MTG

Algumas amostras de MTG belo-horizontino me excitaram. Me lembrei de como o funk carioca me apaixonou ao surgir. Sou tropicalista: gosto de exaltar o que os pretensiosos desprezam, cantei 'Um tapinha não dói' (hoje dá ainda mais pra se entender a reação que isso causou) numa temporada de show no Canecão, gravei belas músicas tidas como brega. Assim, o MTG me pegou de jeito. São jovens do funk fazendo colagens até com 'clássicos' da MPB. Ouvir as vozes de Milton ou de Djavan, destacadas de suas bases originais de gravação, dialogarem com batidas agudas que guardam a essência do miami-maculelê do nosso funk - e com intervenções vocais dos jovens criadores - causa uma reação como a que tínhamos diante da pintura moderna. Não sei como reagiriam muitos dos meus colegas (sobretudo quando há obscenidades). Em mim produzem surpresa, interesse, admiração. Achei bacanérrima a versão de 'Você É Linda', do Davi Kneip. Essa é linda. Esses garotos fazendo, achei bacana. Em geral é interessante.

Caetano Veloso, 06/09/2024. 


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