Tom Zé, Mariana, Barbara & David Byrne (19/11/2008)
TOM ZÉ, MARIANA, BARBARA & DAVID BYRNE |
19/11/2008 1:21 am |
Ouvi o disco de Tom Zé. Muito legal. Muito ele mesmo. Quando li que se chamava “estudando a bossa”, ri, gostei do tom de trilogia com os outros dois “estudandos”, e fiquei curiosíssimo para ver como é que ele ia tratar musicalmente o assunto. Diferentemente de mim, de Gil, de Gal e da torcida do Bahia, Tom Zé nunca foi um bossanovista. Comentado o “Estudando o samba” com David Byrne em Nova Iorque, logo que saiu a primeira coletânea de Tom Zé que ele fez, eu disse: “Muito da força desse disco vem de Tom Zé não ser da área do samba: ele não é do Recôncavo, tem sotaque do sertão, não é meio carioca como o povo de Salvador”. Claro que a força maior vinha do espírito experimental de Tom Zé e de suas escolhas no universo da música erudita contemporânea. Mas a distância, o estranhamento que sua origem propiciava contribuía muito para o experimentalismo e as escolhas. Agora, com a bossa nova, o que é que ele faria? Alegra-me muito que, ao fim e ao cabo, isso tenha algo a ver com nosso transamba aqui, nosso trabalhoso progresso. Pelo avesso. Mas tem. É um comentário de comentários sobre os ritmos do samba, as levadas, as batidas - e é o Rio. O Rio como tema permanente. Adorei ouvir Mariana Aydar dizendo “masturbar” com os erres superpaulistanos (não confundir com os retroflexos, que são meus e de Heloísa e de mais ninguém). E a afinação e musicalidade de Mônica Salmaso me impressionou de novo como tinha me impressionado quando cantamos juntos em Parati, com o Uakti. No disco com as músicas de Chico ela não me pareceu à altura sublime do que percebi naquela noite. Mas Zélia Duncan, Fabiana Cozza, todas. E David Byrne - na faixa que, à primeira audição me pareceu a melhor do disco - está divino. Os contrapontos engraçados, os contrapontos inventivos, os contrapontos sofridos, tudo no disco é Tom Zé puro. A explicitude nas várias recontagens da história também. Barbara, I liked your explaining why “mulatto” wouldn’t please you. (Here the word MULATO appeared in big letters on the front page of the most important Newspaper, just by Obama’s photograph, when he became President-Elect.) But I’d like to ask you a question: What were the reasons given by your colleague for not feeling that Obama qualified to be called African-American? I remember having read that for a while, when Obama was still trying to be chosen by the Democratic Party as candidate, many blacks said something like they wouldn’t back him because he was not exactly an African-American, as his ancestors had not faced slavery in the USA nor had he experienced segregation or the struggle to overcome it. If I am not wrong, even Jesse Jackson (who finally cried when Obama won) had expressed himself in similar terms. Would your colleague’s ideas be similar to those? Or she has different reasons to think so? This is a theme that’s very important to me, as for some decades now it’s been the tendency of people who think about “race” in Brazil to emulate American formulas. Sociologists, both Brazilian and American, have written about the perverse aspects of Brazilian “racial democracy”, stressing that open hostility (as was the case in the USA and South Africa) brought better results than our intense miscegenation and pretended lack of hatred between blacks and whites. I feel differently. But they may have a point. Still what interest me most are the actual differences between your people’s historic experience and our own. Let’s begin by my asking you about your colleague’s reasons. Congratulations on Obama’s victory. It made me happy too. Best wishes. “Incompatibilidade de gênios” amanhã ou depois: agora é pra valer. Depois explico o atraso. Moreno estava de licença-maternidade até hoje. Meu netinho nasceu. Mas tenho ficado em casa é para estudar com Zeca para as provas (por isso eu lia todos os posts todos os dias mas não escrevia nada). Amanhã voltamos, Moreno, Pedro, Daniel e eu, ao estúdio. Mega. Mix. Salem, Amiguismo??????? É. É uma. Alguém disse aí (foi Suely?) que as pessoas aprovam ou desaprovam um filme segundo minha veneta. Nada mais injusto e longe da verdade. Nos anos 70 e 80, disse em várias entrevistas que não gostava dos filmes de Woody Allen (ele me parecia aquele cara anti-rock, anti-contracultura, anti-black-is-beautiful, anti-hippie, anti-punk, deslumbrado com “alta cultura” e apês cor de antílope - e roupas cor de antílope - do Upper East Side, anti-sulamericano, com uma mente estreita). Pois bem, a única coisa que consegui com isso foi a discordância de amigos que foram da saudosa Teresa Aragão a Pedro Almodóvar (cujo cinema é o oposto de tudo o que listei sobre Allen). E os cinemas lotavam de cultuadores dele. Ninguém me deu bola. Hoje, que já gosto de Allen (ele merece o prestígio de ter reeguido o cinema independente de Nova Iorque contra Hollywood, tem “final cut”, escreve “oneliners” espetaculares - aquela sobre a masturbação é divina: “por que falar mal da única relação sexual que você tem com quem relamente ama?” - , “Bullets Over Broadway” é uma comédia para ninguém botar defeito, etc.), o público se afastou dele (se bem que ouço palavras animadas sobre o filme em Barcelona: vou ver). Em “O Cinema Falado”, pus na boca de Dedé e de Felipe Murray palavras de gozação ao então idolatrado “Paris Texas” (”‘Paris Texas’ é um dramalhão mexicano filmado como gravuras hiperrealistas americanas, com verniz alemão; e o mais careta e ridículo dos Édipos não deixa de fazer sua aparição presunçosa”): a platéia inteira da pré-estréia (largamente de admiradores meus) vaiou a fala com fúria. Vi “Blade Runner” logo que saiu, em Salvador, com Paulo Cesar Sousa, Gi e Dani Mariani e, creio, sua tia Ângela, a avó dos meus netos. Elas já gostavam do filme. Estavam revendo. Paulo Cesar e eu não gostamos. No início me encantei com a direção de arte e os efeitos. Mas aquele cara com capa de Humphrey Bogart num ambiente degradado cheio de orientais vendendo olhos de peixe sob chuva me entediavam porque pareciam estar dizendo “olha, isto aqui é o futuro, nada de clean 2001-uma-odisséia-no-espaço”. Ah, e aquela música chatíssima feita com sintetizadores. Bem, as mulheres eram lindas (e nunca me conformei com a desaparição da morena de nome inglês - ou irlandês - que parece chinês). Perdi o bonde. Hoje o filme é um clássico, eu próprio dou muito mais valor tanto à percepção de que a tecnologia dispara sem que uma vida mais racional (e limpa) a acompanhe quanto ao esforço de criação de ambientes incríveis com mais forte resultado do que qualquer coisa feita hoje com os recursos de computador que não havia na época. Finalmente, apesar de ter imensas queixas quanto à mixagem da música maravilhosa que compus para o filme, acho “Tieta do Agreste” um grande filme. Só não é genial porque não tem as 3 horas que deveria ter. E essa opinião não só não encontra eco na turma paissandu-estação como provoca a fúria de pessoas íntimas. Tive de implorar a amigos para verem os enquadramentos divinos em preto-e-branco de “Eloge de l’amour”, de Godard. Então não sei de onde Suely (se é que foi Suely) tirou a idéia de que oriento o gosto cinematográfico nacional. Acabo de assistir a “O poderoso chefão” no TelcineCult (minha TV vive ali) e fiquei abismado: como é divinamente realizado, como tem vida, afeto, tragédia, vigor. Coppola é o cara. Não tem Escorsese certo. Que atuações! E os temas do anjo Nino Rota: que música! (Desculpem os admiradores de Morricone (que merece ser admirado), mas Rota é tocado pela transcendência - e decididamente não merece as críticas grosseiras que Morricone lhe faz.) E no entanto, quando o filme saiu, eu nem fui ver: aquelas filas enormes, a festa do Oscar, as fotos de Brando com a boca cheia de algodão… Eu, que queria opor Blake Edwards a Woodie Allen - e Hollywood a Herzog (detestei “Aguirre” e “Kasper Haus” e aquele do navio na Amazônia), tinha (nesse caso) preguiça de acompanhar o cinemão: achava que não gostava de filme de máfia. Cada vez que vejo o filme de Coppola no Vietnam (incrível!) e os poderosos chefões 1 e 2 na TV (nunca vi no cinema!) fico extasiado. Gostei de “Linha de passe” e de “Última parada 174″, por razões opostas. Um feito por carioca que vive em Sampa sobre a vida no Rio. O outro feito por cariocas que vivem no Rio sobre a vida em Sampa. Mas as razões opostas são outras. Bem, vamos deixar pra falar de Sampa e Rio quando eu tiver tempo de escrever direito. |
nem vou comentar nada sobre o diusco do tom zé, que eu ainda não ouvi, mas sei que vou gostar. o recadoa qui é so que o roberto joaldo me encontrou no orkut e quando fui ver como era o rostinho dele acabei encontrando mó bondão que navega por aqui. Exequiela é linda Ceateano teteco também. foi divertido isso.
Desejo muita inspiração para seu netinho,sorte e saude…Qual o fuso horário do blog? Bons estudos pro Zeca, bacana …
brincando, refiro-me a salvador como o “leste” do brasil, por se diferenciar do resto do recôncavo, do sertão, do nordeste. é claro que somos nordestinos, e temos orgulho disso, mas nos vemos como nordestinos californianos post-africanos, haha. entende o que quero dizer com isso?
tom zé. que carinho e admiração tenho por ele. vou catar aqui o “estudando a bossa”.
charutos para todos!
CAÊ : “licença-paternidade” !
ADORO LER O SEU BLOG , PQ SOU SUPER-FÃ (TODOS OS CDS , OS MEUS PREFERIDOS : “VELÔ” E “UNS”) ; ALÉM DO Q MINHA MÃE JÁ VISITOU A SUA QUERIDA MÃE DONA CANÔ NA BAHIA !…
SUGIRO QUE CONTINUE COM O BLOG . É INTERESSANTE VER O QUE PENSA UM GRANDE GÊNIO DA MPB !!!
ABÇS DE MIL ANOS LUZ !!!
Caetano
Cê é o avó mais gato do mundo. Estudando com o filho… Você é o amor em pessoa.
Quase me desidratei de tanto chorar com ROMANCE. Amor impossível, amor posssível, as possiblidades do amor, os triângulos amorosos, as interpretações, aquela música, aquela outra música… o filme é uma declaração de amor a nós “gente de teatro”.
sempre, sempre, sempre eu vou te amar.
Assisti, na semana passada, ao show de Tom Zé…. que figura é aquela….. Poderia ficar escrevendo horas sobre todo o óbvio que se falou a seu respeito, mas não vale a pena, me satisfaço em registrar minha satisfação com seu reconhecimento tardio e por não precisar mais comprar seus discos em sites americanos, porque não os encontrava por aqui (ao menos no ES).
Quanto ao “conhecer Caetano”, eu me lembro muito bem como ocorreu comigo. Com 13 anos, no natal de 1991, eu e minhas irmãs mais velhas nos reunimos e decidimos que pediríamos a nossos pais um só presente de Natal para os três: Um CD Player. Com o presente recebido, fui até uma loja no centro da cidade onde comprei meus três primeiros discos com um dinheiro que havia juntado: Um do Eric Clapton, um do Bryan Adams (vergonha….) e uma coletânea do Caetano chamada “sem lenço sem documento”, com 20 músicas. Ouvi aquilo reiteradas vezes, achei a coisa mais linda do mundo a imagem “ da seda azul do papel que cobre a maça…”, etc…
Poucos dias depois, conversando com uma amiga sobre o Caetano, ela disse que seu pai havia ganhado o disco novo dele de um amigo como presente de Natal mas não havia gostado. E para que eu tivesse noção de como o tal Caetano era meio doido, ela me disse que, no disco, tinha uma música que se chamava, veja bem, “O cu do mundo”.
Pedi a ele que me emprestasse o disco e ela o fez. Achei tudo tão legal, aqueles músicas “mais desconhecidas” dele, que tive vontade de ouvir todo o mais. Pedi dinheiro a meu pai, fui às Lojas Americanas e comprei uns 8 cd´s de vez…. de lá para cá não parei mais.
…ai ai ai ai diseram que eu voltei americanizada…Caê amei seu comentario sobre o Tom Zé, olha assisti a entrevista dele no Jô Soares e amei o tom do Zé, ele é simplismente genial, que cara viu…o cara dar o tom certo pra tudo, nao sai do tom e é por isso que ele é o proprio Tom Zé, nesse bendito pais temos alguns maravilhosos Tons e tons…Bom Caê posto aqui porque sou atrevido, a força do Ceará me faz ser assim mas sei que voce nao vai me responder, porque sou apenas o Jô e não a Monalisa e nem a Heloisa e nem a carolina do Chico B… coisa e tal kkkkk mas tudo bem to feliz assim mesmo, mesmo que na minha veia …corra muito pouco sangue…e fico com a linda lembraça de voce aqui no parque do Coco com chuva e muita emoção.abração super bacana….Jô
Caro Professor Rocha, adorei o teu texto, aprendi muitas coisas, eu também não sou da área medica, embora seja muito comum algumas brincadeiras por parte das minhas amigas a este respeito, mas isso é outra estória.
Não sei se você chegou a ler o livro O Gene Egoísta, de autoria de Richard Dawkins, é um eminente zoólogo, evolucionista e popular escritor de divulgação científica britânico, natural do Quênia, além de professor da Universidade de Oxford. Nesse livro, como o próprio titulo sugere, ele explica a teoria da evolução das espécies, levando em conta o gene como unidade fundamental da evolução. “A teoria de que o gene é mais importante do que o indivíduo que o transmite obriga a reavaliar os conceitos filosóficos, principalmente religiosos, que elegem o indivíduo como objetivo final da criação. O indivíduo seria, apenas, a “máquina de sobrevivência” dos genes. Estes, sim, imortais.” Se você se interessa por este tipo de tema, este daí é uma boa indicação, inclusive tentei encontrar uma reportagem onde o Drauzio Varella falava sobre este livro que era bem mais abrangente que a minha descrição, enfim, Drauzio é Drauzio e eu sou apenas a Miriam Lucia (risos).
Exequiela: eu vi tuas fotos no orkut e me lembrei de um filme que assisti uma vez em Buenos Aires sobre a historia do Tango, o filme era de uma poesia que nunca mais esqueci. Não tinha um roteiro usual, somente alguma historia paralela de um romance que tinha como protagonista um bailarina. Contava como o Tango foi visto no mundo em diversas épocas, ate no desenho animado, no final do filme aparecem somente as pernas dos homens de um lado e das mulheres de outro, depois eles se aproximam e começam a dançar o verdadeiro e tradicional tango, e vai mostrando a agilidade daquelas pernas sem face, então a câmera vai subindo e todos os bailarinos são pessoas de idade bem avançada, veja bem, enquanto narro isso para você me arrepio aqui só de me lembrar, e todo o cinema se levantou e começou a aplaudir, foi uma experiência maravilhosa, nunca vi a exibição deste filme ai no Brasil, uma pena! Tentei encontrar alguma coisa mas achei Tango Bar, ou Tango do Carlos Saura, mas nao creio que seja nenhum deles, quem sabe voce me ajuda a achar este filme.
Caro Roberto, estou muito empolgada com este projeto seu da Impertinácia, tenho acompanhado sim o que você tem colocado e já me vi ate pensando sobre isso pelas ruas enquanto vou passeando aqui por Palermo, que é uma cidade muito linda e com lugares muito particulares e artes que ainda não tinha visto aqui na Itália. Penso que esta revista web viva poderia ser ate um pouco revolucionaria, tenho algumas idéias para trocarmos sim, talvez pensar numa divisão de paginas, para vídeos com lançamentos de artistas novos, musica e poesia, outra com um sarau, que pode ser desmembrado em literatura e musica com links direcionados para vídeos como a gente faz aqui, a gente pode bolar uma enquête para sugestões do livro a ser debatido, um fórum para discussões de vários temas. Se poderia pensar num mural, classificados, aqui na europa por exemplo tem também as pessoas que fazem um “intercambio” de casas para férias, tem muitas coisas, mas precisamos estudar um pouco a viabilidade na pratica disso tudo, e é isso que também vou ver, mas por mim vai ótimo. Me parece obvio que seria legal se o pessoal do blog de maneira geral estivesse disposto a participar também, na verdade acho fundamental, cada um poderia atuar na sua área, naquilo que mais gosta, e é claro dar palpite e participar nas outras áreas, uma coisa assim onde as pessoas podem interagir pode mesmo ser um mega projeto.
O Nelson sumiu mesmo, ja faz tempo que sinto a ausencia dele no blog, vai ver tirou ferias e foi passear, vamos esperar que ele volte.
Beijos a todos!
APRENDI A GOSTAR DE TOM ZÉ, não foi fácil.
Caetano, definitivamente, este blog é a marca de sua permamente construção. E é esta evolução, essa dinâmica, essa atemporalidade que faz de você um verdadeiro artista. Parabéns. Para lhe homenagear, publiquei em meu site http://www.danielcampos.biz, no dia 15 de outubro último o texto abaixo. Um grande abraço.
Caetaneando
Caetaneando pelo mundo, deus, farto do silêncio profundo dos seus, criou o sabiá, caetaneá. Pássaro ligeiro, caetaneiro da folia, voou pelos altos céus da bahia do meu rio de janeiro. Pelo corcovado do bonfim, o pássaro cantou, semeou, criou, namorou, enfim, caetaneou um novo meio para esse lugar sem começo nem fim. Entre trovas e provas de luar, eis Caetano, oceano e mar, no poente de uma semente, caetanemente, caetanemeá. E do seu canto cantaetano nasceu um tempo-canção, um caetano suburbano coração.
No palco alto condor, o artista caetaneador, equilibrista de tantas tropicálias, revoluções, caetaneálias, represálias e paixões a la caetanações. É tanto sofrer, é tanto prazer, é tanto caetanto-querer. Caetaníssimo, sem lenço ao vento de Veríssimo, sem documento ao sentimento de alegria, alegria, Caetania ao som da ave-maria. Sagrado e profano, eis caetano eclipse oculto, trilhos urbanos. Ao som do filho de london london vai-se amando, se gostando, se flertando, se levando, se caetaneando numa oração ao tempo. Tempo, tempo, tempo, tempo, caetempo.
O tempo passou e no branco dos cabelos, um mundo saltimbanco brincou e sonhou caetanos e planos. Naquele grisalho, o atalho para uma megalópole de sonhadores chamada santo amaro da purificação, santaetano amareano da puricaetano. Caetano menino, caetano fulano, caetano destino, caetano caetaniente signo ascendente do sol ardente rouxionol, mi bemol, caetaneol. Em cada rima, os fios de uma caetanovelo que vai fiando, amarrando e amando esse país caetanetriz pelos brasis de caetano.
Mulato é filho de branco.
Em tempo : entre outras cositas,essa minha amiga samba pra dedéu,e adora música barroca…
é isso aí, minha gente, wim wenders e aprendenders!
Caetano
Sei bem que o acento no avô é circunflexo e não agudo, o famoso “chapeuzinho”. Não o vermelho. Não sei porque o ato falho. Será porque hoje estou sentido uma tristeza aguda. Por falar nisso… sabe porque esses olhos são tão grandes?
mais abraços
Caetano,
Voltando ao começo, nunca achei que você levasse o público brasileiro a aprovar ou desaprovar um filme, mas, na música, você desempenha este papel desde o início da sua trajetória. Tenho certeza de que devo a você a audição de muitos discos, muitos artistas e muitas canções. E que não é pequeno o número de pessoas que também lhe devem isto.
Abraços, Sílvio Osias
Lucia Alves,
Gosto de ouvir os sotaques dos repórteres e tentar identificar de onde eles vêm.
Prof. Pasquale disse esses dias: “o grande Prof. Bechara diz que devemos ser poliglotas na nossa língua”. Acho que essa frase diz tudo a respeito da riqueza dos sotaques e dos regionalismos.
Não entendi o que Caetano quis dizer com “Não temScorsese certo”.
Alguém explica. Ou o próprio Caetano, talvez?
Leí el post del LeAo rapidísimo y quiero releerlo para comentar algunas cosas pero bueno…. el trabajo! Mientras escribo rápido:
A mí me encanta Woody Allen pero las últimas películas que ví de él no me gustaron tanto. La última (el sueño de Cassandra) de hecho me pareció Malísima. Prefiero al Allen neurótico. También me gusta la frase de la masturbación (no voy a agregar nada porque presiento que me voy a quedar riendo sola).
Hablando de Coppola (que estuvo filmando en Bs As) y mafia. A alguien le gusta Los Sopranos? ADOROOOOOOOOOOOOOOOOO. Es la MEJOR serie que ví en mi vida. Un doctorado en la descripción de la psiquis del sujeto violento.
Teteco! Quiero ver tus fotos!!! Habiendo sido reportero gráfico, no querés mostrarlas? Entonces yo cierro mi blog! Voy a estar muy atenta a tu Orkut, las de Sardenha ya me encantaron.
Miriam: No sé de qué película hablás pero decime en qué año la viste y trato de averiguar. Por lo que describís, quiero verla!
Querido Joauuuuuuuudo… sos Joauuuuuuuulindo!!!
puxa! me olvidé de algo.
LeAozinho, abuelito dime tú: REsulta que busqué la letra de O Ciume y encontrés dos versiones y qué mejor que preguntarle al autor cuál es la correcta!
ó
Cuál de las dos?
Beijito!
Caetano, há também o filme lindo que é “Superman”, aquele primeiro, cujo roteiro é de Mario Puzo (o mesmo de “Poderoso Chefão”, com direito ao mesmíssimo Marlon Brando, inclusive.
Lembro de elogiar esse filme a amigos dessas rodas de povo-de-cinema e quase sair espancado. Hoje, falar bem é ’sinal de conhecimento’. Antes, eles matavam amanhã o velhote que morreu ontem. Hoje, ressuscitam o jovem algoz que falecera trasanteontem.
Sei que Gil fez a música que fez porque ouviu de você o relato da película, de quando o viu no cinema. É um filme lindo, desses que teriam tudo para ser bobinhos, ‘de super-herói’, e no entanto nos surpreendem por ser cinema de primeira.
Oi, Heloísa, falei a maior bobagem sobre sotaque padrão e você foi generosa comigo, esse link poderá esclarecer melhor todos os erres e esses da questão. Abraços.
http://www.brazzilport.com/viewtopic.php?t=292
… maluco isso do Caetano dizer que o Tom Zé nunca foi um bossanovista, embora o próprio Tom Zé ter escrito que “foi parido (os tropicalistas) pela Bossa Nova; gosto muito do texto que ele escreveu “Caetano entre Coturnos” falando da questão do Exílio, a imagem que este título provoca; o decalquei em um trabalho acadêmico o transmutando para “Caetano e Gil entre Coturnos”;
Também vi o Tom Zé no programa do Jô, me pareceu que faltava mais ao “coral”;
A tropicália de Tom Zé é outra e ecoa “nas experimentações eruditas contemporâneas” mencionado por Caetano.
Sobre o que disse a Barbara
Quando digo “América” penso numa coisa imensa que vai da Patagônia à Groenlândia. Do gelo ao gelo, passando pelo Equador. O cru e o cozido. E que talvez a gente precise se dar conta de que a mestiçagem acontece especialmente a um nível mais profundo, de psiquê, onde o gene importa menos do que a história e a experiência (ou importa tanto, mas é também por elas modulado).
América pode ser um babalorixá que conheço, aqui de SP: Loiro de olhos azuis, ascendência 100% italiana, de uma alma bella negra retinta e que nos conta histórias dos orixás, do culto aos ancenstrais e de seus nonno e nonna, macarronadas e vinho e a meninice à beira de um Tietê que já foi rio, com a mesma intensa profundidade. A alma não é (só) genética.
Talvez a gente devesse pensar América e mestiçagem a partir que comemos. Hamburgueres hamburgueses, california rolls com manga e maionese, farofas de damasco, shoyu na esfirra, pastel de pizza. Milho verde, miudinho, acarajés e chop suey nas esquinas. A nossa Chinatown se chama Liberdade.
Tem sempre alguém chegando. No bairro do Bom Retiro foi um custo pra comprar franzidores de cortina de uma coreana que não falava uma palavra de poprtuguês (errei, gostei, ficou assim: português pop). Mas insisti, fiz questão. O comércio é o caminho das Índias. Agora chegam os bolivianos, com suas caras andinas, seus milhos multicolores. Arracacha é mandioquinha.
América, terra de luz. Sejamos o caril, tempero do mundo todo. Impuros. Iconoclastas. Saborosos.
Pô, quando mandei a msg verifiquei que em vez de atuarmos, escrevi aturarmos. Que fique reparado meu erro, e outros tantos que forem achados, não tenho tempo de revisar nada, escrevo de acordo com o que vou pensando. Um dia eu vou me disciplinar e escrever como manda o figurino, mas se vcs entenderem o que eu digo, peço que não obscureçam (rs)
Me encanta, me encanta. Sorry por seguir escribiendo sobre lo que NO puedo según las instrucciones que leí pero leer que uno de mis amores musicales habla del otro amor musical mio ¡me encanta!. Bueno, DB ha escrito en su página sobre Caetano e incluso en su radio ha seleccionado temas de él. En el anterior e mail los fantasmas borraron algo que había escrito referente a Moreno, Tom, Kassim, etc. Desapareció no se, pero yo lo escribí y se ve que en el apuro lo borré. Decía que a Moreno y al resto de los + 2 los conocí a través de Luaka Bop y esto me causaba un poco de gracia, o no. Lo mismo con Tom Ze, que si bien lo conocía de nombre, no así su trabajo que me llegó a través de Luaka. Escuché un par de temas de su nuevo disco en la radio de DB y me encantaron. Bueno, se supone que la menor distancia (relativa) con Brasil debería facilitar el intercambio cultural pero me temo que esto no se da en muchos casos. El sábado 8/11 vi a Gilberto, el domingo pasado a Arnaldo Antunes. Este año también vi a Lenine y a Djavan. Algunos de los “ consagrados “ llegan por estos lados pero de los más “nuevos” nada de nada (P. Moska, V. Ramil que me encanta y poco más). Bueno, hay una cuestión de tamaño de mercado, lo acepto. En fin, estoy a mil y no tengo tiempo de seguir escribiendo. Ahora entre los dos “diarios” de mis dos amores me tengo que repartir el tiempo y seguir con mi rutina. Le voy a contar a DB que Caetano lee los emails e incluso contesta algunos. Un buen gesto por cierto, very very sweet. Yo hace años que escribo a su página y ni se si alguna ves leyó alguno. Very very sweet también.
Ah, ¡felicitaciones por el nieto!. Todo lo mejor del mundo para voce
Seinão Caetano,mas num vejo muito essa semelhança entre cariocas do Rio e baianos de Salvador não!Carioca do rio aquele trem acelerado-celerado-irado,credo!Mas aqui…Num é o quase pernambucano João Gilberto,inclusive muito mais interiorano que o Tom Zé e que num gosta muito de ser chamado bossa-nova…Cê cridita nele?Qual é o sotaque do João?Pernambucano tem cultura refinadísima que eu sei!Sera que João captou isso?Porque o samba dele é bem caprichoso,né?Mas o que não dá para discutir é que o bairrismo umbilical é mesmo o maior fator de semelhança de cariocas do Rio e baianos de Salvador.Nunca vi igual meu deus.Eu so fico aqui na inveja.Infelizmente o mineiro jamais poderá ser bairrista.Seria incongruente,leviano até as trinca dado as configurações de seus confins geo-histórico.Já disse isso aqui.E vou dizer de novo também que da gravação divina de “Alegria,Alegria”(Nana e os Mutantes)qui num paro de ouvir e onde tudo é tão harmonico e inconsistente,tão romântico que o sotaque paulista do trio:”…purlque não,purlque não”,parece traduzir tudo que se discute sobre sotaques neste presente blog presente.Sou capaz de dizer Caetano,me perdoa,que a versão dos caras(de quem é o arranjo,hem?)é insólitamente superior a sua.Uma coisa tão lado B da verdade tropical.Meio de abandono,né?Linda demais!
Suely Rouco, gostei muito do que você disse com relação a mulher e os 50 anos, ou esta coisa das pessoas nos acharem velha, tenho 47 anos, nunca pintei os cabelos, na verdade os adoro, embora não tenha tantos cabelos brancos, eles existem faz alguns anos, coisa da natureza! Então já faz tempo que as pessoas me tratam de senhora (no sentido de pessoa mais velha… quero dizer pessoa que já passou dos 40), não me importo. Agora este negocio de: “Ser avô…avó… Bendita velhice!” Veja bem eu fui avó aos 40 anos, e como meu neto acaba ficando muito tempo com a minha mãe e a minha filha sempre a chama de vó, e também porque entendi que minha mãe não estava muito preparada para ser a bisavó, passei a ser a nonna, ou a “nonninha” como o Lucas me chama algumas vezes. E é engraçado que nonna dá uma noção de avó mais velha, eu mesma aqui na Itália quando vejo uma senhora muito velhinha tipo 95, 100 anos a chamo de nonninha (vestido preto, cabelos branquinhos e lenço na cabeça), mas, dentro de mim, nunca tive o menor problema de ser nonninha. Penso que este “culto à juventude” é sempre positivo, porque hoje eu vejo que as pessoas se preparam de uma forma mais saudável, me lembro que o sonho da minha mãe era a cirurgia plástica, hoje as mulheres estão “malhando” nas academias, se vestem de uma forma mais jovial, são mais informadas ou informatizadas. Este negocio de sofrer com o preconceito, no caso da idade, ao meu ver, com todo respeito, acontece quando a pessoa não se sente amada, ou valorizada e respeitada pela pessoa que a gente ama, da mesma forma isso faz com que as pessoas se sintam feias, gordas, etc. Noto com espanto que aqui na Itália apenas as mulheres do meio artístico, ou algumas que vivem em grandes centros parecem mais preocupadas com esta questão estética, na verdade moro numa cidade pequena e tenho a impressão de que aqui as mulheres viram “mammas” e “nonnas” e são amadas desta forma e, talvez por isso mesmo, sejam mais “acomodadas” e aparentemente mais felizes.
Agora irei me atualizar novamente porque isse blog é muito dinamico!
Beijos a todos
Caetano, Heloísa, Salem, todo mundo:
não é assunto deste post, mas tentando transformar o diálogo de Caetano e Heloísa em triálogo, uma última opinião sobre isto.
Acho que os sotaques são bonitos. Acho que para um “Jornal Nacional” não há muito problema na suavização e padronização de um português do Brasil inteiro. Mas só para isto.
Entretanto, outra questão deveria ser debatida. Here, there and everywhere. Os erros cometidos, praticados e repetidos.
Não sou professora de português (sou engenheira!!). Admiro imensamente a obra (em progresso e a concluída) de Caetano. Admiro imensamente a coragem, a lucidez, o brilhantismo e a diversidade das opiniões de Caetano.
Penso ainda que temos uma obrigação, um dever social e humanitário de dividir, de proporcionar uma melhor distribuição de riquezas entre todos. E uma das riquezas é a instrução escolar.
Quando vejo (e vejo muito, porque gosto) programas esportivos onde jogadores de futebol, que foram crianças pobres sem condições de boa formação escolar falando errado, só tenho pena. Quando vejo jornalistas, que são profissionais de comunicação falando errado, tenho raiva do descaso como somos todos tratados.
Acho que Caetano (que lê todos os comentãrios) não gostou dos meus sobre estes assuntos. OK.
Só penso que um dos maiores nomes da inteligência nacional, uma das maiores influências na cultura brasileira, tem que se preocupar com isto sim.
Abraços, Lilu
Márcio Almeida,
Muito obrigado.
Valeu a explicação e a indicação do dicionário. Trazendo pro meu paulistanês, seria tipo: “Não tem pra Scorsese”. É isso, meu?
Viva a língua Viva.
Glauber,
Cinema, cinema: sou Scorsesemaníaco. Táxi Driver, Touro Indomável, After hours, O Rei da Comédia, Os bons companheiros…
Aliás, o cinema americano dos anos 70 faz minha cabeça até hoje: Kubrick, Copolla, DePalma, Cassavetes, Mel Brooks (A última loucura de Mel Brooks passou outro dia no Cult, demais!).
Dos brasileiros, o seu xará e o Sganzerla!
Abraços a todos e parabéns ao vovô.
O show desse disco de Tom Zé aqui no Circo Voador (sou baiano e tô morando aqui no Rio, agora) foi foda, véio. Muito bom mesmo. E o Estudando o Samba é um dos mais lindos que já ouvi, Byrne deve ter bom gosto, pelo visto… Um abraço a todos, um abraço, Caetano, saudações tricolores!
Deixa eu pegar uma carona nessa alentada e carinhosa querela linguística Heloisa/Caetano para levantar um ponto que muito me interessa , a intercessão entre língua e história.
Sotaques são resquícios de linguas mortas. A história explica assim o aparecimento das diversas prosódias brasileiras.Os nossos sotaques estão diretamente ligados as línguas faladas pelos indígenas.
Não entendo bulhufas de etno-linguística, mas me parece que o tão discutido “r” retroflexo deve ter sua gênese no tronco linguístico macro-jê.
A maioria dos índios que habitavam o sertão dos bandeirantes falava línguas desse grupo.
