ar de fim-de-linha de Luxemburgo me exasperava. Mas o teatro (meu show!) e o vale ficaram fora de toda crítica, de todo esboço de crítica. Um garoto que vi todas as noites na platéia do Obra em Progresso me contou que Arenas, o escritor cubano, disse serem o comunismo e o capitalismo equivalentes, uma vez que ambos nos dão com o pé na bunda, mas que no comunismo você leva o pé na bunda e é obrigado a aplaudir, no capitalismo você pode gritar - e Arenas, que tinha “fugido” de Cuba para os Estados Unidos, concluiu: “eu vim aqui para gritar”. Não lembro de ter ouvido isso no filme de Julian Schnabel adaptado do livro dele. Mas a história é boa. O Brasil não tem um capitalismo plenamente desenvolvido. Isso é insatisfatório. Mas, já que também não se pode mais dizer que não temos uma economia capitalista consistente, vemos uma oportunidade de experimentar algo novo com a combinação capitalismo/democracia/liberalismo. Algo novo incluiria algum socialismo? Talvez algo além disso.” |
Transbrega, transamba, transoceânico o pensamento do poeta em seu nomadismo filosófico que vê a cultura da janela de um quarto de hotel, através do seu contato com a cultura do seu tempo e da história. É lindo nos sentirmos distante dos trópicos vivendo e olhando aquilo que está em nós guardado como livros nas prateleiras. É sempre bom acompanhar as impressões não só nas canções mas na escritura e nas imagens. Bom, muito bom.
alias os afrosambas não são exemplos precursores de transsambas?
estou a pensar se tudo no brasil não pode ser reduzido a um transsamba?
estou a pensar se tudo no brasil não pode ser reduzido a um transamba?
Beautiful concert. Was a pleasure to listen his voice and nice songs. Makes you dream you are in Brasil. Wonderful country and wonderful people
Caetano, de saída de Luxemburgo para a Itália, responde a Pavel:
“Fiquei fascinado pelo comentário de Pavel. Sobretudo pela afirmação de que meus textos sobre Moscou são absolutamente artificiais. Concordo. Não sei por que ele brigou com o amigo que disse que o Pelourinho é sujo e a igreja do Bofim é cafona. Não é verdade? O que eu disse sobre São Basílio nasceu de um artigo de Ferreira Gullar que li no dia de embarcar para a Rússia, com o título de “De Volta a Moscou”. Lá Ferreira diz que a catedral de São Basílio é “kitsch”. Ao ver de perto a tão conhecida composição de cúpulas extravagantes, me perguntei se era isso mesmo. E vi que, diferentemente da igreja do Bonfim, que eu sei que é cafona em muitos aspectos, não posso me decidir tão facilmente a respeito da catedral moscovita. Ela é tão espalhafatosamente parecida com o que aqui chamaríamos de vulgar e, no entanto, não é vulgar! Mas, Pavel, quais foram mesmo os tantos erros históricos que você encontrou em meus textos? Baiano é lerdo. Então, já que você me adora, me ajuda. E também aos que lêem o blog. Faz as correções. Não estudei, não li nada para escrever esses textos artificiais. Aliás a grande artificialidade deles consiste em fazerem pose de texto de estudioso. Eu tenho grande facilidade para esse tipo de fingimento. Então diga. O que é? Pedro o Grande foi um descobridor dos sete mares? O museu Maiakóvski não foi feito no período soviético? (Quem me disse foi o quirguiz - você rejeita “quirguiz” porque hoje não se diz mais “Quirguízia” e sim “Quirguiztão” ou algo assim?: essa eu não aceito, pois é “Quirguízia” que está na Montanha Mágica, e é o país que está naquele romance que me interessa). Não há foices, martelos e estrelas no metrô? Não há várias modelos russas na moda? Maiakóvski não escreveu “O Percevejo”? Diga. Eu adorei o metrô de Moscou. E mais ainda a catedral Disneylândia. Mas será que gostei tropicalistamente? Isto é: com o prazer de dar a volta por cima do mau-gosto? Acho que meu texto se resumia a essa pergunta. Partindo de uma reflexão sobre o que disse Gullar.”
Olá Caetano. Sempre acompanhei sua evolução. Agora, morando em Lisboa, tudo fica um pouco mais distante. Mas o que dizer de “Obra em Progresso”? Não sei… Posso, portanto, formar uma opinião minha, baiana, soteropolitana, talvez até conservadora, mas ainda assim minha, do título tácito. Obra em progresso para mim é a própria obra de quem não pára, de quem cria por ter sido criado para criar, obra de quem ainda opina em meio a tantos anestesiados. Obra de quem já esteve em contacto com a poesia de Mabel, com o sorriso e encanto de D. Canô, com o clima ímpar da Purificação. Obra de quem é o novo Caetano a cada nova obra. As cúpulas da Catedral de São Basílio são vistas por uma retina única e decifradas em cores que somente um universo em expansão pode captar. Obra em progresso… Todo o processo de cantar. E eu, um sobrinho de consideração de Belina Gil, tento dar progresso a uma obra minha, a sambas, bossas e canções sem lenços, documentos ou ilusões. Nem todos tem a chance de pôr a obra em progresso, mas os poucos que lá chegam me interessam muito, tanto como aquilo que faz de mim uma São Salvador, uma Bahia em Lisboa pulsante. A mesma essência da Obra em Progresso está em mim em versos e na cúpula da Catedral… Naquele instante.
