José (Caetano Veloso)

Estou no fundo do poço
Meu grito
Lixa o céu seco
O tempo espicha mas ouço
O eco
Qual será o EGITO que responde
E se esconde no futuro
O poço é escuro
Mas o EGITO resplandece
No meu umbigo
E o sinal que vejo é esse
De fado certo
Enquanto espero
Só comigo e mal comigo
No umbigo do deserto

Comentário do autor: "O disco que fiz agora ia se chamar José. Depois, lembrei do poema de Drummond. E resolvi não botar o nome. O "José" do disco era por outras razões - completamente diferentes. Tinha a ver com o José bíblico - que é citado explicitamente numa das canções que fiz, a que abre o disco. Chama-se José. Não tem nada a ver com o poema. Depois que Drummond ficou doente e morreu, resolvi não botar o título de José. Botei Caetano." (Caetano Veloso. Depoimento sobre Carlos Drummond de Andrade para o Jornal do Brasil, 1987). 

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