Cobre (Caetano Veloso)

Vibre o bronze de Santana
Sol das onze sobre o teu
Quase cobre que descobre
Que é o meu amor
Que emana desse céu 
Tua pele é o cobreado 
Da Bahia de nós dois
Grei de escravizados e opressores 
Reis do estado que virá depois

Ó mulher de tez nobre
Toma tudo e me tem
Sobre teu bronze-cobre quem não vem?
Temos tudo tando juntos
Tanto teremos no amém
Ó mulher de tez nobre, toma e bem

Ter te visto tão de perto
E talvez voltar a ver
Prova que está tudo certo 
Vale ter vivido
Vale estar vivendo aqui
Vale viver.

© 2021 Uns Produções / Sony Music - Álbum Meu Coco - Caetano Veloso.

Comentário do autor: "Cor de pele de baiana que concorre com os reflexos do sol no fim de tarde do Porto da Barra. Depois reli que Jorge Amado já escrevia "cobre" para caracterizar o tom de pele de muitos baianos. Nesta canção de amor, pareço estar mais eu mesmo por isso. Quando estava inventando a canção, pedi que "cobre" só não fosse interpretada como variação do verbo cobrar. Do metal ao cobrir, tudo certo e bom. Temia o sentido de cobrança. Maluco fazendo música." (Caetano Veloso para o storyline do Spotify, 2021).

"É sobre uma pele de menina que tem cor de cobre. E o Jaquinho Morelenbaum ficou louco pela música, porque ele é muito romântico. É a canção romântica do disco, mais do que Ciclâmen do Líbano. E aí ele fez um negócio com a melodia tocada pelas cordas, uns contrapontos emocionais. É a favorita dele, a que mais emocionou Jaquinho." (Caetano Veloso para a Revista Noize, 2023).


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