( metendo o bedelho, já que estamos num blog… )… Pavel, meu amigo, digo porque componho, canto e sou baiano de Salvador. Tenho 31 anos e morei lá até os 30, quando casei com uma portuguesa e fiz o redescobrimento. Mas, olhe, um artista ou uma pessoa comum, tendo lido ou não sobre o que foca, vê qualquer coisa e, num átimo de segundo, capta uma definição própria, derivada ou não de uma predefinição, e, de repente, expõe o que viu num quadro, canção ou comentário. Quanto vale um quadro de Gogh? De Picasso? Quanto vale um poema? Quanto vale a beleza do que se diz? Posso achar que o Bonfim é cafona em qualquer coisa ou posso dizer que a colina encerra em si uma tal condição de cores que nenhum arco-íris compete com ela! Arte do olhar… “Tudo o que move é sagrado”… Meu amigo, apenas dialogo e peço perdão a Caetano pelo apêndice, mas um leonino como eu, adora enriquecer-se com troca de opiniões. Abraços a todos.
Quando eu for para Salvador, Caetano, voce me deve um city tour.
oi Pavel, meus conhecimentos sobre história e cultura russas são precários, mas acho que “erro” é palavra forte demais para classificar o que você enxerga de controverso nas impressões de viagem do Caetano:
- Caetano não afirmou que Lilia Brik estava com Maiakóvski no momento do suicídio: apenas escreveu que ouviu dizer (explicitando que não tinha certeza nenhuma) que ela, ou outra namorada ou a KGB estiveram com ele naquela noite - como você diz que ela estava em Paris (não fui checar essa informação, mas acredito em você), temos um suspeito a menos - rsrsrsrs
- ortodoxo: a palavra vem do grego, com significado bem “ortho”! estranho saber que nada daquele significado passou para a língua russa (já que passou para tantas outras línguas - inclusive nomeando uma Igreja que se chama assim por acreditar seguir a verdadeira Verdade de Jesus e seus Apóstolos) - e de qualquer maneira: São Basílio foi erguida como templo da igreja ortodoxa, não foi? E a história de sua construção é envolta em lendas (onde não se pode dizer com certeza garantida o que é absolutamente certo ou errado): não se sabe direito se houve um ou dois arquitetos; parece que era branca no início e foi ficando colorida nos 200 anos seguintes (e assim as cores não foram exatamente uma homenagem ao Leste Selvagem…)
- não sabia que Pedro o Grande tinha sido um grande navegador - vivendo e aprendendo… - mas pesquisando agora na internet descobri várias versões para a encomenda do monumento - parece que houve sim uma encomenda rejeitada (por cidades no EUA e em Porto Rico) de uma estátua em homenagem a Colombo ou ao descobrimento da América criada pelo mesmo cara que fez o Pedro o Grande do rio Moscvá - dizem que partes da estátua rejeitada foram usadas nessa de Pedro o Grande - mas acho que não há como provar - então nenhuma das versões é comprovadamente um “erro”
de qualquer maneira esta é uma conversa realmente adorável!
Caro Caetano,
Pois é, pensei mesmo muito no “Feitiço da Vila” depois daquele dia lá em Santo Amaro, e reli o livro da Yvonne Maggie - não tenho certeza se o li da primeira vez antes ou depois de terminar de escrever , mas é certo que não o levei em conta no meu livro. A discussão que você trouxe não tinha sido contemplada ali: eu de fato não tinha visto as coisas por este ângulo. E pra mim foi muito bom ter sido “instigado”, pela tua crítica à música, a vê-las por este ângulo e a pensar em que isso daria.
O livro de Máximo e Didier endeusa Noel um pouquinho, mas não acho isso ruim. Não sei se eles teriam feito um livro tão informativo, entrevistado tanta gente etc., sem endeusá-lo um pouquinho. Eles não são tão bons do ponto de vista interpretativo, isso é verdade. Mas não é esta a proposta deles. Como interpretação, livros como o do Hermano e o meu são melhores. A gente tem este parti-pris acadêmico de não endeusar, de ao contrário desmistificar, mostrar as coisas como inventadas… Isso é muito bom também, pode fazer livros ótimos como os dois citados, mas não os torna, é claro, necessariamente melhores que outros livros.