Viajando na maionese , poderia se imaginar que esse sertão “jê” explicaria também esse sertão musical que vai de Luis Gonzaga(Pernambuco) à Chitãozinho e Chororó ( Oeste do Paraná).
Puro intelectualismo de miolo mole. O Hermano que é antropólogo deve ter explicações muito melhores, ou pelo menos colegas de miolo duro, que nem ele, que possam dar os fatos.
AS CANÇÕES QUE ALGUÉM FEZ PARA MIM E QUE EU DEDICO A… [ II ]
- Caetano Veloso -
Caetanino, eu sei que você sabe que aprecio tanto de seu tanino quanto de seu mel. Quanto ao mel, nem podia ser diferente, abelhudinho que sou. E sei que você ainda sabe que sou um monstro polinizador e devorador de estrelas. Um ser centáurico - e icaropterossáurico -, que, além de você, tem fome e sede de tantos astros, para exemplificar só com medalhões, de Gil, Chico, Alceu Valença… Glauber, Waly, sobretudo de Guimarães Rosa. E, ainda por cima, sou “primo” do mastuto Tom Zé, pois parte de minha família paterna arribou de lá do lado de lá de Irará. Ou seja, sou um ser insuportável (errata: queria dizer, irresistível).
Então, também sei que você de todo modo sabe que há um Riobaldo em mim. Só não sei se você já atravessou, sem lenço nem documento, a fina neblina que se evola lá de meu poema liquefeito, em eterna busca de um Dia… dorim. Todavia, desses nonadas de neblina nem quero dizer que entendo. Entender é um verbo que prefiro descartar de meus métodos de entendimento. O que eu sei é espichar. Espicho até espessar o ar evolado e esparso, condensando-o em nuvens de vapor. Digo isso para enfim te dizer, feito eu fosse o seu diamantino MatuSalem, que onde você, tão cioso de si, e ao mesmo tempo tão capaz de ver-se, quando quer, de um modo que não embace o próprio espelho narcísico, vê fumaça negra de óleo diesel, com aquele cheiro horrível que me rói o estômago - expressão na qual não reconheço em você o homenino divino que tanto cultuei, porque é expressão nada feliz para nomear o obstáculo à comunicação com a bela alma de nossa Heloisa (leia logo o Starobinski que eu te enviei, mas muito cuidado se for direto ao Rousseau, e seu Julie, ou la Nouvelle Héloïsa) -, pois, em lugar desse cheiro que me enoja, prefiro ver e sentir aí o barato do seguinte vapor, fabricado pelo Waly Salomão e Jards Macalé, fundido à flor de nossa pele pelo soldador e torneiro poético Zeca Baleiro, e que eu posto a seguir somente para rimar com o seu jeito perigosamente dengoso, dizendo em conclusão que ando muito atento a você, meu nego, tanto, tanto, que cada vez mais não sei se te amo mais ou se te odeio:
Gal Costa & Zeca Baleiro defendendo a canção - no YouTube
Na próxima edição, postarei duas canções que estou preparando, para que Heloisa & Vero respectivamente me reconheçam, para que ambos esses belos seres se reconheçam, para que outros os reconheçam, sem ningúem precisar cantar em uníssono comigo nenhum acorde perfeito maior nem fazer-me ou fazer-lhes qualquer juízo final.
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Com muito amor e acidez no coração, Miriam Lucia, meu desejo está tão à flor da pele por montar cavalos ciganos e partir para invadir o blog de Tom Zé, que ao primeiro grito de amazona seu eu já estarei a postos. Sou - não é mesmo, Tyrone? - um bandolero.
Muito massa esse ultimo texto de Caetano, como se fala na Bahia, como eu gosto… Sem a neurose de quem gosta de tirar onda de que sabe gramática.
Recomendo ao pessoal a crônica de João Ubaldo que saiu no jornal A Tarde de Salvador domingo. Primeira vez que se fala de Obama lembrando as coisas mais simples (que são as que sempre esquecemos). Ele antes de preto é democrata (com todo o sentido de protecionismo comercial que vem disso) e antes de ser democrata é americano. Não deve vir coisa boa por ai.
Só não deixa de trazer uma certa felicidade junto. (por outras razões)
Roberto,
uma expressão bela do Rio contemporâneo. E que diz muito sobre a cidade, muito mais do que a chata e enfadonha “Lapa”. Gosto muito da expressão “até ficar sem gosto”, é a cara do Rio atual, cidade onde moro e que amo profundamente.
hmmm…cinema. assunto instigante.
o último filme que me marcou mesmo foi “sangue negro”. música, locação, texto, enquadramentos. daniel day-lewis parece que recebeu uma entidade, sei lá…
adorei “american splendor” [até porque sou um grande fã do harvey pekar]. pirei com “buffalo 66″ de vincent gallo. este, altamente recomendável, aqui no meu planeta.
gosto muito de comédias de comportamento e esses comediantes americanos, adam sandler, jack black, jim carrey, ben stiller [vejo poesia neles].
mel brooks, zero mostel, gene wilder, gênios. oscarito e mazzaropi também.
“terra em transe”, “a rainha diaba” e “copacabana me engana” são sensacionais. este último foi lançado em DVD?
gosto do cinema europeu, os grandes clássicos que as pessoas pseudo-sofisticadas adoram citar num petit comité [by the way, vá a um petit comité, mas não me chame, haha]
gostaría de saber o que o pessoal aqui gosta de ver na telona.
Caetano, como você eu também adoro o filme Tiêta. Todas as atuações são belíssimas, Chico Anysio, então está espetacular…
O disco do filme inteiramente comoposto por ti é primoroso. A canção tema (A luz de Tiêta) já foi prestigiada no show Prenda Minha. A canção Vento é perfeita, a letra casa muito bem com a melodia, é vibrante e divinamente interpretada pela Gal e acho que merece um registro ao vivo teu. O disco é muito bom e tem até hoje pouca repercussão dentro de tua obra.
Um abraço Caetano
Salém - muito bom seu comentário. Só não concordo com o morno que deu para Vicky Cristina Barcelona, achei muito bom depois de uma leva ruim de Allen. Engraçado, bonito, foge do esquema Allen judeu neurótico com mãe superprotetora, mostra Espanha linda, brinca com sexo, pinta com gozo. Adorei a trilha também.
Dos filmes do segundo semestre, gostei bastante de Vicky, Woody Allen, de Burn After Reading dos Coen. Dos nacionais, não gostei de Cegueira. Adorei o documentário sobre Phillippe Petit. O novo 007, gostei mais do primeiro, acho Daniel Craig um bom agente, adoro as aberturas fabulosas. Me faz lembrar de como gosto das aberturas de Pink Panther.
Caetano - Um novo post depois de mais de 400 comentários! Poderoso Chefão I, II e III e Apocalipse Now são clássicos. Para não falar dos livros de Puzzo e Conrad. Na mesma linha de Godfather, sou fã dos filmes de Leone mais velhos e gosto também das releituras spaghetti-western que ele fez dos filmes de Kurosawa. Ontem à noite vi novamente ByeBye Brasil com Wilker engraçadíssimo. Saudades.
Sobre música brasileira atual, Mariana Aydar conheci há pouco tempo e gostei bastante. Agora estou curtindo o CD de Portuondo&Bethania e outro de Marina de La Riva. Lindo o álbum de Bethania. Quero ouvir o novo Tom Zé, ainda não tenho.
Caetano e Heloísa - esse papo já tá qualquer coisa. Não pelo tema, minha tese foi até mesmo sobre assunto bem próximo: analfabetismo funcional em São Paulo. Mas é um diálogo que pede, despede, despedaça, pica, aponta, pula e pede beijo; quase cansa. Muda o post lá em cima e aqui, em poucos comments, volta a conversa de um mês: eu disse isso, você disse aquilo, eu disse isso. Para quem é platéia desse diálogo que parece que não sai do lugar, fica uma situação meio awkward. Pelo menos, eu sinto assim.
“O Baile” - sem diálogos, apenas interpretação e música - é um filme ótimo do Ettore Scola. Fiquei muito impressionada quando vi.
Na condição de fã, que somos todos, viveria um turbilhão de “vastas emoções e pensamentos imperfeitos” se estivesse no lugar de Heloísa, nessa troca de afagos e “durezas” com Caetano, debatendo esse bom debate.
Adorei win wenders e aprendenders.. Asas do Desejo e Tão longe, Tão perto são delicadíssimos, lindos. Me emocionam todas as vezes que vejo.
Caetas, não perca!
Afro-Ásia n.º 37-2008
Autores diversos
Editores: Luis Nicolau Parés, Renato da Silveira e Valdemir Zamparoni
ISBN 0002-0591
2008, 304 p., R$ 30,00
http://www.afroasia.ufba.br
O periódico Afro-Ásia será lançado no dia 03 de dezembro, quarta-feira, no Centro de Estudos Afro-Orientais a partir das 19 horas. Entretanto, a trigésima sétima edição da revista já está à venda e pode ser encontrada nas livrarias filiadas à Editora da Universidade Federal da Bahia.
A revista Afro-Ásia é uma publicação semestral do Centro de Estudos Afro-orientais da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA. Única publicação dedicada por inteiro a temas afro-brasileiros, africanos, e, secundariamente, a temas asiáticos no estado. Reflete, também, o processo de construção das identidades baiana e brasileira dentro dos inúmeros conflitos das relações raciais. A revista, dividida em artigos e resenhas, evidencia estes conflitos através de relatos e histórias, além de discutir temas da contemporaneidade.
O quê: Lançamento da revista Afro-Ásia
Quando: 03 de dezembro, quarta-feira.
Onde: Centro de Estudos Afro-Orientais
Praça Inocêncio Galvão, 42
Largo Dois de Julho
Horário: A partir das 19 horas
Woody Allen nunca negou sua admiração por Bergman e Groucho e Porter. São lindas referências e perceptíveis nos seus filmes. Confesso que adorava suas primeiras comédias, meio sujas e com alguma influência do humor inglês. Isso porque eu era adolescente. A imagens dos espermatozóides de “Everything You Always Wanted to Know About Sex” estão gravadinhas na minha memória. Adorei Sleeper e Bananas.
Com Annie Hall tudo mudou e Manhatann, Zelig, The Purple Rose of Cairo e Bullets over Broadway são clássicos.
Só acho chatos os seus filmes-cabeça bergmanianos.
Não achei Vicky Christy BarcelonaVick tudo o que andam dizendo. Me pareceu um filme meio morno. Mas a diração dos atores segura a onda.
Match Point é o meu preferido.
Entendo essa coisa que Caetano diz a respeito do cara “anti-rock, anti-contracultura, anti-black-is-beautiful, anti-hippie, anti-punk, deslumbrado com “alta cultura” e apês cor de antílope - e roupas cor de antílope”. Isso, no tempo, até faz sentido.
Mas hoje, Allen é pop. Há algo de rock no seu jazz. O seu repertório terapia-judaismo-hipocondria-pizza-sexo-jazz-fobias e travas sexuais virou senso comum no final do século passado. A ponto das piadas fazerem sentido aqui nas urbes do patropi.
Woody é uma espécie de undigrudi do mainstream. Alternativo bem sucedido. Ele tem uma grande frase sobre isso:
-“Os dois maiores mitos sobre mim são: que sou um intelectual apenas porque uso óculos e que sou um artista porque meus filmes rendem dinheiro. Estes dois mitos vêm prevalecendo há muitos anos”.
alguém pode criar uma comunidade no orkut: blog do caetano. aí o próximo passo será marcar uma festa!
“depois de horas” é muito bom.
Felicitaciones por el netinho!! Buena vida para él!
Convidei uma amiga pra conhecer o Obra em Progresso. Ela veio, leu, gostou muito e disse exatamente o que penso: “é muita areia pro meu caminhãozinho.”
Não digo coisa com coisa, nem coisa que preste muito, como muitos fazem aqui, mas observar eu posso e gosto!!
Heloísa, sinto sua falta!
Una de mis películas favoritas:
THE PIANO. Una película muy femenina en mi opinión. Me acuerdo haber tenido una discusión con una amiga que decía que la protagonista se prostituía por el piano. Yo pienso todo lo contrario. Ella se erotiza con el intercambio, haciéndole creer al Maori que lo que le ofrece es un pago. LA RECOMIENDO para los que no la vieron.
AMADO CAETANO,
FELICIDADE E SUCESSO SEMPRE!
P.S.: SAIU EM DVD, A TRILOGIA DE “O PODEROSO CHEFÃO”, EM EDIÇÃO DE LUXO COM 4 DVDS, COM EXTRAS MARAVILHOSOS E INCLUINDO A TRILHA SONORA DE NINO ROTA!
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.
CLEYTON,
CAETANO ESCREVEU RAPIDAMENTE SOBRE O DISCO ‘BANDA LARGA’ DO GIL… DIZENDO QUE GOSTOU DE ‘NÃO GRUDE, NAO’.
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CAETANO,
A BABY DO BRASIL [ EX CONSUELO ] TAVA LÁ… E BEBEL DEDICOU ‘MENINO DO RIO’ E ‘ACABOU CHORARE’ PRA ELA.
“todas as manhãs do mundo”: sem dúvida meu numero 1
tive a graça de ver no cinema, logo após uma separação onde deixei pra trás muitas coisas pra estar mais livre. o filme me fez olhar além de tudo. a cena do garoto fazendo xixi, os sapatos, a viola da gamba.
as experiências do “dogma”, do lars von trier
“cria cuervos”, “jamon jamon”, “a comilança”, “perdas e danos”
” de volta para o fututo I”, matrix I,”o nome da rosa”
sem os conceitos de gosto ou não gosto, mas vale conhecer muitas coisas. acaba que esqueço muitos nomes e diretores, até me deu vontade de rever muitas coisas. gosto de assistir. me divirto. e é muito interessante a referencia que fica de acordo com a época e idade que assitimos…afeto puro. amo!
mais: eles tão brotando,
Trilogia do Kieslowski
surpresas de Pulp Fiction, que me levou a ver Drink no Inferno (e pensar: o que “ser” isso?”) e Corra Lola, Corra (quase chamei uma de minha filha de Franka por causa desse, a outra seria Milla, não ficou bem, tipo uma margarina forte, mudamos tudo…rs)
tá gente, só mais uma lembrancinha
Woody Allen é um excelente cronista. Não um cineasta-cronista (sim, também o é), mas cronista-cronista, no sentido literário. São deliciosos os textos de “Que Loucura!” e, mais recentemente, de “Fora de Órbita”.
Sem sombra de dúvidas, é um artista que se destaca mais no mundo das letras do que no dos filmes, sem deixar de ser ótimo em ambos. A forma com que conta suas histórias, e os detalhes cômicos nela inseridos são impressionantes.
Num conto sobre reforma de casa, por exemplo, ele comenta que se espantou com o imóvel que deveria estar “pronto para morar” e disse que a expressão faria sentido apenas para “um grupo de fugitivos ou um bando de ciganos”. Nessa mesma história, ele fala do mestre-de-obras e do orçamento, que seria tão grande quanto o Talmude e “com o mesmo número de interpretações possíveis”.
Não sei se todos conhecem esse lado de Woody Allen. Fica a dica. Pena que, no Brasil, nunca tenham publicado a historinha do “Grande ‘Roe’”. Procurem no google. Escrevi recentemente sobre ela na revista digital http://www.mundomundano.com.br, mas é provável que ainda não tenha ido ao ar.
Beijos a todos e amplexos retroflexos e reconvexos apenas à Heloísa
Glauber
Woody toca clarinete, tanto quanto Benny Goodman tocaria uma câmera.
É bem legal o fato dele tocar. Mas vi uma jam em NY com ele solando e o cara toca mal pra chuchu. Fãs e turistas fazem fila pra vê-lo tocar com os amigos e o aplaudem, afinal é Woddy.
Mas se não fosse, não passava no exame da Ordem dos Músicos.
Tá, bom… Mautner também não é um exímio violinista. Mas Mautner é o nosso profeta do Kaos! Nosso trovador fu-turista! E um grande compositor. Ele sim é o nosso judeu roqueiro sambista de cenas cinematográficas!
abraço
salem
Pois é, Caetano
Postar e comentar é diferente de conversar por meio da web. Também lia às tuas respostas à Heloísa num tom “bem humorado” e um tanto apaixonado pelo tema.
Já tive muitos problemas de interpretação de textos meus enviados por e-mail, por conta da falta de melodia. A leitura do interlocutor é sempre contaminada pelos humores, paixões e estados passageiros. Cabe à ele/a colocar a melodia e o tom, o que pode transformar uma balada num punk transgressivo.
Foi exatamente por isso, que num dado momento, propus que as pessoas se colocassem num tom mais pessoal e menos de “defesa de tese”. Isso porque sinto não apenas na Heloísa, como em muitos, um desejo de acolhimento das idéias.
Todos por aqui, além da admiração por você, têm outra coisa em comum: gostamos de escrever e, pelo jeito, com certa compulsão.
A arte de descobrir a melodia de cada um é minha diversão predileta. Gostei quando consegui decifrar a escala tonal do Lacerda. A divisão inteligente do Nando. A polifonia afetiva de Joaldo. O refrão de Joana. O discurso noise de Glauber.
O divino conteúdo dessa tchurminha está nas nuances das frases e riffs.
Ficava aflito por não conseguir colocar melodia nas falas da Heloisa e nem nas tuas quando o assunto era a língua.
Línguas diferentes, falando línguas diferentes sobre a nossa língua falada. E nada de eu sentir a tonalidade.
Peguei até um certo bode da palavra retroflexo, acredita?
Agora tô mais sossegado. Depois da tensão de uma dominante, sempre vem a tônica para o repouso.
Adoro polêmicas, detesto brigas.
Bom é mesmo amar em paz. Brigas nunca mais.
abraço
salem
tinha 12 anos e meu professor de ingles no yazigi me explicou o que era aquilo - eu não estava entendendo nada daquela música diferente com uma letra maluca …
mas o tempo passou e aí no outro dia passou “lisbela…” na tv, e eu resolvi dar um crédito, e ia curtindo muito o filme, me emocionando, até que toda a emoção do desfecho fosse soterrada pela música-tema mais cretina de toda o repertório de caetano veloso … não acreditei que o diretor usou aquilo de espontânea vontade, não acredito que caetano fez aquilo de espontânea vontade …
então, como na lei de murphy tudo pode piorar, eu lembrei que já tinha ouvido aquilo num domingo, quando entre o suicídio e assistir tv, optei pela mediocridade e acabei sem querer sintonizando o bossal massulento do domingão justo no momento da aparição de caetano veloso, apresentado lamentavelmente como “super-caetano”, e que, no final era mesmo outra pessoa, pois tinha ido justamente promover a mais pavorosa reciclagem brega de uma canção já brega, e que ainda culminava num totalmente desnecessário ‘vibratóide’, feio cacoete disfarçado de técnica, que no meu estômago gera perturbadora cólica e indesejável consequência intestinal …
achei um exemplo do que penso neste email na net: “Nunca frenquentei nenhum curso, mas sempre procurei fazer exercícios para aquecimento adequado da voz. Solicito a gentileza de me informarem o que devo fazer para retirar esse “vicio da tremidinha”, pois afeta a mim, porque sei que estou fazendo e não canto com segurança aí já viu, bagunça tudo… imagine tudo isso numa missa com cerca de 700 pessoas presidida por um Bispo, às vezes beira ao fiasco !!!”
lembro que ouvi uma vez na platéia de um filme chato do bom Allen: “os gênios tb envelhecem !” - tipo de crítica que não rola entre amiguistas …
será que caetano envelheceu? virou maneirista? ou tem gente demais em volta, eternos saudosistas, gente ‘de época’, babões, filhos, netos, confirmando a máxima de W.Allen que “a família é a morte do artista! …
acho que caetano não é mais um átomo daquilo que pregava qdo roubou minha atenção na adolescência … pena porque confesso que na minha lista das 10 músicas favoritas estão ‘baby’ e ‘london, london’…
para não dizerem que não fui construtivo, tenho uma sugestão de nome para o tal ‘grupo no orkut’ (tem coisa mais brega?) :” da Tropicália à Cafonália, começo e fim de uma era” …
Paulo Tabatinga: não sou biólogo, mas sou chato e xereta. O DNA não é para sempre. Ele muda - daí ser mutante. Muda ao longo da vida e, principalmente, ao longo das gerações. Caetano - embora também seja ‘mutante’, permanece.
O blog é mais uma obra, embora de aspecto passageiro, que ’se vai’ - como um ’show por escrito com participação mais ativa do público’.
Se for para compará-lo com um DNA, entendamo-lo como um grande Projeto Genoma de construção quase colaborativa, mas principalmente autoral e com cada qual tendo a honra de ver assim bem de pertinho a feitura de um disco, com a delicadeza de Caetano Veloso.
Engole o chorinho, Paulo! Eu também ensaiei reclamar, lá pelas tantas, mas estamos é com a barriga cheia! Isso aqui é ótimo!
Adoro o Tom Zé, nem conheço tanto quanto gostaria, mas dá pra ver que o cara é bom. Vi o documentário sobre ele.. fo**. E o vi no Altas Horas também, apresentando esse cd,quero ouvir todo! Adoro a Zélia, ela tem vários projetos legais. Já ouviu o “Eu me transformo em outras?”, dela?
Gravataí Merengue - Lembrei do conto do Woody Allen na New Yorker dessa semana, ou da semana passada. Não sei, a revista chega sem sobrar tempo para contar os dias. Enfim, o conto é engraçadíssimo, sobre remédios para memória. Vale a pena buscar.
http://www.youtube.com/watch?v=g0b0F8HAJgI
http://www.youtube.com/watch?v=8J_bYqQE9Qc
Academia! Academia! Academia! meu filme de sempre é Blow Up…Linha de Passe me ligou…174 não consegui ver porque me lembro do documentário original, espetacular e terrível…VCBarcelona é mal realizado mas Maridos e Esposas, Manhathan e Anie Hall, entre outros, são bacanas. Glauber Rocha gostou do Orfeu do Camus, soube que Vinicius chorou quando viu, chorou de desgosto, mas Glauber redimiu o olhar de muita gente, eu gosto do Orfeu do Cacá e pensei que gostava sozinho…mas os atores protagonistas não corresponderam, tinham tudo pra emplacar mas…em campo não rolou. gostei do Ensaio sobre a Cegueira e comprei mas ainda não li A Viagem do Elefante, do grande, enorme Saramago. gosto dos quadros do Gonçalo Ivo que encontrou Caetano no elevador em São Paulo.no cinema falado diz que tudo vem das artes plásticas, não consigo me entender com Oiticica, Gerchman era meu herói. Sérgio Camargo é o máximo, acho que votei nela por causa dele. Cadê Gal Costa? Ninguém mais ousa em falar do “declínio” americano…a primeira faz tchum, a segunda faz tcham…elegeram quem elegeram e todo mundo babou literalmente, a moeda ( a ideologia) que derretia é disputada a tapa diariamente, nossa modelo vai ter que rever as receitas…o bacana no loronix é que vc pode comprar se quiser baixar…muito melhor que baixar de graça, mais digno…o cinema italiano e o cinema feito pelos italianos…que beleza. Aqui?! ACADEMIA!ACADEMIA! CAETANO VELOSO NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS!
Edison, adorei o Brazzilport. Sou louco por essas conversas sobre sotaque, língua, fonética. Nunca estudei (a não ser or rudimentos do ginásio e do clássico). Mas fico excitado.
Salem, hoje eu gosto até desses filmes de Woody Allen do começo. Não muito, mas gosto em geral (e pelas razões que você deu: alternativo bem-sucedido etc.) Mas na época me cansava o culto a um careta tão careta. Eu também amava Bergman, Groucho e Porter - mas amava Dylan e Erasmo Carlos, Jorge Ben e Bob Marley. Tudo em Allen exibia desprezo pelo que esse elenco representava. E os filmes eram malfeitos. Os “sérios” são os que fazem gargalhar: as roupas cor de antílope. “Match Point” é a repetição, com sotaque inglês, de “Crimes and Misdemeanors”, uma tragédia moralista e escrita com mão pesadíssima: a gente sente que foi um cara só que escreveu e que esse cara tem uma mente estreita. Como disse Pauline Kael, ali Allen não só nos ensina o que já sabemos mas o que já recusamos. É o velho papo de Dostoiévski “se Deus não existe tudo é permitido”. O rabino que vai ficando cego, o sábio feliz que se mata (imitado do Steiner de “La dolce vita”, mas sem o pathos), “I’ll Be Seeing You” no final - toda essa simbologia simplória me esfria. Pois “Match Point” tem esse clima (e a mesma história) e ainda uma reprodução dos detalhes do crime de “Crime e castigo” (em falar nos fantasmas que aparecem ao criminoso). Além disso, a primeira cena de Scarlet Johanson é fraudulentamente enganosa: ela se comporta como uma piranha em busca de grana - o que depois não se confirma mais em nenhuma cena. Bem, é assim que discuto as coisas, vou abrindo meu coração com entusiasmo. Se você fosse diferente, se você fosse mulher, aqui poderíamos começar uma discussão que poderia vir a parecer uma briga. A melhor reação que já encontrei foi a de Jorge Furtado (o divino diretor de “Saneamento básico” e “Houve uma vez dois verões”, atualmente em cartaz como co-autor do roteiro e seguramente responsável pelo ritmo dos diálogos de “Romance”): dava-lhe eu uma carona até Copa e, em meu carro, ele ouviu calado meus fortes argumentos contra “Dogville” (filme de que ele me dissera ter gostado muito) - que era uma única cena da “Ópera de três tostões” de Brecht ( a da Jenny, que virou a Geni na adaptação de Chico) esticada para quase 3 horas de filme, com os gangsters substituindo os piratas; que Nicole Kidman estava chata e alta demais para os cenários (aliás péssimos), onde ela não acertava a andar; que isso tudo se juntava para afagar o anti-americanismo tacanho da mente européia, etc. etc. etc. Aí, já na porta do hotel onde ele estava hospedado, Jorge disse: “tá bem, o filme é uma merda, não gosto mais” - e saiu rindo, deixando claro que reconhecia a veemência da minha argumentação mas que seu gosto por aquele filme continuava inabalado. Eu ri demais.
Esses filmes citados de Scorsese são bons. Legais. “Taxi Driver” talvez seja o melhor. Mas nenhum se compara aos Chefões ou ao inspirado em Conrad. E Coppola nunca fez nada ruim como “The Age of Innocence” ou “Gangs de Nova Iorque”.
Não sou fã de “Era uma vez no Oeste”. Glauber adorava. Também, Leone mostra paixão por “O Dragão da maldade” o filme inteiro! Parece que ele viu o filme de Glauber e pensou assim: “isso bem feito… vai arrebentar”.
Mas Scorsese também adora “O Dragão da Maldade”. No número dos Cahiers du Cinéma dedicado a ele, há vários artigos sobre sua obra e uma longa entrevista. As páginas centrais foram entregues para o próprio Scorsese escrever o que quisesse: ele escreveu sobre Glauber. E, no texto, ressaltou que o grande filme dele (e que mais o tinha encantado e influenciado) era o “Dragão”. Bem, eu nnao gosto muito do “Dragão”. Estrageiro adora.
Não defendi o “Orfeu” tanto assim. Não gosto muito desse filme. Ha aspectos admiráveis, todo de ordem mural: as entradas da polícia na favela, a favela reagindo, o carnaval visto de longe, na mira dos atiradores etc. Mas o casal central não funciona. O amor de Orfeu e Eurídice não rola. Eu sei que é difícil. Agora, historiei o fracasso brasileiro do “Orfeu do Carnaval” de Marcel Camus, explicando que participei dele e desmentindo tese de que ele se deveu ao racismo da classe média brasileira. O filme de Cacá é melhor do que o de Camus.
Depois eu falo de mais filmes. Agora vou dormir.
tão grande quanto o Talmude e “com o mesmo número de interpretações possíveis”.
haaaaahahahahaahahahaha…adoro esse humor judeu, merengue
não esqueçamos o monty python. “a vida de brian” é sensacional.
gosto muito de frank capra. james stewart, o simple man lutando pela liberdade…não concordo com esse moralismo americano, mas acho lindo, singelo.
o melhor filme que já vi na vida é “a montanha dos sete abutres” de billy wilder.
outro que gosto muito é buster keaton.
procrastinadores do mundo: uni-vos! [mas só amanhã de manhã].
Mônica Salmaso posee una entonación exquisita, que me agrada.
Exequiela: Me divierte tu humor, yo también tengo mucho sentido del humor, y frecuentemente me pasa lo mismo que a tí, me quedo riendo sola, pués, pienso que el humor quizás llegue a salvar el mundo, utopía mia nomás!. Te dedico una frase que dice: “El humor con amor se paga”. Abrazo apretado.
“Yo espero sin cesar” y hay que entender que la espera es marcha, y al ser marcha ya es “encuentro” en el esfuerzo de seguir. Um abraço.
Caetano, sempre respeitei (e respeitarei sempre) suas opiniões/considerações/análises/ponderações… Mas ouso, atrevo-me a dizer que você assoprou e depois mordeu quando escreveu: “E a afinação e musicalidade de Mônica Salmaso me impressionou de novo como tinha me impressionado quando cantamos juntos em Parati, com o Uakti. No disco com as músicas de Chico ela não me pareceu à altura sublime do que percebi naquela noite”. O disco dela com o Pau Brasil é muito legal. E uma linhazinha sua, assim, nesse tom, você sabe que pesa… Será mesmo que você o ouviu no momento certo, com a devida compenetração, meu mestre?
“Não tem Scorsese certo”.
Shame on you, Caetano; Scorsese rules. Ao cara que dirigiu “The Last Waltz” (o melhor filme de e sobre rock’n roll EVER) eu pagaria acarajé da Dinha (ou Cira, ou Tania) recheado de camarão e com Coca geladíssima pelo resto da vida
Meu favorito é Krystof Kieslovsky.
E acho “Pulp Fiction” obra-prima absoluta. Um filme que mapeia aspectos psicológicos da vida americana (e não só americana) com precisão cirúrgica. E tem alguns dos diálogos mais saborosos de toda a cultura pop cinematográfica. Além de Uma Thurman dançando ao som de “Girl, You’ll Be a Woman Soon”, delícia eternizada.
Glauber, wimwenders e aprendenders! O Steve Vai e o Mars Volta, mas só o Billy Ficca?
Caetano, quem toca contigo (guitarra e baixo) no album londrino que abre com “A Little More Blue”?
Joaldo, eu estava aqui justamente pensando se não sairia nem uma cançãozinha desta obraemprogresso. Tá muito parado isso aqui, não rola nem uma empadinha, um tira-gosto, nada. Acho que vou preparar um sorteio pra isso aqui. Como diria o Silvio Santos, aguardemmmm.
Sei que isso já aconteceu com outros, mas meus comentários estão subindo algumas posições no ranking. E acabam ficando acima do assunto que estou comentando.
Glauber,
realmente daqui da minha janela paulistana não havia entendido a expressão “Não tem Scorsese certo”. Não conhecia, até o Marcio Almeida me apresentar o dicionário, e achei que estava faltando algo na frase.
Mas se é isso, Caetano mostra mais uma vez que suas opiniões sobre cinema não devem ser levadas tão a sério, como ele mesmo afirma no post.
Abraço!
Gostei do filme de Daniella (impressionante, gosto de tudo o que ela faz e gosto dela) e do Walter.
Mas 174 é um filme esquisito. Tudo parece estar no lugar certo. Bons atores bem dirigidos. Bela fotografia. Roteiro do meu amigo Mantovas (Braulio é pau-brasil, como disse Fernanda Torres) bem alinhavado como sempre. Mas… o filme (considerando o excelente documentário de Padilha + Cidade de Deus + Carandiru + Tropa de Elite) deixa um sabor de “quase”.
Ele começa com cena belíssima (TV ligada no barraco com mãe amamentando e fumando). Apostei no filme por conta dessa primeira cena. Depois, é rapá pra e rapá pra cá…
O pastor me incomodou muito. É um personagem bem caricato. E a construção do protagonista esquizóide e desléxico pareceu-me forçada em várias cenas. Tudo um tanto descritivo e óbvio.
Há grande sacadas cinematográficas como o belo take do caderno que cai no mar durante a travessia da balsa. Cena curtinha e cheia de beleza.
Mas Bruno é Bossa-Nova. E o filme se pretende rock and roll. O resultado no entanto não é bossa and roll, como Rita Lee conseguiu. Parece que faltou uma imersão maior no universo real em que o cineasta pretendeu descrever.
Ao contrário de Orfeu de Cacá, onde a favela é assumidamente vista com olhar poético. Em Orfeu, as assimetrias com a realidade não incomodam. O iMac na favela, as iverossimilhanças, a luz e a cenografia são intencionalmente alegóricas. Cobrar realismo de Orfeu, como alguns fizeram, me parece bobagem.
Mas em 174, não. A cena do garoto voltando à ONG dizendo que vai viver de rap e a reação repressora da sua mentora é simplificante. Tudo parece forçar o surto, justificar a desfiguração psicológica do garoto, sem penetrar em sua profunda subjetividade.
Isso me incomodou. Saí do cinema sem saber se gostei do filme. Sintoma típico meu, quando torço muito por um filme e ele não corresponde.
Depois de algumas margueritas com a Fernanda (minha mulher e devoradora contumaz de filmes) ela foi direto ao ponto: não bateu.
