Os melhores do ano (1961)
Embora eu saiba que estes não foram os filmes que mais agradaram ao grande público e que nesta relação há obras que a maioria não conhece, aqui estão, teimosamente, os melhores de 1961, em Santo Amaro:
- Por ternura também se mata – O lindíssimo filme de René Clair encabeça esta lista porque foi a mais perfeita coisa que passou por nossas telas.
- Guerra e humanidade - Aquele filme japonês é o segundo do ano; uma obra humaníssima, grandiosa; uma das mais sérias e corajosas películas sobre a guerra.
- Meu tio, de Jaques Tati, é o terceiro - Perfeição, “finesse", modernização da comédia, aproveitando o som e a cor.
- O belo Antônio, de Mauro Bolognini - Um grande drama humano; um filme bem realizado, que teve, além de grande interpretação de Marcello Mastroianni, um tema muito sério. O quarto da lista.
- Não deixarei os mortos é o quinto – De Kon Yashikawa; aquele filme japonês também sobre a guerra, muito bonito.
- Abismo de um sonho, de Federico Fellini - Uma comédia que, além de ter o toque felliniano, conta com a participaçao da imensa Giulietta Masina.
- Gervaise, a flor do lodo – Reapresentação do grande filme de René Clément, mereceu entrar na relação. Maria Schell é uma grande atriz realmente.
- Intriga internacional, de Alfred Hitchcock, teve “suspense" bastante para entrar na lista.
O melhor diretor foi, sem dúvida, mestre René Clair, que com Por ternura também se mata deu-nos um show de cinema e poesia.
A melhor atriz foi Maria Schell, que, com seu sorriso, deu-nos Gervaise lindamente trágica.
O melhor ator foi Pierre Bressen, em Por ternura também se mata, num Juju genial e comovente.
Caetano Veloso.
O ARCHOTE, Ne 14. SANTO AMARO, BAHIA, 31 DE DEZEMBRO DE 1961.