Ciclo (Música: Caetano Veloso, Letra: Néstor de Oliveira)
Passa o tempo e a vida passa
E eu, de alma ingênua, acredito
Num sonho doce infinito
Plenitude, enlevo e graça.
Que, sem tortura ou revolta,
Estou cantando ao luar.
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar.
Depois, a estrada poeirenta,
Os pés sangrando em pedrouços
E apaziguando alvoroços,
A alma intranquila e sedenta.
Murchessem todas as flores
E a correnteza das horas,
As trevas sobre as auroras
E os derradeiros amores.
Recordo o passado inteiro
E as voltas que o mundo dá.
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá.
E aquele ao léu do destino
Que inspirou tanto louvor.
Cajueiro pequenino
Carregadinho de flor.
Passa o tempo e eu fico mudo.
Ontem ainda, a ciranda.
Vida à toa, a trova branda
Agora envolvendo tudo:
O vale nativo, os combros,
Várzea, montanha, devesa,
Essa poeira de escombros
De que se nutre a tristeza.
Velho, recordo o menino
Que resta de mim, sei lá.
Cajueiro pequenino,
Meu pé de jacarandá.
© 1983 Ed. Gapa / Saturno - Álbum Ciclo - Maria Bethânia.
E eu, de alma ingênua, acredito
Num sonho doce infinito
Plenitude, enlevo e graça.
Que, sem tortura ou revolta,
Estou cantando ao luar.
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar.
Depois, a estrada poeirenta,
Os pés sangrando em pedrouços
E apaziguando alvoroços,
A alma intranquila e sedenta.
Murchessem todas as flores
E a correnteza das horas,
As trevas sobre as auroras
E os derradeiros amores.
Recordo o passado inteiro
E as voltas que o mundo dá.
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá.
E aquele ao léu do destino
Que inspirou tanto louvor.
Cajueiro pequenino
Carregadinho de flor.
Passa o tempo e eu fico mudo.
Ontem ainda, a ciranda.
Vida à toa, a trova branda
Agora envolvendo tudo:
O vale nativo, os combros,
Várzea, montanha, devesa,
Essa poeira de escombros
De que se nutre a tristeza.
Velho, recordo o menino
Que resta de mim, sei lá.
Cajueiro pequenino,
Meu pé de jacarandá.