Gosto do Bruno. Até sua comédia paulista sobre futebol, tão criticada, achei divertidíssima. Mas 174 parece um filme atrasado, com delay na linha do tempo e de passe do cinema.
Cacilds… Passamos meses sem falar de filmes. E agora…
…o blog quis dizer eu sou cinema!
pôoo, gostei muito de algumas coisas que lí aqui.
Vou tentar ficar sem postar, acho que é mesmo compulsão!
Meu caro Gravataí Merengue,
Eu também não sou biologo nem chato nem xereta. mas dá pra saber que o Dna transporta além de cópias, e foi nesse sentido que tentei falar.outra coisa, mesmo havendo mudanças, isso não quer dizer que uma coisa qualquer não possa ser eterno - dialéticamente, vou e volto, mas continuo sendo o mesmo.Ou não.
Preparo duas canções
-Heloisa and Vero, vocês me esperam mais um tiquinho para que eu prepare de vez suas canções?
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SOBRE A QUESTÃO ‘CABELUDA’ DA MASTURBAÇÃO
Conheço um reputado professor universitário baiano que me leva a sério intelectual e sensivelmente, mas que eu não quero por inimigo, que está preparando um vigoroso trabalho científico e poético sobre. Eu fico brincando de encontrar um título bem apropriado para a sua tese-delírio. “Bronha - modo de usar: agite-se abusando-se!” é a minha última sugestão - e a minha preferida até aqui, dentre dezenas já pensadas.
Venho lendo com interesse o catau catatômico em que se redunda a sua obra. Tenho colaborado com outras sugestões respeitantes ao conteúdo e formatação global do seu tratado. Por exemplo, percebi que ele havia esquecido de acrescentar em seu judicioso escrutínio de modalidades justamente a “bronha tântrica”, uma forma oriental em que a energia do ato jamais se dissipa.
Duvido que ele me pague algum direito autoral por isso. Por isso adoraria que, em troca, ele viesse aqui neste blog apresentar como ficou a sua explanação dessa pérola sobre a qual eu lhe lembrei: uma mística erótica capaz de reencenar o reencontro inumano entre o cosmos mais longínquo e o nosso próprio cosmos interior.
Infelizmente, a pesquisa não se desborda de forma oficial na academia local. E o próprio professor, cioso de sua reputação profissional e da de sua instituição, só se dispõe a assiná-la mediante pseudônimo.
Ora, ora, tenho travado campanha árdua ante ele no sentido de que assimile o seguinte: que essa visão de que há temas científicos e poéticos por natureza sérios e outros não foi já descartada pelo pós-modernismo. Exibindo-lhe um panorama traçado por Terry Eagleton logo no início de Depois da Teoria, tenho dito que, ou ele está numa Bahia ainda muito desatualizada, ou ele mesmo tão tem suficiente coragem epistemológica - hoje nas academias americanas o assunto “bronha” passou a ser tão sexy quanto uma quantidade infernal de assuntos da contemporaneidade correntemente diluídos nos cadernos culturais de jornais e nas revistas.
Tom Zé e Woody Allen na mesma página. Será só coincidência??? Allen é o Tom Zé de NY (agora Europoa) e Tom é o Woody da Bahia. Ambos “explicando” o que sentimos (sem “saber” que sentimos).
Um beijo p Caetano! Salute!
Gosto de “a última tentação de cristo” do Scorsese, a “Era do Rádio” Woody.
o blog está um papo de “sei lá que mais”.
Paulo Tabatinga: você deveria ser chato como eu. E xereta, também. Assim, ao menos saberia que o “ou não” é da contracapa do disco branco de Walter Franco (na capa, se não me engano, havia uma mosca) e se tornou bordão do programa de Chico Anysio, ganhando o Brasil como frase posta na boca de Caetano Veloso.
Franco Atirador não é mas Touro Indomável é…
Com é bom ler um blog como este! Aprendo muito com Caetano e com os que interagem. Parabéns,ao vovô Caetano.
muitos hitchcock. nas tardes pré adolescentes.
caets
desculpas super ok. outra hora escrevo sobre pingos em felicidades
miriam lucia
postei pra agradecer e explicar joana no post anterior. obrigada de novo
nando
acho que eu iria gostar de assistir filmes com vc, apesar de eu gostar muito de encarar cinemas sozinha
salem
obrigada pelo refrão que me coube na sua sinfonia (do jeito que a coisa anda por aqui só consigo imaginar as mais variadas sinfonias)
qd li lembrei do meu primeiro contato com música, meu, que na minha casa não tenho muitas lembranças: eu tinha uns 8 anos e estava com uma amiguinha na casa dela e o irmão dela, bem mais velho, trabalhava na rádio da cidade e sempre gravava ela cantando pra umas vinhetas. naquele dia fui convidada pra gravar junto, onde cantávamos algo baseado no :
“Houve uma vez dois verões” é, na minha opinião, o melhor filme sobre adolescentes realizado no Brasil. É a antítese do moralismo de “Match Point”. Feito sem pretensões, mas chega onde quer chegar.Os autores de “Malhação” deveriam tomar este filme na veia.
sim Exequiela! sim!
ops. meus coments também tão com o “relógio biruta”
a.c: hay varios bolg en honor a Caetano en el Orkut, pero sería interesante hacer uno con un fin, el que vos mencionás: hacer una fiesta! Que te parece, y que les parece a todos, si armamos algo en el orkut con el objetivo final de hacer un gran encuentro ( lugar a definir) el próximo 7 de agosto……..
podemos comenzar desde aca…..
Nos reunimos a celebrar el próximo 7 de agosto?
Besos. Ju
Cerimônia de casamento, do R. Altman.
A cena da Mia Farrow contando nos dedos com quantos ela já tinha transado é inesquecível.
E a Noite, do Antonioni, é lindo demais.
Manhattan, de Woody Allen, tb gostei quando vi.
Da pra notar que não vou ao cinema faz muito tempo, né? depois do DVD e da TV a Cabo não tenho mais paciência para “ir” ao cinema.
E nem adianta porque hoje não é Dia de Zumbi; homenagem aos afro-alguma coisa; consciência negra; etc. A voz do povo já decretou: hoje é o feriado dos pretos!!!
Bom feriado dos pretos pra todos.
pois é, valter silva, vocie tinha 12 anos e eu, 24. está mais do que óbvio que nós dois envelhecemos muito. também tivemos muito tmepo para isso.
Querido Caetano
Sua enxurrada de argumentos anti-Match Point, é literalmente um match point. Um “ace” no que até poderia ser um embate entre a gente. Gostei do filme sem perceber um milésimo das referências que você captou. Isso porque você manja mais e ponto. Aliás, ponto pra você.
Deu vontade de furtar a frase do Furtado: “tá bem, o filme é uma merda, não gosto mais” .
A reação do Jorge é genial e desdiz aquele papo de Maitê Proença. Há quem ainda pense que gostar de você é o mesmo que gostar do que você pensa, do que você diz e concordar com tudo que vem de você.
E tem gente que interpreta as tuas opiniões contundentes como um desejo de chancelar o gosto dos outros.
Isso porque você argumenta como um samurai.
Gosto de gostar de coisas que os outros não gostam. Também gosto quando os gostos são discutidos. E adoro quando eles coincidem.
E os nossos já coincidiram uma penca de vezes. Quanto ao Woody, acho que a diferença está na sua percepção da suposta erudição fake dele. Coisa que pra um sujeito tosco (e então adolescente como eu era quando apresentado ao seu cinema) não batia.
Você é fodão quando o assunto é cinema. Seus argumentos são um argumento.
Saneamento Básico é um puta filme!
abraço
salem
Caetano, Caetano, às vezes fico pensando de se devo regurgitar alguns filmes (Fritzcarraldo não é um deles). Aqueles que eu considero clássicos e que talvez não sejam e aqueles que considerei horríveis, mas talvez bons.
Tem filmes que devem ficar só na memória. Por exemplo: “Um dia de Sol”, daquela música “sunshine on my shoulders”, assisti com minha mãe quando tinha 6 anos. Lembro do filme porque a vi chorar em profunda tristeza. Certamente o filme é uma porcaria, mas é uma lembrança.
Por outro lado, assisti novamente Laranja Mecânica e adorei. Era um filme que não tinha gostado na adolescência.
Tudo depende de como assistir. Ensaio sobre a Cegueira é o filme que mais marcou ultimamente. Algumas cenas vêem à mente com freqüência.
Caetano, sei que o assunto agora é cinema, mas para mim é um mistério até hoje a utilização da expressão “Ou não” pelo pessoal que te imita em programas humorísticos - aliás, é bom dizer dizer que só os maus imitadores se valem desse bordão, que você com toda justiça repudiou certa vez num programa de Serginho Groisman. A expressão, como bem lembrou aqui Gravataí Merengue, está na contracapa do disco de Walter Franco de 1973. Mas bem antes disso, em 1969, já aparecera como parte do refrão de “Cultura e Civilização”, composta por Gil e gravada por Gal Costa no disco que lançou naquele ano. Mas, apesar de Gil, Gal e Walter Franco, terminaram associando a quem originalmente não tinha nada a ver com a história. Porque?
Cinema, kinema… achei essa caixa das coisas mais lindas;
http://www.europafilmtreasures.eu
Vejam só isto que precioso:
http://www.europafilmtreasures.eu/PY/246/see-the-film-bucking_broadway
E eu, exageradamente Fellini.
E questo piccolo gioiello, do DNA que viria a engendrar Fellini:
http://www.europafilmtreasures.eu/PY/249/see-the-film-butterflies
E Fellini que engendrou coisas como…
Viram “Ladrões de Sabonete”?
NANDO
Como não? Eu acho que - de minha parte - já há manancial para ao menos duas canções. Uma que escreveremos juntos, e ainda para a qual traremos GLAUBER para “transexarcebar” o som: o samba-exaltação “Dialética do Escurecimento”. E outra: o frevo-rock-maracatu atômico “Peter Pã” - para a feitura da qual já convidei por aqui o elfo TUZÉ DE ABREU, e agora me lembrei de que posso chamar meu “primo” TOM ZÉ pra parada. Para a letra desta, já obtive por e-mail colaboração de alguém desta infocaetanave, a quem em breve - também por outros motivos deliciosos - agradecerei.
VERO
Ó, espere-me sem cessar, que eu não cesso de preparar sua canção e a de HELOISA. Como é que você adivinhou que a sua partiria de meu lado zefirinocentáurico? Não tem receios de provocar ciúmes na leodulceferina EXEQUIELA? E a da DIANDORINHA HELÔ me repõe como nunca em contato com a rosa da rosa da prosoética do Guimarães Rosa.
SALEM
A seu respeito, LUCESAR já estribilhou recentemente algo que eu primeiro disse, e repito: você é sem comentários! Mas você não sofre com isso? Descobridor de nosso mares. Argonauta de nossos ares. Arqueólogo de nossos saberes… Diamante e Dínamo.
LUCESAR
Só para adiantar, pois falarei a respeito com tempo num texto mais voador, conheci anteontem alguém que eu convidei para vir pra cá e será um infocaetanauta-mirim. Conhece mais algum? É o JESSIVALDO. Ele é desses seres completos - que já anda pela terra e ainda, quando quer, passeia no ar através de nossos braços. Pedi ao pai dele para começar aqui assessorando-o justo pelos teus links - justamente aqueles em aparece o homenino divino de nosso paganismo pós-industrial, o Caetanino… Vou ter de prepararar uma canção também pro JESSIVALDO.
MARCOS LACERDA & MIRIAM LUCIA
Ao primeiro: eu não vejo a IMPERTINÁCIA brotando nem crescendo sem a sua participação no desenvolvimento e vida dessa orquidéia. E que bom que você reforçou o convite a CAETANO para o primeiro texto - é capaz dele ouvi-lo! . À segunda: só pode ser transmimento de pensação tudo o que disse! Aguardem-me. Vou escrever e-mail inicial delineando as coisas pra EXEQUIELAE: a ORQUÍDEA, digo, a pessoa mais direta e inquebrantável que, dentre nós, existe. Se ela me compreender (vejam, não escrevi entender, entender reduz tudo), isso indicará que serei bem-sucedido com os demais, e aí repassarei o e-mail com a resposta dela para os eventuais interessados na concepção - e a partir disso a gente poderá tabelar mais um pouquinho até tudo se nortear ou sulear. Então, será uma obra aberta desde o início - e para a qual já tenho plano de sustentação financeira (em prol da manutenção online) da revista viva.
BENI BORJA
Fale mais mais sobre esse lance do “sertão-jê”. Não posso mais viver sem algo mais saber! Figuei fisgado, não me deixe eternamente pulando, feito peixe ensaboado!
LUIS
Também senti um cheiro de “má” ironia em “amiguismo”. CAETANO se apressou por concluir que “é uma”. Eu já não sei. Acho que quem tascou isso na gente - lá na pagina anterior - bem que podia vir aqui nos enredar mais um poquinho em sua teia classificatória.
Eu adoro ironia quando não é nem “boa” nem “má” - quando vai além do senso moral. Como quando através dela são os próprios deuses que se riem da gente, muitas vezes - e impiedosamente - do suposto “autor” cômico. Ou quando, no fundo das coisas, quem ri são esses zumbis que, segundo um neurolingüista indiano, habitam essa região turva em nós, a que comumente damos o nome de “eu”, e em gargalhada com competição mútua e sem trégua.
(A quem quiser me enredar em alguma teia classificatória, adianto que sobre o ‘meu’ “eu” eu próprio já escrevi a minha autopsibiografia definitiva - está numa legenda a uma foto minha em álbum do Orkut.)
Muito groupie ( e beeeeem bebada)
caetano consegue ser irresistível até em comentário.
ai, ai.
LE-A-O-ZI-NHO
O no lees todos los mensajes o era tu intención matarme y por eso no me enviaste um beijito? Qué crueldad oh Dios! oh!
Exequiela caput!
JoaUUUdo… podés cambiar la canción que me dedicaste por algún Requiem.
Gracias Suely… ya estamos conectadas en ORKUT!! Para mi la ALEGRÍA ALEGRÍA es fundamental. Será porque también tengo un lado dramático muy marcado. Pero no sé si mi humor porteño se entiende. Ayer estuve todo el día riéndome con el videito de Heidi (incluso por la calle sola cuando se me venía a la cabeza la musiquita).
Me interesa mucho el tema que están “hablando” con Miriam de la mujer, la vejez. El culto a la juventud, belleza de esta sociedad. Me parece que es un tema meramente femenino. Es que la mujer biológicamente es mucho más compleja que el hombre (por eso LeAozinho la fricción que sentís al discutir con una mujer? MH). Continuamente tenemos que estar pasando por etapas complicadas que son aún más complicadas por los cambios hormonales. No es que esté en contra de las cirugías (nunca digas nunca) pero no soporto ver a las mujeres que se desfiguran la cara. Por qué se inventó el colágeno??!!!!!!!!!! Esas bocas hinchadas como si las hubiesen picado una avispa…. por Dios!!!!!!!!!!! Un asco… no sé que piensan los hombres del foro. Como dijo Miriam, influyen mucho los complejos. Hay personas tan bellas que se sienten feas: cuando el problema es mucho más profundo, no hay cirugía que alcance y caen en un circulo viciosos ridículo, no? Al mismo tiempo, hay mujeres que no tienen una belleza convencional pero la seguridad que tienen en ellas mismas las trasforman en mujeres HERMOSAS.
La vejez en el hombre también debe ser complicada. Me pregunto qué piensa o LeAozinho cuando casi todas las notas que hacen sobre él dicen: “la vitalidad a su edad”, “A los 65 años, conserva su voz”, etc, etc. Por qué tienen que hacer tanto hincapié en la edad?
Pero…las mujeres estamos muy exigidas y, para mí, muy mal criadas.
Para empezar desde que llegamos a este hermoso mundo nos meten la tonta idea de que algún día llegará nuestro príncipe azul. Some day my prince will come…La cenicienta, etc. Así es como muchas mujeres pasan su vida con el Síndrome del Príncipe Azul. Y lo terrible es cuando la mujer no se da cuenta de que padece de esta malaria. Pues pasado los 30 y pico de años y tomando consciencia de que el “hombre ideal” no existe, terminan manoteando al primer infeliz que les dice “sí, quiero”. Aunque “ojo, ojito”, lo de manotear a un “peor es nada”, no se debe sólo al Síndrome del Príncipe Azul. Eso también es causa del: “tic, tac, tic, tac” EL RELOJ BIOLÓGICO!!!!! Porque nosotras no tenemos la fortuna de los hombres que pueden ser padres a los 70 y pico como Chaplin. Para nosotras el tiempo es un tirano cruel así que la carrera es ardua. Hay que casarse porque sino sos una solterona. Tener hijos porque sino no sos una mujer completa, y todo eso antes de los 40.
Ni hablar de la MENSTRUACIÓN!!!. Todos los meses la misma historia, el mismo dolor y encima hay que agradecer que la tenemos porque sino……. UY LA MENOPAUSIA!!!!!!!! o UY LA AMENORREA por los nervios, el estrés, las exigencias!! Y otra cosa: Hey señores!: Sí, cuando estamos con la menstruación hay cambios hormonales en nuestro cuerpo y estamos más nerviosas y sensibles. Por lo tanto basta de la preguntita irónica: “estás nerviosita porque te vino?”
Y el SEXO en la mujer? Qué es eso de fingir el orgasmo?? Nao… Nao! En mi humilde opinión, la importancia del orgasmo en la mujer es directamente proporcional a la importancia del tamaño del pene en el hombre. Es decir: a los hombres no les interesa tanto si la mujer tiene un orgasmo o no, y a nosotras no nos interesa tanto el tamaño del pene. SÚPER SABIDO ESTO pero no se dice lo suficiente. Por supuesto: tampoco queremos una cosinha insignificante! Y claro… a ustedes hombres me imagino que les gusta escuchar el estallido en la mujer. Cuando se nos da todo: HEAVEN, I´M IN HEAVEN, AND MY HEART BEATS SO THAT I CAN HARDLY SPEAK pero si no se da: RELAX! (MUJER Y HOMBRE!).
Da para mucho el tema!
En fin……… tomando la frase del LeAozinho: “Oh Lord, don’t let me be misunderstood!” Yo AMO ser mujer (y soy más machista que feminista, muy a pesar mío).
Sobre aparência, certa vez um pescador me disse: “Você é descendente de negros”. Respondi que achava que sim, porque minha avó era morena. E ele, enfático: “Não, você é”. Perguntei o motivo, e ele: “Você tem bigode e cavanhaque, não tem barba fechada. Barba fechada quem tem é branco”. Achei fantástico, eu nunca havia pensando nisso. Não é 100% como ele disse, mas ele estava certo no geral.
Joana: vi que postamos quase ao mesmo tempo e muitos filmes que você postou eu realmente adoro!
Exequiela: “A Dupla Vida de Veronique” (foi assim que ficou o título por aqui): maravilhoso!!!
Roberto: eu havia pensando num sentido mais caetanino, como você costuma dizer. Vou jogar uma sequência harmônica pro Caetano, especialmente dedicada ao “amiguismo”:
“Volta, Heloísa”
A7+, E/G#-F#m, D7+
A7+, C7+, F7+, C/E, Dm7,
F7+, G#°, Am, Am/G, F7+ - D/E
A7+, E/G#-F#m, D7+
(Bb7+, Eb7+)
Gm7, Gm/F, Eb7+
(Bb7+, Eb7+) D/E
A9
O “Ou não” que o Gil usou em “Cultura e Civilização” acho que veio do Lennon, em “Revolution”: “But when you talk about destruction, don’t you know that you can’t count me OUT - IN”
Para Vero - uma “canção” enquanto preparo a canção escolhida pelo parte zéfira de meu ser centáurico:
(Traduzi-se: Ferreira Gullar)
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Querido Marcos Lacerda, queira me passar seus contatos através de meu e-mail ou msn fornecidos no perfil de meu blog, ou se tiver Orkut adicione-me por lá. Miriam Lucia, parece-me, se encarregará especialmente de convidar Gravataí Merengue. Salem foi, é e sempre será o meu primeiro convidado para ser um dos principais e permanentes focas da Impertinácia.
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Jary Cardoso, no cmt. 432 da página anterior, faz algo sobre o que eu vinha comentando pelo Orkut com a Rosana Tibúrcio e que eu também adorarei fazer aqui, incitando outros ao mesmo. Se interessar ou ingressar mesmo em outras páginas para participar de temas que me são caros e eu não os frequentei porque ainda não pegara o bonde, ou para simplesmente retornar a postagens que ainda me instigam, ou nas quais deixei, involuntariamente, por alguma alteração abrupta de meu cotidiano ou motivo maior, de fazer interações necessárias ou importantes.
É uma pena que este espaço não contenha uma funcionalidade bem admitida na plataforma Wordpress - que é a de sinalizar na página principal quando alguém faz comentário novo em postagem antiga arquivada. Essa funcionalidade acaba redirecionando outros interessados para reentretecerem aquele ponto na página original.
(Não penso a Impertinácia sem a adoção de tão enriquecedora funcionalidade.)
p.s.: Jary, estou escrevendo como colaboração para um caderno cultural um artigo sobre ‘Maiakóvski: O Poeta da Revolução’, de Aleksandr Mikhailov, em tradução de Zoia Prestes, saída pela Record, cotejando essa obra biográfica com ‘Literatura e Revolução’, de Leon Trotski, pela Jorge Zahar, e ainda com ‘A Geração que esbanjou seus poetas’, de Roman Jakobson, pela Cosacnaif, e trarei informação que - espero - irá te agradar muito, e a outros infocaetanautas, a pretexto da canção ‘Outros Viram’, de Gil & Mautner. Vou lá na página de seu comentário postar sobre isso a qualquer momento a partir de amanhã!
Bueno, en el día de hoy me he dedicado a leer los comentarios y luego de hacerlo me siento un poco más libre para escribir. Por lo visto lo de las “reglas” a tener en cuenta para postear algo no se cumplen mucho que digamos por lo tanto veremos que sale. Ahora si, más libre, empiezo.
Me encanto leer a Caetano escribiendo en español al dirigirse a Exequiela y me divierte mucho leer lo que ella escribe aunque es poco lo que he leído. No me da el tiempo para leer cosas viejas por lo que estoy un poco perdida y no se muy bien quien es Heloisa, Vero y demás.
Con respecto a este tema, sinceramente me impresionó de Caetano cuando vi que se tomaba la delicadeza de leer los comentarios e incluso contestaba algunos. Grata sorpresa. Como mi primer post fue referido a David Byrne y Caetano, continúo con el tema. Bueno, luego de enterarme de la deferencia, de la dulzura de Caetano, me fui a la página de DB (de aquí en más “el otro”) a comentar esto y a dejar sentada mi protesta y enojo por la poca consideración de “el otro” hacia mi persona dado que hace años que escribo en su página y jamás recibí respuesta de nada.
Bueno, en realidad Yale de Luaka alguna vez me saludó y me dijo que era bienvenida por esos lados a pesar de que el no entiende casi nada de español. A decir verdad desde hace un tiempo mando los emails a una dirección que encontré y no aparece en el foro lo que escribo. Ni idea de a donde mando lo que mando (valga la redundancia) y quizás mi enojo con “el otro” sea injustificado porque quizás ni sabe de mi existencia. En fin. Dejé de escribir en el foro porque viví una situación bastante curiosa. Como dije nunca nadie me dio bola, salvo cuando salió el tema del Oscar a Jorge Drexler por “Diarios de Motocicleta”. Allí si aparecieron algunos gracias a la traducción que hizo mi único “amigo “ del foro de lo que yo mandé. Luego, todo igual, seguí con mis adorados “soliloquios” esporádicos hasta que un día ocurrió algo curioso.
Una chica norteamericana super pero super fanática (y que dice que también le gusta Caetano) tuvo la idea de pasar algo que escribí por un traductor automático diciendo que tenía curiosidad de leer lo que yo escribía. En el “tono” que usó al escribir esto y por lo que comentó sobre el resultado de la traducción (algo sin sentido por cierto, cualquiera sabe que las traducciones literales son imposibles) noté cierta animosidad vaya uno a saber porque. El asunto es que aquí nuevamente me dan bola y aparecieron algunos diciendo que lo que leyeron parecía Faulkner mezclado con no se que o Melville con no se que otra cosa (lo que pensándolo bien podría haber sido un elogio ahora que lo pienso) pero que en este caso era con intenciones de burla y risa. Alguien que no entiende español comentó que prefería leer lo que EL ( o sea yo, mujer, en todo caso ELLA) escribía antes de la traducción efectuado por mi “amiga”. Nuevamente apareció mi amigo Yale de Luaka y dijo que en realidad EL era ELLA o sea YO y hubo una especie de defensa de mi persona. Pero el que realmente me defendió y me emocionó por como lo hizo fue un hombre noruego que vivió años en España y ahora lo hace en Usa. Se tomó el trabajo de contar quien era yo, sobre que escribía y de decir que si no hubiera sido por lo que leyó quizá nunca hubiera sabido nada de Uruguay. Me contó más sobre esta chica, sobre su historia en el foro desde hace años y entonces decidí retirarme de la vista pública pero no de la escritura que como comenté es como una especie de terapia. Hasta el día de hoy es mi único amigo virtual y si bien nuestros contactos no son muy frecuentes, cuando se dan son super super lindos. El es gran admirador de Caetano y de Tom Zé y tiene todo lo que Luaka ha sacado sobre música brasilera. Es apasionado de la música en general y me ha enseñado grupos, libros y me transmitió su amor por Jim White, amigo de él.
Volviendo a Caetano y DB, como dije, siempre en mi vida han ido juntos. Si lo pienso “objetivamente”, como que a priori no tienen nada en común. Aclaro que mi análisis no es nada “científico” y mucho menos con bases reales en la música. Es algo de “piel”, no se como explicarlo. Yo los junté por algo, uno me recuerda al otro y no se explicar por que. Hace un tiempo atrás comenté del video de MTV cuando cantaron juntos “Nothing (but) flowers” y me referí nuevamente a este tema. Viéndolos juntos me parece más ridícula la asociación que hago, e incluso me da gracia pero igual mi “piel” tiende a juntarlos. En el lenguaje corporal no podrían ser más distintos por ejemplo. Comenté que escuchar hablar a Caetano es un placer y parece que se siente como pez en el agua cuando explica algo. Sin embargo “el otro” mira para todos lados, no sabe que hacer con las manos, con los brazos, aunque creo que con la edad ha “mejorado” (esto si pensamos que no saber que hacer con las manos sea algo que debe ser solucionado, hecho que no me lo parece, pero repito lo que leo por ahí referido a su persona). Bueno, algo “objetivo” en común tienen. Los dos hicieron una película y no he visto ninguna de las dos. Se llevan 10 años de diferencia y los dos nacieron en un año que termina con 2. Tan loca no estoy. También he hecho escuchar a algunos amigos la canción “Burnt by de Sand” de DB y hay una parte que siempre me hace recordar a Caetano y cuando he preguntado en esa parte ¿a quien te hace acordar esta parte?,digamos que de 2 personas, 1 me responde a Caetano así que una relación hay, no solo yo la veo o escucho, o siento.
Bueno, recordando las veces que hablé de Caetano en la página del “otro”: cuando la radio del mes fue todo Nino Rota y hablé de las películas italianas y como me acordaba de una situación especial que viví cuando vi La Strada y que cada vez que escuchaba a Caetano cantar Giulietta Masina me acordaba de esa situación. Comenté en estos años cosas sobre “Fantasma en el Paraíso” de Brian di Palma que recuerdo que de niña adoraba este disco que lo tenía la hermana de una amiga asi como “Jesucristo Superstar” y “Cria Cuervos” por la música (recuerdos de niña). También “Contra viento y marea” de Lars V. T. , “Blow Up”, Almodóvar en general, Isabel Coixet, “Mi Mundo privado” de Gus VS, W. Allen por supuesto, Hal Hartley cuando me veía en Cinemateca los ciclos de cine independiente norteamericano, etc. Me doy cuenta que hay poco de cine brasilero y si lo pienso bien no es muy extraño. Si no es por la Cinemateca por estos lados no llega nada de nada y reconozco que no he visto mucho.
Hablé también de “Blade Runer” y de una situación que se dio en Isla Grande en el año 1992. Estábamos con mi novio en una posada vacía, en medio de un morro hasta que el viernes llega un grupo de amigos paulistas a pasar unos días. Teníamos que llenar unas tarjetas donde preguntaban gustos musicales, películas preferidas, etc. Un día miramos las tarjetas y con la pareja que más nos hicimos compinches (Virginia y Paulinho) coincidimos en varias cosas pero de manera cruzada. Yo con Paulinho en Caetano y Talking Heads y mi novio y Virginia en “Blade Runner” . A decir verdad creo que la mayoría puso a Caetano. Luego nos “secuestraron”, nos llevaron a San Pablo, y allí vivimos unas de las mejores vacaciones de nuestras vidas. Recuerdo que de noche, cuando nos reuníamos todos luego de que ellos volvían del trabajo, en algún momento ponían a Caetano cantando un tango como homenaje a nosotros. Uy, que recuerdos por favor. Adoré ese verano. Nos pasearon por todos lados . Estuvimos casi una semana y un día íbamos a escuchar jazz a un lado, al otro a un lugar gigante donde pasaban forro y demás, al otro a comer comida italiana. En fin, todo esto lo conté en la página del “otro”. Digamos que en todo este tiempo me he hecho una “película” a gusto propio, es decir, escribo para “nadie” , me contesto yo misma, me enojo sola, peleo con “el otro”, lo he tratado de “viejo”, de imperialista, de que no entiende nada lo que es ser latinoamericano, lo he peleado con el verbo TO BE y le he preguntado que me diga la diferencia por ejemplo entre Yo soy buena y Yo estoy buena, me burlé diciendo que nosotros tenemos el SER y el ESTAR y cosas por el estilo. Luego nos “reconciliamos” (es decir en mi película me vuelvo buena nuevamente y ya no lo peleo más, me amigo conmigo misma nuevamente). ¿Por qué elegí esa página para hacerlo?. Gran misterio, bueno, se fue dando de a poco y realmente me divierto un montón. En mi ranking de “amores musicales” lo he puesto primero a “el otro” y luego a Caetano, pero cuando me pelea (bueno, nuevamente aclaro que siempre soy yo misma, que yo invento todo el guión) lo paso a segundo lugar y pongo a Caetano primero. Bueno, un “juego” muy divertido para mi, por eso me gustó lo que dijo Caetano sobre las peleas si hubiera sido una mujer. Puede que si, puede que no, pero si me guío por mi historia me inclino que sí, yo me peleo con alguien imaginario, con alguien a quien yo le he puesto intenciones inexistentes, entonces que dejo para cuando es con personas “reales” . Bueno no entremos en eso de la “realidad”, ¿qué es la realidad ¿. Sobre esto también he “hablado” con “el otro” en mi película pero dejémoslo por acá. Ya escribí muchísimo y es tarde aunque adoro la noche, soy de escribir generalmente en la madrugada y no me levanten de mañana temprano porque los mato. Bueno dejo por acá. Sorry nuevamente por mi “stream of consciousness” pero creo que Caetano se merece esta demostración de cariño y saber lo importante que ha sido para algunas personas. Espero no haber sido demasiado pesada.
Salem, também adorei o Match Point, em que pese os comentários do Caetano.
Caetano, gostei muito da história com o jorge Furtado. Primeiramente porque, assim como ele, adorei Dogville (que muitos detestam); e, além, disso, porque essa coisa de se sentir atraído por algo apesar de todos os argumentos em contrário me é bastante cara. Tenho uma relação conturbada com o cinema - e mais ainda com o cinema nacional -, mas “chapei” quando vi Tieta (o que ocorreu há pouco tempo). Foi quase a mesma sensação de ouvir a gravação bárbara de “Fé cega, faca amolada” pela primeira vez.
Heloísa, se perdeu no armário da filha? Rss. No meu, abandonado há tanto tempo, Anne Frank já deve ser uma jovem casada e com filhos.
Exequiela, quieres un besito? Aquí lo tienes. Me gustó mucho lo que escribiste a Heloísa. Y lo de “frenética” no se refiere a tí: es el nombre de la banda (de mujeres) que cantaba la canción que dice “bonita e gostosa”. Tú eres “bonita e gostosa”; frenéticas son ellas. Tú crees que Heloísa no vuelve más? Que ni siquiera lee nuestras charlas aquí?
Oi Caetano,
Amiguismo? ainda não entendi do que se trata. Existe mesmo essa palavra?
Na propaganda do filme que estava passando na tv toca a música Nosso Estranho Amor. Quando uma amiga me recomendou o filme eu perguntei se era um que tem a música de Caetano. E ela “? música de Caetno? Tem, mas é um detalhe do detalhe”. Olha, sei não, mas acho que está mais pra vá implicar assim na casa da China! É divino o momento da música, já linda e velha conhecida, e tão adequada àquela situação, pelo menos o trecho escolhido. Uma emoção, já valeria o filme.