Quanto a o que você diz, no vídeo, ter um lado de comédia, sim, tudo bem: mas eu fiz questão de levar tudo a sério no meu texto também pro efeito retórico - eu começo com os pontos onde mais evidentemente eu “tenho razão”, indo progressivamente para os pontos mais difíceis. É verdade que as tuas intervenções públicas contribuem às vezes pra embaralhar estas fronteiras entre o espetáculo e a aula. O que eu não acho em princípio nada ruim! E de fato o vídeo é apresentado no site como uma “aula”: “Caetano dá aula sobre Feitiço da Vila, composição de Noel Rosa: o que sua letra pode nos ensinar sobre as relações raciais/culturais no Brasil?” E não fui o único que levou tudo a sério, veja o trecho que citei do artigo do Ali Kamel: “Caetano (…) demonstrou que a canção quis livrar o samba da sua negritude, transformando-o num feitiço do bem, feito por bacharéis brancos, longe, portanto, da macumba dos negros do morro, que faz, por oposição, o mal, coisa de bamba”. Mesmo quem concordar que a música tem uma ponta de preconceito, ou mais que uma ponta (que é a parte “séria” da história), pode ver, me parece, que esta leitura toma a tua refutação “pelo absurdo” do Tinhorão, como uma real adoção do ponto de vista dele! E assim uma parte do teu público pode tomar as coisas também. Você tem todo direito de não se importar com isso, mas eu, tendo escrito o , não tinha como não me importar…
Reparei relendo meu texto que, nas minhas primeiras lembranças de você, o tropicalismo ficou apagado entre “Esta noite se improvisa” e o show “Transa”. Foi totalmente involuntário, mas o engraçado é que é assim mesmo, na época dos festivais etc eu tinha uns nove anos (sou de 58) mas não me lembro de nada. Já de “Esta noite…” lembro-me muito bem, inclusive porque em nossa casa nós reproduzíamos o programa, ou melhor a parte que contava pra nós, que era aquela onde uma palavra era proposta para que os convidados descobrissem a música que a continha, e a cantassem inteira. Tentávamos reproduzir isso e chamávamos esta brincadeira de “A palavra é…”. Sempre achei que o teu sucesso (e o do Chico) neste jogo era uma das chaves de tudo que veio depois…
Parabéns pelo site,estou conhecendo e admirando um Caetano que jamais esperei.Oieu que já te xinguei,blasfemei!!!Se entregar como um fingidor nessa forma tão leve,surpreendente,delicada e bem humorada…irresistível!Continue.
oi Sandroni: só uma explicação: “aula” é culpa minha - deveria ter colocado entre aspas, pois eu estava sendo um tanto irônico na escolha dessa palavra, era uma brincadeira (na verdade eu pensava, também de brincadeira, nas aulas-espetáculos do Ariano…) - mas agora vejo que deu um peso sério para os comentários do Caetano, que não era o que eu queria…
Caetano responde também:
“Hermano: adoro a referência a Ariano (cujas aulas-show são mais stand-up comedy do que minhas modestas falas - e mais irresponsavelemente provocativas), mas, de Milão, onde estou agora, quero dizer que o Sandroni ter levado a sério (e ter querido levar a sério) foi conseqüência excelente da nossa ação, incluindo você ter usado a palavra “aula”.”
fico imaginando um programa com caetano percorrendo o mundo sozinho a lá viajante solitario , algo tipo discovery channel… e comentando o que vê ….”travel trip comedy”….e ao mesmo tempo cantando o que sente….á partir de suas lembranças e percepções…caramba hermano este blog esta me saindo uma usina de ideias….ja pensou o caetano sozinho na praça da paz celestial cantando trem das cores?
alias qual seria a grafia correta de “transamba”?
Hello,
Hola me gustaria que se traduzca los comentarios de la pagina al español. no entiendo mucho y me gustaria disfrutarla. Adoro y admiro mucho a CAETANO.es TALENTOSO, DULCE Y SU VOZ SUBLIME.Saludos a todos los que admiran tambien a este genio!!!!!
Muito mais que pensar se o Noel era ou não racista, a fala de Caetano me instiga a refletir a respeito do que pretendiam ( o termo é duvidoso) os homens de uma época, os artistas de uma época; Dando-se à história uma sentido de arte mais do que de ciência, creio que o trabalho do historiador, está para mirar o artista/homem Noel, não numa determinação ( se Noel era racista ou mesmo se Feitiço da Vila (que é uma canção linda) por uma função, apreendida diante do tempo estudado. Qual a pretensão de cada grupo com os seus cantares, em síntese, qual o pensamento, a história das idéias daqueles homens, dos espaços “dos bambas” e “dos bacharéis” da canção, do circulado cultural do período; Caetano me trouxe um universo todo com sua fala, ou melhor, ele já havia trazido isso com o canibalismo circular de “ nosso samba, tem feitiço, tem farofa, tem vela e tem vintém e tem também guitarra de rock’and’ roll, batuque de candomblé, Zabé come Zumbi, Zumbi come Zabé.
TransCaetano,
abraços, Monica