Sugar Cane Fields Forever (Caetano Veloso)

Verdes mães
Verdes mães
Mães

Paturi tava sentado

Lá na beira da lagoa
Esperando a pata nova
Pra que lado ela avoa
Cho! Paturi, da lagoa
Cho! Paturi, da lagoa

Cavalinho de flecha
Cavalinho de flecha
Cavalinho

Cho! Paturi, da lagoa
Cho! Paturi, da lagoa

Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero
Eu quero

O guarda diz que não quer
A roupa no quarador
Meu Deus como vou quarar
Quarar minha roupa

Oi, quem não tem balangandãs
Oi, quem não tem balangandãs
Oi, quem não tem balangandãs
Oi, quem não tem balangandãs
Oi, quem não tem balangandãs

Sou um mulato nato (oi, quem)
No sentido lato (não tem)
Mulato democrático do litoral (balangandãs)

Sou um mulato nato (oi, quem)
No sentido lato (não tem)
Mulato democrático do litoral (balangandãs)

Sou um mulato nato (oi, quem)
No sentido lato (não tem)
Mulato democrático do litoral (balangandãs)

Sou um mulato nato (oi, quem)
No sentido lato (não tem)
Mulato democrático do litoral (balangandãs)

Sou um mulato nato (oi, quem)
No sentido lato (não tem)
Mulato democrático do litoral (balangandãs)

Sou um mulato nato (oi, quem)
No sentido lato (não tem)
Mulato democrático do litoral (balangandãs)

Tô doente, bem doente
Da ferida no dente
Mandei chamar o barbeiro
Com a lanceta de ouro
Ferida no mesmo olho
Prumódi meus arengueiros
Eu fiquei sem meu amor

Vem, comigo no trem da Leste
Peste, vem no trem
Pra buranhem
Pra buranhem, pra buranhem-nhem-nhem

Vem, comigo no trem da Leste
Peste, vem no trem
Pra buranhem
Pra buranhem, pra buranhem-nhem-nhem
Pra buranhem
Pra buranhem, pra buranhem-nhem-nhem

Eu vim aqui foi pra vadiar
Eu vim aqui foi pra vadiar
Ô vadeia, vadeia, vou vadiar
Eu vi a pomba na areia
Ô vadeia, vadeia, tô vadiando
Eu vi a pomba na areia

Verde Vênus
Verde Vênus
Verde Vênus

Eu vim aqui foi pra vadiar
Eu vim aqui foi pra vadiar
Ô vadeia, vadeia, vou vadiar
Eu vi a pomba na areia
Ô vadeia, vadeia, tô vadiando
Eu vi a pomba na areia

Vadeia, vadeia, vadeia
Vadeia vadeia, tô vadiando
Eu vi a pomba na areia
Eu vim aqui vou trabalhar
Eu vim aqui vou trabalhar

Ir, ir indo
Ir, ir indo
Ir, ir indo
Ir, ir indo

Canarinho da Alemanha, quem matou meu curió?
Canarinho da Alemanha, quem matou meu curió?
Odiê, odiá
Odiê, odiá

A mulher tava no samba
A mulher tava no samba
Mas o homem quer levar
Odiê, odiá
Odiê, odiá

Eu trabalho o ano inteiro
Eu trabalho o ano inteiro
Na estiva de São Paulo
Só pra passar fevereiro em Santo Amaro

Eu trabalho o ano inteiro
Eu trabalho o ano inteiro
Na estiva de São Paulo
Só pra passar fevereiro em Santo Amaro
Só pra passar fevereiro em Santo Amaro
Odiê, odiá
Odiê, odiá

Pra passar fevereiro em Santo Amaro
Só pra passar fevereiro em Santo Amaro
Só pra passar fevereiro em Santo Amaro
Pra passar fevereiro em Santo Amaro

© 1973 Ed. Gapa / Warner Chappell - Álbum Araçá Azul - Caetano Veloso. Participação de Edith Oliveira. 

Comentário do autor: "Chamei Perinho Albuquerque, o irmão mais novo de Moacir, um garoto de grande capacidade musical, um autodidata caprichoso, para fazer alguns arranjos. Depois de quase tudo gravado, ele foi para São Paulo e escreveu as partes orquestrais de uma peça longa chamada Sugar cane fields forever. Essa peça consistia numa série de sambas-de-roda do recôncavo alinhavada por intervenções minhas e da orquestra. Embora escritas com a ingenuidade de um autodidata talentosíssimo mas ainda pouco culto, as partes orquestrais pretendiam soar como música "moderna". O resultado lembrava a trilha sonora de um curta-metragem amador pretensamente artístico. Além de tudo isso, mandei estampar na parte interior da capa dupla a frase "UM DISCO PARA ENTENDIDOS", jogando com a dubiedade do termo entendido, que também designava o que hoje se chama de "gay"." (Caetano Veloso. Verdade Tropical. Companhia das Letras, 1997). 
"Os sambas de roda nós deixamos gravados pra preencher um título engraçado (era só o que havia) que pintara na minha cabeça usar no disco (na verdade já era uma velha piada que a gente fazia aqui na Bahia toda vez que, viajando pra Santo Amaro, passava pelos canaviais): Sugar cane fields forever(Caetano para o Jornal do Brasil, 1973).

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