Achei curioso Caetano falar de Aguirre e Fitzcarraldo, porque foram os dois primeiros filmes que vi de Herzog, na sequencia, primeiro Aguirre que então não entendi e não gostei e depois Fitzcarraldo que me fez entender Aguirre. Um homem e uma obsessão. No primeiro, a idéia de chegar à “terra prometida”(rs)faz com que ele vença tudo, fome, doença, aquele guerreiro, ereto até o final. Imbatível, impecável. E no segundo, a idéia de levar a ópera para aquele lugar. A vida pela realização daquilo. Me deu a sensação de que “Poxa, então, as pessoas ficam querendo dar significado a vida, e aquilo ali, simples. Apesar de que simples é o que não foi (passar aquele barco a vapor por aquele trecho de terra, toda aquela engenhoca, etc”. Não que o homem, o Fitzgerald, não tivesse traços neuróticos em sua obsessão, mas não vou me atrever a psicoterapeutizar, eu só achei suficiente para mim. Sem falar daquele cenário.
E Irará é mesmo sertão?Feira é sertão?
Quatro casamentos e um funeral
O cheiro do ralo rules!
mesmo que aqui houvesse o tal “amiguismo” [o que não é verdade], sería preferível a todo e qualquer maynardismo.
Caetano
Maria Gladys em “Sem aranha” me tirou o fôlego. Fiquei pretérita. Visceral e linda.
A cena em que o Nosferatu, do Murnau, atravessa a cidade com o caixão embaixo do braço me delicia.
Eu abominei Dogville, que assisti orientada pelo dramaturgo e diretor com quem trabalho.Ele também ama o filme. Minha personagem era totalmente inspirada na Maria de “Metrópolis”, mas ele queria porque queria que eu visse o tal filme. Só tinha visto um filme do Dogma levado por amigos. Demorei 4 dias pra conseguir terminar o DogVille. Aquela arrastação de corrente. Eu só não odiei mais porque no final ela MATA. Não gosto da estética e muito menos de filme onde a mulher fica sendo torturada o tempo todo. O cinema está repleto dessa temática em tom dramático. Eu mesma já fiz uma personagem assim, espancada pra caramba pelo pai, mas o espetáculo era um melodrama de circo e o tom era tragicômico. Amava cuspir aquele sangue todo com toddy , mel e corante.
Gosto tanto de Joaquim Pedro de Andrade. A deslumbrante e sofisticada Adriana Calcanhoto musicou um texto dele. Uma resposta a pergunta de um jornalista:Por que você faz cinema?
Vi muito faroeste americano com meu lindo pai, que já se foi. Quero rever “Sete homens e um destino”. Será que vou gostar tanto como gostei na época.
abraços
Caramba, outro menino na família. A continuar assim, daqui a alguns anos teremos: São Caetano X Veloso’s F.C. , Parabéns.
Filmes, tenho paixão por filmes, tanto que possuo uma pequena videoteca de aproximadamente 10.000 títulos, é sério…
( Esqueci de dizer que tenho uma video-locadora rsrsrsrs).
Alguns preferidos: Quase todos da “La Movida” , Nueve Reinas, A trilogia Poderoso Chefão ( valeu Caetano!), Bagdad Café, Blade Runner ( foi mal! ) e mais alguns que não me recordo agora.
E prá ganhar dinheiro: todos do Spielberg/Schwazenneger/Van-Damme/Russell Crowe/Bruce Willis etc…
JOALDÍSSIMO!
É uma honra ser foca da Impertinácia e equilibrar a bola no nariz. Mas tem uma contrapartida: você vai terq eue encinar o truque de fazer as palavras negritarem nesse blog mulato. Drume em negrito é mais bonito.
VALTER SILVA
A música “cretina” que te fez trer medo da velhice é de Fernando Mendes. Um nobre compositor popular que entre tantas lindas canções que compôs está Cadeira de Rodas que tive a honra de gravar com a minha banda.
Só resolvi comentar o seu comentário pelo uso do termo Cafonália que coincide com o comentário da doce Carolina.
A banda que mencionei acima, da qual tive o prazer de fazer a direção musical, cantar e tocar guitarra se chama Vexame. Durante duas décadas tocamos músicas de compositores que gostamos muito. Entre eles Odair José, José Augusto, Reginaldo Rossi e Fernando Mendes. E durante essas duas décadas não cansamos de explicar que gostávamos do repertório, a despeito de muita gente achar que se tratava de uma chacota. Claro que essa percepção vinha de quem não tinha nos visto e escutado e sabia da presença de Marisa Orth na banda, notabilizada pela sua veia humorística.
Como o show, dirigido pelo Gringo Cardia, era um simulacro de um programa de TV de auditório mundo-cão, era fácil pra quem não nso conhecia supor que estávamos brincando de tirar um sarro do brega.
Fiquei comovido quando cantei Cadeira de rodas no Sesc Pompéia e recebi Fernando Mendes no camarim encantado com o que fizemos no palco. Mais tarde Odair José também participou do show, assim como Wanderley Cardoso, Chacretes, Jerry Adriani, Reginaldo Rossi e outros amigos.
Vexame tem a ver com vergonha, expressão muito usada hoje pra designar o constrangimento que sentimos quando vemos algo no palco ou nas telas que não gostamos.
Deixe Essa Vergonha de Lado é um hit de Odair José.
Uso muito a palavra cafona (e a usei aqui pra falar dos filmes-cabeça do Woody Alenn), mas não a uso como você. Ela carrega uma pesada carga de subjetividade. E incluo nisso o medo de envelhecer (que não tenho) e você aparentemente tem.
Achei por exemplo o seu comentário um tanto cafona, considerando o sub-texto demodê que ele emite omitindo.
Fazer comunidade no Orkut com o propósito que você ironicamente coloca é cafona. Conhecer Alegria, Alegria no Yasigi parece cafona. A palavra se dilata!
Mas não acho que queira polemizar com você. Escrevi tudo isso pra defender Fernando Mendes.
Outra coincidência: Romance de Guel Arraes que acabei de ver no cinema agorinha. E não é que tive a mesma sensação que a Maria João? Os erres de Letícia Sabatella também me pegaram e me lançaram de volta ao papo de Caetano/Heloisa. Ri muito com isso.
Não vou falar do filme, porque tive muitas impressões que ainda não metabolizei.
Lembro ainda da novela O Cafona de Braulio Pedroso com Marília Pera fazendo Shirley Sexy. E Cuoco fazendo Gigi. Um sujeito pobre que faz fortuna.
Odeio a idéia de que cafonice é se render ao mainstream, ficar rico sem cultura. E é isso que você passa ao descrever o envelhecimento: perda de tônus cultural.
Pra mim é o avesso: cafona é se manter tenso, preso ao tempo, ao medo de fazer família, de ser feliz. Aliás, tema abordado em Romance e Barcelona de Woody. E refletido na última crônica de Contardo na Folha.
Eu quero seguir vivendo. Amor.
Esse é um verso que o seu professor do Yasigi também deve ter traduzido. Acho um verso tão eterno quanto as “cardinalles” que você citou.
Nos seus parâmetros, eu sou cafona. Nos meus, você é.
“Mas não faz mal. É tão normal ter desamor. É tão cafona sofredor. Que eu já nem sei se é cafonice ou meninice o meu amor.”
Só sei que se é velhice é bom.
Os intelectos não usam coração como expressão.
Você abusou
abraço
Salem
Onde ( em que estado) é o cimniminha que vcs estão marcando?
Tenho a mesma dúvida da Exequiela sobre a letra de “O Ciúme”. Bethânia canta daquela forma, diferente daquela cantada por Caetano ou Gal Costa. Já li, em Reconvexo, “chuva” ou “vento” para o que levaria a areia do Saara até Roma. A areia afro-italiana
É isso aí, o carinha do comment 66 faz valer a regra:
Toda festa tem que ter um bêbado chato e inconveniente.
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filme sensacional: “peixe grande”. adorei.
Caetano,
Thanks so much for your kind message. I wanted to reply sooner, but I don’t have Internet access outside of work, and some days it’s hard to keep up with the blog. The bothersome interruptions of my paying job keep getting in the way! Sorry I’m so tardy.
I’m not an expert on the experiences of African-Americans, but I’d be glad to share my observations and those of my colleague.
My colleague grew up with the term Black Canadian. She interpreted that to be purely a physical descriptor of her appearance. Under the umbrella of Black Canadian, she belonged to the cultural group “West Indian.” Now that she is also a U.S. citizen, she still identifies herself as black, but she says she would never describe herself as “African-American.” She sees that as a particular cultural group, which you very aptly described as people whose ancestors had faced slavery in the USA and experienced segregation and the struggle to overcome it. I think that, as a description of a cultural group, it also extends to this people’s language, food, music, kinship, communication patterns, churches, etc.
Now that my colleague and her (very blonde) husband have a baby, she’s become passionately interested in the experiences of mixed-race people in the US. She feels strongly that it’s up to the mixed-race individual to define for himself what his race is (Cablinasian, or whatever). It’s not proper for other people to define it for him. It’s her opinion that Barack Obama has identified himself the same as she has – black, but not African-American. She also feels that to call him African-American doesn’t give due credit or respect to half his family (white Kansans) who raised him and were so important in the early years of his life.
I suspect she is right about these things. It saddens me a little that prominent black people in the U.S. , such as Obama and Tiger Woods who are lionized by people in the dominant culture, might not consider themselves African-American. Of course, they were not raised in that culture. But it’s a sign of how very far we still have to go to fully accepting and promoting people of African-American culture. Outside of the entertainment industry, African-Americans are still the exception, not the rule, in prominent positions.
I would be interested to hear more about the subtle racism you referred to. I hope I’m not being obtuse, but in what possible way could the African-American experience be preferable to the Afro-Brazilian experience, in that regard?
I hope this answers the question you had (or helps to answer it) and that we can continue the discussion.
Marilia : I’ll write this in English as I’m still mad at that stupid keyboard with the Portuguese fonts. I think you read my post in English before. Eu gostei muito que vc escreveu. I sense that you celebrate, as I do, the wonderful explosion of creativity that comes when cultures meet and meld and produce surprising new results! Barbara
Um grande abraço,
PS.: “Existirmos,a que será que se destina”
Joaldo
perdão pelo “terq eue encinar” no lugar de ter que me ensinar”. Eu tava nervosinho com o Valter.
beijos impertinentes
salem
Salem, mio negrito, como vibro com a sua adesão à Impertinácia! Ufa, como você demora para dar um sim ao sim, seu diamente amarelo ensolarado!
Olha, são alguns códigos html básicos que, além do negrito simples, amulatado, proporcionam formatação de texto também em itálico, e em negrito com itálico. Além do mais, o código que transforma qualquer palavra, expresssão ou mesmo frase em um hiperlink não é lá coisa difícil. Eu poderia postá-los aqui agora pra você e os demais interessados, fazendo uma descrição da aplicação. Mas prefiro dar uma dica ainda melhor:
Faça uma conta de usuário na plataforma Blogger, crie um blog “privado”, ou seja, um que só fique visível pra você. Escreva os seus textos para obraemprogresso inicialmente lá, onde há uma interface visual pra essas formatações de fonte ou gráficas, e ainda para fazer a fácil inserção de hiperlinks. Depois, copie lá seu texto inteiro junto com o html gerado. <empimba!
Eu já sabia dessa possibilidade - mas só recentemente deduzi que é reconhecida em outras plataformas de publicação online, como a desta infocaetanave! Eu sempre sei mais do que sei! Não desprezo o cogito, mas só sei que sou assim: eu me descartesianimo.
Caetano, quando postei a indagação pro Luis, a sua fala pessegosa e oracular ainda não se fazia ouvir e ao eclodir acabou por ser ordenada acima da minha. Já que você não se preocupou em desenvolver a referência que fez, vou dar uma sondada nisso, e não por conta exclusiva própria - estou começando a sintonizar algo na freqüência mental e espiritual sutil de Nando.
Exequiela, porque suplicas tanto e tanto por un pobre besito desse ser dengoso and perigoso, caetano-cioso-orgasmaravilhoso-em-si? A aquitetura de teu coração latino-americano e democrata não pode acolher, como o coração do norte-americano Whitman, todos os beijinhos que pululam em mim por ti - em cardumes maiores do que há de peixinhos se revolvendo em todos os mundos marinhos?
Vero, enquanto Heloisa não volta, minhas canções fazem protesto silencioso, entram em greve. Sem Diandorinha - dia a dia me torno um ser cada vez mais desmiguilingüido. Sofro.
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MENSAGEM LANÇADA NUMA GARRAFA
Vocês, meus estimados companheiros infocaetanautas, não gostaram de eu ter substituído uma certa “fumaça negra de oléo diesel” pelo barato de um vapor que se funde à temperatura da flor da pele?
“Ilha das Flores” é um ótimo filme de Jorge Furtado… Em geral, as produções da Casa de Cinema de Porto Alegre (acho que é esse o nome) são bem boas. Eu morri de rir com Saneamento Básico e acho o máximo ele ter sido inspirado no “Revelando os Brasis”..
Outras e Novas Palavras.
Que bom!!
Lucre,do comment 118.Não, não a achei “demasiado pesada”.Quando eu citei o conceito do blog em meu comment ao presente post, o de nº 10, fi-lo em concordância ao comment nº 418 do Gilliatt, que êle fez ao post anterior e que eu transcrevi nesse meu comment como nota.Post esse que teve mais que 400 comments.Coisa à beça.
Quanto ao passar dos anos.Em Cê, por exemplo,a Odeio é para mim uma ode à vida.Até mesmo porque a vida é …demais!!E não de menos…e esse passar dos anos faz parte dela.Portanto,sejamos todos jovens.Sempre!!!
Democrático e participativo o blog da obra.Esta em progresso.À qual nós,em sua fatura e de uma certa forma, contribuimos.Com os nossos comments.
Ao assunto que é indicado como um dos temas desse post,Cinema, lembraria O Sétimo Selo,de Bergman.Que trata da condição humana,em seus diversos aspectos.Inclusive quanto ao aspecto da finitude da vida.Que é imortal.
Bom, quanto à obra e também em função do comment do Gilliatt acima citado, recorro ao Letra Só e ao Sobre as Letras, livros editados pela Companhia das Letras sobre a obra de Caetano Veloso.Em Sobre as Letras,comentários do compositor sobre a fatura de algumas de suas canções, essas mais “antigas”.Dentro da idéia do blog,uma obra em progresso sendo acompanhada públicamente e no momento em que é feita, caberiam comentários do autor às letras das novas canções, em Time-Now??Penso essa possibilidade como interessante…e deixo-a no ar.Seria demais??
Um bom final de semana para todos.
Fiquei pensando se o caso de Letícia é mesmo de erre. Fiquei em dúvida, mas seja lá do que for (certeza eu tenho de que há algo muito marcado ali) o erre revela.
Fiquei pensado também, será que Woody Allen (que amooo)quis dar uma sacaneada em Miró e talvez em Gaudi (tem um h em algum lugar)Gaudhi??Você viram a escultura de Miró que ele põe em foco quando fala do artista? E o ângulo que escolheu para a primeira aparição de uma construção de Gaudhi (ou é Gandhi que tem “H”?)Acho que ele tava sendo um pouco irônico de um modo geral. Será que ele quis ironizar também Almodovar? Seguindo essa linha de irônias acabei pensando que Penelope (Maria Elena (acho que é sem H em espanhol, tá meio fora da curva, digamos assim. Pode ser também uma homenagem. Pode ser também tudo loucura de minha cabeça.
NÃO, CAETANO.
Não, Caetano (foi parar no orkut um comentário do blog de Caetano Veloso sobre o disco “Estudando a Bossa”.)
Não, Caetano.
Não posso aceitar. Agora estou irremediavelmente desertado e não posso mais voltar para o colo do grupo baiano. Você sabe que seus braços são preciosos e irresistíveis, mas não posso ir comemorar neles este disco, nem com você.
Escolho, também por dever, privilegiar aqueles que me deram proteção e alento durante todos estes anos; quero estar com Elifas Andreato, que não tem metade do seu prestígio mas foi um porto protetor, e fez tudo por mim durante uma longa noite de solidão; tenho de procurar Alberto Villas, jornalista que me acudiu, tenho de ir ao abraço de Arthur Nestrovski, que lançou meu “Tropicalista Lenta Luta” na Publifolha.
De João Araújo, pai de Cazuza, que chegou a me mandar dinheiro escondido naqueles tempos.
De Cesare Benvenutti, que tomou de assalto o estúdio de Miguel Maimoni, do “Três do Rio”, para gravar o “Nave Maria” durante a madrugada no horário disponível.
Lauro Léllis, Milton Belmudes e Charles Furlan - quem são eles? Não são nada diante de sua grandeza e influência, mas de 1982 a 84 ficavam comigo durante a madrugada no mesmo estúdio, resolvendo as encrencas daquela Nave, enquanto Cesare adormecia, debruçado na mesa de som, esperando que estivéssemos prontos para gravar cada idéia do disco. Tenho obrigação de comemorar com eles qualquer resultado mais positivo nesta vida.
Sinval Itacarambi, da revista “Imprensa”, viu o show “Jimi Renda-se” no Sesc Consolação. Admirou o espetáculo e se juntou a Fred Rossi, tentando inventar um jeito de me salvar. Sinval tomou como encargo me arranjar um patrocinador e fez o representante dos licores Bols ser submetido a uma audição das músicas que eu fazia, na casa deste… Nossa! Deve ter sido necessário um pai-de-santo para tirar o assombro que eu podia ver na face do posudo rapaz vendo o prestígio de seus licores ameaçado pela barbárie imbebível que eu praticava.
Essas pessoas se arriscaram e agora quero, pelo menos, comemorar com elas. O falecido Walter Durst me impôs ao indignado Avancini para que eu fosse assistente de baianidade da mini-série “Rabo de Saia”. A indignação de Avancini era tão evidente que parecia ameaçar até o emprego de Durst na Globo.
Sônia Robato me deu para compor três histórias infantis da Editora Abril — “O Macaco Malaquias” e outras.
Cada trabalho desses significava vários meses de supermercado, pois em casa, o trabalho de Neusa no Sesi muitas vezes era o que se tinha e estávamos conversados. (Estas parecem certas narrativas sobre os miseráveis de Charles Dickens. E são.)
Por falar em Neusa, do que ela agüentou com fairplay e bom humor não se pode fazer a conta.
Salomão Gorenvaitz e Jaime Cerebrenik inventavam me fazer cantar nos casamentos das filhas. Valdemar Szaniecki me aconselhou a cantar música caipira. Como eu vacilasse, ele apresentou idéia mais ousada e me deu uma longa explicação de como eu, usando um turbante branco com uma pedra no centro, sentado numa alva mesa, com alguns outros utensílios de adivinhação, — como eu poderia, enfim, ganhar a vida com mais facilidade e parar de lhe tomar dinheiro emprestado.
Por causa desses e de outros tantos que aqui esqueço, eu não posso aceitar agora o seu colo e do grupo baiano, que durante todos esses anos me separaram até do que era meu, enquanto gozavam todo o prestígio e privilégios, talvez como ninguém mais neste País analfabeto.
Tom Zé
ok querida Exequiela, vou postar minhas fotos no orkut. dopo dopo. que bom que você gostou das fotos que fiz na Sardenha. não tenho mais minhas Cannons e Nikons, que eram “analógicas”. me viro com uma Sony 7.0 pixels, não profissional. cansei, literalmente, do corre-corre do jornalismo diário, ainda mais que sempre atuei em editorias estapafúrdias (pelo menos pra mim) como “polícia - cidades etc”. só uma vez fiz fotos para uma “Ilustrada”, sobre o Festival de Inverno de Campos do Jordão. no mais, sempre estive no tiroteio e escapei por um triz.minha irmã esteve recentemente em Buenos Aires e me trouxe “El Hacedor” de Borges, lindo lindo. tenho Borges no sobrenome e “minto” descaradamente pra um monte de gente que sou “parente” do J.L. Borges. Isso me dá um toque de refinamento e importância, embora seja mentira.você é uma graça em beleza e simpatia e merece o beijo do Caetano. mereceria até uma canção. eu fico aqui, sonhando com um “besito” da Mariana Aydar. “Masturrrbarrr” é realmente tântrico no meio dessa paulicéia desvairada. Caetano não faz o meu tipo, sexualmente falando, embora seja um cara que eu ache bonito e bonitamente doido.ah…não, como assim…o erre retroflexo ser somente de Caetano e Heloisa? sou do interior paulista e o erre retroflexo é tão natural em mim quanto meu umbigo. não aceitaremos monopólios e cartéis linguísticos.mas, me digam, quem foi o Adão no paraíso que denominou esse “erre” de retroflexo?obs: eu nunca tenho certeza de nada que escrevo. beijos!!!
pessoal: estão chegando muitos comentários inflamados por causa de “amiguismos” e “cafonálias” - para o negócio não virar uma briga interminável e incontrolável (já estava virando), resolvi usar meus poderes ditatoriais de moderação e dar o assunto por encerrado… há muitas outras coisas mais interessantes para se conversar por aqui… abraços
Salem, estive com Fernando Mendes algumas vezes na época de “Lisbela”. Fiquei emocionado. Você estava na casa de Marisa Orth numa festa a que fui, com Regina Casé, creio que bem antes do espetáculo dirigido pelo Gringo? Bem, você me conhece, sabe do “Eu vou tirar você desse lugar” etc (sem falar no “Coração materno”). Mas a pioneira foi (mais uma vez) Bethânia, que gravou “Lama” (”se eu quiser fumar eu fumo/ se eu quiser beber eu beo/ nnao ineterssa a mais ninguém/ se o meu passado foi lama/ hoje quem me difama/ viveu na lama também/ comendo a mesma comida/ bebendo a mesma bebida/ respirando o mesmo ar/ e hoje, por ciúme ou por despeito/ acha-se com o direito/ de querer me humilhar// quem fost tú?/ quem és tu?/ nnao és nada/ se na vida fui errada/ tu foste errado também/ se eu errei/ se pequei/ pouco importa/ se aos teus olhos já estou morta/ pra mim morreste também”) anos antes do tropicalismo.
Veja bem, um dos meus filmes preferidos de todos os tempos é “Noites de Cabiria”, de Fellini, onde Guelietta Masina faz a puta que é mais angelical do que a Gelsomina de “La Strada”. Quando de minhas primeiras apresentações na Itália, muitos amigos italianos que fiz, entre artistas e jornalistas, me diziam desprezar Fellini e odiar Masina: “ela representa tudo o que a Itália tem de abominável”. O próprio Calligaris, creio que no livro que debato em “Verdade tropical”, tinha asco do aspecto “Itália folclórica” de Fellini. Masina, de fato, era aquela italiana carola, quase não atriz, que, com “La Strada”, virou figura mundial (a Disney propôs comprar Gelsomina para fazer um desenho - talvez uma série - e o casal recusou), ganhou Oscar e me fez chorar um dia inteiro em Santo Amaro aos 15 anos fazia os italianos se sentirem mal. Eu os entendia. Mas como arrancar de mim o que aqueles filmes me deram? Em “Cabiria” Masina até excelente atriz está. É uma iluminação. Mas a crítica veemente que em parte ouvi e em parte imaginei (”‘Noites de Cabiria’ é um sermão católico inaceitável”) é imbatível. Mas no fim eu sentia pena dos italianos que estavam imunizados contra a poesia que eu vivenciava diante desse filme. Algo assim é que creio que aconteceu com Jorge Furtado - e que acontece muitas vezes com outros, só que ele, divino, soube responder em tom mais elevado, com clareza, calma e humor. Assim, há sempre a possibilidade de que eu é que esteja perdendo algo de “Match Point” por saber aquelas coisas todas. Sempre lembro isso quando argumento.
“Linha de passe” não corre esses riscos. Embora “A grande arte” seja um dos piores fimes que já vi na vida (e que mesmo assim foi saudado com um respeito suspeito pela crítica brasileira, tipo, Folha: “vê-se que é o trabalho de quem foi criado percorrendo os corredores do Louvre”; Zuenir: “o filme é tão pefeito que parece frio” etc. etc. etc.) Walter Salles é um nome que tem merecido o prestígio que atingiu: “Central do Brasil” é bom (e chegou na hora certa); “Terra estrangeira” é meio frustrante mas tem a gana de Daniela (e uns quadros em preto e branco bem bonitos); “Diários de motocicleta” (o que quer que esse título signifique na língua estranha em que veio - seguramente isso não é português: suponho que má radução do inglês) tem um gênio no personagem do (e no ator que faz o) amigo de Guevara, embora este, com um Gael miscasted, seja um personagem horrível de quem não sei como se pode gostar (digo, o personagem do filme, com esse negócio de dizer a verdade mesmo que desagradável - se bem que isso parece predizer o futuro amante das execuções no paredón da vida real). É um filme de bom nível para o padrão da praça. “Abril despedaçado” é ruim. Agora, de novo com Daniela, ele fez talvez seu mehlor filme. Mas as mesmas precauções que o livram dos riscos que “Parada” corre me esfriam um pouco: “isto aqui não tem nada a ver com toda a onda de filmes sobre pobres brasileiros e a violência de suas vidas” parece ser a mensagem que atravessa o filme. Ser em São Paulo, as cenas serem preferencialmente noturnas (com uma fotografia um tanto parecida com filmes “artísticos” europeus: com jogos de sombra tipo pintura), manter um tom sóbrio, contar com a música de Santeulalla (que faz o filme ficar mais perto dos meus não muito queridos “Amores perros” e “Babel”), tudo isso esconde a relativa leviandade com que se acompanha uma mãe que está mais uma vez grávida de não sabe quem como se ela fosse um esteio ético para um grupo de filhos que são, ao fim e ao cabo, símbolos das opções que se oferecem aos jovens das periferias. Não quero dizer que isso faz do fime um mal filme. Mas é o que me levou a, pesando tudo, concluir que gostava tanto dele quanto de “Parada”. Adoro as cenas que envolvem futebol - e o Vinicius joga bem! O garotinho preto é espetacular. Enfim, é bom mas não me leva a pô-lo necessariamente muito acima do filme do Bruno.
Cinema me faz falar muito.
Barbara, I’ll read the text you sent and I’ll write you again. Soon.
“Ou não” era o refrão obsessivo de “Cabeça”, a brande canção de Walter Franco que teve imensa notoriedade no Festival Internacional da Canção de 69. TV Globo, Maracanãzinho, grande repercussão popular. Falava-se muito nisso. Mas (injustamente) esqueceram Walter. A expressão ficou. Ligada vagamente à onda hippie e contracultural do final dos 60. Sim, “Cultura e civilização”, hino da contracultura de Gil a continha. E, bem mais tarde, repeti-a várias vezes em “Eu sou neginha?” - mas já depois de humoristas desavisados terem-na colado a mim. Está errado. Eu nunca digo isso. Houve um período em que estava na moda dizer-se isso - e lembro de Regina Casé e eu rirmos muito de quem o fazia. Era um vício desses, como “a nível de” ou “estaremos ligando em quinze minutos”. E, embora eu goste de observar os aspectos divergentes de uma mesma questão, sou dos que preferem e precisam ter uma posição nítida a respeito do que quer que seja. Gil é mais “ou não” do que eu (embora ele tampouco use a expressão). Então, está errado me caracterizarem por esse bordão. Vamos todos ouvir aquele disco do Walter Franco que é pioniero e é melhor do que o “Araçá zul”.
Edição extra de O Paulistano Perifa:
CAETANO GOSTA DE SCORSESE (manchete cp 72).
(olho cp 35 itálico) O cantor e compositor baiano declarou sua admiração pelo realizador de Taxi Driver e Touro Indomável.
Scorsese dá um belo filme de Scorsese.
Ok, assisti ontem de madruga no Cult, depois de muito tempo, O Poderoso Chefão. É incrível como as cenas não escapam da cabeça. É um tal de “ah, agora é a cena da cantina aqui, ah, agora é a do pedágio ali”.
E o que é aquela morte de Don Corleone? Antológica. Sempre pensei: essa é uma morte justa e bonita, o avô brincando com o seu netinho.
Demais, né? Mas Taxi Driver também é. Com quem você está falando? Você está falando comigo?
Abraços fraternos paulistanos!
Btw, I had issues similar to yours when writing in English and Italian. ‘Now I’m using the spell checker in OpenOffice which is free and has plenty of dictionaries. As for the graphic accents, never mind: many of us brazilians don’t really know how to use them either, I’m sure you’ll be understood if you simply skip them…
2. Mais uma sobre misturas: muita gente atribui os problemas do Brasil a termos sido colonizados por “degredados”. À parte o fato de que isso é uma bobagem em si (vejam por exemplo a Austrália), esquecemos (deliberadamente?) que boa parte desses degredados não eram criminosos mas judeus. Fingimos não ver a influência judaica na formação da nossa cultura, e é tão forte e bela! Famílias brasileiras antigas, particularmente as sertanejas e as do norte, provavelmente tem judeu na mistura. E a coisa linda que são as histórias dos judeus do Pará, de onde veio meu avô? No Recife foi fundada a primeira sinagoga das Américas. Esse teu nariz, Caetano, não será um resquício ladino (outra palavra bonita)? A cantora Fortuna é que faz um trabalho maravilhoso de reencontro com essas origens.
3. “Amiguismo”? Ô coisa boa…! Acho que praga nacional, mesmo, é o “inimiguismo”! Afinal, se o cara não gosta do Caetano Veloso, che cazzo vem fazer aqui?
as mulheres sabem de tudo, o comentário da marília castello branco sobre o amiguismo é definitivo. como já disseram, pega a chave e pronto. sintético, profundo, feminino, doce. no alvo. nunca achei tom zé tão próximo assim, só na capa daquele disco. achava ele pitoresco, engraçado, diferente, tudo menos o que achava de gil e caetano. talvez um pouco macalé, de outro jeito, o macalé de são paulo. e olha que macal é o seguinte hein, os shows no mam eram tudo. e ele tocara naquele disco do caetano…os barracos são inevitáveis, mas tem amor aí também, não vamos cravar as unhas, enfim…mas francamente, vou sair no bloco do eu sozinho clamando por caetano na academia brasileira de letras? foi tonterice, doidice, amiguice? ninguém faz par comigo nessa? bola fora total? porque não?
Acho que a expressão “Não tem (…) certo funciona como uma exclusão. Aqui na Bahia se usa muito essa expressão. Engraçado que nunca tinha parado pra analisar e realmente fica fogo explicar..rs
Querido Roberto Joaldo.
Um abração desse teu babaôvo Luiz Castello.
Que bonito, Heloísa, meus olhos fecharam em silêncio para receber essa massagem com palavras: doin. Suas mãos.
Patrícia 1, Patrícia*, toda Patrícia. Eis que tu me és e eu te sou, soando diferente ou igual. Um laço bonito, o nome. Que menina é aquela?
E mudando de assunto, cinema, ‘Orfeu’ que Caetano oscila no gostar, raça, preconceito, manhã tão bonita manhã, lingüística, literatura, arte e a capacidade de tocar o outro. No livro ‘Terra Sonâmbula’ ouvi as mil e uma noites de Kindzu. Compartilho o diálogo entre o menino moçambicano e o velho vendedor indiano que teve sua loja atacada:
Acompanho com grande curiosidade essa lista de filmes e músicas. Leio e me pego pensando: o que faz para cada um de nós um filme bom, uma música boa, um livro? aqui também mora nosso preconceito. além da linguagem? tudo é linguagem? o que posso perceber, reconhecer? quais são características estéticas que nos são essenciais? o que precisa provocar, fora e dentro? em cada progresso, para quem e por quê?
‘Eu gosto mesmo é de esquecer’. Que bonito. Todos bonitos hoje. São aquelas fases que Exequiela disse sem papas, há de ser. Mulher. (Ah, Exequiela, visitei seu myspace. Parabéns!)
Bom fim de semana, P.
o texto de tom zé me paralisou. pela franqueza, pelo amor com que ele nega o “colo” de caetano.
macaco malaquias, um beijo nos seus 5 cérebros. caetano, beijo nos seus 5, também.
Não Marília. Não fui aluno de violão da sua mãe. Mas me lembro com carinho dela, de você e do seu irmão.
Caetano. Também adorei Romeu e Julieta e O que é isso companheiro?
Tua argumentação sobre Carandiru faz sentido! Também não gostei do filme e talvez tenha sido leviano ao justapô-lo a Cidade de Deus, esse sim um grande filme.
Minha trava com 174 é irremediável, mas de fato, a palavra bossa-nova foi digitada de forma um tanto irresponsável. Logo eu, um sujeito comprometido até o talo com essa expressão.
Já não tenho muita certeza quanto à publicação desse coment, por conta de não ler a bula da moderação. Temo que seja um assunto “incontrolável e interminável”.
Seus olhos “fellinos” de cinema me emocionaram.
abraços
salem
Fiquei com vontade de ouvir as músicas do show de Caetano Veloso com David Byrne. Já imaginaram? “Um Canto de Afoxé Para o Bloco do Ylê” e “Nothing But Flowers”?
O ciúme lançou sua flecha preta sobre mim, agora. Ciúme de quem viu/ouviu isso. Como o que sinto de nando, que ouviu Caetano cantando “Reconvexo” lá em Santo Amaro (não pense que esqueci do que falou, “nando” - é que, com o ‘ciúme’, sou como as mulheres mais finas e finjo não tê-lo).
Beijos carinhosos a todos. A todos mesmo.
Chegando em casa depois de muitas horas de viagem de trem, uma delicia o trem vai o tempo todo beirando o mar, depois entra dentro do navio, é uma aventura! Na volta, teve um momento em que o mar ficou prata, uma paisagem belíssima, daí me lembrei da musica do Caetano e me imaginei no Trem das Cores e me senti extremamente feliz. Aqui diz a TV que esta chegando o vento Siberiano, isso significa que teremos neve logo, logo e muito frio!
