Manhatã (Caetano Veloso)

Uma canoa canoa
Varando a manhã de norte a sul
Deusa da lenda na proa
Levanta uma tocha na mão
Todos os homens do mundo
Voltaram seus olhos naquela direção
Sente-se o gosto do vento
Cantando nos vidros o nome doce da cunhã:

Manhattan, Manhattan
Manhattan, Manhattan
Manhattan, Manhattan, Manhattan

Um remoinho de dinheiro
Varre o mundo inteiro, um leve leviatã
E aqui dançam guerras no meio
Da paz das moradas de amor

Ah! Pra onde vai, quando for,
Essa imensa alegria, toda essa exaltação
Ah! Solidão, multidão,
Que menina bonita mordendo a polpa da maçã:

Manhattan, Manhattan
Manhattan, Manhattan
Manhattan, Manhattan, Manhattan

© 1997 Uns Produções (Natasha) - Álbum Livro - Caetano Veloso. 

Comentário do autor: "É uma das minhas canções favoritas. Quando a escrevi, dediquei a Lulu Santos, porque lembrava de ouvi-lo repetir em Nova York, numa vez em que coincidiu de estarmos os dois lá: "Manhatã... Manhatã...". Achei emocionante porque logo me lembrei de uns versos do trecho do épico de Sousândrade que os irmãos Campos apelidaram de "O Inferno de Wall Street", em que a palavra Manhattan aparece tomada como um oxítono rimando com uma palavra portuguesa em "ã". Depois descobri que Leoni e Cazuza já tinham feito (e gravado) uma canção com título idêntico. Adoro a composição musical e acho a letra cheia de idéias boas, de ecos verdadeiros do meu sentimento por Nova York." (Caetano Veloso. Sobre as Letras. Companhia das Letras, 2003).

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