Rita Lee

Foi Rogério Duprat quem uniu Gil aos Mutantes. Arnaldo, Sérgio e Rita iam com frequência a meu ap na São Luís. Uma inflação de talento. Rita desde sempre parecendo mais apta a entrar na roda geral da canção brasileira pós rock. Ela era linda e sempre elegante. Entrava em personagens que escondiam sua beleza e exibiam sua timidez. Tomou o Brasil quando chegou sozinha ao pop, desligando-se das competentes audácias progressivas de seus companheiros. Em sua autobiografia ela cita as pouco numerosas cancionistas brasileiras. Ela se vê ali. Rita tem obra imensa. Seu livro deslumbra pela linguagem vivaz. Eu era tímido com ela. Gil sempre foi mais à vontade. O coração de Rita deixou de bater. Mas o do mundo não para de bater por ela. Ela está entre os criadores musicais mais brilhantes do Brasil. E o Brasil precisa ter luz para dar ao mundo.

Caetano Veloso, 09/05/2023.

Postagens mais visitadas deste blog

O Leãozinho (Caetano Veloso)

Os Argonautas (Caetano Veloso)

Milagres do Povo (Caetano Veloso)