Agora devo me atualizar novamente, vi ai comentários sobre Tom Zé, Woody Allen, Coppola e Scorsese, adoro um bom filme, para mim este negocio de cinema pode bem levar a um debate tão interessante quanto aquele sobre o rock, gosto dos dois.
Um outro dia passou na TV um documentário sobre Fellini, muito legal, e realmente como falou Caetano ele tinha este negocio de mostrar um lado da Itália que não era bem isso que se tinham interesses que se mostrasse. Por falar nisso outro dia escutei na tv que se estavam pensando em fazer uma lei para proibir que as roupas ficassem penduradas nos varais, porque isso daí seria motivo que depunha contra a imagem da Itália. Fiquei imaginando o “Bexiga” sem os varais aquelas roupas penduradas, na verdade, a gente sabe que é uma caricatura e como tal mas não é uma inverdade, mais daí querer proibir é um pouco exagerado. Penso ate que a imagem da nonninha que eu falei para a Suely outro dia tem alguma coisa fellinesca.
Nino Rota é que é o cara! E tanto é verdade que Luchino Visconti, Fellini e Coppola o usaram em seus filmes.
Não gosto de Woody Allen, mas, como tem muita gente que adora penso que ele sobrevive bem sem mim.
Se tem um cara que eu acho incrível Spielberg, alguém se lembra de Amazing Stories, 1985-1987 (Historias Maravilhosas) filmes com uns 30 minutos de duração, do qual foi produtor e colocou como encarregados para dirigir episódios da série diretores como Clint Eastwood, Joe Dante, Scorsese, Irvin Kershner, Robert Zemeckis e Tobe Hooper. O próprio Spielberg dirigiu dois episódios do programa: Trem Fantasma (Ghost Train) e A Missão (este ultimo é incrível a criatividade dele para salvar o tripulante do avião de combate, é surpreendente e apaixonante). Para mim ele é o maior do Século, sem desmerecer os outros, gosto de todos os seus filmes.
Exequiela: já vi este seriado ai que você falou, no Brasil chamava Os Sopranos trata da estória de um mafioso Ítalo-americano, já Don Corleone de Coppola conta a estória de um mafioso italiano que foge para os EUA. A Ndrangheta, que é uma máfia originalmente da Calábria, dizem que ainda hoje atua nos EUA, mas não tenho certeza. Se você quiser dar uma olhadinha na reportagem:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2004/11/03/ult1807u11200.jhtm
Cara Suely, no meu caso a precoce fui eu mesma (rs) que tive minha filha aos 18 anos, ela ate que foi generosa comigo porque se tivesse feito o mesmo, eu teria sido avó aos 36 (rs). Mais eu adorei teu comentário somente aproveitei o gancho, para colocar esta questão da idade e o amor, principalmente para a mulher após os 45.
Helosisa eu sabia que você não ia resistir! Como te disse Caetano outro dia: eu te adoro!
Beijos a todos
Vero, não é que o seu magistral poeminha atiçou - neste meio de tarde - a lembrança de um “sonho meu” da última noite! Eu parecia estar ao mesmo tempo num filme do Almodóvar e do Walter Hugo Khouri. E os diálogos pareciam extratos misturados de Woody Allen e das tirinhas da Mafalda. É, eu fora visitar Exequiela na Argentina - para levar-lhe pessoalmente um pulsante vestido de prata que, como um mimo especial meu para essa leodulceferina, eu encomendara aqui na Bahia…
Pena que eu não tenho tempo pra editar agora esse “filme onírico” - que tá passando e passando em minha telona interior - e rodá-lo já neste circuito infocaetanáutico!
Adianto umas coisinhas: Caetanino é trocado por Chico Buarque no coração voraz da menina. Chico aparece em Buenos Aires pra cantar junto com ela num grande show e lançá-la de vez ao estrelato. E eu… Eu acabo ficando na Argentina feliz pra sempre - além de me dedicando à literatura em esperanto, fazendo alguma produção dos futuros discos dela, letrando seu repertório de canções inéditas, e ainda fazendo-lhe parte do backing vocal - a parte de que mais gosto… E, a par de certas vicissitudes impublicáveis sem a autorização legal da própria Exequiela, casei-me lá: com alguém de nacionalidade urugaia…
Ainda desenvolvo tudo isso algum dia.
A sua canção e a de Heloisa estão prontinhas, mas deixa só eu me sentir menos desmiguilingüido para poder postá-las aqui. E como você ama esperar…
Atentei bem pro que acontece contigo nas salas penumbrosas dos cinemas. Comigo se passa algo bem diferente, e não menos curioso. Não sou de dormir no cinema como você. Muito longe disso! Mas não tolero filme ruim, assim como posso tolerar um show e uma peça de teatro fracassados. Depois de uma apresentação musical ou teatral frustrante, eu saio, converso, namoro, consigo extravasar: permaneço, enfim, um ser gregário. Com cinema, não!
Ninguém me leva impunemente pra ver algum filme de que eu não vá gostar, ou algum pessimamente escolhido prum festival. Porque vou ter de sair logo e correndo pra espancar algum teclado - e só assim sublimar toda a minha agressividade. Exemplifico com um de meus últimos exemplos, o curta-metragem baiano Meio Poeta:
É um filme autocomplacente. Obra deslumbrada consigo própria. Deslumbrada com o tema e a fonte em que se inspiram o “enredo”. Deslumbrada com sua ‘escolha’ estética e com tudo o mais.
Complacente ao insistir em mostrar imagens de nossa Soterópolis, mesmo quando desnecessárias ao argumento, e ao roteiro tão retrab(p)alhado.
-extraído de Sob a minha lente
p.s.: Vero, eu não presto, eu não presto, eu não presto. (Eu só consigo perdoar as minhas próprias autocomplacências…)
Caetano MIO, Exequiela:
Auxíliooo! Me podrían ustedes EXPLICAR el comentário (158), es que está escrito en una “lengua” que desconozco, por favor pido ayuda, o será que no debo leer TODOS los commts, AH! pucha! y a mí que me encantan leerlos todos, no quisiera descriminar a nadieee, puesto que no soy una persona que descrimine, AAHH!!!así no vale, ahora me quedo…alegre o triste?, triste o alegre? , pero quiero decirles, que aunque no lo “ENTIENDA MUY BIEN”…me divirtió mucho!. Bueno ahora me voy a trabajar. BYE.
Caetano, sou obrigado a defendê-lo de si mesmo: acho o “Araçá Azul” melhor do que o disco do Walter Franco (cara que eu idolatro e cujo “Revolver” está entre os prediletos aqui da casa).
É notória a inspiração do Araçá no disco “da mosca”. Mas lembremos que o Walter Franco radicalizou por aqui - lá fora desde, sei lá, 66, Frank Zappa já fazia tudo isso - como podemos ver no inaugural e indescritível “Freak Out!”, alucinado disco duplo cometido por um bando de malucos absolutamente geniais.
Não acho o experimentalismo do “Ou Não” melhor resolvido do que o “Araçá Azul”. Acho que se equivalem. Seu nível de exigência é que deve falar mais alto; talvez o disco dentro da sua cabeça & coração fosse muito melhor do que ele de fato é. John Lennon dizia que “A Day in the Life” não saiu nem metade do que ele havia imaginado originalmente - isto é o que eu chamo de melhorar a perfeição.
O que torna o seu disco melhor do que o do Walter Franco, IMHO, é que o seu tem algo que, talvez correndo por fora da proposta experimentalista e voltando para o seu habitat natural, falta ao dele: lirismo, pura e simplesmente. Seja na versão magnífica de “Tu me acostumbraste” (chutando o sempre visitado climão de bolero pra escanteio e transformando o tema num misto de dor & saudade & ternura & tristeza que já me fez chorar inúmeras vezes), seja na delicadeza bem-humorada de “Julia/Moreno”, seja em Edith do Prato divina divina divina, seja em Monsueto vertido em puro tesão rock’n roll. Não tem disco da mosca certo
1001 pra vc!
DUAS CANÇÕES QUE ALGUÉM FEZ PARA MIM E QUE EU DEDICO A… [III]
- Heloisa Diandorinha -
Vou, por entre a fina neblina que se vai rapidamente dissipando, mais e mais. Vou, pelo leito caudaloso de um rio chamado Linguagem. Vou, e sei, que me defrontarei em alguma margem com uma clareira chamada Língua. Na clareira, chego - defronto-me contigo, com o teu talento inigualado para a transparência; e sempre a jogar partida com o eterno retorno da opacidade. Torneio para o qual somente são convidadas as belas almas.
Teu troféu, a comunicação. Teu fado, nosso fado: o obstáculo.
Eis-me aqui deposto e maravilhado, da margem pronto para voltar a ouvir o farfalhar de asa de cada uma de tuas diletas palavras…
um vídeo no YouTube
um poeminha
- Vero -
Não procures entender, nem creias no entendimento; ele nos tiranizará. Deixa eu, e quem mais quiser rimar comigo, gostar de você. Deixa eu dizer que te amo, assim de um modo inexplicável, mas tão compreensível…
um vídeo no YouTube
um poeminha
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Querido Luiz Castello, outra horinha virei agradecer o especial apreço e devolver o carinho, antecipando agora que (ainda) toco instrumento - só faço sopinha com as letras…
…ainda não toco, mas se Tuzé de Abreu quiser me ensinar…
Riguardo il concerto con David Byrne la registrazione a cui tu alludi è la stessa trasmessa sul sito de Carnagie Hall?
Sempre leio ou ouço críticas de Caetano não exatamente louváveis sobre “Araçá Azul”, mas acho um disco muito bacana, lindo, acima daquilo que ele diz de sua própria obra. Dona Edith, Cravo e Canela, Monsueto, o poema de Sousândrade, Júlia/Moreno, minha favorita que é Épico, e tantas outras…
Fico com Araçá Azul, num comparativo ao disco branco de Walter Franco, apesar de gostar demais de Mixturação e de tantas outras. Concordo com Nando. Mas tenho inveja do fato de nando ter ouvido Caetano cantar Reconvexo. Não deveria concordar, por birra
Já que me mostraram aqui o que Tom Zé escreveu no blog dele, publico no meu a resposta que mandei pra ele. Tom Zé sempre foi maravilhoso a seu modo.
Tom Zé,
Aproveitando o ensejo, para ver Charles Bukowski em movimento sugiro Born into This, documentário apaixonante sobre sua vida e sua obra.
Sítio no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0342150/
É um maravilhoso personagem americano que mesmo outsider ainda em vida pôde ver algum sucesso. Orgânico e para além de academicismo dos beats, suas tramas vinham das vidas das ruas, da sua própria vida. Odeio psicologismos nessas horas, mas era um cara resiliente, e para mim, sua beleza e sinceridade únicas fazem sua obra ir além de toda e qualquer crítica feminista mais ortodoxa
Adoro Lars Von Trier. Lembro de uma entrevista dele que adorei: A repórter perguntou como ele achava ter autoridade moral para criticar o american way se ele mesmo nunca tinha ido aos EUA. Ele respondeu que Hollywood havia feito Casablanca sem nada saber sobre Marrocos…. dei risada
Provavelmente por não deter um centésimo das informações que Caetano tem sobre tudo, só sei que achei DOGVILLE um filme fantástico. sei que é declaradamente anti-americano, mas particularmente não vejo de anti-americano ali, muito menos de tacanho. Vejo sim uma crítica mordaz à essência do ser humano, seja ele americano ou não. adorei o filme, adorei a novidade do cenário (pelo menos para mim, foi impactante… confesso não ter visto algo assim antes. Pode até ser que tenha existido, disso eu não sabia…). Achei o filme o máximo.
Já com relação a Manderlay, sua continuação, aí sim é anti-americanismo expresso (e bobo). Talvez o cenário não me impactasse mais, sei lá.. não gostei…. achei arrastado. Aguardemos por “Washington”.
E se “aquarela do brasil” é o hino brasileiro, “saneamento básico” deveria ser seu “vídeo institucional”. É a cara do poder público brasileiro, genial! quem,como eu, lida com essa laia sabe bem.
Gosto tanto de Tom Zé e muito por causa de Caetano explicando a ida deles pra São Paulo, no programa Ensaio da Cultura… e nada entendi sobre o porquê daquela - me parece - infinita angustia… mas…
Agora, Guimarães Rosa eu conheço de longe, apesar de conhecer pouco (arráá - que dúbio) e vestida dele, como só os grandes sabem, Heloísa voltou.
Lindo final-de-semana a todos. Lindo, feliz e leve, se possivel.
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………………………
“eu não posso aceitar agora o seu colo e do grupo baiano, que durante todos esses anos me separaram até do que era meu”
ESSE é o ponto, acho eu. compreende?
…………………….
abraço a todos, vou ouvir fiona apple!
Caetano,
Tava aqui sentad’ali minha guitarra e pensando: e se você criasse um e-mail obraemprogresso e liberasse aqui pra gente? Às vezes dá vontade de te mandar textos ou músicas e fica inviável; claro que seu e-mail particular não vem ao caso; então um alternativo pra, sei lá, você de vez em quando dar uma espiada, o que você acha? Sugiro no gmail, que tem bastante espaço, uso e acho bem legal. Fica a sugestão.
Heloísa (eu morro de vontade de te chamar de Helô - adoro teu nome e também o apelido; foi inclusive um dos nomes no meu caderninho de nomes possíveis quando nasceu minha filhota - mas será que você gosta?), que bom que você voltou!!!!!
Gravataí, as festas de 2 de fevereiro em Santo Amaro eram demais. Numa delas eu vi o Saramago andando calmamente pelas ruas (contei isto depois em Salvador e escutava: “Hahahaha - imagina, Saramago, conta outra, vai, hahahahaha”), Arnaldo Antunes, Gil, Elba Ramalho, um monte de gente maravilhosa; e umas duas vezes estive a um abraço de distância do Caetano - sem nunca criar coragem para ir adiante. Numa tarde o Caetano pegou uma cadeira e se sentou na calçada, na porta de casa. Eu sentado do outro lado da rua com um amigo, sem coragem de chegar lá. Não havia mais ninguém na rua, só ele num lado e nós do outro, na outra calçada. Até que nos conformamos com nossa covardia e procuramos o primeiro boteco para encher a cara. A gente achava que seria uma invasão, em Santo Amaro ele estava tão à vontade, sem ninguém encher o saco etc. Na frente da porta da casa dele tem um pequeno monumento com uma placa que diz assim: “Caetano, poeta da terra, menino da gente, nós te amamos”. Lembro que li e na mesma hora pensei: “Que importância têm todas as críticas quando se recebe uma homenagem dessas?”. Nunca me esqueci destas palavras. Abraço, Gravataí.
Ah, Caetano, lembra disso?: num dos shows em Santo Amaro você depois de cantar “Chega de Saudade” disse: “Esta é a minha música”, e o meu amigo Ivan, que estava bem na frente, gritou: “É nossa!!!” e você procurou de onde vinha a voz, olhou para ele e disse: “Mas AQUI (apontando com o indicador para o chão) ela é minha”. Ele ficou feliz da vida de você ter respondido. Bebemos a noite toda em homenagem a isto hahahahaha. Maravilha.
Eu adoro “Terra Estrangeira”. Acho que foi o filme nacional que mais me comoveu. Saí do cinema aos prantos, cheguei ao bar aos prantos, chorando a saudade de amigos que viviam em terras estranhas e as dores daquele menino ingênuo, suas tristezas e “roubadas”. Também gostei de Dogville. Acho o fato de um filme ser realizado naquele mínimo de cenário e conseguir prender, com bom roteiro e personagens, muito interessante. Mas só agora, mesmo sem rever o filme, acho que Nicole Kidman é grande mesmo para o cenário. Nunca tinha pensado nisso.
“Cabra marcado para morrer” também é um ótimo filme. Adoro (bons) documentários e Eduardo Coutinho sabe fazê-los, sem as afetações das leituras classemedianas do anedótico.
Eu gosto de Guimarães Rosa, sou um pouco dos sertões dele, um tanto, de outras bandas. Mas nunca tive coragem de ler Grandes Sertões. Acho que sempre achei o livro maior que minhas possibilidades. Só pra dizer bem vinda, Heloísa!!! Se é que o trecho é do livro que nunca li.
Como você já sabe eu sou Uruguaia, mais eu vivo, com “alegria brasileira”,ao menos, eu tento, claro que eu tamben tenho meus momentos muitos dificius na minha vida, “você nao imagina quantos”, mais há que ter sempre a “esperanza e a força” de mudar o que nois declive. Se você me permitir eu digo: “boa parte do sofrimento proviene da ignorancia mais você nao tenha medo de descubrir, enquanto percebemos as coisas na falsidade nossa falsa percepçao nos distrae e nos faz infeliz. Quando se corrige nossa falsa percepçao, acaba tamben a infelicidade”, esta vai por min, eu sei o que te digo.
¡¡Mas levanta o astral Menina!!
Gosto tanto do seu país, que eu acho que meu nacimento, aquí!, foi um êrro de coordenadas (rs). Gostaría tanto morar por lá, mais algum dia eu consigo. Assim eu tamben poussa ficar más “pertinho” do nosso Caetano. AAAHHH!! nao, nao, nao,… Caetano é meu!,…bom está bem!!…eu vou compartilhar ele, nao sou egoísta!(rsrsrsrsrs).
Te mando um beijos carinhoso. Vero.
LeAozinho: busqué la canción de las frenéticas en youtube y…che!!! esa canción es feia pra caralho! Igualmente: Beso-Beijo!
Teteco (Pele): espero esas fotos!! (No entiendo NADA de cámaras de fotos.. la mía es una sencillita cámara digital, no sé ni la marca)
VERO: A qué comentario te referís?. Lo mejor es que lo copies…. igual yo no creo q te pueda explicar nada. Para desasnar, nada mejor que o LeAozinho. Un consejo de tu hermana rioplatense y ya que el tema de este post son los films: aflojá con las frases tipo “Caetano MIO” porque sino van a pensar que sos Glen Close de Atracción Fatal (Fatal Attraction). AY ahora me compenetré: me estoy poniendo celosa de lo que te escribe MI Joauuudo, que pare de enviarte su amor porque me pongo como loca!
Helo: Welcome back y CHEGA DE TRISTEZA!!
Alguien vio la película Irreversible de Gaspar Noé? Ahora es tarde y la cama me reclama…. pero me pareció BUENISIMA. .
Nando: Inveja… Que lindas devem ser essas festas!
Enzio: gravata@gmail.com
Heloísa: Agora, fica!
Caetano: Conversei com Tom Zé em 1998, totalmente por acaso, na porta da faculdade (eu fiz Direito no Mackenzie), e ele se referia a todos da Tropicália, você incluído, com muita ternura e carinho. Nada parecido com esse texto do manifesto. Eu também acho que é um texto-embaixadinha para a torcida. Além de tudo, as palavras usadas neste texto para tratar de Tom Zé são todas elas positivas. Nunca li nada, seu, que o desqualificasse. Não entendi essa carta-resposta. Acho que ninguém entendeu, a não ser que signifique, mesmo, o que você disse em sua réplica.
Hoje, agora há pouco, no carro e a caminho de casa, me lembrei de um filme antigo, no qual Caetano fazia papel de Lamartine Babo e, se não me engano, José Lewgoy era Oswald de Andrade. Tabu era o nome do filme - estou contando aqui com minha memória, pois vi na TV há anos. Alguém tem isso, alguém já viu?
Roberto Joaldo:
De aquí, en adelante te comenzaré a llamar “meu zéfiro centáurico”.
OH! meu zéfiro centáurico,haz abierto una de las persianas de mi alma, dejaré entrar la “luz”, para que se entibien(morna) mis sueños,… para ir en la búsqueda… de la certeza “tangible”.
lembro. assisti a “paris, texas” tantos anos atrás. tantos. no cine bajado, em olinda. com suas cadeiras de escola. eu e minha namorada, marta. eu não gostei.
então para mim gostar de “paris, texas” acabou sendo uma coisa que eu construi ao longo dos anos e hoje o assisto com uma certa nostalgia do cine bajado e do mar de olinda, que ficava logo ali, querendo comer, comendo, a cidade. hoje “paris, texas” me comove, talvez pelo cine bajado, tralvez por marta, que casou com um alemão e mora (da última vez que soube dela) na tasmânia.
para mim os filmes de win wenders são como amigos, bons amigos. vejo os muitos problemas deles, e às vezes me desanimo. mas há neles uma coisa que me acompanha de perto. gosto deles e neles encontro um marco, um apoio. nos últimos tempos deram para reclamar de win wenders e dizer que ele não sabe mais fazer cinema. soube um dia? nem sei, mas dois dias atrás assisti, com uma amiga, “alice nas cidades”. que bela fábula… não consigo pensar que esse é um filme de 1974. win wenders o fez ontem.
tenha um bom dia sr. caetano veloso e parabés pelo seu blog. muito franco. muito bom.
VERIÑO
-errata
Quanto ao poeminha, seguiu, repetido, o de DIANDORINHA. Queira agora clicar aqui e compreender-me o lapso.
n.b.: Sobre nacionalidade “urugaia” (uru + gaia): uma gente índia feliztronha que surgiu no coração da América do Sul antes da Conquista e se espalhou preciosamente pelo continente - você tem sangue indígena?
Caetano Ame-o ou Deixe-o !
Valeu, Afonso Leitão! As discussões sobre os temas que rolam aqui são maravilhosas, nos enriquecem e mantém vivo o interesse pelo blog. Mas a obra em progresso propriamente dita é assunto que não se pode esquecer, sobretudo nessa reta final — pois o Caetano mesmo confirmou que o blog acaba quando o disco estiver pronto pra sair. Abraço!
Cómo se dice en portugués?
Yo ví esa película en EEUU así que mis sentimientos no fueron objetivos.. porque cuando uno sufre el desarraigo, ve un dulce de leche La Serenísima en una góndola y llora. Me acuerdo que entramos en la sala y estaba LLENO de gente. Pensamos “OHHHHHHH… qué bien!” Obviooooo, nos habíamos equivocado de sala. Cuando fuimos a la correcta éramos 4 gatos locos. En fin…. me gustaron los paisajes. Rodrigo de la Serna, el personaje “secundario” se robó la película. Odié que pongan a Bernal como el CHE! Muy femenino para la idea que tengo del Che en mi cabeza. Definitivamente: “miscasted”. LeAozinho esa palabritas que “inventás”!! Sos una cosinha bonitinha!
Em tempo: o apelido do Lamartine Babo era Lalau e não Lalá como escrevi.
Sobre o Caetano Ame-o ou Deixe-o ! de LUIS CASTELLO
Pois é, Luis. Eu também sou daqueles que acha que um blog deve correr os riscos tanto da tietagem, quanto da discordância. Claro que evitando as agressões infundadas e as declarações de amor gratuitas.
Por isso, desde o início, enchi um pouco o saco do nobre mestre Hermano, pelos critérios aqui utilizados na escolha dos coments publicáveis e publicados.
Eu mesmo nos últimos dias tive 2 coments limados sem aparente fundamento. Um (anterior à resposta de Caetano a Tom Zé) falava sobre a necessidade do re-sentir. E nele havia uma enorme sintonia com o que Caetano respondeu. E também grande respeito por Tom Zé.
O outro, falava da origem da palavra “cafona” e o quanto ela se dilatou em função dos contextos que ocupou. Era uma resposta à um coment de Valter Silva. Uma resposta discordante, veemente, incisiva, mas escorada em argumentos e não em agressões.
Vou além da tua reflexão. Acho que num blog até os “amiguistas” e “anti-amiguistas” podem e devem falar e se opor a vontade.
A idéia exposta pela moderação do Hermano de que alguns temas podem ser “intermináveis e incontroláveis” e por isso devem ser moderados, vai na contra-mão do que há de mais bacana e saudável na web.
Controlar e terminar assuntos é um super-poder. Não gostaria de tê-lo. Evitar constrangimentos, agressões, bajulações baratas e inquisições, isso sim é atributo de quem modera e lidera.
Não acho que houve intolerância da parte da Marília e do Gil. São opiniões apenas. Opiniões contrárias a outras opiniões. Todas questionáveis, mas publicáveis.
Eu diria: Caetano, Ame-o, Deixe-o, Use-o, Comente-o, Abuse-o, Provoque-o, Queira-o… Faça-o.
abraço
salem
Difícil é lidar com tanta diversidade.
abraço
salem
ô Luis Castello, num força cumpadre, o cara não gosta mais do Caetano, acha que ele está por fora, e vem pra cá fazer o que? esculhambar? já chega né? que nem o cara do jornal meter bronca em cima do show, ok, ele tem direitos, mas ninguém disse que na democracia acabam os babacas, o pau come também. Vc pára na esquina pra encontrar a rapaziada e trocar uma idéia, chega um que não gosta da turma e esculhamba teu cumpadre, o que acontece? democracia? conversa…chega pra lá urubu, vai procurar sua turma e vamos viver todos em paz. A moça perguntou o que qualquer um perguntaria, e em Italiano!!! que é mais bacana ainda, língua dos antepassados e vc sabe que língua aqui é o que há , certo? o pessoal daqui é bom de língua…de leve…e a moça mandou muito bem: mas o que é que o cara vem fazer aqui? esculhambar? ele veio, deram o espaço, mas ninguém diz nada? estamos numa turma na esquina ou não estamos…aliás, aproveitando, eu acho que vou mesmo fazer a pista, lancei uma intenção e não vi uma alma sequer fazer coro comigo, nenhum comentário, sugeri Caetano Veloso para a Academia Brasileira de Letras e …nada…vazio…silêncio…acho que desafinei então…sobre o 007 nem ligo, mas o papo da Academia eu julgo sério, imprtante…enfim, vou sentar na beira do caminho e ficar sonhando…o elefante que o rei deu de presente está a caminho de vailladolid, e Obama escreveu A Origem dos Meus Sonhos e em algum lugar lá ele conta a história do Orfeu…já não sei se sonho ou se sigo o elefante…
Prezada Maria Castelo Branco,
Eu cheguei a escrever esse texto abaixo assim que cheguei do show em Salvador, ficou ruim e piegas mais fala justamente sobre esse assunto.
…
Fila A, cadeira 18
Estava escrito. Estávamos lá.
Salvador, Bahia, 05 de Setembro do ano da graça de 2008. Teatro Castro Alves, dez e dez da noite.
O profeta entra no palco, é o começo do possível fim, o choro incontido é a constatação de viver a poucos metros a história acontecer para depois ser escrita.
Quem sabe a derradeira apresentação. A última chamada.
O nervoso é grande, respirar sem medo só lá para a terceira canção. O microfone, o vento, as tosses, os celulares, será que estamos a altura? O som é perfeito para Tokyo, aqui, só com tiranossauro do Chiclete para suplantar os alto falantes baianos.
“Alto falante é lindo” diz João. O volume aumenta.
Dó menor com a sexta aumentada, o profeta canta um mundo onde é o amor a utopia e a felicidade é possível.
O moderno foi inventado a 50 anos atrás. O que é eterno é novo, hoje, de novo, o que foi profético outrora é moderno, o único que não cheira a naftalina. O concerto não foi homenagem a nada, foi inventado agora.
O som que sai do Tarrega com a boca ovalada parece estar sendo tocado por algo etéreo, onde estão as unhas? O som é minimalista, qualquer coisa a mais, é poluição. Sobre os comentários que vieram do Rio sobre um tal de trastejamento se comprovaram pelo que eu já desconfiava: O som de João hoje é um som para poucos, para um futuro, de novo!
João é o núcleo de tudo que veio depois, a música brasileira está nos confins por que ele nasceu em Juazeiro, 77 anos antes e o efeito em cadeia se sucedeu.
Cerra-se os olhos durante o show e a alma passeia, do Elevado entre as pedras a caminho do Leblon, vira a esquina e se está numa de roda de samba no Taboão no tempo que Vergê via tudo de seu sotão e Jorge mandava para longe as notícias da Bahia.
“Só se tira esse som de um violão atacando muito de leve as cordas” me disse certa feita Galo, esse som que toca direto o coração…
O lugar é a Bahia e a pessoa é Caymmi, o ponto alto é Acalanto, talvez nunca cantada antes, contudo nunca esquecida, dos pais, das mães, dos berços, boi, boi, boi….
Ré com a sétima aumentada e baixo em Fá sustenido, Estate. Ao fim o violão com o murmurar leva ao mais profundo transe. Mas o profeta é generoso, ele repete para as mentes o que os corações já sabiam.
Temos o bis, apesar da certeza, ainda tínhamos medo. Oramos juntos Garota de Ipanema e João foge apressado para seu refúlgio autista de sí mesmo. Um mundo que ninguém conhece, onde crescem lentamente as dádivas, que abrimos os chacras para sorver as gotas.
Julio Melo Vellame
Prezada Senhora Marilia,
Muita Paz!
Cacildis!
A Marília tem razão! Ela foi mal interpretada mesmo! Reli o coment dela e ele é claríssimo. Não dá margem a equívocos, não.
Não acho que o assunto em si dê caldo, mas ela tocou num ponto G da internet: a leitura rápida, na diagonal.
Acho bem legal o toque que ela dá: quer ler rapidinho, okay. Mas no caso de replicar, questionar e polemizar, vale reler com calma.
Isso não é recado pra ninguém especificamente. Pelo contrário, tomo com uma boa lição de ética na web.
Mas vamos deixar de baixo astral, porque aqui tem Nando, Exequiela, Joaldo, Glauber, Carolina, Gravataí, Patis e mais uma pá de gente de responsa. Um timaço que tem defendido o Divino Conteúdo deste blog com elegância, habilidade e afeto, sem perder a piada ou a crítica.
Não existe protagonista sem coadjuvantes! Viva Wilson Grey!
beijos a todos
salem
1. Não atribuo à suposta “colonização por degredados” os problemas do Brasil, muito pelo contrário: estava justamente questionando isso.
2. Não disse que a Austrália tenha “dado certo”. Nem que o Brasil tenha “dado errado”. Nem acredito que esse conceito restrito possa ser aplicado a qualquer processo, seja de país, pessoa ou bicho-de-pé. Sequer coloquei em questão a colonização por este ou aquele povo como melhor ou pior.
3. Eu falei primeiro! : Estava justamente dizendo que muitos daqueles degredados eram judeus. E ressaltando a importância deles na nossa formação cultural, tantas vezes esquecida. Tenho judeus paraenses e do sertão pernambucano na minha ascendência e me orgulho muito disso.
Poderia dizer mais uma porção de coisas mas sou uma modesta psicóloga, não compartilho a genialidade do Caetano e já estou achando este texto longo demais. Então só mais uma coisa: eu não me chamo Maria (e não moro em Niterói). Tenha a gentileza de ler antes de me questionar.
CARO CAETANO,
UM GRANDE ABRAÇO!
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.
P.S: UM DIA VOLTAREMOS A ANTÔNIO CÍCERO!
Eu, mineiro,certa vez perguntei para o meu pai, baiano, se ele sabia o motivo de haver certa rixa dos nordestinos do Ceará, Pernambuco e Paraíba, principalmente esses estados, para com os baianos. Ele, meu pai, de uma região da Bahia próxima à Pernambuco me disse que essa rixa era em razão de antigamente a Bahia ser classificada como região Leste, além do fato de os baianos serem mais atrevidos em todos os aspectos do que os demais nordestinos.
Toda essa rixa teve reflexos na postura e na obra de alguns artistas nordestinos, como Belchior, Ednardo, Fagner, dentre outros, que já soltaram o verbo, classificando como a “Máfia do Dendê”, o lobby em favor dos baianos.
Mas isso tudo existe mesmo, a Bahia é diferente, é única!!
Penso que deveria haver mais integração, principalmente entre os artistas nordestinos.
Percebo que Gil procurou fazer isso nos últimos anos, lançando discos de forró e agora o maravilhoso “Banda Larga Cordel”.
O Caetano anda meio distante do Nordeste. E isso não faz bem, para ambos!!
http://loronix.blogspot.com/2008/10/vinicius-de-moraes-amalia-rodrigues.html
abraço, amigos.
Queridos todos (en especial los músicos del grupo)
Corrigindo: “Grande sertão”, sem os “esses”. Só as veredas é que são muitas..
Tenho uma dúvida estética que passa ao largo dessa coisa um tanto menor que são as briguinhas em busca de vendagem de disco e demais bafafás para trazer audiência.
Afinal, o que seria a bossa nova?
Porque, se não me engano, ela começa com a ‘modernização’ da música brasileira, o brazilian jazz, e termina - vamos dizer - com a revolução promovida pelo gênio indiscutível de João Gilberto.
Daí em diante, que nome damos ao que é feito da música? João Gilberto recriou a música brasileira e se passou a chamar isso de bossa nova, mas é mesmo bossa nova o que ele fez ou ele recriou tudo a partir de uma matriz (bossa nova)?
Eu sinceramente não sei. Às vezes acho que o papel de João Gilberto como criador de tudo é muito pouco debatido. Gritam “gênio” sem demonstrar didaticamente onde está essa genialidade, e me parece possível identificá-la no tempo, na história etc.
João Gilberto é o responsável, eu creio, pela maior parte do que chamamos hoje de música popular brasileira; em especial, pela adoção dessa sigla como forma de abarcar a incapacidade classificativa da miríade de ritmos, sons e tudo mais.
