Irene (Caetano Veloso)

Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui
Eu não tenho nada, quero ver Irene rir
Quero ver Irene dar sua risada

Irene ri, Irene ri, Irene
Irene ri, Irene ri, Irene
Quero ver Irene dar sua risada

© 1969 Ed. Gapa / Warner Chappell - Álbum Caetano Veloso - Caetano Veloso. 

Comentário do autor: "Irene tinha catorze anos então e estava se tornando tão bonita que eu por vezes mencionava Ava Gardner para comentar a sua beleza. Mais adorável ainda do que sua beleza era sua alegria, sempre muito carnal e terrena, a toda hora explodindo em gargalhadas sinceras e espontâneas. Mesmo sem violão, inventei uma cantiga, evocando-a, que passei a repetir como regra: “Eu quero ir minha gente/ Eu não sou daqui/ Eu não tenho nada/ Quero ver Irene dar sua risada/ Irene ri, Irene ri, Irene”. Foi a única canção que compus na cadeia. Eu não pensava em torná-la pública: pensava tratar-se de algo inconsciente e incomunicável. Para minha surpresa, Gil achou-a linda e, uma vez gravada, não só ela fez sucesso de público como Augusto de Campos publicou uma versão visualmente tratada de modo a enfatizar o (para mim surpreendente) caráter palindrômico do refrão: com efeito, a frase "Irene ri" pode ser lida nos dois sentidos". (Caetano Veloso. Verdade Tropical. Companhia das Letras, 1997).

"A música Irene eu acho linda. É uma música completamente descompromissada com toda essa coisa, uma música de certa forma mais ligada ao tradicional e parecida, de certa forma, com o clima de Carolina." (Caetano Veloso para O Pasquim, 1969). 

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