José Wilker

Morei com Wilker num apartamento da Senador Vergueiro quando vim pro Rio. Era uma "república" compartilhada com Nenem e Lopes Cansado. Eu achava Wilker lindíssimo. Ele ela bem magro e usava óculos. Tinha pinta de intelectual e não de galã, mas eu dizia que ele era um galã. Ele escrevia peças. Trabalhara no MPC no Recife. Não tinha sotaque nordestino. Era cearense. No exílio, já em 1970, surgiram capas de revista com Wilker de galã da Globo. Achei que eu tinha visto o futuro. Às vezes, em encontros casuais, eu lembrava essas coisas a ele e ele reagia com muita ternura. Ninguém nunca vai se esquecer do Roque Santeiro.

Caetano Veloso, 05/04/2014. 

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