Há mil raízes, eu sei. Mas acho que, na MPB, tudo passa por João; como, no rock, tudo passa por Beatles.
(eu comentei e fui parar lá atrás! tenho uma máquina do tempo aqui!)
Hermano
mea culpa!
o blog tá o transamba do crioulo doido.
seria a crise dos 80%?
verinissage, currículos, coment longo reclamando de coments longos, horóscopo, bahia X ceará, pedidos de cifras…
é impressão minha ou vocês desmoderaram pra gente ver o que é bom pra tosse?
na minha utopia, um blog é auto-regulável, mas em 10 coments tive um breve painel do que deve ser a sua árdua tarefa. me solidarizo.
joaldo faz falta quando não faz com doçura a sua insubstituível tarefa de amarrar as coisas por aqui.
legal que novos personagens apareçam nesse nosso cafofo virtual, mas a cerveja pode acabar e o assunto também.
cinema foi o grande norte da aventura começada nesse post, então volto a ele.
hoje, no Festival de Cinema de Brasília um filme chamou atenção: A Gruta. Sei pouco da fita. Mas vi que é uma empreitada interativa, onde a platéia decide vários percursos do roteiro com um controle remoto.
a idéia não é nova, mas provoca. como roteirista, fiquei curioso. será que esse caminho “não linear” é uma tendência de ƒiolego pra linguagem cinematográfica?
a quebra do ritmo e a pausa para reflexão da platéia quebra a catarse ou renova o encanto?
minha geração cresceu com a linguagem linear e teve o privilégio de assistir a descontrução da horizontalidade, graças aos videoclipes e à edição digital. até a nossa maneira de escrever se transformou.
toco no tema, porque caetano escreve há muito tempo com relativa fragmentação, talvez antevendo involuntariamente essa tendência.
não gosto muito da idéia de “decidir” sobre o caminho de um filme. sou do time do “me engana que eu gosto”.
ao mesmo tempo (retomando o início deste comentário) aqui no blog experimentamos uma relativa “não linearidade”, às vezes deliciosa, às vezes descontínua e esquisita como nos últimos tempos.
a geração da minha filha é 100% polifônica e não linear. pra ela é moleza pensar em 5 coisas ao mesmo tempo, estudar assistindo sitcom ou ler um livro respondendo torpedos. acho bacana, porque, ao contrário do que alguns pedagogos profetizam, ela faz tudo isso com sublime desenvoltura, alegria e inteligência.
há também o mito de que a internet forma maus escritores e leitores, por conta da rapidez, dos emoticons e das abreviações. isso pra mim é balela.
me lembro de ter lido sobre estatísticas de aumento da alfabetização nos anos 60 por conta da invasão das HQs e das fotonovelas.
vivemos um tempo esquisito de beats diversos e bytes generosos. mas que de vez em quando dá vontade de desligar tudo, dá… pensamentos analógicos, violão de aço e muitos amigos.
abraço
salem
A.C: dale!!!! te dejo mi correo asi organizamos el encuentro. yo hice una comunidad en el orkut (Caetaneando), pero quiero que nos pongamos de acuerdo y comencemos a “convidar” a todos al gran encuentro el proximo 7 de agosto
escribime a :
abreujudith@hotmail.com
besos a todos!!!!
Ju.-
tenemos que organizar desde ahora…quien te dice y quizas contemos con la presencia de nuestro maravilloso Caetano…..
“Caetano, Ame-o, Deixe-o, Use-o, Comente-o, Abuse-o, Provoque-o, Queira-o… Faça-o.”
ola caetano veloso, me permita um comentário.
o clima aqui é de uma vernissage onde os amigos encontram amigos e fazem novos amigos. sempre sob a supervisão e o calor do artista. uns papos curtos e sérios, outros longos e bêbados. fala-se muito sobre música, mas música é bom para se ouvir …
sou designer de produto, do tipo pró-ativo, curto executar minhas idéias e experimentar outras áreas como som e vídeo, por puro hobby, num estilo pop- apropriativo remixado.
senti falta de links para trabalhos de arte com sua arte, com sua obra como inspiração. espero não estar sendo ingênuo ou mal informado (e nesse caso por favor me ilumine). também procurei no youtube e não encontrei nada relevante.
tinha feito um clip com ‘alegria-alegria’ remixado e estava guardado. então “ouvi” aqui nos comentários um “chamado”: “caetano. use-o” , e publiquei no youtube. (caso eu esteja transgredindo alguma lei de direito autoral, basta avisar que deleto o video).
tem 3 minutos e meio, é só diversão, dependendo é claro, do gosto e grau de informação de cada um.
http://br.youtube.com/watch?v=fj17503RLDY
de fato, mineiro sofre com sotaque, caetano.
moro no rio a dois anos, e sofri muito até entender que eu tinha que fazer uma ginga com as palavras às vezes para ser ouvida.
de todo jeito, fiz questao de nao perder a minha preciosa língua mineira e continuo rodando a cidade falando feito turista. acima dos preconceitos eu ponho a minha identidade. mas nem sempre é fácil..
abrçs
Gravataí,é Tabu de Júlio Bressane, o filme que Caetano é Lamartine.Como o Arrigo Barnabé é parecido com o Orson Welles!!!
Caetano, você não se livrou de mim…
Miguilingüido: Na minha terceira margem, onde o silêncio mora comigo, as asas de suas palavras chegaram fazendo festa nos buritis…
Nando: É claro que você pode me chamar de Helô – é um dos dois apelidos que eu tenho e gosto muito. O outro é do meu segundo nome, pois eu também sou Helena.
Gravataí: Retribuo os amplexos retroflexos e reconvexos com o mesmo carinho. E fico.
Lo correcto es (uru+guaia) y no (uru+gaia), entiendes?, Urú: es un ave de plumaje pardo semejante a la perdiz,(ave gallinácea de cuerpo graso, cuello corto, cabeza pequeña y plumaje de color ceniciento rojizo en las partes superiores, más vivo en la cabeza y en su cuello).Por esta razón: Uruguai (significa río de los pájaros (pássaros) pintados). Se formó princilpamente por inmigrantes españoles e italianos,ainda mais, hasta que llegó toda mi família(rsrsr).
Mi sangre no tiene nadita de indígena, es un cóctel de: 1)arménio,2)italiano,3)libanés,4)islas canárias. Yo pasional?..(rsrs).
El pueblo indígena que habitó estas tierras fueron llamados Charrúas, te paso un links.
http://es.wikipedia.org/wiki/Charr%C3%BAas
Obra em Recesso.
Valeu Hermano! e parabéns pelo Obra em Progresso que é um sucesso total.
Luiz Castello.
Escrevi esse post porque as versões de “Incompatibilidade de gênios” não ficaram prontas (mixadas) a tempo: era o que eu queria postar. Depois que as mixagens se concluiram, Hermano me informou que teria que ver questões de direitos. ECAD, as editoras dos autores etc. E é por isso que está demorando um pouco. Meu plano era ter lançado logo a eleição e passar a falar mais nas músicas do disco. Já falei antes. Quem quiser procure. Mas naturalmente quero falar mais. E contar, e ouvir e discutir. Porque as pessoas que escrevem ou lêem assiduamente este blog terão (e externarão) reações diferentes das dos ouvintes que ouvirem o disco sem ter acompanhado o papo aqui. Ou ouvido as canções nos shows ou nos links do blog.
Filmes: “Se meu apartamento falasse”, “Rocco e seus irmãos”, “O Leopardo”, “A mundana”, “Quanto mais quente melhor”, “Amarcord”, “E la nave va…”, “A fonte da donzela”, “Bufalo 66″, “The Brown Bunny”, “A Woman Under the Influence”, “Vida secas”, “O bandido da luz vermelha”, “Matou a família e foi ao cinema”, “Elogio do amor”, “Uma mulher é uma mulher”, “Viver a vida”… só uma listinha do que me veio à cabeça. Vem mais.
pois estava eu seguindo nosso elefante e os percalços da viagem, do cornaca e o do comandante enquanto ela se intera dos sonhos do Obama, que fumou, cheirou e se aplicou de herô…minha nossa…o negão não era mole não, era caladão, gostava de ficar quieto no cantão dele, e de onde veio esse modelo? do segundo marido da mãe, o filipino, o amarelo…incrível…mas voltando ao que aparentemente só a mim interessa…uma alma ouviu minhas preces e caiu dentro, ufa, francamente, já me achava quase longe do blog quando olhei pro mac que piscou pra mim ( imagina?) e lá fui eu conferir, e não é que o sujeito falou e disse. Mas lamento, disse mal. Como afirmou um acadêmico recentemente, e tenho gravado em filme mas por carinho e respeito não revelo o seu nome, somente padre, acadêmico e filho da puta são atribuições imutáveis, as demais, as regras ou constituições entre nós são passíveis de alterações. Mas nem seria o caso, Caetano Veloso tem os melhores atributos para fazer parte da grande Casa. Sua obra é cheia, transcende o livro, o filme, as canções, os poemas que escreveu. Sua obra é sua própria vida e entre nós isso tem o valor de um Imortal, por isso minha intenção. E digo mais, seu nome seria muito bem recebido na Academia, lugar de sábios que vêem sabem ver. Tenho certeza que seriam honrados com o nome de Caetano Veloso entre eles, não só eles mas todo o País. A sugestão de Chico Buarque, e também é evidente e justa e digo mais, ambos estariam muito bem na Academia, juntos. Mas a mim me cabe minha intenção e meu nome é Caetano Veloso, com ele lá eu estaria também um pouquinho. Quem mais se arrisca a fazer uma nova onda no Rio, se alastrando pelo Brasil inteiro num grito de louvor e glória: Caetano Veloso na Academia Brasileira de Letras!
Caetano,
Gravataí, acho difícil, confuso e complexo o lance com a Bossa Nova. Penso que o que temos de “concreto” é que João Gilberto é o cara responsável pelo nome “bossa nova” constar na seção “ritmos” dos teclados eletrônicos - mesmo que um ritmo bem qualquer nota (ele certamente teria calafrios ao ouvir). Mas se tem alguém responsável por isso, pela bossa nova enquanto ritmo, é ele. Quanto a “estilo”, fica complicado mesmo. No meu coração o pai da bossa é Johnny Alf (ao menos nos termos narrados por Ruy Castro). Na prática talvez seja como procurar o pai do blues. E os tios são vários. Mas Tim Maia cantar bossa nova com aquele vozeirão (o que prova que a estética definitivamente foi criada e que não precisa nem deve ser uma prisão) é/foi possível graças a João Gilberto. Foi/é a batida do João que tornou isto possível.
Heloísa! Ainda por cima Helena, o nome da minha mãe. Tenho que te enviar isso, é onde moro:
http://br.youtube.com/watch?v=ftJ-gJ-l5HQ
Voltando à vaca fria do cinema: sou analfa. Sei uma coisinha ou outra e tenho meus favoritos, mas no geral sou analfa em cinema. E gosto disso: ser músico já me tira a espontaneidade de receber, digamos, em estado bruto, certas criações. O músico está ouvindo e, mesmo que não queria, de vez em quando se pega “pensando”: “ah, agora um fá sustenido menor… opa! o cara jogou uma diminuta… mudança no andamento…”. Verdade que há delícias que só um músico pode fruir; mas o “leigo” também tem suas delícias, que é receber a criação de uma forma mais… pura? Não sei. Com o cinema, prefiro ficar meio sem saber mesmo, tecnicamente. Vejo muitos filmes mas são pouquíssimos aqueles que me pegam e que tenho como favoritos.
&
Agora, cá pra nós, Woody Allen é feio feito uma assombração, que diabo ele tem sempre que fazer “ponta” ou atuar nos próprios filmes?
querido gil,
Nando: sem dúvida, há essa “levada” da Bossa Nova, que acabou ganhando o nome do movimento, ou do ritmo, ou do resto que viesse a ser conhecido como tudo feito antes e depois disso.
Mas, antes de João Gilberto, fazia-se o “jazz brasileiro”, a efetiva Bossa Nova. E, de João em diante, passou-se a fazer algo até então inédito - no Brasil e no mundo.
Uma série de raízes foram unidas e João as processou de forma genial. Criou ali alguma coisa cujo nome nunca foi atribuído e, sei lá se isso agora é importante, mas sua participação histórica nessa revolução não pode jamais ser minorizada.
Recentemente - para ser ter uma idéia -, estava com um grupo de amigos ouvindo aquela cantora novinha, Mallu Magalhães. Tal grupo só gosta de rock e, pelas tantas, disseram que Mallu eles admitiam porque “inovava”, vez que “arriscava-se a tocar folk”.
Aquilo me fez rir, e rir alto, porque era exatamente o que sempre se fez na música brasileira, exatamente o que sempre se fez na música popular brasileira a partir de João Gilberto - a ponto de, no primeiro disco de Bob Dylan, haver referência expressa a João (cantada por Caetano no final da canção “O Estrangeiro”).
Mallu Magalhães, que tem 15 anos, é uma “menina de seu tempo”, vamos dizer assim, e é mais do que óbvio que toca o que lhe dá na cabeça, o que lhe agrada. Ela é fruto do que João fez lá atrás. Não é escrava de nada, mas é resultado de um processo natural iniciado por um gênio da música.
Meus amigos, esses sim são burros
Sei que vão me vaiar e coro, mas tenho que dizer:
Prefiro escutar Incompatibilidade de Gênios no CD.
Não foi intencional, mas o meu último coment sobre cinema e interatividade tem tudo a ver com esse pensamento.
Não gosto da idéia de voto e da falsa perspectiva de que este blog esteja mais íntimo do processo de gestação do CD por isso, mais habilitado pra entender, refletir e opinar.
Parece até divertido, mas se a escolha da versão lançada viesse de fato da audição desse seleto grupo, não seria necessariamente um enriquecimento do processo de gestação do álbum. Quem sabe mais do assunto, no útero, é Caetano e banda Cê.
E quem vai saber mais do que nós, são as milhares de pessoas que escutarão o CD.
Luis Castelo. Também sou músico, mas não flerto com esse blog por isso. Aqui me sinto um voyeur, palpiteiro e ávido pelo ping-pong de opiniões e seuções.
Já disse algumas vezes (e aí sim como músico) que gosto dos posts de Caetano cantando, mas não gosto da idéia da participação virtual nos bastidores do CD. Fico ansioso. É um problema pessoal.
Seria interessante se um dia, um álbum fosse gerado de maneira participativa e integrada via web, como Mário Prata arriscou fazer um livro. E como os cineastas de A Gruta arriscaram fazer um filme. Mas uma votação sobre 2 versões não me empolga.
Antevi que isso seria problema (ora, versões em mp3 liberadas na Internet podem ser um convite à circulação de arquivos ilegal).
Agora, se por ventura, Caetano fizer desse lançamento virtual de uma das canções, algo mais consistente, liberando a circulação do arquivo e abrindo a votação num âmbito maior, seria um ato de coragem estética e política.
Mas devassaria nosso íntimo mundinho virtual. Prefiro ficar com ele e não fazer dele um cento de (vou usar a palavra, moderador) amiguismo.
Meu voto está anuladinho até agora.
Quanto à Academia, a mesma coisa. Não imagino nem Caetano e nem Chico de fardão ao lado do Zé Sarney tomando chazinho com bolacha. Tudo no Brasil muda, menos a cor do bigode do José Sarney. Repararam? Seu bigode é imortal e representa tudo que mais odeio na história capilar da nossa literatura e da nossa política.
Se Jorge Mautner fosse à Academia, aí sim teríamos um ato de transgressão histórico. Ele poderia emblematizar a descaretização daquele ambiente jurássico. Ficaria bem na farda, como um revolucionário.
Caetano escreve muito bem. Muito mesmo. Mas não é um escritor de ofício, o que o faz melhor ainda. Imortalizá-lo seria o mesmo que matá-lo e ir ao cinema.
Nossa tara democrática é adorável, mas às vezes parecemos crianças com um joystick.
O que mais gosto neste blog, já está aqui. Aposto minhas fichas nisso.
Cada palavra digitada é um voto. O resto é idealização.
A internet é a grande culpada da situação. E essa gente hoje em dia que tem a mania de exibição não entende que transamba não tem tradução no idioma da web.
beijos
salem
muito bom ir comentando e lembrando de filmes, e lembrando que há muito pra ver…ai que saudade das boas locadoras…
salem,
sobre o futuro (morto, segundo ele) do cinema, chamou minha atenção semana passada a palestra do Peter Greenaway.
http://multiplicidade.oi.com.br/news_ver.php?id=133
acho que mexeria comigo como experiência audiovisual ou interativa, mas não sei se seria suficiente para eu criar um vínculo afetivo e guardar memória. também sou mais do “me engana que eu gosto”. sou orgânica, gosto de ver minhas filhas se pendurando, subindo e descendo em balanço de corda feito pelo meu pai…lembrei agora de qd vi Koyaanisqatsi, lembro daquela experiência de imagens daquela trilogia. e naquela época foi uma sensação muito diferente e marcante.
enfim…
Cada vez mais querido diamante Salem, acabo de ler sua confissão de mea culpa perante o Hermano (cmt. 212,). No final desta manhã, de minha parte escrevi justo por culpa sua (algo que você quis fazer mencionado no cmt. 196), mas meu comentário não foi publicado - .
Aprendo muito com o que venho lendo e escrevendo aqui. Sinto que potencializo meu talento de uma forma nunca antes antevista. E tudo isso graças a quem e ao quê?
Graças a OeP, ao Caetano, ao Hermano, que teve à idéia de tudo isso, a você, a você e a você, Salem. Graças a Exequiela, que foi a primeira pessoa em que pus os meus olhos e me identifiquei, pois que eu gostaria de fazer ela já o fazia.
Aí vem tanta gente que nem dá para citar todos – e enumerando só vou cometer algo: alguma injustiça.
Vem Gilliatt, que me transfere suas vivências estéticas apenas com a força das palavras escritas nesse papel eletrônico. Vem Heloisa, seja individualmente, seja tabelando com vários outros, seja naqueles diálogos impossíveis de bons com Caetano, falar conosco na linguagem delicada e preciosa das andorinhas. Vem Miriam Lucia, com seu texto que, como já disse, pego feito um jatinho, e ainda eletrizado por tantas vivências ricas que ela nos oferece. Vem Nando, dividindo o seu pensamento prismático conosco.. Vem Gravataí, e o que dizer de um texto dele: tem prazer melhor, o nome do cara faz jus ao que escreve, o que ele escreve faz jus ao nome…
Perdoe-me, quem não se sentir citado, tantos o mereciam por uma simples idéia que me forneceram, uma fagulha de pensamento que eu vi aqui e ali, e vou querer desenvolver, transmutar em algo, realizar criativamente. Venhod disponho, aqui nesta OeP, de um manancial infindável para várias pulsões criativas que já pululavam em mim, e pra outras que despontaram e despontarão por causa de eu ser passageiro, e tripulante, desta infocaetanave. E acho um precipitação sair do ar tão logo lançado o próximo álbum de Caetano - deveria perdurar acompanhando as temporadas iniciais de shows do disco.
Disse acima “tripulante”, também, porque este espaço aqui é de um tipo que, como eu já pincelei, que não dá para fluir bacana se você centralizar a autoridade e a criatividade dos acontecimentos, e não permitir que os participantes experimentem pilotar a nave.
Isso aqui é um admirável mundo novo: onde a gente ainda apenas engatinha diante das possibilidades de interatividade, e dos problemas que muitas vezes acompanham essas novas vias em que estamos exteriorizando as nossas experiências socialmente, e em que constituímos experiências próprias, e em que participamos de experiências alheias, numa escala imprevista.
Parece que somos seres sem corpos aqui?
É um engano! Todos os saberes e gozares de meu corpo se mobilizam por coisas que rolam aqui. Não foi à toa que preta pretinha baixou em mim e eu avoei em outra página naquela crise Lacerda-Marcelo, que não era nada ruim, era algo rico e eu tive a sorte de, como você apontou, Salem, servir de liga-pontos.
E fico encantado com vocês verem qualidades tão humanamente boas em meu humor, porque às vezes acho o meu humor enigmático, polissêmico a um ponto exagerado, e não raras vezes contendo certa corrosividade que nem sempre atende ao meu comando, e que também se volta contra mim, sem piedade, e por isso podendo ferir outros. Mas eu aprendo muito com isso. É como se eu fosse filho do que escrevo.
Bom, sou um espancador de teclados desde os 14 aninhos (vejam lá no Orkut)… preciso parar por agora com esse catatau. Todavia, como já me espichei por demais, vou tentar ver se passa o que escrevi de manhã, que guardei num editor de textos:
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VERO
Querida uruguaia, deixe eu sempre gostar de você, mas não se agarre muito ao meu tresloucado coração, não, pois há muito já foi extirpado de dentro de meu peito pela impiedosa leodulceferina Exequiela. E não tens medo das garras que a felina te mostrou acima, não? Somente estarei livre de tal sortilégio quando encontrar minha alma indígena gêmea - sou descendente de gente daquela tribo que o antropólogo Caetano descreveu em Gênesis.
EXEQUIELA
És, “sonho meu” – um sonho só meu? Tanto despertos quanto diantes dos espelhos refletores do sono, quantos de nós sonhamos com a sua pulsação vital - batendo bem próximo do coração da América da gente?
Estás certa de que, quanto ao sonho iniciado, que posso continuar? Não quer que eu envie uma carta-contrato para que, previamente, tenha ciência do conteúdo, manifesto, pulsional, deliberado ou inconsciente, delirante ou biográfico, etc. e tal, antes da liberação total ao público? Ou será que tu te interessarias tanto pela história a ponto de um dia licenciarmos os direitos para um filme em co-produção Brasil-Argentina?
Muito bem, dessa mistura de estéticas e temas de Almodóvar e Khouri, e desse mix de extratos de diálogos de Allen e Malfada, posso adiantar mais umas coisinhas. Antes de eu ir viver em definitivo em Buenos Aires, fui vê-lá duas vezes. Da primeira vez, levando o teu esperado vestido de prata made in Bahia, tive de seguir “travestido” dentro de um colante dourado e de arrepiar! Da segunda, muito mais drasticamente, mudei de sexo (mediante modalidade, felizmente, de operação reversível). Tudo por conta de tu viveres aí - “maritalmente”, que machista isso! - com un hombre de la esquina rosada….
Antes de eu permanecer feliz para sempre em terras platinas, e do Chico Buarque te lançar ao espaço sideral musical (a forma como nós “duas” chegamos a Chico é… ótima, nem Almodóvar a adivinharia), você veio estar comigo no Brasil duas vezes: a primeira, para suprimir a menstruação e os males da TPM com o auxílio de um internacionalmente conhecido especialista baiano, o professor Elsimar Coutinho; a segunda, para passarmos não mais “juntas” (na ocasião, reverti, enfim, aquela cirurgia) mas “juntos” um Carnaval inteiro no interior da Bahia, na cidade de Rio de Contas, umas das poucas que ainda o realiza no Estado no mesmo período que Salvador, e de modo ainda tão genuíno, não mercadejado, ou seja, nada dessa coisa de carnaval-business ou carnaval-franquia que rola na capital baiana e micaretas de todo o país…. E quem mais botou o bloco na rua e fogo para animar todos os dias da folia, a artista especialmente contratada, que cantava em charmoso sotaque portenho, a seguinte música carro-chefe, um marchinha em ritmo frevado: “Taí… eu fiz tudo pra você gostar de mim…”
Posso prosseguir? Ou retomar - e avançar aos pontos mais picantes, sobre, por exemplo, os tais estalidos sublimes dos orgasmos multipólos (multi + pólos), e outras vicissitudes de nossos amores lésbicos? Ou terei de aguardar nova autorização?
SALEM
Cacildis! - por que você se omitiu de se figurar nesse Time Divino em que você nos escalou? Se você fica de fora, eu não jogo! E o que é isso, camarada-diamante, ora, o que acontece com o mundo: se até você é barrerado pela moderação - incrível isto - da República caetânica!
Não há como você insistir e postar o tópico que mencionou: sobre a origem, a conotação e os contextos dilatados de “cafona”? Por favooooor, por faaaaaaaaavor! Como é que faço isso, Exeeeeequieeeeeeeeeela, me ajude: POoooR FAVOooooooooooooOOOOOR! Talvez eu tenha algo a dizer que possa rimar contigo.
CAETANO
Não concordo com o que você ecoa no vídeo que postei contendo o seu ensaio com Milton da canção A Terceira Margem do Rio. Tá na cara que Bandeira faz boutade com o Rosa ali! Não é a sério! Imagina só: se Diadorim fosse, genitalmente falando, homem mesmo, como se figurou nos fados da vida jaguargunça que levou com o Riobaldo. “Onde residira a graça literária disso, ó Rosa?”
(“Imagina, ainda, se Capitu se deixasse em algum capítulo de Dom Casmurro capitular de vez a ambigüidade, ó Machado!”)
E por falar em Guimarães, e, sobretudo, do Grande Sertão: Veredas, não é, mesmo, Heloisa – Diandorinha de todos nós -, não é para se ter o Livro em casa, mesmo, como uma Bíblia. É para ser recitado, frase a frase, como se fossem versículos. Eu sei um montão delas de memória, a começar pelo trecho inicial. E sempre que eu estou tristriz ou feliztronho, eu abro em qualquer página e salmodio o verbo que eu nela achar. É um livro com uma carga de polissemia que nem faz hesitar mais o jogo entre som e sentido, provoca algo maior: redemoinhos e trovejamentos nas significações. E ainda: Descola placas teutônicas de um país por se fazer, reacomoda outras de um Brasil que se perderá. É magma revolvente que explica parte de nossa ainda frustrada nacionalidade, ao tempo em que produz alguns sismos que fazem reverberar o ponto maior, onde ainda somos e seremos mais do que bons, e antes de tudo uns fortes, ou ainda mais, os mais porretas: a Imaginação!
NANDO
Você vem assim de um jeito manso, dengoso mesmo, elogiando minha expressão “caetanino”, despojando-a de uma ironia basilar, que eleva o sentido para além do bem e do mal… e, créu, “sentido caetanino” - você não aprendeu a lição de Tom Zé, não? Estou de olho em você, seu caboclo geminado, daqui a pouco você já terá entregue a sua alma cativa de vez nos braços caetântricos!
JARY
Ainda vasculho nos e-mails que recebi da tradutora Zoia Prestes para achar textualmente a informação que oferecerei a ti, a pretexto da passagem com Maiakóvski no samba-exaltação de Gil and Mautner.
-Estou aqui como um peixe ensaboado, pulando com vontade da falar sobre muitas e mais e mais coisas. Tenho várias interações por fazer, novas pérolas surgindo de gente que ainda não conheço para a escrita da Dialética do Escurecimento. Quem citou Berlin Aleksanderplatz e Fassbinder, que me aguarde, não sabe o que revolveu em mim com essa citação.
Vai ficar pra próxima comentação.
Marcelo, andei escondida no armário da minha filha enfrentando alguns monstrinhos, mas ganhei a briga e já voltei, só um pouco arranhada.
Miriam, que delícia você contando sua volta da viagem! Também não me esqueço nunca daquela travessia para Nápoles - as luzinhas de Palermo se afastando, e eu sozinha no alto do navio, sentindo o vento e aquele clima de Fellini…Esses raros momentos são filmes preciosos que a vida da gente produz, e só por eles já vale viver. Bacio!
Patricia: Tenho filmes, músicas, vozes e palavras para alegrar meus dias tristes. Você acabou de contribuir com uma frase preciosa para esses meus guardados: ‘Que bonito, Heloísa, meus olhos fecharam em silêncio para receber essa massagem com palavras: doin. Suas mãos.’ Obrigada!
Fábia: O trecho de Guimarães Rosa que citei é de Campo Geral, que conta a história do menino Miguilim. É uma massagem feita de delicadeza, beleza e doçura, e uma boa forma para se iniciar no mundo de Rosa. Já Grandes Sertões é uma travessia - muitos nem tentam, outros desistem, mas quem se aventura dificilmente não refaz o percurso. É o meu livro número um.
Rosana: Obrigada pelas palavras sempre doces. Beijim.
Amarcord, A liberdade é azul, Pulp Fiction, Abril despedaçado, Tiros na Broadway, Tropa de elite, Morangos Silvestres, Janela Indiscreta, O Leopardo, Quanto mais quente melhor, Vida de Brian, O quarto do filho, It’s a wonderful life, A dupla vida de Veronique, Olivier, Olivier, Shane, Um lugar ao sol, Cidadão Kane, A malvada, M-O vampiro de Dusseldorf, Sissi, Noviça Rebelde, Assim caminha a humanidade, Peter Pan…e mais algumas centenas. Minha lanterna mágica é democrática, e abriga filmes de qualquer estilo e qualidade, desde que me toquem de alguma maneira.
CARO HERMANO
A PEDIDO DO MEU QUERIDO JOALDO REEDITEI O COMENT QUE FIZ A RESPEITO DA EXPRESSÃO “CAFONA” OMITINDO AS FRASES QUE POR VENTURA TENHAM SIDO INTERPRETADAS COMO ALGO MOBILIZADOR DE UMA POLÊMICA “INTERMINÁVEL”. VAMOS TENTANDO
CAFONA SEGUNDO MICHAELIS
CAFONA SEGUNDO HOUAISS
Vê-se nas duas definições a palavra CAFONA ligada à idéia de GOSTO (um tanto discutível), mesmo que o dito popular insista em dizer que ele “não se discute”.
Mas o que chama a atenção são algumas expressões usadas nas definições dos dois livros que reivindicam a paternidade dos burros:
“apego ao que é convencional”. Ora, algo se torna convencional com o tempo necessário para que se transforme em senso comum (convenção). Nesse sentido, por exemplo, defender Alegria Alegria em oposição ao presente (tempo=envelhecimento) é uma atitude convencional. Portanto, segundo Michaelis, cafona.
O aspecto aspecto “exageradamente ostensivo, espalhafatoso” que o termo carrega e é ressaltado no Houaiss remete ao Tropicalismo, que num certo sentido, repensava o “convencional” e o rebatia para o mundo de forma ostensiva e exagerada. Transgressora (desconvencional).
Aí sim, Tropicália e cafonice fizeram uma deliciosa amizade, diferente de amiguismo, dando origem eufemismo “cafonália”.
A Tropicália desrecalcou as Relíquias do Brasil convencional, sinucado entre suas raízes e seu desejo de revolução. Provocou o repouso do Brasil convencional trazendo-o para dentro de si e não renegando-o. Experiência que explodiu as sua tensões no discurso histórico de É Proibido Proibir.
Portanto, para entender Caetano cantando Fernando Mendes hoje é preciso compreender esse conceito que permanece na tensão de suas opções estéticas quando escolhe uma canção pra cantar (gosto).
Aliás, não é preciso compreender tudo isso não, para escutá-lo. Essa é apenas uma reflexão sobre quem vê uma oposição (envelhecimento + cafonice) na obra de Caetano, sobretudo pós-Fina Estampa, onde o terno e gravata (convencionais) das canções o colocaram como um intérprete pleno. Sozinho e Você Não Me Ensionou a Te esquecer foram duramente criticadas pelos new-xenófabos que insistem em transformar os conceitos da Tropicália em algo enciclopédico.
“Sem refinamento”! Essa é a mais subjetiva de todas as definições para a palavra “Cafona”! Pra alguns, comprar na Daslu, frequentar cursos de filosofia e escutar Pavarotti pode ser “refinado”. Pra outros, cafona!
Mas “cafajeste” é a minha palavra preferida . Ela é feiamente bonita. Permanece “cafona” no melhor sentido, atravessando os tempos. É suja. O sufixo “cafa” que remete a “cafona”, seguido do som de J, permanece com um sabor de gesto perverso e sexual.
Terminando, sou PHD em cafonice. Já me auto-declarei tosco, mal letrado, auto-didata preguiçoso e intrometido.
Mas se o assunto é vulgaridade, senso comum, música ruim boa, sidra, perfume Rastro, cheiro do ralo, cama redonda e cafonice; fico excitado.
Zezé di Camargo cantando o Hino Nacional (convencional) antes de Brasil e Portugal, acompanhado de um belo acordeon e com a emoção de Pelé é um exemplo de algo que me leva às lágrimas.
Discuti com Mário Bortolotto (diretor e ator aqui de SP) que em seu blog insinuou que eu fazia apologia do mau gosto.
Isso porque, Carlos Callado (um dos poucos bons críticos do patropi) foi ao show do Vexame e fico extasiado. Elogiou o espetáculo na Folha e colocou em destaque uma frase minha propositalmente cafona:
“Cantamos as músicas que falam ao coração”
Respondi assim a uma pergunta recorrente: qual é o critério pra escolha do repertório?
Callado sabia das coisas, mas queria escutar. O bom crítico sabe quando é hora de ficar “calado” e deixar o artista se entregar.
Me entreguei e fui sincero. Isso porque adoro essa história de “FALAR” ao coração. Cafona, né?
Bortolotto disse que me conhecia e que eu estava blefando só pra fazer bilheteria. Que estava na moda “fingir” que gosta de canções bregas de “baixa cultura”. Mal sabia que os ingressos já estavam esgotados e que cantávamos essas músicas muito antes do ressurgimento merecido de Odair José, Reginaldo Rossi e Fernando Mendes.
