Quando O Gal Cantou (Caetano Veloso)

Quando o galo cantou
Eu ainda estava agarrado
Ao seu pé e à sua mão
Uma unha na nuca
Você já maluca de tanta alegria
Do corpo, da alma e do espírito são
Eu pensava que nós
Não nos desgrudaríamos mais
O que fiz pra merecer essa paz
Que o sexo traz?
O relógio parou
Mas o sol penetrou
Entre os pelos brasis
Que definem sua perna
E em nossa vida eterna
Você se consterna
E diz: não,
Não se pode, ninguém pode ser tão feliz
Eu queria parar nesse instante
De nunca parar
Nós instituímos esse lugar
Nada virá
Deixa esse ponto brilhar
No atlântico sul
Todo azul
Deixa essa cântico
Entrar no sol no céu nu
Deixa o pagode romântico soar
Deixa o tempo seguir
Mas quedemos aqui
Deixa o galo cantar

© 2012 Uns Produções (Warner Chappell) - Álbum Abraçaço - Caetano Veloso. 

Comentário do autor: "O funk me interessa mais como construção estética, é algo muito sofisticado. Mas gosto do pagode romântico por aquela brincadeira rítmica, uma corridinha na letra, que faço um pouquinho na canção, mas diferente do que os pagodeiros fazem. Não queria uma imitação. É mais uma homenagem, até mais no dizer a expressão "pagode romântico" na letra. Mas o principal é que Tom, meu filho, adora os dois gêneros, como bom jogador de futebol." (Caetano Veloso para o Jornal O Globo, 2012). 

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