Sou um sujeito pacato, família mesmo. Mas se tem uma coisa que ainda acho provinciana e me deixa louco é esse papo de “mau gosto”, “cafonice”, “provincianismo” X alta cultura.
Isso me transforma num cafajeste.
Não há nada que não me faça sempre lembrar de Chega de Saudade! Versos simples e sofisticados. E um título que é o maior slogan da cultura brasileira.
FOI ISSO, JOALDO.
Você disse que sente um sofrimento da minha parte. Foi sensível da sua parte. Mas não chamaria de sofrimento. Chamaria de inquietação. Ela é meu combustível. Há algo de sofrimento na inquietação ela não escoa.
Não sofro com a não publicação de coments, por isso fiz o mea culpa. Mas em relação a esse coment específico fiquei meio chateado porque gastei um tempo pensando no assunto.
Mas Hermano foi decididamente correto e coerente (se o interpretei com precisão). No meu texto havia uma insinuação direta (aliás com uma boa piada) que poderia ofender alguém.
Perco a piada, mas não perco o coment.
Assim espero.
Abraço
Salem
Roberto Joaldo: que lindo isso aí! Nem sei como responder Mas meu nome, claro, não é “Gravataí Merengue”, isso é um apelido inventado na Faculdade para assinar textos de humor, e acabou virando pseudônimo para blogs etc. Meu nome é Fernando, mesmo
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A ponto de bons cineastas, como David Mamet, encabeçarem projetos (não apenas os produzindo, mas dirigindo e escrevendo episódios). No caso de Mamet, trata-se de “The Unit”. Mas outros também o fazem, como Bryan Singer (”House”, cujo protagonista, Hugh Laurie, é inglês e, há tempos, fazia seriados como “Fry and Laurie”, com Stephen Fry e “Black Adder”, com Rowan Atkinson).
Muita coisa é besta, e essas coisas bestas são também interessantíssimas, mas posso prosseguir com as coisas “não bestas”.
“The West Wing” é um exemplo de seriado interessantíssimo. Seu criador e escritor é Aaron Sorkin, dono talvez do melhor texto dos seriados de lá (é dele, também “Studio60 on Sunset Strip”) e, vejam só!, o “Presidente Santos” é baseado em Barack Obama. Além disso, o sub-chefe de Gabinete, Josh Lyman, é baseado no sub-chefe de Gabinete de Clinton.
No seriado, Josh Lyman consegue eleger Santos e, com isso, torna-se Chefe-de-Gabinete. Não foi o sub-chefe de Clinton que elegeu Obama, mas… OBAMA NOMENOU O SUB-CHEFE DE CLINTON PARA SEU PRÓPRIO GABINETE!
Se alguém duvida disso, vejam por aqui ao menos UMA das coincidências (e a notícia é de ANTES até do resultado das primárias, de fonte bem segura). Link: http://www.guardian.co.uk/world/2008/feb/21/barackobama.uselections2008
Enfim, queria apenas dizer que as séries dos EUA são ainda menosprezadas pelo público mais intelectualizado, mas eu as adoro. São textos ótimos e diálogos divertidíssimos.
Valem a pena!
Acho que é Salem que está com sorte: as tomadas feitas no estúdio cobrem sobretudo as gravações de “Menina da Ria”, canção sobre a quel há tanta curiosidade, mas houve problemas de produção ou técnicos, sobre os quais não tenho notícia clara, que até aqui impediram o material de ser publicado no blog. Salem ia odiar. Eu tinha acabado de fazer a música e foi a única que a ser apresentada aos caras da banda diante da câmera. O arranjo foi sendo feito na hora, cada um no seu microfone, Marcelo lá longe com a bateria, pedro num cubículo e Ricardo em outro, eu na técnica tocando violão e voz guia, ninguém se vendo. Aprontamos o arranjo. No outro dia voltou o Tony Vanzolini e equipe (na verdade ele era a equipe) e filmou a gravação da voz, eu repetindo dezenas de vezes uma frase porque nem estava acostumado com a melodia. Muita tensão para Salem, uma tortura. E agora essa demora de “Incompatibilidade”. Vamos falando de cinema.
“The Last Days”, de Gus Van Sant. “Sansão e Dalila”, de Cecil B. DeMille. “Contatos imediatos do terceiro grau”, de Spielberg. “Uma passagem para a Índia”, de David Lean. “Intriga internacional”, de Hitchcock.
Exequiela, en español tampoco hace sentido el título “Diarios de Motocicleta”. Que quiere decir? Que una motocicleta escribió una serie de diarios? Que un muchacho de Rosario escibía diários sobre una motocicleta? Disculpe, mas “Motorcicle Diaries”, en inglés, sí hace sentido. En nuestras lenguas hibéricas (y creo que igual en italiano) no. Es que cuando uno utiliza la palabra “motorcicle” como si fuera un adjetivo que da color al substantivo “diaries” uno sugiere diarios relacionados a ir de moto, a un viage o una vida sobre dos ruedas - “Diários de motocicleta” no da esa idea, crea una confusión en la cabeza que alguien como tú y yo, que hablamos algo de inglés, sustituye por la experiencia sajona. Y la gente que no sabe acepta el título como una autoridad que se impone sin hacer sentido claro: hay carteles, letras grandes en los periódicos, las palabras sobre la pantalla cuando la película empeza - y la gente es humilde y tímida para preguntar o protestar. De mi parte suena solamente como la repetición del título de “Basketball Diaries”. Si tuviéramos “Diarios de basketball” sería raro, pero todavía un poco menos raro que “Diarios de mototcicleta”.
Heloísa, wellcome back. We love you. Desculpe não ter tido tempo de explicar por que acho “Abril despedaçado” (título feio também, já que no Brasil pronunciamos o ele final como se fosse um u, mas deixa isso pra lá). Em suma: Rodrigo Santoro foi uma escalação menos feliz ainda do que Gael no Che. Adoro Rodrigo, sobretudo em “Bicho de sete cabeças”, mas aquele sertão não é pra ele. As cenas “líricas” da moça do circo, no balanço, no trapézio, si lá. Idolatro Walter Carvalho mas as cenas do interior da família rica à mesa têm uma iluminação estranha e algo inverossímil (não que a luz nos filmes tenha de ser sempre verossímil). Não se zangue quando eu disser “é ruim”: a gente diz essas coisas. Se não fica sem poder dizer “é bom”. Você já notou que reajo sempre que detecto algo dessa tendência de retirar-nos o direito de julgar se algo é bom ou ruim? Eu não sou muito de “ou não”. Mas não há maldade em dizer que um filme é ruim numa conversa. Bem, comparativamente, “Central do Brasil” é muito melhor do que “Abril depedaçado”. E “Abril despedaçado” é muito melhor do que “A grande arte”. Amo Fellini mais do que quase tudo, mas “Giulietta degli spiriti” não é bom. Dependendo do ritmo da conversa eu pdoeria mesmo dizer: é ruim.
Nando: Achei legal a forma como voce colocou a tua relação com o cinema de forma geral e teu gosto pela musica, acompanhei os debates sobre Rock e vi mesmo que esta é a sua praia, tanto que mesmo tendo um pouco de conhecimento sobre o assunto me mantive apenas como observadora saboreando o que foi colocado que me pareceu muito interessante, e eu não é que sei falar sobre musica com conhecimento principalmente de termos mais técnicos, isso quem faz bem na família é meu irmão mais velho que também é musico e tem um bom discurso a respeito, tambem minha irmã mais nova debate muito bem sobre o tema, eu sou boa ouvinte. Mas poderíamos levando o cinema como tema se poderia falar sobre as musicas nos filmes, por exemplo: Jean Michel Jarre, Vangelis e Tubular Bells, que fizeram ótimas composições musicais, Alan Parsons como colaborador na trilha sonora do filme Feitiço de Áquila. Uma curiosidade que não sei se você sabe mas o filme Senhor dos Anéis foi uma fonte inspiradora para algumas musicas de Led Zepplin, como: Misty Mountain Hop (No mundo criado por Tolkien, a Montanha Enevoada separa o Leste do Oeste na chamada Terra-Média) Ramble On (Esse trecho da música pode ter duas interpretações: seria uma referência à estada de Frodo (um dos heróis da história) em Valfenda ou sua passagem por Lothlórien, duas regiões citadas no romance. Mordor é uma terra governada por Sauron, o Senhor do Escuro, uma espécie de força maligna. Gollum é outro personagem do livro e foi um dos guardiães do anel mágico) Battle of Evermore (Toda a letra da música descreve a Batalha dos Campos de Pelennor, que está na terceira parte do livro. No trecho acima, acredita-se que a Rainha da Luz seja Éowyn, uma heroína que enfrenta o Rei Bruxo, o mais poderoso servo de Sauron. O Príncipe da Paz seria o guerreiro Aragorn, que se despede de Éowyn para unir-se aos companheiros.) daí penso tem tudo a ver com você.
Exequiela: muito legal as tuas observações e como para tudo tenho uma estória ai vai uma dentro do tema complexidade feminina: tive um namorado uma vez e como a gente acabava indo muito a motéis então sempre rachávamos o valor meio a meio, um dia estávamos lá e daí ele sentiu que eu não estava muito afim de sexo, daí ele do nada se levantou, tomou banho e se arrumou, depois me olhou, e numa boa disse que não era para me preocupar porque mulher também “brocha”, achei legal da parte dele ter me entendido, na saída ele acrescentou: hoje você paga sozinha porque você é quem brochou…; paguei tranquilamente porque achei ate que ele tinha razão afinal eu deveria ter falado antes que não estava muito legal. Concluindo a mulher somente consegue fingir um orgasmo quando o cara não tem muita sensibilidade, ou então ela pensa que o cara não percebeu porque muitas vezes ele não fala sobre isso, ou ainda porque tem alguns homens que parecem não se importam realmente com isso.
Pat adorei as tuas colocações e quem sabe um dia chegaremos a um grau de evolução humana maior. Agora precisamos ver aonde foi parar o Nelson que não voltou mais.
Caro Hermano tive um texto meu barradinho ai, mas acho que entendi o porque e concordo com você, embora não tenha sido agressiva e, nem acho que foi por isso que o texto não entrou, sei que existem certas horas em que polemizar não leva a nada, nem sei se devo te pedir desculpas, minha idéia não era polemizar mas, te compreendo dado a delicadeza do tema, você é uma pessoa alem de inteligente muito sensata. Beijinhos.
Pseudônimo ou heterônimo Rocha, vou te contar uma coisa tem algumas coisas que chamo de pessoais das quais eu não consigo viver longe uma delas são meus livros mais queridos, tenho muitos que adoro mais tem uma meia dúzia que preciso tê-los sempre junto e o Gene Egoísta é um deles, da mesma forma que sempre porto meus CDs, estes são bem mais que meia dúzia, mas não vivo sem eles, e a minha panela capixaba que me acompanha a mais de 20 anos (risos). Obrigada pela dica do site.
No mais beijos a todos
Sempre que ouço falar em imortais,lembro do genio da MPB,Mestre Cartola.Quando numa roda,um fã mais entusiasmado exclamou : -Cartola voce é Imortal.Ele sem deixar a bola bater no chão,emendou de primeira :”É claro que eu sou Imortal,porque eu não tenho onde cair morto”.
Gravataí,
“Mas, antes de João Gilberto, fazia-se o “jazz brasileiro”, a efetiva Bossa Nova. E, de João em diante, passou-se a fazer algo até então inédito - no Brasil e no mundo.
Uma série de raízes foram unidas e João as processou de forma genial. Criou ali alguma coisa cujo nome nunca foi atribuído e, sei lá se isso agora é importante, mas sua participação histórica nessa revolução não pode jamais ser minorizada”.
Que dureza, cara. Não sei dizer. Questão difícil mesmo, eu acho. Sei é que havia, digamos, uma bossa nova em potência e João a fez ato. Porque a impressão que dá é que os músicos estavam MESMO esperando João chegar com a batida misteriosa e definitiva (gerada em Diamantina/MG, pelo que relatam - onde mais?).
Não sei se o “jazz brasileiro” é o mesmo que a “efetiva bossa nova”. Talvez tivesse sobrevivido enquanto, sei lá, uma espécie de estética temática, sem João; mas não sei se teria sobrevivido enquanto estética musical, talvez fosse algo mais passageiro, mais “a nova onda do verão”. Guardadas enormes proporções, deve ter sido como uma aparição, como Jimi Hendrix para o rock inglês e americano do final dos 60’s. Jeff Beck e Eric Clapton tomaram um porre e disseram: “E agora? O que vamos fazer? Procurar um posto de gasolina para trabalhar? Esse cara acabou com a gente”. Porque Hendrix chegou e amarrou tudo o que os caras queriam - indo muito, muito além. De qualquer modo, porém, ali já havia uma estética pronta, Hendrix a expandiu. João, não; João criou mesmo.
Pô, Gravataí, fiquei com enxaqueca aqui, cara
Ah, o disco do Dylan com a citação sobre o João é o “Bringin’ It All Back Home”, de 1965, não o primeiro.
Legião Urbana era bem folk, né? Zé Ramalho toda a vida foi muito folk, Ednardo também. Sei lá, Mallu é novidade muito pela precocidade e pela personalidade, imagino que tenha um caminho belo pela frente. Aguardemos.
*
Gosto muito de “Antes do Amanhecer” e “Antes do Pôr-do-sol”. Muito mesmo. Espero com um carinho especial pelo fechamento da trilogia.
Fragmentos de Pesquisa/Bossa Nova ou o riso da originalidade da Bossa:
A BOSSA NOVA PASSOU NA PROVA
Mas as sentimentalidades da Bossa Nova diferem das sentimentalidades da Bossa Nova versão canção de protesto. E o Tropicalismo compreendeu que somente quem tivesse vivenciado as misérias e alegrias humanas poderia fazer canções como as de Tom Jobim e cantar como João Gilberto. Ninguém chega àquela batida de violão sem conhecer os esplendores mas também as misérias da alma humana. Para os Tropicalistas, o “cenho cerrado da esquerda festiva parece sério quando é apenas bobo”. O olhar do Tropicalismo para a Bossa Nova entende a violência, rebelião, revolução e também o olhar com profundidade e largueza, sentir com intensidade e coragem, querer com decisão e tudo isso implica enfrentar horrores de nossa condição .
(estou com preguiça de citar as fontes,mas basicamente são: NAVES, Santuza Cambraia. Da Bossa Nova à Tropicália. Revista Brasileira de História N.; CAMPOS, Augusto. O Balanço da Bossa e outras bossas. São Paulo. Perspectiva. 2000.; CONTIER, Arnaldo Daraya. Carlos Lyra e Edu Lobo. Revista Brasileira de História. V. 18. N. 35. ANPHU/humanitas. São Paulo. 1998.de Rui Castro; CASTRO, Ruy. Chega de Saudade. A história e as histórias da Bossa Nova;Para contraponto indica-se LENHARO, Alcir. Os cantores do Rádio, fundamentais para o entendimento dos primórdios do samba e das canções “dor-de-cotovelo”. Além da demonstração dos espaços do samba “branco” e do samba crioulo, ambos fundamentais.
alguém assistiu os filmes do “Zé do Caixão” p.ex. “à meia noite encarnarei no teu cadáver” (não se se é este o título); o Torquato Neto que dizia preferir estes filmes ao de Glauber? É, ou estou enganado”
esqueci de dizer, tem um filme do Almodóvar (acho que é Volver) que o Caetano participa cantando aquela do cucurucucu paloma - é de arrepiar, exatamente como o personagem do filme comenta!
cinema: adorei o mexicano “todo sobre mi madre”. senti ali algo do brasil, ou melhor, traços do que nós latinos temos em comum. e gael, pra mim, é o marlon brando dessa geração…
o que mais gostei de dog ville é que eu e minha mulher (com quem assisti ao filme) criamos um código: efeito dog ville. várias vezes presenciamos cenas da vida onde cenas do filme se repetem. é incrível…
não tenho filme preferido. nem consigo ter um diretor favorito. adoro cinema. de cidadão kane a curtindo a vida adoidado. sem preconceitos.
ato falho: o filme é “e sua mãe também”. o que citei é do almodóvar, cuja cores tb adoro.
Acho bobagem achar que João Gilberto é gênio por causa de invenção de batida nova.Essa coisa de dar valor apenas o sensasorial tribal ritmico é tão chato quanto aqueles estrangeiros que passam a habitar ou visitam a Bahia e ficam achando,caçando e delirando com exotismos.Vejo em Caetano um constrangimento tolo em achar que João possa ter se deixado influenciar por Chet.Qual seria a desqualificação em se deixar levar por identificações e semelhanças mundanas ainda mais tanto qualitativas como a música de Chet?O tropicalismo nunca acreditou em um unico deus.João sintonizou com Chet ate mesmo o tic ter um repertório reduzido e muitas regravações.E mesmo,mesmo que em uníssono ao contrário de Chet,um vínculo supremo com um instrumento.Violão e voz,Voz de trumpete.Mais o mais interessante é a melancolia de ambos.Chet dizia vir de Billie.João não sei.Quanto ao cantar “Acalanto” acho legal qe de certa forma esteja homenageando tambem a filha de Caymmi que ninou toda uma geração de brasileiros ao findar dos dias cançados e de noites exitadas pelos batuques.João é apenas perspicaz sublime.A melancolia é universal.A melancolia amenizadora é dádiva de poucos.
Nobile, o filme “Todo Sobre Mi Madre” é espanhol, de Almodóvar. E você deve ter sentido muito do brasil, porque temos profundas raízes espanholas - e porque o cineasta, genial, lida com temas universais.
Há muito de italiano, ali - e de todos os países. Há muito de humano, ali. De real. E de louco. De tudo.
Por mais surreal que pareça a freira aidética grávida de um travesti. Há ali tudo de espanhol, brasileiro, inglês, sueco etc. É Almodóvar.
Aliás, a essa altura, talvez você nem tenha errado do dizer que o filme seja mexicano. Talvez também o seja.
Oi Caetano
Não iria odiar, não. Iria ficar um tanto tenso, mas gostaria sim de ver o video. Leio as suas observações com enorme bom humor e simpatia. Estou ceto, né?
Disse que gosto de ver e ouvir novidades tuas. Fico meio aflito quando o CD é assunto digitado. Os posts e coments são sobre linhas de baixo ou mesas de som excitam a minha curiosidade além do limite.
É um aspecto estranho da minha admiração por discos e em especial pelos teus.
Não quero que a moçada me veja como um sujeito ziquento. Torço pra que o VT seja recuperado, assim talvez recupere também a minha imagem.
Você é mestre!
abraço
Salem
Pô, Gil
Pitanguy, Sarney, Paulo Coelho e Roberto Marinho não podem ser comparados ao João Gilberto. Ninguém aqui falou de velhice! Eu, especialmete, condenei um coment que dizia que Caetano envelheceu.
O papo é outro. A Academia não tem critérios confiáveis. Dos nomes que você citou, os grandes são todos antigos (não velhos). Isso porque os critérios já foram bons.
Não usaria o termo “babando”, um tanto feio e escatológico pra se referir a artistas.
João Gilberto tem 77, um número maravilhoso, cabalístico! O 100 anos de Roberto Marinho mais os 80 de Sarney mais os 60 e poucos de Paulo Coelho, não valem dois compassos de João.
abraço
Salem
Bossa Nova não é jazz. É samba. E João Gilberto tem muito mais de Orlando Silva do que de Chet Backer com alguns querem.
Claro que Dick Farney, Lucio Alves e Jonhy Alf apresentaram uma sonoridade cool, um tanto baseada no jazz, que também influeiciou a Bossa Nova. Claro, que por uma questão de mercado, os primeiros discos de Jobim e João ganharam as prateleiras de jazz por todo planeta.
Mas aqui, nós temos que entender melhor as coisas. A Bossa Nova é uma sofisticada trama engendrada pelo canto e o violão de João, que influenciou a forma de compor de Tom e Lyra.
A confusão que se faz é tal, que FOLHA lançou uma coleção em homenagem a Bossa Nova com Simonal, Joyce e até Maysa. Gosto de todos. Mas essa leitura que faz da Bossa Nova um ritmo ou um movimento é equivocada.
Temos que escutar Canções do Amor Demais com Eliseth Cardoso. E com fone de ouvido! Pra identificar o violão de João lá no fundo como um feto pronto pra nescer. Ali sim a Bossa Nova começava a ser fecundada.
O resto até pode ser “Influência do Jazz” com disse ironicamente Lyra. Mas no fundo, “Só Danço Samba” como disse categoricamente Tom.
abraços
Salem
também adoro “cidadão kane” e “curtindo a vida adoidado”.
vianna vana caravana, eu não tenho constragimento com a influência do cool jazz em geral e de chet baker em particular sobre joão gilberto. isso é notório e ninguém deixou de considerar. brinquei foi com a afirmação de que joão queria apenas imitar chet baker. foi por causa de muitas revelações sobre criadores do rock brasileiro copiarem modelos (canções, idéias, letras) anglo-americanos. uma das inspirações de joão foi o cool. mas ele nunca fez jazz. ele recriou o samba e lançou uma luz sobre o passado e o futuro da música popular no brasil de tal forma que isso fez dele uma figura central na sua história. tudo o que veio depois se relaciona com ele. tudo o que veio antes foi modificado pela sua chegada. só artistas imensos assim influenciam tanto seus sucessores quanto seus antecessores. o que ele tirou das sugestões estilísticas de chet (ou de bill evans ou de miles davis) é algo ínfimo comparado à grandeza do que ele criou. não há nada no genial johnny alf (que fazia um certo jazz) que chegue a isso. a bem dizer, não há nada em nenhum outro. e tudo se centrou na batida sim. no ritmo. em como ele estilizou o tocar samba no violão para ditribuir as seqüências de acordes modernos no tempo e fazê-las relacionarem com a melodia e a letra. o resultado é que o mundo inteiro notou. vários músicos e críticos americanos que não davam valor a chet baker bateram cabeça para joão. miles davis gravar “aos pés da cruz”, o velho samba que joão transformou em peça moderna, é um sinal forte do que estou dizendo.
Alguém citou “Lavoura Arcaica”?
Acabei de ler os 200 e poucos comentários, fiquei sem internet durante todo o final de semana, quase entrei em crise.
bjs.
puxa vida, entrou uma claudinha no barco, eu já estava quase pedindo pras moças se referirem também ao assunto, Caetano Veloso na Academia Brasileira de Letras, gostaria imenso de ouvi-las sobre isso, de despertar esse desejo de um acontecimento desde aqui. É evidente que antes de mais nada, sobre todas as coisas, o próprio, Caetano, tem que querer…mas eu acho isso um detalhe …(ehehe, parece o outro: o gol? isso é um detalhe)…mas eu acho que isso nem se refere diretamente a Caetano por enquanto, se houvesse um clamor, um desejo que se espalhasse aí então seria natural que Caetano se referisse ao assunto. Por enquanto a questão está assim, …eu acho que exagerei generalizando a opinião do blog, na verdade Caludinha acaba de chegar e apoiar, o pessoal parece que ainda não se tocou pelo tema…vamos tentar mais um pouco Salem, Castello, Bruno. Salem parece sugerir João pra Academia, se ela fosse a Academia que ele gostaria que ela fosse. Caetano revela, o lance do João começa no ritmo, é bacana lembrar do uruguaio que disse no Jô que aprendeu português ouvindo João. Soube que Tom seria o nome da música na Academia, mas ele passou mais rápido do que devia. Pra mim Caetano é das Letras, da letra, de letra…. A gente que acompanha aqui percebe o Caetano das Letras, poesia. E o Caetano político, que se movimenta no ambiente político. Prefiro a Academia ao Ministério, mas gostei de ouvir a raça gritando “ministro, ministro” para o nosso Gil. Imagino a galera gritando: “academia, academia!!!”não vamos ficar com explicações, vamos ouvir as moças também. Querer desmerecer e derrubar a Academia? Conversa…a Academia é um organismo, é a que temos, vamos melhorá-la colocando Caetano Veloso lá e de quebra Chico também. Vamos iluminar a Casa de Machado de Assis com música. A vanguarda da língua portuguesa no mundo tem sido a música brasileira circulando pelo mundo, e Caetano sabe disso e tem sido embaixador. Nossos critérios, sim, nós podemos. Caetano Veloso na Academia Brasileira de Letras, vamos lá pessoal.
………………………
vianna vana caravana & guido spolti dão show nos últimos comentários. sintetizaram a coisa toda, pra mim, que beleza… quem não leu o comentário de guido, por ser longo, quando tiver tempo, faça-o.
………………………
a coisa aqui já tá esquentando de novo. que beleza, que maravilha…e vamoquevamo!
Nando (comentário 245),
Também gostei dos “Antes”. E gostei de Escola de Rock (perfeita atuação de Jack Black). Os três filmes do Richard Linklater.
Não é legal isso?
Mais filmes:
O Professor Aloprado (original), Terror de Mulheres e O Otário (Jerry Lewis)
All that Jazz e O mundo de Andy.
Abraços!
Função comment 225:Caetano Veloso
“Já falei antes(nas músicas dos discos).Quem quiser que procure”.Quiz e procurei.Aqui mesmo no blog.Ao qual cheguei com a Obra em 70%.Agora está em 80.E me vi envolvido pelos debates que aqui corriam.E que ainda correm.Mas agora, em uma maior aproximação com a Obra, procurei.E achei.O já dito.Continuando:“Mas naturalmente quero falar mais(idem,idem).E contar, e ouvir e discutir”.O ainda não dito.E em progresso.Legal!!!
Já havia comentado aqui”é no xaréu que brilha a prata à luz do céu”.Uma foto da pesca do xaréu na Bahia,feita por Pierre Verger,me deu a chave para essa passagem.Uma bela passagem..
Agora:”por que és o avesso do avesso do avesso do avesso”, continuo tentando.Avesso do avesso,direito…hummm.Não consigo “construir” e depreender a sequência inclusive em sua referência…
Imagem por imagem.Supremo Tarado e A Cor Amarela(aqui do Blog: Caetano comenta A Cor Amarela, nova canção da Obra em Progresso .Como surgiu a idéia da música: a menina preta de biquíni amarelo na praia do Leblon e as diferenças entre as ondas baianas e as ondas cariocas) eu penso que vão na mesma linha .Ou na mesma praia.
Tá feito o dever de casa.
Função comment 224: Luiz Castello
“Valeu Hermano! e parabéns pelo Obra em Progresso que é um sucesso total.”
Parabéns mesmo.E, convenhamos, o nosso moderador até que tem sido bem…moderado em suas mediações.
Por fim, em função palavra-chave “mulato” post-anterior, deixo aqui para quem tiver interesse e quizer procurar uma referência ao Caderno Especial da Folha de São Paulo de ontem:Folha de São Paulo-Caderno Especial(Domingo, 23/11/08).O Racismo Confrontado. Bem interessante.Nêsse caderno inclusive, temos a informação de que 2.982 entrevistados pelo DataFolha atribuiram cor a 11 personalidades nacionais.Entre elas, e para esses entrevistados, Caetano Veloso é : 26% branco, 40% pardo e 14% preto.Plural essa percepção.Plural esse nosso Brasil
Uma boa semana para todos.Com tempo para navegar.O meu,nesta semana , está pintando ser curto.
Bruno Guimarães: thanks!
Caetano gostar de “Curtindo a vida adoidado”: fiquei com os dentes no varal. Clássico absoluto. Ferris Bueller = gênio.
Miriam: que ótimas histórias sobre o Led! Eu sabia de algumas, do lance com o Senhor dos Anéis e talz, muitíssimo grato, adorei!
*
Expresso da Meia-Noite; Birdy (Asas da Liberdade); Fame; Mississipi em Chamas; The Wall - todos do Alan Parker.
Edward Mãos de Tesoura; Um Peixe Chamado Wanda; Caindo na Real (com Winona Ryder e Ethan Hawke, retrado fiel de uma geração sem rumo); O Livro de Cabeceira (Greenaway sensacional).
*
Não sei se vocês estão sendo justos com um cara da dimensão do Chet Baker. Ele era e é bem mais do que isso aí. Sem prejuízo da grandeza do João Gilberto: ele tinha sua própria grandeza e não era pouca. Um cara que com vinte e poucos anos fez uma audição com o Charlie Parker, que o escutou e diante de todos as outras dezenas de trompetistas que aguardavam a vez, disse: “Teste encerrado. É esse aqui”. Não, ele não “era apenas cool”, era bem mais do que isso.
Joaldo: qual foi mesmo a lição do Tom Zé?
O Desprezo de Jean Luc-Godard.
Enquanto “incompatibilidade de Gênios” não chega, que tal uma verdadeira “compatibilidade de gênios”, Caetano cantando,maravilhosamente ao violão, As Curvas da Estrada de Santos, canção que lhe despertou saudades no exílio. Saudades que já não sinto mais da falta dos comentários de Heloisa, prá ela:
http://br.youtube.com/watch?v=Hl7UvDiB6N8
E mais alguns filmes que amo: Mon Oncle ( Jacques Tati imperdível ), A Noite Americana ( Truffaut magnífico ), Amadeus ( cadê o Tom Hulce? ), Razão e Sensibilidade ( por causa de Paulo Francis) e mais alguns outros que ainda vou lembrar.
João Gilberto não inovou apenas na maneira de cantar e de tocar violão. Suas letras são pura bossa nova: HÔ-BA-LA-LÁ, BIM-BOM e a genial MINHA SAUDADE, que foi musicada por João Donato, outro gênio sem o qual não haveria bossa nova.
SALÉM, concordo com absolutamente tudo que você disse sobre a votação. Junto meus aplausos aos do Glauber Guimarães.
EXEQUIELA e ROBERTO JOAUUUUUDO, um delicioso abraço triplo!!!
Nobile: não tinha visto sua correção!
Vianna: João é um gênio tão genial que criou não apenas uma batida. Criou toda uma série de detratores que deram origem a muitos outros e outros até desembocar no seu comment. Você é fruto de João
João Gilberto não inovou apenas na maneira de cantar e de tocar violão. Suas letras são pura bossa nova: HÔ-BA-LA-LÁ, BIM-BOM e a genial MINHA SAUDADE, que foi musicada por João Donato, outro gênio sem o qual não haveria bossa nova.
SALÉM, concordo com absolutamente tudo que você disse sobre a votação. Junto meus aplausos aos do Glauber Guimarães.
EXEQUIELA e ROBERTO JOAUUUUUDO, um delicioso abraço triplo!!!
Glauber Guimarães : Quando eu li a sua mensagem (no. 133), eu dei uma gargalhada. I can’t grow a mustache either.
Eu gosto de “Flaming lips.” Mas o meu predileto “rocker” de Oklahoma é Leon Russell. “Roll Away the Stone,” “Make You Feel Good,” “Bluebird,” “Mad Dogs and Englishmen,” me lembram da minha juventude naquele lugar.
Marilia: Muito obrigada por suas palvras encorajadoras (no. 150). Eu vou buscar OpenOffice.
Há muitos anos o meu professor de espanhol me disse que meu nome alude aos estrangeiros do norte da Europa – as pessoas com barbas. (Como se diz “Huns” no portugues?) Então o sentido literal do meu nome seria “a mulher barbuda.” Eu prefiro a explicacão que você ofreceu!
Tem outra Barbara neste blog (Bárbara com acento). Espero que ela não esteja insultada.
Los leños “maestros”(mestres) que me formaron, han sido, el tiempo y la experiencia, capaces de enseñarme lo útil de la paciencia.
Digo de un modo “sagrado” que lo más “sagrado” en “mi” es la “imanencia” del antropólogo “Caetano querido MIO”, MIO Y MIO, porque habita mi hueco músculo, macerando con raudal de “LUZ” de una “rara” incandescencia el “Escurecimento da minha Dialética” de mis “almavinosos” glóbulos de roble. Si,…y “siempre” más yo quiero…
alotroladode(l)río:
é, eu não lembrava o nome do filme e Almodóvar se parece muito com os lances, cores, temáticas, é fácil reconhecê-lo e confundí-lo; obrigado.
Ô Glauber. ‘Cê disse:
“gosto de saber os meandros do processo criativo e detalhes de gravação. não me deixa ansioso, ou tenso.”
Cacilds… É piada, né? Me senti citado pelo avesso.
Acho que o Caetano entende o que eu descrevo com tensão de forma bem humorada. Não imagino que você pense que eu fico suando frio, passando mal ao ver cenas dos bastidores de um disco ou descrições de como ele foi gravado. Isso é um tanto caricatural.
O que modestamente antevi é que o blog Obra em Progresso, ao contrário de seu intuito inicial (meio um diário de bordo do projeto) demonstrou uma outra vocação.
Isso porque um disco é um disco. E seu processo é cheio de mistérios que não se projetam na web.
Do contrário todos estariam protestando por não saber o que está acontecendo no estúdio, né.
O fato é que o blog empolgou por conta de múltiplos temas. Cinema, linguística e outras bossas.
Mas reitero: música e imagens me apetecem. Se forem postadas, vou adorar.
Agora esse papo de sentimentos que “impeliram a fazer uma canção” quando a canção mal chegou ao mundo, acho esquisito.
beijo na testa
salem
Miriam Sou irma do Nelson e temos uma mae que se chama Miriam . Somente por esta razao a gente ja te gosta muito e muito mais pelo que vc escreve. Vc Helo, Gravatai , Gil,Patricias , Salem Ezequiela -um povo muito legal eu diria. O hermano e as modulacoes, criticas e cortes e que eu nao entendi muito bem- justo ele q me parece tao evoluido.
Nelson voltara mas sou nova por aqui e tal acho q ele estranha o quanto o blog cresceu e ficou um mega mega blog.
Caetano Falando em cool jazz e ser copiado veja o davendra cantando oasis, o que ‘e pra mim a maior copia/homenagem a vc.
Ja Joao jamais copiou, acho que nem ao menos bebeu no cool pois o fraseado dele e mesmo muito unico com um particularidade , singularidade q nunca vi. Joao e matriz… Total… Uma vez estava em Angola, outra nos Emirados, outra na Tailandia e outra no Canada em locais q tocava Joao e todos os ouvintes ficavam movidos/comovidos e a batida transcende o idioma. Estate de Joao e abissal.
Concordo com vc sobre Joao, osamba e Alf e o jazz e absolutamente amo tua citacao sobre - amor discreto para uma so pessoa e que me apraz a ilusao a toa. Acho o Alf uma evolucao do american jazz mas Joao nao.
jeeezziiss, gil, o calcanhar de aquiles de sua argumentação é a insistência. perdoe minha franqueza, mas não suporto campanhas [mesmo quando nescessárias, o que não é o caso]. palavras de ordem, então, me dão arrepios. respeito sua opinião.
vou ouvir cat power e aguardar os próximos comentários. inté!
do seu texto…descaretização daquele ambiente jurássico…
foi daí Salem que eu tirei os velhinhos,a menos que vc tenha outro sentido que eu não percebi ( a arquitetura do prédio? o design dos móveis? a qualidade do tal chá?). Chamar os caras de caretas? Chega de cafonices Salem…ambiente jurássico? olha, é bom estar no meio dos novinhos, mas como é bom estar com os mais velhinhos…dá uma esperança que as coisas vão fazer sentido e se apaziguar. A babação é um termo fuleiro, cafona, entrei com um exemplo de potência “jurássica” pra desmanchar aquele suposto argumento de que na Academia poderia haver um “ambiente jurássico” decorrente da idade dos membros. Ninguém é obrigado a gostar do Paulo Coelho e da sua eleição para a Academia Brasileira nem muito menos para a Academia Francesa ( eles também podem estar enganados); ninguém precisa achar o máximo um cientista, isso mesmo, de estatura internacional como Pintanguy ( ou vc acha que ele é o responsável pelos botox das meninas? não seja cafona Salem); e ninguém precisa entender que uma Ordem Política, de Poder na Sociedade é composta pela reunião de ilustres que às vezes não correspondem a nossos critérios; mas por conta de 4 nomes querer manchar outros 40 é injusto. Reavalie Salem, voce pode. Mas não vamos querer ser moderninhos pra chuchu, ou é xuxu? E eu acho voce do cacete hein, que fique registrado, estamos no bom combate em relação a uma questão relevante, a sugestão de Caetano Veloso para a Academia Brasileira de Letras…ou não…
Por favor ese video de Menina!! Nunca lo vamos a poder ver?
Cara Miriam: me gustó esa historia que contaste! La comunicación, la comunicación!.
Gi: um beijote!!!!!! Siempre coincidimos, adoro BIM-BOM.
Te cuento un secreto? Es mi sonho ir al carnaval de Bahia y deshidratarme con ese calor brasilero hasta quedar inconsciente…para después ser hidratada y revivida por […]. Me asombra tu percepción! Adivinaste que mi amado porteño sólo me perdonaría una infidelidad si es cometida con otra mujer. MMH pero ocurre que a él le fascina estar presente en esas infidelidades, meterse en el medio y […]. De todas maneras, tengo su autorización escrita y firmada para tener un desliz (siempre con una mujer claro!).
Lo que no puedo imaginarme es cómo cambiaba ao LeAozinho por Chico. Ah, ya sé: Será porque o Chico amaría ao Juanito Laguna tanto como yo?
Te acordás de esa capa de la Rolling Stone de o LeAozinho (com cílios postiços)? Cuando ví que o LeAo podría transvertirse sin ningún pudor pensé que podía ser un buen candidato para […]. (Estás seguro que en tu sonho o L no tiene otro papel y lo estás ocultando para ejercer una influencia en mí y que por fin no le pida más besos?)
Prosiga Joauuudo, prosiga. Siento curiosidad por saber cómo sigue ese sueño. Confío en que no se cumplirá el dicho: “la curiosidad mató al gato”.
[…] = auto-censura
Querido Gil,
Abraços.
Lucesar, obrigada pelas palavras doces e pela música, que ouvi de olhos fechados e me deixei levar pela voz de Caetano por todas as curvas daquela estrada…Indescritível.
Você falou em Tati - também gosto muito. Você viu ‘As férias do Senhor Hulot’? Rolei de rir.
PAT, você é irmã do Nelson? Mesmo? Nelson era meu maior companheiro aqui - a gente se comunicava todos os dias, sem falta! Diga a ele que estou toda doída de saudades. Como vou viver sem as musiquinhas diárias que ele me dedicava? Beijão para ele e para você.
‘And my soul from out that shadow that lies floating on the floor shall be lifted - nevermore!’
Prezadíssimo Caetano Veloso, prezados frequentadores do blog;
No recente sábado à noite, aproveitei minha prazeiroza vida de recém-descasado e saí solitário pela noite paulistana. Fui ao “Reserva Cultural” (gosto de me sentar por lá, ver toda aquela gente transitando, as cores, a taça de vinho e a conversa com os garçons) e, por fim, assisti “Vickie Cristine Barcelona”, do Woody Allen.
Gosto muito de Barcelona, o que me ajuda a gostar do filme. Javier Bardem é o homem que eu gostaria de ser (ou aparentar…). Penelope Cruz é maravilhosa. As atrizes que encarnam Vickie e Cristina são ótimas. Achei curioso ver que Woody, neste filme, dilui-se nas diversas personagens. Normalmente Woody aparece através dele mesmo ou através de um personagem específico. Neste filme, não. Ele perpassa os vários personagens. Adorei. Se você for, Caetano, gostaria de saber o que você achou.
Abraços a todos
Calma Gil
Reexplico pacientemente: “descaracterização do ambiente jurássico” (expressão que usei) é diferente de “velhinhos babando” (expressão que você usou). Jurássico diz respeito à idade das idéias e não das pessoas.
Tanto que disse que achava que se Mautner (mais velho de idade que Caetano) vestisse o fardão, assim como Gil assumiu um cargo público, teria um tom revolucionário.
Por favor, não superficialize meu comentário. Aqui lembro de Marilia Castello Branco que falou da leitura apressada na web, nos dando uma aula de ética virtual.
Respeito sua empreitada, mas não concordo e procurei usar argumentos consistentes.
Escrevi isso em nome do respeito às aspas. Quando pego um trecho do que alguém diz procuro pegar a frase toda e não descontextualiza-la. Prática que acho bacana por aqui.
A idade das pessoas não a fazem mais”velhas” ou “novas” no mundo das idéias. Você é que comparou os 77 anos de João Gilberto com ironia.
Ressaltei que a ABL hoje tem critérios diferentes e que os fardões estão sendo dados a pessoas de pouca expressão artística. E que não considerva Caetano um escritor de ofício, o que poderia coloca-lo injustamente ao lado desse time.
Pra falar a verdade, o tema não me excita tanto. Só respondi porque considerei o sample das minhas expressões equivocado.
Não quero ser “moderninho pra chuchu” (é com ch mesmo). E não preciso reavaliar nada. Há grandes escritores no Brasil como Daniel Galera, Ruben Fonseca, Cristóvão Tezza e outros que não são da Academia e não fazem lobby pra isso.
Não li nenhum livro do Pitanguy e não acho o tema relevante como você disse, mas respeito a sua opinião (ou desejo).
abração
salem
Sim Caetano,tudo que sua resposta traz injeta um profundo conhecimento e clareza em minhas idéias que além de concordar plenamente me induz a impulsos que querem ir além das definitivos conclusões que se possa ter da absoluta e infinita arte de João.Percebo e sinto uma ligação de alma entre artistas talvez mais interessantes e importantes para mim que mecanismos,atributos musicais ou técnicas semelhantes entre eles.A primeira noção do poder de João foi num arrebate na audição de “Samba da minha terra”.Nunca tinha experimentado a sensação da possibilidade de meu idioma pátrio conseguir aquilo numa música.Nem quando vi e enxerguei o oceano tornei-me tão côncio e orgulhoso da riqueza e potencial de meu país como naquele momento.Voltaria a experimentar novamente este estado ao ouvir a primeira gravação de “Beijo Partido”.Para mim a melhor e maior homenagem que o mestre recebeu até hoje.Como um pai que se orgulha de um filho que o surpreende com a surpresa da assimilação criativa, no entendimento e um novo estimulo naquilo tudo que é fruto e sua criação.Assimilação no cunho da alma explodindo em gênese suprema é o que João tem de superior e melhor.Quanto ao Chet e o Cool-jazz suas mínimas congruências com a bossa são máximas quando num dado instante do tempo podem se confluir semelhanças gigantes em ditâncias geográficas mais similares.Sempre me pareceu que tivesse sido assim entre a Califórnia e o Rio naqueles tempos da bossa.Ambiente,climas,desejos e espiritos sintonizados.A artistas que se se especializam em climas.Nessa corrente é que vejo identificações entre João e Chat.Jamais pelo canto suave.Canto suave não tem dono.Não é de Chat apenas porque Chat chegou primeiro.Lembro que numa passagem de ‘Verdade Tropical’ voce disse sambar ao som de ‘Caminhos cruzados’(Amoroso).Sambo também muito ao som de ‘Fingidor’(Nana,77) para mim o último desdobramento da bossa a se considerar como avanço.Talvez Dori em momento absurdamente magnâmico,sigelo e espontâneo também não saiba da dimensão de seu feito de descontrução e construção contínua em movimemto do lindo pop-samba-bossa de Sueli Costa.Não se repetiu.Para mim a coisa parou ali.E sofro!Mas voce disse a palavra correta:intimidade.Esse mínimo colosso que só na alma vislumbramos projeções das proporções estratosféricas das semelhanças.Naturalmente também,como João,quero atenção menor ao mínimo que é a batida.Ela deve estar em sibiose íntima com o coração.
Caetano
Cê e Uns já sabem: a Transa é o Cinema Transcedental, em Outras Palavras,Qualquer Coisa Muito Jóia Bicho!
Gosto de todo Kubrick.Estranhei ele ter sido pouco lembrado aqui na navilouca.
Abs
João Gilberto é um gênio transformador/criador da música. É mais do que óbvio que ele usou um sem número de influências para compor, a partir delas, um produto originalíssimo.
E esse produto, sua criação, deu vez a uma nova música, uma coisa evidente e irrecorrivelmente nova. Os gênios da música - Tom Jobim incluído - sabiam dessa potência criativa e da força dessa criação. Estavam dentro, participaram e deram força.
Caetano Veloso (e Gil, Mutantes, Rogério Duprat etc) também fizeram isso, mas especialmente para o rock e a música mais, digamos, “moderna” - já contaminados positivamente por João Gilberto. Assim como Chico Buarque construiu sua base de influenciados também contaminado positivamente por João Gilberto.
Não há quem faça música popular no Brasil sem passar por João Gilberto, e isso não é uma ordem ditatorial, é o fluxo natural das coisas. Ninguém quer aqui forçar um gênio como os ditadores criam heróis com canetadas.
Os Beatles, por exemplo, também se basearam em Chuck Berry, Bob Dylan e muitos outros. Mas é óbvio que produziram, a partir disso tudo, em várias épocas de sua carreira, um produto originalíssimo a partir do qual todo o pop/rock mundial se desenhou.
Hoje, é impossível não identificar coisas dos Beatles em qualquer que seja a banda de qualquer que seja o lugar, por mais que os próprios integrantes às vezes curiosamente digam não gostar dos meninos ingleses que reescreveram o rock.
Aliás, é isso: João e os Beatles não são gênios porque inventaram a roda. Eles reescreveram a roda da música. E ela passou a “rodar”, vamos dizer, de uma outra forma.
É possível e plenamente aceitável que não se goste de suas obras, mas negar a influência delas sobre a produção cultural da música do ocidente é negar fatos óbvios e objetivos.
e afinal, o que é rosebud?
Mais uma de Bossa:
JOÃO GILBERTO: um sujeito que fosse a origem absoluta de sua própria criação, sua produção discursiva musical, e o construísse ‘com todas as peças’? (quem e o que seriam exatamente as peças para dar “na batida diferente)- O papo do engenheiro que Wisnik comenta a partir da Leitura de Levi-Strauss?
Bem que poderia sair um filme do João Gilberto!
Tava programando um retorno a esta OeP, superado um certo trauma, apenas pra hoje à noite, com a lua já alta, mas acordei tão cedo (o dia será cheio, audiência na justiça cível, na qual, é certo, não comparecerei naquela embalagem colante e dourada que tanto deixou Exequiela pulsada e… auto-censurada - e para não ficar tão atrasado no embarque pelas estações desta infocaetanave..
Sim, Exequiela, não ‘pararei’ com esse “sonho meu”, que, pelo jeito (Gilliatt, como você é gaiatíssimo!) não é mais… expressamente só meu! A não ser, enfim, e sempre, que mo ordene.
Sempre lembrando, a quem não estiver ainda acompanhando nosso peculiar papo sobre cinema, que é um que rola do entrecruzamento de referências singulares, e até transcendem o cinema propriamente dito, dialogando com o universo dos cartuns ou histórias em quadrinhos(Almodóvar and Walter Hugo Khouri; Woody Allen and Mafalda).
Sim, conheço bem a capa da edição da Rolling referida. Mas a personagem da capa não a reconheço, não! Não tem um coração democrático como o de Chiquitito Buarque. Eis toda a verdade sobre quem é: é um coração (conquanto nascido em seio popular) aristocrático e - lindamente - vagabundo (coração de dândi), que quer guardar o mundo somente para si! Aliás, é essa a impressão definitiva que me fica ao terminar dias atrás de reler Verdade Tropical.
Justo por isso, tigresa um dia a ser revestida da mais pulsante prata, os “olhos malignos” (ja os mirastes? deus meu!) de Buarque - com aquele clamor pelas questões latino-americanas - pena que tu só conheças até aqui a grita de Brejo da Cruz and Meu Guri - já foram escalados em definitivo para o filme-sonho meu (e, pelo jeito, and teu), desempenhando aquele papel jubilatório em tua carreira musical! Portanto, dúvida alguma subsiste quanto a que Chico amaria o universo de Juanito Laguna, de Berni, tanto quanto tu - and eu, depois que tu mo apresentastes?
Agora, Gilliatt tem grande chances de fazer parte, não uma mera ponta, em nossa comédia de costumes e musical! Não será uma triangulação amorosa propriamente dita - nenhum tipo de “amiguismo colorido”, como se dizia aqui no Brasil, feito parece que ele está se nos insinuando acima (com esse tal “abraço triplo”). Voltarei a esse amado amigo gaiato outra hora.
E que vamos logo, sem mais atalhos, ao teu hombre da esquina rosada…
Folgo em desapontar-te. Na verdade, o motivo pelo qual opto, no sonho-enredo, por fazer com que a minha própria personagem opte por aquela cirurgia - reversível! -, deve-se ao fato de teu amor portenho ter se fixado demasiadamente em mim, ou melhor, naquele meu estado “interessante”, quando da minha primeira ida a esse ares tão bons e milongueiros de tua cidade. O que se passou: Meu lado zefirocentáurico (muchas gracias, Vero, você também é um amor!), que é mais forte do que, levou-me à bela idéia da mudança de sexo. E a idéia surtiu o efeito por mim altamente desejado: acabar com a obsessão e mesmo qualquer “interesse” de seu hombre rosado pela minha adorada personagem - e, enfim, fazê-lo ‘liberar’ (que machistas, estes portenhos!) o “amiguismo” entre nós “duas”.
Há tanto ainda por descrever. A nossa “chegada” até Chico [...] - o script seguirá por e-mail para o teu desfrute mais íntimo. O livro que ele decidiu escrever - um romance poético-licencioso - a partir de nossa “história” (um mise en abyme delicioso para engalanar esteticamente o “nosso” sonho-ficção), intitulado Versos Sáficos. A ambigüidade que reside, no momento de meu casamento, sobre a identidade de quem recairá a de minha noiva alma indígena gêmea. Se sobre a sua própria personagem, se sobre a personagem de Vero (pois é, tua hermana rioplatense, depois do que me declarou mais acima, entrou de vez para o casting!).
O filme-sonho termina com essa cena…
Posso continuar depois, quando eu dispuser de mais tempo, e retomarei os pontos que não aprofundei, e desenvolverei os picantes que já anuncei. Mas só pararei em definitivo somente quando tu disseres: é hora, Joaaaaaaaaaauuuudo, agooooooora! Pausa para te dizer:
Que lindo que é sonhar… [o que será que a Paula Toller anda segurando e sacudindo neste clipe, deus meu!]
PROFESSOR SALEM, que demais! Era tudo o que eu queria ler ou saber, e é até bem bem mais. Em outra oportunidade - meu dia será cheio, não tenho todo o tempo do mundo, como você e Lucesar nesta OeP, me valerei dos seus graduados ensinamentos, meu estimado Phd and herói.
Adianto que meu ‘encucantamento’ com “cafona” vem de longe. Tem a ver com um episódio bem familiar, e que representou o meu primeiro conflito geracional com… minha mãe! E se deve ao meu fascínio quando do estouro de Rauzito cantando Al Capone na rádio décadas atrás.. Eu era um garoto tão garotinho que ainda não almejava nem os Beatles nem os Rolling Stones - mas era já tão perversinho! Encontrei a canção pelo YouTube com o Raul pousando de cristificado!
Por enquanto, queria te devolver uns bejos impertinentes que me mandou estações atrás nesta viagem. Todavia, como digo e redigo aos meus amigos, virtuais ou não - aprendizagem severa obtida em carta de Kafka a Milena -, beijos e carinhos escritos nunca chegam ao destino: são interceptados no caminho - sorvidos e saqueados por bocas, braços e mãos famintos and insaciáveis. Devolverei as beijocas com uma impertinência ainda maior. Por e-mail desconstruirei o FOI ISSO cabalístico de seu cmt. 237, meu querido diamante ensolarado! Aguarde-me.
E por que você não me aceitou no Orkut? Mandei um convite assim: “Olha o Padilha aí geeeeeeeeente!” Saiba que em página de Miriam Lucia lá, andei pensando alto a seu respeito, e alto numa conotação também tão dilatada, assim como você dilatou o nosso senso sobre cafonice e… cafajestagem.
Gravataí Merengue, corta essa cara, que este teu nome já é a tua assinatura! Não é que Fernando já era. Fernando - já é outra Pessoa! E, olha, vou ser muito direto - estou aprendendo isso com Exequiela -, esta, e, por certo Heloisa, Miriam Lucia, Rosana Tibúrcio, e mais a torcida inteira do Bahia, nós ansiamos por você no orkut-circuit. Sem você, a nossa alegria é… triste!
Nando, por trás de todo aquele contexto verbalizado pelo tagarelo amarelo Tom Zé, e trazido ao nosso conhecimento por Zani no cmt. 145, eu também leio outra verdade na mesma verdade. Diferentemente, por exemplo, de Gilberto Gil, Tom Zé dotou-se de uma singularidade que não bate com o mesmo sangue da singularidade de Caetano. A grandeza deste poderia ser um entrave ao desenvolvimento da daquele: eis a minha suspeição.
Caetano é muito perigoso para quem não fica atento ao senso da própria identidade. Esse ser divino e sumo-pessegoso (quem não fica tentado em pôr logo um pêssego que vê na própria boca!) é um devastador de originalidades.
Caetanino, esse papo de você na Academia bem que podia vir acompanhado daquela discussão sobre onde mora a literariedade, discussão de que você tão soberanamente já participou, e vez ou outra retomou, assim como o fez e faz ninguém mais nem menos do que o próprio Antonio Cícero, a exemplo de na entrevista dele a pretexto do lançamento de A Cidade e os Livros, em que belamente trata do estatuto da canção, cujo link eu já trouxe aqui em outra página.
Não assino o abaixo-assinado em prol de sua candidatura à imortalidade fardada (indiscutivelmente, mais portentosa do que a que a imortalidade que a “vida” encomendou pra Cartola, não é mesmo Luiz Castello?) enquanto não surgir um verdadeiro debate levando isso em consideração. Até para se fazer homenagem ao seu pensamento agudo a respeito.
Sobre o seu silêncio espessegoso quanto à minha discordância sobre a sua concordância com a postura meramente escandalosa e típica do espírito “modernista” de Bandeira, com referência a identidade sexual de Diadorim: significa que quem cala consente, ou que quem cala ainda não achou as palavras apropriadas?
-Continuo devendo uma série de interações que a bruta flor de meu querer reclama - mas o café já borbulha na mesa, e o dia pra outros afazeres me chama, me chama! Belo dia a todos! Volto lá para a meia-noite..
p.s: a Tyrone, a Rafael Rodriguez, a Mione, a Nina, a Jessivaldo na pessoa de seu pai, a todos esses que, enfim, gostam de passear comigo pelos caminhos virtuais, aviso que durante todo o dia não poderei fazer qualquer pit stop em meu Gmail, Msn and Orkut.
Gravataí,Caetano.Gosto muito de lembrar que na minha infância em BH acordava amedrontado com o som e o ritmo excitante das batidas dos Congados.Um medo gostoso.Mas inquietante.Ao meu lado no quarto escuro a certeza das luzes das válvulas acesas de um rádio velho.So dormia depois do fim da programação das emisoras associadas com o “Acalanto”.~P.S.Lô borges concorda comigo.
Sem querer ensinar acarajé a baiano, mas tem o Caveira, my friend de Álvaro Guimarães.
E por falar em underground, Jim Jarmush: Down by Law, Estranhos no Paraíso e Sobre Cafés e Cigarros.
Ah e tem o Blue Velvet e o Coração Selvagem do David Lynch.
Aliás, para quem se interessa por cinema, tomo a liberdade de divulgar o blogue do professor André Setaro, por coincidência baiano que gosta muito de Jerry Lewis.
O endereço: http://www.setarosblog.blogspot.com
Abraços a todos!
César Lacerda está certíssimo sobre João Gilberto, no meu entender.
“As férias do Sr. Hulot” é uma obra-prima. Melhor do que o lindo “Mon oncle”: faz rir mesmo mais.
Gil, eu não sinto nenhuma ataração pela Academia Brasileira de Letras. Nunca senti. Não creio que possa vir a sentir. E suponho (espero) que seja recíproco. Não desprezo nem hostilizo a intituição, que teve Machado como fundador e tem Ubaldo hoje. Mas não.
sobre joão gilberto:
é dos poucos artistas que podem dizer “criei algo que não existia”.
jazzistas como stan kenton foram, sim, grande influência para joão e outros.
foi um dos primeiros hippies da história, isso em meados dos anos 50, haha
Salem gostei da tua colocação “Dos nomes que você citou, os grandes são todos antigos (não velhos).”, também penso que existe uma distancia muito grande em envelhecer e ser antigo, uma que envelhecer todos envelhecem mas ser antigo é ser muito mais que envelhecido. E, falando de compassos de João Gilberto, ate hoje, mesmo com os 77 anos quando ele entra no palco a impressão que tenho é que ele não mudou nada, em termos de envelhecimento, sempre discretíssimo, com seu terno e sua elegância pessoal, com a sua voz tranqüila e afinada, aquele tom que acalma a gente porque toca lá no fundo da alma e incapaz de ferir os ouvidos, e por fim o toque preciso nas cordas do violão, que para mim é sem duvida o seu melhor amigo. Haja sensibilidade!
Estava mesmo sentindo a falta do Rafael, e do Nobiles também, que bom que andam por ai.
Gil, eu sempre li a respeito desta tua idéia do Caetano na Academia Brasileira de Letras, e isso sempre me leva a mesma indagação: -porque no Brasil não existe a Academia Brasileira de Musica? Para homenagear e consagrar os grandes nomes da musica popular brasileira. Veja bem ainda temos o João Gilberto, Roberto Carlos, Caetano, Chico, Miltom, Gilberto Gil, Elomar, Sergio Reis, entre muitos outros, e tem as mulheres também que merecem seu destaque, como compositoras e interpretes, como Maria Bethânia, Nana Caymmi, Ana Carolina, Marina, Rita Lee, Gal, Zélia Duncan, Adriana Calcanhoto, Renata Arruda, Roberta Sá, enfim, uma infinidade de gente de grande qualidade ligadas a musica e, quem sabe se um dia, da mesma forma que estudamos literatura na escola, também se passe a estudar a história da musica brasileira, seu desenvolvimento, sua importância na influencia na cultura nacional, tudo isso estudado com o mesmo entusiasmo da literatura, talvez com a mesma obrigatoriedade. Eu aprendi muito aqui no Blog sobre musica e muitas coisas de relevância histórica.
Carlos “Alemão” Moura adorei a tua lembrança dos filmes de Jerry Lewis e acrescento no mesmo gênero os filmes da Pantera Cor de Rosa com Peter Sellers, também não deixaria para trás os filmes do gordo e o magro com Oliver Hardy e Stan Laurel, da mesma forma as comedias românticas de Charles Chaplin, me vem o riso só de lembrar destes filmes.
Pat uma boa noticia! Fiquei feliz em saber que você é irmã do Nelson e que com ele vai tudo bem. Beijos e gosto muitos dos teus comentários, mande lembranças ao teu irmão.
Robertissimo adorei o comentário sobre cafonas e cafajestes, gosto muito da forma que você comenta poeticamente sempre. Esperando a realização do Impertinácia com muito entusiasmo. Andei visitando a revista digital que o Gravataí Merengue colocou o link no tópico 61, em que ele também é colaborador, achei muito interessante, vamos ver se ele também aceita fazer parte deste projeto.
Heloisa estou arrumando as fotos daí posto no meu álbum ok? Pena que não dá para te mandar uma legitima cassata siciliana!!! Nossa como é bom aquilo!
Exequiela o teu cartão deve seguir viagem amanhã!
Beijos a todos
Academia foi um dia o nome de um local em que Platão ensinava filosofia.
Por isso depois de um tempo virou sinônimo de escola. Significado que determinou uma analogia belíssima no patropi. Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.
Mais tarde aqui em SP passamos a apelidar de “A Academia” o time do Palmeiras dos Anos 60 (que tinha o “Divino” Ademir da Guia, sarará mulato, louro de olhos azuis, filho do preto Domingos da Guia e ídolo do poeta João Cabral de Mello Neto).
Hoje, a palavra é mais usada para designar o local onde os marombeiros e madames malham com furor aeróbico para esculpir e dilatar seus corpos.
A Academia como corporação de notáveis eleitos que tem a ABL como exemplo não tem um formato com significação na pós-modernidade. Por isso o uso da expressão “jurássico”.
Nós vivemos num mundo onde “letras” se misturam a imagens, sons e intertextualidades. Por isso mesmo, que de forma patética, alguns homens que não são das letras, como Pitanguy foram aceitos na Casa. Ora, se houvesse a Academia Brasileira de Medicina ou Ciências, vá lá.
Mas ainda bem que não existe a Academia Brasileira de Música, viu Miriam. Estaríamos agora discutindo se Lobão tem a ver com Pixinguinha, ou se Tom Jobim tem a ver Antonio Marcos. Seria um papelão.
A idéia de imortalizar (Cartola foi um exemplo feliz) não se dá mais pela chancela de alguns. Ela acontece naturalmente. Caetano não precisa envelhecer e nem morrer pra ser imortal. Dá pra ver que já o é. Embora essa seja uma idéia meio besta.
Se houvesse uma ABW, Academia Brasileira da Web, Joaldo teria cadeira, mas torceria para a que recusasse, em nome de que, com o tempo, assim como Platão e Machado de Assis, não tivesse que dividir o espaço com blogueiros de pouca expressão.
Só os sambistas ainda usam a palavra Academia com o tônus de significado que ela merece.
besitos en las testas
Salem
Roberto Joaldo, mas como faço isso do orkut? Acabo de adicioná-lo por lá, mas não vi comunidade alguma referente ao Obra em Progresso ou algo assim - apenas uma do próprio Caetano. É isso? Explique-me o funcionamento dessa coisa e, o que quer que seja, estou dentro
Hermano: Entendi a censura. Foi merecida, embora aquele link fosse importante para o outro debate, mas há conversas que precisam ser encerradas.
Caetano e ABL: Era para que escolhêssemos uma de duas, das versões de uma música. E agora já estamos colocando Caetano Veloso na ABL! Somos mesmo fanáticos por democracia, por sufrágios ou algo assim. Millôr tem uma frase ótima sobre a Academia: “sou candidato, sim, mas apenas à vaga de Sarney”.
Gil
Filme legal The Visitor
queridos…assunto encerrado, vou guardar o que está perdido, suponho que exprimi o que desejava dizer. me rendo às evidências sem contudo desprezar a irradiação que o desejo e a emoção proporcionam. O tempo muda e confere novas significações, novas verdades. Então sim.
Miriam Lucia,
Sim, concordo com você. Chaplin era gênio: Tempos Modernos e Monsieur Verdoux. E ainda incluo Mel Brooks na sua relação. Acho A última loucura de Mel Brooks genial e Alta Ansiedade, muito bom.
Gosto muito dos seus comentários. Li seu comentário anterior sobre Spielberg e sobre os episódios de Amazing Stories, incríveis mesmo. De Spielberg, gostei demais de Munique e a maneira como ele apresenta a vendetta ao massacre de 11 de setembro.
Adorei sua idéia sobre a Academia Brasileira de Música.
Mais filmes: Sangue sobre a neve (Nicholas Ray), Os Imperdoáveis (Clint Eastwood) e Era uma vez na América (Sergio Leone).
Beijos carinhosos.
Gosto pelo aprendizado.Da Obra.Em Progresso.
No intervalo…com o tempo curto…mas não resisto….a oportunidade é única!!!
“Não há quem faça música popular no Brasil sem passar por João Gilberto, e isso não é uma ordem ditatorial, é o fluxo natural das coisas. Ninguém quer aqui forçar um gênio como os ditadores criam heróis com canetadas” (Gravataí Merengue)
É assim mas não é bem assim, né? Não sei bem qual seria o critério para “música popular”; de qualquer sorte me vêm à mente: Renato Borghetti, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Zé Ramalho, Quinteto Armorial, Cátia de França, Dominguinhos, Arrigo Barnabé, Guilherme Arantes, Lulu Santos, Alceu Valença, Chico Science & cia, Cordel do Fogo Encantado, Legião Urbana & cia, Olodum & cia, Lia de Itamaracá, enfim a diversidade musical do país é imensa, daria para citar dezenas e dezenas de artistas. Não que os citados não o possam ter como ídolo (eu não saberia dizer quais), mas ao menos não é assim tão fácil ver nos respectivos trabalhos uma referência mais forte ou mais explícita.
Eu concordo com a frase que João Gilberto influenciou tudo o que veio depois dele e tal, mas é frase de efeito, não espelha a realidade; a não ser que os termos sejam melhor definidos. E isto, obviamente, não desmerece nem diminui nosso Mestre em nada.
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Joaldo: entendo sua ponderação, mas o que tinham que levar de mim, já levaram. Recompus a carcaça e aqui estou. Como prometido aqui, enviei uma legítima Havaiana (a sandália, não a dançarina!) para o Salem, recebi em troca um raquete de ping pong (e dois deliciosos cds-surpresa dele). Acho que isto (gentileza um passo adiante na troca de mensagens via net) não irá tirar nem diminuir minha capacidade de discernimento, nem a dele. Ao contrário, acho que a tendência é debater melhor, com mais qualidade, por conhecer um pouco melhor a outra pessoa (me ajude, foi Aristóteles quem disse algo como “só onde há semelhança há discussão”? Montaigne?). Além do mais, amigo pra mim é aquele que quando você cai, ele ri, aponta pra você e diz (bem baianamente agora, please): “Toma, sacana?!”. Com muito carinho, naturalmente. Mas valeu o toque. Mesmo. Abraço.
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Salem: já-já te escrevo, mas como toquei no assunto, aproveito logo para agradecer: você também não sabe brincar, pô! As crianças a-m-a-r-a-m o cd do Castelo - o “Disco” eu tratei logo de sumir com ele, tá aqui do lado do sonzinho no quarto, pra curtir com calma. E a raquete também já está sendo usada. Sem palavras. Amamos todos. Abraço!
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Helô: Eu leio “Burn it blue” como “Queime triste(mente)”. Erro feio?
E meu Deus, Deus meu. Chegando aqui nessas paragens caetanescas com esse povo aqui já tão comentadores, que provusão de palavras, de lindas palavras. E como é bom poder enconstar minha língua na língua de Exequila, tão bela flor, de alguma outra flor argentina (Li seus comentários).E todos outros aqui também. Vejo que aqui ultrapassa um simples ser BLOG e desemboca para uma loucura sã de troca de palavras, poesias, video, músicas e tudo mais. Precisando ir. Mas querendo já voltar.
Aliás, nosso país precisa ter a decência de reconhecer em *****JORGE BEN***** um artista tão genial, tão autêntico e tão importante quanto João Gilberto. Mestres absolutos.
só nós tá bom claudinha…bjs